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ROSANGELA TCC 20 11

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1 
 
 
 
 
Centro Universitário Leonardo Da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
ROSÂNGELA MARTINS OZORIO 
 
SES0626 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AO PAIF DO CRAS IV DA 
CIDADE DE LAGES SC 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAGES 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 ROSÂNGELA MARTINS OZÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AO PAIF DO CRAS IV DA 
CIDADE DE LAGES SC 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – 
do Centro Universitário Leonardo da Vinci – 
UNIASSELVI, como exigência parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em Serviço 
Social. 
 
Nome do Tutor Externo – Orientador Local 
Marta Tavares Castro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAGES 
2021 
3 
 
 
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AO PAIF DO CRAS IV DA 
CIDADE DE LAGES SC 
 
 
 
 
 
ROSÂNGELA MARTINS OZÓRIO 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-
lhe atribuída à nota “______” (_____________________________), pela banca 
examinadora formada por: 
 
 
 
 
 
 
 _________________________________________________________ 
 
 PRESIDENTE: ORIENTADOR LOCAL: MARTA TAVARES DE CASTRO 
 
 
 ________________________________________________________ 
Membro: CRISLAYNE MOURA 
 
 
 ____________________________________________ 
Membro: KELLIN ÁVILA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAGES 
2021 
4 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, pelo amor, incentivo e total apoio nessa jornada 
vitoriosa, aos meus filhos pelos períodos de ausência enquanto me dedicava a 
realização desse trabalho. Dedico também para minha amiga de turma e de trabalho 
Ana Miriam Boeira, pelo incondicional apoio durante todo processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
A Deus, pela luz contínua no caminho. 
A família, pela compreensão e apoio nas ausências necessárias. 
Aos mestres pela intermediação na construção do conhecimento. 
A orientadora local: Marta Tavares de Castro pela postura profissional firme, o que 
promove no aluno a busca pelo sabe fazer. 
A Supervisor de Campo – Roberta Florêncio Sanches, pelo apoio nessa caminhada. 
 
Aos colegas, pela convivência na caminhada e troca de experiências. 
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito 
obrigado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
 
 
 
O PAIF é essencial para a proteção básica de Assistência Social, uma vez que 
assegura espaços de convívio, informa e garante acessos aos direitos 
socioassistenciais, contribui para a gestão intersetorial local, para o desenvolvimento 
da autonomia, o empoderamento das famílias e ampliação de sua capacidade 
protetiva. O objetivo geral desta pesquisa é descrever a atuação do Assistente 
Social junto ao PAIF do CRAS IV da cidade de Lages SC. O estudo é do tipo 
bibliográfico e documental. A pesquisa bibliográfica se caracterizou pela busca de 
referencial teórico para fundamentar a abordagem. As fontes foram publicações 
científicas dos bancos de dados disponíveis na Internet, também em livros e revistas 
que abordam o tema. A pesquisa documental consistiu na pesquisa de informações, 
realizada nos documentos disponíveis na instituição. As informações selecionadas 
foram registradas em diário de anotações utilizadas na construção do presente 
Trabalho de Conclusão de Curso. Concluiu-se que à medida que o processo de 
acompanhamento familiar for evoluindo e o Plano de Acompanhamento Familiar 
cumprir seus objetivos, ou seja, quando as vulnerabilidades sociais, motivadoras do 
processo de acompanhamento forem superadas, a família em conjunto com o 
profissional, após o processo denominado “avaliação”, pode optar pelo 
encerramento do acompanhamento familiar. Isso não impossibilita que as famílias 
continuem participando das ações do PAIF, isto é, não as impede de continuar 
sendo atendidas pelo Serviço. 
 
Palavras-chave: Programa de Atenção Integral à Família – PAIF. Atuação 
Profissional. Serviço Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
ABSTRACT 
 
 
 
 
 
The PAIF is essential for the basic protection of Social Assistance, as it ensures 
spaces for social interaction, informs and guarantees access to social assistance 
rights, contributes to local intersectoral management, to the development of 
autonomy, the empowerment of families and expansion of their capacity protective. 
The general objective of this research is to describe the role of the Social Worker 
with the PAIF of CRAS IV in the city of Lages SC. The study is bibliographical and 
documentary. The bibliographical research was characterized by the search for a 
theoretical framework to support the approach. The sources were scientific 
publications from databases available on the Internet, also in books and magazines 
that address the topic. The documental research consisted of a search for 
information, carried out on the documents available at the institution. The selected 
information was registered in a diary of notes used in the construction of this Course 
Conclusion Paper. It was concluded that As the family monitoring process evolves 
and the Family Monitoring Plan fulfills its objectives, that is, when the social 
vulnerabilities that motivate the monitoring process are overcome, the family together 
with the professional, after the process called “assessment”, you can choose to close 
family monitoring. This does not prevent families from continuing to participate in 
PAIF's actions, that is, it does not prevent them from continuing to be assisted by the 
Service. 
 
Keywords: Comprehensive Family Care Program – PAIF. Professional 
Performance. Social service. 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
BPC – Benefício da Prestação Continuada. 
CAdUnico - Cadastro Único 
CNSS – Conselho Nacional de Serviço Social. 
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social. 
CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social. 
CF/88 – Constituição Federal Brasileira de 1988. 
CRB – Constituição da República do Brasil. 
LBA – Legião Brasileira de Assistência. 
LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social. 
PAEFI – Serviço de Atendimento Especializado à Família e Indivíduos. 
PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral as Famílias. 
PNAIF – Plano Nacional de Atendimento Integrado à Família. 
RMA – Relatório Mensal de Atendimentos. 
SCFV – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo. 
SMPM – Secretaria Municipal de Políticas para Mulher. 
SRAMSV – Serviço de Referência em Atendimento às Mulheres em Situação de 
Violência. 
SUAS – Sistema Único de Assistência Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................10 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA..................................................................................... 12 
2.1. A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL DENTRO DA POLÍTICA DA 
ASSISTÊNCIA SOCIAL....................................................................................................12 
2.2 PRINCÍPIOS CONTITUCIONAIS QUE FUNDAMENTAM O BENEFÍCIO DA 
PRESTAÇÃO CONTINUADA..........................................................................................14 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO 
 SOCIAL............................................................................................................................. 16 
3.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO ESTUDADA.....................................................…..22 
3.2 RECURSOS HUMANOS QUE ATUAM NO SERVIÇO……………………………24 
4 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................….245 OBJETIVOS DA PESQUISA........................................................................................26 
5.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 26 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................ 26 
6 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................... 26 
7. ANALISE DOS DADOS DA PESQUISA ...................................................................27 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS.................................................................................27 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS...............................................................................................27 
7.3 RESULTADOS DA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL………………………28 
7.3.1 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AO PAIF DO CRAS IV DA 
CIDADE DE LAGES SC.....................................................................................................32 
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................................................................33 
8 CONCLUSÃO..................................................................................................................38 
REFERÊNCIAS..................................................................................................................42 
ANEXOS..............................................................................................................................44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF é oferecido 
em todos os Centros de Referência de Assistência Social - CRAS. O PAIF é 
essencial para a proteção básica de Assistência Social, uma vez que assegura 
espaços de convívio, informa e garante acessos aos direitos socioassistenciais, 
contribuindo para a gestão intersetorial local, para o desenvolvimento da autonomia 
e do empoderamento das famílias e ampliação de sua capacidade protetiva. 
Destaca-se a importância do Assistente Social dentro do CRAS/PAIF. 
O CRAS IV da cidade de Lages SC, tem como público alvo para atendimento, 
os usuários e famílias que se encontram em determinado nível de vulnerabilidade 
social e que reside no território de abrangência, caracterizados pelos seguintes 
bairros: Vila Esperança, Índios, Cristal, Moradas do Sol, Nossa Senhora Aparecida, 
CDL, Jardim das Camélias, Jardim Celina, Restinga Seca, Guadalajara, Guarujá, 
Interior, Bates, Pisani e Tributo. Referindo-se ainda ao público prioritário: famílias 
beneficiárias de programas de transferência de renda e aquelas que atendem os 
critérios de elegibilidade a benefícios assistenciais; Famílias em situação de 
vulnerabilidade em decorrência de dificuldades vivenciadas por algum de seus 
membros. Pessoas com alguma deficiência ou pessoas idosas que vivenciam 
situações de vulnerabilidade e risco social. 
A demanda surge em situações coletivas e compartilhadas. Mesmo quando 
se manifesta através de um único indivíduo ou grupo, a demanda é sempre social, 
estando ligada às condições de existência e devendo ser compreendida no âmbito 
da sociedade. Sendo e expressão de uma falta, a demanda já apresenta elementos 
de um projeto que busca responder a essa falta (LÉVY IN MACHADO et al., 2001) 
As seguranças básicas devem nortear todas as ações da área da política de 
Assistência Social, incluindo o PAIF, o que abrange o trabalho com grupos. Porém, é 
importante que a não existência da rede de serviços, articulada e integrada, traz 
dificuldades diversas para esta realização, incluindo para a afetiva utilização das 
atividades grupais e comunitárias (Afonso, Hennon, Carico & Peterson, 2013). 
 As ações do PAIF devem ser de caráter preventivo, protetivo e proativo 
estabelecido intencionalmente a segmentos populacionais com maior índice de 
vulnerabilidade, de modo que sejam identificadas potencialidades e vulnerabilidades 
11 
 
