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Aula-04-Aula-Direito-Penal-Crimes-Contra-a-Pessoa_v1

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Teoria e Questões comentadas 
Prof. Rodrigo Gonçalves 
 
 Prof. Rodrigo Gonçalves 1 de 77 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, amigos. 
 
Curso: Direito Penal 
Professor: Rodrigo Gonçalves 
http://www.exponencialconcursos.com.br/
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Rodrigo Gonçalves 
 
 Prof. Rodrigo Gonçalves 2 de 77 
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Aula – Direito Penal 
 
Sumário 
1 – Dos Crimes Contra a Vida ........................................................... 4 
1.1 Homicídio .................................................................................................................................... 4 
1.1.1 Homicídio Simples .............................................................................................. 5 
1.1.2 Homicídio Privilegiado ......................................................................................... 5 
1.1.3 Homicídio Qualificado .......................................................................................... 7 
1.1.4 Homicídio Culposo ............................................................................................ 10 
1.2 Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio........................................................................... 13 
1.3 Infanticídio ................................................................................................................................ 14 
1.4 Aborto ....................................................................................................................................... 15 
2 – Das Lesões Corporais ............................................................... 17 
2.1 Lesão Corporal Leve ............................................................................................ 18 
2.2 Lesão Corporal Grave ........................................................................................... 18 
2.3 Lesão Corporal Gravíssima ................................................................................... 18 
2.4 Lesão Corporal Seguida de Morte .......................................................................... 19 
2.5 Lesão Corporal Culposa ........................................................................................ 20 
2.6 Lesão Corporal Privilegiada ................................................................................... 20 
3 – Da Periclitação da Vida e da Saúde .......................................... 22 
3.1 Perigo de Contágio Venéreo .................................................................................. 23 
3.2 Perigo de Contágio de Moléstia Grave .................................................................... 23 
3.3 Abandono de Incapaz ........................................................................................... 24 
3.4 Exposição ou Abandono de Recém-Nascido ............................................................. 25 
3.5 Omissão de Socorro ............................................................................................. 26 
4 – Da Rixa .................................................................................... 27 
5 – Dos Crimes Contra a Honra ...................................................... 28 
5.1 Calúnia .............................................................................................................. 29 
5.2 Difamação .......................................................................................................... 30 
5.3 Injuria ............................................................................................................... 31 
5.4 Disposições comuns ............................................................................................. 33 
6 – Dos Crimes Contra a Liberdade Individual ............................... 35 
6.1 Crimes Contra a Liberdade Pessoal ........................................................................................... 36 
6.1.1 Constrangimento Ilegal ..................................................................................... 36 
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Teoria e Questões comentadas 
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6.1.2 Ameaça ........................................................................................................... 37 
6.1.3 Sequestro e Cárcere Privado .............................................................................. 38 
6.1.4 Redução à Condição Análoga à de Escravo ........................................................... 39 
6.1.5 Tráfico de Pessoas ............................................................................................ 40 
6.2 Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio ........................................................................... 42 
6.2.1 Violação de Domicílio ........................................................................................ 42 
7 - Questões Comentadas .............................................................. 44 
8 – Questões da aula (sem comentário) ........................................ 67 
9 - Gabarito ................................................................................... 77 
10- Referencial Bibliográfico .......................................................... 77 
 
 
 
 
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1 – Dos Crimes Contra a Vida 
 Os crimes contra a vida são divididos da seguinte forma: 
 
 
Os crimes contra a vida tutelam o bem jurídico mais relevante que 
temos: a vida, nas suas modalidades intrauterina ou extrauterina. 
A vida intrauterina é aquela que ocorre dentro do útero. Já a vida 
extrauterina, fora do útero. 
O crime de aborto protege a vida intrauterina; já o homicídio, o 
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e o infanticídio protegem a vida 
extrauterina. 
 
1.1 Homicídio 
 O crime de homicídio tem como ação a seguinte conduta: Matar 
Alguém. 
 O verbo descrito no tipo penal é matar, que fica configurado quando 
se faz interromper ou cessar a vida. 
 O alguém, previsto na conduta, necessariamente, deve ser a 
pessoa humana. 
É um crime classificado de diversas modalidades. As principais classificações 
são: 
➢ É crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, sem 
que necessite de quaisquer condições especiais; 
➢ É crime material: para sua consumação, é exigida a 
ocorrência do resultado morte; 
➢ É crime de forma livre: pode ser praticado com qualquer 
modo de execução (a tiros, facadas, pauladas, por meio de veneno, 
entre outros); 
Crimes contra a vida
Homicídio 
(Art. 121)
Induzimento, 
instigação ou 
auxílio a 
suicídio 
(Art. 122)
Infanticídio 
(Art. 123)
Aborto 
(Arts. 124 a 
128)
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➢ É crime instantâneo de efeitos permanentes: a conduta 
delituosa não se prolonga no tempo e, após a consumação, os efeitos 
são irreversíveis; 
➢ É crime plurissubsistente: pode ser praticado por meio de 
um ou mais atos de execução; 
➢ É crime unissubjetivo: pode ser praticado por um ou mais 
agentes. 
É importante que você saiba as classificações descritas acima, já que 
elas são bastante cobradas em provas. 
 
 
1.1.1 Homicídio Simples 
 O Homicídio simples está previsto no Caput do Artigo 121. Ele é 
bastante difícil de ser configurado, já que dificilmente ocorre este crime 
sem que alguma qualificadora (que veremos a seguir) seja aplicada. 
 Podemos entender, então, que o homicídio simples é residual. Será 
simples o homicídio quando ele não for qualificado. 
 Sobre o homicídio simples,a informação mais importante é que, em 
regra, ele não é crime hediondo, entretanto, se for praticado em atividade 
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, será, 
sim, crime hediondo. 
 O homicídio simples só será crime hediondo quando 
praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente. 
 
1.1.2 Homicídio Privilegiado 
 Segundo Nucci, privilégios são circunstância legais específicas, 
vinculadas ao tipo penal incriminador, provocadoras da diminuição da 
faixa de aplicação da pena, em patamares prévia e abstratamente 
O crime de Homicídio pode ser 
dividido da seguinte forma
Homicídio 
Simples
Homicídio 
Privilegiado
Homicídio 
Qualificado
Homicídio 
Culposo
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estabelecidas pelo legislador, alterando o mínimo e o máximo previstos 
para o crime. 
 Para fins do nosso estudo, vamos entender o homicídio privilegiado 
como uma modalidade mais branda do crime de homicídio. 
 O homicídio privilegiado está previsto no Artigo 121, § 1º, e se 
configura em uma das seguintes situações: 
✓ Relevante valor social; 
✓ Relevante valor moral; 
✓ Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima. 
 
Relevante Valor Social Relevante Valor Moral 
É um valor considerável para 
determinado grupo de pessoas 
(sociedade) 
É um valor considerável para aquele 
que comete o delito 
Indivíduo que mata o conhecido 
estuprador do bairro, que vem 
praticando o crime com 
frequência 
Indivíduo que mata por 
eutanásia 
 
Quando reconhecido o privilégio, no crime de homicídio, quais as 
consequências? O juiz pode reduzir a pena do agente de 1/6 (um sexto) a 
1/3 (um terço). Muita atenção com o patamar de redução. 
 Sobre o homicídio privilegiado, algumas considerações são muito 
importantes para a sua prova: 
✓ Não é considerado crime hediondo; 
✓ Não se comunica para coautores ou partícipes. Como assim? 
O crime de homicídio é cometido por 2 (dois) agentes (Vicente e 
Gabriel). Gabriel o pratica sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima; Vicente, não. Nesta hipótese, 
Gabriel responderá por homicídio privilegiado e Vicente por Homicídio. 
 
