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ANÁLISE QUANTITATIVA PARA AUMENTO DA CONFIABILIDADE


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ANÁLISE QUANTITATIVA PARA AUMENTO DA CONFIABILIDADE E 
DISPONIBILIDADE DE UMA BOMBA CENTRIFUGA DE UMA EMPRESA 
QUÍMICA 
 
 
 
Franciele Lopes de Castro 
 
Orientador: Prof. Dr. Messias Borges Silva 
 
 
 
 
 
 
LORENA - SP 
2018 
 
 
 
 
FRANCIELE LOPES DE CASTRO 
 
 
 
 
ANÁLISE QUANTITATIVA PARA AUMENTO DA CONFIABILIDADE E 
DISPONIBILIDADE DE UMA BOMBA CENTRIFUGA DE UMA EMPRESA 
QUÍMICA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Escola de Engenharia de Lorena – Universidade 
de São Paulo, como requisito parcial para a 
obtenção do título de Engenheira da Produção 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Messias Borges da Silva 
 
 
 
 
Versão Original 
 
 
 
Lorena – SP 
2018 
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO
CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado
da Escola de Engenharia de Lorena, 
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Castro, Franciele Lopes de
 Análise quantitativa para aumento da
confiabildiade e disponibilidade de uma bomba
dentrifuga de uma empresa quimica / Franciele Lopes
de Castro; orientador Messias Borges Silva. -
Lorena, 2018.
 68 p.
 Monografia apresentada como requisito parcial
para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia
de Produção - Escola de Engenharia de Lorena da
Universidade de São Paulo. 2018
 1. Manutenção. 2. Confiabilidade. 3.
Disponibilidade. 4. Distribuição de weibull. 5.
Método apolo. I. Título. II. Silva, Messias Borges,
orient.
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente tenho que agradecer a Deus pela minha vida, pelas minhas 
oportunidades e principalmente as minhas conquistas. Agradeço também aos meus pais, 
pelo dom da vida, por prover tudo o que foi necessário para que conseguisse trilhar meu 
caminho até aqui, pelo incentivo em toda minha jornada universitária, por terem me 
apoiado, suportado e confortado nos momentos difíceis, e principalmente por cada 
comemoração e satisfação as minhas pequenas e grandes conquistas. A minha irmã, 
que com todo seu amor sempre me apoiou e incentivou em todos os âmbitos da minha 
vida. 
Não posso deixar de agradecer a todos meus mestres e a todas as pessoas que 
cruzaram meu caminho, principalmente as que ainda estão comigo. Agradecer ao Centro 
Acadêmico de Engenharia de Produção, a Mamuteria, a equipe EEL Racing e a Teatreria 
Clube da Lua, pelo desenvolvimento pessoal e profissional e pelos amigos que ali fiz, 
que com certeza foram quem me tornaram quem sou hoje, o amadurecimento que essas 
entidades me proporcionaram existem palavras que expressem. 
Agradeço ao meu orientador, professor Messias Borges, por todo direcionamento e pela 
atenção dedicada. Agradeço ao Daniel de Moura, por ter me incentivado na escolha do 
projeto, pelos conselhos e ajudas e principalmente pela amizade. Agradeço ao professor 
Marco Antônio por ser minha referência de profissional, por sempre me ajudar com 
minhas escolhas e por ter me provido os maiores conhecimentos acadêmicos, pela 
amizade que temos e por sempre acreditar no meu potencial. 
Agradeço aos meus colegas de trabalho, de todas as empresas que trabalhei, e de todas 
as áreas que compus, mas principalmente aos meus amigos da BASF que foi onde me 
encontrei como profissional. 
E, para finalizar, agradeço a todos que participaram de alguma forma na minha formação 
acreditando em mim, me ajudando ou simplesmente existindo na minha vida. Do fundo 
do coração, muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O sucesso nasce do querer, da determinação e 
persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo 
não atingindo o alvo, quem busca e vence 
obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” 
José de Alencar 
 
 
 
RESUMO 
CASTRO, F.L. Análise Quantitativa para Aumento da Confiabilidade e 
Disponibilidade de uma Bomba CENTRIFUGA de uma Empresa Química. 
2018, 32 f., Monografia - Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São 
Paulo, 2018. 
Neste trabalho falaremos sobre a aplicação dos conceitos de engenharia de 
confiabilidade, utilizando-se de metodologias consagradas para escolha do 
equipamento e análise e resolução das falhas levantadas. A estratégia de 
manutenção utilizado pela empresa foi beneficiada com este estudo devido ao seu 
alto nível de especificidade na análise de falha. Para isto, o método de pesquisa 
escolhido foi a modelagem quantitativa, aplicada a uma planta química. Os registros 
de falhas de equipamentos foram coletados através do SAP, após isso houve-se a 
identificação dos Bad Actors (equipamentos com maior incidência de falhas) e 
dentre estes, a escolha do equipamento que seria analisado. Então foram coletados 
registros dos tempos entre falhas e dos tempos para reparo do equipamento no 
SAP, e a partir dos resultados obtidos, pode-se calcular a função Confiabilidade 
R(t). Seguiu-se com o cálculo da fase de vida do equipamento através da 
distribuição de Weibull e pela curva da banheira, utilizando-se dos valores de tempo 
médio entre falhas e tempo médio de reparos obtidos anteriormente para o cálculo 
da disponibilidade e taxa de falhas. Para a priorização dos problemas detectados 
foi-se utilizado de um diagrama de Pareto com as falhas mais recorrentes e 
escolhendo a com maior grau de risco. Seguidamente pela utilização do método 
Apolo no brainstorming de possíveis causas que levariam a ocorrência desta falha, 
encontrando um modo de falha principal e desenvolvendo o plano de ação para as 
causas encontradas para este, apresentando uma resolução para um dos principais 
problemas de indisponibilidade para produção na planta. 
Palavras-chaves: Manutenção, Confiabilidade, Disponibilidade, Distribuição de 
Weibull, Diagrama de Pareto, Brainstorming, Método Apolo. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
CASTRO, F.L. Quantitative Analysis for Increasing the Reliability and 
Availability of a Helical Pump from a Chemical Company. 2018, 32 f., 
Monografia - Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo, 2018. 
This work will talk about the application of the concepts of reliability engineering 
using established methodologies to choose the equipment, analysis and resolution 
of the failures raised. The maintenance strategy used by the company was benefited 
by this study due to its high level of specificity in the failure analysis. For this, the 
chosen research method was the quantitative modeling applied to a chemical plant. 
The equipment failure records were collected through the SAP, after the Bad Actors 
(equipment with the highest incidences of failures) were indentified, among these 
the choice of the equipment to be analyzed. Then, was recorded the time between 
failures and times to repair the equipment in the SAP, and from the obtained results 
to calculate the Reliability R (t) function. The calculation of the life stage of the 
equipment was carried out through the weibull distribution and the bathtub curve, 
using the values of mean time between failures and mean time of repairs previously 
obtained for the calculation of the availability and rate of failure. For the prioritization 
of the detected problems, a Pareto Chart was used with the most recurrent faults 
and choosing the one with the highest degree of risk. Then the use of the Apolo 
method in the brainstorming of possible causes that would lead to the occurrence 
of this failure, and developing the action plan for the causes found, presenting a 
resolution for one of the main problems of unavailability for production in the plant. 
Keywords: Maintenance, Reliability, Availability, Weibull Distribution, Pareto Chart, 
Brainstorming, Apolo method. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Desenvolvimento das técnicas de manutenção...................................... .18 
Figura 2: Classificação da Manutenção..................................................................19 
Figura 3: Modelos de distribuição.......................................................................... .22 
Figura 4: Curva da banheira e ciclo de vida de equipamentos................................ .24 
Figura 5: Variação ocasionada pela alteração do parâmetro β...............................25 
Figura 6: Tipos de probabilidades condicionais de falhas...................................... .30 
Figura 7: Curva da Banheira e ciclo de vida de equipamentos.............................. .31 
Figura 8: Exemplo de gráfico de Pareto................................................................. .33 
Figura 9: Exemplo de arvore de falhas................................................................... .35 
Figura 10: Ferramentas básicas da qualidade....................................................... .37 
Figura 11: Ferramentas básicas da qualidade....................................................... .40 
Figura 12: Ferramentas básicas da qualidade também utilizadas no MASP.…......40 
Figura 13: Fluxograma do método de trabalho....................................................... .41 
Figura 14: Ciclo de serviço de abertura de chamados de manutenção...................43 
 
 
 
 
 
 
LISTA TABELAS 
Tabela 1: Distribuição tempos de falha..........................................................................47 
Tabela 2: Parâmetro da distribuição de probabilidade Weibull............................... .49 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1: Comparação da Manutenção Tradicional com a MCC.....................19 
Quadro 2: Principais finalidades das ferramentas da qualidade........................31 
Quadro 3: Etapas do MASP...............................................................................37 
Quadro 4: Brainstorming das possíveis causas dos modos de falha.................51 
Quadro 5: Plano de ação....................................................................................57 
Quadro 6: Propostas de soluções para prevenção dos modos de falhas ...........58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1: Função de probabilidade Weibull para tempo entre falhas.....................49 
Gráfico 2: Função R(t) confiabilidade.........................................................................50 
Gráfico 3: Gráfico de Pareto – Ocorrências de falhas por modo de falhas............51 
Gráfico 4: Gráfico de Pareto – Somatório do tempo de parada.............................. .52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................... 13 
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 14 
1.3 RELEVÂNCIA DO ASSUNTO ......................................................................... 14 
1.4 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 15 
1.5 OBJETIVOS ESPECIFICOS ........................................................................... 15 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 15 
2.1 HISTÓRICO E CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................. 16 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DE MANUTENÇÃO ........................................................... 18 
2.3 MANUTENÇÃO CENTRADA EM CONFIABILIDADE ................................... 19 
2.4 CONFIABILIDADE, MANTENABILIDADE E DISPONIBILIDADE EM 
MANUTENÇÃO ...................................................................................................... 21 
2.4.1 CONFIABILIDADE .................................................................................... 21 
2.4.2 MANTENABILIDADE ................................................................................ 27 
2.4.3 DISPONIBILIDADE ................................................................................... 28 
2.5 COMPORTAMENTO DA TAXA DE FALHAS E ESTRATÉGIAS DE 
MANUTENÇÃO ...................................................................................................... 29 
2.6 QUALIDADE: CONCEITOS E FERRAMENTAS ............................................ 31 
2.6.1 GRÁFICO DE PARETO ............................................................................ 33 
2.6.2 BRAINSTORMING .................................................................................... 34 
2.6.3 ANÁLISE DE CAUSA RAIZ – MÉTODO APOLLO ................................. 34 
2.6.4 5W2H ......................................................................................................... 36 
2.7 METODOLOGIA DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS - MASP .... 37 
3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ................................................................ 41 
3.1 MÉTODO DE PESQUISA................................................................................ 41 
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................ 43 
 