bem como possibilidades para seu enfrentamento. Dessa forma, reconhecemos o 
PAIF como fundamental execução da Política Nacional de Assistência Social, pois 
decentraliza a responsabilidade do Estado no atendimento e acompanhamento das 
famílias, assegurando o acesso aos direitos e melhoria de qualidade de vida. 
 O objetivo geral desta pesquisa é descrever a atuação do Assistente Social 
junto ao PAIF do CRAS IV da cidade de Lages SC. 
Esta pesquisa é do tipo bibliográfico e documental. A pesquisa bibliográfica 
se caracterizou pela busca de referencial teórico para fundamentar a abordagem. 
As fontes foram publicações científicas dos bancos de dados disponíveis na Internet, 
também em livros e revistas que abordam o tema. 
 A pesquisa documental consistiu na pesquisa de informações uteis para a 
pesquisa, realizada nos documentos disponíveis na instituição. As informações 
selecionadas foram registradas em diário de anotações utilizadas na construção do 
presente Trabalho de Conclusão de Curso. 
O presente Trabalho de Conclusão de Curso se apresenta estruturado em 
capítulos, a saber: Apresentação do tema; Problematização do tema e a relação com 
a questão social; Justificativa; Objetivos da Pesquisa; Metodologia da Pesquisa; 
Análise dos dados da pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA 
 
 
2.1 A ATUAÇÃO DA ASSISTENTE SOCIAL DENTRO DA POLÍTICA PÚBLICA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
O Serviço Social surgiu a partir de 1930, quando se iniciou o processo de 
industrialização e urbanização no Brasil. 
Na época a profissão estava relacionada a articulação dos poderes 
dominantes como: burguesia industrial, oligarquias cafeeiras, igreja católica e 
Estado Varguista. O objetivo era controlar as insatisfações populares dos 
trabalhadores e frear qualquer possibilidade de reivindicação. O Serviço 
Social no Brasil remonta aos primeiros anos da década de 30, como fruto da 
iniciativa particular de vários setores da burguesia, fortemente respaldados 
pela Igreja Católica e tendo como referencial o serviço social europeu. 
Evidentemente não pode ser entendido como uma simples transposição de 
modelos ou mera importação de ideias, pois suas origens estão 
profundamente relacionadas com o complexo do quadro histórico conjuntural 
que caracterizava o país naquele momento (IAMAMOTO, 2009, p.122). 
 
No momento atual, a Constituição Federal de 1988, foi um passo muito 
importante para reconhecer a Assistência Social como uma política pública e social 
em um nesse marco histórico da profissão, abordando a seguridade social. Art. 194 
onde descreve que “A seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à Assistência Social”. 
Porém, nos artigos 203 e 204 da CF/88, discutem sobre a disposição do 
Serviço Social com relação as ações que envolvem o custeio da seguridade social, 
trazendo a Assistência Social como base para a garantia dos direitos básicos do 
cidadão, expandindo os serviços prestados para a população descoberta. 
A questão social é uma das faces das desigualdades sociais em 
consequência do regime capitalista. Suas diversas manifestações são indissociáveis 
das relações entre as classes sociais que estreitam esse sistema e nesse sentido a 
questão social se expressa também na resistência e na disputa política 
(IAMAMOTO, 2009, p.3). 
13 
 
As políticas sociais representam neste contexto amenizar as desigualdades 
sociais. No desempenho do que propõem as políticas sociais o papel do assistente 
social no CRAS se torna fundamental na articulação de projetos de ação em acordo 
com os objetivos do PAIF como política social. 
(E assim foi criada a primeira grande regulação da assistência no país quando 
foi instalada o Conselho Nacional de Serviço Social-CNSS em 1938). Tinha como 
função subsidiar as organizações que prestavam amparo social, ou seja, o CNSS 
tinha como uma de suas funções analisarem adequações das entidades sociais e de 
seus pedidos de subvenções e isenções. A primeira grande instituição de 
Assistência foi a LBA - Legião Brasileiro de Assistência, que teve sua gênese 
marcada pela presença das mulheres pelo patriotismo (IAMAMOTO, 2009). 
A Assistência Social, de maneira lenta e efetiva, foi garantindo espaço no 
campo legal e jurídico, ainda que as práticas fossem exercidas de forma a serem 
reconhecidas como caridade e benevolência. Para desempenhá-lo dessas ações, a 
LBA procura auxilio juntamente às instituições de ensino de Serviço Social 
especializadas, o que facilitou para a aproximação de interesse em comum entre ela 
e o Serviço Social, pois seria necessário a atuação de um profissional técnico na 
área social, inclusive para autenticar a profissão. 
Durante o processo de ampliação, procura-se mobilizar e coordenar as 
instituições sociais nas esferas públicas e privadas, ao tempo em que por meio de 
ações próprias, tenta prover as defasagens apresentadas pelo sistema assistencial 
existente, [...] dessa forma contribui para a organização, ampliação e interiorização 
da Assistência Social, levando ao entendimento de princípios, métodos e técnicas do 
Serviço Social, bem como a contratação de profissionais da área considerando o 
ensino especializado. 
Nesta totalidade a Assistência Social começa a ganhar novas configurações e 
passa a ser debatida como um direito do cidadão, forçando o Estado a romper com 
a lógica da caridade e da benignidade para assumir a sua responsabilidade. As 
mobilizações democráticas estabeleceram práticas inovadoras na área social, dando 
enredo à intensa discussão a respeito da formulação das políticas públicas de 
Assistência Social. (IAMAMOTO, 2009). 
Percebe-se que os objetivos do Serviço Social vão se modificando de acordo 
com o tempo histórico e a demanda social. 
14 
 
A partir da Constituição Federal de 1988 os direitos básicos passam ser 
garantidos a todos os cidadãos. Art. 203. “A Assistência Social será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e 
tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência 
e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da 
integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas 
portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a 
garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.” 
 
Os profissionais atuam como objeto na intervenção das expressões da 
questão social que se expressam nas desigualdades sociais, frutos das 
contradições sociais presentes na sociedade capitalista que geram o 
agravamento das condições de vida da população. A questão social está 
equacionada e entendida como objeto sob o qual incide ação do profissional 
que está relacionado com o conjunto das expressões das desigualdades da 
sociedade capitalista madura que tem uma raiz comum: a produção é cada 
vez mais coletiva, o trabalho tornar-se mais amplamente social, enquanto a 
apropriação dos seus frutos mantém-se privado e monopolizado por uma 
parte da sociedade (IAMAMOTO, 2009, p.27). 
 
 
Os encargos do profissional de Assistência Social dentro do CRAS propõem a 
viabilidade perante as condições existentes, o estimulo sobre as potencialidades da 
população assistida no território de abrangência e perceber quais as necessidades 
para desenvolvê-lo da prática, buscando estimular o profissional, na busca de 
soluções viáveis dentro da problemática a ser convertida, no que se refere ao 
Serviço de Proteção Básica desenvolvido nas instalações dos CRAS. 
 
2.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS QUE FUNDAMENTAM O BENEFÍCIO DA 
PRESTAÇÃO CONTINUADA 
 
A CRB - Constituição da República do Brasil estabelece a Seguridade 
Social, estabelece a garantia de direitos a vida diga e bem-estar social, conforme 
disposto no capítulo II, Dos Direitos Sociais, em seu art. 6º. 
15 
 
A Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS/93 foi desenvolvida com o 
objetivo de garantir a proteção aos usuários que estão em situação de 
vulnerabilidade social, devido a doenças concomitantes, sendo esses indivíduos, 
idosos ou pessoas com deficiências físicas que os impede de realizar a contribuição 
para a Previdência Social. 
Com o passar dos anos, o Benefício Assistencial de Prestação Continuada – 
BPC, conforme estabelecido pela Lei Orgânica da Assistência Social (Lei nº 
8.742/93 – LOAS), vem sofrendo adaptações devido as constantes atualizações 
conceituais e estruturais. 
Sobre os princípios acerca da Seguridade Social, trata-se de uma balança 
social com o intuito de validar a igualdade quanto a garantia de direitos perante a 
sociedade, conforme definido pela Assistência Social, que pode possuir princípios 
básicos, como o acesso universal e solidário para todas as partes. 
 
Como forma de efetivar a assistência social, temos, no art. 20 da 
Lei 8.742/93, o benefício de prestação continuada (benefício assistencial), 
o qual visa o atendimento às necessidades básicas daqueles cidadãos 
que porventura estejam à linha da miséria. Curial apontar que resta 
evidente a prescindibilidade da contribuição à seguridade social, para fins 
de prestação da assistência social. 
Conforme dispõe o Decreto nº 6.214/07, que o regulamenta, integra a 
proteção social básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social - 
SUAS instituído pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 
Fome, conforme o que fora estabelecido pela Política Nacional de 
Assistência Social – PNAS. 
Para tanto, conforme dispõe o art. 20, “a assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade 
social (...)”, sendo que, em seu inciso V, prevê-se “a garantia de um 
salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao 
idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção 
ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.” 
Como esposado, a garantia, portanto, será a de um salário-mínimo de 
benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem 
não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por 
sua família. Ressalte-se que não se trata de benefício previdenciário, 
posto que não encontra-se previsto na Lei 8.213/91, mas sim, na 
Lei 8.743/93 (LOAS), prescindindo, portanto, de contribuição do 
beneficiário, bastando a comprovação da condição de necessitado. Apesar 
de não se tratar de benefício previdenciário, a concessão, o indeferimento 
e a manutenção do referido benefício se procedem através do Instituto 
Nacional do Seguro Social – INSS, Autarquia Federal. 
 
