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Marta Coelho 2021/22 1 Tons dominantes e característicos da coloração standard usada em Anatomia Patológica, a hematoxilina e eosina (H&E) Coloração demasiado rosa = NECROSE Coloração demasiado azul = MAU! Frase Chave: “Azul é mau, Rosa é morto” Há exceções, como os Gânglios linfáticos e os processos reativos/inflamatórios podem ser muito azuis, e não são maus. Termos utilizados: Eosinofílico: Rosa Hipercromático: Azul Amfofílico: Coloração azul- avermelhado quando se refere às secções coradas com H&E - significa que cora com colorações básicas e ácidas Argirofílico: Afinidade para a prata/adora a prata/cora com colorações à base de prata Destruição: Cariólise: Dissolução nuclear/apagamento paulatino Pincose: Encolhimento/diminuição do núcleo Cariorexis: Fragmentação nuclear Padrões morfológicos Hobnail: Área da membrana basal < que a área exposta na superfície luminal (Angiosarcoma) Estoriforme: Aparência em espiral/Roda de carroça (Tumor Fibroso Solitário) Fascicular: O maior eixo das células (fusiformes) são perpendiculares em feixes adjacentes (Leiomioma/Leiomiosarcoma) Plexiforme: Em formação de rede (Neurofibroma Plexiforme) Cribiforme: Grupos de células com pequenos buracos (Adenoma Tubular/Carcinoma Ductal in-situ) Sólido: Sem arquitetura Células back-to- back(Carcinoma ductal in-situ sólido/Malignidade pouco diferenciada como Carcinoma/Sarcoma/Linfoma) Micropapilar: Projeções papilares sem eixo fibro-vascular (papilar= mamilar/nipple) (Carcinoma ductal in-situ micropapilar) Anatomia Patológica e Sistémica I Ilustração 1 - Hobnail Ilustração 2 - Estoriforme Ilustração 3 - Fascicular Ilustração 4 - Cribiforme Ilustração 5- Sólido Ilustração 6 - Micropapilar Marta Coelho 2021/22 2 Papilar: Projeções papilares com eixo fibro-vascular (papilar= mamilar/nipple) (Carcinoma Papilar da Tiróide). Plano: Morfologia plana sem projeção acima da superfície (Carcinoma Ductal in-situ plano) Herringbone: Morfologia em espinha (Fibrosarcoma) Trabecular: arranjo de células quasi-linear (Carcinoma Papilar da Tiróide variante células altas/ Tumor de Células de Sertoli) Bifásico/Padrão Múltiplo: Múltiplos padrões de tipos celulares. Como fusiforme, epitelioide (Sarcoma Sinovial/Adenoma Pleomórfico) Ninhos: Ilhas de células com circunferência circular (Tumores Neuroendócrinos). Erosões e Úlceras: Úlcera: Lesão através da pele ou superfície mucosa Erosão: Limitada à mucosa/ulceração superficial. Em Dermatopatologia, ocorre ulceração através da epiderme. Microscopia: Características necessárias: 1. Perda de Epitélio 2. Resposta vital local à perda de epitélio: • Infiltrado Neutrofílico • Fibrina • Detritos celulares Características da malignidade Características nuclear Valor a preditivo de malignidade Dimensão nuclear Baixo Razão núcleo/citoplasma Elevado Pleomorfismo nuclear Baixo Nucléolo morfologia Elevado Dimensão nucléolo Baixo/Elevado na célula de reed-stenberg Nº de nucléolos Baixo/negativo; Favorece benignidade Hipercromasia cromatina Baixo Ilustração 7 - Papilar Ilustração 8 - Herringbone Ilustração 9 - Trabecular Ilustração 10 – Bifásico/Padrão múltiplo Ilustração 11 – Ninhos Marta Coelho 2021/22 3 Granularidade da cromatina Elevado Irregularidade da membrana nuclear Elevado Mitoses Baixo Mitoses atípicas Elevado São as anomalias nucleares que tornam a célula maligna O citoplasma dá uma pista para a ontogenia celular As mitoses podem ser observadas em tumores pouco diferenciados e em processo de regeneração dos tecidos! Índice mitótico elevado no contexto nuclear benigno, habitualmente NÃO é maligno! Tumores de tecido mole têm 2 características importantes na malignidade: • Necrose • Vascularização elevada (Os benignos podem ter marcada atípica nuclear e atividade mitótica elevada) Características citológicas de malignidade: As mitoses podem ser observadas em: • Tumores pouco diferenciados e em processo de regeneração dos tecidos *Índice mitótico elevado no benigno, habitualmente NÃO é maligno Diagnóstico diferencial: Geral no diagnóstico de lesão maligna Malignidade Malignidade • Epitélio → Carcinoma (ex: fígado) • Mesenquimatoso (tecido conjuntivo) → Sarcoma (ex: musculo, cartilagem, ossos, tecido adiposo) • Células germinativas (ex: ovários, testículos) • Neuroendócrino (pulmão, rins, epitélios) → Carcinoma • Hematológico (células sanguíneas) (leucemia, linfoma e mieloma) (ex: Timo, medula óssea, baço, gânglios linfáticos • Melanoma Maligno (pele) Melanoma – É uma categoria separada, pois pode assumir qualquer morfologia microscópica (nucleolo grande e vermelho) Tumores hematológicos – Incluem linfomas, leucemias, neoplasias de plasmócitos Classificação clínica útil: Tumores germinativas podem ser indistinguíveis Muitos sarcomas epitelióides podem mimetizar carcinomas, carcinomas fusiformes mimetizam sarcomas A diferenciação neuroendócrina pode não ser evidente. Primária Metástico Porquê? O local do tumor pode alterar o diagnóstico diferencial A conduta pode ser totalmente diferente Fenótipo Glandular (ex: pâncreas) Neuroendócrino Marta Coelho 2021/22 4 Categorização morfológica Fatores a considerar: Formas da célula – Fusiforme, epitelióide, plasmocitóide e mista. Dimensão – Pequena ou grande (célula de referência eritrócito ou neutrófilo) Coesão – Se observarmos vários grupos com mais de 5 células provavelmente é coeso. Presença de coesão celular desfavorece linfoma Citoplasma (relação com a sua abundância) – Escasso, moderado, abundante → Citoplasma eosinfílico (rosa) desfavorece linfoma → Oncocítico contêm abundante citoplasma eosinófilo granular → Lesões benignas compostas por oncocitos – oncocitoma → Metaplasia oncocítica (alteração do citoplasma) pode ser afeta a toda a lesão ou parcial → Neoplasias oncocíticas são comuns no rim, tiróide e glândulas salivares → Alteração oncocítica aumenta com o evoluir da idade → Pode representar uma acumulação senescente de mitocôndrias em epitélio secretor Cromatina – Espessura da cromatina (Fina vs. Granular) Nucléolo – Número: ausente, presente, múltiplos. Nucléolo grande exclui carcinoma neuroendócrino Tipo Morfologia Significado Célula fusiforme Afilada nas extremidades Sugestivo de sarcoma Compatível com melanoma E alguns carcinomas Célula epitelióide Célula oval/redonda Núcleo redondo/oval Similar a epitélio Bordos celulares tocam na célula adjacente, coletivamente formando uma barreira Sugere lesão epitelial- carcinoma-compatível com outras Células pequenas e azuis/ Linfóides Células pequenas com escasso citoplasma, redonda habitualmente, Pequena habitualmente 2x a dimensão de um linfócito Comum em crianças, em adulto significa LINFOMA Células pequenas linfóides Célula pequena no contexto de ter o diâmetro (1x) aproximado de um linfócito Habitualmente não maligno