 
 
3.3 MODELAGEM DO PROCESSO ..................................................................... 43 
3.4 COLETA DE DADOS ....................................................................................... 44 
3.5 ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................... 46 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 47 
4.1 MODELO DE IMPLANTAÇÃO DA MCC ........................................................ 47 
4.2 EQUIPAMENTO DE ESTUDO ........................................................................ 47 
4.3 DETERMINAÇÃO DA DISPONIBILIDADE ..................................................... 48 
4.4 ANÁLISE DE CONFIABILDIADE .................................................................... 49 
4.5 ANÁLISE DOS MODOS DE FALHA ................................................................. 51 
4.6 IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS ...................................................................... 53 
4.7 RESULTADOS ................................................................................................. 57 
4.7.1 CHOQUE TÉRMICO NA PARTIDA DA BOMBA..................................... 57 
4.7.2 TRINCA NAS FACES DO SELO MECÂNICO......................................... 57 
4.7.3 CAVITAÇÃO NA PARTIDA DA BOMBA.................................................. 58 
4.7.4 FADIGA DAS MOLAS ............................................................................... 58 
4.7.5 INCRUSTAÇÃO DOS POLÍMEROS NAS MOLAS ................................. 59 
4.7.6 FALHA NA MONTAGEM .......................................................................... 59 
4.7.7 PLANO DE AÇÃO MÉTODO APOLO...................................................... 59 
5. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 62 
Referências Bibliográficas...................................................................................... 63 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 
De acordo com DHILLON (2006) a manutenção teve seu desenvolvimento na 
revolução industrial, com a invenção da máquina a vapor de James Watt (1736-1819), 
pois com ela veio a necessidade de reparo industrial não existente até então. Deu-se 
então início ao estudo e aprimoramento de métodos de manutenção que vem sendo um 
desafio até hoje, porém sendo um segmento de grande importância dentro das 
industrias. 
Com o avanço na tecnologia e a exigência de equipamentos cada vez mais 
sofisticados com processos cada vez mais velozes e potentes, gerando a busca 
incessante por uma produção com qualidade, baixo custo e rapidez. Isso acarretou no 
aumento significativos da exigênciapor disponibilidade. Onde os custos de inatividade 
ou subatividade começaram a fazer diferença. Viana (2006) acredita que devido a essas 
novas nuances da indústria foi onde se deu a criação do planejamento e controle da 
manutenção. 
Para Peres e Lima (2008) o setor de manutenção deve se integrar de modo efetivo 
ao processo fabril, uma vez que dentro da organização há um papel estratégico para a 
manutenção, o qual é voltado para os resultados empresariais, conforme as 
necessidades que vinham sendo desenvolvidas, levaram-se a implantação de 
metodologias mais eficientes a fim de se melhorar os resultados dos processos de 
manutenção. 
Os conceitos de Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC). Não basta apenas 
reparar o equipamento ou a instalação tão rápida quanto possível, mas é preciso 
principalmente, manter a disponibilidade para a operação, reduzindo a probabilidade de 
uma parada de produção não planejada. (KARDEC; NASCIF, 2009). 
 
14 
 
 
Para Braile e Andrade (2013) para a obtenção das informações sobre falha, o 
conhecimento das vulnerabilidades e problemas das maquinas durante sua etapa de 
vida útil essencial, levando a engenharia da confiabilidade estimar o tempo de 
funcionamento de um produto na sua forma continua e sem falhas. 
Com isso Garza (2002) afirma que a MCC prioriza a necessidade de disponibilidade 
do equipamento para o processo de produção e não do componente ou equipamento de 
maneira isolada, e tem como principal objetivo analisar as falhas e evita-las ou reduzi-
las através de uma estratégia eficaz de manutenção. 
1.2 JUSTIFICATIVA 
O tema MCC é muito utilizado como metodologia de manutenção e é tratado em 
muitos livros, porém em sua grande maioria em análise qualitativa, visto que por falta de 
histórico, devido a perca de históricos físicos antigos ou até menos a não contabilização, 
a análise quantitativa se torna deficitária como referência, mesmo sendo ela uma forma 
muito efetiva de contribuição no aumento da confiabilidade em equipamentos de 
processos. (RAO et al., 1996; SANTOS et al., 2007). 
Com isso, por saber o quão valoroso para a competitividade e custoso é a 
manutenção para uma empresa, este tema vem sendo mais tratado e desenvolvido 
dentro do setores de manutenção, porém com uma limitada literatura sobre análises 
quantitativas de MCC, o presente trabalho tem como intuito suportar quantitativamente 
com o necessário para a implantação de um consagrado para a redução e prevenção de 
falhas em um equipamento de um processo de produção indústria real, por meio da 
aplicação dos conceitos da engenharia de confiabilidade e da metodologia MCC 
combinados a utilização de ferramentas da qualidade. 
1.3 RELEVÂNCIA DO ASSUNTO 
A relevância do assunto pode ser suportada pela contribuição que a filosofia da 
Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC) tem dado às inúmeras empresas que a 
adotam, pois se trata de um método estruturado que possibilita definir as falhas críticas 
dos equipamentos e as atividades de manutenção, de maneira que suas aplicações 
possam minimizar a ocorrência destas falhas. 
15 
 
 
 
 
1.4 OBJETIVO GERAL 
O objetivo geral deste trabalho é suportar quantitativamente, por meio da aplicação 
de conceitos da engenharia de confiabilidade e da metodologia MCC combinados a 
utilização de ferramentas da qualidade para a redução e prevenção de falhas em uma 
Bomba centrifuga de uma indústria química. 
1.5 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
(i) Apresentar uma análise quantitativa, realizada através de um histórico 
de dados reais e demonstrar os benefícios que esta oferece em um sistema de 
gestão de manutenção; 
(ii) Determinar a fase de vida do equipamento por meio do parâmetro  
da distribuição de Weibull; 
(iii) Identificar as principais ocorrências de falhas e priorizá-las por meio 
do Diagrama de Pareto; 
(iv) Identificar e classificar as possíveis causas de falhas através do uso 
das ferramentas da qualidade; 
(v) Descrever e analisar a aplicação de um modelo proposto de 
implantação da MCC, adaptado para redução das falhas funcionais de uma bomba 
centrifuga; 
(vi) Avaliar os resultados da implantação da MCC como ferramenta de 
apoio a manutenção; 
 
 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Faremos então neste capítulo o levantamento da literatura que nos fornecerá 
informações cruciais para o entendimento e execução do projeto. Desta maneira aqui 
16 
 
 
serão apresentados os conceitos e definições, exemplificados por conceitos de 
Engenharia de Confiabilidade, Fundamentos da MCC, Conceitos de Manutenção, 
Técnicas para análise de risco e confiabilidade, entre outros utilizados para a 
estruturação do projeto. 
2.1 HISTÓRICO E CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A manutenção tem sido um desafio desde seu surgimento, pois apesar do grande 
progresso tecnológico, mantem-se sendo uma atividade árdua, pois devido a 
complexidades, custo e concorrência acabam tornando a manutenção uma das áreas 
plausíveis de mais mutações dentro de suas atividades. (DHILLON, 2002; MOUBRAY, 
2000). 
Moubray (2000) e Siqueira (2009) pontuam a evolução da manutenção em três 
gerações particulares, levando em conta cada período tecnológico fazendo uma 
correspondência a cada uma delas com suas características principais. 
A primeira geração é marcada pelo surgimento das primeiras máquinas industriais na 
revolução industrial. Este ramo deu início a mecanização da indústria, onde o 
desempenho não era um fator crucial, com capacidades superdimensionadas e sistemas 
simples acabavam tendo muitos períodos de ociosidade do sistema. Levando assim as 
manutenções a se resumirem a ações corretivas, as quais se focavam nos consertos 
após as avarias acontecidas, ou rotinas operacionais como atividades de limpeza, 
controle e lubrificação. (MOUBRAY, 2000; SIQUEIRA, 2009). 
O pós-guerra marca o período da segunda geração, ao final dos anos 50 onde a 
necessidade determinada pela segunda guerra levou a grande demanda de produtos, 
serviços e a escassez de mão-de-obra especializada, tornando assim indispensável a 
maior mecanização das indústrias. Com a disseminação da linha de produção contínua 
a complexidade das máquinas aumentou, passando assim a exigir maiores cuidados 
para mantê-las em funcionamento, acarretando em maiores custos de manutenção. 
(MOUBRAY, 2000; SIQUEIRA, 2009). 
Para diminuir os custos decorrente das falhas e atender as demandas, ainda na 
segunda geração, evidenciou-se a necessidade de garantir a confiabilidade e 
disponibilidade das máquinas. (KARDEC; NASFIC, 2009). 
Com o desenvolvimento da ideia de se antecipar a ocorrência de falha, surgiu-se a 
Manutenção Preventiva ou Manutenção Baseada no Tempo (TBM), a qual se faz através 
de revisões gerais com periodicidade determinada; e a Manutenção Preditiva ou 
17 
 