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1.1.3 Homicídio Qualificado 
 No homicídio qualificado, o agente estará submetido a uma pena 
maior, mais grave. As qualificadoras são fatores que tornam a conduta 
praticada pelo agente, de alguma forma, mais reprováveis por parte da 
sociedade. A pena do homicídio qualificado vai de 12 (doze) a 30 (trinta) 
anos. 
 O Código Penal, em seu Artigo 121, § 2º, estabelece as seguintes 
qualificadoras. 
 Se o homicídio é cometido: 
I.Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo 
torpe; 
 
O que é motivo torpe? 
Motivo torpe é algo repugnante, nojento, abjeto. 
O Código Penal nos exemplifica o que vem a ser motivo torpe: 
mediante paga ou promessa de recompensa. Os demais casos de torpeza 
serão interpretados analogicamente pela autoridade judicial. 
O homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa é 
conhecido doutrinariamente como homicídio mercenário. 
Ele fica configurado quando o agente pratica o crime motivado por 
alguma recompensa (segundo a doutrina, deve ser de natureza 
econômica), que pode ser anterior (na modalidade paga) ou posterior 
(na modalidade promessa de recompensa). 
Recentemente, entendeu o STJ que a comunicabilidade da 
qualificadora “mediante paga ou promessa de recompensa” não é 
automática, tratando-se de qualificadora de natureza pessoal, que não irá 
se comunicar automaticamente ao mandante do crime, respondendo este, 
na modalidade qualificada se torpe for o motivo que o levou a pagar pela 
morte da vítima. 
Assim, por exemplo, se Alessandro, que tem a intenção de matar um 
desafeto, chamado Antoniel, pagar R$ 1.000,00 (mil reais) a Fabrício, para 
que este mate Antoniel, a qualificadora será aplicada a Fabrício, já para 
Alessandro, o mandante, o homicídio não será necessariamente qualificado. 
 
II.Por motivo fútil; 
Motivo fútil é o motivo pequeno, desproporcional, banal. Há 
desproporcionalidade entre a conduta praticado e a motivação. 
 O homicídio será qualificado por motivo fútil quando, por 
exemplo, for motivado por um dívida de uma carteira de cigarro. 
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III.Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum; 
Temos aqui qualificadoras relacionadas aos meios empregados pelo 
agente para praticar o crime, que podem estar relacionadas a meios 
insidiosos (emprego de veneno) ou cruéis (asfixia, tortura) ou que possam 
resultar em perigo comum (fogo, explosivo). 
Em relação ao emprego de veneno, segundo a doutrina majoritária, 
tal qualificadora só irá se configurar se ficar comprovado que a vítima 
ingeriu o veneno sem saber que o fazia. Caso a vítima saiba que está 
ingerindo veneno, outra qualificadora poderá ser aplicada, a de meio cruel. 
 É muito importante que você compreende 
que, no Direito Penal, o agente é punido, em regra, pelo crime que queria 
praticar. Assim, caso o agente queira torturar, mas se exceda e acabe 
matando a vítima, irá responder por tortura qualificada pelo resultado 
morte. Se o agente queria matar e usa a tortura como meio para atingir a 
sua finalidade, irá responder por homicídio qualificado pela tortura. 
Muito cuidado com a informação acima, já que se cobra muito em provas de 
Direito Penal. 
 
IV.À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido; 
As qualificadoras acima também estão relacionadas aos meios 
empregados pelo agente. Quando o agente comete um homicídio, 
praticando-o de forma que a defesa da vítima seja dificultada ou se torne 
impossível, ele responderá na modalidade qualificada. 
 
V.Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a 
vantagem de outro crime; 
Nesta forma qualificada, o agente pratica o homicídio para, de 
alguma forma, garantir uma vantagem relacionado a um outro crime. A 
doutrina chama esta qualificadora de conexão instrumental, que pode ser 
teleológica ou consequencial. 
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 É muito importante mencionar que, segundo a doutrina majoritária, 
não é necessário que o crime anterior ou posterior pode ter sido praticado 
por uma outra pessoa, não existindo a obrigatoriedade de que seja o 
próprio autor do homicídio. 
 
VI.Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. 
Este dispositivo tem sido exaustivamente cobrado em provas de 
concursos públicos. Estamos falando do feminicídio. 
Você acertará todos os itens correspondentes quando entender que 
nem toda morte de mulher será considerada feminicídio, mas tão somente a 
morte de mulher, praticada devido a sua condição de sexo feminino. 
O Código Penal estabelece que se considera que há razões de 
condição de sexo feminino quando a morte da mulher envolver violência 
doméstica ou familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de 
mulher. 
 
O feminicídio ficará configurado com 
a morte da mulher devido à violência de gênero e não quando 
ocorrer a morte da mulher em qualquer situação. 
VII.Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal,integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
O homicídio será qualificado quando praticado contra os 
seguintes agentes ou autoridades: 
Conexão 
Instrumental
Teleológica
Assegurar a execução futura de 
um outro crime
Consequencial
Assegurar a ocultação, a 
umpunidade ou vantagem de 
outro crime, praticado
anteriormente
Considera-se que há
razões de condição de 
sexo feminino quando o 
crime envolve
Violência doméstica ou
familiar
Menosprezo ou 
discriminação à condição
de mulher
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✓ Integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica) 
✓ Integrantes dos órgãos de segurança pública: Polícia federal; 
Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Policias Civis; 
Policiais Militares; Corpo de Bombeiros Militares 
✓ Integrantes do Sistema Penitenciário 
✓ Integrantes da Força Nacional. 
Mais uma vez, você deve ficar atento e 
levar para a sua prova que não é a morte de qualquer dos agentes ou 
autoridades descritas acima que irá qualificar o homicídio, mas tão somente 
se a morte deles for praticada no exercício da função (enquanto eles 
trabalham) ou em razão da função (devido ao cargo que eles ocupam ou 
função que eles exercem). 
 A qualificadora também será aplicada se o homicídio for praticado 
contra o cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o 3º 
(terceiro) grau dos agentes ou autoridades que vimos acima, também 
motivado pela função que os agentes ou autoridades exercem. 
 Agora, que estudamos todas as qualificadoras do crime de homicídio. 
Pode ter surgido a seguinte dúvida para você: é possível que o homicídio 
seja privilegiado e qualificado ao mesmo tempo? 
 A resposta é positiva. É possível, porém, é necessário que a 
qualificadora seja de natureza objetiva (relacionada aos meios 
empregados pelo agente para executar o crime). 
 Segundo doutrina majoritária, o homicídio privilegiado-
qualificado não será considerado hediondo, porque o privilégio (motivo) 
afasta a hediondez. 
 
1.1.4 Homicídio Culposo 
 O homicídio culposo é aquele que o agente não quer o resultado 
morte, nem assume o risco de assumi-lo, mas acaba causando a 
morte de alguém por imprudência, negligência ou imperícia. 
 A imprudência fica configurada quando o agente é afoito, praticando 
conduta que não recomendada pela vida em sociedade. Exemplo: Josivaldo 
está mudando alguns móveis em apartamento, que fica no 4º andar. Ele 
decide que não quer mais um jarro de plantas e, para se livrar do objeto, 
joga-o pela janela. O jarro cai na cabeça de Silvio, que morre 
imediatamente. 
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 Observe que Josivaldo não queria a morte de Silvio, nem assumiu o 
risco de mata-lo, mas, por ter sido imprudente (praticado uma ação não 
recomendável), acabou causando a morte da vítima. 
 A negligência fica configurada quando o agente é omisso ou relapso. 
Ele não faz algo que a vida em sociedade recomenda. 
 A imperícia é a falta de aptidão técnica para o desempenho de 
determinada atividade. 
 Nos exemplos a seguir, que a doutrina apresenta com mais 
frequência, poderemos ver a diferença entre a negligência e a imperícia. 
 Exemplo 1: Adolfo é médico cirurgião. Certo dia, ao fazer uma 
cirurgia renal, ele deixa um bisturi dentro do paciente, que vem a óbito. 
 Exemplo 2: Teobaldo é médico clínico geral em período de 
residência. Ele vai fazer uma cirurgia renal, erra no procedimento e a vítima 
morre. 
 No primeiro exemplo: Adolfo irá responder por homicídio culposo por 
negligência. Observe que ele é médico cirurgião, logo, tem perícia para a 
realização de cirurgias, mas foi omisso ao esquecer o equipamento dentro 
do paciente. 
 No segundo exemplo: Teobaldo irá responder por homicídio culposo 
por imperícia, já que faltava a ele aptidão necessária para realizar perícias. 
No caso do homicídio culposo, é possível a aplicação do instituto do 
perdão judicial, previsto no Artigo 121, § 5° do Código Penal: o juiz poderá 
deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o 
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
Você pode entender a aplicação do perdão judicial ao seguinte caso: 
pai que, por imprudência, provoca um acidente de trânsito e mata o próprio 
filho. Neste caso, as consequências da infração penal (homicídio) atingem o 
pai de forma tão grave (o seu filho morreu) que é desnecessária a aplicação 
de sanção penal, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. 
 Atenção: O instituto do perdão judicial se aplica apenas 
aos casos de homicídio culposo. 
 Vamos falar agora das causas de aumento de pena aplicadas ao 
homicídio. 
A doutrina chama essas hipóteses de homicídio majorado. 
Para facilitar nosso estudo, veremos as causas de aumento de pena 
aplicadas ao homicídio doloso e, em seguida, as aplicadas ao homicídio 
culposo. 
 Causas de aumento de pena aplicáveis ao homicídio doloso: 
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➢ Se praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos ou maior 
de 60 (sessenta) anos – aumento de 1/3 (um terço); 
➢ Se praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de 
serviço de segurança ou por grupo de extermínio – aumento de 1/3 
(um terço) até a metade. 
➢ Nos casos de feminicídio, se o crime for praticado durante a 
gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; se praticado 
contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta) 
anos, ou com deficiência, ou se praticado na presença de 
descendente ou ascendente da vítima – aumento de 1/3 (um terço) 
até a metade. 
Causas de aumento de pena aplicáveis ao homicídio culposo: 
➢ Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, 
arte ou ofício – aumento de 1/3 (um terço); 
➢ Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não 
procura diminuir as consequências do seu ato ou foge para evitar 
prisão em flagrante – aumento de 1/3 (um terço). 
 