Conforme disposto em seu artigo 20, A Lei n. 8.742/93 refere-se sobre as 
condições indispensáveis para que o cidadão venha a usufruir do benefício 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11356438/artigo-20-da-lei-n-8742-de-07-de-dezembro-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104422/lei-da-assist%C3%AAncia-social-lei-8742-93
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/94480/decreto-6214-07
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/127583/lei-8743-93
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104422/lei-da-assist%C3%AAncia-social-lei-8742-93
16 
 
assistencial. Porém para tanto, deve ser comprovada a incapacidade econômica, já 
que se trata de um benefício mensal para a pessoa idosa (com 65 anos ou mais) 
ou que tenha alguma deficiência. 
Fica estabelecida perante em seu artigo art. 20, § 3º, que para a liberação 
desse benefício,exige-se um limite econômico. Na presença deste aspecto, o 
indivíduo necessitado poderá fazer uso do benefício com base na renda mensal 
familiar, que tem por referência per capta a ¼ (um quarto) do salário mínimo. 
Quanto a condição de "deficiência", cumpre, agora, a realização sua análise, 
previsto na LOAS. Conforme dispõe o art. 20§ 2º, da Lei 8.742/93: 
 
"Art. 20 (...) § 2º Para efeito de concessão deste benefício, 
considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de 
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em 
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e 
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas." 
O Enunciado da Súmula 29 da TNU estabeleceu que “Para os efeitos do 
art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida 
independente não é só aquela que impede as atividades mais elementares 
da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao próprio sustento.” 
 
Cumpre esclarecer que a Assistência Social finalmente pode ser efetivada 
no Brasil, graças a promulgação da Constituição Federal de 1988, a 'Constituição 
Cidadã', que tem como um dos fundamentos a dignidade da pessoa humana, 
sendo o Benefício de Prestação Continuada principal vetor para a efetivação da 
Assistência Social, e que viabiliza toda uma política assistencialista que necessita 
a ser exercida pelo Estado Brasileiro, diante da sua latente desigualdade 
socioeconômica que, em algumas regiões do país, é demasiadamente 
preocupante. (LEITE, 2013). 
 
 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL 
 
 
PAIF foi concebido a partir do reconhecimento que as vulnerabilidades e riscos 
sociais, que atingem as famílias, extrapolam a dimensão econômica, exigindo 
intervenções que trabalhem aspectos objetivos e subjetivos relacionados à função 
protetiva da família e ao direito à convivência familiar. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104422/lei-da-assist%C3%AAncia-social-lei-8742-93
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11356438/artigo-20-da-lei-n-8742-de-07-de-dezembro-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11356378/par%C3%A1grafo-2-artigo-20-da-lei-n-8742-de-07-de-dezembro-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104422/lei-da-assist%C3%AAncia-social-lei-8742-93
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
17 
 
O PAIF teve como núcleo anterior o NAF - Programa Núcleo de Apoio à Família 
e o PNAIF - Plano Nacional de Atendimento Integrado à Família. No ano de 2004, o 
MDS- Ministério do Desenvolvimento Social. Realizou o aprimoramento desta 
proposta, com a concepção do PAIF- Programa de Atenção Integral à Família. 
Neste mesmo ano, com a liberação do decreto 5.085 da Presidência da 
República, esse sistema de atenção transformou-se em “atenção continuada de 
Assistência Social”, no qual passar a receber financiamento do Governo Federal. 
A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, juntamente com o PAIF 
passou por uma renomeação, sendo denominado Serviço de Proteção e 
Atendimento Integral à Família, mas preservou a sigla PAIF. Fortalecendo o conceito 
de ação continuada, constituída em 2004, através da Lei no Art. 23 da Lei Orgânica 
de Assistência Social – LOAS. 
Nessa gerência, o PAIF consolida o comparecimento e a responsabilidade do 
poder público e reafirma a perspectiva dos direitos sociais, constituindo-se em um 
dos principais serviços que compõem a rede de Proteção Social de Assistência 
Social, que vem consolidando no país de modo descentralizado e universalizado, 
permitindo o enfrentamento da pobreza, da fome e da desigualdade, assim como, a 
redução da incidência de riscos e vulnerabilidades sociais que afetam famílias e 
seus membros. (CADERNO DE ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO PAIF, 2012). 
Constituem usuários do PAIF as famílias territorialmente referenciadas ao 
CRAS, em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, do precário ou 
nulo acesso aos serviços públicos, da fragilização de vínculos de pertencimento e 
sociabilidade e/ou qualquer outra situação de vulnerabilidade e risco social. São 
prioridades as seguintes situações consideradas de maior vulnerabilidade social: 
 
As Famílias que convivem em territórios com acesso dificultado ao setor de 
saúde, à educação e aos demais direitos, especialmente com famílias chefiadas por 
mulheres, com filhos ou dependentes; 
Indivíduos recém-chegados ao território, sem parentesco comunitário local, 
com restrita rede social e sem acesso a serviços e benefícios socioassistenciais; 
Também se destina a famílias em situação de moradia precária sem 
saneamento básico adequado, espaço mínimo de convivência social domiciliar, em 
áreas de risco ambiental considerado de calamidade pública; 
18 
 
Indivíduos que habitam em território de conflito, sem instalações próprias, 
prioritárias a vida humana, dentro deste grupo pode-se destacar os ciganos, 
indígenas, extrativista, dentre outros; 
Famílias que convivem com a discriminação étnico-raciais e culturais, etárias, 
de gênero, por escolha sexual, por deficiência e outras; 
Usuários que residem em áreas violentas com forte presença do crime 
organizado, como o trafica de drogas e a prostituição; 
Indivíduos em situação de enfrentamento do desemprego, sem renda fixa 
com dificuldades para prover o sustento dos seus familiares; 
Crianças que são submetidas aos cuidados dos irmãos maiores, ou deixadas 
sozinhas na residência, dependendo de auxílio da vizinhança; 
 Usuários que dependem de atenção e cuidado especializado, como no caso 
de dependentes com problemas relacionado a saúde mental ou doentes crônicos. 
Lembrando que nem todas as famílias do território de abrangência dos CRAS 
e que vivenciam tais situações precisam ser obrigatoriamente inseridas no PAIF, 
sempre respeitando o desejo familiar. 
 
1) SEGURANÇAS PÚBLICAS 
No que se refere as seguranças pela Política Nacional de Assistência Social, 
elas se adequam em cinco classificações. 
 
 
a) SEGURANCA SOCIAL 
 
 As mesmas são espaços públicos para atendimento ao serviço prioritário as 
condições territoriais de grande vulnerabilidade social, que oferecem escuta 
profissional, informação, referência, concessão de benefícios, de aquisições 
materiais, sociais e socioeducativas. 
 
 
b) SEGURANCA SOCIAL DE RENDA 
 
 
19 
 
Operação realizada através da concessão de Benefícios de Prestação 
Continuada da Assistência Social – BPC, dentro dos critérios da lei, para cidadãos 
que não se enquadram no sistema contributivo de proteção social, que apresentem 
dificuldades ou incapacidades para uma vida independente, no qual possa manter 
seu sustento. 
 
 
c) SEGURANCA DE CONVIVIO FAMILIAR E COMUNITARIO 
 
 
Rede de atenção continuada que garante oportunidades e ação profissional 
para: construção, restauração e fortalecimento de laços de pertencimento (de 
natureza geracional, intergeracional, familiar, de vizinhança e interesses comuns e 
societários); exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais e de projetos 
pessoais e sociais de vida em sociedade; 
 
 
d) SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA 
 
 
Refere-se ao desenvolver da autonomia do indivíduo, da família e da 
sociedade, tem que como objetivo o desenvolvimento de capacidades e habilidades 
para o exercício do protagonismo e da cidadania; a conquista de maior grau de 
liberdade, respeito à dignidade humana, a conquista de maior grau de 
independência pessoal e qualidade nos laços sociais para os cidadãos sob 
contingências e dificuldades; 
 
 
e) SEGURANÇA DE SOBREVIVÊNCIA 
 
 
Provisão de acesso estatal, em caráter transitório, de auxílios em bens 
materiais e em dinheiro, denominados de benefícios eventuais para indivíduos e 
20 
 
famílias em risco e vulnerabilidades circunstanciais e noscasos de calamidade 
pública. (BRASIL, 2012). 
Sobre como ter acesso às ações do PAIF são quatro as formas de acesso ao 
PAIF descritas pela Tipificação. Destaca-se dentre tais formas de acesso à busca 
ativa, pois é por meio dela que o PAIF consegue operacionalizar de modo mais 
efetivo a sua função protetiva e preventiva nos territórios, visto que é capaz de 
antecipar a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social e não somente 
reagir passivamente às demandas apresentadas pelas famílias. (Tipificação 
Nacional de Serviços Socioassistenciais). 
 
