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Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 1 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Olá, amigos. Curso: Direito Penal Professor: Rodrigo Gonçalves http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 2 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Aula – Direito Penal Sumário 1 – Dos Crimes Contra a Vida ........................................................... 4 1.1 Homicídio .................................................................................................................................... 4 1.1.1 Homicídio Simples .............................................................................................. 5 1.1.2 Homicídio Privilegiado ......................................................................................... 5 1.1.3 Homicídio Qualificado .......................................................................................... 7 1.1.4 Homicídio Culposo ............................................................................................ 10 1.2 Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio........................................................................... 13 1.3 Infanticídio ................................................................................................................................ 14 1.4 Aborto ....................................................................................................................................... 15 2 – Das Lesões Corporais ............................................................... 17 2.1 Lesão Corporal Leve ............................................................................................ 18 2.2 Lesão Corporal Grave ........................................................................................... 18 2.3 Lesão Corporal Gravíssima ................................................................................... 18 2.4 Lesão Corporal Seguida de Morte .......................................................................... 19 2.5 Lesão Corporal Culposa ........................................................................................ 20 2.6 Lesão Corporal Privilegiada ................................................................................... 20 3 – Da Periclitação da Vida e da Saúde .......................................... 22 3.1 Perigo de Contágio Venéreo .................................................................................. 23 3.2 Perigo de Contágio de Moléstia Grave .................................................................... 23 3.3 Abandono de Incapaz ........................................................................................... 24 3.4 Exposição ou Abandono de Recém-Nascido ............................................................. 25 3.5 Omissão de Socorro ............................................................................................. 26 4 – Da Rixa .................................................................................... 27 5 – Dos Crimes Contra a Honra ...................................................... 28 5.1 Calúnia .............................................................................................................. 29 5.2 Difamação .......................................................................................................... 30 5.3 Injuria ............................................................................................................... 31 5.4 Disposições comuns ............................................................................................. 33 6 – Dos Crimes Contra a Liberdade Individual ............................... 35 6.1 Crimes Contra a Liberdade Pessoal ........................................................................................... 36 6.1.1 Constrangimento Ilegal ..................................................................................... 36 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 3 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 6.1.2 Ameaça ........................................................................................................... 37 6.1.3 Sequestro e Cárcere Privado .............................................................................. 38 6.1.4 Redução à Condição Análoga à de Escravo ........................................................... 39 6.1.5 Tráfico de Pessoas ............................................................................................ 40 6.2 Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio ........................................................................... 42 6.2.1 Violação de Domicílio ........................................................................................ 42 7 - Questões Comentadas .............................................................. 44 8 – Questões da aula (sem comentário) ........................................ 67 9 - Gabarito ................................................................................... 77 10- Referencial Bibliográfico .......................................................... 77 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 4 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 1 – Dos Crimes Contra a Vida Os crimes contra a vida são divididos da seguinte forma: Os crimes contra a vida tutelam o bem jurídico mais relevante que temos: a vida, nas suas modalidades intrauterina ou extrauterina. A vida intrauterina é aquela que ocorre dentro do útero. Já a vida extrauterina, fora do útero. O crime de aborto protege a vida intrauterina; já o homicídio, o induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e o infanticídio protegem a vida extrauterina. 1.1 Homicídio O crime de homicídio tem como ação a seguinte conduta: Matar Alguém. O verbo descrito no tipo penal é matar, que fica configurado quando se faz interromper ou cessar a vida. O alguém, previsto na conduta, necessariamente, deve ser a pessoa humana. É um crime classificado de diversas modalidades. As principais classificações são: ➢ É crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, sem que necessite de quaisquer condições especiais; ➢ É crime material: para sua consumação, é exigida a ocorrência do resultado morte; ➢ É crime de forma livre: pode ser praticado com qualquer modo de execução (a tiros, facadas, pauladas, por meio de veneno, entre outros); Crimes contra a vida Homicídio (Art. 121) Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (Art. 122) Infanticídio (Art. 123) Aborto (Arts. 124 a 128) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 5 de 77 www.exponencialconcursos.com.br ➢ É crime instantâneo de efeitos permanentes: a conduta delituosa não se prolonga no tempo e, após a consumação, os efeitos são irreversíveis; ➢ É crime plurissubsistente: pode ser praticado por meio de um ou mais atos de execução; ➢ É crime unissubjetivo: pode ser praticado por um ou mais agentes. É importante que você saiba as classificações descritas acima, já que elas são bastante cobradas em provas. 1.1.1 Homicídio Simples O Homicídio simples está previsto no Caput do Artigo 121. Ele é bastante difícil de ser configurado, já que dificilmente ocorre este crime sem que alguma qualificadora (que veremos a seguir) seja aplicada. Podemos entender, então, que o homicídio simples é residual. Será simples o homicídio quando ele não for qualificado. Sobre o homicídio simples,a informação mais importante é que, em regra, ele não é crime hediondo, entretanto, se for praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, será, sim, crime hediondo. O homicídio simples só será crime hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. 1.1.2 Homicídio Privilegiado Segundo Nucci, privilégios são circunstância legais específicas, vinculadas ao tipo penal incriminador, provocadoras da diminuição da faixa de aplicação da pena, em patamares prévia e abstratamente O crime de Homicídio pode ser dividido da seguinte forma Homicídio Simples Homicídio Privilegiado Homicídio Qualificado Homicídio Culposo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 6 de 77 www.exponencialconcursos.com.br estabelecidas pelo legislador, alterando o mínimo e o máximo previstos para o crime. Para fins do nosso estudo, vamos entender o homicídio privilegiado como uma modalidade mais branda do crime de homicídio. O homicídio privilegiado está previsto no Artigo 121, § 1º, e se configura em uma das seguintes situações: ✓ Relevante valor social; ✓ Relevante valor moral; ✓ Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. Relevante Valor Social Relevante Valor Moral É um valor considerável para determinado grupo de pessoas (sociedade) É um valor considerável para aquele que comete o delito Indivíduo que mata o conhecido estuprador do bairro, que vem praticando o crime com frequência Indivíduo que mata por eutanásia Quando reconhecido o privilégio, no crime de homicídio, quais as consequências? O juiz pode reduzir a pena do agente de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço). Muita atenção com o patamar de redução. Sobre o homicídio privilegiado, algumas considerações são muito importantes para a sua prova: ✓ Não é considerado crime hediondo; ✓ Não se comunica para coautores ou partícipes. Como assim? O crime de homicídio é cometido por 2 (dois) agentes (Vicente e Gabriel). Gabriel o pratica sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima; Vicente, não. Nesta hipótese, Gabriel responderá por homicídio privilegiado e Vicente por Homicídio. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 7 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 1.1.3 Homicídio Qualificado No homicídio qualificado, o agente estará submetido a uma pena maior, mais grave. As qualificadoras são fatores que tornam a conduta praticada pelo agente, de alguma forma, mais reprováveis por parte da sociedade. A pena do homicídio qualificado vai de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. O Código Penal, em seu Artigo 121, § 2º, estabelece as seguintes qualificadoras. Se o homicídio é cometido: I.Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; O que é motivo torpe? Motivo torpe é algo repugnante, nojento, abjeto. O Código Penal nos exemplifica o que vem a ser motivo torpe: mediante paga ou promessa de recompensa. Os demais casos de torpeza serão interpretados analogicamente pela autoridade judicial. O homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa é conhecido doutrinariamente como homicídio mercenário. Ele fica configurado quando o agente pratica o crime motivado por alguma recompensa (segundo a doutrina, deve ser de natureza econômica), que pode ser anterior (na modalidade paga) ou posterior (na modalidade promessa de recompensa). Recentemente, entendeu o STJ que a comunicabilidade da qualificadora “mediante paga ou promessa de recompensa” não é automática, tratando-se de qualificadora de natureza pessoal, que não irá se comunicar automaticamente ao mandante do crime, respondendo este, na modalidade qualificada se torpe for o motivo que o levou a pagar pela morte da vítima. Assim, por exemplo, se Alessandro, que tem a intenção de matar um desafeto, chamado Antoniel, pagar R$ 1.000,00 (mil reais) a Fabrício, para que este mate Antoniel, a qualificadora será aplicada a Fabrício, já para Alessandro, o mandante, o homicídio não será necessariamente qualificado. II.Por motivo fútil; Motivo fútil é o motivo pequeno, desproporcional, banal. Há desproporcionalidade entre a conduta praticado e a motivação. O homicídio será qualificado por motivo fútil quando, por exemplo, for motivado por um dívida de uma carteira de cigarro. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 8 de 77 www.exponencialconcursos.com.br III.Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Temos aqui qualificadoras relacionadas aos meios empregados pelo agente para praticar o crime, que podem estar relacionadas a meios insidiosos (emprego de veneno) ou cruéis (asfixia, tortura) ou que possam resultar em perigo comum (fogo, explosivo). Em relação ao emprego de veneno, segundo a doutrina majoritária, tal qualificadora só irá se configurar se ficar comprovado que a vítima ingeriu o veneno sem saber que o fazia. Caso a vítima saiba que está ingerindo veneno, outra qualificadora poderá ser aplicada, a de meio cruel. É muito importante que você compreende que, no Direito Penal, o agente é punido, em regra, pelo crime que queria praticar. Assim, caso o agente queira torturar, mas se exceda e acabe matando a vítima, irá responder por tortura qualificada pelo resultado morte. Se o agente queria matar e usa a tortura como meio para atingir a sua finalidade, irá responder por homicídio qualificado pela tortura. Muito cuidado com a informação acima, já que se cobra muito em provas de Direito Penal. IV.À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; As qualificadoras acima também estão relacionadas aos meios empregados pelo agente. Quando o agente comete um homicídio, praticando-o de forma que a defesa da vítima seja dificultada ou se torne impossível, ele responderá na modalidade qualificada. V.Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime; Nesta forma qualificada, o agente pratica o homicídio para, de alguma forma, garantir uma vantagem relacionado a um outro crime. A doutrina chama esta qualificadora de conexão instrumental, que pode ser teleológica ou consequencial. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 9 de 77 www.exponencialconcursos.com.br É muito importante mencionar que, segundo a doutrina majoritária, não é necessário que o crime anterior ou posterior pode ter sido praticado por uma outra pessoa, não existindo a obrigatoriedade de que seja o próprio autor do homicídio. VI.Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. Este dispositivo tem sido exaustivamente cobrado em provas de concursos públicos. Estamos falando do feminicídio. Você acertará todos os itens correspondentes quando entender que nem toda morte de mulher será considerada feminicídio, mas tão somente a morte de mulher, praticada devido a sua condição de sexo feminino. O Código Penal estabelece que se considera que há razões de condição de sexo feminino quando a morte da mulher envolver violência doméstica ou familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher. O feminicídio ficará configurado com a morte da mulher devido à violência de gênero e não quando ocorrer a morte da mulher em qualquer situação. VII.Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. O homicídio será qualificado quando praticado contra os seguintes agentes ou autoridades: Conexão Instrumental Teleológica Assegurar a execução futura de um outro crime Consequencial Assegurar a ocultação, a umpunidade ou vantagem de outro crime, praticado anteriormente Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve Violência doméstica ou familiar Menosprezo ou discriminação à condição de mulher http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 10 de 77 www.exponencialconcursos.com.br ✓ Integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica) ✓ Integrantes dos órgãos de segurança pública: Polícia federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Policias Civis; Policiais Militares; Corpo de Bombeiros Militares ✓ Integrantes do Sistema Penitenciário ✓ Integrantes da Força Nacional. Mais uma vez, você deve ficar atento e levar para a sua prova que não é a morte de qualquer dos agentes ou autoridades descritas acima que irá qualificar o homicídio, mas tão somente se a morte deles for praticada no exercício da função (enquanto eles trabalham) ou em razão da função (devido ao cargo que eles ocupam ou função que eles exercem). A qualificadora também será aplicada se o homicídio for praticado contra o cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o 3º (terceiro) grau dos agentes ou autoridades que vimos acima, também motivado pela função que os agentes ou autoridades exercem. Agora, que estudamos todas as qualificadoras do crime de homicídio. Pode ter surgido a seguinte dúvida para você: é possível que o homicídio seja privilegiado e qualificado ao mesmo tempo? A resposta é positiva. É possível, porém, é necessário que a qualificadora seja de natureza objetiva (relacionada aos meios empregados pelo agente para executar o crime). Segundo doutrina majoritária, o homicídio privilegiado- qualificado não será considerado hediondo, porque o privilégio (motivo) afasta a hediondez. 1.1.4 Homicídio Culposo O homicídio culposo é aquele que o agente não quer o resultado morte, nem assume o risco de assumi-lo, mas acaba causando a morte de alguém por imprudência, negligência ou imperícia. A imprudência fica configurada quando o agente é afoito, praticando conduta que não recomendada pela vida em sociedade. Exemplo: Josivaldo está mudando alguns móveis em apartamento, que fica no 4º andar. Ele decide que não quer mais um jarro de plantas e, para se livrar do objeto, joga-o pela janela. O jarro cai na cabeça de Silvio, que morre imediatamente. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 11 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Observe que Josivaldo não queria a morte de Silvio, nem assumiu o risco de mata-lo, mas, por ter sido imprudente (praticado uma ação não recomendável), acabou causando a morte da vítima. A negligência fica configurada quando o agente é omisso ou relapso. Ele não faz algo que a vida em sociedade recomenda. A imperícia é a falta de aptidão técnica para o desempenho de determinada atividade. Nos exemplos a seguir, que a doutrina apresenta com mais frequência, poderemos ver a diferença entre a negligência e a imperícia. Exemplo 1: Adolfo é médico cirurgião. Certo dia, ao fazer uma cirurgia renal, ele deixa um bisturi dentro do paciente, que vem a óbito. Exemplo 2: Teobaldo é médico clínico geral em período de residência. Ele vai fazer uma cirurgia renal, erra no procedimento e a vítima morre. No primeiro exemplo: Adolfo irá responder por homicídio culposo por negligência. Observe que ele é médico cirurgião, logo, tem perícia para a realização de cirurgias, mas foi omisso ao esquecer o equipamento dentro do paciente. No segundo exemplo: Teobaldo irá responder por homicídio culposo por imperícia, já que faltava a ele aptidão necessária para realizar perícias. No caso do homicídio culposo, é possível a aplicação do instituto do perdão judicial, previsto no Artigo 121, § 5° do Código Penal: o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Você pode entender a aplicação do perdão judicial ao seguinte caso: pai que, por imprudência, provoca um acidente de trânsito e mata o próprio filho. Neste caso, as consequências da infração penal (homicídio) atingem o pai de forma tão grave (o seu filho morreu) que é desnecessária a aplicação de sanção penal, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. Atenção: O instituto do perdão judicial se aplica apenas aos casos de homicídio culposo. Vamos falar agora das causas de aumento de pena aplicadas ao homicídio. A doutrina chama essas hipóteses de homicídio majorado. Para facilitar nosso estudo, veremos as causas de aumento de pena aplicadas ao homicídio doloso e, em seguida, as aplicadas ao homicídio culposo. Causas de aumento de pena aplicáveis ao homicídio doloso: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 12 de 77 www.exponencialconcursos.com.br ➢ Se praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos ou maior de 60 (sessenta) anos – aumento de 1/3 (um terço); ➢ Se praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança ou por grupo de extermínio – aumento de 1/3 (um terço) até a metade. ➢ Nos casos de feminicídio, se o crime for praticado durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; se praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, ou com deficiência, ou se praticado na presença de descendente ou ascendente da vítima – aumento de 1/3 (um terço) até a metade. Causas de aumento de pena aplicáveis ao homicídio culposo: ➢ Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício – aumento de 1/3 (um terço); ➢ Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato ou foge para evitar prisão em flagrante – aumento de 1/3 (um terço). Aumento de pena no Homicídio Doloso Aumento de 1/3 (um terço) Se praticado contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos Aumento de 1/3 (um terço) até a metade Se praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança ou por grupo de extermínio Aumento de 1/3 (um terço) até a metade, nos casos de feminicídio Se o crime for praticado durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto Se praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, ou com deficiência Se praticado na presença de descendente ou ascendente da vítima http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 13 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 1.2 Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio No Direito Penal Brasileiro, não se pune a autolesão, ou seja, uma pessoa não será punida penalmente caso provoque mal somente a si próprio. O tipo penal que iremos estudar não pune o suicídio, que consiste na eliminação da própria vida, mas sim a conduta daquele que induz, instiga ou auxilia a prática de um suicídio. Inicialmente, devemos entender o que significa cada um dos verbos que configuram o tipo penal: ➢ Induzir: é criar uma ideia que não existe. A vítima nunca pensou em se suicidar e o agente faz surgir esta ideia na cabeçadela; ➢ Instigar: é reforçar uma ideia que já existe. A vítima pensa ou já pensou em se suicidar e o agente reforça essa ideia; ➢ Auxiliar: o agente presta auxílio material à vítima. Por exemplo, emprestando uma arma, uma corda, entre outras formas de auxílio. A doutrina majoritária exige, para configuração deste tipo penal, que a vítima tenha algum discernimento para a prática do suicídio. Caso a conduta seja praticada contra alguém sem qualquer discernimento, não estaremos diante do crime de induzir, instigar ou auxiliar a prática de suicídio, mas sim diante do crime de homicídio. Sempre houve muita discussão doutrinária sobre a possibilidade de caber tentativa a este tipo penal. Hoje, prevalece o entendimento de que o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio não admite tentativa, podendo ocorrer 3 (três) possibilidades: Aumento de Pena no Homicídio Culposo Aumento de 1/3 (um terço) Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima Se o agente não procura diminuir as consequências do seu ato Se o agente foge para evitar prisão em flagrante http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 14 de 77 www.exponencialconcursos.com.br I. Se o suicídio se consuma (crime consumado), pena de reclusão de dois a seis anos; II. Se da tentativa de suicídio não ocorre a morte, mas resulta em lesão corporal de natureza grave (crime consumado), pena de reclusão de um a três anos; III. Se da tentativa de suicídio, não ocorre a morte, não ocorre lesão corporal de natureza grave (indiferente penal), não haverá conduta típica. Se da tentativa de suicídio resultar apenas lesão corporal de natureza leve, aquele que induziu, instigou ou auxiliou não será responsabilizado penalmente. O fato será atípico. 1.3 Infanticídio O infanticídio é classificado pela doutrina como crime bi próprio, já que ele exige qualidades especiais tanto do sujeito ativo quanto do sujeito passivo. É necessário que o sujeito ativo seja a própria mãe e que o sujeito passivo seja o próprio filho, para que este tipo penal fique configurado. São outros requisitos que devem estar presentes para configuração do crime de infanticídio: ➢ Que a mãe esteja sob a influência do estado puerperal; O estado puerperal é uma alteração emocional pela qual passam algumas mães durante o período correspondente ao parto. Não existe prazo definido em lei, na doutrina ou na jurisprudência, sobre quanto tempo dura este estado puerperal. Logo, qualquer alternativa que tente definir um prazo estará incorreta. ➢ Que a conduta seja praticada durante ou logo após o parto. O infanticídio admite tentativa. Aumento de Pena no Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Suicídio A pena será duplicada Se o crime é praticado por motivo egoístico Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 15 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 1.4 Aborto O Código Penal estabelece três modalidades de aborto, previstos nos artigos 124, 125 e 126. O crime de aborto tem como sujeito passivo o feto. Quando praticado sem o consentimento da gestante, esta também será o sujeito passivo. No primeiro caso, aborto praticado pela gestante ou com o seu consentimento, temos uma hipótese de crime próprio, já que só pode ser praticado pela gestante. No segundo caso, aborto praticado por terceiro sem o consentimento da gestante, temos um crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. É um crime de mão livre, que pode ser praticado de qualquer forma, desde que o agente saiba que a vítima está grávida e destine sua conduta a atingir a finalidade aborto. É importante mencionar que se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, é alienada ou débil mental ou se o consentimento for obtido mediante fraude grave ameaça ou violência, o agente irá responder pela segunda modalidade de aborto – praticado por terceiro sem o consentimento da gestante. No terceiro caso, aborto praticado por terceiro com o consentimento da gestante, também temos um crime comum, praticável por qualquer pessoa, que pratica o fato, mas a gestante consente. É importante mencionar que, neste caso, o terceiro responde pelo artigo 126, ao passo que a mãe responde pelo artigo 124, constituindo, assim, uma exceção pluralística à teoria monista aplicada como regra aos casos de concurso de pessoas. Aborto praticado pela gestante ou com o seu consentimento Aborto praticado por terceiro sem o consentimento da gestante Aborto praticado por terceiro com o consentimento da gestante http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 16 de 77 www.exponencialconcursos.com.br É importante que a gestante tenha a capacidade necessária para prestar o seu consentimento, caso não a tenha, o agente responderá pelo crime de aborto praticado sem o consentimento da gestante. As penas serão aumentadas no caso de aborto praticado por terceiro com ou sem o consentimento da gestante (Artigo 125 e Artigo 126). O assunto a seguir, é sempre muito cobrado em provas de concursos públicos. Não será punido o aborto, segundo o Código Penal, caso praticado por médico, nos seguintes casos: 1. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante (a doutrina chama de aborto necessário); 2. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (a doutrina chama de aborto humanitário). Há ainda, uma terceira modalidade em que não se pune o aborto, segundo jurisprudência do STF: nos casos de fetos com anencefalia (aborto anencefálico). Sobre o aborto humanitário, não se exige ação penal ou condenação por causa do crime de estupro, bastando que haja um mero boletim de ocorrência policial. Para finalizar os crimes contra a vida, é importante que você saiba que todos são processados mediante ação penal pública incondicionada, e que você fique atentos às seguintes informações: Crime Modalidade Culposa Tentativa A pena será aumentada de 1/3 (um terço) Se em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá- lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave A pena será duplicada Se em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá- lo, a gestante morre http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 17 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Homicídio SIM SIM Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio NÃO NÃO Infanticídio NÃO SIM Aborto NÃO SIM 2 – Das Lesões Corporais Você pode entender lesão corporal como qualquer alteração provocada na integridade corporal ou na saúde de uma pessoa. A lesão corporal é comum, material, instantâneo e de forma livre, portanto, pode ser praticado por qualquer pessoa, exige a ocorrência do resultado para fins de consumação, a conduta não se prolonga no tempo e pode ser praticada de qualquer maneira (pedradas, pauladas, tiros, socos, chutes, arranhões etc). O crime de lesão corporal é classificado como delito não-transeunte, que é aquele que deixa vestígios, sendo necessário a realização de exame de corpo de delito. As lesões corporais estão previstas no Artigo 129 do Código Penal e podem ser divididas da seguinte forma: ➢ Lesão corporal simples ➢ Lesão corporal grave; ➢ Lesão corporal gravíssima; ➢ Lesão corporal seguida de morte; ➢ Lesão corporal culposa; ➢ Lesão corporalprivilegiada. As lesões corporais graves, gravíssimas e seguida de morte compõem o grupo lesões corporais qualificadas, segundo a doutrina penalista. Antes de analisarmos cada uma das lesões, vamos falar da ação penal. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 18 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 2.1 Lesão Corporal Leve A lesão leve, também chamada de simples, prevista no Caput do Artigo 129, é residual. Teremos configurada tal modalidade de lesão, caso não se configure nenhuma das outras. A lesão corporal qualificada está prevista nos parágrafos 1º, 2º e 3º do Artigo 129. 2.2 Lesão Corporal Grave A lesão corporal grave irá se configurar se resultar: 1. Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; É necessário que a incapacidade dure mais de 30 (trinta) dias, ou seja, a partir do 31º dia, caso contrário, a lesão corporal não será grave. A incapacidade está relacionada a qualquer ocupação habitual, como estudo, treinos, rotinas domésticas, e não somente ao trabalho; 2. Perigo de vida; 3. Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 4. Aceleração do parto; 2.3 Lesão Corporal Gravíssima A lesão corporal gravíssima irá se configurar se resultar: 1. Incapacidade permanente para o trabalho; 2. Enfermidade incurável; Ação Penal na Lesão Corporal Condicionada Lesão Leve Salvo no caso de aplicação de Lei Maria da Penha, quando será incondicionada Lesão Culposa Incondicionada Lesão Qualificada http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 19 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 3. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 4. Deformidade permanente; 5. Aborto. Tome cuidado para não se confundir Lesão Grave Lesão Gravíssima Debilidade permanente de membro, sentido ou função Perda ou inutilização do membro sentido ou função. Exemplo: Devido às lesões sofridas, a vítima perde 1 (um) dos olhos, mas ainda enxerga. Exemplo: Devido às lesões sofridas, a vítima perde a visão. O Código Penal não divide as lesões em graves ou gravíssimas. Para o CPB, todas elas são graves. Esta divisão é uma construção doutrinária. Cuidado. 2.4 Lesão Corporal Seguida de Morte A lesão corporal seguida de morte irá ficar configurada quando ficar configurado que o agente não queria o resultado morte (dolo direto no resultado morte) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual no resultado morte). Mais uma vez, peço, encarecidamente, que você preste bastante atenção: Se o agente quer matar, ele responderá pelo homicídio. Porém, caso o agente queira apenas causar lesões corporais, mas, por algum motivo, acabe se excedendo, provocando a morte da vítima, ele irá responder por lesão corporal seguida de morte, desde que fique evidenciado que ele não quis nem assumiu o risco de produzir o resultado morte. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 20 de 77 www.exponencialconcursos.com.br O crime de lesão corporal seguida de morte é um crime preterdoloso, ou seja, é um crime qualificado pelo resultado, em que temos dolo na conduta inicial e culpa no resultado produzido. 2.5 Lesão Corporal Culposa A lesão corporal culposa é aquela que o agente não quer causar lesão corporal na vítima, mas a produz por ter sido imprudente, negligente ou imperito. É importante que você compreende que não há gradações na lesão corporal culposa, ou seja, ela não se divide em leve, grave ou gravíssima, mas tão somente irá ser lesão corporal culposa. No caso de lesão corporal culposa, é aplicável o instituto do perdão judicial, podendo o juiz deixar de aplicar a pena se as consequências da infração penal atingirem o agente de forma que a aplicação de sanção penal se torne desnecessária. Aplica-se o perdão judicial ao crime de lesão corporal culposa 2.6 Lesão Corporal Privilegiada Os motivos que levam o agente a praticar a lesão corporal privilegiada são os mesmos do homicídio privilegiado. Observe: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço). É aplicável o instituto da substituição de pena nos casos de lesão corporal. Lesão Corporal Privilegiada Relevante valor social Relevante valor moral Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 21 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Não sendo graves as lesões, nos casos de lesão privilegiada ou nos casos de lesão recíproca (duas pessoas se lesionam umas às outras), o juiz poderá ainda substituir a pena de detenção pela de multa. O Código Penal traz disposições específicas para os casos de lesão corporal praticada no âmbito de violência doméstica. Neste caso, a pena do agente será mais grave, estando ele submetido a auto de prisão em flagrante e não somente a mero termo circunstanciado (salvo nos casos de lesão grave, gravíssima ou seguida de morte). Considera-se lesão corporal no âmbito de violência doméstica se praticada contra as seguintes pessoas ou nos seguintes casos: 1. Ascendente; 2. Descendente; 3. Cônjuge ou companheiro; 4. Quem conviva ou tenha convivido; 5. Se o agente se prevalecer das relações domésticas de coabitação ou de hospitalidade. É importante mencionar que, caso a vítima seja mulher, teremos a aplicação da Lei Maria da Penha e, mesmo que seja caso de lesão corporal leve, a ação penal será pública incondicionada. Agora, veremos as hipóteses majoradas do crime de lesões corporais. Há diversas causas de aumento de pena para este crime, portanto, leia-as com bastante atenção. Nos casos de lesão corporal culposa A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se: ➢ Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício; ➢ Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; ➢ Se o autor não procura diminuir as consequências do seu ato; ➢ Se o agente foge para evitar prisão em flagrante. Nos casos de lesão corporal dolosa A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 22 de 77 www.exponencialconcursos.com.br ➢ A vítima é menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos; ➢ For hipótese de lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte, praticada em quaisquer dos casos de violência doméstica vistas acima; ➢ Se a vítima, enquadrada em um dos casos de violência doméstica vistas logo acima, for pessoa portadora de deficiência. A pena será aumentada de 1/3 (um terço) até a metade: ➢ Se a lesão corporal for praticada por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio; A pena será aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços): ➢ Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente das forças armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica), das forças de segurança pública (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Policiais Civis, Policias Militares ou Corpo de Bombeiros Militares), integrantes do sistema prisional (agentes penitenciários) e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em razão dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o terceiro grau, em razão dessa condição. 