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ultrassonografia baço Apresenta um contorno hiperecogênico (em felinos, baço é mais superficial e com a mesma ecogenicidade de fígado e cortical renal), dimensões maiores em cães, com cápsula lisa e definida, parênquima homogêneo, pouca vascularização evidente, margens afiladas. Os idosos podem ter uma ecotextura mais grosseira e contornos irregulares. A saída da veia esplênica, para se juntar à abdominocranial, é conhecida como ‘’asa de gaivota’’. Hilo esplênico sempre sai cranialmente. Cães podem ter duas ou mais regiões hilares, principalmente se estiverem com esplenomegalia. alterações focais Anecogênicas: cistos Hipoecogênicas: infarto, trauma, neoplasia, abscesso, hiperplasia nodular benigna. Hiperecogênica: fibrose (em idosos é perivascular), calcificação (ocorre no hiperadrenocorticismo). alterações difusas Aumento ou diminuição de ecogenicidade do parênquima. Pode ser: traumática, inflamatória tumoral, toxêmica ou congestiva. Hipoecogênicas: torção, esplenite, neoplasia, alterações hematopoiéticas, anemia autoimune, alterações tóxicas, septicemias, congestão por trombo em veia porta ou veia esplênica. Hiperecogênicas: alterações mieloproliferativas crônicas (polpa branca com superfície mais irregular), fibrose. Outras alterações: congestivas traumáticas ou causa vascular, congestivas inflamatórias ou infecciosas, doença infiltrativa difusa (neoplásicas, mieloproliferativas). obs: A presença de líquido facilita a passagem do som, tornando qualquer estrutura pós líquido hiperecogênica (reforço acústico). fígado Extremidade cranial do fígado começa do 6 EIC e se estende caudalmente até o 11 EIC. Sua porção mais caudal do fígado é representada pelo processo caudato do lobo caudato. Lobulação: quatro lobos e quatro sublobos: · Lobo lateral esquerdo (sublobo medial e lateral) · Lobo quadrado (parcialmente fundido) · Lobo direito (sublobo medial e lateral) · Lobo caudato (processo caudato e papilar) Sua vascularização é diferente dos outros órgãos: 2/3 do volume de sangue chega pela veia porta e os outros 1/3 pela artéria hepática. Esses vasos correspondem à região do espaço portal. Veia porta se divide em 2 grandes ramos: lado esquerdo se subdivide em lobo quadrado/lobo medial e lateral esquerdo; lado direito se subdivide em lobo medial e lateral direito. Artéria hepática se subdivide na periferia e retornam através das veias hepáticas. Veia porta, veia cava e aorta sempre correm paralelas e não se comunicam. Veias hepáticas e ramos portais intrahepáticos não se comunicam. Para a localização topográfica do órgão, existem pontos de referência na cavidade: diafragma, ligamento/ gordura falciforme (próximo ao lobo quadrado), rim direito e estômago. Animais de tórax profundo podem aparentar fígado menor. Contornos e margens são afilados e definidos. Ecogenicidade: deve-se comparar com outros órgãos (baço, fígado, rim) e existem variantes de normalidade conforme espécie, raça e peso: raças grandes/akita/sharpei aparentam um parênquima hepática mais grosseiro, possivelmente pela pele grossa. Em felinos parece mais fácil de ser visualizado. Artéria hepática e veia porta geralmente estão juntas e a artéria hepática e seus ramos intra-hepáticos são de difícil visualização. Técnicas de varreduras: longitudinal: 2 acessos- sub-xifoide e intercostal rodando o transdutor para planos dorsais; transversal: 2 acessos - sub-xifoide e 8 EIC. ALTERAÇÕES FOCAIS • Anecogênicas: cistos, abscessos, hematomas e neoplasias • Hipoecogênicas (indicam a presença de líquido/edema): abscessos, hematomas, neoplasias, hiperplasias • Hiperecogênicas: hiperplasia, fibrose, abscesso, linfoma, calcificação •Mistas: abscessos, hematomas e neoplasias Cistos: congênitos ou adquiridos, solitários ou múltiplos, em parênquima ou trato biliar Abscessos: raros em pequenos animais; associados a outras condições predisponentes: doença biliar, pancreatite, esteróides, corpos estranhos perfurantes, torção lobar e neoplasia