• Por procura espontânea; 
• Por busca ativa; 
• Por encaminhamento da rede socioassistencias; 
• Por encaminhamento das demais políticas públicas. (BRASIL, 2012). 
São as seguintes as diretrizes metodológicas para o trabalho social com 
famílias do PAIF: 
 
• Fortalecer a assistência social como direito social de cidadania; 
• Respeitar a heterogeneidade dos arranjos familiares e sua diversidade 
cultural; 
• Rejeitar concepções preconceituosas, que reforçam desigualdades no 
âmbito familiar; 
• Respeitar e preservar a confidencialidade das informações repassadas 
pelas famílias no decorrer do trabalho social; 
• Utilizar e potencializar os recursos disponíveis das famílias no 
desenvolvimento do trabalho social; 
• Utilizar ferramentas que contribuam para a inserção efetiva de todos os 
membros da família no acompanhamento familiar. (BRASIL, 2012). 
Conforme explicado anteriormente, compreende-se a importância que a 
ações do PAIF, estejam vinculadas junto as experiências vivenciadas pelas famílias. 
Portanto, ao coloca-las em pratica, cabe refletir sobre cada situação familiar a que 
se destina a ação programada. 
A fim de alicerçar o método de prevenção e proteção do sistema do PAIF, 
tanto no atendimento como no acompanhamento das famílias em vulnerabilidade, 
21 
 
afirma-se a necessidade de uma gerência organizacional do Trabalho Social, 
planejando cada detalhe que compõe essa organização: avaliação, planejamento, 
monitoramento e direção. 
Para uma reflexão mais apurada sobre o fazer profissional, usa-se certas 
diretrizes teórico-metodológicas qualificado, comprometido e ético, que devem ser 
observadas no desempenhar do trabalho social com famílias na esfera do PAIF. 
A materialização do trabalho social com os usuários se faz por meio de ações 
quer tendem a acolher e dar resolutividade, tornando fundamental para o 
enfrentamento desta demanda. 
A descentralização e territorialização do SUAS, estabelece essa função com 
exclusividade da Instituição do CRAS, que tem por meta o cuidado na prevenção 
juntamente com ofertas serviços socioassistenciais às famílias em situação de 
vulnerabilidade social. Fazendo parte desse serviço estão: a busca ativa, a 
articulação da rede socioassistencias de Proteção Social Básica referenciada ao 
CRAS e a promoção da articulação intersetorial. Perante essas demandas o 
Assistente Social atua em projetos e ações nas mais diversificadas intervenções e 
enfrentamento das problemáticas. 
 É importante ressaltar que está estritamente vinculada às demandas 
construídas e produzidas no bojo das relações sociais de produção da sociedade 
capitalista, sendo o enfrentamento das expressões da questão social é assumido 
pelo Estado. A Assistência Social, desde a gênese do Serviço Social, tem sido um 
importante campo de trabalho dos assistentes sociais, sendo importante enfatizar 
que: 
 
O assistente social ingressa nas instituições empregadoras como parte de 
um coletivo de trabalhadores que implementa ações institucionais, cujo 
resultado final é fruto de um trabalho combinado ou cooperativo, que 
assume perfis diferenciados nos vários espaços ocupacionais. Também a 
relação que o profissional estabelece com o objeto de seu trabalho -, as 
múltiplas expressões da questão social, tal como se expressam na vida dos 
sujeitos com os quais trabalha, dependem do prévio recorte das políticas 
definidas pelos organismos empregadores, que estabelecem demandas e 
prioridades a serem atendidas (IAMAMOTO, 2012, p. 421). 
 
As ações do serviço de Proteção e Atendimento Integral as famílias - PAIF, 
objeto desta pesquisa, são: acolhida; oficinas com famílias; ações comunitárias; 
ações particularizadas; encaminhamentos. 
 
22 
 
Diante do exposto é que se questiona: como se desenvolve a atuação do 
assistente social junto ao PAIF do CRAS IV da cidade de Lages SC? 
 
 
 
 3.1 HISTÓRICO DA ENTIDADE 
 
 
Nome da Organização: CRAS IV – Mercedes Darodda Varela 
Data de constituição: 01.07.2008 
CNPJ: 13.668.709/0001-01 Data de inscrição no CNPJ: 31/12/1996 
Endereço: Eclair Padre Ludovico Kuck, snº 
Cidade/UF: SC Bairro: Tributo CEP: 88521-007 
Telefone: 49-3019-7487 site/e-mail: lagescras4@yahoo.com.br 
Horário de funcionamento: 08:00 às 18:00 
Dias da semana: Segunda a Sexta 
 
 
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a porta de entrada da 
Assistência Social. Trata-se de uma unidade pública municipal, integrante do SUAS, 
localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado 
à prestação de serviços socioassistenciais de proteção social básica às famílias e 
indivíduos, e à articulação destes serviços no seu território de abrangência, e uma 
atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a proteção social. 
O Centro de Referência em Assistência Social – CRAS IV – Mercedes 
Darodda Varela foi fundado em 01 de Julho do ano de 2008, localizado na Rua 
Eclair Padre Ludovico Kuck, snº no Bairro Tributo. 
A escolha de seu nome se deu através de reunião realizada com lideranças 
locais e comunidade no dia 07/02/2014 onde os nomes selecionados para votação 
foram: Manoel Bernadete de Lima que recebeu 03 votos, Mercedes Darodda da 
Silva recebeu 23 votos e Ivo Morgeinsten recebeu 02 votos. A Sra. Mercedes foi 
uma liderança comunitária reconhecida por prestar serviços de forma voluntária a 
comunidade dos bairros vizinhos ao CRAS IV. 
mailto:lagescras4@yahoo.com.br
23 
 
O CRAS, enquanto instituição realiza ofertas de serviços na Proteção Social 
Básica, que possui como público alvo as pessoas em situações de risco social, 
decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos 
serviços públicos, dentre outros) e/ou fragilização de vínculos afetivos - relacionais e 
de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por 
deficiências, dentre outras). 
A Proteção Social Básica tem como porta de entrada do Sistema Único da 
Assistência Social os Centros de Referência de Assistência Social - CRAS. 
 
Serviços Ofertados: 
 
SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIA - PAIF 
Ofertado necessariamente no CRAS, de caráter continuado, com a finalidade de 
fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura de seus vínculos e a 
violência no âmbito de suas relações, garantindo o direito à convivência familiar e 
comunitária. 
 
SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS. 
 
De caráter preventivo e proativo, realizado em grupos, de modo a garantir 
aquisições progressivas aos seus usuários, de acordo com seu ciclo de vida. 
Destina-se a crianças, adolescentes, idosos em situação de vulnerabilidade. 
 
IDENTIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO PARA EXECUÇÃO DO SERVIÇO 
 
 
O CRAS IV – Mercedes Darodda Varela está localizado no bairro tributo, e 
sua área de abrangência conta com o atendimento dos seguintes bairros: 
Guadalajara, Jardim Celina, Pisani, Tributo (loteamento Cristal e Vila Esperança), 
Guarujá (loteamento Morada do Sol e Condomínio Moradas Lages), Bates, Índios 
localidades de: Cadeados, Lambedor, Macacos, Potreiros, Rancho de Tábuas e 
Três Árvores. Possuímos na data de hoje 05/06/2020 o total de 4.300 famílias 
24 
 
cadastradas sendo destas 88 em situação de acompanhamento pelas equipestécnicas do PAIF. 
 
3.2 Recursos humanos que atuam no serviço 
 
 
Nome Cargo Escolaridade Carga horária 
semanal 
Vinculo: 
Efetivo/ 
Celetista 
1 Psicóloga/Coordenadora 
Efetiva 
Pós 
Graduação 
Completa 
30h Efetivo 
1 Aux. Administrativo Superior 
(Cursando) 
40h Efetivo 
1 Assistente Social Pós-
Graduação 
(Cursando) 
30h Efetivo 
1 Psicólogo Superior 
Completo 
30h Contratado 
1 Serviços Gerais Ensino Médio 
Completo 
40h Efetivo 
1 Educadora Social Superior 
Completo 
40h Contratada 
1 Assistente Social Superior 
Completo 
30h Contratada 
 
 
4 JUSTIFICATIVA 
 
O empenho no estudo dessa área de atuação, começou pelos olhares 
diferenciados perante a realidade, em decorrência da experiência vivenciada no 
campo de estágio do CRAS IV, onde se teve o contato inicial com o Serviço de 
25 
 
Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, tendo como oferta destes 
serviços em todas as unidades do CRAS. 
O PAIF é essencial para a proteção básica de Assistência Social, uma vez 
que assegura espaços de convívio, informa e garante acessos aos direitos 
socioassistenciais, contribui para a gestão intersetorial local, para o desenvolvimento 
da autonomia, o empoderamento das famílias e ampliação de sua capacidade 
protetiva. Destaca-se a importância do Assistente Social dentro do CRAS/PAIF. 
O CRAS IV da cidade de Lages SC, tem como público alvo para atendimento, 
os usuários e famílias que se encontram em algum nível de vulnerabilidade social e 
que reside no território de abrangência, caracterizados pelos seguintes bairros: Vila 
Esperança, Índios, Cristal, Moradas do Sol, Nossa Senhora Aparecida, CDL, Jardim 
das Camélias, Jardim Celina, Restinga Seca, Guadalajara, Guarujá, Interior, Bates, 
Pisani, Tributo. Refere-se ainda o público prioritário: famílias beneficiárias de 
programas de transferência de renda e aquelas que atendem os critérios de 
elegibilidade a benefícios assistenciais; Famílias em situação de vulnerabilidade em 
decorrência de dificuldades vivenciadas por algum de seus membros; Pessoas com 
deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situações de vulnerabilidade e risco 
social. 
Na cidade de Lages SC até a presente data temos oito Centros de Referência 
de Assistência Social, cada um com sua abrangência, sendo CRAS I, Jandira 
Amorim, localizado no Bairro Popular, CRAS II, Maria Aparecida Gomes, localizado 
no Bairro Centenário, CRAS III, Eliane Aparecida Melo, localizado no Bairro da 
Penha, o CRAS IV, localizado no Bairro Tributo, CRAS V, João Machado Nogueira, 
localizado no Bairro Santa Mônica, CRAS VI Adão de Morais, localizado no Bairro 
Bela Vista, CRAS VII localizado no Bairro conta Dinheiro, e por fim o CRAS VIII 
localizado nos Bairros São Pedro/ Gralha Azul. 
Assim, no CRAS encontra-se uma equipe interdisciplinar, composta de vários 
saberes profissionais, estes atuam na oferta da proteção social básica, a partir do 
atendimento às demandas dos usuários, exigindo desses uma intervenção sensível 
e qualificada. 
A política de Assistência Social atualmente tem um caráter de avanço na 
perspectiva da cidadania, no campo dos direitos sociais, que se expressa no 
cotidiano da população que busca atendimento. Para alguns estudiosos, as diversas 
multirefrações da “questão social” nem sempre foi compreendida no campo dos 
26 
 
direitos sociais. A configuração da categoria “assistência”, em seu marco histórico, 
passou por entendimento direcionado na filantropia, na benevolência, no favor e não 
no reconhecimento enquanto conjunto fundante da ampliação de cidadania. 
 Para tanto, entende-se que é necessária a leitura desta realidade, a qual 
possibilita a compreensão da totalidade, a fim de fazer uma análise reflexiva, com 
teor que favoreça o aprendizado do que se pretende alcançar. A categoria de 
totalidade significa que a realidade objetiva é um todo coerente em que cada 
elemento se encontra interligado entre si de maneira completamente diversa, mas 
sempre determinadas em realidades concretas. (IAMAMOTO, 2012). 
 
5 OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
5.1 OBJETIVOS GERAL 
 
. Descrever a atuação do Assistente Social junto ao PAIF do CRAS IV da 
cidade de Lages SC. 
 
 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 - Descrever a atuação da assistente social dentro da política pública de 
assistência social; 
- Analisar os princípios constitucionais que fundamentam o benefício de 
Prestação Continuada. 
- Identificar as situações de vulnerabilidades e riscos sociais das famílias em 
acompanhamento. 
- Descrever a superação das vulnerabilidades sociais enfrentadas e a 
conquista da autonomia da pessoa com deficiência e da pessoa idosa. 
 
6 METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
Esta pesquisa é do tipo bibliográfico e documental. A pesquisa bibliográfica 
se caracterizou pela busca de referencial teórico para fundamentar a abordagem. 
27 
 
As fontes foram publicações científicas dos bancos de dados disponíveis na Internet, 
também em livros e revistas que abordam o tema. 
A pesquisa documental consistiu na pesquisa de informações uteis para a 
pesquisa, realizada nos documentos disponíveis na instituição. As informações 
selecionadas foram registradas em diário de anotações e são apresentadas na 
construção do presente Trabalho de Conclusão de Curso. 
 
 
7 ANALISE DOS DADOS DA PESQUISA 
 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
 
PRINCIPAIS VULNERABILIDADES DO TERRITÓRIO (Diagnóstico). 
 
 
No ano de 2020 tendo como base os dados encaminhados à Vigilância 
Socioassistencial através do RMA - Relatório Mensal de Atendimentos, identificou-se 
através do perfil das famílias em acompanhamento PAIF – Serviço de Proteção e 
Atendimento Integral as Famílias, situações de conflito familiar em decorrência do 
uso de substâncias psicoativas, violência doméstica, idosos em situação de 
vulnerabilidade e risco social, evasão e defasagem escolar, deficiência mental e 
intelectual de alguns participantes do Serviço de convivência e fortalecimento de 
vínculos - SCFV, idoso em situação de abandono e risco, situações de vivência de 
violência e/ou negligência em sua grande maioria algumas situações de trabalho 
infantil e gravidez na adolescência, crianças em situação de acolhimento, (Dados 
RMA do ano de 2020). 
 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS 
 
O trabalho social com famílias do PAIF é materializado por meio de ações que 
convergem para atender determinado objetivo. 
28 
 
As ações do PAIF podem ser planejadas e avaliadas com a participação das 
famílias usuárias, das organizações e movimentos populares do território, visando o 
aperfeiçoamento do Serviço, a partir de sua melhor adequação às necessidades 
locais, bem como o fortalecimento do protagonismo destas famílias, dos espaços de 
participação democrática e de instâncias de controle social. 
Dentre as atitudes do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – 
PAIF: Acolhimento, trabalhos em grupo, ações comunitárias e individuais e 
encaminhamentos. 
Ações comunitárias consistem em medidas, que consolidam o trabalho social 
com famílias do PAIF, têm por desafio materializar os objetivos do Serviço. 
Considerando esse aspecto, associamos a realização dessas atuações ao resultado 
almejado, realizando avaliações e questionamentos para garantir a sua eficácia. 
 Como forma de avaliações, o PAIF – O Serviço de Proteção e Atendimento 
Integral à Família, segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 
possui elementos a serem considerados ao se estabelecer o cuidado acolhedor, o 
planejar das oficinas com as famílias, o auxilio sobre as ações particularizadas e das 
análises dos impactos de uma ação comunitária ou de um encaminhamento. 
Os estudos de caso possibilitam a definição e estruturação de estratégias que 
visem a superação da situação apresentada, prevendo encaminhamentos, inserção 
nas ações do PAIF, articulação intersetorial, entre outros. 
 Sobreos procedimentos necessários para viabilizar o trabalho social com 
famílias: A equipe de referência do CRAS precisa buscar estratégias que 
possibilitem a participação das famílias nas ações do PAIF, podemos citar: os 
responsáveis familiares que possuem crianças pequenas em casa e não têm com 
quem deixá-las. Neste caso, pode-se organizar uma atividade lúdica para as 
crianças pequenas, sob a responsabilidade de um orientador social do CRAS, 
enquanto seus responsáveis participam de alguma das ações do PAIF. A equipe de 
referência busca formar uma rede de apoio social, facilitando aos familiares, que 
exercem o papel de cuidador de pessoas com deficiência, idosas ou pessoas com 
doenças crônicas dependentes, possibilitando na participação das ações ofertadas 
no CRAS, enquanto outro responsável ou cuidador social, auxilia nos cuidados a 
essa demanda. 
 
7.3 RESULTADOS DA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL 
29 
 
 
O Assistente Social no seu fazer profissional utiliza vários instrumentos 
técnicos operativos do Serviço Social, como entrevistas, análises sociais, relatórios, 
levantamento de dados, encaminhamentos, visitas domiciliares, pareceres sociais, 
contatos institucionais, entre outros. 
O assistente social é responsável por fazer uma análise da realidade social 
para poder intervir para melhorar as condições de vida do usuário. Nessa 
perspectiva, o Assistente Social assume o papel de articular as necessidades 
humanas com as políticas sociais, o que se dá através de diferentes ações. 
 
a) ACOLHIMENTO 
 
O ato acolhedor constitui na ação essencial do PAIF, pois é quando ocorre o 
início do vínculo entre o Serviço e a família, nesse momento o profissional busca 
compreender as inúmeras facetas das demandas e vulnerabilidades apresentadas 
pelos usuários, considerando que cada família deve ser envolvida como um todo, 
acolhendo o máximo de membros possíveis, respeitando suas narrativas, emoções 
ou sentimentos relatados pelos membros atendidos ou apreendidos pelos 
profissionais responsáveis pela acolhida. Esses relatos e percepções favorecerão a 
reflexão sobre a relação da família com o território, sua rede de apoio acessa a 
serviços, potenciais comunitários e dos membros pertencentes a esse grupo familiar. 
É nesse momento que o técnico utilizará instrumentais de coleta e registro de 
informações, como por exemplo, entrevistas, análise socioeconômica, estudo social 
e o prontuário da família. Estudo Social - análise tecnicamente qualificada sobre a 
família, determinante para explicitar a necessidade de inserção da família no 
atendimento ou no acompanhamento familiar. Neste momento, os profissionais 
responsáveis deverão, em conjunto com as famílias: enumerar as situações de 
vulnerabilidade social vivenciadas, buscando compreender suas origens e 
consequências; identificar as potencialidades e recursos que as famílias possuem; 
identificar/reconhecer as características e especificidades do território que 
influenciam e/ou determinam as situações de vulnerabilidade vivenciadas pelas 
famílias. 
 