 
Aumento de
pena no 
Homicídio 
Doloso
Aumento de 
1/3 (um 
terço)
Se praticado contra pessoa 
menor de 14 ou maior de 60 
anos 
Aumento de 
1/3 (um 
terço) até a 
metade
Se praticado por milícia 
privada, sob o pretexto de 
prestação de serviço de 
segurança ou por grupo de 
extermínio 
Aumento de 
1/3 (um 
terço) até a 
metade, nos 
casos de 
feminicídio
Se o crime for praticado durante
a gestação ou nos 3 meses 
posteriores ao parto
Se praticado contra pessoa
menor de 14 (quatorze) anos, 
maior de 60 (sessenta) anos, 
ou com deficiência
Se praticado na presença de 
descendente ou ascendente
da vítima
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1.2 Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio 
 No Direito Penal Brasileiro, não se pune a autolesão, ou seja, uma 
pessoa não será punida penalmente caso provoque mal somente a si 
próprio. 
 O tipo penal que iremos estudar não pune o suicídio, que consiste na 
eliminação da própria vida, mas sim a conduta daquele que induz, instiga 
ou auxilia a prática de um suicídio. 
 Inicialmente, devemos entender o que significa cada um dos verbos 
que configuram o tipo penal: 
➢ Induzir: é criar uma ideia que não existe. A vítima nunca pensou 
em se suicidar e o agente faz surgir esta ideia na cabeçadela; 
➢ Instigar: é reforçar uma ideia que já existe. A vítima pensa ou já 
pensou em se suicidar e o agente reforça essa ideia; 
➢ Auxiliar: o agente presta auxílio material à vítima. Por exemplo, 
emprestando uma arma, uma corda, entre outras formas de auxílio. 
 
A doutrina majoritária exige, para configuração deste tipo penal, que 
a vítima tenha algum discernimento para a prática do suicídio. Caso a 
conduta seja praticada contra alguém sem qualquer discernimento, não 
estaremos diante do crime de induzir, instigar ou auxiliar a prática de 
suicídio, mas sim diante do crime de homicídio. 
Sempre houve muita discussão doutrinária sobre a possibilidade de 
caber tentativa a este tipo penal. 
Hoje, prevalece o entendimento de que o crime de induzimento, 
instigação ou auxílio ao suicídio não admite tentativa, podendo ocorrer 3 
(três) possibilidades: 
Aumento 
de Pena no 
Homicídio
Culposo
Aumento de 
1/3 (um 
terço)
Se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício
Se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima
Se o agente não procura
diminuir as consequências do 
seu ato
Se o agente foge para evitar 
prisão em flagrante 
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I. Se o suicídio se consuma (crime consumado), pena de reclusão 
de dois a seis anos; 
II. Se da tentativa de suicídio não ocorre a morte, mas resulta em 
lesão corporal de natureza grave (crime consumado), pena de 
reclusão de um a três anos; 
III. Se da tentativa de suicídio, não ocorre a morte, não ocorre lesão 
corporal de natureza grave (indiferente penal), não haverá 
conduta típica. 
 Se da tentativa de suicídio resultar 
apenas lesão corporal de natureza leve, aquele que induziu, instigou ou 
auxiliou não será responsabilizado penalmente. O fato será atípico. 
 
 
1.3 Infanticídio 
 O infanticídio é classificado pela doutrina como crime bi próprio, já 
que ele exige qualidades especiais tanto do sujeito ativo quanto do 
sujeito passivo. 
 É necessário que o sujeito ativo seja a própria mãe e que o sujeito 
passivo seja o próprio filho, para que este tipo penal fique configurado. 
 São outros requisitos que devem estar presentes para configuração 
do crime de infanticídio: 
➢ Que a mãe esteja sob a influência do estado puerperal; 
O estado puerperal é uma alteração emocional pela qual passam 
algumas mães durante o período correspondente ao parto. 
Não existe prazo definido em lei, na doutrina ou na jurisprudência, 
sobre quanto tempo dura este estado puerperal. Logo, qualquer alternativa 
que tente definir um prazo estará incorreta. 
 
➢ Que a conduta seja praticada durante ou logo após o parto. 
O infanticídio admite tentativa. 
 
Aumento de
Pena no 
Induzimento, 
Instigação ou 
Auxílio ao Suicídio
A pena será 
duplicada
Se o crime é praticado por motivo 
egoístico
Se a vítima é menor ou tem 
diminuída, por qualquer causa, a 
capacidade de resistência
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1.4 Aborto 
 O Código Penal estabelece três modalidades de aborto, previstos nos 
artigos 124, 125 e 126. 
 
 O crime de aborto tem como sujeito passivo o feto. Quando praticado 
sem o consentimento da gestante, esta também será o sujeito passivo. 
No primeiro caso, aborto praticado pela gestante ou com o seu 
consentimento, temos uma hipótese de crime próprio, já que só pode ser 
praticado pela gestante. 
 No segundo caso, aborto praticado por terceiro sem o consentimento 
da gestante, temos um crime comum, que pode ser praticado por qualquer 
pessoa. É um crime de mão livre, que pode ser praticado de qualquer 
forma, desde que o agente saiba que a vítima está grávida e destine sua 
conduta a atingir a finalidade aborto. 
É importante mencionar que se a gestante não é 
maior de 14 (quatorze) anos, é alienada ou 
débil mental ou se o consentimento for obtido 
mediante fraude grave ameaça ou violência, o 
agente irá responder pela segunda modalidade de 
aborto – praticado por terceiro sem o 
consentimento da gestante. 
 
 No terceiro caso, aborto praticado por terceiro com o consentimento 
da gestante, também temos um crime comum, praticável por qualquer 
pessoa, que pratica o fato, mas a gestante consente. 
 É importante mencionar que, neste caso, o terceiro responde pelo 
artigo 126, ao passo que a mãe responde pelo artigo 124, constituindo, 
assim, uma exceção pluralística à teoria monista aplicada como regra aos 
casos de concurso de pessoas. 
Aborto 
praticado pela
gestante ou 
com o seu 
consentimento
Aborto 
praticado por 
terceiro sem o 
consentimento
da gestante
Aborto 
praticado por
terceiro com o 
consentimento
da gestante
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 É importante que a gestante tenha a capacidade necessária para 
prestar o seu consentimento, caso não a tenha, o agente responderá pelo 
crime de aborto praticado sem o consentimento da gestante. 
 As penas serão aumentadas no caso de aborto praticado por terceiro 
com ou sem o consentimento da gestante (Artigo 125 e Artigo 126). 
 
 
O assunto a seguir, é sempre muito 
cobrado em provas de concursos públicos. 
 Não será punido o aborto, segundo o Código Penal, caso praticado 
por médico, nos seguintes casos: 
1. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante (a doutrina chama de 
aborto necessário); 
2. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal 
(a doutrina chama de aborto humanitário). 
 