 
 
 
Manutenção Baseada em Condições (CBM), que se utiliza de técnicas de manutenção 
baseadas na disponibilidade e desempenho do equipamento. (RAPOSO, 2004; 
SIQUEIRA, 2009). 
A partir dos anos 70, devido a pouco eficiência das gerações anteriores frente às 
novas exigências dos processos de produção fez-se surgir novas necessidades, e da 
automação ocorrida nas indústrias. Surge então a terceira geração, e conforme Moubray 
(2000) nessa geração os sistemas começaram a ser projetados para trabalhar com uma 
maior precisão e essa nova fase é sintetizada em três diferentes aspectos: novas 
expectativas, novas pesquisas e novas técnicas. 
Durante esse período foi feita a descoberta de novos modos de falhas e avanço no 
desenvolvimento e aplicação da manutenção preditiva; elevando a maturidade dos 
conceitos e aplicações das ações de manutenção, inicia-se a utilização de sistemas 
informatizados para o planejamento e controle da manutenção; o nascimento e 
desenvolvimento do conceito de confiabilidade na Engenharia de Manutenção e maior 
ênfase dos projetos industriais na confiabilidade e manutenção culminandono 
surgimento das metodologias de manutenção: Reliability Centered Maintenance (RCM) 
na indústria aeronáutica americana, Total Productive Maintenance (TPM) no Japão, 
Terotecnologia na Inglaterra e combinação destas técnicas (KARDEC; NASCIF, 2009; 
ZAIONS, 2003; MOUBRAY, 2000; SIQUEIRA, 2009). 
Com o avanço da terceira geração, foi possível um desenvolvimento da manutenção, 
conciliando-a com ferramentas de outras ciências e orientando seus resultados fazer jus 
a essas expectativas de: negócios, competitividade, inovação tecnológica, logística e 
gestão de ativos (GUTIÉRREZ, 2005; KARDEC; NASFIC, 2009; TAVARES, 1999). 
A figura 1 representa o desenvolvimento das principais técnicas e filosofias de 
manutenção durante a história. 
18 
 
 
Figura 1: Desenvolvimento das técnicas de manutenção
 
FONTE: Gutiérrez (2005). 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DE MANUTENÇÃO 
O conceito de manutenção tem, atualmente, sido redefinido, através de uma 
abordagem centrada na confiabilidade a qual visa a redução das falhas. Slack et. al. 
(2009) destaca que manutenção é o termo usado para abordar a forma pela qual as 
organizações tentam evitar as falhas cuidando de suas instalações físicas. Um aspecto 
importante é a durabilidade, de acordo com Freitas e Colosimo (1997) produtos menos 
confiáveis necessitam de intervenções mais frequentes para reparo, onde podem acabar 
superando o ganho de um custo baixo de aquisição. Sendo então o principal 
objetivo da manutenção a mantenabilidade e a confiabilidade para a regularidade de 
operação do sistema produtivo. (FOGLIATTO; RIBEIRO, 2009) 
Segundo Siqueira (2009) para classificar a manutenção temos que levar em 
consideração a forma de planejamento das atividades e os objetivos dos métodos 
aplicados. Sendo realizada de forma planejada ou não planejada, sendo ponderada 
através das necessidades detectadas. 
Assim temos a figura 2 que representa a situação descrita acima: 
 
 
Figura 2: Classificação da Manutenção 
19 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptação de Siqueira (2009). 
No caso da classificação das estratégias de manutenção muitos autores divergem. 
Podem ser identificados da seguinte forma: 
A emergência opera até a falha, reparando o item que falhou; 
A corretiva opera até a falha, reforçando ou corrigindo o item que falhou; 
A preditiva executa intervenções baseadas em diagnósticos; 
A preventiva, executa intervenções incondicionais constantes de um programa pré-
agendado. 
(NSC, 1987 apud OLIVEIRA; SELLITTO; VERDI, 2002; HIGGINS, 2001) 
Segundo Marçal (2000) e Papic et al., (2009) para uma estratégia de manutenção 
eficaz tem-se de escolher a combinação adequada de métodos de manutenção, sendo 
composta por uma das formas apresentadas ou a junção das três, isso dependerá de 
questões técnicas e econômicas de cada equipamento ou sistema. Também deve-se 
considerar as vantagens e desvantagens dos diferentes métodos existentes. 
Como dito, diferentes autores têm técnicas e métodos de manutenção diferentes, 
porém os objetivos resumem-se na correção, eliminação e prevenção de falhas, sendo 
ou não realizadas de maneira planejada. 
2.3 MANUTENÇÃO CENTRADA EM CONFIABILIDADE 
Uma das modificações apontadas por Moubray (2000) nas estratégias usuais de 
manutenção foi a incorporação de elementos de confiabilidade nas empresas de 
fabricação e de serviços tecnológicos. A Manutenção Centrada em Confiabilidade 
20 
 
 
(MCC), do inglês Reliability Centered Maintenance (RCM), teve início no final da década 
de 60, com a principal característica de garantir o desempenho, a segurança e 
preservação do ambiente a um melhor custo-benefício. Primeiramente orientada para a 
indústria aeronáutica, a fim de direcionar os esforços da manutenção, para componentes 
e sistemas onde a confiabilidade é essencial. (MOUBRAY, 2000; SIQUEIRA, 2009; 
WANG; HWANG, 2004). 
A metodologia MCC é utilizada para assegurar que qualquer item, sistema ou 
processo mantenha suas funções, controlando os riscos de segurança e integridade 
ambiental, a qualidade e a economia, por meio das políticas de manutenção existentes 
(JONES apud VIZZONI, 1998). Além disso, para Bin (2005), o MCC pode ser definida 
como um método que utiliza as técnicas de manutenção preventiva e preditiva de 
maneira otimizada, com o objetivo de melhorar a eficiência de equipamentos e minimizar 
os custos apresentando resultados de longo prazo. 
Como aponta Siqueira (2009), o MCC baseia-se na preservação da eficácia do 
funcionamento do sistema, sendo uma de suas vantagens o estabelecimento uma forma 
estruturada para selecionar as atividades de manutenção para qualquer processo 
produtivo. Utilizando-se como principal meio de obtenção de informação os dados de 
documentação obrigatória e sistemática, combatendo assim as consequências das 
falhas, seguindo normatizações e priorizando as funções incorporando novas técnicas 
de manutenção e monitoramento. 
Os fundamentos da MCC, conforme afirma Garza (2002), além da introdução de 
novos conceitos, apresenta um novo foco para a manutenção em relação ao modelo 
tradicional, embasando as suas ações em novos objetivos além de absorver métodos 
modernos de otimização estatística desenvolvidos pela engenharia de produção. 
O quadro 1 apresenta um comparativo do que se espera da MCC quando comparada 
com a manutenção em seu modelo tradicional: 
Quadro 1: Comparação da Manutenção Tradicional com a MCC. 
Características Manutenção Tradicional MCC 
Foco Equipamento Função 
Objetivo Manter o Equipamento Preservar a função 
Atuação Componente Sistema 
Atividade O que pode ser feito O que deve ser feito 
Dados Pouca Ênfase Muita Ênfase 
Documentação Reduzida Obrigatória e Sistemática 
Metodologia Empírica Estruturada 
21 
 
 
 
 
Características Manutenção Tradicional MCC 
Combate Falhas Consequência das falhas 
Normalização Não Sim 
Priorização Inexistente Por função 
 
FONTE: Adaptado de Siqueira (2009) 
Para Backlund (2003) a implantação da MCC é estruturada como um método para 
realizar a melhor estratégia de manutenção planejada, com o objetivo de definir um 
processo sistemático de análise que pudesse abordar de maneira adequada a 
disponibilidade do sistema e sua segurança, sem aumento dos custos. 
A MCC apresenta resultados tangíveis, quando implantado de maneira correta, como 
redução de 40% a 70% a rotina de tarefas de manutenção e redução dos custos com 
manutenção, materiais e operação e redução dos riscos. Além dos resultados não 
tangíveis como otimização do planejamento, aumento da produtividade e aumento da 
segurança humana e ambiental (MOUBRAY, 2000). 
Fogliatto e Ribeiro (2009) entende que para o alcance máximo dos objetivos desta 
manutenção só é possível com a participação de todos envolvidos na execução do 
serviço de manutenção, com rigorosa observação nos dados coletados sobre o sistema 
dedicado à manutenção, portanto, torna-se essencial estabelecer um banco de dados 
consistente que registre e classifique as falhas observadas no sistema. Deve-se 
entender a importância da utilização máxima dos recursos disponíveis, visando garantir 
mais confiabilidade à operação, proporcionando melhorar seu desempenho operacional 
e a tomada de decisão a respeito das manutenções, aumentando assim, a vida útil dos 
equipamentos. 
2.4 CONFIABILIDADE, MANTENABILIDADE E DISPONIBILIDADE EM 
MANUTENÇÃO 
2.4.1 CONFIABILIDADE 
Segundo a ABNT, na norma NBR 5462 (1994), a confiabilidade é a probabilidade de 
um sistema exercer, sem falhas, a sua função para a qual foi designado, levando em 
conta um determinado período e a partir de uma situação condicional estabelecida 
anteriormente. Desta forma Scapin (2013), também define a confiabilidade basicamente 
como a NBR, sendo a probabilidade de um sistema ou de um produto executar sua 
22 
 
 
função de maneira satisfatória, dentro de um intervalo de tempo e operando conforme 
certas condições. 
A confiabilidade pode serespecificada por número médio de falhas em um 
determinado tempo, que é chamada de taxa de falha, ou para itens que são reparados e 
retornados para uso como o tempo médio entre falhas (MTBF). Já a manutenção 
corretiva pode ser quantificada através do tempo médio de reparo (MTTR). (O’CONNOR 
e KLEYNER, 2012). 
Matematicamente, a confiabilidade pode ser descrita segundo a equação (1): 
𝑅(𝑡) = 1 − ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
𝑡
0 (1) 
Onde: R(t) é a confiabilidade; f(t) é a função da densidade de probabilidade (FDP.) e 
t é o período de vida útil. 
As formas de distribuição de probabilidade mais utilizadas para descrever o tempo 
até a falha podem ser distribuições de probabilidade exponencial, Weibull, gamma, 
lognormal e normal. Desta maneira, para a determinação da forma de distribuição, que 
melhor se ajusta para ser utilizada, se faz necessário levar em consideração os dados 
de tempo de vida útil do sistema. A variável ajustada deverá representar o tempo até a 
falha do equipamento. (LEWIS, 1995; ELSAYED, 1996, LAFRAIA, 2008; FOGLIATTO e 
RIBEIRO 2009). 
A figura 3 traz o resumo das principais distribuições listadas acima. 
Figura 3: Modelos de distribuição 
 