hepática. alterações difusas •Hipoecogênicas: hepatites, necrose, congestão passiva, leucemia e linfoma. •Hiperecogênicas: lipidose ou esteatose, fibrose, diabetes, cirrose, linfoma, hepatopatia por esteróide, colangiohepatite crônica e hepatopatias tóxicas. casos particulares · Diabetes mellitus · Síndrome de Cushing · Esteatose felina · Dermatite necrolítica superficial canina (Síndrome hepatocutânea): fígado com aspecto de favo de mel (aumenta a ecogenicidade difusa com diminuição focal de ecogenicidade) Doenças endócrinas hiperecogêncios: · Hepatopatia esteroidal -acúmulo de gotículas de gordura no citoplasma do hepatócito · Diabetes · Hiperadrenocorticismo – calcificações alterações vasculares · Aumento do calibre dos vasos hepáticos: • ICCD • Doença pericárdica, pulmonar, dirofilariose, neoplasia cardíaca • Insuficiência renal • Super hidratação • Hérnia ou ruptura diafragmática · Diminuição do calibre dos vasos: · Desidratação/hipovolemia (fisiológica) · Displasia microvascular hepática · Desvio (shunt) do trajeto dos vasos: Os shunts são comunicações vasculares simples ou múltiplas que conduzem o sangue oriundo do estômago, pâncreas, baço e intestino desviando-o para a circulação sistêmica sem passar pelo fígado. Sinais clínicos: os sinais de encefalopatia hepática (EH) dominam o quadro clínico; clearence hepático inadequado de toxinas; atrofia hepática resultante da diminuição do fluxo sanguíneo e consequente falta de nutrientes e fatores hepatotrópicos (insulina e glucagon). Classificação: a) Adquiridos: cirrose, colangiohepatite crônica, neoplasia hepática e fístulas arteriovenosas; a hipertensão portal leva ao desenvolvimento de múltiplos shunts extrahepáticos que primariamente eram vasos afuncionais remanescentes no sistema portal b) Congênitos: vasos embrionários anômalos que aparecem como desvios colaterais únicos ou múltiplos (intra ou extra-hepáticos); acomete gatos sem raça definida e cães de raça pura. Intra-hepáticos: raças de porte grande; extra-hepáticos: raças de porte pequeno · Em casos de hipertensão portal, há dificuldade de chegada na veia porta. O calibre do vaso pode não estar diminuído. O diagnóstico se dá por estudo duplex doppler hepático. Causas: trombos e massas em vasos, hepatopatias crônicas. Válvulas de escape: · Neovascularização intra-hepática · Reativação de vasos · Redirecionamento da circulação portal para circulação sistêmica Se houver ascite, não há correção. vesícula biliar Localização: 7 EIC entre lobos quadrado e medial direito. Formato variável: ovalada, arredondada, em forma de pera. Espessura da parede: 2 a 3 mm de espessura. Em gatos: ducto cístico e biliar mais longo e tortuoso. Lama ou barro biliar: animais idosos, sedentários, obesos, em jejum prolongado ou endocrinopatas. Pode sugerir presença de disfunção motora biliar. Animais idosos podem apresentar pólipos (irregularidade e espessamento) em parede. anomalias congênitas -Duplicação do ducto ou da vesícula biliar em felinos -Septação total ou parcial em felinos -Ducto biliar possui parede ecogênica aspecto tortuoso em felinos ALTERAÇÕES · Colangiohepatite: Mais comum em gatos; etiologia variada, ex: Platynossomum sp; diminuição generalizada da ecogenicidade hepática associada a espessamento da parede vesical e presença de lama biliar (o que não é comum ocorrer em felinos, mesmo em jejum). · Colecistite: Aspecto variável: espessamento da parede; presença ou não de lama; presença ou não de cálculos; sensibilidade dolorosa aumentada durante a varredura US na região - sinal de Murphy. Colecistite aguda pode ser: -Colecistite enfisematosa: espessamento da parede, artefatos de reverberação, sedimento; - Mucocele da vesícula biliar: aguda, necrose da parede (espessamento da parede com conteúdo luminal imóvel de padrão radiado ou kiwi, pode estar associada a obstrução biliar, perfuração eminente; -Colecistite necrotizante: irregularidade acentuada, espessamento assimétrico da parede, coleção fluida pericolecística (secundário a ulceração, hemorragia ou necrose), variação da mucocele.