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Aula 01 Português p/ DEPEN (Com Videoaulas)

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Aula 01
Português p/ DEPEN (Com Videoaulas) -
Pós-Edital
Autores:
Felipe Luccas, Equipe Felipe
Luccas
Aula 01
15 de Maio de 2020
 
 
 
 1 
111 
 
AULA 01 
CLASSES I. 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................ 2 
SUBSTANTIVO ................................................................................................................... 3 
ADJETIVO ......................................................................................................................... 10 
ORDEM DA EXPRESSÃO NOMINAL (SUBST+ADJETIVO): MUDANÇA 
SEMÂNTICA E/OU MORFOLÓGICA ........................................................................... 14 
ADVÉRBIO ......................................................................................................................... 18 
PALAVRAS E EXPRESSÕES DENOTATIVAS: ............................................................. 23 
ARTIGO .............................................................................................................................. 26 
PREPOSIÇÕES .................................................................................................................. 28 
PRONOMES ...................................................................................................................... 35 
COLOCAÇÃO PRONOMINAL ...................................................................................... 53 
NUMERAL ......................................................................................................................... 60 
INTERJEIÇÃO ................................................................................................................... 61 
PALAVRAS ESPECIAIS .................................................................................................... 61 
RESUMO ............................................................................................................................ 82 
LISTA DE QUESTÕES...................................................................................................... 94 
GABARITOS .................................................................................................................... 111 
 
 
Felipe Luccas, Equipe Felipe Luccas
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EMPREGO DAS CLASSES I 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Vamos lá, pessoal. Não se assustem com o número de páginas!!! O espaçamento está farto e há 
muuuitas questões comentadas! Você não deve fazer essa aula de uma vez! Divida-a em duas, 
depois tire um momento só para fazer as questões que estão ao final! 
Essa aula é fundamental para entendermos análises sintáticas e semânticas mais elaboradas que 
virão. Se você não entende o uso das classes, fica muito mais difícil aprender sintaxe e interpretar 
textos. Aqui, estudaremos oito das dez classes de palavras existentes. Além disso, praticaremos 
muito! Vale a pena estudá-las numa mesma aula pois as classes trabalham juntas e precisamos ver 
esse assunto de forma sistemática, com diversos aspectos interligados, incluindo aspectos 
semânticos e sintáticos. 
Todos prontos? Olho no contracheque! 
Atualmente, as palavras da língua portuguesa são classificadas dentro de dez classes gramaticais, 
conforme reconhecidas pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, 
conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome. 
Uma palavra é enquadrada numa classe pelas suas características, embora existam muitas palavras 
que não são enquadradas nas classes tradicionais, pois não funcionam exatamente como nenhuma 
delas. As palavras denotativas parecem advérbios, mas não fazem o que o advérbio faz, isto é, não 
modificam verbo, adjetivos ou outro advérbio. 
Algumas classes são variáveis, seguem regras de concordância, ou seja, flexionam-se em número 
e gênero, como o substantivo, o adjetivo, o pronome, o numeral, o verbo. Outras permanecem 
invariáveis, sem flexão, sem concordância, como advérbios, conjunções, preposições. Observe: 
“João é bonito, Joana é feia e seus filhos são medianos”; “João anda apressadamente e Joana, 
lentamente”. Na primeira sentença há concordância de gênero e número. Isso porque “bonito” é 
adjetivo, “seus” é pronome e “filhos” é substantivo, todas classes variáveis. No segundo, o termo 
“lentamente” não varia, porque é advérbio, uma classe invariável. 
Também veremos que há uma estreita relação entre a classe da palavra e sua função sintática. Por 
exemplo, a palavra “hoje” é um advérbio de tempo, da classe dos advérbios. Qual é sua função 
sintática? É expressão de uma circunstância de tempo, um adjunto adverbial de tempo. Já a 
palavra “ele” pertence à classe dos pronomes, mas pode ter várias funções sintáticas, dependendo 
do contexto. Na frase “ele é bonito”, “ele” é sujeito. Na Frase “Contei a ele”, tem função sintática 
de objeto indireto. Já na frase “ela na verdade é ele”, terá função sintática de predicativo do 
sujeito. Trarei detalhes sobre isso...=) 
Muitas vezes um conjunto de palavras equivale a uma classe gramatical, podendo substituir essa 
palavra sem prejuízo à correção ou ao sentido. Esses conjuntos são chamados de locuções e serão 
classificadas de acordo com a classe que substituem. Por exemplo, podemos ter uma pessoa 
“corajosa” (adjetivo) ou uma pessoa “com coragem” (locução adjetiva). Observe que um conjunto 
de duas palavras, usada para qualificar o substantivo, substituiu perfeitamente o adjetivo que 
realizaria essa função. 
PERFIL CESPE: Todos os assuntos dessa aula são cobrados pela banca; contudo, tenham foco especial 
em: mudança de ordem das expressões, pronomes, colocação pronominal, advérbios, palavras 
denotativas e preposições. 
Felipe Luccas, Equipe Felipe Luccas
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SUBSTANTIVO 
O substantivo é a classe que dá nome a seres, coisas, sentimentos, qualidades, ações (homem, 
gato, carro, mesa, beleza, inteligência, estudo...). Em suma, é o nome das coisas em geral, é a 
palavra que nomeia tudo o que percebemos. É uma classe variável, pois se flexiona em gênero, 
número e grau: um gato, dois gatos, três gatas, quatro gatinhas, cinco gatonas... 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS: 
Relembremos rapidamente as classificações dos substantivos. 
Primitivo: Dá origem a outros substantivos, não traz afixos -prefixo ou sufixo- (Ex: Pedra, Mulher, 
Felicidade) 
Derivado: Deriva de uma palavra primitiva, traz afixos (Ex: Pedreiro, Mulherão, Infelicidade) 
Simples: Tem um radical, uma palavra (Ex: Homem, Pombo, Arco) 
Composto: Tem mais de um radical, mais de uma palavra (Ex: Homem-bomba, Pombo-correio, Arco-
íris) 
Comum: Designa uma espécie ou um ser qualquer representativo de uma espécie (Ex: Mulher, Cidade, 
Cigarro) 
Próprio: Designa um indivíduo específico da espécie (Ex: Maria, Paris, Malboro) 
Concreto: Designa um ser que existe por si só, de existência autônoma e concreta, seja material, 
espiritual, real ou imaginário. (Ex: Pedra, Menino, Carro, Deus, Fada) 
Abstrato: Designa ação, estado, sentimento, qualidade, conceito. (Ex: Criação, Doença, Coragem, 
Liberalismo...) 
Coletivos: Designa uma pluralidade de seres da mesma espécie (Ex: povo, multidão, tropa (soldados), 
cardume (peixes), alcateia (lobos, animais ferozes), frota (veículos) panapaná (borboletas), esquadrilha 
(aviões), rebanho (animais), cáfila (camelos)) 
A classificação de um substantivo não é fixa e absoluta, depende do contexto. Observe: 
Ex: Judas foi um apóstolo (Próprio) x O amigo revelou-se um judas (Comum=traidor) 
Ex: A saída é o estudo (abstrato=solução) x A saída de incêndio é ali (Concreto=porta) 
Biformes: Os substantivos biformes mudam de forma para indicar gêneros diferentes (Ex: lobo x 
loba; capitão x capitã; ateu x ateia; boi x vaca; oficial x oficiala). Os uniformestêm uma única forma 
para indicar ambos os gêneros. 
Uniformes: são os que possuem apenas uma forma para indicar ambos os gêneros. Subdividem-
se em: 
Epicenos: referem-se a animais que só têm um gênero para designar tanto o masculino 
quanto o feminino: 
A águia, A cobra, O gavião. A variação de gênero se dá com acréscimo de 
“macho/fêmea”: a cobra macho, o gavião fêmea... 
Sobrecomuns: Referem-se a pessoas de ambos os sexos: 
A criança, O cônjuge, O carrasco, A pessoa, O monstro, O algoz, A vítima. 
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Comuns de dois gêneros: apresentam uma forma única para masculino e feminino e a 
distinção é feita pelo “artigo” (ou outro determinante, como pronome, numeral...): 
O chefe, A chefe, O cliente, A cliente, O suicida, A suicida. 
 
FORMAÇÃO DE SUBSTANTIVOS 
Para reconhecer um substantivo, ajuda muito saber como podem ser formados e quais são suas 
principais terminações. Quanto à sua formação, os substantivos podem ser classificados em 
primitivos e derivados. Os primitivos são a forma original daquele substantivo, sem afixos: pedra, 
fogo, terra, chuva. Os derivados se originam dos primitivos, com acréscimo de afixos: pedreiro, 
fogareiro, terrestre, chuvisco. Esse processo é chamado de derivação sufixal e ocorre também 
com verbos que recebem sufixos substantivadores: 
 pescar>pescaria; 
filmar>filmagem; 
matar>matador; 
militar>militância; 
dissolver>dissolução; 
corromper>corrupção. 
Veja um quadro com as mais comuns terminações formadoras de substantivos. 
Faca>facada 
Sorvete>sorveteria 
Banco>bancário 
Contabilidade>contabilista 
Açougue>açougueiro 
Obra>operário 
Folha>folhagem 
Pena>penugem 
Advogado>advocacia 
Delegado>delegacia 
Apêndice>apendicite 
Brônquios>bronquite 
Dinheiro>dinheirama 
Negro>negrume 
Bom>bondade 
Velho>velhice 
Grato>gratidão 
Calvo>calvície 
Imundo>imundície 
Insensato>insensatez 
Belo>beleza 
Avaro>avareza 
Alto>altitude 
Jovem>juventude 
Eufórico>euforia 
Feio>feiura 
Alegre>alegria 
Amargo>Amargor 
Há também o processo inverso, chamado derivação regressiva, em que um substantivo abstrato 
indicativo de ação é formado por uma redução: 
Cantar>canto; Almoçar>almoço; Causar>causa... 
Além disso, destaco que substantivos podem surgir por processos de nominalização de outras 
classes. Os verbos têm formas nominais: Verbo Fazer: gerúndio (fazendo), infinitivo (fazer) e 
particípio (feito). 
Ex: Feito é melhor que perfeito. 
Ex: Mesmo não fazendo perfeito, o fazer é melhor que não o fazer. 
Note que o artigo tem o poder de substantivar qualquer classe. 
Ex: O fazer é melhor que o esperar. (verbo substantivado) 
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Ex: O porém deve vir após a vírgula. (conjunção substantivada) 
Esse processo se chama “derivação imprópria” pois utiliza uma palavra de uma classe em outra 
classe, da qual não é “própria”, à qual não pertence. Conhecer esses mecanismos ajudam a 
‘reconhecer’ os substantivos. 
 