3 – Da Periclitação da Vida e da SaúdeA periclitação da vida e da saúde são considerados crimes de perigo, sendo criada, pelo autor do fato, uma situação de perigo a que é exposta a vítima. Crimes de perigo são aqueles que não exigem a efetiva ocorrência de dano, apesar de poder acontecer, para que se configurem. Os crimes de perigo são divididos em: ➢ Crimes de perigo concreto: é exigida uma comprovação de que realmente aconteceu um risco de perigo ou lesão ao bem jurídico protegido pela norma penal. ➢ Crimes de perigo abstrato: Não se exige nenhuma comprovação, já que o perigo é presumido. Iremos analisar os seguintes crimes: perigo de contágeo venéreo, perigo de contágio de moléstia grave; abandono de incapaz; exposição ou abandono de recém-nascido e omissão de socorro. Vamos lá: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 23 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 3.1 Perigo de Contágio Venéreo Este crime fica configurado quando o agente expõe alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado. A forma qualificada deste crime se dá se o agente tem a intenção de transmitir a moléstia venérea. Este crime somente se procede mediante representação, ou seja, trata-se de crime promovido mediante ação penal pública condicionada. O que é moléstia venérea: Segundo a doutrina, é o nome genérico dado a qualquer doença que possa ser transmitida por meio de relação sexual, como sifilis. O crime se consuma com a prática do ato sexual, capaz de transmitir a moléstia venérea. Caso a vítima seja contaminada, tal fato será mero exaurimento do crime. É importante mencionar, pela própria natureza do tipo penal, que não se exige, para a sua configuração simples, dolo específico do agente em transmitir a doença venérea (caso ocorra esta hipótese, o crime será qualificado), bastando que ele tenha a intenção de ter a relação sexual, sabendo ou devendo saber que está contaminado. Segundo a doutrina majoritária, é crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. 3.2 Perigo de Contágio de Moléstia Grave Este crime se configura quando o agente praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de transmitir o contágio. É necessário que o sujeito passivo, que pode ser qualquer pessoa, não seja contaminado pela moléstia grave que o sujeito ativo pretende transmitir A moléstia grave, neste caso, não precisa, necessariamente, ser transmitida por meio de relação sexual, podendo, entretanto, ser transmitida por qualquer outro meio. Temos como exemplo o agente que, de qualquer forma ou por qualquer meio, intencionalmente (exige-se o dolo específico de transmitir a doença) transmite à vítima a tuberculose (moléstia grave). Trata-se de norma penal em branco, complementada por meio dos atos praticados por órgãos administrativos da área de saúde. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 24 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Mais uma vez, reitero: exige-se para a configuração deste tipo penal o dolo específico, que consiste na intenção do agente de transmitir a moléstia grave. A doutrina não admite, para este crime, o dolo eventual, quando o agente não quer diretamente transmitir a doença, mas assume o risco de transmiti-la. Trata-se de crime formal, que se consuma com a prática do ato destinado a transmitir a moléstia grave, não se exigindo, para fins de consumação, a efetiva transmissão da moléstia. Ao contrário do crime de Perigo de Contágeo Venéreo, procede-se mediante ação penal pública incondicionada. Antes de passarmos para a análise de outros tipos penais, é importante que façamos uma distinção entre os dois tipos penais que acabamos de ver: Perigo de Contágio Venéreo Perigo de Contágio de Moléstia Grave A transmissão deve se dar por meio de relação sexual A transmissão se dá por qualquer meio Transmite-se moléstia venérea Transmite-se moléstia grave É norma penal em branco É norma penal em branco Não se exige dolo específico Exige-se dolo específico Ação penal pública condicionada Ação penal pública incondicionada 3.3 Abandono de Incapaz O crime de abandono de incapaz se configura quando o agente abandona pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. São formas qualificadas do crime de abandono de incapaz: 1. Se do abandono, resulta lesão corporal de natureza grave; 2. Se do abandono, resulta a morte. Quem é o incapaz: Entenda incapaz como qualquer pessoa que não tenha condições de se proteger sozinha, podendo ficar exposta, em razão http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 25 de 77 www.exponencialconcursos.com.br do abandono, a situação de perigo. Tenha como exemplo o pai que deixa o filho, de apenas 2 (dois) anos de idade, sozinha em casa. Esta criança não tem capacidade de se defender sozinha, configurando, assim, o tipo penal de abandono de incapaz. Muito cuidado, para que o crime de abandono de incapaz seja qualificado, é necessário que o resultado seja lesão corporal grave ou a morte. Caso resulte apenas lesão corporal de natureza leve (bastante explorado pelas bancas), o crime será configurado em sua modalidade simples. Analise com bastante cuidado as causas de aumento de pena. Veja características do crime de abandono de incapaz: ➢ É crime próprio, já que se exige uma condição especial do agente: ser pessoa que tem o cuidado, guarda, vigilância ou autoridade sobre a vítima; ➢ É crime formal, que não exige que ocorra qualquer coisa com o abandonado (vítima) para fins de consumação do crime. 3.4 Exposição ou Abandono de Recém-Nascido O crime de exposição ou abandono de recém-nascido se configura quando o agente expõe ou abandona recém-nascido, para ocultar desonra própria. Este crime será praticado na modalidade qualificada se do fato resultar: ➢ Lesão corporal de natureza grave; ➢ Morte. Este crime exige dolo específico, ou seja, um especial fim de agir, que consiste na prática da conduta para ocultar desonra própria. Causas de aumento de pena 1/3 (um terço) Se o abandono ocorre em lugar ermo Se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima Se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 26 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Segundo a doutrina majoritária, é exigido que o recém-nascido fique exposto à situação concreta de perigo para que o crime se consume. Ainda, conforme doutrina majoritária, trata-se de crime próprio, que somente poderá ser praticado pela pai e a mãe que buscam ocultar desonra própria. Leve como exemplo a mãe que expõe ou abandono o filho recém-nascido numa lata de lixo para ocultar uma desonra (sua infidelidade). O crime será promovido mediante ação penal pública incondicionada. 3.5 Omissão de Socorro O crime de omissão de socorro está previsto no artigo 135 do Código Penal. Irá se configurar quando o agente deixar de prestar assitência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade competente. Não se aplica este tipo penal ao agente que causou o perigo. Assim, se um indivíduo, com a intenção de causar lesões corporais, arremessa uma pedra na vítima e foge, nãopoderá ele ser responsabilizado por omissão de socorro por não ter prestado socorro à vítima ou por não ter comunicado o fato à autoridade. Fique atento às seguintes informações sobre a omissão de socorro: ➢ Não admite tentativa (é crime omissivo próprio); ➢ Não admite a modalidade culposa; Fique bastante atento às causas de aumento de pena do crime de omissão de socorro. O crime de omissão de socorro pode ser praticado de duas formas Quando o agente não presta socorro imediato à vítima Quando não podendo prestar socorro imediato, por haver risco pessoal, o agente deixa de comunicar o fato à autoridade O tipo penal não confere opção ao agente. Caso ele possa prestar socorro à vítima, ele terá de fazê-lo, não podendo optar por apenas comunicar o fato à autoridade. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 27 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Em 2012, foi inserido no CPB um novo tipo penal, chamado de condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial, que irá se configurar quando o agente exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial. É isso mesmo, amigos. Por exemplo, suponha que um indivíduo ingresse em um hospital necessitando de atendimento médico emergencial. O funcionário do hospital exige que ele deixe um cheque-caução para que o atendimento médico seja realizado. Pronto, configurou-se o tipo penal de condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial. É necessário que o atendimento médico seja emergencial. Assim, este crime não ira se configurar caso o atendimento médico seja algo rotineiro, com uma simples consulta, por exemplo. Este tipo penal também apresenta causas de aumento de pena. A pena será aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta: ✓ Lesão corporal grave. A pena será aumentada até o triplo se da negativa de atendimento resulta: ✓ Morte. 4 – Da Rixa A rixa está prevista no artigo 137 do Código Penal. O crime irá ocorrer quando o agente participar de rixa, salvo para separar os contendores. Pena Aumenta de metade •Se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave Pena Triplicada •Se da omissão resulta a morte http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 28 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Amigos, estamos diante de crime de concurso necessário, que só irá existir caso presente no mínimo 3 (três) pessoas, umas contra as outras. Caso seja possível definir dois grupos específicos (grupo A x grupo B), este tipo penal não irá existir. Como assim? Não entendi! Amigos, para que a rixa se configure, exige-se que haja no mínimo três grupos distintos (independentemente da quantidade de pessoas que integre cada grupo) se agredindo mutuamente. Por exemplo, no caso de ocorrer uma briga entre a torcida do Corinthians e a torcida do Palmeiras, não há que se falar no crime de rixa, já que temos 2 (dois) grupos bem definidos. Aquele que participa da rixa, apenas com a finalidade de separar os contendores não irá responder por este tipo penal. O crime de rixa não admite a forma culposa. Sobre este crime, é importante que você fique atento aos posicionamentos da doutrina dominante. ✓ Não admite tentativa; ✓ Consuma-se quando se inicia a rixa ou, caso já iniciada, quando o agente entra na rixa; ✓ Pode ser praticado à distância, não se exigindo que necessariamente ocorre contato físico. Por exemplo: rixa em que os agentes jogam pedras, garrafas ou mesas uns nos outros; A rixa será qualificada quando ocorrer, devido à rixa, lesão corporal de natureza grave ou a morte. Segundo a doutrina majoritária, salvo no caso de ser possível se identificar corretamente o autor da lesão grave ou da morte, todos os agentes que participaram da rixa irão responder pela modalidade qualificada, exceto, também, se tiverem ingressado na rixa após a ocorrência da lesão grave ou da morte. 5 – Dos Crimes Contra a Honra Os crimes contra a honra estão entre aqueles que mais são cobrados em provas de concurso público. Estão previstos entre os artigos 138 e 145 do Código Penal. Eles se dividem em 3 (três) crimes diferentes: 1. Calúnia; 2. Difamação; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 29 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 3. Injúria. Antes de analisarmos cada um dos tipos penais, é importante que você compreenda que se protege a honra da pessoa, na sua modalidade objetiva e subjetiva. Honra objetiva é aquilo que as pessoas (grupo social) pensam sobre o indivíduo; Honra subjetiva é aquilo que o indivíduo pensa sobre si mesmo. 5.1 Calúnia A calúnia, que protege a honra objetiva, está prevista no artigo 138 do Código Pena, configura-se quando o agente caluniar alguém, imputando- lhe falsamente fato definido como crime. Exige-se que o fato imputado falsamente seja definido com um crime, não podendo ser uma mera contravenção penal. O crime pode ter acontecido ou não, para fins de consumação deste tipo penal. Exemplo: Mévio diz que Tício praticou um roubo a padaria da esquina de onde moram, sabendo ser falso. Pronto, Mévio praticou o crime de calúnia. O crime de calúnia não admite a modalidade culposa e, segundo doutrina majoritária, pode ser praticada, além do dolo direto, por dolo eventual. Não é exigido que o crime seja praticado na modalidade verbal, podendo ser praticado por outros meios, a exemplo da modalidade escrita. Em regra, a calúnia é crime unissubsistente, que se perfaz com a prática de um único ato, não sendo possível o fracionamento do seu iter criminis, entretanto, caberá tentativa quando for possível promover este fracionamento, a exemplo de calúnia praticada por meio de uma carta. Em se tratando de intenção de brincar (animus ludendi) por parte do agente, não há que se falar no crime de calúnia. Calúnia e Difamação Protegem a honra objetiva InjúriaProtege a honra subjetiva http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 30 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Preste bastante atenção. ✓ Pune-se a calúnia praticada contra os mortos (neste caso, o sujeito passivo será a família do morto); ✓ Segundo parte da doutrina, é possível que a calúnia seja praticada contra pessoa jurídica, se o fato falsamente imputado for referente a crime ambiental; ✓ Equipara-se à calúnia, incorrendo nas mesmas penas, a conduta daquele que, sabendo falsa a imputação, a propala (espalha) ou divulga. O crime de calúnia se consuma quando o fato chega ao conhecimento de um terceiro, distinto do autor e da vítima, já que o crime tutela a honra objetiva. A calúnia admite, como regra, a exceção da verdade (prova da verdade), que é a possibilidade que tem o agente de demonstrar que o fato que ele imputou realmente aconteceu. Porém, em algumas hipóteses não será admitida a exceção da verdade. Observe. Por fim, é importante destacar que a calúnia é crime formal, que se consuma com a prática da conduta, independentemente de o agente conseguir macular a honra objetiva da vítima. 5.2 Difamação A difamação que, assim como a calúnia, tutela a honra objetiva da pessoa, está prevista no Artigo 139 do CPB. A difamação se configura quando o agente difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação, Exemplo: Suponha que Tício diga para um grupo de vizinhos que Sandra, também vizinha, é garota de programa e atende aos clientes no período noturnoem sua residência. A conduta praticada por Tício configura o crime de difamação. Observe que o fato imputado não constitui um crime, podendo, inclusive, constituir uma contravenção penal. Entretanto, caso constitua crime, será calúnia. Admite-se a prova da verdade, exceto Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível Se o fato é imputado ao Presidente da República ou a chefe de governo estrangeiro Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 31 de 77 www.exponencialconcursos.com.br A difamação irá ocorrer, independentemente do fato imputado ser verdadeiro ou não. A difamação, assim como a calúnia, também se consuma quando o fato chega ao conhecimento de um terceiro, distinto do autor e da vítima, já que também protege a honra objetiva. Trata-se de crime formal e irá se configurar ainda que a conduta não desonre objetivamente a vítima. Não há difamação praticada na modalidade culposa. É possível a tentativa da difamação, quando for possível fracionar o iter criminis, a exemplo da difamação cometida por meio de carta. A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de difamação. Na difamação, a exceção da verdade não pode ser aplicada, salvo se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício da função. 