· Neoplasias: Na vesícula biliar: benignas e malignas. Nas vias biliares: aspecto variável, não distinto das neoplasias hepáticas. · Litíases: Raros e nem sempre associados a presença de sinais clínicos. Estruturas hiperecogênicas produtoras de sombra acústica variável e com mobilidade. Obstrução por cálculos em ductos são de difícil diagnóstico. · Espessamento aparente de parede: Pode ocorrer por ascite, hipoproteinemia, congestão hepática, ICC, contração vesicular pós prandial, bile espessa. · Obstrução US é o meio de imagem mais utilizado para diagnosticar obstrução biliar extra-hepática. Diagnóstico difícil em estágios iniciais. Evolução do processo ocorre de forma retrógrada depois da completa obstrução do ducto hepático comum Aumentos das dimensões da vesícula biliar e do ducto hepático comum ocorrem nas primeiras horas, dilatação do ducto extra-hepático em 48h e dilatação de ductos intra-hepáticos em 5 a 7 dias. Ducto biliar comum > 0,3 cm para cães e >0,4 cm para gatos. · Vesícula biliar atrófica SISTEMA DIGESTÓRIO Indicações da USG: · Processo obstrutivo · Ingestão de corpo estranho · Gastroenterite · êmese · Disquesia/Tenesmo · Neoplasia Vantagens: permite medir a parede e avaliá-la, permite avaliar a motilidade, permite a realização de biópsias e citologias. Desvantagens: não permite avaliar e acompanhar todos os segmentos, o gás limita a passagem do feixe sonoro e podem existir artefatos de técnica. Padrões de conteúdo luminal: mucoso, líquido, gasoso. Espessura do estômago: cão 3-5 mm e gatos 2 mm. Contrações: 4 – 5 / min. alterações em estômago •Processos inflamatórios (gastrite): grande quantidade de líquido é sugestivo de gastrite, pois normalmente o líquido passa muito rápido. • Corpos estranhos: se forem metálicos, podem dar a falsa impressão de reverberação. •Neoplasias: mais raras que no intestino. •Torção gástrica (melhor visto em RX). alças intestinais Papila duodenal no gato é de cerca de 0,5 cm e no cão é menor. Gatos: Íleo com a submucosa mais evidente e brilhante. Movimentos peristálticos: duodeno 4 a 5/min e restante 1 a 3/min. Gato: Ceco 0,1cm. alterações em alças · Processos obstrutivos: na intussuscepção, se observa diversas camadas de estratificação; dilatação do segmento proximal à obstrução, aumento do número de contrações peristálticas, mantém o padrão de camadas, conteúdo não evolutivo e conteúdo de padrão líquido hipo ou anecogênico. • Processos inflamatórios (enterite): pode não haver alterações significantes; pode haver inflamação difusa da parede com aumento da ecogenicidade e aumento da espessura da mucosa. • Corpos estranhos • Aderências • Neoplasias: adenocarcinoma, linfoma leiomioma/sarcoma (grandes, achado incidental, sintomas gastrointestinais pouco importantes), mastocitoma. No cão: adenocarcinoma e linfoma; no gato: linfoma, adenocarcinoma e mastocitoma • Hérnias (inguinal/perineal) • Doença intestinal inflamatória idiopática crônica em felinos (diferenciar de linfoma): evidencia a camada muscular, que geralmente é fina pâncreas Órgão glandular. Exócrino: representa a maior parte (80 a 85%) e produz enzimas digestivas. Endócrino: produz insulina (células beta), glucagon (células alfa), somatostatina (células delta) e polipeptídeos pancreáticos. O ducto pancreático localizado paralelamente e dorsal aos vasos no lobo direito, pode ser diferenciado pelo Doppler. Não possui cápsula e sua ecogenicidade é semelhante à gordura. Sua proximidade com as alças intestinais, que apresentam gás, pode dificultar sua visualização. Pode não ser visualizado em animais obesos e com tórax estreito e profundo. O lobo direito é a parte mais fácil de ser visualizada em cão, pois é maior. Já em gato, é o esquerdo. Mais facilmente visualizado em pancreatites e efusões abdominais. afecções pancreáticas Associadas à pancreatite ou causadas por hipoalbuminemia e alterações hemodinâmicas portais (hipertensão). Ao ultrassom o pâncreas apresenta-se com