1. (CESPE / SEDF / 2017) 
Mesmo sem insistir em tal ou qual ação secundária das novas condições de vida física e social e 
de contato com os indígenas (e posteriormente com os africanos), é obvio que a língua popular 
brasileira tinha de diferençar-se inelutavelmente da de Portugal, e, com o correr dos tempos, 
desenvolver um coloquialismo. 
Os vocábulos “africanos” e “correr”, originalmente pertencentes à classe dos adjetivos e dos 
verbos, respectivamente, foram empregados como substantivos no texto. 
Comentários: 
Sim. O artigo é o substantivador por excelência. A palavra “africano” pode ser adjetivo, se estiver 
ligada a um substantivo. No entanto, foi usado como substantivo, como se comprova pela 
presença do artigo “os”. O verbo correr também foi substantivado pelo artigo, e, como 
substantivo, até recebeu uma locução adjetiva “dos tempos”. Questão correta. 
2. (CESPE / TJ / TRE-ES / 2011) 
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada um ano mais tarde, 
no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro. 
Com base nas estruturas linguísticas e semânticas do texto acima, julgue o item. 
No primeiro parágrafo do texto, as formas nominais "Convocada", "instalada" e "dissolvida" têm 
como substantivos correlatos, respectivamente, convocação, instalação e dissolvição. 
Comentários: 
Vimos que alguns substantivos derivam de verbos que recebem sufixos substantivadores, como -
ão: convocar>convocação; instalar>instalação; dissolver>dissolução. Dissolvição não existe. 
Questão incorreta. 
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS: 
Como vimos, o substantivo é palavra que se flexiona em gênero e número. Os substantivos podem 
ser simples, formados por apenas uma palavra, ou, mais tecnicamente, um só radical; ou 
compostos, formado por mais de uma palavra ou radical. 
Os substantivos simples normalmente têm seu plural formado com mero acréscimo da letra S – 
Carro(s), Menina(s), Pó(s)... Contudo, também podem ter outras teminações: 
Reitores, Males, Xadrezes, Caracteres, Cônsules, Reais, Animais, Faróis, Fuzis, Répteis, Projéteis. 
Palavras como “ônix” e “tórax” não vão ao plural. Outras palavras, por sua vez, só são usadas no 
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plural: Anais, Fezes, Núpcias, Arredores, Pêsames, Férias... 
De modo geral, palavras terminadas em “ão” basicamente recebem o S de plural (mãos, irmãos, 
órgãos) ou fazem plural em “es” (capelães, capitães, escrivães, sacristães, tabeliães, catalães, 
alemães). 
Contudo, há palavras que admitem duas e até três formas de plural: 
Charlatão: charlatões — charlatães 
Corrimão: corrimãos — corrimões 
Cortesão: cortesãos — cortesões 
Anão: anãos— anões 
Guardião: guardiões — guardiães 
Refrão: refrãos — refrães 
Sacristão: sacristãos — sacristães 
Vilão: vilãos — vilões — vilães 
Aldeão: aldeãos — aldeões — aldeães 
Ancião: anciãos — anciões — anciães 
Deão: deãos — deões — deães 
Ermitão: ermitãos — ermitões — ermitães 
Cirurgião: — Cirurgiões— Cirurgiães 
Vulcão: vulcãos — vulcões 
PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS 
A regra geral é “quem varia varia; quem não varia não varia”. O que isso significa na prática? 
Significa que se o termo é formado por classes variáveis, como substantivos, adjetivos, numerais 
e pronomes (exceto o verbo), ambos variam. 
Ex: Substantivo + Substantivo (Couve-flor>>>Couves-flores) 
Ex: Numeral + Substantivo (Quarta-feira>>> Quartas-feiras) 
Ex: Adjetivo + Substantivo (baixo-relevo>>>baixos-relevos) 
Por consequência, as classes invariáveis (e os verbos) não variam em número: 
Ex: Verbo + Substantivo (beija-flor>>> beija-flores) 
Ex: Advérbio + Adjetivo (alto-falante>>>alto-falantes) 
Ex: Interjeição + Substantivo (ave-maria>>>ave-marias) 
Obs: na composição de dois substantivos, se o segundo especificar o primeiro por uma relação 
de tipo, semelhança ou finalidade, é mais comum que o segundo termo, por ser delimitador, não 
varie, fique no singular. Contudo, é também correto flexionar os dois! 
Veja: Públicos-alvo(s); pombos-correio(s); banhos-maria(s); salários-família(s), Peixes-espada(s), 
Homens-bomba(s), Papéis-moeda(s); Licenças-maternidade(s); Navios-escola(s). 
O “pombo” tem finalidade de ser correio, o “peixe” parece uma espada, assim por diante... 
Se a estrutura for “substantivo+preposição+substantivo”, apenas o primeiro item da composição 
se flexiona: 
Pé de moleque>>> Pés de moleque 
Mula sem cabeça>>> Mulas sem cabeça 
Mão de obra>>> Mãos de obra 
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Obs: o plural de “pôr do sol” é “pores do sol”. Esse “pôr” é visto de forma substantivada, não 
como verbo. Por isso, é flexionado normalmente. Por razão semelhante, o plural de “mal-estar” é 
“mal-estareS”. Anote também que louva-a-deus não varia e o plural de “arco-íris” é “arcos-íris”. 
Atenção aqui: em palavras como Guarda-chuva, Guarda-roupa, somente o segundo item se 
flexiona, pois “guarda” é verbo e não varia: 2 Guarda-chuvaS e 2 Guarda-roupaS. 
Porém, não confunda essa regra geral com o caso de palavras como Guarda-
noturno, Guarda-florestal, Guarda-civil. Nesse caso, o componente “guarda” em 
questão não é o verbo “guardar”, é o substantivo “guarda”, o próprio sujeito, o 
próprio guarda, o homem! 
Portanto, nesse caso, como temos substantivo+adjetivo, ambas classes variáveis, 
as duas metades da composição vão variar: guardaS-florestaiS, guardaS-civiS, guardaS-
florestaiS.... 
3. (CESPE / TRF 1ª REGIÃO / 2017) 
Haveria prejuízo gramatical para o texto caso a palavra “procedimentos-padrão” fosse alterada 
para procedimentos-padrões. 
Comentários: 
Não haveria prejuízo para o texto caso se efetuasse a referida troca, pois há duas regras válidas: 
flexionar os dois substantivos pela regra geral, ou flexionar somente o primeiro pela regra 
específica de delimitação por tipo/finalidade/semelhança. Questão incorreta. 
 
GRAU DO SUBSTANTIVO 
O substantivo também pode variar em grau, aumentativo e diminutivo. Nos importa aqui lembrar 
que o diminutivo/aumentativo pode ter valores discursivos de afetividade e de depreciação 
irônica. 
Ex: Olha o cachorrinho que eu trouxe para você. (afetividade) 
Ex: Que sujeitinho descarado esse! (pejorativo; depreciativo; irônico) 
Ex: Queridinho, devolva o que roubou. (depreciativo; irônico) 
Há diversos outros sufixos de grau do substantivo. Vejamos também seus valores no discurso: 
Ex: Então... O sabichão aí se enganou de novo? (ironia) 
Não trabalho tanto para dar dinheiro àquele padreco! (depreciação) 
Ex: O Porsche é um carrão! (admiração) 
Ex: Achei que aquilo era uma pousada, mas era um casebre! (depreciação) 
Ex: Titanic não é um filminho qualquer, é um filmaço. (depreciação/apreciação) 
Ex: Kiko, não se misture com essa gentalha! (desprezo) 
O plural do diminutivo se faz apenas com o acréscimo de ZINHOS ou ZITOS ao plural da palavra, 
cortanto-se o S. Assim: 
animalzinho = animais + zinhos > animaizinhos 
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coraçãozinho = corações + zinhos > coraçõezinhos 
florzinha = flores + zinhas > florezinhas 
papelzinho = papéis + zinhos > papeizinhos 
pazinha = pás + zinhas > pazinhas 
pazinha = pazes + inhas > pazezinhas 
OBS: Estão igualmente corretas palavras como colherzinha ou colherinha, florzinha ou florinha, 
pastorzinho ou pastorinho. 
4. (CESPE/ SEDF / 2017) 
 
O emprego do diminutivo no texto está relacionado à expressão de afeto e ao gênero textual: 
carta familiar. 
Comentários: 
O diminutivo, aqui formado pelo sufixo “-inha”, pode ter valor afetivo, subjetivo, carinhoso. Esse 
uso é perfeitamente coerente com a linguagem familiar e cheia de afeto usada pela avó para falar 
com seu neto numa carta. Questão correta! 
 