5.3 Injuria A injuria, que tutela a honra subjetiva do agente, está prevista no Artigo 140 do Código Penal, e se configura quando o agente injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. Na injuria, o agente ofende a dignidade e o decoro da vítima, emitindo ofensa depreciativa, mas sem imputar a ele fato definido como crime ou ofensivo a sua reputação. Exemplo: Mévio xinga Tício, chamando o de burro e idiota. A conduta de Mévio configura o crime de injúria. A injuria se consuma quando o fato chega ao conhecimento da vítima, já que se tutela a honra subjetiva, que se constitui da visão que a vítima tem sobre ela mesma. Não é necessário que o fato chegue ao conhecimento de um terceiro. A injuria também é crime formal, consumando-se com a prática da conduta, independentemente de a vítima sentir lesada ou não a sua honra subjetiva. Exceção da verdade na Difamação Somente será aplicada se a ofensa for praticada contra funcionário público e o fato se relaciona com o exercício de suas funções http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 32 de 77 www.exponencialconcursos.com.br A injuria só pode ser praticada dolosamente, não sendo admitida a modalidade culposa. É admitida a tentativa de injuria, quando o iter criminis puder ser fracionado. Lembre-se que a injuria, assim como os demais crimes contra a honra, podem ser praticados por outros meios e não somente de forma verbal. A injuria não admite exceção da verdade. Sendo assim, é importante que você leve em consideração o seguinte: Exceção da Verdade Calunia É admitida como regra Difamação É admitida excepcionalmente Injuria Não é admitida Na injuria, o juiz pode deixar de aplicar a pena nos seguintes casos: ✓ Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; ✓ No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. Conheça a injúria real, ela se configura quando a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes. Assim, guerreiros, caso o agente desfira um tapa no rosto da vítima, com a intenção de ofendê-la (humilhá-la), irá praticar uma injúria real. É possível que a injuria seja racial, quando consistir na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Você deve levar para sua prova os elementos que podem caracterizar a injuria racial, já que isto foi objeto de prova diversas vezes. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 33 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Sendo assim, caso o agente ofenda a vítima, fazendo uso de um dos elementos acima, a exemplo do agente que chama a vítima de macaco (lembra do caso do ex-goleiro do Santos Futebol Clube, o Aranha), irá cometer o crime de injúria racial. De forma alguma, você poderá confundir a injúria racial com o crime de racismo. Na injúria racial, o animus do agente é ofender; no racismo, o animus é segregar. O STJ entendeu, na análise do AREsp (agravo em recurso especial), que a injúria racial é crime imprescritível. 5.4 Disposições comuns Vejamos as causas de aumento de pena aplicáveis aos crimes contra a honra em geral (calúnia, difamação e injúria). A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se o crime contra a honra for praticado: ➢ Contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; ➢ Contra funcionário público, em razão de suas funções; ➢ Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria; ➢ Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso da injúria (a pena não irá aumentar de 1/3 no caso de injúria praticada contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência) Raça Cor Etnia Religião Origem Condição de pessoa Idosa Condição de pessoa Portadora de Deficiência http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 34 de 77 www.exponencialconcursos.com.br A pena será aplicada em dobro se o crime contra a honra for praticado: ➢ Mediante paga ou promessa de recompensa. Veja as hipóteses de exclusão dos crimes contra a honra. Não constituem injúria ou difamação punível: 1. A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurados; 2. A opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, exceto quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar – responderá pela injúria ou pela difamação quem der publicidade; 3. O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever de ofício – responderá pela injúria ou pela difamação quem der publicidade. Para encerrarmos o assunto referente aos crimes contra a honra, iremos tratar da retratação e da ação penal. Segundo o Código Penal, a retratação, quando admitida, constitui excludente de punibilidade. O que é a retratação? É a possibilidade que tem o agente de retirar aquilo que disse, ou seja, de manifestar que se equivocou em suas declarações, manifestando-se contrariamente ao que disse inicialmente. A injuria não admite retratação. O querelado que, antes da sentença (segundo doutrina majoritária: sentença de 1º grau), se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Caso o querelado tenha praticado a calúnia ou difamação, fazendo uso de meios de comunicação, a retratação se dará, caso assim deseje o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. Suponha que o agente tenha praticado o crime de calúnia ou difamação pelo Facebook. Neste caso, a retratação se dará também pelo Facebook, se assim desejar a vítima. Caso alguém faça uso de referências, alusões ou frases, sendo possível inferir calúnia, difamação ou injúria, aquele que se julgar ofendido, http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 35 de 77 www.exponencialconcursos.com.br poderá pedir explicações em juízo. Casoseja recusado o pedido de explicações ou, a critério da autoridade judicial, não as dá de maneira satisfatória, responderá pela ofensa. Por fim, sobre a ação penal nos crimes contra a honra, é importante que você saiba: Segundo Súmula 714 do STF, é concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. Logo, fiquem atentos a esta informação: nos casos de crimes contra a honra de funcionário público em razão de suas funções, a ação penal será privada ou condicionada à representação do ofendido. A doutrina dominante também entende desta forma. A ação será pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça caso a conduta que configura crime contra a honra seja praticada contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro. 6 – Dos Crimes Contra a Liberdade Individual Os crimes contra a liberdade individual são divididos em 4 (quatro) categorias: Ação penal nos crimes contra a honra Regra ação será privada, procedendo-se mediante queixa Exceções ação será pública condicionada, nos casos de Injúria real Injúria racial Se os crimes contra a honra forem praticados contra funcionário público, em razão de suas funções http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 36 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 6.1 Crimes Contra a Liberdade Pessoal 6.1.1 Constrangimento Ilegal Irá se configurar o constrangimento ilegal quando o agente constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. O crime de constrangimento ilegal irá ocorrer quando o agente, fazendo uso de violência ou grave ameaça, fizer com que a vítima faça algo que a lei não manda ou que a vítima deixe de fazer algo que a lei lhe permite. Tício e Mévio são vizinhos. Tício é um valentão que se sente dono do bairro. Certo dia, Mévio passava pela rua, quando Tício o aborda. Este, portando uma arma de fogo, saca a arma e a aponta para Mévio e diz que, sob pena de levar um tiro na cara, é para este dar meia volta e passar por outro lugar, já que não o quer mais passando por sua rua. Mévio, temendo por sua vida, dá meia volta e retorna. A conduta de Tício se enquadra no constrangimento ilegal. Ele, fazendo uso de grave ameaça, constrangeu Mévio para que ele deixasse de fazer algo que a lei lhe permite (liberdade de locomoção). A doutrina entende corretamente que o crime de constrangimento ilegal é subsidiário, o agente por ele irá responder, caso não seja enquadrado em uma outra conduta um tanto mais grave. Assim, caso o agente constranja a vítima, por meio de violência, para que ela deixa de fazer alguma coisa, com o fim de obter para si vantagem econômica, não irá cometer constrangimento ilegal, mas sim o crime de extorsão. Crimes Contra a Liberdade Individual Crimes contra a liberdade pessoal Crimes contra a inviolabilidade do domicílio das correspondências dos segredos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 37 de 77 www.exponencialconcursos.com.br O constrangimento ilegal admite tentativa, já que é crime plurissubsistente, é crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Além das penas previstas para o constrangimento ilegal, o agente irá responder pelas penas correspondentes à violência, assim, caso o agente pratique o crime por meio de violência, provocando lesões corporais na vítima, ele responderá por constrangimento ilegal em concurso material com o crime de lesões corporais. A pena será aplicada cumulativamente e em dobro quando, para a execução do crime: 1. Reúnem-se mais de 3 (três pessoas) – deve haver no mínimo 4 (quatro) pessoas, já que o tipo penal fala em “mais de 3”; 2. Há emprego de arma – segundo a doutrina dominante, pode ser qualquer arma e não necessariamente arma de fogo. Muita atenção com as seguintes informações: 6.1.2 Ameaça O crime de ameaça, previsto no Artigo 147 do Código Penal, irá se configurar quando o agente ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. É possível se verificar que o crime de ameaça e de ação livre, podendo ser praticado de qualquer forma pelo agente: verbalmente, por escrita, gestualmente, entre outras formas. Assim, caso um indivíduo olhe para um desafeto e faça o gesto de uma arma com a mão e aponte para este, o crime de ameaça poderá se configurar. É muito importante