por citologia Sugere linfoma de pequenas células Alterações reativas/infeção Células plasmocitóides Semelhante a um PLASMÓCITO Núcleo excêntrico, citoplasma basofílico moderada, cromatina em “clockface” /cromatina granular na periferia do núcleo junto à membrana Aparelho de Golgi abundante com clareamento em crescente peri-nuclear Sugere neoplasia de plasmócitos ou infeção Diâmetro de um linfócito em repouso = diâmetro de um eritrócito = 8 micras Fatores fortemente preditivos coeso: Pontes intercelulares, agregados tridimensionais (3D) e moldagem nuclear Fatores fracamente coesos: Citoplasma eosinófilo, abundante e diâmetro > 2x ao do Eritrócito Marta Coelho 2021/22 5 Fatores fracamente preditivos de discoeso: Espaço peri-celular presente, citoplasma escasso e basófiloCOESO DISCOESO Espaço entre células Espaçamento igual ou agregados tridimensionais ou pontes intercelulares Espaçamento desigual Espaço fino a rodear a célula Membrana celular Visivel e justaposta em 50% das células Não aparente Abundância de citoplasma Escasso a abundante Geralmente escasso Coloração do citoplasma Qualquer Basófilo Malignidade - Células Epitelóides, Fusiformes, pequenas e azuis, claras, pleomórficas e mixóides. Diagnóstico provável por Histomorfologia Carcinoma = Coeso relativamente grande (> 2x neutrófilo); +/- Nucléolo; +/- Formação de glândulas (Estruturas circulares), citoplasma habitualmente moderado a abundante Sarcoma = Coeso, composto por células fusiformes (Células afiladas nas duas extremidades, núcleo oval/em forma de cigarro) Tumor de células germinativas = aparência similar ao Carcinoma Localização muito útil como Gónadas, Retroperitoneal, linha média Carcinoma neuroendócrino = Coeso, cromatina fina e granular e SEM NUCLÉOLO Linfoma= Discoeso, relativamente pequeno (habitualmente <=2X Diâmetro do neutrófilo), citoplasma basófilo/azul e escasso Melanoma = Classicamente pigmentado, nucléolo proeminente e vermelho (“Cherry nucleoli”), mistura de células epitelióides, fusiforme mistura de células coesas e discoesas 1. Na pesquisa dos elementos: Mitoses • Núcleo escuro/hipercromático • Ausência de membrana nuclear • Na PRÓFASE a cromatina pode estar com periferia indentada/aspeto em colar de contas • DxDf: apoptose • Condensação nuclear PICNOSE • Citoplasma eosinófilo Fases da mitose: Profase: Cromatina condensa-se em cromossomas Metafase: Cromossomas alinhados Anafase: Separação do fuso acromático Telofase: Reversão para a Profase 2. Na pesquisa dos elementos: Neutrófilos Pequenos Pontos = Núcleo multilobulado, estão acompanhados por linfócitos e plasmócitos. DxDf: Detritos nucleares – Células apoptóticas Marta Coelho 2021/22 6 Células apoptóticas tem condensação nuclear (picnose), citoplasma eosinófilo Os polimorfonucleares identificam-se pelo seu núcleo. Não vale a pena procurar a membrana celular, não se identifica Coleção de polimorfonucleares pensar em ABCESSO Carcinomas em células de anel – Células assemelham-se a um anel de sinete, contêm mucina em grande quantidade no citoplasma que empurra o núcleo para a periferia, e assemelha-se um “buraco”. O núcleo empurrado mimetiza a aparência de um anel. Células tipicamente 2-3x ao tamanho de linfócito/menor que um adipócito, núcleo em forma de crescente/similar a uma célula endotelial num capilar seccionado de topo, a célula em anel de sinete tem sempre um amigo muito próximo, outra célula em anel de sinete. A mucina intracitoplasmática é clara na H&E, mas pode ser eosinofílica Colorações que ajudam no diagnóstico: PAS E o Azul de Alcian “Os patologistas dividem-se em aqueles que não detetaram um carcinoma em células de sinete e aqueles que irão falhar a observação de um carcinoma em células de sinete “ 3. Na pesquisa dos elementos: Necrose Células mortas = coloração Rosa. São Células anucleadas (Células fantasma, apenas o contorno celular), tem neutrófilos presentes. DxDF: FIBRINA Metástase ganglionar: Observar o tumor O tumor no gânglio linfático habitualmente é mais em diferenciado que o primário pouco diferenciado, ocupa primeiro o espaço sub-capsular A metástase ganglionar é habitualmente óbvia Exceto nos carcinomas lobulares e os carcinomas em anel de sinete Histiócitos podem ser difíceis de distinguir das células metastáticas e estão presentes nos centros germinativos Células malignas têm características de malignidade Diagnóstico diferencial de eosinófilos: • Amilóide • Coágulo sanguíneo • Colagénio (tecido fibrótico) • Célula muscular lisa Fibroblasto – Núcleo ondulante com extremidades pontiaguda, baixa densidade nuclear, tecido fibrótico mais proteína menos célula, menos núcleos Célula muscular lisa – Núcleo elíptico, Maior densidade de núcleos, são esticadas não ondulantes, o núcleo em forma de charuto com vacúolo na extremidade Célula de Schwann- Encontrada no nervo, núcleo fino e ondulante 4. Na pesquisa dos elementos: Material pigmentado Também conhecido por “tralha” granular castanha /preta. DxDf: de pigmento granular Marta Coelho 2021/22 7 Lipofuscina: Castanho, em células senescentes /velhas oxidação de material orgânico, hepatócitos, miocárdio Hemosiderina: Castanho metabolismo da hemoglobina Bílis: amarelo encontrado nos hepatócitos Material estranho: Antracose, tinta de tatuagem Melanina: Castanho granular fino claro Mnemónica BH MFLME – Bílis, Ácido Homogentísico (Alcaptonúria coloração preta, conisderado o 6º pigmento), Melanina, Ferro (Hemosiderina), Lipofuscina e Material Estranho Material pigmentado- Colorações • Azul da Prússia PARA A Hemosiderina • Fonatana-Masson: para a melanina • PAS ou Kluver Barrera: para a lipofuscina *Material granular pigmentado, pensar em melanoma maligno Histologia A presença de endotélio luminal define os vasos Artérias, contêm 3 camadas: → Íntima – Endotélio, lamela elástica interna, tecido conectivo sub-endotelial → Média (Músculo liso) → Adventícia (tecido conectivo) Veias – Contêm as mesmas 3 camadas, com média menos espessa e adventícia mais espessa. Dimensões dos vasos sanguíneos Definida tendo como referência os vasos renais. Grandes artérias – Aorta Médias artérias – Artérias renal e lobares Pequenas artérias – Artérias arcuatas e interlobulares Arteríolas – Média com 2 a 5 camadas de músculo liso ou raio luminal igual à espessura da parede. Células endoteliais são caracterizadas pela imunoreactividade para: → CD34 → CD31 → Vimentina E maior imunoreactividade nos vasos sanguíneos do que nos vasos linfáticos: → Antigénio relacionado com fator VIII → Lectina Ulex europaeus I Sistema Circulatório → Endotelina → Fator von Willbrand Marta Coelho 2021/22 8 Edema Acumulação de excesso de fluido nos tecidos Pequenas quantidades de líquido, extravasa para o fluido intersticial, que é drenado pelos vasos linfáticos. Saída de excesso de fluido dos capilares. Três