PAPEL SINTÁTICO DO SUBSTANTIVO 
A partir deste momento, a “classe” da palavra e “função sintática” começam a se comunicar, pois 
são indissociáveis. Será necessário fazer referência a algumas funções sintáticas. Se você por acaso 
não recordar em absoluto dessas funções, não se preocupe: aprofundaremos esse ponto em 
“Sintaxe”. Vejamos... 
Para identificar o substantivo, devemos saber: quando tivermos uma função sintática nominal 
(centrada em um nome), como sujeito, objeto, adjunto adnominal, complemento nominal, o 
substantivo será normalmente o núcleo desta função, o elemento central e principal, e será 
modificado por termos “satélites” (orbitam, ficam “em volta”), como artigos, numerais, adjetivos 
e pronomes. 
Ficou gramatiqueiro? Vamos ver isso num exemplo: 
 
 
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Os seus cinco patinhos amarelos nadam na lagoa 
 Sujeito Adj. Adv. 
Vejamos as classes das palavras: 
Os: Artigo, variável, se refere ao substantivo patinhos e concorda com ele em gênero masculino e 
número plural. 
Seus: pronome possessivo, variável, se refere ao substantivo patinhos e concorda com ele em 
gênero masculino e número plural. 
Cinco: Numeral adjetivo, variável, também se refere se refere ao substantivo patinhos. 
Patinhos: Substantivo, núcleo da função sintática sujeito, “puxa” a concordância das classes que 
se referem a ele. 
Amarelos: Adjetivo, variável, se refere ao substantivo patinhos e concorda com ele em gênero 
masculino e número plural. 
Nadam: Verbo, variável, se refere ao substantivo patinhos e concorda com ele em terceira pessoa 
(eles) e número plural. 
Na lagoa: Locução adverbial de lugar. Exprime circunstância e equivale a um advérbio (classe), 
que é invariável e tem função sintática de adj. adverbial de lugar. 
Agora no exemplo “O1 meu2 violão3 novo4 quebrou”. Qual termo dá nome ao objeto? 
A resposta deverá ser: Violão. 
Se eu perguntar: “o que quebrou?”, a resposta será O1 meu2 violão3 novo4 . Dessa expressão 
inteira, a palavra central é “violão”, que é especificada por termos acessórios (o, meu, novo). Por 
isso, “violão” é o núcleo do sujeito. 
REPETINDO: o substantivo é classe nominal variável e ocupa sempre o núcleo de qualquer função 
sintática nominal. Na expressão: “tenho medo de bruxas”, o complemento nominal “de bruxas” 
tem como núcleo o substantivo “bruxas” e completa o sentido vago da palavra “medo”. 
Se o substantivo é “núcleo”, há classes que são “satélites” e “orbitam” em volta dele e concordam 
com ele. Essas classes que se referem ao substantivo são o artigo, o numeral, o adjetivo e o 
pronome (veremos essas classes adiante). 
Então, já podemos perceber que o “substantivo” é o núcleo dos termos sintáticos sublinhados nos 
exemplos abaixo: 
1As meninas ricas do Leblon compraram 2muitos vestidos. 
O muro 3de concreto é resistente. 
Eles têm consciência 4de meus defeitos 
Em 1, “meninas” é o núcleo do sujeito, que está sublinhado. Em 2, “vestidos” é núcleo do objeto 
de “compraram”, complemento desse verbo (Quem compra compra alguma coisa, nesse caso, 
compra “muitos vestidos”. Em 3, o termo “de concreto” qualifica o substantivo “muro” e está 
“junto” a ele. Então, temos uma função chamada “adjunto adnominal” e seu núcleo é justamente 
o substantivo “muro”. Em 4, o termo “de meus defeitos” complementa o nome “consciência”, 
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porque quem tem consciência tem consciência de alguma coisa. No caso, consciência “de meus 
defeitos”. Observe novamente como o núcleo é um substantivo. 
Tranquilo? Não se preocupe, aprofundaremos tais funções futuramente. Mas já fica registrada a 
relação básica entre a classe e a função sintática. 
 
ADJETIVO 
O adjetivo é a classe variável que se refere ao substantivo ou termo de valor substantivo (como 
pronomes), para atribuir a ele alguma qualificação, condição ou estado, restringindo ou 
especificando seu sentido. Ex: homem mau, mulher simples, céu azul, casa arruinada. 
Como vimos, é classe variável, que “orbita” em torno do substantivo e concorda com ele em 
gênero e número. Ex: homens maus, mulheres simples, céus azuis, casas arruinadas. 
O adjetivo pode também ser substantivado: “Céu azul” vira “O azul do céu”. É comum também 
substituir o adjetivo por “locução” ou “oração” adjetiva: “Cidadão inglês”x “Cidadão daInglaterra” x “Cidadão que é nativo da Inglaterra”. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ADJETIVOS: 
Simples: Possui apenas um radical (Ex: estilo literário) 
Composto: Possui mais de um radical (Ex: estilo lítero-musical) 
Primitivo: forma original, não derivado de outra palavra. (Ex: bom) 
Derivado: é formado a partir de outra palavra (Ex: bondoso) 
Explicativo: indica característica inerente e geral do ser (Ex: homem mortal) 
Restritivo: indica característica que não é própria do ser (Ex: homem valente) 
Gentílico: relativos a povos e raças. (Ex: Israelita) 
Pátrio: relativos a cidades, estados, países e continentes (Ex: Israelense) 
Vejamos alguns exemplos de adjetivos pátrios, atenção à formação. Vou destacar as 
terminações típicas dos adjetivos que indicam origem. 
português, inglês, francês, camaronês, norueguês 
goiano, americano, africano, angolano, mexicano 
estadunidense, fluminense, amazonense 
afegão, alemão, catalão, brasileiro, mineiro 
espanhol, mongol, lisboeta, vietnamita 
argentino londrino, europeu, judeu, asiático 
panamenho, costa-riquenho, porto-riquenho 
Cuidado: esses adjetivos são grafados com letras minúsculas. 
 
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FLEXÃO DOS ADJETIVOS: 
O plural dos adjetivos simples seguem basicamente as mesmas regras dos substantivos. 
No plural dos adjetivos compostos, como luso-americanos, afro-brasileiras, obras político-sociais, 
a primeira parte do composto é reduzida e somente o segundo item da composição vai para o 
plural. Essa é a regra para o plural dos adjetivos compostos em geral. 
Se houver um substantivo na composição do adjetivo composto, nenhuma das partes vai variar: 
camisas amarelo-ouro, saias verde-oliva, gravatas vermelho-sangue... 
Obs: Alguns adjetivos, no entanto, são sempre invariáveis: azul-marinho, azul-celeste, furta-cor, 
ultravioleta, sem-sal, sem-terra, verde-musgo, cor-de-rosa, zero-quilômetro 
Os adjetivos chamados de “uniformes” têm uma só forma para masculino ou feminino. 
Normalmente são os terminados em (-a, -e, -ar, -or, s, z ou m): hipócrita, homicida, asteca, agrícola, 
cosmopolita, árabe, breve, doce, constante, pedinte, cearense, superior, exemplar, cordial, 
amável, ágil, ímpar, simples, reles, feliz, feroz, ruim, comum. 
 
Valor objetivo (fato) x Valor subjetivo (opinião) 
Os adjetivos podem ter valor subjetivo, quando expressam opinião; ou podem ter valor 
objetivo, quando atestam qualidade que é fato e não depende de interpretação. Os 
adjetivos opinativos, por serem marca de especialização de uma opinião, são acessórios, 
podem ser retirados, sem prejuízo gramatical. Veja: carro preto (objetivo). Carro bonito 
(subjetivo). Turista japonês (objetivo). Turista animado (subjetivo). 
Os adjetivos chamados “de relação” são objetivos e, por isso, não aceitam variação de grau. Além 
disso, não podem ser deslocados livremente, posicionando-se normalmente após o substantivo. 
São derivados de substantivos e estabelecem com o substantivo uma relação de tempo, espaço, 
matéria, finalidade, propriedade, procedência etc. Tais adjetivos indicam uma categorização 
“técnica”, “objetiva” e tornam mais preciso o conceito expresso pelo substantivo, restringindo 
seu significado. Celso Cunha dá os seguintes exemplos: 
Nota mensal (nota relativa ao mês) 
Movimento estudantil (movimento feito por estudantes) 
Casa paterna (casa onde habitam os pais) 
Vinho português (vinho proveniente de Portugal) 
Observe que não podemos escrever “português vinho” nem “vinho muito português”. Ser 
“português” é uma categorização objetiva do vinho, não expressa opinião. 
Essas características vão nos ajudar em questões sobre a inversão da ordem 
“substantivo+adjetivo”. 
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5. (CESPE/ TCE PB / 2018) 
Maus hábitos cotidianos muitas vezes são, na verdade, práticas antiéticas e até ilegais, que devem, 
sim, ser combatidas. 
Os termos “antiéticas”, “ilegais” e “combatidas” qualificam a palavra “práticas”. 
Comentários: 
 “antiéticas” e “ilegais” qualificam sim o substantivo “práticas”. Contudo, “combatidas” 
é um verbo numa frase em voz passiva: “devem ser combatidas” (ver aula de verbos), 
não é um adjetivo. 
Questão incorreta. 
6. (CESPE / TCE-PB / Agente Documentação / 2018) 
[...] Em primeiro lugar, deve-se ter em mente o aspecto que se está comparando e, em segundo, 
deve-se considerar que essa relação não é nem homogênea nem constante. 
Julgue o item. O vocábulo “constante” foi empregado para qualificar o termo “aspecto”. 
Comentários: 
 O vocábulo “constante” foi empregado para qualificar o termo “relação”. A relação não 
é homogênea nem constante. Questão incorreta. 
7. (CESPE / TRE TO / Analista / 2017) 
No início da Idade Média, as monarquias germânicas continuaram sendo teoricamente, e por vezes 
praticamente, eletivas, como a monarquia visigótica. 
Julgue o item: o adjetivo “germânicas” expressa um atributo negativo de “monarquias”. 
Comentários: 
Adjetivo que indica origem é objetivo, não expressa opinião, negativa ou positiva. A Monarquia 
era germânica, em oposição a inglesa, americana, espanhola...Não é um atributo, é uma categoria 
objetiva, um fato. Questão incorreta. 
Ser um adjetivo x ter “valor/papel adjetivo” 
Aqui, novamente a morfologia e a sintaxe se mostram indissociáveis. 
Por seu sentido “qualificador” e por se ligar a “substantivos”, o adjetivo pode ter duas funções 
sintáticas: predicativo (João é chato /Considerei o filme chato) e adjunto adnominal (O carro velho 
quebrou). 
Apesar de “adjetivo” ser uma classe própria, outras classes serão chamadas também de 
“adjetivas” se tiverem o papel que o adjetivo tem, ou seja, se referirem-se a substantivos para 
especificá-los. Então há diferença entre “ser um adjetivo” (classe) e ter “papel/função” adjetiva. 
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Observe: 
“O1 meu2 violão novo3 quebrou” 
Os termos 1, 2 e 3 têm “papel” adjetivo. Pois se referem ao substantivo “violão”. Daí, também 
podemos dizer que tais termos são “adjuntos adnominais” de “violão”, palavra substantiva que 
tem função de núcleo. Veja também que “papel” ou “função adjetiva” NÃO SIGNIFICA QUE A 
PALAVRA SEJA DA CLASSE DOS ADJETIVOS. Veja que os adjuntos aqui são, respectivamente, 
artigo, pronome possessivo e adjetivo. Somente “novo” é um adjetivo de fato. Saiba então que 
“papel adjetivo” está diretamente ligado a “adjunto adnominal”. 
Como decorrência, na sentença: Seus filhos são bonitos, o pronome “seus” é classificado como 
pronome possessivo “adjetivo”, porque se refere ao substantivo “filhos”, como um adjetivo faria. 
Por outro lado, algumas classes também podem vir classificadas como “substantivas” 
(função/papel de substantivo), se puderem substituir um nome, ou seja, se puderem vir no lugar 
de um substantivo, como “núcleo”. 
 