30 
 
Na acolhida, o profissional deve responsabilizar-se pela resposta às 
demandas e vulnerabilidades apresentadas pela família usuária, buscando, 
dessa forma, ampliar o caráter protetivo do trabalho realizado. 19 A acolhida 
deve ser pautada no respeito à dialogicidade e autonomia das famílias. Desta 
forma, o técnico precisará considerar a disponibilidade destas para responder 
às perguntas da equipe técnica ou para participação nas ações do PAIF. A 
atitude dos profissionais, nesse momento, deve expressar o dever do Estado 
em proteger e garantir o acesso das famílias aos serviços. Assim, as famílias 
não podem sentir-se intimidadas ou tuteladas no processo de acolhida ao 
Serviço. Caracterizada como o contato inicial com o PAIF, a acolhida deve ser 
cuidadosamente planejada, para que as famílias sintam-se respeitadas e 
apoiadas, reconhecendo o Serviço como um direito. Nessa direção, a 
acolhida é essencial para que as famílias compreendam o PAIF como um 
serviço de referência para o seu atendimento e acompanhamento no 
território. (Brasil, 2012, p.55) 
 
O acolhimento social pode ser realizado em quaisquer ambientes, tanto com 
visitas domiciliares ou na instituição do CRAS, garantindo um pesco acolhedor 
adequado, onde possa propor o bem-estar familiar onde as mesmas possas sentir-
se confortáveis e respeitadas para colocarem a suas questões. 
Considerando as variáveis maneiras de acolhimento, pode-se levar em 
consideração, que, quando o usuário não possui meios de locomoção ou não 
concordam em procurar a instituição do CRAS, os profissionais, podem deslocar-se 
até o domicílio, dando preferência as famílias com crianças, adolescentes ou jovens 
de até 18 anos com deficiência, beneficiários do BPC e fora da escola. 
 
 
b) TRABALHO EM GRUPO FAMILIAR 
 
Oficinas de família é outro método de ação do PAIF, onde tem como objetivo 
instigar a reflexão sobre o assunto a ser trabalhado na questão familiar, levando em 
consideração as vulnerabilidades da família, e alimentando suas potencialidades, 
para fortalecer o vínculo familiar. Possibilitando o entrosamento dos usuários, na 
procura pela resolutividade das problemáticas a serem trabalhadas com a finalidade 
de promover a mudança necessária para a autonomia, na prevenção de ocorrências 
de risco social. 
A partir disto, acontece a priorização de trabalhar com o responsável familiar, 
pois este integrante tem maior possibilidade de intervir diretamente aos obstáculos 
da proteção familiar, sem configurar a ele a sobrecarga ou a culpa. Sendo assim, as 
31 
 
oficinas em grupo familiar podem sensibilizar os integrantes quando a distribuição de 
responsabilidades, a fim de estimular o redirecionamento das obrigações. 
 É necessário realizar o registro das informações de cada encontro realizado, 
dados que são importantes para a avaliação da efetividade da ação do PAIF e seu 
aprimoramento, bem como para a devolutiva que os profissionais deverão fazer no 
encerramento das atividades da oficina. 
A opção pela utilização de ações particularizadas no atendimento às famílias 
deverá ocorrer em casos extraordinários e tem por princípio conhecer a dinâmica 
familiar mais profundamente e prestar um atendimento mais específico à família, 
como nos casos: de suspeita de situações de violação de direitos, entendimento e 
enfrentamento das causas de descumprimentos reiterados de condicionalidades do 
Programa Bolsa Família, beneficiários do BPC de 0 a 18 anos fora da escola e 
demais situações que pressupõem sigilo de informações e que podem gerar 
encaminhamento para a Proteção Social Especial ou para o Sistema de Garantia de 
Direitos. As ações particularizadas não preveem encontros periódicos, ao contrário 
do acompanhamento particularizado. 
 
É fundamental o planejamento das ações a serem realizadas no âmbito do 
PAIF, associando-as aos seus objetivos. O atendimento particularizado a uma 
família buscará atingir as finalidades do Serviço e não somente resolver o 
“caso” ou o “problema” de determinada família. As ações particularizadas não 
podem ser confundidas com atendimento psicoterápico. Conforme 
normatizado pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, o PAIF 
não possui caráter terapêutico22. As demandas em saúde mental devem ser 
encaminhadas para a rede intersetorial. (BRASIL, 2012. p. 23) 
 
 
A Ação Particularizada Domiciliar é o processo de atendimento individualizado 
prestado à família em sua unidade domiciliar. Essa forma de atendimento deve ser 
utilizada em situações específicas, nas quais a família, em especial o responsável 
familiar, apresenta dificuldades em comparecer ao CRAS por vulnerabilidades 
diversas. O deslocamento até o domicílio da família possibilita conhecer a realidade 
dos territórios, as formas de convivência comunitária, arranjos familiares - rol de 
informações muito importantespara adequar as ações do PAIF para o alcance do 
seu caráter preventivo e protetivo. O atendimento a domicilio deve ser uma 
estratégia utilizada com o intuito de aprofundar as intervenções que não são viáveis 
no coletivo, a fim de movimentar as redes sociais de apoio à família. 
32 
 
 Nos casos em que se identifiquem membros das famílias com dificuldade de 
locomoção permanente ou que vivenciam outras situações que os impeçam de 
comparecer ao CRAS, é importante também documentar as dificuldades enfrentadas 
para auxiliar nas discussões e reflexões sobre a superação de obstáculos, para o 
aperfeiçoamento e operacional do PAIF. 
Lages- SC, cidade onde está inserido o campo de estágio aqui relatado 
(CRAS – IV) possui uma normativa editada em 2018 a qual inserimos nesta parte do 
estudo, dando uma visão geral do funcionamento do serviço social. 
 
 
7.3.1 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AO PAIF NO CRAS IV DE 
LAGES SC 
 
 As famílias incluídas no PAIF do CRAS IV foram inseridas através de uma 
análise realizada pela equipe técnica, Assistente Social/Psicólogo, considerando a 
situação de vulnerabilidade ou risco social de cada família. 
Com as famílias inseridas no acompanhamento é possível o Assistente Social 
realizar atendimentos pontuais referentes as potencialidades e recursos das 
famílias, observando e levando em conta as características do nosso território a qual 
possui forte influência das situações de vulnerabilidade. 
O Assistente Social que acompanha as famílias inseridas no PAIF, tem a 
missão de trabalhar com as famílias diversas questões. 
Começando lá do princípio quando a família chega para atendimento no CRAS, ou 
na realização da busca ativa, domicilio, o Assistente Social faz a escuta qualificada 
da demanda da família e os demais membros. Realizando então a um diagnóstico e 
identificando a demanda trazida pelos mesmos, é realizado a mobilização e 
sensibilização da família para os encontros/oficinas, são realizados, visitas 
domiciliares, atendimentos particularizados, relatórios, parecer social a inclusão dos 
usuários em programas sociais entre outros ofertados no CRAS IV. 
As questões a serem trabalhadas nos atendimentos específicos à família bem 
como usuários acompanhados pelo Assistente Social do PAIF, especificamente na 
Política de Assistência Social, é de suma importância porque provocará um efeito 
para além do social, atuando no campo do conhecimento quando orientados 
33 
 
sobre seus direitos e onde buscá-los, comportamentos, cultura e outros bens, para 
além daqueles objetivos, mas também subjetivos, interferindo na vida dos sujeitos. 
Cabe ressaltar que o Assistente social para estar à frente desse trabalho de 
acompanhamento, sendo a referência da família dando suporte e orientações sobre 
suas demandas, é preciso ser um profissional culto, crítico e capaz de formular, 
recriar e avaliar propostas que apontem para a progressiva democratização das 
relações sociais junto aos usuários. Exige-se, para tanto, compromisso ético – 
político com os valores democráticos e competências teórico - metodológica 
utilizando da teoria social crítica em sua lógica para explicação da vida social. 
 