mecanismos: → Aumento da pressão hidrostática (Insuf. Cardíaca; obstrução à drenagem venosa) → Diminuição da pressão oncótica (hipoproteinémia) → Aumento da permeabilidade vascular (inflamação) 2 tipos de edema mais importantes, como consequência da Insuficiência Cardíaca Edema Pulmonar Acumulação de fluido nos alvéolos pulmonares Consequência do > da Pressão hidrostática no leito vascular pulmonar por insuficiência cardíaca esquerda Hemorragia Rotura de vaso, saída de sangue do compartimento vascular Exsanguinação maciça por trauma major numa artéria ou veia. Hemorragia pode ser para os tecidos ou cavidade corporal Tipos de hemorragia Descrição/causa Hematoma Coleção de sangue dentro dos tecidos (trauma/doença dos vasos) Hemopéricardio Coleção de sangue no pericárdio (rotura aorta/miocárdio) Hemotórax Coleção de sangue na cavidade pleural (trauma/rotura da aorta) Hemoperitoneu Coleção de sangue na cavidade peritoneal (rotura da aorta/rotura baço ou fígado) Hemartrose Coleção de sangue na cavidade articular (trauma/doença da coagulação) Púrpura (2-10 mm) Hemorragias nos tecidos/tecidos subcutâneos com +- 10 mm (fragilidade anómala de vasos) Petéquias (1-2mm) Hemorragias nos tecidos/tecidos subcutâneos com +- 1 mm (aumento abrupto da pressão intra-vascular/ doenças dos pequenos vasos/anomalias da coagulação) Edema subcutâneo Acumulação de fluido nos tecidos subcutâneos Consequência do > da Pressão hidrostática no sistema venoso sistémico por insuficiência cardíaca direita Marta Coelho 2021/22 9 Trombo Massa sólida estruturada, constituída por componentes do sangue Formadadentro do sistema cardiovascular Mecanismo hemostático habitual → Agregação de plaquetas → Rede de fibrina Ocorre constantemente para ocluir pequenos defeitos que surgem na parede vascular Coágulo Massa sólida NÃO estruturada Formada exterior do sistema cardiovascular, quando o sangue coagula Trombose Processo de formação do trombo Ativação do sistema de coagulação sanguíneo normal Fibrinólise Após oclusão do defeito, reparação da parede vascular Processo multi-enzimático que promove a dissolução do trombo Coagulação sanguínea, mecanismo homeostático (trombo-fibrinólise) Trombose patológica O processo de trombogénese, progride para além da capacidade de fibrinólise endógena, para erradicar o trombo. O trombo continua a aumentar de volume por deposição de fibrina e plaquetas redução do lúmen do vaso Fatores que predispõem a formação do trombo: → Disfunção endotelial → Alteração do padrão de fluxo sanguíneo → Alteração do potencial de coagulabilidade do sangue Morfologia do trombo: • Derivados da ativação da cascata de coagulação • Lamelas de fibrina insolúvel (F) • Agregados de plaquetas (P) • Eritrócitos (E) O endotélio normal previne a trombose nos vasos, gerando fatores que promovem a lise do trombo, prostaciclina e óxido nítrico, trombomodulina, moléculas heparina-like, plasmina. Integridade da parede endotelial impede o contacto com moléculas/ fatores (fator de von Willebrand) que promovem a coagulação/trombose. Marta Coelho 2021/22 10 Trombose ocorre em diferentes territórios de circulação, com diferenças macroscópicas Artérias e câmaras cardíacas (circulação rápida) • Trombos firmes e pálidos • Maior proporção de fibrina e plaquetas Veias (circulação lenta) • Trombos vermelhos, moles e gelatinosos • Maior proporção de eritrócitos A maioria dos trombos, ocorrem em vasos de média e pequenas dimensão, ocluem o lúmen – Trombos oclusivos Trombos que se formam em vaso de grande calibre (Aorta)e câmaras cardíacas, não condicionam oclusão completa, formadas placas elevadas ao longo da parede vascular – Trombos murais Trombos que se formam em válvulas cardíacas, tem aspeto polipóide – Vegetações Local Predisposição para trombose Artéria Ateroma e aneurismas Válvula cardíaca Inflamação de etiologia infeciosa Ventrículo Inflamação pós enfarte e aneurisma ventricular Aurícula Fibrilação auricular (estase sanguínea); Estenose da válvula mitral Veia Relentamento do fluxo sanguíneo, alterações da coagulabilidade do sangue Seio venoso cerebral Inflamação após infeção; Alterações da coagulabilidade do sangue Consequências após oclusão vascular por trombo: Propagação – Trombo cresce ao longo da parede do vaso e / ou dissolução por fibrinólise (administração de fibrinolíticos com estreptoquinase) Organização – Substituição do cerne do trombo por tecido de granulação com formação de novos canais vasculares. Re-canalização Trombo-embolismo – Fragmentação de trombo e entrada na circulação Embolia Embolismo significa oclusão de um vaso por uma massa de material que é transportada pela circulação sanguínea Massa de material embolizado denomina-se de êmbolo. → Trombo → Ar → Fluido amniótico → Colesterol Mais frequente fragmentos circulantes de um trombo – Tromboembolismo → Gordura e medula óssea → Células neoplásicas Terapêutico (esferas, gel, cola, fio guia) Marta Coelho 2021/22 11 Tromboembolismo Ocorre quando uma massa de um trombo se solta, de seu local de origem, entra na circulação sanguínea onde viaja até encontrar um vaso sanguíneo com lúmen, de um diâmetro que impede a sua progressão Surge o impacto. Oclusão do lúmen do vaso Trombo-êmbolo com origem num trombo de uma veia sistémica, viaja até impactar no sistema arterial pulmonar – Tromboembolismo pulmonar Trombo-êmbolo com origem num trombo no coração, viaja até impactar no sistema arterial cerebral, renal, baço, intestino, membros inferiores Trombo-êmbolo com origem num trombo na carótida viaja até impactar no sistema arterial cerebral Trombo-êmbolo com origem num trombo na aorta abdominal viaja até impactar no sistema arterial renal, membros inferiores. Tromboembolismo Pulmonar Êmbolo com origem num trombo da veia profunda do membro inferior Consequências da embolização da árvore arterial pulmonar: → Isquémia do pulmão, com áreas ventiladas não perfundidas → Sobrecarga cardíaca direita por aumento da pressão arterial pulmonar Embolia pulmonar maciça (5%) • Bloqueio de 60% da vasculatura pulmonar • Colapso cardiovascular, dissociação electromecânica (contrai, mas não bombeia sangue) • Morte imediata Embolia pulmonar major (10%) • Bloqueio de artéria pulmonar de média dimensão • Dispneia • Enfarte Embolia pulmonar minor (85%) • Bloqueio de artéria pulmonar de pequena dimensão • Dispneia • Enfarte Embolia pulmonar minor recorrente • Bloqueio de múltiplas artérias pulmonares de pequena dimensão, durante meses, por êmbolos recorrentes e de pequenas dimensões • Obliteração do leito vascular, sobrecarga cardíaca direita e hipertensão pulmonar Elementos chave – Trombose Fatores que predispõem a TROMBOSE: → Coagulabilidade sanguínea aumentada → Relentamento do fluxo sanguíneo → Lesão no endotélio • Hemoptise • Dor pleurítica • Hemoptise • Dor pleurítica • Assintomáticos