FONTE: Elsayed (1996) 
23 
 
 
 
 
Os métodos de estimação de parâmetros mais amplamente utilizados são método da 
máxima verossimilhança e método dos mínimos quadrados. (O’ CONNOR; KLEYNER, 
2012) 
Para Simonetti et. al. (2010) a distribuição de Weibull é a mais utilizada para os 
estudos que tratam de confiabilidade, análise de sobrevivência e em outras áreas, devido 
a sua versatilidade quando confrontadas com as demais formas de distribuição de 
densidade de probabilidade existentes. Como também é muito utilizada para verificação 
de qualidade de produtos industrializados, descrevendo seu tempo de falha, devido a 
sua grande variabilidade de formas. 
Esmiuçando a função de densidade de probabilidade da distribuição de Weibull 
vemos que pode ser triparamétrica (2), enquanto f(t) ≥ 0, t ≥ 0 ou γ.β > 0, η > 0, −∞ < γ < 
∞, ou biparamétrica (3) enquanto γ = 0, ou monoparamétrica (4), enquanto o parâmetro 
de forma assume o valor β = 1 (LOPES, 2001; RODRIGUES, 2006). 
𝑓(𝑡) =
𝛽
η
(
𝑡−𝛾
η
)
𝛽−1
𝑒
−(
𝑡−𝛾
η
)
𝛽
 (2) 
 
𝑓(𝑡) =
𝛽
η
(
𝑡
η
)
𝛽−1
𝑒
−(
𝑡
η
)
𝛽
 (3) 
𝑓(𝑡) =
𝑐
η
(
𝑡
η
)
𝑐−1
𝑒
−(
𝑡
η
)
𝑐
 (4) 
Onde: 
• β é o parâmetro de forma: é quem indica a forma a qual a curva terá e 
assim sua característica das falhas. Se  a fase de vida do 
equipamento é a de mortalidade infantil, é onde ocorrem as chamadas 
falhas prematuras, que acontecem na fase inicial de vida dos produtos 
onde a taxa de falhas é decrescente. Quando  o item está na fase de 
vida útil, onde é desejável que ser o mais longo, onde busca-se manter 
a taxa de falhas em seu nível mais baixo e estável. E para , identifica-
se o desgaste devido ao envelhecimento, existe o aumento da 
frequência de manutenção o que indica uma taxa crescente de falhas. 
 
24 
 
 
 
 
• γ é o nomeado como o parâmetro de vida mínima ou confiabilidade 
intrínseca: é intervalo de tempo ou número de ciclos de operação no qual 
o componente não apresenta falha. 
• η é o parâmetro de vida característica ou parâmetro de escala: refere-se 
ao intervalo de tempo no qual ocorrem 63,2% das falhas. Ou seja, o 
intervalo de tempo entre "γ" e "t", restando, portanto, 36,8% de itens sem 
falhar. 
Os parâmetros η e γ estão na mesma escala dos dados analisados, 
já o parâmetro é adimensional. 
Como mostra a figura 4 abaixo, a aplicação desses parâmetros no gráfico. 
Figura 4: Curva da banheira e ciclo de vida de equipamentos 
 
FONTE: Adaptado de Lafraia (2001) 
Esta distribuição é muito versátil pela sua capacidade de representar adequadamente 
componentes que apresentam taxa de falhas crescentes, decrescentes ou constantes 
(LAFRAIA, 2008). Segundo O’CONNOR e KLEYNER (2012) O que faz com que a 
distribuição de Weibull se assemelhe em algumas situações as outras distribuições á a 
alteração do parâmetro de forma β, podendo assim a função densidade de probabilidade 
de ser utilizada nas mais diversas situações. Como observamos na figura 5 a variação 
ocasionada pela alteração do valor de β. Podemos notar que quando β tem um valor 
igual a 1, a distribuição de Weibull é reduzida a distribuição exponencial. Ao aproximar -
se de 3, a distribuição de Weibull torna-se uma distribuição normal. 
25 
 
 
 
 
Figura 5: Variação ocasionada pela alteração do parâmetro β (distribuição de 
Weibull). 
FONTE: Fagundes et. al. (2011, pg. 4). 
Quando substituindo a expressão (3), que é a equação bi paramétrica de Weibull, na 
equação (1), que é a de confiabilidade, obtemos: 
𝑅(𝑡) = 1 − ∫ [
𝛽
η
(
𝑡
η
)
𝛽−1
𝑒
−(
𝑡
η
)
𝛽
] 𝑑𝑡
𝑡
0 (5) 
 
Após o cálculo da integral proposta encontrada, simplificamos a equação da 
confiabilidade a partir dos parâmetros anteriormente explicados na seguinte função: 
𝑅(𝑡) = 𝑒
−(
𝑡
η
)
𝛽
 (6) 
Como afirma Pinto (2004) apenas com o conhecimento de valores numéricos dos 
seus parâmetros é que podemos então individualizar uma distribuição de probabilidade 
(ou caracterizar uma determinada população). Conforme descrito por MOOD, GRAYBILL 
e BOES (1974) e por GARTHWAITE, JOLLIFFE e JONES (1995) existem vários métodos 
de estimação de parâmetros a partir de observações amostrais dentro da estatística, 
como, método dos mínimos quadrados, método de verossimilhança e método dos 
momentos. 
26 
 
 
Para métodos que fazem análise completa de tempos de falhas é mais comumente 
utilizado o método dos mínimos quadrados. A estimação de parâmetros deste método é 
simples para funções que podem ser linearizadas, como é o caso da maior parte das 
distribuições aplicadas em estudos de confiabilidade. Podendo-se ser calculado o 
coeficiente de correlação, gerando e uma solução fechada que produz resultados sem 
interação ou consultas. (RELIASOFT, 2004). 
Se tratando de uma distribuição de Weibull utilizando regressão, se t1, t2, tn formam 
um conjunto ordenado de n tempos até que a ocorrência da falha, as estimativas dos 
parâmetros de forma (β) e o parâmetro de vida característica (η) é conseguida pelas 
equações (7), (8), (9), (10), (11) e (12) a seguir: 
�̂� = 
𝑛 ∑ 𝑥𝑖𝑛𝑖=1 𝑦𝑖− ∑ 𝑦𝑖
𝑛
𝑖=1 ∑ 𝑥𝑖
𝑛
𝑖=1
𝑛 ∑ 𝑥𝑖
2𝑛
𝑖=1 −(∑ 𝑥𝑖 )²
𝑛
𝑖=1
 (7) 
𝛼 = 𝑒
(�̂�−
�̂�
�̂�
)
 (8) 
𝑥𝑖 = ln(𝑡𝑖) (9) 
𝑦𝑖 = ln [ln (
1
1−
𝑖
𝑛+1
)] (10) 
𝑥̅ = 
1
𝑛
∑ 𝑥𝑖
𝑛
𝑖=1 (11) 
𝑦 = 
1
𝑛
∑ 𝑦𝑖
𝑛
𝑖=1 (12) 
É comum também a adoção da aproximação de Bernard para a Posição Mediana, 
que trata de uma estimação não paramétrica da probabilidade acumulada de falhas pelo 
método de regressão de Bernard conforme a equação (13): 
𝑃𝑀 = 
𝑖−0,3
𝑛+0,4
 × 100(%) (13) 
Onde i é o número de série falha e n é o número total de amostras do teste. 
O coeficiente de correlação ρ indica quanto o modelo de regressão linear se adequa 
aos dados, ou seja, quanto mais próximo for de ±1, melhor será o modelo de regressão. 
Para estimar a determinação do coeficiente de correlação da população utilizamos o 
coeficiente de correlação da amostra, citado acima, conforme a equação (14): 
27 
 
 
 
