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IPECA E EFEDRA DESAFIO E EXERCICIOS

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IPECA E EFEDRA
Desafio 
Como se sabe, a Efedrina é um alcaloide simpatomimético presente em plantas do gênero Efedra, cujas espécies estão distribuídas em regiões de clima temperado e subtropical, como o Brasil e outros países da América Latina. Há muitos anos, tem sido usada com fins terapêuticos entre os chineses, que utilizavam o extrato da planta desidratada para o tratamento de doenças respiratórias. Em países do Ocidente, a Efedrina já foi muito usada no tratamento de gripes, resfriados e asma, porém seu uso terapêutico tornou-se restrito por haver dúvidas quanto ao seu perfil de segurança. No Brasil, por exemplo, a venda de formulações com Efedrina e Pseudoefedrina está regulamentada pelas Portarias nº 344/1998 (Anvisa) e nº 169/2003 (Ministério da Justiça), e ambas só podem ser comercializadas com autorização especial do Ministério da Saúde e em farmácias, com apresentação de receita médica.
Contudo, suplementos nutricionais cuja composição tem Efedrina e outros alcaloides (na forma de Ma-Huang) são amplamente consumidos em vários países, principalmente durante programas de emagrecimento e aumento do desempenho esportivo. Mesmo sendo proibida a sua comercialização no Brasil, esses produtos podem ser comprados ilegalmente pela Internet ou em academias.
Infelizmente, a crença de que esse tipo de suplemento é “natural” e, portanto, não causa prejuízos à saúde contribui para o aumento da popularidade dos produtos. Nesse sentido, questões ligadas à segurança, aos efeitos adversos e à eficácia têm sido abordadas de tempos em tempos. Sabe-se que, nos Estados Unidos, por exemplo, tais produtos são responsáveis por 64% dos relatos de efeitos adversos associados ao uso de plantas medicinais.
Tais efeitos adversos podem ser intensificados durante exercícios físicos ou quando associados a outros fármacos estimulantes do sistema nervoso central (SNC). Porém, os efeitos estimulantes no SNC das Efedrinas e sua disponibilidade no mercado levaram à sua utilização, no meio esportivo, como alternativa para os agentes anfetamínicos (casos de doping). Por isso, para controlar o abuso de tais substâncias em atividades esportivas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) classificou as Efedrinas como substâncias proibidas e estabeleceu limites de concentração urinária para controlar tentativas de doping.
Conheça o caso de um jovem atleta que sofreu infarto do miocárdio por fazer uso de suplemento dietético rico em Efedrina.
 ​​​​Foi solicitada a você, como membro da equipe médica, a análise das informações expostas sobre o caso para responder as seguintes questões:
a) Por quais motivos alguns atletas utilizam suplementos ricos em Efedrina? Explique os benefícios da Efedrina para o organismo de um atleta.
b) Comente brevemente qual seria o provável mecanismo fisiopatológico responsável pelo infarto do miocárdio do jovem atleta sem histórico pregresso de problemas cardíacos.
c) Descreva os principais efeitos adversos dos suplementos constituídos por Efedrina.
Padrão de resposta esperado
a) A Efedrina tem efeito semelhante ao da Adrenalina, uma substância fabricada pelo próprio organismo e que ativa os mecanismos de defesa (estado de alerta). Assim, além de acelerar o metabolismo e favorecer o emagrecimento (perda de 12kg em até 20 dias, por exemplo), o efeito da Efedrina estimula o SNC, dando vigor, força e melhores reflexos ao indivíduo. Ou seja, sob a ação dessa substância, o atleta perde a noção da fadiga e pode realizar esforços além do limite do seu corpo e obter melhor desempenho durante alguma competição esportiva.
b) A Efedrina pode causar vasoespasmo na circulação coronariana, principalmente em indivíduos com tônus vagal aumentado (bem condicionado fisicamente), como o jovem atleta tratado nesse caso. Esse parece ser o mecanismo fisiopatológico de muitos dos casos relatados de síndrome coronariana aguda associada ao consumo de Efedrina, sendo que os pacientes apresentam cinecoronariografia normal. 
 