Marta Coelho 2021/22 12 TROMBO é composto por: Plaquetas, fibrina, eritrócitos TROMBOS podem: Organizar, lisar, propagar, embolizar Complicações Major: Oclusão vascular (arterial) e embolização Enfarte Falha do aporte sanguíneo adequado, a um tecido, causa lesão celular por isquémia Necrose dos tecidos, por interferência com o fluxo sanguíneo local denomina-se enfarte Enfartes, são secundários a: → Obstrução do aporte arterial a um tecido → Interferência com a drenagem venosa Lesão isquémica resulta em necrose de coagulação dos tecidos Bloqueio arterial Enfartes arteriais tem a forma do território que irrigam, uma cunha com a artéria centrada no ápex Lesão imediata difusa pouco definida, pálida com edema 48h demarcada, pálida amarelada, início da resposta inflamatória aguda, nos tecidos viáveis circundantes (orla hiperémica) 10 dias depois, crescimento, tecido de granulação, organização Área de enfarte substituída por cicatriz Coração – enfarte do miocárdio Membro inferior – gangrena Cérebro – AVC/apóplexia Intestino – enfarte intestinal Pulmão – enfarte pulmonar Bloqueio Venoso/ Enfarte Venoso Enfartes por bloqueio venoso Resultam da sufusão dos tecidos por sangue Sangue não drena, mas o aporte arterial continua a entrar Subida da pressão dos pequenos vasos com consequente rotura Quando a pressão é elevada, igual a pressão arterial, e cessa o aporte de sangue oxigenado Necrose anóxica Enfarte hemorrágico, áreas escuras/pretas Torsão dos pedículos vasculares (torsão testículo/ovário, Volvo intestinal, hérnia encarcerada) Oclusão Lenta Enfarte só ocorre quando a interrupção é abrupta Redução de aporte sangue arterial é paulatina Surgem canais vasculares alternativos para compensar – circulação colateral É possível em muitos territórios, exceto se este é subsidiado por uma única artéria Atrofia isquémica, tecido encolhe, durante um período de tempo, sendo substituída por tecido hialino, conectivo, formado por fibroblastos, que sobrevivem à isquémia Marta Coelho 2021/22 13 Choque Estado clínico associada a uma insuficiência geral de perfusão, de todos os tecidos Redução sistémica de fluxo sanguíneo, associado a baixa pressão sanguínea arterial Redução local de fluxo sanguíneo, há manutenção da pressão arterial. Falha do mecanismo cardíaco de bombear sangue Choque cardiogénico Bloqueio de artérias major Choque obstrutivo Sangue insuficiente para bombear Choquehipovolémico (hemorragia/queimadura) Dilatação anormal dos vasos periféricos Choque séptico/ anafilático/ neurogénico/ endotóxico Doença arterial. Causa de mortalidade/morbilidade no mundo ocidental Causa principal: ateroesclerose Arterioesclerose Designa o espessamento e perda da elasticidade da parede arterial. Causada pela hipertensão e diabetes Padrão de lesão vascular renal e cerebral Há 2 padrões, sendo o mais comum o padrão da ateroesclerose, consequência de um processo denominado de ATEROMA Estenose do lúmen vascular: má perfusão dos tecidos Perda de elasticidade da parede vascular: predisposição para a rotura e hemorragia Alterações do endotélio: predisposição para trombose secundária Arteroesclerose Ateroma e as suas consequências constituem a causa de doença e mortalidade mais comum no mundo ocidental Ateroma afeta: → Artérias de grande e médio calibre (Raro nas artérias com <2mm) → Coronária, carótida, aorta, mesentérica, femoral vertebrobasilares → Artérias expostas a altas pressões como na circulação sistémica → Ausente nas artérias circulação pulmonar → Ausente nas veias Ateroma É uma doença da íntima das artérias Acumulação de material rico em lípidos com reação celular associada/inflamatória Lesão denomina-se de placa Doenças Arteriais Marta Coelho 2021/22 14 Localizada na íntima, mas com repercussão na estrutura transmural e funcional da média Aspeto macroscópico varia com estadio de evolução Ateroma patogénese Lesão do endotélio associado a fatores de risco: → Hiperlipidémia → Hipertensão arterial → Diabetes Mellitus → Hábitos tabágicos Entrada de colesterol e lipoproteínas da baixa densidade, ricas em colesterol (LDL) Lípidos são fagocitados pelos macrófagos da íntima By-pass do up-take de lipídios mediado por recetores Oxidação das LDL Acumulação excessiva de lipídos nos macrófagos Aparecimento da mancha lipídica Com a acumulação e de lípidos por parte dos macrófagos, ocorre a sua libertação para a íntima Libertação de citoquinas pelos macrófagos Estimulação da proliferação miofibroblastos do tecido conectivo da íntima Produção de colagénio com formação de fibrose Lesão torna-se elevada e amarela Com o desenvolvimento da placa há atrofia por pressão da média e rotura da elástica Aumento de colagénio aumenta a densidade fibrótica da placa Coloração amarela e branca – placa fibrolipidica Com o avanço da placa ocorrem lípidos livres e intra- macrofágicos Colagenização da lesão enfraquece a média e a parede arterial Endotélio frágil com consequente ulceração Estimulado agregação de plaquetas e formação de trombo Consequências clinico-patológicas do ateroma – A placa de ateroma produz doença de várias formas: → Redução do fluxo sanguíneo através das artérias → Predisposição trombótica → Hemorragia para a placa → Enfraquecimento da parede vascular com consequente formação de aneurisma Marta Coelho 2021/22 15 Doença Cardiovascular Aterosesclerótica Doença inflamatória crónica + formação de placas de ateroescelrose, há aumento da espessura da íntima por histiócitos, linfócitos, formando a mancha lipídica tem ausência de fibrose Tem progressão com fibrose com aumento da espessura da média e alterações degenerativas média, inflamação adventícia, fibrose da parede vascular, calcificação distrófica Trombo mural Complicação da ateroesclerose: Aneurisma – Def: dilatação do vaso, 50% > à dilatação normal Vasculites Doença inflamatória não infeciosa da prede do vaso e tecidos circundantes Tumores Vasculares Benignos • Hemangioma • Hemangioma sinovial • Hemangioma venoso • Hemangioma/malformação artério-venosa Intermédios (Localmente agressivos/metastização rara): • Sarcoma de Kaposi • Hemangioendotelioma Retiforme • Hemangioendotelioma papilar endolinfático • Hemangioendotelioma composto • Hemangioendotelioma pseudomiogénico Maligno • Angiosarcoma • Hemangioendotelioma Epitelióide Insuficiência Cardíaca Desenvolve-se quando o coração não consegue manter a circulação que permita suprir a necessidades metabólicas. Exclui-se a insuficiência cardíaca gerada pela perda de volémia (sangue e/ou fluídos) Dois grupos de causas: • Doenças que exigem maior carga ao coração (hipertensão, doenças valvulares) • Doenças que lesam o músculo cardíaco (isquémia) Insuficiência cardíaca aguda Início súbito/abrupto Falha súbita do esvaziamento das câmaras cardíacas Falha na dilatação das câmaras Ausência de mecanismos de