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No mercado de trabalho é comum ouvir relatos de pro�ssionais que se sentem injustiçados por achar que ganham menos que o colega, realizando a mesma função ou que tiveram que substituir seu chefe sem receber qualquer acréscimo salarial. Para esclarecer dúvidas sobre essas temas, é preciso conhecer três grandes temas: a equiparação salarial, a substituição eventual de empregados e a possibilidade de transferência unilateral. Fonte: iStock. Equiparação salarial Provavelmente, você deve conhecer algum caso em que duas pessoas trabalham no mesmo local, cumprem as mesmas tarefas, mas possuem salários diferenciados. Quem passa por situações como essa poderá fazer uso do instituto da equiparação salarial para reaver seus direitos e, então, passar a receber o salário maior. Todavia, não é em qualquer situação que a equiparação salarial estará con�gurada mediante a violação do princípio da igualdade, pois se trata de uma �gura jurídica com requisitos próprios. Apenas quando houver preenchimento de todos os requisitos legais é que o empregado poderá almejar a equiparação salarial. O princípio da isonomia/igualdade fundamenta o pedido de equiparação salarial. Esse princípio trata da busca pelo combate da discriminação no trabalho, de modo a permitir que empregados, na mesma função, realizando trabalho de igual valor, tenham o mesmo salário. A identidade de função, por sua vez, é entendida como identidade de tarefas e atividades. Além disso, o importante é que as operações/tarefas substanciais da função sejam idênticas (BARROS, 2017). Por outro lado, é possível que dois empregados desempenhem uma função com o mesmo nome, mediante tarefas e atividades diversas, fator que inviabilizaria a equiparação. Além da identidade de função e tarefas, o artigo 461 da CLT (BRASIL, 1943) impõe mais requisitos para a equiparação salarial, que podem ser conhecidos clicando nas abas a seguir. mesmo empregador O trabalho para o mesmo empregador decorre de natureza lógica, já que não caberia pedir equiparação se o paradigma trabalha para empregador diverso. Legislação Social e Trabalhista Equiparação Salarial Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! mesmo estabelecimento A equiparação só ocorre entre trabalhadores de um mesmo local/ponto, não cabendo cogitar de equiparação entre empregados de �liais diferentes. tempo de função e empresa Não pode haver, entre os trabalhadores que buscam a equiparação, uma diferença de mais de 02 anos na mesma função, e de mais de 04 anos na empresa. E por que a lei impõe esses requisitos? Simplesmente porque ela parte do princípio de que o empregado, há mais de 02 anos na função ou de mais de 04 anos na empresa, tem uma maior experiência, o que justi�caria o salário superior. trabalho de igual valor Aquele realizado com igual produtividade e perfeição técnica. Devido a di�culdade em constatar se dois empregados produzem com a mesma intensidade e com a mesma perfeição, muitas vezes, esse requisito é analisado caso a caso. contemporaneidade Introduzido pela Reforma Trabalhista, se refere à contemporaneidade no exercício de funções ou cargos idênticos. Nesta situação, a palavra “contemporaneidade” é empregada com o propósito de enfatizar a necessidade do trabalhador referência (aquele que tem salário superior) e o requerente da equiparação (que tem salário inferior) exerçam a função ou cargo ao mesmo tempo, ou seja, de forma simultânea. Substituição de empregados Assim como na equiparação salarial, na substituição de empregados, o substituto tem, em algumas situações, possibilidade de requerer o mesmo salário do substituído. Primeiramente, é preciso deixar claro que a substituição aqui mencionada é a provisória, não a de�nitiva. Segundo, a substituição não pode ser eventual. Mas, o que signi�ca ser ou não eventual? A jurisprudência tem entendido que, nas substituições acima de 30 dias, o empregado substituto faria jus ao mesmo salário do empregado substituído. Se a substituição for inferior a 30 dias, poderia se cogitar de substituição meramente eventual, não sendo possível a isonomia salarial. Esse raciocínio está consubstanciado na Súmula 159 do TST (BRASIL, 2005) Saiba Mais Transferência de empregados A lei autoriza a transferência nos termos do artigo 469 da CLT (BRASIL, 1943), em algumas situações especi�cas, que podem ser consultados clicando nas abas a seguir. Cargo de con�ança Essa hipótese se justi�ca porque o trabalhador detém poder de mando, sendo então razoável, diante da con�ança nele depositada, que atenda aos interesses da empresa. Logo, é possível transferi-lo por ato unilateral, quando houver necessidade de serviço em outro local. Cláusula contratual Aplica-se quando o empregado �rmar contrato que contenha cláusula explícita ou implícita de transferência, geralmente aplicada aos contratos de trabalho de viajantes, vendedores, engenheiros, aeroviários, bancários, ou seja, trabalhadores de empresas que possuem agências, �liais, obras em construção, etc. Comprovada a necessidade de serviço, é possível transferir o empregado por ato unilateral do empregador. Extinção estabelecimento Quando houver a extinção do estabelecimento no qual o trabalhador labora a contratante pode transferir o trabalhador. Entretanto, se ele não quiser ser transferido, a sua recusa equivale a pedido de demissão, conforme entendimento jurisprudencial. Transferência provisória Se houver comprovação da necessidade de serviço, o empregador poderá transferir qualquer empregado, mas estará obrigado ao pagamento de adicional de transferência de 25% enquanto durar a transferência. É importante perceber que o pagamento desse adicional se justi�ca apenas se a transferência for provisória, pois, se o trabalhador se �xar, de�nitivamente, no novo posto, não terá direito ao adicional. Como vimos, não é em qualquer situação que a equiparação salarial estará con�gurada mediante a violação do princípio da igualdade, pois se trata de uma �gura jurídica com requisitos próprios. Apenas quando houver preenchimento de todos os requisitos legais é que o empregado poderá almejar a equiparação salarial. Fonte: iStock.
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