Há ainda, uma terceira modalidade em que não se pune o aborto, 
segundo jurisprudência do STF: nos casos de fetos com anencefalia 
(aborto anencefálico). 
Sobre o aborto humanitário, não se exige ação penal ou condenação 
por causa do crime de estupro, bastando que haja um mero boletim de 
ocorrência policial. 
Para finalizar os crimes contra a vida, é importante que você saiba 
que todos são processados mediante ação penal pública incondicionada, e 
que você fique atentos às seguintes informações: 
 
Crime Modalidade Culposa Tentativa 
A pena será 
aumentada de 
1/3 (um terço)
Se em consequência do aborto ou 
dos meios empregados para provocá-
lo, a gestante sofre lesão corporal 
de natureza grave
A pena será 
duplicada
Se em consequência do aborto ou 
dos meios empregados para provocá-
lo, a gestante morre
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Homicídio SIM SIM 
Induzimento, 
Instigação ou 
Auxílio a Suicídio 
NÃO NÃO 
Infanticídio NÃO SIM 
Aborto NÃO SIM 
 
 
2 – Das Lesões Corporais 
 Você pode entender lesão corporal como qualquer alteração 
provocada na integridade corporal ou na saúde de uma pessoa. 
 A lesão corporal é comum, material, instantâneo e de forma livre, 
portanto, pode ser praticado por qualquer pessoa, exige a ocorrência do 
resultado para fins de consumação, a conduta não se prolonga no tempo e 
pode ser praticada de qualquer maneira (pedradas, pauladas, tiros, socos, 
chutes, arranhões etc). 
 O crime de lesão corporal é 
classificado como delito não-transeunte, que é aquele que deixa 
vestígios, sendo necessário a realização de exame de corpo de 
delito. 
 As lesões corporais estão previstas no Artigo 129 do Código Penal e 
podem ser divididas da seguinte forma: 
➢ Lesão corporal simples 
➢ Lesão corporal grave; 
➢ Lesão corporal gravíssima; 
➢ Lesão corporal seguida de morte; 
➢ Lesão corporal culposa; 
➢ Lesão corporalprivilegiada. 
As lesões corporais graves, gravíssimas e seguida de morte compõem 
o grupo lesões corporais qualificadas, segundo a doutrina penalista. 
Antes de analisarmos cada uma das lesões, vamos falar da 
ação penal. 
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2.1 Lesão Corporal Leve 
A lesão leve, também chamada de simples, prevista no Caput do 
Artigo 129, é residual. Teremos configurada tal modalidade de lesão, caso 
não se configure nenhuma das outras. 
 A lesão corporal qualificada está prevista nos parágrafos 1º, 2º e 3º 
do Artigo 129. 
 
2.2 Lesão Corporal Grave 
 A lesão corporal grave irá se configurar se resultar: 
1. Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 
(trinta) dias; 
É necessário que a incapacidade dure mais de 30 (trinta) dias, ou 
seja, a partir do 31º dia, caso contrário, a lesão corporal não será grave. 
A incapacidade está relacionada a qualquer ocupação habitual, como 
estudo, treinos, rotinas domésticas, e não somente ao trabalho; 
 
2. Perigo de vida; 
3. Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
4. Aceleração do parto; 
2.3 Lesão Corporal Gravíssima 
A lesão corporal gravíssima irá se configurar se resultar: 
1. Incapacidade permanente para o trabalho; 
2. Enfermidade incurável; 
Ação Penal
na Lesão 
Corporal
Condicionada
Lesão Leve
Salvo no caso de 
aplicação de Lei
Maria da Penha, 
quando será 
incondicionada
Lesão 
Culposa
Incondicionada
Lesão 
Qualificada
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3. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
4. Deformidade permanente; 
5. Aborto. 
Tome cuidado para não se confundir 
Lesão Grave 
 
Lesão Gravíssima 
Debilidade permanente 
de membro, sentido ou 
função 
Perda ou inutilização do 
membro sentido ou função. 
Exemplo: Devido às 
lesões sofridas, a vítima 
perde 1 (um) dos olhos, 
mas ainda enxerga. 
Exemplo: Devido às lesões 
sofridas, a vítima perde a 
visão. 
 
O Código Penal não divide as lesões em graves ou gravíssimas. Para 
o CPB, todas elas são graves. Esta divisão é uma construção doutrinária. 
Cuidado. 
 
2.4 Lesão Corporal Seguida de Morte 
A lesão corporal seguida de morte irá ficar configurada quando ficar 
configurado que o agente não queria o resultado morte (dolo direto no 
resultado morte) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual no 
resultado morte). 
 Mais uma vez, peço, encarecidamente, que você 
preste bastante atenção: Se o agente quer matar, ele responderá pelo 
homicídio. Porém, caso o agente queira apenas causar lesões corporais, 
mas, por algum motivo, acabe se excedendo, provocando a morte da 
vítima, ele irá responder por lesão corporal seguida de morte, desde que 
fique evidenciado que ele não quis nem assumiu o risco de produzir o 
resultado morte. 
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 O crime de lesão corporal seguida de morte é um crime 
preterdoloso, ou seja, é um crime qualificado pelo resultado, em 
que temos dolo na conduta inicial e culpa no resultado produzido. 
 
2.5 Lesão Corporal Culposa 
 A lesão corporal culposa é aquela que o agente não quer causar lesão 
corporal na vítima, mas a produz por ter sido imprudente, negligente ou 
imperito. 
 É importante que você compreende que não há gradações na lesão 
corporal culposa, ou seja, ela não se divide em leve, grave ou gravíssima, 
mas tão somente irá ser lesão corporal culposa. 
 No caso de lesão corporal culposa, é aplicável o instituto do perdão 
judicial, podendo o juiz deixar de aplicar a pena se as consequências da 
infração penal atingirem o agente de forma que a aplicação de sanção penal 
se torne desnecessária. 
Aplica-se o perdão judicial ao crime de lesão corporal culposa 
 
2.6 Lesão Corporal Privilegiada 
 Os motivos que levam o agente a praticar a lesão corporal 
privilegiada são os mesmos do homicídio privilegiado. 
 Observe: 
 Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor 
social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida 
a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 (um 
sexto) a 1/3 (um terço). 
 
 É aplicável o instituto da substituição de pena nos casos de lesão 
corporal. 
Lesão Corporal 
Privilegiada
Relevante valor social
Relevante valor moral
Sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima
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Não sendo graves as lesões, nos casos de lesão privilegiada ou nos 
casos de lesão recíproca (duas pessoas se lesionam umas às outras), o juiz 
poderá ainda substituir a pena de detenção pela de multa. 
O Código Penal traz disposições específicas para os casos de lesão 
corporal praticada no âmbito de violência doméstica. Neste caso, a pena do 
agente será mais grave, estando ele submetido a auto de prisão em 
flagrante e não somente a mero termo circunstanciado (salvo nos casos de 
lesão grave, gravíssima ou seguida de morte). 
Considera-se lesão corporal no âmbito de violência doméstica se praticada 
contra as seguintes pessoas ou nos seguintes casos: 
1. Ascendente; 
2. Descendente; 
3. Cônjuge ou companheiro; 
4. Quem conviva ou tenha convivido; 
5. Se o agente se prevalecer das relações domésticas de 
coabitação ou de hospitalidade. 
 
É importante mencionar que, caso a vítima seja mulher, teremos a 
aplicação da Lei Maria da Penha e, mesmo que seja caso de lesão corporal 
leve, a ação penal será pública incondicionada. 
 Agora, veremos as hipóteses majoradas do crime de lesões corporais. 
Há diversas causas de aumento de pena para este crime, portanto, leia-as 
com bastante atenção. 
Nos casos de lesão corporal culposa 
A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se: 
➢ Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte 
ou ofício; 
➢ Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; 
➢ Se o autor não procura diminuir as consequências do seu ato; 
➢ Se o agente foge para evitar prisão em flagrante. 
 
 
Nos casos de lesão corporal dolosa 
A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se: 
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➢ A vítima é menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos; 
➢ For hipótese de lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte, 
praticada em quaisquer dos casos de violência doméstica vistas acima; 
➢ Se a vítima, enquadrada em um dos casos de violência doméstica 
vistas logo acima, for pessoa portadora de deficiência. 
 
A pena será aumentada de 1/3 (um terço) até a metade: 
➢ Se a lesão corporal for praticada por milícia privada, sob o pretexto de 
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio; 
 
A pena será aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços): 
➢ Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente das forças 
armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica), das forças de segurança 
pública (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária 
Federal, Policiais Civis, Policias Militares ou Corpo de Bombeiros 
Militares), integrantes do sistema prisional (agentes penitenciários) e 
da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou 
em razão dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até o terceiro grau, em razão dessa condição. 
 