compensação em tempo útil • Hemangioma epitelióide • Angiomatose • Linfangioma Doenças do Coração Marta Coelho 2021/22 16 Colapso circulatório com baixa pressão sanguínea – Choque cardiogénico Insuficiência cardíaca crónica Instalação paulatina da patologia, com agravamento progressivo Maior impacto sistémico do que no próprio coração Manifestações semiológicas: • Cansaço • Dispneia • Edema Agudização da insuficiência cardíaca: Descompensação dos mecanismos de compensação Mecanismos de compensação face à perfusão inadequada: • Dilatação do ventrículo para contrair eficazmente • Constrição das arteríolas com redistribuição do fluxo sanguíneo • Ativação dos SNA simpático do sistema renina –angiotensina com retenção de água e sal e alteração do tónus vascular • Dessensibilização do músculo cardíaco à estimulação simpática Insuficiência cardíaca crónica esquerda Bomba cardíaca insuficiente Falha do esvaziamento completo do ventrículo durante a sístole Esvaziamento incompleto leva: • Aumento da pressão dentro da câmara cardíaca • Com reflexo a montante (vaso ou câmara cardíaca) Consequências à esquerda: • Dilatação da aurícula esquerda • Aumento da pressão nas veias pulmonares • Aumento da pressão nos capilares pulmonares • A elevação da pressão no sistema capilar pulmonar • Saída de fluido do sangue para o interstício pulmonar e saco alveolar, preenchendo-o com transudado (baixo teor em proteínas) Edema pulmonar (Manifestação: dispneia) A jusante do coração: • Insuficiência de sangue para a aorta e sistema arterial • Hipotensão • Baixa perfusão dos tecidos • Baixa oxigenação Insuficiência cardíaca crónica direita Falha cardíaca direita. Dilatação Aumento da pressão intra-câmara cardíaca Marta Coelho 2021/22 17 Ausência de esvaziamento adequado do sangue venoso sistémico da veia cava superior e inferior para a aurícula direita Aumento da pressão venosa sistémica Manifestações na veia cava superior: Aumento da pressão leva ao ingurgitamento jugular (aumento da pressão venosa jugular) Manifestações na veia cava inferior: → Refletida no sistema venoso hepático e restantes leitos venosos esplâncnicos. → Hepatomegália pela congestão, dolorosa, bordo hepático palpável abaixo do bordo costal direito. Aumento da pressão nas vénulas pequenas e capilares dos membros inferiores + o efeito da gravidade: Aumento da pressão intra-luminal Transudação de fluido para o interstício Causa: Edema subcutâneo, maior expressão inicial na região maleolar Insuficiência cardíaca congestiva Falência direita e esquerda do coração Falência biventricular surge: → Falência cardíaca direita → Secundária à congestão capilar pulmonar permanente e aumento da pressão → Resultante de insuficiência cardíaca esquerda primária Elementos Chave – Insuficiência Cardíaca Insuficiência cardíaca esquerda causa edema pulmonar Principais etiologias da insuficiência cardíaca esquerda são: → Enfarte do miocárdio → Hipertensão → Doença valvular Insuficiência cardíaca direita causa congestão venosa e edema periférico Principais etiologias da insuficiência cardíaca direita são: → Doença pulmonar crónica → Insuficiência cardíaca esquerda Insuficiência cardíaca congestiva é a falha de ambas as lateralidades cardíacas DoençaIsquémia Cardíaca Doença cardíaca mais comum é causada pela isquémia do miocárdio Causa principal: Ateroma das artérias coronárias Miocárdio tem mais massa, maiores necessidades de nutrientes e oxigénio dependentes do aporte vascular arterial. Mais predisposto para a isquémia Marta Coelho 2021/22 18 Complicações precoces: • Episódios subsequentes de distrimia cardíaca (bradisritmia) com bloqueios do nódulo sino- auricular • Desenvolvimento de insuficiência cardíaca esquerda • Rotura da parede ventricular com tamponamento cardíaco • Enfarte dos músculos papilares com disfunção valvular • Formação de trombos murais Complicações tardias: • Insuficiência cardíaca esquerda intratável • Formação de aneurisma na parede ventricular • Síndrome de Dressler, pericardite auto-imune Quatro síndromes principais: Manifestação crónica- Angina estável Manifestação aguda – Angina instável, enfarte miocárdio, morte cardíaca súbita. Angina Estável Pré-cordialgia episódica Ocorre após aumento da carga no ventrículo (Exercício físico), na presença de um obstáculo à perfusão do miocárdio Estenose >50 % em pelo menos numa das coronárias principais (estenose de alto grau) Placas nas artérias coronárias Placa excêntricas Placas concêntricas Doença coronária isquémica causada pela placa de ateroma estimula a formação do trombo. Trombose resulta de: → 25% ulceração superficial do endotélio sobre a placa → 75% fissura da placa, com formação de uma fenda profunda o Precipita o desenvolvimento de um trombo para o lúmen o Precipita hemorragia para o corpo da placa com balonização luminal Estas complicações podem surgir em estenoses de baixo grau sem angor com exercício,prévio – morte cardíaca súbita Marta Coelho 2021/22 19 Angina Instável Síndrome de início súbito de Angina em crescendo/angina instável Aumenta em gravidade e frequência Resulta: • Fissura da placa • Início da trombose • Risco de oclusão trombótica total do vaso Enfarte do Miocárdio Dois padrões de enfarte: Regional (90%) Envolve um segmento da parede do ventrículo Causa subjacente é a formação de um trombo Se a oclusão da artéria que suprime o território é persistente, o enfarte será transmural Se ocorrer a lise do trombo/e ou existir circulação colateral, o enfarte será limitado à zona sub-endocárdica Subendocárdico circunferencial (10%) Envolve a zona subendocárdica do ventrículo Causado por hipoperfusão generalizada da artéria principal Episódios de hipotensão moderada Em artérias já afetadas por estenoses ateroescleróticas críticas Que leva a uma redução crítica do fluxo sanguíneo Zona sub-endoárdica a jusante da artéria não recebe sangue arterial e sofre necrose. A extensão e distribuição do enfarte depende do ramo da artéria coronária ocluído A maioria afeta o ventrículo esquerdo e a região septal Enfarte do ventrículo direito pode ocorrer, mas é muito raro O enfarte (necrose) induz inflamação aguda seguida de organização e cicatrização Evolução: • Progride para enfarte miocárdio • Morte secundária por disritmia ventricular Distribuição do enfarte do miocárdio e vaso envolvido RCA – Artéria Coronária direita LAD – Anterior descendente esquerda LCA – Artéria coronária esquerda LCX – Artéria coronária circunflexa Marta Coelho 2021/22 20 Morte Cardíaca Súbita Sem sintomas de pré-aviso. Instalação súbita e morte logo após o início do processo Disritmia ventricular como a fibrilhação ventricular Sem sintomas de doença coronária isquémica Trombose de novo, súbita com isquémia cardíaca e desenvolvimento súbito da disritmia Patologias mais importantes: o Patologias do