 
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Os encaminhamentos são os processos de orientação e direcionamento das 
famílias, ou algum de seus membros, para serviços e/ou benefícios 
socioassistenciais ou de outros setores. Tendo por finalidade o acesso aos direitos e 
a cidadania. Para que se efetive os atendimentos as famílias, faz-se necessário o 
primeiro encaminhamento da equipe técnica do CRAS, por meio de documentos e 
formulários, mantendo contatos posteriores com as unidades para o qual foi 
encaminhado. 
O documento para encaminhamento, deve descrever o usuário encaminhado, 
contendo dados como a unidade a que pertence e para qual será destinada, 
contendo a causa da conduta e a identificação do profissional que referenciou. 
Destaca-se que os encaminhamentos aos Serviços de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos devem ser realizados a partir da premissa de que tais 
serviços complementam o trabalho social com famílias em situação de 
vulnerabilidades. Nesse sentido, os Serviços de Convivência são respostas às 
necessidades identificadas no território e devem ser planejados de modo a 
materializar um percurso com objetivos a serem alcançados. Portanto, a inserção de 
usuários nos Serviços de Convivência deve ser uma prerrogativa do PAIF, 
garantindo o funcionamento da Proteção Social Básica do SUAS e contribuindo na 
materialização de uma rede de proteção social nos territórios. Para viabilizar a 
Gestão Territorial da PSB do território pelo CRAS, o gestor municipal, ou do DF, de 
Assistência Social deve garantir o estabelecimento dos fluxos de encaminhamentos, 
34 
 
organizando e facilitando o acesso às informações referentes aos serviços que 
compõem a rede de proteção social nos territórios - que não dependam mais da 
troca de informações entre profissionais de modo improvisado. (BRASIL, 2009). 
 
 ATENÇÃO AS VULNERABILIDADES SOCIAIS DA PESSOA IDOSA E COM 
DEFICIÊNCIA NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 
Em relação à oferta no domicílio pela Assistência Social, a Portaria nº 
2.854/2000, ao instituir novas modalidades de atendimento à pessoa com deficiência 
e à pessoa idosa, previa o Atendimento Domiciliar, objetivando a ampliação desses 
segmentos, priorizando a família e incentivando ações que favorecessem a 
autonomia e a independência dos indivíduos envolvidos. 
A partir de 2005, com a implementação do SUAS e a aprovação da 
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (2009), garante a oferta de 
proteção social no ambiente do domicílio, as pessoas idosas ou com deficiência. no 
âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial. 
A oferta no domicílio propõe aos beneficiados que, provisoriamente ou por 
longo período, que apresentam restrições ou impedimento ao acesso à rede 
socioassistencias, possam fortalecer os vínculos sociais, melhorar a qualidade do 
cuidado familiar, ampliar o acesso a direitos e estimular a autonomia e a participação 
social dos usuários e de seus tutores. As limitações podem estar incluídas à 
situação de cuidadores, ou pessoas com mobilidade reduzida ao ambiente 
domiciliar. 
A atuação do cuidador social de nível médio, que presta auxilio a pessoas 
com deficiência tem proteção na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). 
Cabe ressaltar para o fato de que o ato de cuidar não caracteriza o cuidador 
de pessoas idosas ou de pessoas com deficiência como um profissional de saúde, 
por isso não cabe a este executar procedimentos técnicos que sejam de 
competência dos profissionais da saúde, tais como: aplicações de injeções, 
curativos complexos, instalação de soro, colocação de sonda, etc. (SAS/MS, 2009, 
p.10).” Também ao cuidador social previsto no SUAS não cabe executar 
35 
 
procedimentos de competência dos profissionais da saúde, para isso, é importante 
observar as atribuições contidas na Resolução do CNAS mencionada acima. 
Nesse sentido, a presença de cuidadores sociais nas ofertas no ambiente do 
domicílio, em acordo com o perfil dos usuários, sob a orientação de profissionais de 
nível superior, deve favorecer a promoção de atividades de suporte ao cuidador (a) 
familiar nas atividades de cuidados básicos, essenciais para a vida diária, e 
instrumentais, de autonomia e participação social dos usuários, a partir de diferentes 
formas e metodologias, assim como o acesso à informação e a serviços no território, 
contribuindo para o usufruto de direitos sociais. 
São utilizadores do serviço, os indivíduos com deficiência, independente da 
faixa etária e para pessoas idosas acima de 60 anos, que vivem situação fragilizada 
no convívio familiar e sociais e/ou pela ausência de acesso a possibilidades deinclusão, autonomia, independência, segurança, usufruto de direitos, de participação 
plena e efetiva na sociedade e de processos de habilitação e reabilitação à vida 
diária e comunitária (Resolução CNAS nº 34); Beneficiários do Benefício de 
Prestação Continuada (BPC); Membros de famílias beneficiárias de programas de 
transferência de renda. 
Com relação as situações vulneráveis, podem ser consideradas de maior 
necessidade de atenção, as concomitantes abaixo. Situações que podem 
potencializar as fragilidades de proteção das famílias para a busca ativa se houver 
necessidade. 
 Famílias monoparentais com crianças com deficiência; 
 Famílias com mais de um integrante com deficiência ou com mais de uma 
pessoa idosa, que estejam restritas ao lar. 
 Crianças com deficiências associadas ao Zika Vírus; 
 Famílias cujo cuidador familiar desempenhe sozinho o papel de cuidar da 
pessoa com deficiência e da pessoa idosa, essa condição supõe maior estresse; 
 Famílias no qual o responsável familiar esteja sem condições de manter os 
cuidados da pessoa que necessita de atenção diária. 
 Indivíduos com deficiência e pessoas idosas em situação de isolamento 
social ou com risco de sofrer violência intrafamiliar 
 Pessoas com deficiência e pessoas idosas que moram sozinhas e com 
suporte familiar e social que não supri as necessidades necessárias; 
36 
 
 Pessoas com deficiência severa totalmente dependente cuidados de 
terceiros; 
 Pessoas com deficiência e pessoas idosas com demandas específicas 
associadas às questões de orientação sexual e identidade de gênero (lésbicas, 
gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). 
 Pessoas idosas e pessoas com deficiência que retornaram ao ambiente 
familiar após acolhimento institucional ou familiar, a partir de encaminhamento do 
CREAS; 
 Pessoas com necessidades de cuidados para as atividades da vida diária, 
cujo cuidador principal tenha idade igual ou superior a 60 anos, tenham deficiência, 
que já esteja convivendo com doença grave, ou apresente outras incapacidades 
para oferecer cuidados continuados; 
 Pessoas com deficiência ou pessoas idosas que moram em territórios de 
difícil acesso, em longas distâncias ou sem acesso a transporte adequado para seu 
deslocamento. 
 
RESULTADOS 
 
Alcance dos objetivos do acompanhamento familiar: • Fortalecimento da 
capacidade protetiva da família; • Reconhecimento da função do Estado na garantia 
de ações com foco no aumento da capacidade protetiva das famílias; • 
Fortalecimento dos vínculos comunitários; • Prevenção da ruptura dos vínculos 
familiares; • Potencialização do protagonismo e autonomia das famílias; • Aumento 
da capacidade de organização e atuação das famílias no território; • Promoção do 
acesso a serviços socioassistenciais, transferência de renda, benefícios 
assistenciais e serviços setoriais. (BRASIL, 2012). 
 
Dada a complexidade das situações vivenciadas pelos grupos familiares e o 
caráter intrinsecamente qualitativo de indicadores para mensurar o êxito do 
processo de acompanhamento familiar, já se pode falar em parâmetros 
gerais, tais como: 1. O Estado ofereceu respostas adequadas às demandas 
e necessidades apresentadas pelas famílias; 2. A família cumpriu o 
estabelecido no planejamento de acompanhamento familiar; 3. A família 
avalia que as motivações para o acompanhamento familiar foram 
superadas, com concordância do profissional que a acompanhou; 4. As 
potencialidades e recursos das famílias foram identificados e 
potencializados; 5. Os itens elencados como aquisições esperadas do 
processo de acompanhamento familiar. (Brasil, 2012, p.81). 
 
37 
 
 
 Acompanhar uma família no âmbito do PAIF significa, portanto, trilhar um 
processo de superação de vulnerabilidades e de acesso a direitos. É afiançar a 
segurança das vivencias garantidas pela Política Nacional de Assistência Social – 
estimulando a autonomia, a convivência familiar e social, incentivando do trabalho e 
renda familiar, para concretizar a eficácia da proteção aos direitos do cidadão. 
Zelando para que o cuidado e acompanhamento as famílias atendidas não 
pressuponha uma visão destorcida dos profissionais envolvidos, acerca das 
condições financeiras dos usuários. Ao contrário, devemos enfatizar que o 
acompanhamento é um direito da família e dever do Estado, cujo objetivo é o 
alcance de direitos e, consequentemente, da proteção social. 
 
Os profissionais devem atentar-se para não reproduzir atitudes 
policialescas, julgando comportamento, valores e crenças das famílias. 
Nesse sentido, o foco do acompanhamento familiar deve ser a abordagem 
cidadã e emancipatória, centrada no resgate dos saberes, superação de 
preconceitos, estímulo das potencialidades e enfrentamento dos conflitos 
familiares, de modo a respeitar as crenças e valores das famílias atendidas, 
valorizar o exercício da participação democrática, da tolerância, da 
cooperação, do respeito às diferenças, possibilitando a reflexão crítica sobre 
suas vulnerabilidades e possibilidades, estimulando projetos coletivos, 
desenvolvendo princípios e valores relacionados aos direitos, à cidadania e 
à democracia. 
 
