Atividade Dissertativa_ Literaturas Africanas em Língua Portuguesa

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Atividade Dissertativa
Entrega 17 de out de 2021 em 23:59 Pontos 1 Perguntas 1
Disponível 10 de ago de 2021 em 0:00 - 17 de out de 2021 em 23:59 2 meses
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Enviado 21 de set de 2021 em 11:46
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1 / 1 ptsPergunta 1
Leia o poema a seguir:
Eu sou carvão 
E tu arrancaste-me brutalmente do chão 
E fazes-me tua mina 
Patrão!
Eu sou carvão! 
E tu acendes-me, patrão, 
Para te servir eternamente como força motriz 
mas eternamente não 
Patrão!
https://famonline.instructure.com/courses/15970/quizzes/57692/history?version=1
Sua Resposta:
Eu sou carvão! 
E tenho que arder, sim 
E queimar tudo com a força da minha combustão.
Eu sou carvão! 
Tenho que arder na exploração 
Arder até às cinzas da maldição 
Arder vivo como alcatrão, meu irmão 
Até não ser mais a tua mina 
Patrão.
Eu sou carvão! 
Tenho que arder 
E queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim! 
Eu sou o teu carvão 
Patrão.
CRAVEIRINHA, José. Antologia poética. Belo Horizonte: Ed. UFMG,
2010, p. 15.
 
José Craveirinha (1922-2003) é considerado um dos maiores poetas
de Moçambique. Com base no poema, discuta como as marcas
estéticas e históricas de uma literatura pós-colonial aparecem
nele.
 
Critérios de Avaliação e Orientações: 
1. Pertinência e coerência da resposta, perante a questão
apresentada. 
2. Objetividade e utilização correta da língua portuguesa.
3. Resposta com suas próprias palavras, não sendo permitida a cópia
de material de outra autoria (a cópia de material é passível de zerar a
questão). Caso utilize algum outro material para “consulta” (apenas),
este deverá ser citado como referência bibliográfica. 
4. Estabelecer relação do texto com o conteúdo do Tópico 1. 
Observação: O descumprimento de qualquer um destes
critérios, acarretará em diminuição da nota.
Nota-se no poema de Craveirinha marcas de uma literatura pós-
colonial, no qual experiências de colonização e exploração são
expressas de forma simbólica por meio da comparação com a
extração e uso do carvão. Trechos como "arrancaste-me brutalmente
do chão" e "Tenho que arder na exploração", remetem ao sentimento
de invasão e abuso experimentado por nações africanas durante o 
Neocolonialismo. A produção textual feita após essa fase exalta a
resistência das populações locais e mostra as chagas deixadas após
um intenso período de exploração europeia.
Nesse poema, Craveirinha retrata os efeitos do processo de
colonização e descolonização pelo qual o povo moçambicano
passou ao retratar os aspectos culturais, políticos e econômicos
em torno do carvão, que foi um dos principais produtos
retirados da colônia. Assim, o aluno poderá destacar o fato do
eu lírico se colocar como o próprio carvão que precisa ser
arrancado do solo, por exemplo.
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