desenvolvimento (acarreta efeitos adversos na fertilidade e/ ou predispões a infeções) o Inflamação o Infeção (mais incidente na população mais jovem devido a DST’s e na população mais velha é secundário a patologia prostática) o Infertilidade o Tumores Quais os órgãos principais: o Testículo – Órgão ovóide, par com 20 g num indivíduo adulto, Suspenso no interior do escroto pelo cordão espermático, coberto por cápsula composta por: → Túnica vaginal, exterior, formada por mesotélio, formando uma membrana serosa em fundo de saco, preenchida por líquido → Túnica albugínea formada por colagénio → Túnica vasculosa, interior Secção posterior do testículo não tem cobertura capsular, denominando-se de mediastino e contêm a rete testis extra-testicular, vasos, linfáticos e nervos o Epidídimo o Canal deferente o Vesicula seminal o Próstata o Pénis o Escroto Criptorquidismo Descida incompleta do testículo no seu trajeto habitual até à bolsa escrotal (pode ficar no abdómen ou no trajeto do canal inguinal) Patologia mais frequente e encontra-se em 3% das crianças de termo sendo que é mais frequente nas prematuras Aparelho Genital Masculino Patologia do Desenvolvimento Marta Coelho 2021/22 21 Orquiopexia – Cirurgia para corrigir esta situação Incidência aumentada de – infertilidade porque o testículo retido sofre atrofia e degenerescência do epitélio seminal; tumores de células germinativas com mecanismo desconhecida Anorquismo – Ausência de testículos Poliorquidismo – Presença de mais de dois testículos Fusão esplénico-testicular – Patologia mais rara Restos corticais da glândula supra-renal – Ficam dentro do testículo Hipospádia / Epispádia O meato uretral, localiza-se na extremidade do pénis Hispospádia – Anomalia que se caracteriza por o meato uretral se encontrar na superfície ventral da haste peniana; mais frequente e menos grave. Epispádia – Anomalia que se caracteriza por o meato uretral se encontrar na superfície dorsal da haste peniana; mais rara e envolve o segmento mais longo do pénis e associa-se a extrofia vesical Fimose Anomalia do pénis, em que o prepúcio está estreitado, de forma que não permite a sua retração sobre a glande, até ao sulco balano-prepucial Congénita ou secundária a infeções que causam fibrose no prepúcio Tratamento cirúrgico com circuncisão Parafimose O prepúcio está retraído sobre a glande, e como não reduz, pode causar o estrangulamento da glande. Hérnia Escrotal Inguinal Caso o canal inguinal se mantenha aberto (o mais normal é encerrar e caso não aconteça pode ser genético ou infeção) o conteúdo abdominal pode deslizar para o escroto. Hérnia escrotal pode ser: Congénita ou adquirida (por reabertura do canal) Hidrocelo Acumulação de fluído no escroto entre os dois folhetos da túnica vaginal (túnica é uma extensão do peritoneu) Marta Coelho 2021/22 22 Pode desenvolver-se após infeção no testículo/ epidídimo ou por bloqueio da drenagem linfática. Ou caso estejamos perante doença sistémica com anasarca (inundação de todas as cavidades por edema, ou seja, estamos perante um edema generalizado) Quisto do Epididimo / Espermatocelo – Estrutura quistica preenchida por líquido / esperma Varicocelo – Dilatação por tortuosidade anormal das veias do plexo pampiniforme do cordão espermático Vasculite - Inflamação da parede vascular arterial. Com afeção isolada do testículo é rara. Torção testicular – Provoca dor aguda ou intensa sendo mais normal nas crianças e se não for tratado pode originar o infarto do testículo e a sua consequente lesão. O tratamento é feito através de uma rotação anti-horário. Infarto – Necrose do tecido devido à não irrigação, devido à obstrução do vaso sanguíneo, de sangue. Infertilidade Reversível, dividida por: 1. Pré-Testicular 2. Testicular 3. Pós-Testicular Etiologia endócrina Fatores genéticos Biópsias do parênquima testicular podem apresentar: Aplasia de células germinativas Paragem da maturação Espermatogénese normal (aponta para uma causa pós- testicular/obstrutiva Etiologia obstrução Esterilidade– Não reversível Infertilidade Inflamação do epidídimo e do testículo Alvos por disseminação hematogéna ou por via ascendente, através da uretra e canal deferente Patogéneos mais importantes incluem: → Doenças sexualmente transmitidas, Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoae, Ureaplasma urealyticum – mais jovens → Uropatogéneos como a Echerichia coli, Pseudomonas aeroginosa, Klebsiella, são agentes de epididimorquite, no grupo etário com patologia prostática associada – mais velhos → Vírus como o paramixovírus (papeira), atinge o testículo por via hematogénea e adere ao parênquima pelo seu tropismo, originando uma orquite Infertilidade Inflamação da glande. Mais típico em homens não circuncidados (Balanopostite) Inflamação / Infeção Marta Coelho 2021/22 23 Bacteriana, não específico, associado à má higiene Balanopostite – Inflamação da glande com extensão ao prepúcio Ulceração da glande Herpes genital (HSV2): vesículas que ulceram posteriormente e curam formando crosta Sífilis: infeção por Treponema pallidum, que causa ulceração (cancro sifilítico) Cancróide: úlcera dolorosa, com inflamação de gânglios inguinais (linfadenite) associada, causada por Hemophilus ducreyi Gonorreia Infeção devido a Neisseria gonorrheae – Bactéria redonda, diplococo, e localiza-se no interior dos Neutrófilos Característica – Corrimento uretral purulento Doença de Peyronie Curvatura anómala e dolorosa durante ereção Fibromatose da túnica albugínea da haste peniana e de etiologia desconhecida Neoplasias mais frequentes: → Tumor do testículo – homens abaixo dos 40 anos → Neoplasia da próstata – homens acima dos 40 anos → Neoplasias dos testículos Neoplasias do Testículo Pouco frequentes Mais incidente na 4ª década de vida Raros antes da puberdade e nos idosos Normalmente têm origem nas células germinativas e normalmente são malignos Marcador serológico – Alfa-fetoproteína (alfa-FP) e Gonadotrofina coriónica humana (hCG) Cura – tem uma taxa de cura elevada após cirurgia e quimioterapia Fatores de Risco: → Criptorquidismo (aumenta 10x) → Anomalias cromossómicas (ocorre em 25% dos testículos disgenéticos) Histogénese → Células germinativas intra-tubulares (provável na espermatogónia ou célula germinativa primordial) → Transformação maligna acompanhada por alteração histomorfológica distinta e é reconhecida histologicamente como carcinoma in-situ ou neoplasia germinativa intratubular Neoplasias Marta Coelho 2021/22 24 Neoplasia germinativa intra-tubulares / carcinoma in-situ Células aumentadas com núcleo hipercromático e aumento do citoplasma pelo aumento de glicogénio. As células neoplásicas primeiramente permanecem no túbulo e depois é que iniciam a invasão dos túbulos adjacentes. Lesão in-situ só é observado em material de biópsia. Os