fissuras anecogênicas no parênquima. · Pancreatite: ativação das enzimas digestivas pancreáticas dentro das células acinares, resultando entre outros à necrose e inflamação. Causas: nutrição, drogas, infecções, isquemias, traumas e refluxo duodenal. Pode ser aguda ou crônica. Fatores de risco: brometo de potássio e azatioprina; refeição altamente gordurosa; hiperlipidemia; trauma/manipulação cirúrgica exagerada. Aguda: dimensões aumentadas, hipoecogênico, região adjacente hiperecogênica. Cães – mais comum no ramo direito. Gatos – mais severa em corpo e ramo esquerdo. Em geral associada ao aumento dos níveis das enzimas pancreáticas (cães). Pode ser realizado o Spec - teste espécie específico, que mensura a concentração sérica da lipase de origem pancreática. Sinais “suspeitos”: conteúdo líquido em duodeno, aumento de ecogenicidade e líquido livre na região pancreática, ducto pancreático dilatado. Pancreatite aguda hemorrágica necrosante: margens pouco definidas, dimensões aumentadas, parênquima heterogêneo, ecogenicidade reduzida, áreas anecogênicas. Crônica: Dimensões normais, parênquima heterogêneo, ecogenicidade variável, focos de mineralização, caracterizada por fibrose intersticial, atrofia acinar e infiltrado linfocítico. Sinais clínicos vagos e valores laboratoriais não específicos. Nos felinos: anorexia esporádica e emagrecimento. · Tríade felina: pancreatite, duodenite e colangite. · Abscessos e pseudocistos: Aparecem com a cronicidade da pancreatite. Abscesso – infecção do tecido necrosado. Geralmente únicos, tamanho variado, cavitários, hipo/anecogênicos, parede espessa e irregular. Abscesso com fluido ecogênico pode mimetizar formações. Pseudocisto – ocorre comunicação entre o tecido necrosado e os ductos pancreáticos ou ruptura dos ductos, secreção contínua de enzimas, com encapsulamento e fibrose. Aspiração por agulha fina determina a natureza da coleção. · Cistos congênitos: em geral associados a outras doenças policísticas. · Neoplasias: raras; podem se assemelhar a pancreatite; origem epitelial; exócrinas – adenocarcinoma; endócrina – insulinoma, glucagonulomas e gastrinomas. · Hiperplasia nodular: acomete pâncreas exócrino. Mais comum em idosos; sem importância clínica; diferencial para neoplasia. adrenais Glândulas: externa-córtex e interna-medular. Produzem hormônios importantes para adaptação às condições adversas do meio ambiente (estresse). Córtex: cortisol e outros corticoides, aldosterona, esteróides sexuais. Medular: catecolaminas- noradrenalina e adrenalina. Nos cães: esquerda = “amendoim”, direita = “vírgula”. Gatos: ambas ovaladas. Localização: espaço dorsoperitoneal. Contorno bem definido e regular, parênquima homogêneo, ecogenicidade: hipoecogênica ao tecido adiposo adjacente. alteraçoes da adrenal · Hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing: Pode ser de origem hipofisária, adrenal ou iatrogênica (ocorrem nas duas adrenais). Hipofisário há um aumento bilateral. Pode haver formação unilateral, com ecotextura heterogênea e atrofia contralateral. Pode haver presença de formações adrenais não funcionantes e ausência de atrofia contralateral. · Neoplasias: Diagnóstico diferencial de nódulos e formações: adenoma cortical, adenocarcinoma cortical, feocromocitoma, metástases, hiperplasia (glândula mantém a forma). Não é verdade absoluta, mas: oNEOPLASIA BENIGNA: nódulos discretos e bem definidos oNEOPLASIA MALIGNA: glândula irregular e amorfa (Besso et al. 1997) Importante sinal de malignidade: invasão de tecidos e estruturas adjacentes e formação de trombos. · Hipoadrenocorticismo ou síndrome de Addison: Diagnóstico não pode ser baseado na ultrassonografia. Redução de espessura da glândula. Adrenais reduzidas ou não visibilizadas, mesmo com a técnica e condições adequadas. Suspeitar com sintomatologia e achados laboratoriais: letargia, anorexia, vômitos, fraqueza, diarreia, perda de peso, tremores, poliúria/polidipsia, dor abdominal.
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