 
�̂� =
∑ (𝑥𝑖−�̂�)(𝑦𝑖−�̂�)𝑛
𝑖=1
√∑ (𝑥𝑖−�̅�)²∑ (
𝑛
𝑖=1 𝑦𝑖−�̅�)²
𝑛
𝑖=1
 (14) 
Com a determinação da distribuição de probabilidade que melhor se ajusta aos 
dados, calcula- se o parâmetro MTTF (Mean Time to Failure), que tem como definição 
ser o valor esperado da função densidade de probabilidade conforme a equação (15). O 
MTTF é utilizado para itens não reparáveis, ao tratar de itens reparáveis utiliza-se o 
parâmetro MTBF (Mean Time Between Failures). 
𝑀𝑇𝑇𝐹 = 𝐸[𝑇] = ∫ 𝑡 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑅(𝑡)𝑑𝑡 
+∞
0 
+∞
0 (15) 
Para o cálculo do TTR, considerado como o tempo necessário para se reparar um 
sistema a partir do momento da falha, sabe-se que o TTR não é constante, pois existem 
fatores aleatórios precisam ser considerados na modelagem desta variável como a sua 
localização no sistema, ferramentas existentes, tipo de componente em falha, 
conhecimento técnico, entre outros. Podemos utilizar os mesmos procedimentos 
utilizados para a modelagem da mantenabilidade de TTR na modelagem da variável 
aleatória tempo até falha (TTF), e permitindo assim o estudo de confiabilidade. 
2.4.2 MANTENABILIDADE 
De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) a 
mantenabilidade diz respeito a capacidade de um item ser mantido ou recolocado em 
condições de efetuar as funções propostas com suas condições de uso especificadas, 
quando a manutenção é executada sob condições pré-determinadas e mediante 
procedimentos e meios prescritos (NBR 5462, 1994). 
Assim TAVARES (1996) descreve a mantenabilidade como sendo parte de um 
produto projetado com determinada finalidade, que permite a realização satisfatória das 
suas funções durante a sua vida útil e a um custo mínimo (TAVARES, 1996). Além disso, 
a mantenabilidade pode ser determinada em função do tempo necessário para que a 
manutenção seja executada, ou seja, espera-se que o tempo utilizado seja menor ou 
igual ao que foi estimado em projeto. 
Se tratando de itens reparáveis, os parâmetros considerados como referenciais para 
a gestão da manutenção são o tempo médio entre falhas (MTBF) e o tempo médio de 
reparo (MTTR). Já para os componentes não reparáveis, cuja vida termina na primeira 
28 
 
 
falha deve-se considerar o MTTF, que possui aplicação similar ao MTBF, porém trata-se 
apenas de um tempo de falha. O MTTR é representado matematicamente pela 
expressão (16) (LAFRAIA, 2001). 
𝑀𝑇𝑇𝑅 = ∫ 𝑡 𝑔(𝑡)𝑑𝑡
+∞
0 (16) 
Onde: g(t) é função densidade de probabilidade de reparo. 
Cabe-se considerar também que, segundo Carvalho (2008), somente o valor do 
MTTF (ou MTBF) não é suficiente para traduzir o comportamento de falhas de um 
determinado item, desta maneira uma análise de confiabilidade deve ser realizada a 
partir do maior número possível de informações. 
2.4.3 DISPONIBILIDADE 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) explica a disponibilidade como 
sendo a capacidade de um item estar em condições de executar certa função em um 
dado instante, tendo em vista os aspectos combinados de sua confiabilidade, 
mantenabilidade e suporte de manutenção, admitindo previamente que os recursos 
externos requeridos estejam assegurados (NBR 5462, 1994). 
Em suma, na prática a disponibilidade é expressa pelo percentual de tempo em que 
o sistema se encontra operante, onde a partir dos valores do MTBF e o MTTR 
encontramos uma forma de calcular a disponibilidade de um equipamento pela equação 
(17): 
𝐴 =
𝑀𝑇𝐵𝐹
𝑀𝑇𝐵𝐹+𝑀𝑇𝑇𝑅
 (17) 
Onde A, sendo a disponibilidade, expressa a probabilidade que um dado 
equipamento esteja disponível para operação quando o mesmo for requisitado. Para ser 
considerado uma boa gestão de manutenção tem-se de agir tanto no aumento do MTBF 
quanto na redução do MTTR. 
Por ser um dos seis indicadores utilizados em todos os países do mundo, 
denominados – índices classe mundial, Tavares e Filho (2002) afirma que a 
disponibilidade de máquinas, equipamentos e sistemas é um dos principais indicadores 
de desempenho da manutenção nos diversos setores da produção de bens e serviços. 
Desta maneira Leão e Santos (2009) acreditam que o aumento da disponibilidade do 
equipamento acorre principalmente através da redução do tempo de manutenção 
29 
 
 
 
 
utilizando conceitos similares à Troca Rápida de Ferramenta (TRF), desenvolvido pelo 
Sistema Toyota de Produção para a troca de partes frágeis. Porém para Santos (2006) 
a principal forma de aumentar a disponibilidade é por meio de um programa de 
desenvolvimento de fornecedores que garantam qualidade assegurada aos 
equipamentos vigentes e às peças sobressalentes, além de mais robustez aos projetos. 
Carvalho (2008) afirma que o parâmetro de taxa de falhas expressa a velocidade em 
que a falha vai ocorrer e representa um processo interativo cujo as relações implícitas 
entre causa e efeito culminam no sucesso ou fracasso. A taxa de falhas instantânea h(t) 
pode ser definida através da confiabilidade R(t) e da função densidade de probabilidade 
f(t) conforme demonstrado na equação (18): 
ℎ(𝑡) =
𝑓(𝑡)
𝑅(𝑡)
 (18) 
Desta forma Pinto (2004) e Nascif (1999) afirma que o resultado do aumento da 
disponibilidade – redução de custos, melhoria do atendimento à operação, redução do 
número de acidentes e o aumento da motivação, a médio e longo prazos – é 
sensivelmente perceptível à medida que se diminuem as manutenções corretivas e 
aumentam-se as políticas de manutenção pró ativas (MP e MPd). 
2.5 COMPORTAMENTO DA TAXA DE FALHAS E ESTRATÉGIAS DE 
MANUTENÇÃO 
Para determinar qual será o tipo de manutenção a ser utilizado, para cada tipo de 
equipamento, tem-se que analisar a densidade de probabilidade característica das falhas 
que forem apresentadas. Através do comportamento das falhas de cada equipamento 
ao longo do tempo pode-se, por uma abordagem quantitativa, escolher o tipo de 
manutenção recomendada (LAFRAIA, 2001; SELLITTO, 2005). 
A probabilidade condicional de falhas no tempo irá depender do tipo de equipamento 
que está sendo analisado. A figura 6 ilustra algumas destas probabilidades: 
30 
 
 
Figura 6: Tipos de probabilidades condicionais de falhas
 
FONTE: Moubray (2000). 
Onde: 
A) É chamada de curva da banheira, nela existe uma elevada taxa de falha no início 
da operação do equipamento, seguida de uma estabilização representada por falhas 
aleatórias e finalizada por um aumento considerável das falhas devido a fadiga e ao 
desgaste; 
B) Este tipo de comportamento geralmente aplica-se a equipamentos mecânicos, 
onde a taxa de falhas constante é constante no início, porém com crescimento acentuado 
no final do período devido a falhas relacionadas a idade do equipamento. 
C) Taxa de falhas levemente crescente com o tempo; 
D) Início com taxa de falha baixa na vida do equipamento, seguida de taxa de falha 
constante; 
E) Taxa de falha explicada no comportamento de equipamentos eletrônicos, onde as 
falhas são constantes durante toda a vida do equipamento. 
F) Taxa de falha elevada no início da vida do equipamento, com decréscimo 
acentuado e estabilização das falhas. (LAFRAIA, 2001; SELLITTO, 2005). 
De acordo com isso Sellitto (2005) propõe diferentes estratégias de manutenção para 
cada fase de vida em que o equipamento se encontra de acordo com seu tipo de curva. 
Onde, a primeira fase é a da mortalidade infantil, as falhas ocorrem prematuramente 
devido a erros de instalação, fabricação ou uso inadequado de materiais. Para esta fase, 
indica-se a estratégia de manutenção corretiva. Na segunda temos a representação da 
maturidade do equipamento, este apresenta taxa constante de falhas, sendo elas 
31 
 
 
 
 
causadas por eventos casuais ou aleatórios, providas ou não de um errohumano, erros 
de operação ou fator de segurança insuficiente. Diferente da fase anterior, nesta a 
estratégia de manutenção indicada é a preditiva e a gestão de boas práticas de 
manutenção, como ocorre em programas baseados na TPM (Total Productive 
Maintenance). A terceira, e última fase é caracterizada pela mortalidade senil, ou fim de 
vida útil do equipamento, onde as taxas de falhas aumentam devido a degradação ou 
envelhecimento A estratégia mais indicada é a manutenção preventiva. 
Na figura 7 abaixo, temos a retratação da curva da banheira, onde é feita a 
representação das fases da vida características de um sistema: mortalidade infantil, 
maturidade e mortalidade senil. Para esta curva tem-se a associação com o parâmetro 
de forma β, ao considerar a adequação da distribuição de Weibull. 
Figura 7: Curva da Banheira e ciclo de vida de equipamentos. 
 
FONTE: Sellitto (2005). 
De acordo com o que foi falado anteriormente, para a escolha de sua estratégia de 
manutenção mais adequada, estará diretamente ligada ao comportamento de seus 
modos de falha. Assim, Moubray (2000) afirma que a essência da MCC é baseada na 
alegação de que a manutenção e uma boa estratégia de manutenção não objetiva no 
aumento da confiabilidade intrínseca ou da segurança de um sistema, a verdade apenas 
tem como intuito preservar estas características. 
2.6 QUALIDADE: CONCEITOS E FERRAMENTAS 
Para selecionar, implantar ou avaliar qualquer tipo de alteração que possa gerar 
melhorias no processo produtivo Carvalho e Paladini (2005) afirmam que as ferramentas 
da qualidade são mecanismos simples para isso. Para tomada de decisões em situações 
32 
 
 
na gestão de manutenção existem várias dessas ferramentas que podem ser aplicadas 
para auxiliar, principalmente, quando se trata de processos em que sistemas operam ou 
funcionam de maneira inadequada. 
Segundo Pinto (2004), as ferramentas de gestão da qualidade são utilizadas para 
determinação de riscos e causas dos modos de falha. Detalhando falhas predominantes, 
sua frequência de ocorrência, seus impactos e níveis de criticidade, desta forma 
associando-as a suas causas fundamentais e finalmente formulando um plano de ação 
focado na resolução a partir do encontrado. Desta forma, levando assim esse processo 
de análise estruturada de falhas a aumentar a confiabilidade de sistemas. 
Com isso Carpinetti (2012) defende que a gestão da qualidade tem como intuito a 
padronização de processos, por meio de planejamento, controle e aprimoramento, e a 
garantia da qualidade de produtos e serviços. 
O quadro 2 apresenta as ferramentas da qualidade mais utilizadas e quais as suas 
principais finalidades: 
Quadro 2: Principais finalidades das ferramentas da qualidade. 
Finalidade Ferramenta 
Identificação e 
priorização de 
Problemas 
Amostragem e Estratificação 
Folha de Verificação 
Histograma, Medidas de Locação e Variância 
Gráfico de Pareto 
Gráfico de Tendência, Gráfico de Controle 
Mapeamento do Processo 
Matriz de priorização 
Estratificação 
Diagrama espinha de peixe 
Diagrama de afinidades 
Diagrama de Relações 
Relatório das três gerações (passado, presente e futuro) 
Elaboração e 
implementação de 
soluções 
Diagrama de árvore 
Diagrama de processo decisório 
5W2H 
5S 
Verificação de 
resultados 
Amostragem e Estratificação 
Folha de Verificação 
Histograma, Medidas de Locação e Variância 
Gráfico de Pareto 
Gráfico de Tendência, Gráfico de Controle 
FONTE: Adaptado de Carpinetti (2012). 
 