Já a trombose in situ, como foi relatada no caso, pode ocorrer associadamente por diferentes razões: além da lenhificação do fluxo coronariano, o espasmo pode ser a causa de rotura da capa fibrosa de placas ateroscleróticas ainda jovens, que têm extenso núcleo lipídico. No caso de pacientes que fazem uso de substâncias como a Efedrina, isso ocorre na presença de significativa ativação plaquetária pela atividade simpatomimética dessa substância. 
 
Assim, a associação de espasmo e trombose in situ pode ter ocorrido nesse caso, pois a cinecoronariografia demonstrou oclusão completa da artéria descendente anterior, porém sem evidência de qualquer comprometimento de outros vasos.
c) A Efedrina é uma substância que incentiva a liberação de catecolaminas endógenas, estimulando receptores α-1, β-1 e β-2 adrenérgicos presentes no SNC e cardiovascular. Assim, os efeitos da Efedrina variam desde complicações mais leves, como dores de cabeça, midríase, insônia, vertigem, falta de apetite, ansiedade, palpitação, nervosismo e irritabilidade, até ataques cardíacos, hipertensão, batimento cardíaco irregular, derrames, convulsões, alucinações, problemas psiquiátricos e morte. 
 
Tais efeitos podem ser intensificados durante a prática de exercícios físicos e quando associados a outros fármacos estimulantes do SNC, como a cafeína, por exemplo. Além disso, a Efedrina também pode causar o fenômeno de taquifilaxia e o risco de dependência, já que esse alcaloide atua de modo semelhante ao Ecstasy. 
Exercícios
1. Apesar de todos os alcaloides apresentarem aminoácidos na sua biossíntese, a variedade estrutural dessa classe de composto natural é enorme. Somando-se à variação estrutural, tais moléculas contemplam uma gama quase infindável de efeitos biológicos, o que justifica o fato de formarem o grupo de substâncias mais estudadas e de maior interesse médico e farmacêutico. Nesse sentido, indique, a seguir, a via metabólica e o precursor biossintético da Efedrina, o principal alcaloide presente em plantas do gênero Efedra.
C. Chiquimato – Fenilalanina​​​​​​​.
2. A utilização de preparações à base de Efedra tem longa tradição histórica, principalmente na medicina oriental. Nos dias atuais, além de ser indicada para o tratamento de doenças respiratórias, a Efedra tem sido usada em preparações para emagrecimento, sobretudo devido ao seu efeito simpaticomimético, muito semelhante à seguinte amina biogênica:
C. Adrenalina.
3. Na medicina oriental, a Efedra tem sido usada há muitos anos como componente de fórmulas multiervas prescritas para tratar asma brônquica, gripes, resfriados, tosse, febre, falta de ar, dor de cabeça e congestão nasal. Com relação ao uso tradicional da Efedra no Brasil, assinale a alternativa que contém a associação (partes da planta e indicações) correta:
A. Caule - cicatrizante.​​​​​​​
4. Nas raízes da Ipeca, podemos encontrar diversas substâncias, dentre as quais alcaloides como Emetina e Cefalina que justificam a sua variada indicação de uso como insetífugo, medicinal, parasiticida e veterinária. Com relação à rota biossintética e à classificação de seus alcaloides, indiquea alternativa correta:​​​​​​​
B. Chiquimato - Isoquinolínicos.
5. Devido à presença de alcaloides como Cefalina e Emetina, a Ipeca  é reconhecida principalmente por sua propriedade emética, cujo efeito  resulta da excitação provocada no esôfago e no estômago, que, transmitida ao bulbo, provoca o vômito do paciente. Além do efeito emético, e de acordo com as respectivas partes a seguir, a Ipeca apresenta outras indicações terapêuticas, como, por exemplo:​​​​​​​
E.  Raiz – Leishmaniose.