tumores de células germinativas dividem-se: Seminomas Tem apenas um tipo de célula com um citoplasma claro abundante, preenchido por glicogénio Citoarquitectura lobular está delimitado por feixes de colagénio que contem infiltrado inflamatório linfoplasmocitário Em termos macroscópicos é sólido, branco-amarelado com um aspeto lobulado Metastização ganglionar – grupos linfáticos lombo-aórticos População jovem Massa escrotal Com prognóstico precoce tem uma boa taxa de cura Não seminoma Histologia variável A célula de origem é a célula do carcinoma embrionário prolifera sem se diferenciar originando o carcinoma embrionário Quando diferencia: → Célula somática (tecido neural ou cartilagíneo) → Célula do tecido extraembrionário Teratocarcinoma – Grupo heterogéneo de tumores Célula do Carcinoma embrionário: → Coriocarcinoma – diferencia em célula trofoblástica → Carcinoma do Saco Vitelino → Teratoma – diferencia em célula somática Marcador serológico – Alfa-fetoproteína (alfa-FP) e Gonadotrofina coriónica humana (hCG) Metastização ganglionar – mais precoce População jovem Massa escrotal Com prognóstico precoce tem uma boa taxa de cura Tumores mistos Componente maligna de seminoma e não seminoma Potencial biológico – depende do componente germinativo não seminomatoso Terapêutica é igual ao não seminoma Marta Coelho 2021/22 25 Carcinomas embrionários, carcinoma do saco vitelino e coriocarcinomas puros, são raros Apresentam-se como teratocarcinomas contendo carcinoma embrionário e outro componente maligno que se diferencia das células de carcinoma embrionário Carcinomas embrionários puros constituem 3% dos tumores de células germinativas Coriocarcinomas puros 1% e os carcinomas do saco vitelino, são praticamente inexistentes Tumor do Saco Vitelino Tumor do seio endodermico Surge em crianças com menos de 4 anos Células assemelham-se a tecido vitelino e é um tecido não presente no adulto uma vez que involui à 16º semana Citoarquitectura variável, mas forma estruturas glomerulóides denominadas de corpos de Schiller- Duval Marcadores serológicos – alfa FP e hCG Taxa de cura soberba Tumores das células do Cordão Sexual – 5% dos tumores primários do testículo Tumor das células de Leydig Massa sólida de células bem diferenciadas com um núcleo redondo e com um citoplasma eosinófilo bem desenvolvido Apresenta uma estrutura cristaloide que se denomina cristaloide de Reinke Pode surgir em qualquer idade Maioria é benigno Os raros tumores malignos são de baixo grau A histologia não permite determinar a diferença de maligno/ benigno Hormonalmente ativo, mas inativo, e secreta normalmente: → Androgénios que podem originar o processo de puberdade prematura, macrogenitossomia (desenvolvimento precoce e exagerado dos órgãos genitais (em especial os masculinos) e do corpo. A sua causa é atribuída a perturbações provocadas por um tumor da hipófise, do córtex suprarrenal ou do testículo), em rapazes pré-pubertários → Estrogénio que pode causar ginecomastia no adulto Tumor das Células de Sertoli – Formam túbulos ou estruturas cordonais que estão envolvidas por membrana basal Tumores mais frequentes no idoso Neoplasia metastática com envolvimento por linfoma (não primário do testículo), próstata, ou cancro gastrointestinal Tumor do cordão sexual e de células germinativas - raros Marta Coelho 2021/22 26 Tumores do Pénis Comum em países em vias de desenvolvimento A maior parte dos tumores são epiteliais das células pavimentosas e por isso – Carcinoma pavimentocelular Fator de Risco: • Infeção por HPV • Má higiene Apresentam-se como – úlcera ou placa dura na superfície mucosa Tumor de Buschke e Lowenstein ou Condiloma gigante – Tumor exofítico verrucoso Metastização – ganglionar inguinal e com taxa de sobrevivência de 5 anos Doença de Bowen Doença neoplásica da célula pavimentosa quando a lesão in-situ se situa na pele da haste peniana. Não há evidência de invasão da camada basal Eritroplasia de Queyrat Doença neoplásica da célula pavimentosa quando a lesão in-situ se situa na mucosa da glande sob a forma de uma placa vermelha. Não há evidência de invasão da camada basal. Condiloma Acuminado Verruga genital provocada pelo vírus do papiloma humano Desenvolvem-se na glande ou na pele da haste peniana → Feixe fibrovascular → Revestido por epitélio pavimentos hiperplásico (com acantose, papilomatose, hiperqueratose, disqueratose e hipergranulosa) → Presença de efeito citopático viral (coilocitose: halo peri-nuclear, membrana nuclear irregular e cromatina em aglomerado) Vírus de isotipo não oncogénico o que quer dizer que não se torna displasia/ malignidade. Condiloma Lata – Distingue da lesão sifilítica Hiperplasia Nodular da Próstata Patogénese desconhecida e é mais comum em grupos etários mais avançados A alteração hormonal na razão testosterona/ estrogénio que ocorre no idoso condiciona uma proliferação da parênquima prostático da zona central(peri-uretral) Tanto o aumento de estrogénio como a diminuição de testosterona têm uma etiologia desconhecida e também não se sabe porque acontece ma parte central Sabe-se apenas que não é uma lesão pré-maligna Hiperplasia Nodular (epitelial e estromal) prostática Glândula aumentada, nodular, firme, mas elástica Ocorre a expansão nodular na porção central que acaba por comprimir a zona periférica da próstata, formando uma cápsula cirúrgica, onde se destaca facilmente o componente central Marta Coelho 2021/22 27 A glândula hiperplástica apresenta células cuboidais, com projeção endoluminal sendo que as estruturas da glândula se mantêm Estroma contêm células fibroblásticas e miofibroblásticas hiperplásicas Consequências da obstrução urinária: A uretra fica deformada e existe uma protusão do componente mediano na parede vesical Cistite, litíase na urina estagnada e infetada, prostatite, Epididimorquite, hidrouretere e hidronefrose Adenocarcinoma da Próstata Mais frequente do sexo masculino sendo a 2º causa de mortalidade relacionada logo a seg uir ao cancro de pulmão e mais comum em idade avançada As hormonas têm um papel na génese deste tumor uma vez que não se verificou com a castração pré-pubertal Rastreio – nível de PSA (antigénio específico da próstata) Metastização – ganglionar regional comum, coluna lombo sagrada (óssea é frequente e devido a serem osteoblásticas aumenta o nível sérico de fosfatase alcalina) Tumor invade vesículas seminais, bexiga, nervos e órgãos adjacentes na bacia (bexiga, reto) Diagnóstico é realizado em biópsia, ecografia, TAC e avaliando níveis de PSA. Terapêutica → Prostatectomia radical – pode provocar disfunção eréctil ou incontinência → Radioterapia → Hormonoterapia Tumores malignos de baixo grau, com extensão muito limitada em biópsia (até 30% do cilindro de biópsia), podem fazer “esperoterapia” Classificação de Gleason • Graduar