Ex: Minhas mãos estão limpas, lave as suas. 
 (mãos) 
 
Minhas é pronome possessivo adjetivo, pois se refere a substantivo; suas é pronome possessivo 
substantivo, pois substitui o substantivo “mãos”, que está implícito. O mesmo ocorre com os 
numerais: 
Ex: Dois irmãos estão doentes, ajudarei os dois. 
 (irmãos) 
 
Da mesma forma, o primeiro Dois é um numeral adjetivo (tem papel adjetivo), o segundo dois é 
numeral substantivo, pois substitui o substantivo “irmãos”. 
Em algumas questões, a banca pode pedir qual palavra tem “valor adjetivo” ou “exerce papel 
adjetivo”. Nesse caso, o aluno pode errar, pois fica limitado a procurar adjetivos propriamente 
ditos, quando a resposta pode estar em outra classe que modifiqueo substantivo, em função de 
adjunto adnominal. Esse tipo de análise também é fundamental para estudarmos a função sintática 
dos termos, já que uma mesma palavra pode ter diferentes funções sintáticas, dependendo do 
termo a que ela se refere ou de funcionar ou não como núcleo da expressão. Fique ligado! 
Veremos questões sobre isso. 
8. (CESPE / TCE-PB / Agente Documentação / 2018) 
[...] Em primeiro lugar, deve-se ter em mente o aspecto que se está comparando e, em segundo, 
deve-se considerar que essa relação não é nem homogênea nem constante.. 
Julgue o item. O vocábulo “constante” foi empregado para qualificar o termo “aspecto”. 
Comentários: 
Aqui temos o adjetivo “constante” qualificando o substantivo “relação”, não aspecto. 
Questão incorreta. 
 
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ORDEM DA EXPRESSÃO NOMINAL 
(SUBST+ADJETIVO): MUDANÇA SEMÂNTICA E/OU 
MORFOLÓGICA 
Agora veremos o efeito da troca de ordem em algumas palavras. Uma expressão formada por 
subst+adj é uma expressão nominal (ou sintagma nominal), porque o núcleo é um nome 
(substantivo). A ordem “natural” do sintagma é essa. Quando trocamos essa ordem, poderemos 
ter 3 casos: 
1) Não muda nem a classe nem o sentido: 
Ex: Cão bom x Bom cão 
 Subst Adj Adj Subst 
 
 
2) Muda o sentido sem mudar as classes. 
Ex: Candidato pobre x Pobre candidato 
 Subst Adj Adj Subst 
O sentido mudou, pois pobre é um adjetivo objetivo relativo a recursos financeiros; na segunda 
expressão, pobre tem sentido de coitado, digno de pena. 
Vejam os pares principais que se encaixam nesse segundo caso. 
simples questão (mera questão) 
questão simples (não complexa) 
 
grande homem (grandeza moral) 
homem grande (grandeza física) 
 
novas roupas (roupas diferentes) 
roupas novas (roupas não usadas) 
 
nova mulher (outra mulher) 
mulher nova (mulher jovem) 
 
velho amigo (de longa data) 
amigo velho (idoso) 
único sabor (não há outro, só um) 
sabor único (sabor inigualável) 
 
alto funcionário (patente) 
funcionário alto (altura física) 
 
pobre homem (coitado) 
homem pobre (sem recursos) 
 
bravo soldado (valente) 
soldado bravo (irritado) 
 
falso médico (não é médico) 
médico falso (não é verdadeiro) 
 
3) Muda a classe, e muda necessariamente o sentido. 
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Ex: alemão comunista x comunista alemão 
 Subst Adj Subst Adj 
Alemão, no segundo sintagma, se tornou característica, especificação, do substantivo comunista. 
No primeiro caso, temos um alemão que é comunista (em oposição, por exemplo, a um alemão 
guitarrista, turista, generoso, inteligente, feio, bonito, ou qualquer outra característica.). No 
segundo, um comunista nascido na Alemanha (em oposição, por exemplo, a um nazista brasileiro, 
turco, japonês, cubano...). 
Sempre que houver essa alteração morfológica, ou seja, troca de classes, haverá mudança de 
sentido, porque muda o foco, ainda que pareça coincidir bastante o sentido. Esse critério salva 
sua pele em questões em que fica difícil enxergar a sutil mudança semântica que ocorre. Lembre-
se da famosa frase de Machado de Assis: “não sou propriamente um autor defunto, mas um 
defunto autor”. No primeiro caso, temos “um autor que veio a falecer”. No segundo, temos um 
“defunto que passou a escrever”. 
Vejamos agora alguns pares desse tipo, para você reconhecer na hora da prova: 
O presidente foi um preso político (substantivo + adjetivo) 
O presidente é um político preso. (substantivo + adjetivo) 
Um amigo médico me disse que comer não é doença. (substantivo + adjetivo) 
Um médico amigo não supera um médico competente. (substantivo + adjetivo) 
O carioca fumante soprou fumaça nas crianças. (substantivo + adjetivo) 
O fumante carioca soprou fumaça nas crianças. (substantivo + adjetivo) 
Em alguns casos, pode ser difícil detectar quem é o substantivo (Ex: sábio religioso), então a 
gramática nos diz que a tendência lógica é considerar o primeiro termo substantivo e o segundo 
adjetivo. 
 
LOCUÇÕES ADJETIVAS: 
Como mencionei, locuções são grupos de palavras que equivalem a uma só. As locuções adjetivas 
são formadas geralmente de preposição+substantivo e substituem um adjetivo. Essas locuções 
funcionam como um adjetivo, qualificam um substantivo, e desempenham normalmente uma 
função chamada adjunto adnominal. 
Ex: Homem covarde = Homem sem coragem 
Ex: Cara angelical = Cara de anjo 
Porém, algumas expressões semelhantes, também formadas de preposição + substantivo não 
podem ser vistas como um adjetivo, nem substituídas por adjetivo, pois serão um complemento 
nominal, um termo obrigatório que completa o sentido de uma palavra. 
Ex: Construção do muro = Ex: Construção*** múrica, murística, mural??? 
Por que falaremos disso agora? Porque a banca explora essa diferença entre adjunto adnominal 
(equivale a adjetivo) e complemento nominal justamente perguntando ao combalido candidato 
qual é o termo que exerce ou não papel de adjetivo, ou seja, qual é adjunto adnominal (locução 
adjetiva) ou complemento nominal, respectivamente. 
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Esse assunto será detalhado na aula de sintaxe. Contudo, vamos logo aproveitar o ensejo para ver 
a diferença entre os dois nesse contexto das locuções adjetivas. 
Seguem exemplos de locuções adjetivas, expressões preposicionadas que tem função de adjetivo 
(vêm adjuntas ao substantivo, com função de adjunto adnominal). 
Ex: A coluna tinha forma de ogiva x A coluna tinha forma ogival. 
Ex: Comi chocolates da Suiça x Comi chocolates suíços. 
Ex: Tenho hábitos de velho x Tenho hábitos senis 
As expressões preposicionadas acima são morfologicamente classificadas como locuções adjetivas 
(na função sintática de adjuntos adnominais), pois se referem a substantivo, podem normalmente 
ser substituídas por um adjetivo equivalente ou trazem uma relação de posse ou pertinência: 
A ogiva tem aquela forma, a Suíça tem aqueles chocolates e os hábitos são do velho. 
Alguns exemplos de outras locuções e seus adjetivos correspondentes: 
de irmão fraternal 
de paixão passional 
de trás traseiro 
de lago lacustre 
de lebre leporino 
de lobo lupino 
de lua lunar ou selênico 
de macaco simiesco, símio ou macacal 
de madeira lígneo 
de marfim ebúrneo ou ebóreo 
de mestre magistral 
de monge monacal 
de neve níveo ou nival 
de nuca occipital 
de orelha auricular 
de frente frontal 
de ouro áureo 
de ovelha ovino 
de paixão passional 
de porco suíno ou porcino 
de prata argênteo ou argírico 
de serpente viperino 
de sonho onírico 
de terra telúrico, terrestre ou terreno 
de velho senil 
de vento eólico 
de vidro vítreo ou hialino 
de leão leonino 
de aluno discente 
de visão óptico 
 