3 – Da Periclitação da Vida e da SaúdeA periclitação da vida e da saúde são considerados crimes de perigo, 
sendo criada, pelo autor do fato, uma situação de perigo a que é exposta a 
vítima. 
 Crimes de perigo são aqueles que não exigem a efetiva ocorrência de 
dano, apesar de poder acontecer, para que se configurem. 
 Os crimes de perigo são divididos em: 
➢ Crimes de perigo concreto: é exigida uma comprovação de que 
realmente aconteceu um risco de perigo ou lesão ao bem jurídico 
protegido pela norma penal. 
➢ Crimes de perigo abstrato: Não se exige nenhuma comprovação, já 
que o perigo é presumido. 
 Iremos analisar os seguintes crimes: perigo de contágeo venéreo, 
perigo de contágio de moléstia grave; abandono de incapaz; exposição ou 
abandono de recém-nascido e omissão de socorro. 
 Vamos lá: 
 
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3.1 Perigo de Contágio Venéreo 
 Este crime fica configurado quando o agente expõe alguém, por meio 
de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia 
venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado. 
 A forma qualificada deste crime se dá se o agente tem a intenção de 
transmitir a moléstia venérea. 
 Este crime somente se procede mediante representação, ou seja, 
trata-se de crime promovido mediante ação penal pública condicionada. 
 O que é moléstia venérea: Segundo a doutrina, é o nome genérico 
dado a qualquer doença que possa ser transmitida por meio de relação 
sexual, como sifilis. 
 O crime se consuma com a prática do ato sexual, capaz de transmitir 
a moléstia venérea. Caso a vítima seja contaminada, tal fato será mero 
exaurimento do crime. 
 É importante mencionar, pela própria natureza do tipo penal, que não 
se exige, para a sua configuração simples, dolo específico do agente em 
transmitir a doença venérea (caso ocorra esta hipótese, o crime será 
qualificado), bastando que ele tenha a intenção de ter a relação sexual, 
sabendo ou devendo saber que está contaminado. 
 Segundo a doutrina majoritária, é crime comum, que pode ser 
praticado por qualquer pessoa. 
 
3.2 Perigo de Contágio de Moléstia Grave 
 Este crime se configura quando o agente praticar, com o fim de 
transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato 
capaz de transmitir o contágio. 
É necessário que o sujeito passivo, que pode ser qualquer pessoa, não 
seja contaminado pela moléstia grave que o sujeito ativo pretende 
transmitir 
 
 A moléstia grave, neste caso, não precisa, necessariamente, ser 
transmitida por meio de relação sexual, podendo, entretanto, ser 
transmitida por qualquer outro meio. 
 Temos como exemplo o agente que, de qualquer forma ou por 
qualquer meio, intencionalmente (exige-se o dolo específico de transmitir a 
doença) transmite à vítima a tuberculose (moléstia grave). 
 Trata-se de norma penal em branco, complementada por meio dos 
atos praticados por órgãos administrativos da área de saúde. 
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 Mais uma vez, reitero: exige-se para a configuração deste tipo 
penal o dolo específico, que consiste na intenção do agente de transmitir 
a moléstia grave. A doutrina não admite, para este crime, o dolo eventual, 
quando o agente não quer diretamente transmitir a doença, mas assume o 
risco de transmiti-la. 
 Trata-se de crime formal, que se consuma com a prática do ato 
destinado a transmitir a moléstia grave, não se exigindo, para fins de 
consumação, a efetiva transmissão da moléstia. 
 Ao contrário do crime de Perigo de Contágeo Venéreo, procede-se 
mediante ação penal pública incondicionada. 
 Antes de passarmos para a análise de outros tipos penais, é 
importante que façamos uma distinção entre os dois tipos penais que 
acabamos de ver: 
Perigo de Contágio 
Venéreo 
Perigo de Contágio de 
Moléstia Grave 
A transmissão deve se dar por meio 
de relação sexual 
A transmissão se dá por qualquer 
meio 
Transmite-se moléstia venérea Transmite-se moléstia grave 
É norma penal em branco É norma penal em branco 
Não se exige dolo específico Exige-se dolo específico 
Ação penal pública condicionada 
Ação penal pública 
incondicionada 
 
 
3.3 Abandono de Incapaz 
 O crime de abandono de incapaz se configura quando o agente 
abandona pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono. 
 São formas qualificadas do crime de abandono de incapaz: 
1. Se do abandono, resulta lesão corporal de natureza grave; 
2. Se do abandono, resulta a morte. 
 
Quem é o incapaz: Entenda incapaz como qualquer pessoa que não 
tenha condições de se proteger sozinha, podendo ficar exposta, em razão 
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do abandono, a situação de perigo. Tenha como exemplo o pai que deixa o 
filho, de apenas 2 (dois) anos de idade, sozinha em casa. Esta criança não 
tem capacidade de se defender sozinha, configurando, assim, o tipo penal 
de abandono de incapaz. 
Muito cuidado, para que o crime de abandono de 
incapaz seja qualificado, é necessário que o resultado seja lesão 
corporal grave ou a morte. Caso resulte apenas lesão corporal de 
natureza leve (bastante explorado pelas bancas), o crime será 
configurado em sua modalidade simples. 
 Analise com bastante cuidado as causas de aumento de pena. 
 
 Veja características do crime de abandono de incapaz: 
➢ É crime próprio, já que se exige uma condição especial do 
agente: ser pessoa que tem o cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade sobre a vítima; 
➢ É crime formal, que não exige que ocorra qualquer coisa com o 
abandonado (vítima) para fins de consumação do crime. 
 
3.4 Exposição ou Abandono de Recém-Nascido 
 O crime de exposição ou abandono de recém-nascido se configura 
quando o agente expõe ou abandona recém-nascido, para ocultar desonra 
própria. 
 Este crime será praticado na modalidade qualificada se do fato 
resultar: 
➢ Lesão corporal de natureza grave; 
➢ Morte. 
Este crime exige dolo específico, ou seja, um especial fim de agir, 
que consiste na prática da conduta para ocultar desonra própria. 
Causas de 
aumento de 
pena
1/3 (um terço)
Se o abandono ocorre 
em lugar ermo
Se o agente é 
ascendente ou 
descendente, 
cônjuge, irmão, tutor
ou curador da vítima
Se a vítima é maior de 
60 (sessenta) anos
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Segundo a doutrina majoritária, é exigido que o recém-nascido 
fique exposto à situação concreta de perigo para que o crime se 
consume. 
Ainda, conforme doutrina majoritária, trata-se de crime próprio, 
que somente poderá ser praticado pela pai e a mãe que buscam ocultar 
desonra própria. Leve como exemplo a mãe que expõe ou abandono o filho 
recém-nascido numa lata de lixo para ocultar uma desonra (sua 
infidelidade). 
O crime será promovido mediante ação penal pública incondicionada. 
 
3.5 Omissão de Socorro 
O crime de omissão de socorro está previsto no artigo 135 do Código 
Penal. Irá se configurar quando o agente deixar de prestar assitência, 
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e 
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade 
competente. 
 
 Não se aplica este tipo penal ao agente que causou o 
perigo. Assim, se um indivíduo, com a intenção de causar lesões 
corporais, arremessa uma pedra na vítima e foge, nãopoderá ele 
ser responsabilizado por omissão de socorro por não ter prestado 
socorro à vítima ou por não ter comunicado o fato à autoridade. 
Fique atento às seguintes informações sobre a omissão de socorro: 
➢ Não admite tentativa (é crime omissivo próprio); 
➢ Não admite a modalidade culposa; 
 
Fique bastante atento às causas de aumento de pena do crime de 
omissão de socorro. 
O crime de 
omissão de 
socorro pode ser 
praticado de duas 
formas
Quando o agente 
não presta 
socorro imediato
à vítima
Quando não 
podendo prestar 
socorro imediato, 
por haver risco 
pessoal, o agente 
deixa de 
comunicar o fato 
à autoridade 
O tipo penal não 
confere opção ao 
agente. 
Caso ele possa 
prestar socorro à 
vítima, ele terá de 
fazê-lo, não 
podendo optar por 
apenas comunicar 
o fato à autoridade. 
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Em 2012, foi inserido no CPB um novo tipo penal, chamado de 
condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial, que irá se 
configurar quando o agente exigir cheque-caução, nota promissória ou 
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários 
administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar 
emergencial. 
É isso mesmo, amigos. Por exemplo, suponha que um indivíduo 
ingresse em um hospital necessitando de atendimento médico emergencial. 
O funcionário do hospital exige que ele deixe um cheque-caução para que o 
atendimento médico seja realizado. Pronto, configurou-se o tipo penal de 
condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial. 
É necessário que o atendimento médico 
seja emergencial. Assim, este crime não ira se configurar caso o 
atendimento médico seja algo rotineiro, com uma simples consulta, por 
exemplo. 
 Este tipo penal também apresenta causas de aumento de 
pena. 
 A pena será aumentada até o dobro se da negativa de atendimento 
resulta: 
✓ Lesão corporal grave. 
A pena será aumentada até o triplo se da negativa de atendimento 
resulta: 
✓ Morte. 
 