que você compreenda que a ameaça está relacionada a um mal “injusto” e “grave”, contrário ao direito. Caso o agente ameace, por exemplo, de entrar na justiça para cobrar uma dívida (mal justo), ele não irá cometer o crime de ameaça previsto no artigo 147 do CPB. Não irão ser enquadrados como constragimento ilegal A intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, caso justificada por iminente perigo de vida A coação exercida para impedir o suicídio http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 38 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Trata-se de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Em regra, não cabe tentativa, já que se trata de crime unissubsistente, que se consuma com a prática de um único ato, porém, a doutrina majoritária admite a tentativa se a ameaça for praticada na modalidade escrita (por meio de uma carta, por exemplo). A doutrina penalista admite a ameaça condicionada, que ocorrerá quando o agente colocar uma condição para a prática do mal injusto e grave. Exemplo: Mévio diz a Tício: se você não fizer pelo menos um gol na final do campeonato, eu irei te matar. O crime de ameaça se procede mediante ação penal pública condicionada à representação 6.1.3 Sequestro e Cárcere Privado Antes de iniciarmos o estudo deste crime, é importante que você compreenda a diferença entre o sequestro e o cárcere privado. No sequestro, ocorre restrição de liberdade da vítima, mas ela não fica necessariamente mantida em recinto fechado. Já no cárcere privado, necessariamente a vítima terá sua liberdade restringida, sendo mantida em recinto fechado. O crime de sequestro e cárcere privado se configura quando o agente privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado. Este crime apresenta formas que o qualificam, vejamos elas. Será qualificado o crime de sequestro e cárcere privado: 1. Se a vítima for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 2. Se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 3. Se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias; 4. Se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 5. Se o crime é praticado com fins libidinosos. Também será qualificado o crime de sequestro e cárcere privado se da conduta resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 39 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, saiba que este crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa e permanente (muito importante que você fique atento à Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessaçãoda continuidade ou da permanência). 6.1.4 Redução à Condição Análoga à de Escravo Este crime irá se configurar quando o agente reduzir alguém a condição análoga (similar) à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. Como você pôde observar, a vítima pode ser reduzida à condição análoga à de escravo de 3 (três) maneiras diferentes, por esse motivo, a doutrina o classifica como crime de ação múltipla. Vamos revê-las. O tipo penal apresenta duas hipóteses equiparadas, respondendo o agente com as mesmas penas do tipo penal principal. Observe. Incorrerá nas mesmas penas aquele que cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho e aquele que mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. Silvio, fazendeiro conhecido no interior de Goiás, coloca como jornada de trabalho para os funcionários de sua fazenda a carga horária de 15 (quinze) horas diárias, pagando a eles um valor muito pequeno como contraprestação. Silvio se recusa a fornecer transporte para os trabalhadores irem embora, já que, segundo ele, eles o devem valores referentes à moradia fornecida pela fazenda, não dispondo eles de outra maneira de ir para casa senão pelo transporte da fazenda. Submetendo-a a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva Sujeitando-a a condições degradantes de trabalho Restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 40 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Amigos, Silvio está cometendo o tipo penal que estamos estudando. O crime de redução à condição análoga à de escravo não admite a modalidade culposa, podendo ser praticado apenas dolosamente. É também crime permanente, portanto, sua conduta se prolonga no tempo. Vamos analisar as causas de aumento de pena. 6.1.5 Tráfico de Pessoas Irá praticar o crime de tráfico de pessoas o agente que agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo, submetê-la a trabalhos em condições análogas à de escravo; submetê-la a qualquer tipo de servidão; adoção ilegal ou exploração sexual. O tipo penal de tráfico de pessoas é mito alternativo, podendo ser praticado mediante a execução de qualquer um dos seus 8 (oito) verbos. Eita porra, é muita coisa hein? Vamos esquematizar isso para facilitar o seu estudo. Importante que você leve em consideração que, para compreender este tipo penal, é importante que você conheça os verbos, os meios empregados para a prática do crime e as finalidades. Vamos esquematizar cada uma delas. A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido Contra criança ou adolescente Por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 41 de 77 www.exponencialconcursos.com.br Este crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Não se exige, também, nenhuma condição especial do sujeito passivo do crime. A pena do crime de tráfico de pessoas será aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se: 1. O crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; 2. O crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; 3. O agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; 4. Se a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. Por fim, para encerramos os crimes contra a liberdade pessoal, é importante mencionar que o crime de tráfico de pessoas apresenta uma causa de diminuição de pena, desde que o agente preencha os 2 (dois) requisitos, que são cumulativos. Verbos: Agenciar, Aliciar, Recrutar, Transportar, Transferir, Comprar, Alojar e Acolher. Meios Empregados: Grave Ameaça, Violência, Coação, Fraude ou Abuso Finalidades: - Remover órgãos; tecidos ou partes do corpo; - Submeter a trabalhos em condições análogas à de escravo; - Submeter a qualquer tipo de servidão; - Adotar ilegalmente; - Explorar sexualmente. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 42 de 77 www.exponencialconcursos.com.br A pena é reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o agente: ✓ For primário; ✓ Não integrar organização criminosa. 6.2 Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 6.2.1 Violação de Domicílio O agente que entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências irá cometer o crime de violação de domicílio. O crime de violação de domicílio é crime de mera conduta, já que não a lei descrê a conduta, mas não descreve resultado naturalístico, é, também, crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Este crime apresenta forma qualificada. Os patamares mínimo e máximo da pena do crime serão alterados (de 1 a 3 meses para 6 meses a 2 anos) se praticado em uma das hipóteses previstas acima. O tipo penal apresenta uma causa de aumento de pena. A pena será aumentada de 1/3 (um terço), caso: ✓ O crime seja praticado por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso de poder. Observe o que o Código Penal diz sobre a expressão “CASA”. A expressão “casa” compreende: Qualifica-se o a violação de domicílio, se o crime for cometido Durante a noite Em lugar ermo Com o emprego de violência ou de arma Por 2 (duas) ou mais pessoas http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 43 de 77 www.exponencialconcursos.com.br ✓ Qualquer compartimento habitado; ✓ Aposento ocupado de habitação coletiva; ✓ Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. A expressão “casa” não compreende: ✓ Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, exceto se aposento ocupado de habitação coletiva. Para encerrarmos o assunto violação de domicílio, por fim, veremos os casos em que, mesmo com a violação, o fato não irá constituir crime. Não constituirá crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I. Durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II. A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria e Questões comentadas Prof. Rodrigo Gonçalves Prof. Rodrigo Gonçalves 44 de 77 www.exponencialconcursos.com.br 7 - Questões Comentadas 1. (FCC/2018/Câmara Legislativa do Distrito Federal/Técnico Legislativo) De acordo com o que dispõe o Código Penal acerca dos crimes contra a vida e a integridade física, considere I. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça somente será crime, em tese, se o suicídio se consumar ou, ainda, se
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