GRAU DOS ADJETIVOS 
Basicamente, qualidades podem ser comparadas e intensificadas pela via da flexão de grau 
comparativo (mais belo, menos belo ou tão belo quanto) e superlativo (muito belo, tão belo, 
belíssimo). 
Vejamos a divisão que cai em prova: 
Comparativo: 
O grau comparativo pode ser de superioridade, inferioridade ou igualdade. 
Ex: Sou mais/menos ágil (do) que você (grau comparativo de superioridade/inferioridade) 
Ex: Sou tão ágil quanto/como você (comparativo de igualdade) 
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Perceba que o elemento (do) é facultativo nessas estruturas comparativas. 
Algumas palavras têm sua forma comparativa terminada em –or. No latim, essa terminaçãosignificava “mais”, por essa razão o “mais” não aparece nessas formas: “melhor”, “pior”, “maior”, 
“menor”, “superior”. Por suprimir essa palavra, a gramática o chama de comparativo sintético. 
Temos que conhecer também o grau superlativo, que expressa uma qualidade em grau muito 
elevado. Se divide em relativo e absoluto: 
Superlativo relativo: 
Ex: Sou o melhor do mundo. 
Ex.: Senna é o melhor do Brasil! 
Gradua uma qualidade/característica (“bom”) em relação a outros seres que também têm ou 
podem ter aquela qualidade, ou seja, em relação à totalidade (o mundo todo). 
Superlativo absoluto: 
Indica que um ser tem uma determinada qualidade em elevado grau. Não se relaciona ou compara 
a outro ser. Pode ocorrer com uso de advérbios de intensidade (absoluto analítico): “sou muito 
esforçado” e de sufixos (absoluto sintético): difícil>dificílimo; comum>comuníssimo; 
bom>ótimo; magro>macérrimo. 
Assim sendo, quando as bancas falam em variação do adjetivo em grau, querem dizer que o 
adjetivo está sofrendo algum processo de intensificação, ou seja, terá seu sentido intensificado, 
por um advérbio (tão bonito), por um sufixo (caríssimo), por um substantivo (enxaqueca monstro), 
por exemplo. Para esquematizar, vejamos um quadro resumo: 
 
GRAU DOS 
ADJETIVOS
Normal Alto
Comparativo
Superioridade Mais alto
Inferioridade Menos alto
Igualdade
Tão alto 
quanto/como
Superlativo
Relativo
Superioridade
o mais alto
Inferioridade
o menos alto
Absoluto
Sintético
Altíssimo
Analítico
muito alto
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9. (CESPE / PGE-PE / Analista Judiciário de Procuradoria / 2019) 
A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito que de um juízo 
fundado em argumentos extraídos da razão ou da experiência. 
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam mantidos se fosse inserido o vocábulo do 
imediatamente após a palavra “espírito”. 
Comentários: 
Sim, nas estruturas comparativas, o “do” é facultativo. 
A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito (do) que de um 
juízo fundado em argumentos extraídos da razão ou da experiência. Questão correta. 
10. (CESPE / Telebrás / 2015) Adaptada 
...”se destaca a criação de uma agência reguladora independente e autônoma, a ANATEL”... 
A substituição de “autônoma” por com autonomia prejudicaria a correção gramatical do texto. 
Comentários: 
Vejam caso clássico de adjetivo com função de adjunto adnominal, pois está ligado ao nome 
“agência”, que pode ser substituído livremente por uma locução adjetiva equivalente. No caso, 
“agência reguladora autônoma” e “agência reguladora com autonomia” se substituem sem 
prejuízo à correção gramatical do texto. Questão incorreta. 
11. (CESPE / TCE PE / 2017) 
Auditoria consiste na análise, à luz da legislação em vigor, do contrato entre as partes... 
O sentido original e a correção gramatical do texto seriam preservados caso a expressão “em 
vigor” fosse substituída por vigente. 
Comentários: 
Uma legislação vigente (adjetivo) é uma legislação que está em vigor (locução adjetiva). São 
apenas duas formas diferentes para a mesma função. Questão correta. 
 
ADVÉRBIO 
O advérbio é classe invariável que se refere essencialmente ao verbo, indicando a circunstância 
em que uma ação foi praticada, como “tempo, lugar, modo...” 
Porém, o advérbio também pode modificar adjetivos (você é muito linda), outros advérbios (você 
dança extremamente mal) e também orações inteiras (Infelizmente, o Brasil não vai bem). 
Quando modifica adjetivos e advérbios, o advérbio tem função de intensificar/acentuar o sentido. 
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Quando se refere a uma oração inteira, normalmente indica uma opinião sobre o conteúdo 
daquela oração. 
Apesar de invariável, existe um advérbio que aceita variação, é o advérbio TODO: 
Ex: Chegou todo sujo e a esposa o recebeu toda paciente. 
Em suma, o advérbio é termo invariável que se refere a verbo, adjetivo e advérbio. Quando se 
refere a verbo, traz a “circunstância” daquela ação. Quando ligado a adjetivo e advérbio, funciona 
como intensificador. 
Usados em interrogativas, onde, como, quando, por que são advérbios interrogativos, 
justamente porque expressam circunstâncias como lugar, modo, tempo e causa, respectivamente. 
Vejamos esse uso nas interrogativas diretas (com ?) e indiretas (sem ?) 
Onde você mora? Ignoro onde você mora. 
Quando teremos prova? Não sei quando teremos prova. 
Como organizaram tudo? Perguntei-lhes como organizaram tudo. 
Por que tantos desistem? Não disseram por que tantos desistem. 
Rigorosamente, “por que” é considerada uma locução adverbial interrogativa de causa. 
12. (CESPE / SEDF / 2017) 
...Ver você me deu muito prazer. 
...A menina está muito engraçadinha. 
Como modificadora das palavras “prazer” e “engraçadinha”, a palavra “muito” que as acompanha 
é, do ponto de vista morfossintático, um advérbio. 
Comentários: 
Observe: “muito prazer”. Aqui “muito” se refere a substantivo, é pronome indefinido, indica 
quantidade vaga, imprecisa. Já em “muito engraçadinha”, “muito” se refere ao adjetivo 
“engraçadinha”. O advérbio é a única classe que modifica adjetivo. Portanto, somente nesta 
segunda ocorrência temos advérbio. Questão incorreta. 
 
As circunstâncias adverbiais (valor semântico) 
Quando uma ação for praticada, ou melhor, quando um verbo for conjugado, podemos perguntar 
como, onde, quando, por que aquele verbo foi praticado. 
As respostas serão circunstâncias adverbiais, que podem ser expressas por advérbios, expressões 
com mais de uma palavra (as locuções adverbiais) e até orações (chamadas por isso de “orações 
adverbiais”). Veja: 
Estudo sempre (“advérbio” de tempo). 
Estudo a todo momento. (“locução adverbial” de tempo). 
Estudo sempre que posso. (“oração adverbial” de tempo). 
Vejamos como essas circunstâncias adicionam “sentidos” ao ato representado pelo verbo: 
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Viram como as expressões dão uma “circunstância” de como a ação é praticada? 
Vejamos mais algumas, muito cobradas: 
Dúvida: talvez, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, 
mesmo; por certo. 
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, 
quão, tanto, assaz, que (= quão), tudo, nada, todo, quase, extremamente, intensamente, 
grandemente, bem... 
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de 
jeito nenhum. 
Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, 
deveras, indubitavelmente, com certeza. 
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, 
acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures (em algum lugar), 
defronte, nenhures (em nenhum lugar), adentro, afora, alhures (em outro lugar), embaixo, 
externamente; a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à 
esquerda, ao lado, em volta. 
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, 
ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, 
afinal, amiúde (frequentemente), breve, constantemente, entrementes, imediatamente, 
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente; às vezes, à tarde, à noite, de manhã, 
de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos 
em tempos, em breve, hoje em dia. 
Modo: bem, mal, assim, adrede (de propósito), melhor, pior, depressa, acinte (de 
propósito), debalde (em vão), devagar, calmamente, tristemente, propositadamente,pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, 
generosamente. 
o 
corrupto 
morreu
•de fome: causa
•fuzilado: modo
•na cadeia: lugar
•com sócios: 
companhia
o 
corrupto 
roubou
•demais: intensidade
•sempre: frequência
•hoje e ontem: tempo
• com fraudes: locução 
adverbial de 
meio/instrumento
o 
corrupto 
cairá 
•provavelmente: dúvida
•decerto: certeza
•pelo partido: locução
adverbial de motivo
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às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, 
desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão... 
Essa lista é apenas ilustrativa, mas não há como decorar o valor de cada advérbio, pois só contexto 
dirá seu valor semântico. Na sentença “nunca mais quero ser eliminado”, o advérbio “mais” tem 
sentido de tempo. Já na sentença “cheguei mais rápido”, o advérbio traz ideia de 
intensidade/comparação. Não decore, busque o sentido global, no contexto!!! 
99% dos advérbios terminados em -mente são de modo, mas nem todos. “Atualmente”, por 
exemplo, é advérbio de “tempo”; “certamente” é de afirmação; “possivelmente” é de dúvida... 
Analise sempre o contexto. 
OBS: Advérbios terminados em “-mente” são derivados da forma feminina de certos adjetivos 
(tedioso>tediosamente; lento>lentamente; rápido>rapidamente). Quando temos mais de um 
advérbio terminado em -mente, pode-se omitir o sufixo -mente do primeiro advérbio, deixando 
apenas a forma básica: 
Ele fala clara e lentamente 
Sábia e oportunamente, ele ficou em silencio. 
Mas cuidado, “SÁBIA” E “CLARA” NÃO SÃO ADJETIVOS, são advérbios com sufixo omitido! 
O advérbio também tem função coesiva, isto é, pode ligar partes do texto, fazendo referência a 
trechos do texto e também ao tempo/espaço. 
Ex: Embora não queira, ainda assim devo estudar. (assim remete a toda a oração sublinhada) 
Ex: Fui à Europa e lá percebi que somos felizes aqui. (lá retoma “Europa”) 
A terminação “mente” é típica dos advérbios de modo, contudo pode ser omitida na quando 
temos dois advérbios modificando o mesmo verbo: 
Ex: Ele fala rapidamente. Ele fala claramente > Ele fala rápida e claramente. 
Atenção. O “rápida” continua sendo advérbio. Não é adjetivo, pois não dá qualidade, mas sim 
modifica um verbo, dando a ele circunstância (de modo rápido). 
 