33 
 
 
 
 
Para este trabalho serão utilizadas as ferramentas: Gráfico de Pareto, Brainstorming, 
Método Apollo e o 5W2H. 
2.6.1 GRÁFICO DE PARETO 
Numericamente o diagrama de Pareto é a construção de um Gráfico de barras que 
classifica as frequências das ocorrências, ele mostra os problemas por incidência, sendo 
que as causas principais podem ser vistas do lado esquerdo do diagrama, e as causas 
menores ficam dispostas em ordem decrescente ao lado direito, ao mesmo instante em 
que indica a participação percentual acumulada. Portanto ele é de grande valor para a 
determinação de prioridades (MIRSHAWKA, 1990; COSTA et al, 2008). 
Mais especificamente Slack et. al. (2009) define o gráfico de Pareto como sendo uma 
forma eficaz de classificação de informações, pois pode ser feita quanto aos tipos de 
problemas ou suas causas e por ordem de importância, dessa maneira podendo-se 
priorizar áreas em que as investigações poderão ser mais úteis. 
Assim sendo, entende-se que o gráfico de Pareto divide os problemas em dois grupos 
de causas, sendo possível serem de inúmeras origens, porém com essa análise vê-se 
que determinados problemas representam mais impacto e podem geram prejuízos 
maiores, enquanto outros são menos vitais e não possuem prioridade de tratamento. 
Um exemplo de gráfico de Pareto, segundo Aguiar (2002) pode ser visualizado na 
figura 8, este demonstra o número de causas apontadas em um determinado processo, 
e o percentual acumulado destas causas. 
Figura 8: Exemplo de gráfico de Pareto. 
 
FONTE: Aguiar (2002). 
34 
 
 
2.6.2 BRAINSTORMING 
Traduzindo-se o termo temos da língua inglês brain significa cérebro e storming 
significa tempestade, Minicucci (2001) descreve o brainstorming como uma técnica de 
geração de ideias. Desta forma a versão na língua portuguesa seria uma “explosão de 
ideias”. 
Para a execução de grande parte das ferramentas da qualidade parte-se da utilização 
do Brainstorming, pois sua técnica promove a interação de um pequeno grupo de 
trabalho. Este grupo de trabalho tem como ponto chave o incentivo a participação de 
todos em divulgar suas ideias, ideias essas que vão surgindo conforme são estimulados 
ao pensamento criativo (CARPINETTI, 2012). 
Em suma Costa et al. (2008) dizem que a ferramenta de Brainstorming se torna uma 
parte essencial para o levantamento dos problemas mais importantes, devido a 
quantidade de dados que podem ser adquiridos, servindo assim de apoio ao ciclo PDCA. 
2.6.3 ANÁLISE DE CAUSA RAIZ – MÉTODO APOLLO 
A Análise Apollo da Causa Raiz (ACR) é uma metodologia sistemática para identificar 
as relações da causa e efeito de um problema e agir nesta causa para prevenir a 
recorrência deste problema. O entendimento do relacionamento da causa e efeito de um 
problema é a essência deste processo de ACR, que se baseia em uma arvore de falhas 
(ECKERT, 2005). 
De acordo com Miguel (2011) e Huevel et al. (2008), a arvore de falhas consiste em 
um diagrama lógico, este oferece a determinação da causa de uma anomalia em um 
sistema, sendo ela uma falha ou uma combinação de falhas de seus componentes e 
subsistemas. Desta forma, através de eventos e portas lógicas pode-se entender 
possíveis razões e combinações de razões que tenham gerado a falha, sendo esses 
eventos conectados por portas lógicas onde chega-se ao final da análise, na causa raiz 
do problema. 
A seguir são descritos, segundo Miguel (2011), três passos para desenvolver uma 
arvore de falhas: 
1: A análise inicia-se a partir do problema, o qual é chamado de “evento de topo”. De 
acordo com AAF este é definido como um estado considerado a anomalia do sistema, 
causado por fatos normais ou não. 
35 
 
 
 
 
2: Após a definição do evento de topo, faz-se o levantamento de quais seriam os 
eventos que em conjunto ou separadamente que o causaram. Tais eventos, também 
podem ser denominados modos de falha. 
3: Com os eventos (ou modos de falha) da etapa anterior determinam-se quais seriam 
os eventos que em conjunto ou separadamente os causaram. Repete-se então de uma 
forma sucessiva este passo até que se chegue aos eventos associados a falhas básicas. 
Assim, seguindo os passos da arvore de falhas o diagrama Apollo de Causas e Efeito 
demonstra como um problema pode ser fragmentado em suas causas individuais 
perguntando "por que". Além de ser uma poderosa ferramenta de comunicação e gera 
uma visão geraldo problema, simplificando assuntos complexos por diminui-los em 
relações individuais de causa e efeito enquanto ainda vem a ilustrar a sua conectividade. 
(ECKERT, 2005). 
As Causas podem ocorrer como ações ou condições. Tipicamente, há pelo menos 
duas causas para cada efeito a uma ação e uma ou mais condições, como mostrado na 
figura 9 abaixo. 
Figura 9: Exemplo de arvore de falhas 
 
FONTE: Eckert (2005) 
Segundo ECKERT (2005) este método exige evidencias como forma de apoio para 
todas as causas. Com a falta de evidencias claras para apoiar uma causa, a identificação 
da mesma deve ser feita através deum símbolo de interrogação (?). Os pontos de 
interrogação utilizados são uma forma preciosa de informar a existência de informações 
36 
 
 
perdidas na investigação. Serve como uma maneira de alertar que este para este item 
deve-se haver uma ação para busca de mais informações e também é uma bandeira de 
advertência para soluções. 
2.6.4 5W2H 
Para este estudo será utilizado o 5W2H como ferramenta de organização e 
planejamento necessária, afim de atingir o resultado pretendido, traçando-se um plano 
de ação. Esta ferramenta é explicada por Marshall Jr et. al. (2010) como sendo capaz de 
fazer o mapeamento e a padronização de processos, através da elaboração de planos 
de ação e para a instituição de procedimentos associados a indicadores. É de uso 
principalmente gerencial que busca o fácil entendimento através da atribuição de 
responsabilidades, métodos, prazos, objetivos e recursos associados. 
Silva et al., (2013), afirma que a utilização do método 5W2H garante a sua execução 
de forma organizada por ser uma ferramenta simples, eficaz, cuidadosa e objetiva. 
Complementando, Lisboa e Godoy (2012) reiteram que a ferramenta pode ser um 
suporte para implementação de uma empresa, pois permite de forma simples a garantia 
de que as informações básicas sejam claramente definidas e as ações propostas sejam 
minuciosamente executadas. 
O 5W2H consiste num plano de ação para atividades pré-estabelecidas que precisem 
ser desenvolvidas com a maior clareza possível, além de funcionar como um 
mapeamento dessas atividades. Sendo o objetivo central da ferramenta responder a sete 
questões, organizá-las e utilizadas para implementar soluções (POLACINSKI, 2012). 
Na Figura 10, é apresentado um modelo de diagrama de causa e efeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
Figura 10: Ferramentas básicas da qualidade. 
 
FONTE: Gomez (2014). 
2.7 METODOLOGIA DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS - MASP 
De acordo com Penteado et al (2007) dentro do universo da gestão da qualidade, o 
MASP é uma das principais metodologias e também muito tradicional. Tem como intuito 
o aperfeiçoamento de problemas em uma organização, uma vez que auxilia os gestores 
para a tomada de decisões através de fatos concretos e mensuráveis. 
Para Pires (2014) essa metodologia fundamenta-se no ciclo PDCA, onde os 
desmembramentos podem ser feitos em quantos níveis forem necessários, além de 
também fazer uso de várias ferramentas para gerenciamento das informações. O método 
tem como definição a solução de problemas, é configurado de uma forma ordenada e 
também sequenciado através de etapas e subetapas predefinidas destinadas à escolha 
de um problema, análise de suas causas, determinação e planejamento de um conjunto 
de ações que compõe uma solução, apuração do resultado da solução e, finalmente, 
geração e disseminação de aprendizado sucedido de sua aplicação. Além disso o autor 
destaca que a metodologia também tem o intuito de desenvolver competências e 
habilidades em prol do aprendizado para solucionar problemas organizacionais. 
Para enfatiza, o MASP é uma metodologia de melhoria contínua, que parte da ideia 
de que qualquer atividade e resultado sempre podem ser melhorados. Desta forma a 
sistemática deve ser claramente entendida por todos os envolvidos, pois é importante 
que os passos sejam desenvolvidos de forma sequencial, e assim gerando a 
38 
 
 
determinação das causas raízes e a efetiva aplicabilidade, gerando resultados 
satisfatórios em um plano de ação (AGUIAR, 2004) 
Assim, Carpinetti (2012) propõe as 8 etapas para a implementação do MASP: 
• Identificação do Problema: como primeiro passo procura-se identificar os problemas 
mais críticos, priorizando-os; 
• Observação: esta etapa caracteriza completamente o problema, aumentando a 
chance de poder se identificar as causas do problema; 
• Análise: faz-se o levantamento das causas raízes ou fundamentais dos problemas 
caracterizados; 
• Plano de ação: após o levantamento das causas raízes, esta fase se objetiva a 
elaborar e delimitar um plano de ação para a eliminação dos efeitos indesejáveis das 
causas fundamentais. Visa evitar as causas fundamentais; 
• Ação: consiste na implementação do plano de ação; 
• Verificação: Consiste na avaliação de resultados para a verificação se ação foi 
eficaz na eliminação ou minimização do problema. Caso o resultado não tenha sido 
satisfatório, o processo é reiniciado pela observação e análise do problema. Caso 
contrário, segue-se para a próxima etapa; 
• Padronização: visa introduzir as ações implementadas na rotina de operação do 
processo ou atividade, de forma a prevenir o reaparecimento do problema; 
• Conclusão: o processo é finalizado com o registro de todas as ações empreendidas 
e resultados obtidos, para posterior recuperação de informações e históricos. 
O método é ilustrado no quadro 3: 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
Quadro 3: Etapas do MASP. 
 