4 – Da Rixa 
 A rixa está prevista no artigo 137 do Código Penal. O crime irá 
ocorrer quando o agente participar de rixa, salvo para separar os 
contendores. 
Pena Aumenta de metade
•Se da omissão resulta 
lesão corporal de 
natureza grave
Pena Triplicada
•Se da omissão resulta a 
morte
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 Amigos, estamos diante de crime de concurso necessário, que só 
irá existir caso presente no mínimo 3 (três) pessoas, umas contra as outras. 
Caso seja possível definir dois grupos específicos (grupo A x grupo B), este 
tipo penal não irá existir. 
 Como assim? Não entendi! 
 Amigos, para que a rixa se configure, exige-se que haja no mínimo 
três grupos distintos (independentemente da quantidade de pessoas que 
integre cada grupo) se agredindo mutuamente. 
 Por exemplo, no caso de ocorrer uma briga entre a torcida do 
Corinthians e a torcida do Palmeiras, não há que se falar no crime de rixa, 
já que temos 2 (dois) grupos bem definidos. 
Aquele que participa da rixa, apenas 
com a finalidade de separar os contendores não irá responder por 
este tipo penal. 
 O crime de rixa não admite a forma culposa. 
 Sobre este crime, é importante que você fique atento aos 
posicionamentos da doutrina dominante. 
✓ Não admite tentativa; 
✓ Consuma-se quando se inicia a rixa ou, caso já iniciada, quando o 
agente entra na rixa; 
✓ Pode ser praticado à distância, não se exigindo que 
necessariamente ocorre contato físico. Por exemplo: rixa em que os 
agentes jogam pedras, garrafas ou mesas uns nos outros; 
 
 A rixa será qualificada quando ocorrer, devido à rixa, lesão 
corporal de natureza grave ou a morte. Segundo a doutrina majoritária, 
salvo no caso de ser possível se identificar corretamente o autor da lesão 
grave ou da morte, todos os agentes que participaram da rixa irão 
responder pela modalidade qualificada, exceto, também, se tiverem 
ingressado na rixa após a ocorrência da lesão grave ou da morte. 
 
5 – Dos Crimes Contra a Honra 
 Os crimes contra a honra estão entre aqueles que mais são cobrados 
em provas de concurso público. Estão previstos entre os artigos 138 e 145 
do Código Penal. Eles se dividem em 3 (três) crimes diferentes: 
1. Calúnia; 
2. Difamação; 
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3. Injúria. 
 
Antes de analisarmos cada um dos tipos penais, é importante que você 
compreenda que se protege a honra da pessoa, na sua modalidade objetiva 
e subjetiva. 
 Honra objetiva é aquilo que as pessoas (grupo social) pensam sobre 
o indivíduo; 
 Honra subjetiva é aquilo que o indivíduo pensa sobre si mesmo. 
 
 
5.1 Calúnia 
A calúnia, que protege a honra objetiva, está prevista no artigo 138 
do Código Pena, configura-se quando o agente caluniar alguém, imputando-
lhe falsamente fato definido como crime. 
 Exige-se que o fato imputado falsamente seja definido com um 
crime, não podendo ser uma mera contravenção penal. O crime pode 
ter acontecido ou não, para fins de consumação deste tipo penal. 
 Exemplo: Mévio diz que Tício praticou um roubo a padaria da esquina 
de onde moram, sabendo ser falso. Pronto, Mévio praticou o crime de 
calúnia. 
 O crime de calúnia não admite a modalidade culposa e, segundo 
doutrina majoritária, pode ser praticada, além do dolo direto, por dolo 
eventual. 
 Não é exigido que o crime seja praticado na modalidade verbal, 
podendo ser praticado por outros meios, a exemplo da modalidade 
escrita. 
 Em regra, a calúnia é crime unissubsistente, que se perfaz com a 
prática de um único ato, não sendo possível o fracionamento do seu iter 
criminis, entretanto, caberá tentativa quando for possível promover este 
fracionamento, a exemplo de calúnia praticada por meio de uma carta. 
 Em se tratando de intenção de brincar (animus ludendi) por parte do 
agente, não há que se falar no crime de calúnia. 
Calúnia e Difamação Protegem a honra objetiva
InjúriaProtege a honra subjetiva
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 Preste bastante atenção. 
✓ Pune-se a calúnia praticada contra os mortos (neste caso, o sujeito 
passivo será a família do morto); 
✓ Segundo parte da doutrina, é possível que a calúnia seja praticada contra 
pessoa jurídica, se o fato falsamente imputado for referente a crime 
ambiental; 
✓ Equipara-se à calúnia, incorrendo nas mesmas penas, a conduta daquele 
que, sabendo falsa a imputação, a propala (espalha) ou divulga. 
 
O crime de calúnia se consuma quando o fato chega ao conhecimento 
de um terceiro, distinto do autor e da vítima, já que o crime tutela a honra 
objetiva. 
A calúnia admite, como regra, a exceção da verdade (prova da 
verdade), que é a possibilidade que tem o agente de demonstrar que o fato 
que ele imputou realmente aconteceu. Porém, em algumas hipóteses não 
será admitida a exceção da verdade. Observe. 
 
 Por fim, é importante destacar que a calúnia é crime formal, que se 
consuma com a prática da conduta, independentemente de o agente 
conseguir macular a honra objetiva da vítima. 
 
5.2 Difamação 
 A difamação que, assim como a calúnia, tutela a honra objetiva da 
pessoa, está prevista no Artigo 139 do CPB. 
 A difamação se configura quando o agente difamar alguém, 
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação, Exemplo: Suponha que Tício 
diga para um grupo de vizinhos que Sandra, também vizinha, é garota de 
programa e atende aos clientes no período noturnoem sua residência. 
 A conduta praticada por Tício configura o crime de difamação. 
 Observe que o fato imputado não constitui um crime, podendo, 
inclusive, constituir uma contravenção penal. Entretanto, caso constitua 
crime, será calúnia. 
Admite-se a 
prova da 
verdade, 
exceto
Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o 
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível
Se o fato é imputado ao Presidente da República ou a 
chefe de governo estrangeiro
Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido 
foi absolvido por sentença irrecorrível
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A difamação irá ocorrer, independentemente do fato imputado ser 
verdadeiro ou não. 
 
A difamação, assim como a calúnia, também se consuma quando o 
fato chega ao conhecimento de um terceiro, distinto do autor e da vítima, já 
que também protege a honra objetiva. Trata-se de crime formal e irá se 
configurar ainda que a conduta não desonre objetivamente a vítima. 
 Não há difamação praticada na modalidade culposa. 
 É possível a tentativa da difamação, quando for possível fracionar o 
iter criminis, a exemplo da difamação cometida por meio de carta. 
 A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de 
difamação. 
 Na difamação, a exceção da verdade não pode ser aplicada, salvo se 
o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício da função. 
 
 
5.3 Injuria 
 A injuria, que tutela a honra subjetiva do agente, está prevista no 
Artigo 140 do Código Penal, e se configura quando o agente injuriar 
alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. 
 Na injuria, o agente ofende a dignidade e o decoro da vítima, 
emitindo ofensa depreciativa, mas sem imputar a ele fato definido como 
crime ou ofensivo a sua reputação. Exemplo: Mévio xinga Tício, chamando o 
de burro e idiota. 
 A conduta de Mévio configura o crime de injúria. 
 A injuria se consuma quando o fato chega ao conhecimento da 
vítima, já que se tutela a honra subjetiva, que se constitui da visão que a 
vítima tem sobre ela mesma. Não é necessário que o fato chegue ao 
conhecimento de um terceiro. 
 A injuria também é crime formal, consumando-se com a prática da 
conduta, independentemente de a vítima sentir lesada ou não a sua honra 
subjetiva. 
Exceção da verdade 
na Difamação
Somente será aplicada se a ofensa for 
praticada contra funcionário público
e o fato se relaciona com o exercício
de suas funções
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 A injuria só pode ser praticada dolosamente, não sendo 
admitida a modalidade culposa. 
 É admitida a tentativa de injuria, quando o iter criminis puder ser 
fracionado. Lembre-se que a injuria, assim como os demais crimes contra a 
honra, podem ser praticados por outros meios e não somente de forma 
verbal. 
A injuria não admite exceção da verdade. 
 