Advérbio com “aparência” de adjetivo. 
O adjetivo é classe variável, mas pode aparecer invariável se referindo a um verbo; nesse caso, 
dizemos que ele tem “valor ou função de advérbio”. 
Ex: A cerveja que desce redondo... 
Ex: Ele fala grosso. 
Para você ter certeza de que se trata de um advérbio, tente mudar o gênero ou número do 
substantivo para ver se atrai alguma concordância... 
Ex: As cervejas que descem redondo... 
Ex: Elas falam grosso 
Confirmado, a palavra em negrito é um advérbio e, portanto, permanece invariável. 
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13. (CESPE / TCE-PB / Agente Documentação / 2018) 
Quando nos referimos à supremacia de um fenômeno sobre outro, temos logo a impressão de 
que se está falando em superioridade 
O vocábulo “logo” tem o sentido adverbial de imediatamente. 
comentários: 
Exato. A impressão vem imediatamente após a referência à supremacia...Correta! 
14. (CESPE / IPHAN / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018) 
Ainda que circunscritas a determinados limites, essas ações de resistência, aparentemente 
insignificantes, colocam em movimento as relações e podem alterar a realidade de uma ordem 
imposta ou dominante, em um jogo vivido cotidiana e mais ou menos silenciosamente. 
No período em que aparece, o vocábulo “cotidiana” (ℓ.4) expressa uma característica de “uma 
ordem imposta ou dominante” (ℓ.3). 
Comentários: 
A banca quer que o candidato pense que “cotidiana” é um adjetivo, mas é na verdade um 
advérbio, ligado a “vivido”, com sua terminação (-mente) omitida: 
Ainda que circunscritas a determinados limites, essas ações de resistência, aparentemente 
insignificantes, colocam em movimento as relações e podem alterar a realidade de uma ordem 
imposta ou dominante, em um jogo vivido cotidiana(mente) e mais ou menos silenciosamente. 
Questão incorreta. 
15. (CESPE / BNB / 2018) 
Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos originais do texto, o trecho “que mereçam ser 
mais bem avaliados” poderia ser reescrito da seguinte forma: e que mereçam ser melhores 
avaliados. 
Comentários: 
Estou mais bem preparado ou melhor preparado? 
Ele é o mais mal alimentado ou pior alimentado? 
Embora haja divergência entre os principais gramáticos, entre as formas adverbiais comparativas 
que seguem adjetivos ou particípios, a preferência é por “mais bem” em vez de “melhor”. 
Porém o problema da questão é evidente: advérbios são invariáveis, não vão ao feminino nem ao 
plural; “melhores” está flexionado, o que configura erro gramatical. Questão incorreta. 
16. (CESPE / TRE-TO / Analista / 2017) 
...surgiu a necessidade de organizar disciplinadamente essa escolha... 
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O vocábulo “disciplinadamente” exprime circunstância de modo. 
comentários: 
Sim. Os advérbios terminados em mente quase sempre indicam modo. No caso, equivale “de 
modo disciplinado”. Questão correta. 
17. (CESPE / TRE-TO / Analista / 2017) 
Quer dizer: apesar de o uso do voto ser ancestral, a organização do sistema eleitoral tem origem 
no século XVII, com o surgimento de governos representativos na Europa e na América do Norte. 
A expressão “com o surgimento de governos representativos na Europa e na América do Norte” 
exprime uma consequência. 
comentários: 
Pelo contexto, podemos entender que exprime “tempo” ou “causa”. O sistema eleitoral surgiu 
“quando do surgimento de governos representativos” ou até “por causa do surgimento de 
governos representativos”. Questão incorreta. 
 
PALAVRAS E EXPRESSÕES DENOTATIVAS: 
São palavras/expressões que parecem advérbios, muitas vezes até são classificadas como tal, mas 
não o são exatamente, porque não se referem a verbo, advérbio ou adjetivo. 
Adianto que é uma polêmica gramatical, as listas variam entre as gramáticas, alguns listam certas 
palavras denotativas como advérbios....Porém, há algumas informações claras que precisamos 
saber e que caem em prova. O sentido é a parte mais importante! Vamos ver exemplos: 
Vamos ver exemplos: 
✓ Designação: eis 
Ex: Eis o filho do homem. 
 
✓ Explicação/Retificação: isto é, por exemplo, ou seja, a saber, qual seja, aliás, digo, ou 
antes, quer dizer etc. 
Ex: Comprei uma ferramenta, isto é, um martelo. 
Ex: Vire à direita, ou melhor, à esquerda, aliás, melhor ir reto mesmo. 
Ex: Os defeitos são dois; aliás, três. 
Essas expressões devem ser isoladas por vírgulas. 
 
✓ Expletiva ou de realce: é que (ser+que), cá, lá, não, mas, é porque, etc. (CAI 
DEMAIS!) 
A característica principal das palavras denotativas expletivas é: podem ser retiradas, sem prejuízo 
sintático ou semântico. Sua função é apenas dar ênfase. 
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Ex: São os pais que bancam sua faculdade, mas têm lá seus arrependimentos. 
Ex: Eu é que faço as regras. 
Ex: Sabe o que que é? É que eu tenho vergonha... 
Ex: Quase que eu caio da laje. 
Ex: Naturalmente que eu neguei a proposta indecente. 
Ex: Quanto não vale um diamante desses? 
Ex: Vão-se os anéis, ficam os dedos. 
Ex: O homem chega a rir-se da desgraça alheia. 
Ex: Ele riu-se e tremeu-se por dentro. 
Ex: Não me venha com historinhas! 
Reforçoque a retiradas dessas expressões não altera o sentido nem causa erro gramatical, apenas 
há uma perda de realce/ênfase. 
 
✓ Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc. 
São verdadeiros marcadores discursivos, expressões que introduzem, situam um comentário, 
muito comuns na linguagem falada. 
Ex: Afinal, quem é você? 
Ex: Então, você vai ao cinema ou não? 
Ex: Mas quem é essa pessoa que insiste em me ligar? 
Observem que “afinal e então” não têm sentido de tempo, tampouco o “mas” tem sentido de 
oposição; tais expressões apenas introduzem/situam uma fala. 
 
✓ Exclusão: somente, só, salvo, exceto, senão, sequer, apenas etc. 
Ex: Só frutos do mar estão à venda, exceto lagosta, que ninguém compra. 
Ex: Todos morreram, salvo um. 
 
✓ Inclusão: até, ainda, mesmo, também, inclusive, etc. 
Ex: Qualquer pessoa, até/mesmo/ainda o mais ignorante, sabe isso! 
Ex: João é bombeiro, lutador também... 
A posição da palavra pode determinar sua classe e seu sentido, de acordo com a “parte” da frase 
que está sendo modificada pela palavra. Compare: 
Só João fuma charutos. 
João só fuma charutos 
João fuma só charutos 
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João fuma charutos só 
No primeiro caso, “só” restringe “João”, excluindo outras pessoas: Apenas João faz isso, mais 
ninguém. Trata-se de palavra denotativa de exclusão. 
No segundo, “só” restringe o verbo “fumar”, então João só pratica essa ação, apenas fuma, não 
faz outra coisa. Trata-se de advérbio de exclusão. 
No terceiro, “só” restringe “charutos”, então João apenas fuma “charutos”, não fuma outra coisa, 
não fuma cigarro, nem baseado, excluem-se outros “fumos”. Trata-se de palavra denotativa de 
exclusão. 
No quarto, “só” indica que João fuma “sozinho”. Trata-se de adjetivo. 
Essa é a lógica que deve ser aplicada às questões, especialmente quando a banca pede 
“deslocamento” de palavras. 
Veja mais exemplos, para “sedimentar”: 
Ex: Até o padre riu de mim. (pessoas riram, inclusive o Padre riu) 
Ex: O padre até riu de mim. (inclusive riu) 
Ex: O padre riu até de mim. (riu inclusive de mim) 
Ex: Isso não pode ser verdade. (certeza de que não é verdade) 
Ex: Isso pode não ser verdade. (dúvida, pode ser verdade ou não) 
OBS: Como disse antes, há muita semelhança entre palavras denotativas e advérbios e mesmo 
grandes gramáticas e bancas misturam um pouco essas classificações. Não cabe ao candidato 
tentar resolver essa polêmica, mas sim estudar O SENTIDO das expressões. Certo? 
 