FONTE: Adaptado de Carpinetti (2012). 
Rios (2003) ressalta que é importante frisar que existe uma diferença entre o MASP 
e as ferramentas da qualidade no total, pois o método trata-se da utilização das 
ferramentas em uma sequência lógica para se atingir a meta desejada, sendo as 
ferramentas apenas os recursos a serem utilizados no método. A Figura 11 relaciona e 
organiza as etapas do MASP com as ferramentas da qualidade para a resolução da 
identificação e solução de problemas. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
Figura 11: Ferramentas básicas da qualidade também utilizadas no MASP. 
 
FONTE: Rodrigues (2013). 
41 
 
 
 
 
3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 
 
3.1 MÉTODO DE PESQUISA 
De acordo com Luna (1997) uma pesquisa é definida como a elaboração de um novo 
conhecimento, que seja significante, dentro do contexto teórico e social, e dessa maneira 
preencher uma brecha importante em uma determinada área de conhecimento. Além 
disso, Gil (2010) acrescenta que a pesquisa é uma atividade racional e sistemática, 
requerendo assim que as ações por ela geradas sejam planejadas em todas suas fases. 
Menezes e Silva (2005) explicam que um método de pesquisa é constituído por uma 
sucessão de etapas ordenadas, que aliadas ao conhecimento possibilitam a investigação 
de um fenômeno científico. Etapas essas, que abordam desde a seleção do tema, o 
planejamento da investigação, o composição metodológica, a coleta e a tabulação de 
dados, a averiguação dos resultados, a construção das conclusões e, por fim, a 
divulgação de resultados. 
Miguel (2012) afirma que na engenharia de produção, os métodos de pesquisa mais 
apropriados são: experimento, modelagem e simulação, quase-experimento e pesquisa 
de avaliação. Acredita também que as pesquisas do tipo quantitativas são caracterizadas 
pela mensuração de variáveis de pesquisa, onde se é possível capturar evidencias da 
pesquisa. 
Além disso, a abordagem quantitativa atua em níveis de realidade e tem como 
objetivo trazer à luz dados, indicadores e tendências observáveis (Serapioni, 2000). 
Portanto, o presente trabalho pode ser considerado como um processo de modelamento 
e simulação de uma pesquisa do tipo quantitativa. Nakano (2010) afirma ser reconhecido 
como um método válido para a Engenharia de Produção e completa também que os 
modelos quantitativos compreendem o usode técnicas matemáticas para descrever o 
comportamento de um objeto de estudo, tornando mais robusta a análise. 
O método quantitativo é baseado na utilização de modelagem e simulação, que 
podem ser definidos como um estudo de natureza aplicada, pois tem como objetivo gerar 
conhecimento para a solução de um problema especifico e real, que possa ter aplicação 
42 
 
 
prática. Tendo objetivos exploratórios devido a buscar por um maior conhecimento 
acerca do problema analisado, possibilitando assim a proposição de soluções. Além 
disso, o autor acrescenta que as fases iniciais da pesquisa são as mais trabalhosas, 
onde requer uma coleta de uma amostra significativa que represente a população e tem 
a análise de dados guiadas por métodos estatísticos trabalhos, porém, possui conclusão 
simplificada (MIGUEL, 2012). 
Utilizaremos então, como dito anteriormente, o método quantitativo pois todas as 
análises e conclusões serão realizadas através dos resultados obtidos por meio de uma 
ferramenta de simulação. Sendo a pesquisa limitada à análise quantitativa por 
modelagem de duas variáveis aleatórias: tempo entre falhas e tempo até o reparo. Após 
isso, para estruturação da análise adicionalmente utilizou-se as ferramentas da 
qualidade como forma de implementação de ações de melhoria nas causas raízes dos 
problemas que foram identificados. 
Assim, de acordo com o método de pesquisa escolhido, estruturou-se em etapas para 
o trabalho conforme o fluxograma da figura 13. 
Figura 13: Fluxograma do método de trabalho. 
 
43 
 
 
 
 
 
FONTE: Autor (20187) 
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA 
O estudo de caso foi conduzido em uma multinacional, com filial na região Vale do 
Paraíba, estado de São Paulo. Fundada no dia 6 de abril de 1865 em Mannheim, é a 
maior empresa de indústria química mundial, presente em mais de 80 países com mais 
de 390 unidades de produção. No site em questão existe uma variada produção de 
químicos em geral, da parte agrícola, automobilística, tintas e química de base. A planta 
estudada trata-se de químicos dispersáveis e será a sede e o setor da empresa analisado 
é o setor de Manutenção, com foco das atividades executadas em equipamentos de 
necessidades básicas de uma planta química. 
3.3 MODELAGEM DO PROCESSO 
Previamente a identificação dos problemas, se faz necessário o desenvolvimento de 
uma modelagem gráfica para que se obtenha um melhor entendimento de todas as 
etapas e da relação entre as atividades envolvidas atualmente no setor de manutenção 
da empresa estudada. Para realizar a modelagem de um processo existem diversas 
técnicas disponíveis. Utilizou-se, inicialmente, o Ciclo de Serviço. Para cada serviço, um 
dado cliente passa por diversos Momentos da Verdade, que são os momentos em que 
esse cliente entra em contato com aspectos da organização. Albrecht (1998) denomina 
o Ciclo de Serviço como sendo a união dos Momentos da Verdade seguindo uma dada 
sequência, os quais são vivenciados pelo cliente. Nesse caso, foi considerado o 
processo de abertura de um chamado de manutenção, onde o cliente interno é o 
operador/usuário de um equipamento e o serviço é realizado pelo departamento de 
Manutenção. 
O Ciclo de Serviço utilizado no trabalho está representado pela figura 14, explicitando 
as ações tomadas a partir do momento em que um chamado de manutenção é aberto 
no SAP. Após essa etapa inicial, o setor de manutenção faz uma análise prévia do 
problema solicitado e em seguida desenvolve como este deve ser tratado, abre-se então 
uma ordem de execução no SAP para a realização do serviço. Após a conclusão do 
atendimento, a ocorre o fechamento do chamado de forma manual. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mannheim
44 
 
 
No Ciclo de Serviços, todas as etapas do processo que compõem o tempo de 
abertura de um chamado até o seu fechamento são feitas de forma manual no SAP. Com 
a coleta desses dados, serão obtidos os registros dos tempos entre falhas e dos tempos 
para reparo dos equipamentos para que assim possam ser calculados a função 
Confiabilidade R(t) e os demais cálculos propostos neste trabalho. 
Figura 14: Ciclo de serviço de abertura de um chamado de manutenção. 
 
FONTE: Autor. 
3.4 COLETA DE DADOS 
De acordo com Gil (2010), para a coleta de dados podemos utilizar de diversos 
métodos combinados, contudo para que não haja perca de tempo na busca das 
informações em campo é fundamental que existam as fontes escritas, levando em conta 
que em muitas das situações só se é possível a investigação social através de 
documentos. Porém existe-se vantagens na observação para obtenção de dados, como 
o fato de que se há uma maior percepção quando se é feita diretamente, sem qualquer 
intermediação, mesmo que, devido a presença do observador pode-se, muitas vezes, 
Usuário faz abertura 
de um chamado de 
manutenção ( Nota) 
no SAP 
Manutenção realiza 
análise prévia do 
problema solicitado
Manutenção faz o 
planejamento de 
como será tratado o 
problema
Abertura da ordem 
de execução da 
manutenção
Execução da 
manutenção 
Fechamento manual 
do chamado de 
manutenção
45 
 
 
 
 
causar alterações no comportamento dos observados, o que representa uma 
desvantagem nesse sentido. 
Já para Voss, Tsikriktsis e Frohlich (2002) a entrevista estruturada é a principal fonte 
de dados em um estudo, utilizando-se, ou não, de apoio de uma entrevistas não 
estruturadas e interações. Segundo os autores, a observação pessoal, conversas 
informais, participação em reuniões ou eventos, levantamentos administrados dentro da 
organização, coleta de dados objetivos e análise de dados documentais são outros meios 
para a arrecadação de informações e podem ser parte do portfólio de uma pesquisa. 
A entrevista estruturada foi definida por Marconi e Lakatos (2011) como uma técnica 
de pesquisa elaborada que pode acontecer por meio de questionários, com uma série 
de questões que devem ser respondidas por escrito, onde o pesquisador não pode estar 
presente evitando o viés nas respostas; ou também através de formulários, onde um 
entrevistador fica face a face com outra pessoa, com uma coleção de questões que são 
perguntadas e anotadas. 
Assim sendo, salvo os dados numéricos coletados do SAP dos registros dos tempos 
entre falhas (TBF) e dos tempos para reparo do equipamento (TTR) em estudo, utilizou-
se também de métodos não estruturados de entrevistas, bem como outros meios 
informais de coleta de dados. Tais métodos informais como participação em reuniões 
cotidianas sobre os eventos com o equipamento, utilizando-se de sessões de 
brainstorming a fim de se chegar a uma ideia central; e observações pessoais do dia a 
dia do processo, levando em consideração os diferentes perfis e pontos de vista ali 
presentes, cujo objetivo era saber como cada profissional envolvido enxergava a 
utilização do equipamento no processo, além do processo como um todo, e o que poderia 
ser feito como forma de melhoria de acordo com a percepção de cada um. 
Procurou-se tomar nota de tudo a fim de gerar documentação posterior evitando 
assim futuros desperdícios de tempo, e de se aproveitar a maior parte das informações 
que foram obtidas. 
 