 Sendo assim, é importante que você leve em consideração o 
seguinte: 
 Exceção da Verdade 
Calunia É admitida como regra 
Difamação É admitida excepcionalmente 
Injuria Não é admitida 
 
 Na injuria, o juiz pode deixar de aplicar a pena nos seguintes casos: 
✓ Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a 
injúria; 
✓ No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
Conheça a injúria real, ela se configura quando a injúria consiste em 
violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, 
se considerem aviltantes. Assim, guerreiros, caso o agente desfira um tapa 
no rosto da vítima, com a intenção de ofendê-la (humilhá-la), irá praticar 
uma injúria real. 
 É possível que a injuria seja racial, quando consistir na utilização de 
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de 
pessoa idosa ou portadora de deficiência. 
 Você deve levar para sua prova os 
elementos que podem caracterizar a injuria racial, já que isto foi objeto de 
prova diversas vezes. 
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 Sendo assim, caso o agente ofenda a vítima, fazendo uso de um dos 
elementos acima, a exemplo do agente que chama a vítima de macaco 
(lembra do caso do ex-goleiro do Santos Futebol Clube, o Aranha), irá 
cometer o crime de injúria racial. 
 De forma alguma, você poderá confundir a injúria racial com o crime 
de racismo. 
 Na injúria racial, o animus do agente é ofender; no racismo, o 
animus é segregar. 
 
 O STJ entendeu, na análise do AREsp 
(agravo em recurso especial), que a injúria racial é crime 
imprescritível. 
 
 
5.4 Disposições comuns 
 Vejamos as causas de aumento de pena aplicáveis aos crimes contra 
a honra em geral (calúnia, difamação e injúria). 
 A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se o crime contra a honra 
for praticado: 
➢ Contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo 
estrangeiro; 
➢ Contra funcionário público, em razão de suas funções; 
➢ Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a 
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria; 
➢ Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de 
deficiência, exceto no caso da injúria (a pena não irá aumentar 
de 1/3 no caso de injúria praticada contra pessoa maior de 60 anos 
ou portadora de deficiência) 
Raça Cor Etnia Religião
Origem
Condição de 
pessoa Idosa
Condição de 
pessoa 
Portadora de 
Deficiência
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A pena será aplicada em dobro se o crime contra a honra for 
praticado: 
➢ Mediante paga ou promessa de recompensa. 
Veja as hipóteses de exclusão dos crimes contra a honra. 
 
Não constituem injúria ou difamação punível: 
1. A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte 
ou por seu procurados; 
2. A opinião desfavorável da crítica literária, artística ou 
científica, exceto quando inequívoca a intenção de injuriar ou 
difamar – responderá pela injúria ou pela difamação quem der 
publicidade; 
3. O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever de 
ofício – responderá pela injúria ou pela difamação quem der 
publicidade. 
 
Para encerrarmos o assunto referente aos crimes contra a honra, 
iremos tratar da retratação e da ação penal. 
Segundo o Código Penal, a retratação, quando admitida, constitui 
excludente de punibilidade. 
O que é a retratação? É a possibilidade que tem o agente de retirar 
aquilo que disse, ou seja, de manifestar que se equivocou em suas 
declarações, manifestando-se contrariamente ao que disse inicialmente. 
 A injuria não admite retratação. 
 O querelado que, antes da sentença (segundo doutrina majoritária: 
sentença de 1º grau), se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, 
fica isento de pena. 
 Caso o querelado tenha praticado a calúnia ou difamação, fazendo 
uso de meios de comunicação, a retratação se dará, caso assim deseje o 
ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
 Suponha que o agente tenha praticado o crime de calúnia ou 
difamação pelo Facebook. Neste caso, a retratação se dará também pelo 
Facebook, se assim desejar a vítima. 
 Caso alguém faça uso de referências, alusões ou frases, sendo 
possível inferir calúnia, difamação ou injúria, aquele que se julgar ofendido, 
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poderá pedir explicações em juízo. Casoseja recusado o pedido de 
explicações ou, a critério da autoridade judicial, não as dá de maneira 
satisfatória, responderá pela ofensa. 
 Por fim, sobre a ação penal nos crimes contra a honra, é importante 
que você saiba: 
 
Segundo Súmula 714 do STF, é concorrente a legitimidade do 
ofendido, mediante queixa e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de 
servidor público em razão do exercício de suas funções. 
Logo, fiquem atentos a esta informação: nos casos de crimes contra a 
honra de funcionário público em razão de suas funções, a ação penal será 
privada ou condicionada à representação do ofendido. A doutrina dominante 
também entende desta forma. 
A ação será pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça caso 
a conduta que configura crime contra a honra seja praticada contra o 
Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro. 
 
6 – Dos Crimes Contra a Liberdade Individual 
 Os crimes contra a liberdade individual são divididos em 4 (quatro) 
categorias: 
Ação penal 
nos crimes 
contra a 
honra
Regra
ação será privada, procedendo-se 
mediante queixa
Exceções
ação será 
pública 
condicionada, 
nos casos de
Injúria real
Injúria racial
Se os crimes 
contra a honra 
forem 
praticados 
contra 
funcionário 
público, em 
razão de suas 
funções
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6.1 Crimes Contra a Liberdade Pessoal 
 
6.1.1 Constrangimento Ilegal 
 Irá se configurar o constrangimento ilegal quando o agente 
constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe 
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não 
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. 
 O crime de constrangimento ilegal irá ocorrer quando o agente, 
fazendo uso de violência ou grave ameaça, fizer com que a vítima faça algo 
que a lei não manda ou que a vítima deixe de fazer algo que a lei lhe 
permite. 
Tício e Mévio são vizinhos. Tício é um 
valentão que se sente dono do bairro. Certo dia, Mévio passava pela rua, 
quando Tício o aborda. Este, portando uma arma de fogo, saca a arma e a 
aponta para Mévio e diz que, sob pena de levar um tiro na cara, é para este 
dar meia volta e passar por outro lugar, já que não o quer mais passando 
por sua rua. Mévio, temendo por sua vida, dá meia volta e retorna. 
A conduta de Tício se enquadra no constrangimento ilegal. Ele, 
fazendo uso de grave ameaça, constrangeu Mévio para que ele deixasse de 
fazer algo que a lei lhe permite (liberdade de locomoção). 
 A doutrina entende corretamente que o crime de constrangimento 
ilegal é subsidiário, o agente por ele irá responder, caso não seja 
enquadrado em uma outra conduta um tanto mais grave. Assim, caso o 
agente constranja a vítima, por meio de violência, para que ela deixa de 
fazer alguma coisa, com o fim de obter para si vantagem econômica, não 
irá cometer constrangimento ilegal, mas sim o crime de extorsão. 
Crimes Contra a Liberdade Individual
Crimes 
contra
a liberdade 
pessoal
Crimes contra a 
inviolabilidade 
do 
domicílio
das 
correspondências
dos 
segredos
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 O constrangimento ilegal admite tentativa, já que é crime 
plurissubsistente, é crime comum, que pode ser praticado por qualquer 
pessoa. 
 Além das penas previstas para o constrangimento ilegal, o agente irá 
responder pelas penas correspondentes à violência, assim, caso o agente 
pratique o crime por meio de violência, provocando lesões corporais na 
vítima, ele responderá por constrangimento ilegal em concurso material 
com o crime de lesões corporais. 
 A pena será aplicada cumulativamente e em dobro quando, para a 
execução do crime: 
1. Reúnem-se mais de 3 (três pessoas) – deve haver no mínimo 4 
(quatro) pessoas, já que o tipo penal fala em “mais de 3”; 
2. Há emprego de arma – segundo a doutrina dominante, pode ser 
qualquer arma e não necessariamente arma de fogo. 
Muita atenção com as seguintes informações: 
 