18. (CESPE / PRF / POLICIAL / 2019) 
Mas e antes dos sensores, como é que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena 
mais alta no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um 
interruptor, e a cidade toda se iluminava. 
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso se suprimisse o trecho “é que”, 
em “como é que se fazia”. 
Comentários: 
A expressão “é que” é expletiva, foi usada apenas para realce, ênfase. Portanto, pode ser retirada 
sem qualquer prejuízo sintático ou semântico: 
“como é que se fazia” 
“como se fazia” (como era feito) Questão correta. 
19. (CESPE / IPHAN / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018) 
Essa estranha “margem de manobra”, ou, em melhores palavras, essa interseção entre um 
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profundo pessimismo e a utopia de se construir um mundo melhor, é que mobiliza os homens para 
a ação. 
Seria mantida a correção gramatical do último período do texto caso o trecho “é que” (ℓ.2-3) fosse 
suprimido. 
Comentários: 
A expressão “é que” é expletiva, sua supressão não causará erro nem mudança de sentido. 
.... Essa estranha “margem de manobra” é que mobiliza os homens para a ação. 
... Essa estranha “margem de manobra” mobiliza os homens para a ação. Questão correta. 
20. (CESPE / TRF - 1ª REGIÃO / 2017) 
Para esse pensador, só a troca de ideias dá liberdade ao pensamento... 
Julgue o item a seguir. 
Por ser um advérbio, o vocábulo “só” poderia ser deslocado para imediatamente antes da forma 
verbal “dá”, sem alteração dos sentidos do texto. 
Comentários: 
A posição da palavra “só” determina a porção da frase que ela modifica e seu deslocamento pode 
mudar a classificação e o sentido da palavra. 
só a troca de ideias dá liberdade ao pensamento (limita “a troca”, apenas “a troca” faz isso e mais 
nenhuma outra coisa- “só” é palavra denotativa de exclusão) 
a troca de ideias só dá liberdade ao pensamento (limita o verbo “dá”, “a troca” apenas faz isso e 
não faz mais nenhuma outra coisa- “só” é advérbio de exclusão) 
Então, o sentido muda sim. Questão incorreta. 
21. (CESPE / Instituto Rio Branco / 2015) 
Julgue o item que se segue. 
O sentido da frase “O realismo só gera certo pessimismo em uma primeira fase" seria alterado se 
o advérbio “só" fosse posposto à forma verbal “gera", da seguinte forma: O realismo gera só 
certo pessimismo (...). 
Comentários: 
Já exaurimos essa lógica nessa aula, sejamos objetivos. 
“O realismo só gera certo pessimismo em uma primeira fase" (só faz isso, só gera) 
“O realismo gera só certo pessimismo em uma primeira fase" (só gera pessimismo, não gera outra 
coisa) Questão correta. 
 
ARTIGO 
O artigo é classe variável em gênero e número que acompanha substantivos, indicando se o 
substantivo é masculino ou feminino, singular ou plural, definido ou indefinido. Por sempre estar 
modificando um substantivo, sempre exerce a função de adjunto adnominal. Pode ocorrer 
aglutinado com preposições (em e de): “no”, “na”, “dos”, “das”. 
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O artigo definido se refere a um substantivo de forma precisa, familiar: “o carro”, “a casa”, nesse 
caso, indicando que aquele “carro” ou aquela “casa” são conhecidas ou já foram mencionadas no 
texto. 
Ex: Na porta havia um policial parado. Assim que me viu, o policial sacou sua arma. 
Observe que na segunda referência ao policial, ele já é conhecido, já foi mencionado, é aquele 
que estava parado na porta. Isso justifica o uso do artigo definido, no sentido de familiaridade. 
Por essa razão, a ausência do artigo deixa o enunciado indefinido, mais genérico: 
Não dou ouvidos ao político (com artigo definido: político específico, definido) 
Não dou ouvidos a político (sem artigo definido: qualquer político, políticos em geral) 
O artigo definido diante de um substantivo indica que este é familiar, conhecido ou que já foi 
mencionado. Por essa razão, quando tratamos de um nome em sentido geral, sem especificar, não 
deve haver artigo e, consequentemente, não haverá crase (artigo “a”+ preposição “a”). Por outro 
lado, se um termo já trouxer determinantes que o especifiquem, não poderemos considerá-lo 
genérico, então deve-se usar artigo definido. Esse fato explica várias regras de crase, como diante 
da palavra casa e de alguns nomes de lugares (topônimos) que não trazem artigo (Portugal, Roma, 
Atenas, Curitiba, Minas Gerais, Copacabana). Observe: 
Estou em casa (sem artigo). Estou na casa de mamãe (a casa é determinada, então deve ter artigo 
definido). Pelo mesmo raciocínio, temos: vou a Paris (sem artigo)/Vou à Paris dos meus sonhos 
(“Paris” está determinada, então traz artigo definido, e , por consequência, crase). 
Após o pronome indefinido “todo”, o artigo definido indica “completude”, “inteireza”: 
Toda casa precisa de reforma. (todas as casas, qualquer casa, casas em geral.) 
Toda a casa precisa de reforma (a casa inteira.) 
Por sua vez, o artigo indefinido se refere ao substantivo de forma vaga, inespecificada; “um carro 
qualquer”, “uma casa entre aquelas”. Também expressa intensificação: “ela tem uma força!” ouaproximação: “ela deve ter uns 57 anos”. Assim como os definidos, também pode ocorrer 
aglutinado com preposições (em e de): “duns”, “dumas”, “nuns”, “numas”. 
Por outro lado, o artigo, ao lado de substantivo comum no singular, também pode ser usado para 
universalizar uma espécie, no sentido de “todo”: “o (todo) homem é criativo”, “o (todo) brasileiro 
é passivo”; “a (toda) mulher sofre com o machismo”, “uma (toda) mulher deve ser respeitada”; 
“uma empresa deve ser lucrativa” (toda/qualquer empresa). 
O artigo definido, na linguagem mais moderna, também é um recurso de adjetivação, por meio 
de um realce na entoação de um termo que não é tônico: 
Ex: Esse não é um médico, esse é o médico. 
O sentido é que não se trata de um médico qualquer, mas sim um grande médico, o melhor. Este 
é o chamado “artigo de notoriedade”. 
 
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22. (CESPE / PRF / POLICIAL / 2019) 
Mas e antes dos sensores, como é que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena 
mais alta no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um 
interruptor, e a cidade toda se iluminava. 
A substituição da locução “a cidade toda” por toda cidade preservaria os sentidos e a correção 
gramatical do período. 
Comentários: 
O artigo faz toda a diferença no sentido: 
“a cidade toda”— a cidade inteira, a cidade por completo 
“toda cidade”— todas as cidades, qualquer cidade Questão incorreta. 
23. (CESPE / SEDF / 2017) 
O aspecto da implantação do português no Brasil explica por que tivemos, de início, uma língua 
literária pautada pela do Portugal contemporâneo. 
O emprego do artigo definido imediatamente antes do topônimo “Portugal” torna-se obrigatório 
devido à presença do adjetivo “contemporâneo”. 
Comentários: 
Compare: Vou a Portugal / Vou ao Portugal contemporâneo. O primeiro “Portugal” não pede 
artigo. Já o segundo “Portugal” está sendo determinado: não é um “Portugal” qualquer, é um 
“Portugal” específico, é o “contemporâneo”. Por essa razão, por estar diante de um substantivo 
definido no texto, o artigo definido se torna necessário. 
Esse tipo de questão cai “igualzinho” na parte de crase, a única diferença é que usam topônimos 
femininos, como Bahia, Recife, Brasília. Fique esperto! Questão correta. 
 
PREPOSIÇÕES 
A preposição é classe invariável que conecta palavras e orações, umas às outras e entre si. Sozinha, 
ela não exerce função sintática, mas compõe a transitividade de nomes e verbos (aqueles que 
pedem complemento preposicionado) e a estrutura de locuções com função de adjuntos 
adnominais (se referem a substantivo ou termo substantivo), e adverbiais (se referem a verbos, 
adjetivos, advérbios). 
Vamos relembrar as principais preposições: a, com, de, em, para, por, ante, até, após, contra, 
sob, sobre, per, por, desde, trás, perante. 
Ex: Gosto de chocolate (a preposição introduz complemento de um verbo) 
Ex: Tenho medo de cobra (a preposição introduz complemento de um nome) 
Ex: Estudo de noite (a preposição introduz locução adverbial) 
Ex: Esta é mesa de mármore (a preposição introduz locução adjetiva) 
 
 
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Preposições Essenciais e Acidentais: 
São chamadas de “essenciais” as preposições puras, que só funcionam como preposição: a, com, 
de, em, para, por, desde, contra, sob, sobre, ante, sem... 
São chamadas de preposições “acidentais” aquelas palavras que na verdade pertencem a outra 
classe, mas que, “acidentalmente”, fazem papel de preposição: consoante, conforme, segundo 
(quando não introduzem oração); como, que, mesmo, durante, mediante... 
Ex: Tenho de estudar/Tenho que estudar (essas expressões são equivalentes e o “que” é uma 
preposição acidental, pois é uma conjunção que está “acidentalmente” no papel de preposição 
(“de”). 
Ex: Eu jogo de goleiro/ Eu jogo como goleiro. (“como” é conjunção, mas aqui está no papel de 
preposição (“de”). 
As palavras salvo, exceto, exclusive, afora, menos e senão são consideradas preposições acidentais 
quando introduzem locuções adverbiais com sentido de exclusão: 
Ex: Salvo aquele capítulo, o livro inteiro é bom. 
Ex: O livro inteiro é bom, menos aquele capítulo. 
Usamos Eu e Tu após preposições acidentais ou palavras denotativas: 
Ex: Fora tu, todos erraram (fora é preposição acidental) 
Ex: Até tu, Brutus!. (até é palavra denotativa de inclusão) 
Com preposições essenciais, devemos usar as formas oblíquas: 
Ex: Venha até mim e haverá bênçãos para ti. 
 