 
46 
 
 
3.5 ANÁLISE DE DADOS 
A partir das informações coletadas houve-se uma análise de todo o conteúdo 
encontrado, com intuito de se revisar, examinar, categorizar e organizar os dados para 
uma clareza na visualização e entendimento. 
Esta pesquisa desenvolveu-se através de um modelo que demonstrava passo a 
passo todas as etapas do estudo de forma clara e objetiva, isso se confirmou após a 
organização dos dados, que permitiu-se verificar a eficácia da pesquisa e sua 
aplicabilidade em outros estudos do gênero. Assim sendo, e tendo em conta o grande 
número de informações numéricas obtidos durante o trabalho, existiu-se a necessidade 
de utilização de ferramentas e recursos que facilitassem a leitura e interpretação dessasinformações, como gráficos e tabelas. Salientando que foi de total importância para a 
eficiência na compreensão dos resultados a revisão bibliográfica feita no início da 
pesquisa. 
A análise é dada por 3 etapas, a primeira consiste no estudo da situação atual através 
dos dados coletados, em que se observa o funcionamento do sistema nas condições 
atuais de aplicação e seu histórico de 3 anos antes, considerando custos e falhas 
levantados através dos dados de garantia utilizando-se das metodologias 5W2H, PDCA 
e gráfico de Pareto. A segunda trata-se da análise de causa raiz para a determinação de 
soluções para o modo de falha mais incidente com método Apollo e brainstorming. A 
terceira e última etapa é o diagnóstico do resultado após a implantação das soluções 
propostas. 
Finalmente, comparando-se os dados obtidos com a literatura, pudemos ter a 
possibilidade de uma análise crítica sobre a atual gestão de manutenção da empresa 
estudada, gerando também a identificação das possíveis oportunidades de mudança e 
melhorias a serem implementadas. 
 
 
 
47 
 
 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
4.1 MODELO DE IMPLANTAÇÃO DA MCC 
O modelo apresentado no capítulo teve início efetivo somente em janeiro de 2017, 
pois antes disso as análises relacionadas a confiabilidade de equipamentos dentro da 
empresa eram feitas pontualmente a partir de falhas existentes, em sua maioria voltado 
a correção do que investigação das possíveis causas para dos modos de falha 
encontrados. Apesar da empresa estudada apresentar hoje um modelo organizado e de 
grande eficácia, nota-se que ainda existe um grande desenvolvimento e a necessidade 
de maior confiança e credibilidade da alta gerencia nas análises dos equipamentos 
críticos. 
Podemos relacionar a MCC como um princípio da melhoria contínua dos processos 
devido a diagnosticarmos as causas das falhas funcionais, selecionarmos o tipo de tarefa 
de manutenção, analisarmos os dados de falha e revisarmos o plano de manutenção. 
Para este trabalho desenvolveu-se a aplicação em um equipamento critico encontrado 
através do método conhecido como Bad Actors, que identifica os equipamentos com 
maior criticidade a ser colocados em ordem de priorização. 
4.2 EQUIPAMENTO DE ESTUDO 
O equipamento em estudo foi uma Bomba centrifuga da marca KSB, modelo 
Megachem 20-250,1, que começou a operar em 13 de outubro de 2005. A Bomba 
centrifuga Megachem é um de alta flexibilidade e produtividade recomendada para 
bombeamento de produtos químicos, agressivos orgânicos e inorgânicos, óleo, água, 
condensado e outros líquidos. 
Optou-se pela escolha desta bomba devido a sua criticidade ao funcionamento do 
processo, onde com a interrupção de sua operação acarreta na interrupção total do 
processo, e ao alto custo de manutenção quando feita de forma corretiva. Além disso, o 
prazo de entrega para alguns itens de reposição pode ser longo, uma vez que algumas 
peças não são de pronta entrega, assim como o procedimento de aquisição de novas 
peças leva um tempo significativo. 
48 
 
 
Por se tratar de um equipamento chegando em sua fase final de vida útil, uma análise 
detalhada dos principais modos de falha será uma sobre vida, tendo como principal 
objetivo a reestruturação das condições de operação normal da bomba. 
4.3 DETERMINAÇÃO DA DISPONIBILIDADE 
Inicialmente selecionou-se todas as manutenções corretivas de emergência de 
prioridade 1, que são aquelas que ocasionaram paradas na máquina, dos últimos 4 anos 
até o início deste trabalho (2014 a 2017) de operação da bomba em questão. 
Após a classificação dos modos de falhas em grupos e o levantamento dos 
respectivos tempos entre falhas e tempos de reparo, foi possível calcular o tempo médio 
de reparo, o tempo médio entre falhas e a disponibilidade global do sistema conforme 
apresentado na tabela 1. Para este trabalho, será considerado que após a ocorrência de 
uma falha será realizado um reparo imediatamente, e que o reparo seja capaz de levar 
o componente ou sistema falho novamente a sua condição original. 
Tabela 1: Distribuição tempos de falha 
Modo de 
Falha 
Data de 
 inicio 
Hora de 
 Início 
Data de 
término 
Hora de 
Término 
TBF 
(Horas) 
TTR 
(Horas) 
MPM - P30 com 
 barulho anormal 
10/06/2016 04:12:41 15/06/2016 11:00:00 0 72 
MRP - P30 com 
vazamento 
10/08/2016 18:50:55 10/08/2016 20:00:00 1479 8 
MRP- Bomba P30 , 
substituição 
10/09/2016 09:00:00 10/09/2016 18:30:00 734 10 
P30 COM 
VAZAMENTO NO 
SELO 
09/11/2016 08:30:00 09/11/2016 17:00:00 1439 16 
MRP - Verificar 
Comunic. Rede 
ASI da P30 
12/01/2017 14:00:00 12/01/2017 18:00:00 1542 11 
MRP-Vazamento 
bomba P30 do 
R30 
17/01/2017 16:30:00 17/01/2017 21:30:00 122 12 
MRP-Vazamento 
selo P30 
10/05/2017 08:00:00 10/05/2017 17:00:00 2704 16 
MRP - Vazamento Selo 
Mecânico P30. 
03/09/2017 17:00:00 03/09/2017 21:30:00 2793 12 
MRP-Vazamento no 
selo da bomba 
P30 
13/10/2017 19:00:00 14/10/2017 01:20:00 962 13 
49 
 
 
 
 
MRP-Bomba P30 
c/ vazamento no 
selo 
20/11/2017 16:00:00 20/11/2017 18:30:00 701 10 
1268 17 
MTBF MTTR 
FONTE: Autor 
Assim temos que em média, a cada 1268 horas ocorre uma intervenção de 
manutenção do equipamento em estudo, e que o tempo médio de reparo de uma falha 
é de aproximadamente 17 horas. Após encontrados esses valores, podemos então 
calcular a disponibilidade global do equipamento através da equação (19): 
𝐴 =
1268
1268 + 17
= 𝟗𝟖, 𝟔𝟕% 
Desta forma, a disponibilidade calculada no período analisado é de 98,67%, a partir 
dos valores de MTBF e MTTR obtidos. 
Percebe-se que o valor encontra-se muito próximo de um benchmark de 100%, 
porém, considerando que o equipamento em estudo é utilizado para a produção continua 
de produtos químicos variados e que sua parada acarreta em perda da produção e 
também ausência de produção por tempo indeterminado, é muito importante que sejam 
aplicadas melhorias constantes no processo, uma vez que uma parada inesperada 
representaria grandes perdas para a empresa, pois apesar de existir um equipamento 
reserva, este vem sofrendo dos mesmo problemas e ambos são equipamentos de 
elevado custo para troca. Diante disso, o objetivo do trabalho é elevar a confiabilidade 
do equipamento a fim de se evitar prejuízos em momentos de grande demanda de 
produção. 
4.4 ANÁLISE DE CONFIABILDIADE 
Através do software Minitab (versão 17), analisou-se o ajuste pela distribuição de 
Weibull, e pode-se comprovar que os dados se ajustam adequadamente ao sistema. A 
função probabilidade cumulativa (CDF) para o modelo Weibull é apresentado no gráfico 
1. 
50 
 
 
Gráfico 1: Função de probabilidade Weibull para tempo entre falhas.
 
FONTE: Autor 
Dessa forma pode-se obter os parâmetros da distribuição de probabilidade, conforme 
demonstrado na tabela 2. 
Tabela 2: Parâmetro da distribuição de probabilidade Weibull 
Função densidade de probabilidade Parâmetros 
Weilbull 2p β =0,84 η=1860,04 
FONTE: Autor 
No gráfico 2 é apresentado a curva R(t) que representa a função confiabilidade, 
evidenciando que o sistema se encontra na fase de mortalidade infantil da curva da 
banheira. 
51 
 
 
 
 
Gráfico 2: Função R(t) confiabilidade 
 
FONTE: Autor 
Tendo em vista os valores de MTBF sendo 1268 horas e do parâmetro β igual a 0,84, 
percebe-se a presença de uma taxa de falhas decrescente, assim podemos considerar 
que os defeitos, de um modo geral, podem ser provenientes de erros de projeto, falhas 
operacionais, defeitos congênitos e ajustes mal executados. Consideramos então, para 
este tipo de situação, a manutenção corretiva como a mais indicada, o que condiz com 
a realidade do equipamento em estudo. 
Com o intuito de diminuir o tempo de reparo entre falhas quando necessário a 
execução de uma manutenção corretiva foi traçada um plano estratégico. 
4.5 ANÁLISE DOS MODOS DE FALHA 
Previamente a elaboração de uma estratégia de manutenção