 
6.1.2 Ameaça 
 O crime de ameaça, previsto no Artigo 147 do Código Penal, irá se 
configurar quando o agente ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, 
ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. 
 É possível se verificar que o crime de ameaça e de ação livre, 
podendo ser praticado de qualquer forma pelo agente: verbalmente, por 
escrita, gestualmente, entre outras formas. 
 Assim, caso um indivíduo olhe para um desafeto e faça o gesto de 
uma arma com a mão e aponte para este, o crime de ameaça poderá se 
configurar. 
 É muito importante que você compreenda que a ameaça está 
relacionada a um mal “injusto” e “grave”, contrário ao direito. Caso o 
agente ameace, por exemplo, de entrar na justiça para cobrar uma dívida 
(mal justo), ele não irá cometer o crime de ameaça previsto no artigo 147 
do CPB. 
Não irão ser 
enquadrados como 
constragimento 
ilegal
A intervenção médica ou cirúrgica, sem 
o consentimento do paciente ou de seu 
representante legal, caso justificada por 
iminente perigo de vida
A coação exercida para impedir o 
suicídio
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 Trata-se de crime comum, que pode ser praticado por qualquer 
pessoa. 
Em regra, não cabe tentativa, já que se trata de crime unissubsistente, que 
se consuma com a prática de um único ato, porém, a doutrina majoritária 
admite a tentativa se a ameaça for praticada na modalidade escrita (por 
meio de uma carta, por exemplo). 
 A doutrina penalista admite a ameaça condicionada, 
que ocorrerá quando o agente colocar uma condição para a prática 
do mal injusto e grave. Exemplo: Mévio diz a Tício: se você não fizer pelo 
menos um gol na final do campeonato, eu irei te matar. 
O crime de ameaça se procede mediante ação penal pública condicionada à 
representação 
 
6.1.3 Sequestro e Cárcere Privado 
 Antes de iniciarmos o estudo deste crime, é importante que você 
compreenda a diferença entre o sequestro e o cárcere privado. 
 No sequestro, ocorre restrição de liberdade da vítima, mas ela não 
fica necessariamente mantida em recinto fechado. Já no cárcere privado, 
necessariamente a vítima terá sua liberdade restringida, sendo mantida em 
recinto fechado. 
 O crime de sequestro e cárcere privado se configura quando o agente 
privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado. 
 Este crime apresenta formas que o qualificam, vejamos elas. 
 Será qualificado o crime de sequestro e cárcere privado: 
1. Se a vítima for ascendente, descendente, cônjuge ou 
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
2. Se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa 
de saúde ou hospital; 
3. Se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias; 
4. Se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
5. Se o crime é praticado com fins libidinosos. 
 
Também será qualificado o crime de sequestro e cárcere privado se 
da conduta resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da 
detenção, grave sofrimento físico ou moral. 
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 Por fim, saiba que este crime é comum, podendo ser praticado por 
qualquer pessoa e permanente (muito importante que você fique atento à 
Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado 
ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessaçãoda 
continuidade ou da permanência). 
 
6.1.4 Redução à Condição Análoga à de Escravo 
 Este crime irá se configurar quando o agente reduzir alguém a 
condição análoga (similar) à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos 
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes 
de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão 
de dívida contraída com o empregador ou preposto. 
 Como você pôde observar, a vítima pode ser reduzida à condição 
análoga à de escravo de 3 (três) maneiras diferentes, por esse motivo, a 
doutrina o classifica como crime de ação múltipla. Vamos revê-las. 
 
 O tipo penal apresenta duas hipóteses equiparadas, respondendo o 
agente com as mesmas penas do tipo penal principal. Observe. 
 Incorrerá nas mesmas penas aquele que cerceia o uso de qualquer 
meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no 
local de trabalho e aquele que mantém vigilância ostensiva no local de 
trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do 
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
 Silvio, fazendeiro conhecido no interior de 
Goiás, coloca como jornada de trabalho para os funcionários de sua fazenda 
a carga horária de 15 (quinze) horas diárias, pagando a eles um valor muito 
pequeno como contraprestação. Silvio se recusa a fornecer transporte para 
os trabalhadores irem embora, já que, segundo ele, eles o devem valores 
referentes à moradia fornecida pela fazenda, não dispondo eles de outra 
maneira de ir para casa senão pelo transporte da fazenda. 
Submetendo-a a trabalhos forçados ou a 
jornada exaustiva
Sujeitando-a a condições degradantes de 
trabalho
Restringindo, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o 
empregador ou preposto.
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 Amigos, Silvio está cometendo o tipo penal que estamos estudando. 
 O crime de redução à condição análoga à de escravo não admite a 
modalidade culposa, podendo ser praticado apenas dolosamente. 
É também crime permanente, portanto, sua conduta se prolonga no 
tempo. 
 Vamos analisar as causas de aumento de pena. 
 
 
6.1.5 Tráfico de Pessoas 
 Irá praticar o crime de tráfico de pessoas o agente que agenciar, 
aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, 
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a 
finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo, submetê-la a 
trabalhos em condições análogas à de escravo; submetê-la a qualquer tipo 
de servidão; adoção ilegal ou exploração sexual. 
 O tipo penal de tráfico de pessoas é mito alternativo, podendo ser 
praticado mediante a execução de qualquer um dos seus 8 (oito) verbos. 
 Eita porra, é muita coisa hein? Vamos esquematizar isso para facilitar 
o seu estudo. 
 Importante que você leve em consideração que, para compreender 
este tipo penal, é importante que você conheça os verbos, os meios 
empregados para a prática do crime e as finalidades. Vamos esquematizar 
cada uma delas. 
A pena é aumentada de 
metade, se o crime é 
cometido
Contra criança ou adolescente
Por motivo de preconceito de raça, cor, 
etnia, religião ou origem
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 Este crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. 
Não se exige, também, nenhuma condição especial do sujeito passivo do 
crime. 
A pena do crime de tráfico de pessoas será aumentada de 1/3 
(um terço) até a metade se: 
1. O crime for cometido por funcionário público no exercício de 
suas funções ou a pretexto de exercê-las; 
2. O crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa 
idosa ou com deficiência; 
3. O agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, 
de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de 
autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício 
de emprego, cargo ou função; 
4. Se a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território 
nacional. 
 
Por fim, para encerramos os crimes contra a liberdade pessoal, é 
importante mencionar que o crime de tráfico de pessoas apresenta uma 
causa de diminuição de pena, desde que o agente preencha os 2 (dois) 
requisitos, que são cumulativos. 
Verbos: 
Agenciar, Aliciar, Recrutar, Transportar, 
Transferir, Comprar, Alojar e Acolher. 
Meios Empregados: 
Grave Ameaça, Violência, Coação, Fraude ou
Abuso
Finalidades:
- Remover órgãos; tecidos ou partes do 
corpo;
- Submeter a trabalhos em condições 
análogas à de escravo; 
- Submeter a qualquer tipo de servidão; 
- Adotar ilegalmente;
- Explorar sexualmente.
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A pena é reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o 
agente: 
✓ For primário; 
✓ Não integrar organização criminosa. 
 
6.2 Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 
 
6.2.1 Violação de Domicílio 
 O agente que entrar ou permanecer, clandestina ou 
astuciosamente, ou contra vontade expressa ou tácita de quem de direito, 
em casa alheia ou em suas dependências irá cometer o crime de violação de 
domicílio. 
 O crime de violação de domicílio é crime de mera conduta, já que não 
a lei descrê a conduta, mas não descreve resultado naturalístico, é, 
também, crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 Este crime apresenta forma qualificada. 
 
 Os patamares mínimo e máximo da pena do crime serão alterados 
(de 1 a 3 meses para 6 meses a 2 anos) se praticado em uma das hipóteses 
previstas acima. 
 O tipo penal apresenta uma causa de aumento de pena. 
 A pena será aumentada de 1/3 (um terço), caso: 
✓ O crime seja praticado por funcionário público, fora dos casos 
legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, 
ou com abuso de poder. 
Observe o que o Código Penal diz sobre a expressão “CASA”. 
 A expressão “casa” compreende: 
Qualifica-se o a 
violação de domicílio, 
se o crime for 
cometido
Durante a noite
Em lugar ermo
Com o emprego de violência ou de arma
Por 2 (duas) ou mais pessoas
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✓ Qualquer compartimento habitado; 
✓ Aposento ocupado de habitação coletiva; 
✓ Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce 
profissão ou atividade. 
A expressão “casa” não compreende: 
✓ Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, 
enquanto aberta, exceto se aposento ocupado de habitação coletiva. 
 
Para encerrarmos o assunto violação de domicílio, por fim, veremos 
os casos em que, mesmo com a violação, o fato não irá constituir crime. 
Não constituirá crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em 
suas dependências: 
I. Durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar 
prisão ou outra diligência; 
II. A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está 
sendo ali praticado ou na iminência de o ser. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 - Questões Comentadas 
1. (FCC/2018/Câmara Legislativa do Distrito Federal/Técnico 
Legislativo) De acordo com o que dispõe o Código Penal acerca dos crimes 
contra a vida e a integridade física, considere 
I. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o 
faça somente será crime, em tese, se o suicídio se consumar ou, ainda, se

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