Preposições Relacionais e Nocionais: 
As preposições que são exigidas por verbos e nomes têm “valor relacional”, são preposições 
eminentemente gramaticais e introduzem funções sintáticas de complemento, como objetos 
diretos, indiretos, complementos nominais. Em suma, são aquelas preposições obrigatórias, 
pedidas pela regência, exigências da palavra que pede um complemento. 
Ex: Desconfio de um funcionário. (“relacional” -introduz complemento de verbo) 
Ex: Tenho medo de cobra. (“relacional” -introduz complemento de substantivo) 
Ex: Estou desconfiado de um funcionário. (“relacional” -introduz complemento de adjetivo) 
Ex: Fui favorável a suas escolhas. (“relacional” -introduz complemento de advérbio) 
Então, se a preposição introduzir um complemento obrigatório de um verbo, substantivo, adjetivo 
ou advérbio, ela será uma preposição gramatical/relacional e será exigência de um termo anterior. 
As que não são exigidas obrigatoriamente, mas aparecem para estabelecer “relações de sentido”, 
tem valor “nocional”, pois trazem noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo, etc. 
Geralmente introduzem adjuntos adnominais e adverbiais. 
Ex: Este é o carro de Ricardo. (“nocional” -introduz locução indicativa de posse) 
Ex: Tenho um violão de madeira. (“nocional” -indica qualidade/matéria) 
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Ex: Estudo de noite. (“nocional” -introduz circunstância de tempo) 
Ex: Ele morreu de fome. (“nocional” -introduz circunstância de causa) 
Então vamos analisar um exemplo e ver qual preposição é exigida gramaticalmente por um termo 
anterior: 
Ex: Discordo de argumentos de esquerda. 
O verbo “discordar” pede a preposição “de”. A expressão “de argumentos” é um objeto indireto. 
Essa preposição tem valor relacional, pois é obrigatória, própria do verbo “discordar”. Repare que 
inicia um complemento... 
Já a expressão preposicionada “de esquerda” é uma locução adjetiva, pois equivale a um adjetivo: 
“esquerdista”. Por ter esse valor de adjetivo, exerce função de adjunto adnominal, ligado ao nome 
“argumentos”. Observe agora que ela não é exigida pelo termo anterior, está aqui para fazer uma 
relação de sentido, para introduzir a “noção” de tipo ou qualidade dos argumentos. 
A distinção entre esses dois tipos de preposição é fundamental para a análise sintática. 
 
Contração das preposições: 
As preposições podem ser contraídas com outras classes: 
 Preposição a + Artigos 
a + a, as, o, os = à, às, ao, aos 
 Preposição a + Pronomes demonstrativos 
a + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo = àquele, àquela, àquelas, àquilo 
 A preposição a + Advérbios 
a + onde = aonde 
 A preposição por + Artigos 
por + o, a, os, as = pelo, pela, pelos, pelas 
 Preposição de + Artigos 
de + o, a, as, um, uns, uma, umas = do, da, das, dum, duns, duma, dumas 
 Preposição de + Pronomes pessoais 
de + ele, ela, eles, elas = dele, dela, deles, delas 
 Preposição de + Pronomes demonstrativos 
de + este, esta, estes, estas, isto, esse, aquele, aquelas, aquilo 
=deste, desta, destes, destas, disto, desse, daquele, daquelas, daquilo 
 Preposição de + Pronomeindefinido 
de + outro, outras, = doutro, doutras 
 Preposição de + Advérbios 
de + aqui = daqui; de + aí = daí; de + ali = dali; de + além = dalém 
 A preposição em + Artigos 
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em + o, a, as, um, uns, uma, umas 
= no, na, nas, num, nuns, numa, numas 
 A preposição em + Pronomes pessoais 
em + ele, ela, eles, elas = nele, nela, neles, nelas 
 A preposição em + Pronomes demonstrativos 
em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, 
aquilo 
= neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nessa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, 
naqueles, naquelas 
 
Valor semântico da preposição (valor nocional) 
As preposições nocionais não são exigidas pela gramática, mas são usadas para trazer noções, 
circunstâncias, matizes semânticos. Não há como decorar e antever todas as possibilidades. Olhe 
sempre para o termo que aparece depois da preposição e tente pensar no papel que aquele 
termo exerce; aí você terá pistas sobre o sentido da preposição. Vejamos as principais relações de 
sentido que caem em prova. 
Ex: Escrevi a lápis. (instrumento) 
Ex: Meu violão é de mogno. (matéria) 
Ex: Fui ao cinema com ela. (companhia) 
Ex: Fiquei chocado com a novidade. (causa) 
Ex: Estou morrendo de frio. (causa) 
Ex: Não fale de/sobre corrupção aqui. (assunto) 
Ex: Vou para um lugar melhor. (direção; vai e fica lá; definitivo) 
Ex: Vou a um lugar melhor. (direção; vai e volta; provisório) 
Ex: Estudo para passar em primeiro lugar. (finalidade) 
Ex: Para Freud, o sonho é um desejo reprimido. (conformidade/opinião/referência) 
Ex: Devolva-me o livro do aluno. (posse) 
Ex: Feri-me com a faca. (instrumento) 
Ex: Vivo de aluguéis e investimentos. (meio) 
Ex: Vivo só com a renda da aposentadoria. (meio) 
Ex: Estudo com gana. (modo) 
Ex: Sou contra o populismo. (oposição) 
Ex: O prazo para posse é de 30 dias (tempo) 
Ex: Não sou de Campinas. (origem) 
Ex: Com mais um minuto, resolveria aquele problema (tempo) 
Ex: Resolvi a questão com um macete. (instrumento) 
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Ex: Fui ao cinema com ela. (companhia) 
Após as preposições “ante” e “perante”, preposições indicativas de lugar, não se usa preposição 
“a”. O Cespe adora essa pegadinha! 
 
Locuções prepositivas: 
São grupos de palavras que equivalem a uma preposição. Se eu disser “falei sobre o tema” ou 
“falei acerca do tema”, a locução substitui perfeitamente a preposição. As locuções prepositivas 
sempre terminam em uma preposição, exceto a locução com sentido concessivo/adversativo “não 
obstante”: 
Veja alguns pares importantes com alguns sentidos que podem assumir: 
✓ Embaixo de > sob (lugar) 
✓ A fim de > para (finalidade) 
✓ Dentro de > em (lugar) 
✓ De encontro a > contra (posição) 
✓ Acerca de > sobre (assunto) 
✓ Devido a > com (causa) 
✓ Em virtude de > por (causa) 
✓ A respeito de > sobre (assunto) 
✓ Por meio de > através (meio) 
Rigorosamente, a gramática condena o uso de “através” com sentido de “meio” (Ex: fiquei rico 
através de investimentos) e limita essa preposição à ideia de “atravessar” (Ex: A luz passa através 
da janela.) 
Fique atento, pois as bancas gostam de pedir a substituição de uma preposição ou locução 
prepositiva por uma conjunção ou locução conjuntiva com mesmo valor semântico: Estudo a fim 
de/para passar = Estudo a fim de que passe. A substituição é possível, mas exige adaptações na 
estrutura da sentença. 
 
 
A preposição “de” é expletiva, de realce, e pode ser retirada da frase sem prejuízo sintático 
e sem alteração relevante de sentido em: 
Estruturas comparativas: Como mais (do) que você. 
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Português p/ DEPEN (Com Videoaulas) - Pós-Edital
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Alguns apostos especificativos: O bairro (das) Laranjeiras satisfeito sorri. 
Orações subordinadas predicativas: A sensação foi (de) que não mudou. 
Predicativo do objeto do verbo chamar ou denominar: Joni me chamou (de) estúpido. 
Algumas estruturas do tipo artigo + adjetivo substantivado + de + substantivo : O maldito 
(do) gato foi atropelado 7 vezes! 
 
24. (CESPE / PGE-PE / Analista Judiciário de Procuradoria / 2019) 
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sensação 
mais difundida é a desorientação. 
Seria mantida a correção gramatical do texto se o trecho “diante de uma mudança” fosse alterado 
para ante a uma mudança. 
Comentários: 
Após as preposições “ante” e “perante”, preposições indicativas de lugar, não se usa preposição 
“a”. A redação seria apenas: ante/perante uma mudança. Questão incorreta. 
A propósito, o CESPE já tinha cobrado isso antes: 
25. (CESPE / Polícia Civil-CE / INSPETOR / 2012) 
Em um momento que os Estados-nação se dobram diante das forças do mercado... 
Na linha 1, pode-se substituir “diante das” por perante as, sem prejuízo para a correção gramatical 
ou para o sentido original do texto. 
Comentários: 
 A troca de “diante DE” por “perante” não prejudica nem a correção nem o sentido. Não se 
poderia, no entanto, usar “perante a” ou “perante às”, pois isso indicaria uso de preposição “a” 
após perante. Questão correta. 
26. (CESPE / PGE-PE / Analista Judiciário de Procuradoria / 2019) 
Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para absolver 
o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo apenas 
ajudar a que se compreenda que todo juízo excessivamente resoluto nesse campo corre o risco 
de parecer leviano. 
No período em que se inserem, os trechos “para absolver o presente” e “para louvar os bons 
tempos antigos” exprimem finalidades. 
Comentários: 
Sim. A preposição “para” antes de uma ação indica classicamente o sentido de propósito, na 
forma de uma oração subordinada adverbial final. Questão correta. 
 
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27. (CESPE / TCE-PB / AG. DE DOCUMENTAÇÃO / 2018) 
Portanto, do ponto de vista cronológico, a fala tem precedência sobre a escrita, mas, do ponto de 
vista do prestígio social, a escrita tem supremacia sobre a fala na maioria das sociedades 
contemporâneas. 
A expressão “sobre a”, nas linhas 1 e 2, tem o sentido de a respeito da. 
Comentários: 
Quando o sentido é de assunto, essa troca é possível: 
Falei sobre a miséria 
Falei a respeito da miséria 
Falei acerca da miséria 
Contudo, não é o caso aqui. 
O sentido nesse contexto é de prevalência, de posição superior. Questão incorreta. 
28. (CESPE / IPHAN / CARGOS DE NÍVEL MÉDIO / 2018) 
Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar de soluções únicas para a cidade, passou-se 
a considerar a segmentação ainda maior de interesses. 
Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a expressão “Com a” (ℓ.1) poderia ser 
substituída pela expressão Devido à. 
Comentários: 
A multiplicação das demandas sociais é a causa da segmentação de interesses que dificulta a 
tomada de uma decisão única. Portanto, o termo introduzido por “com” poderia sim ser 
substituído pela locução causal ‘devido a...’ 
Devido à multiplicação das demandas sociais, no lugar de soluções únicas para a cidade, passou-
se a considerar a segmentação ainda maior de interesses. É cada vez mais difícil imaginar que uma 
ação pública vá atingir a aspiração de todos em um único objetivo comum. Questão correta. 
29. (CESPE / IFF / 2018) 
É comum que pais de baixa escolaridade lutem para que os filhos tenham acesso a um ensino de 
qualidade... 
A oração “para que os filhos tenham acesso a um ensino

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