Sobre a superação das fragilidades sociais enfrentadas e a conquista da 
autonomia da pessoa com deficiência e da pessoa idosa, se podem apontar avanços 
no que é refere a garantia de direitos e acompanhamento familiar. Com a Resolução 
do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS nº 9, de 15 de abril de 2014, 
que apontam para as atuações de nível médio e fundamental de orientadores e 
cuidadores sociais, que auxiliam a rede de atendimento, preservando as práticas de 
proteção e cuidado no domicílio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
8 CONCLUSÃO 
 
 
 Durante o desenvolver desse trabalho social com as famílias atendidas pelo 
PAIF e a atuação da Assistente Social, observamos metodologias diferenciadas, 
mas que integram esse contexto. A primeira trata-se da possibilidade de 
atendimento pelo PAIF na instituição do CRAS. Porém, a segunda metodologia 
envolve a escuta, atendimento inicial no PAIF, com o intuito de encaminhar a família 
para a resolução de determinadas demandas. 
 O atendimento do Assistente Social engloba uma escuta acolhedora, 
mantendo a atenção aos detalhes que lhe são passados, transmitindo confiança às 
famílias. No que se refere ao acompanhamento trata-se de estar presente, 
orientando, com o sanar das dúvidas dos usuários, e mostrando os possíveis 
caminhos a serem seguidos. Estando atento aos detalhes sobre a real situação 
familiar, compreendendo suas necessidades, a fim de prestar atenção de forma 
íntegra por parte dos profissionais envolvidos na competência do SUAS. 
O acompanhamento familiar designa-se através de um conjunto de 
segmentos desenvolvidos de forma contínua, para a firmação de compromissos 
entre as famílias e os profissionais, que implica na construção de um Plano de 
Acompanhamento Familiar, encaminhamentos caso necessário, que tem como meta 
a realização das mediações recorrentes, estimulando a superação gradual das 
vulnerabilidades repassadas. 
O acompanhamento familiar do PAIF, assim como os atendimentos realizados 
no âmbito institucional, materializam o trabalho social com famílias e por isso 
consistem em um processo tecnicamente qualificado, executado por profissionais de 
nível superior, com base em pressupostos éticos, diretrizes teórico-metodológicas, 
conhecimento do território e das famílias que ali residem e pode ser: a) 
particularizado, se destinado a somente uma família ou b) em grupo, se dirigido a 
um grupo de famílias que vivenciam situações de vulnerabilidade ou têm 
necessidades similares. 
Com a evolução desse acompanhamento familiar, na percepção das 
melhorias diante das demandas trabalhadas forem superadas, a família em conjunto 
com o profissional, após o processo denominado “avaliação”, podeoptar pelo 
encerramento do acompanhamento familiar, mas esta opção não impede as famílias 
39 
 
de participarem das ações conjuntas realizadas no PAIF, nem impede de continuar 
sendo atendidas pelo Serviço. O acompanhamento não é um processo que visa 
avaliar os usuários, mas sim, sua organização interna, seus modos de vida, sua 
dinâmica de funcionamento. 
Ao contrário, é uma atuação do serviço socioassistencias, com foco na 
garantia das seguranças afiançadas pela política de assistência social e na 
promoção do acesso das famílias aos seus direitos, com vistas ao fortalecimento da 
capacidade protetiva da família, a partir das respostas do Estado para sua proteção 
social. 
No desenvolvimento dessa pesquisa vimos também que o acompanhamento 
familiar exige, portanto, um olhar singular para as composições bastante 
heterogêneas de famílias, uma abordagem adequada e sem preconceitos de novos 
acondicionamentos, bem como reconhecer o papel do Estado no fortalecimento 
destas famílias e na oferta de serviços que ampliem sua capacidade protetiva. Ao se 
iniciar o processo de acompanhamento familiar, é preciso que os profissionais que 
realizam o atendimento tenham em mente que as vulnerabilidades apresentadas 
pelas famílias são expressões de necessidades humanas básicas não satisfeitas, 
decorrentes da desigualdade social. Assim é preciso ultrapassar a lógica do 
atendimento “caso a caso” ou “caso de família”, que vincula a satisfação das 
necessidades sociais à competência individual das famílias. Portanto, é preciso 
redimensionar a lógica do trabalho com famílias na perspectiva dos direitos, 
coletivizando as demandas e reafirmando que o caminho para a concretização da 
cidadania via políticas públicas de responsabilidade do Estado. São acompanhadas 
todas as famílias que aceitam participar do processo de acompanhamento. O 
acompanhamento familiar constitui um direito, portanto, sua participação não deve 
ser de forma forçada pelos profissionais. 
A busca ativa no território de abrangência do CRAS, das famílias em situação 
de vulnerabilidade social, antecede o processo de acompanhamento familiar. 
Situação de acontece mediante as informações repassadas pela Vigilância Social, 
com o objetivo de motivar o comparecimento das famílias ao CRAS ou perante a 
visita domiciliar por um profissional, de modo a identificar, a partir do estudo social, 
quais famílias necessitam e desejam participar do processo de acompanhamento 
familiar. Estudo Social - análise tecnicamente qualificada sobre a situação de 
40 
 
vulnerabilidade social vivenciada pela família, que explicita a necessidade de 
inserção da família no atendimento ou no acompanhamento familiar. 
 O acesso das famílias ao ambiente do CRAS também pode ocorrer por meio 
de demanda livre, onde os próprios usuários procuram a instituição para a 
resolutividade de duas demandas. Após uma escuta inicial, as famílias podem ser 
inseridas no processo de acompanhamento familiar. 
Consistem em diversas formas de acesso ao CRAS, que pode ser realizado 
por meio de encaminhamentos de outra unidade social, podendo ser feito pelas 
escolas, pela saúde ou qualquer outro serviço de prestação. O CREAS, também 
pode repassar em forma de contrarreferência, as famílias ao CRAS, redirecionando 
as mesmas após a constatação da resolutividade da demanda anterior. 
Após a decisão conjunta por parte da família e dos profissionais envolvidos 
sobre a necessidade do acompanhamento familiar, dá-se início aos procedimentos 
inter-relacionados que compõem o acompanhamento de uma família: Durante o 
primeiro contato é o momento no qual os técnicos recebem os usuários, escutam 
suas demandas, necessidades e apresentam os possíveis procedimentos a serem 
manejados, esclarecendo sobre as etapas de participação durante esse processo. 
É a partir desse encontro que se verifica a disponibilidade e preferência da 
família sobre o modo de acompanhamento a ser utilizado, ou seja, se a continuidade 
será realizada em grupo ou individualmente, com a intenção de colaborar com o 
resultado das possíveis respostas, com base nas demandas apresentadas pelas 
famílias. Os recursos territoriais podem ser movidos para auxiliar na superação das 
vulnerabilidades vivenciadas, levando em consideração as estratégias que podem 
ser seguidas conforme o compromisso familiar. 
Com relação a estas etapas de acompanhamento familiar, tem como 
interesse primário incentivar a reflexão das famílias sobre as vulnerabilidades 
enfrentadas, ajudando na superação das fragilidades e colaborando com 
potencialidades. 
Também há devolutivas do profissional sobre as respostas do Estado às 
demandas e vulnerabilidades enfrentadas pelas famílias, com a ampliação de 
espaços de diálogo e participação, aumentando a auto compreensão da realidade 
vivenciada, a partir da promoção do questionamento sobre o predomínio de uma 
ordem social desigual, com o resgate das trajetórias de vida e compreensão dos 
processos de vulnerabilidades vivenciados, que significa o reconhecimento das 
41 
 
potencialidades do seu grupo familiar, da condição de sujeito de direitos de cada um 
de seus membros, bem como da família como um todo. 
 Vimos também no desenvolvimento desse trabalho como funciona a Atuação 
do Assistente Social junto ao PAIF no CRAS IV de Lages SC, que é o objetivo geral 
deste trabalho desde a acolhida das famílias em acompanhamento, identificando as 
demandas apresentadas e características do território e situações de 
vulnerabilidades, desde a chegada do usuário no CRAS ou busca ativa, analisando 
qual será o diagnóstico, demandas trazidas, colocando em prática as ações que 
compõe o PAIF: como oficinas com famílias, visitas domiciliares, atendimento 
particularizado, relatórios, parecer social e inclusão dos usuários em programas 
sociais entre outro ofertados no CRAS IV. 
São trabalhadas diversas questões específicas com os usuários acompanhados pelo 
Assistente Social do PAIF dentro das Políticas da Assistência Social, orientando e 
atuando na busca dos direitos, e onde busca-los e trabalhando sempre no 
fortalecimento de vínculos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
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Federal, 1988. 
 
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Orientações Técnicas sobre o PAIF – Volume 1 – O Serviço de Proteção 
Integral à Família – PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços 
Socioassistenciais.1 Ed. Brasília. MDS, 2012. 
 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações 
Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Brasília: MDS, 2009. 
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e 
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IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche: 
Transformações do Capital Financeiro, Trabalho e Questão Social. 2ª Edição, 
São Paulo: Cortez,2012. 
 
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DF: UnB, Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância, módulo 1, 2003. 
 
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Continuada: do princípio da dignidade da pessoa humana à sua concessão 
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2021. 
 
https://andreleite.jusbrasil.com.br/
43 
 
MONTAÑO, Carlos. Terceiro Setor e Questão Social: crítica ao padrão 
emergente de intervenção social. 4.ed. São Paulo: Cortez. 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
ANEXO 
 
 
INSTRUÇÃO NORMATIVA

Outros materiais