o adenocarcinoma prostático • Alto grau – letal • Baixo grau – tem bom prognóstico Prognóstico depende do estadio e grau de Gleason do tumor: → Tumores de baixo grau e localizados, têm sobrevidas a 1 ano de 95% → Tumores de alto grau, não localizados, têm 50% de sobrevida a 5 anos → Tumores com metastização óssea, mau prognóstico (2-3 anos de sobrevida) Carcinoma Prostático Oculto – Neoplasia clinicamente inaparente, mas encontrada microscopicamente em autópsia ou biópsia aleatória. Marta Coelho 2021/22 28 Insuficiência Respiratória Função respiratória normal, mantêm gases sanguíneos dentro dos limites fisiológico PaO2 normal = 80-100 mmHg PaCO2 normal = 35-45 mmHg Presença de um nível baixo de oxigénio no sangue é def inida por PaO2 < 60 mmHg Tipo I → PaO2 < 60 mmHg → PaCO2 normal Causas → Diminuição do estímulo respiratório central (“drive”) → Obstrução das vias aéreas → Doenças pulmonares impeditivas da troca gasosa → Alterações mecânicas da ventilação Análise dos gases sanguíneos- Gasometria Avaliação gravidade e tipos de Insuficiência Respiratória Sinal clínico direto de Insuficiência Respiratória: Cianose central – Detetada quando PaO2< 50 mmHg, numa pessoa com nível de hemoglobina normal Perda de consciência – Detetada quando PaO2< 30 mmHg Doenças da condução do ar e ventilação cursam com com hipóxia (<PaO2) e retenção de CO2 (hipercápnia) Hipóxia apenas (em ambiente com pressão de O2 normal), incongruência entre ventilação e perfusão; ventilação normal Falha na difusão de gases por espessamento da membrana do alvéolo leva a hipoxémia, sem hipercapnia Hipertensão pulmonar Quando PaO2 < 60mmhg Vasoconstrição pulmonar Aumento da pressão arterial pulmonar Aumento do trabalho no ventrículo direito Cronicidade Proliferação na íntima das artérias Oclusão luminal Hipertrofia ventricular direita Tipo II → PaO2 < 60 mmHg → PaCO2 aumentada > 50 mmHg Po l ic i temia Est imu lação de produção de er i tropo ie t ina pe lo r im Aumento da v iscos idade do sangue, aumento r isco de trombose Hipercápn ia quando grave Tremor Vasod i la tação Pu lso “water hammer” Coma Aparelho Respiratório Marta Coelho 2021/22 29 Atelectasia Colapso do pulmão Causas: → Obstrução da via aérea, consequente reabsorção de ar no pulmão distal → Compressão extrínseca por líquido na cavidade pleural → Cicatriz com contração do pulmão e colapso → Perda de surfactante, nos alvéolos, leva a microatelectasia. Edema Pulmonar Causa principal: Insuficiência ventricular esquerda Aumento da pressão nos capilares alveolares Fluido passa dos capilares para o espaço intersticial do pulmão Aumento de fluido nos capilares linfáticos Aumento da rigidez pulmonar –sensação subjetiva de dispneia Situação pode estabilizar durante algum tempo até o agravamento da insuficiência ventricu lar Fluido escapa do espaço intersticial para o espaço alveolar, com diminuição da função respiratória Aumento da pressão nos capilares alveolares, leva à sua rotura, com hemorragia Hipertensão pulmonar Aumento da pressão arterial pulmonar causa alterações estruturais irreversíveis nos vasos Hipertrofia na camada muscular arterial e venosa (arterialização) Proliferação na íntima com oclusão luminal Macrófagos alveolares com hemosiderina acumulam-se na íntima Fibrose no interstício do pulmão Aumento na carga ventricular direita com consequente insuficiência cardíaca direita (cor pulmonale) Causas: → Fibrose pulmonar → Congestão pulmonar venosa crónica → Doença pulmonar crónica obstrutiva Embolia pulmonar Oclusão da artéria pulmonar por trombo-embolo com origem nas veias profundas dos membros inferiores Enfarte pulmonar (10%), circulação dupla protege impede a necrose isquémica Trombo-embolos recorrentes lesionam a vascularização pulmonar com consequente hipertensão pulmonar Trombo-embolismo pulmonar maciço leva a insuficiência cardíaca direita aguda, mortal Doença Vascular e Hemodinâmica do Pulmão Marta Coelho 2021/22 30 Vasculite pulmonar/angeíte Infiltração inflamatória dos vasos pulmonares, com destruição do vaso Consequente necrose do parênquima pulmonar (vasculite necrotizante) Granulomatose de Wegener (nariz, pulmão rim) Síndrome Churg-Strauss (pulmão, infiltração eosinófila) Elementos Chave Edema pulmonar é causado por insuficiência ventricular esquerda Hipertensão pulmonar causa insuficiência cardíaca direita/cor pulmonale Trombo-embolismo pulmonar é causado por trombose nas veias profundas dos membros inferiores Êmbolos pulmonares de grandes dimensões causa insuficiência cardíaca direita aguda Infecções do trato respiratório baixo: → Brônquio → Alvéolo Importante causa de morte e morbilidade Inflamação do brônquio e bronquíolo é frequente Auto-limitada de etiologia viral Influenza causa traqueobronquite com necrose do revestimento epitelial mucoso Brocopneumonia Infeção primária centrada no Brônquio, que se dissemina para os alvéolos adjacentes Alvéolos preenchidos por exsudado Inflamatório Padrão de consolidação multifocal Áreas firmes sem ar, cor escura acinzentada Pneumonia Inflamação de etiologia infeciosa com consolidação do pulmão Microrganismo entra diretamente para o espaço aéreo distal, em vez de colonizar o brônquio Disseminação pelo alvéolo e bronquíolo com acumulação de exsudado inflamatório no espaço aéreo Macroscopicamente o espaço fica consolidado desprovido de ar Doenças Infeciosas Marta Coelho 2021/22 31 Classificação patológica Brocopneumonia Pneumonia Classificação Microbiológica Determinada pelo agente etiológico Bactérias gram + ou – Virais Fúngicas Pneumonia adquirida na comunidade Etiologia: Bactérias Gram + Streptococus pneumoniae Bacteriémia acompanhante 25% de mortalidade Doentes com DPCOe crianças Haemophilus influenzae Legionella 5% de casos Pneumonia por mycobacteria tuberculosis, estratos sociais desfavorecidos/países em vias de desenvolvimento Pneumonia nosocomial Adquirida em ambiente hospitalar, após permanência de 2 dias ou superior 5% de todos os doentes, e em particular idosos, doenças graves, fumadores, defesa pulmonar diminuida por inconsciência/anestesia Etiologia: Bactérias Gram – Klebsiela, E. coli, Pseudomonas, Proteus, Serratia Diagnóstico pode ser dificil pela cultura, devido à colonização das vias aéreas por Gram –(s) após a admissão hospitalar Pneumonia por aspiração Episódios de regurgitação por inconsciência/doentes com doença neuromuscular (pós AVC, degenerativa) Aspiração para as vias respiratórias Ácido gástrico causa pneumonia química, que conduz ao ARDS - Síndrome de dificuldade respiratória no adulto Conteúdo alimentar estimula resposta inflamatória tipo corpo estranho no pulmão Bactérias arrastadas das vias aéreas superiores, causam a infeção Abcesso pulmonar é a complicação habitual Pneumonia atípica Caratarizada por inflamação dos septos alveolares em contraste com o exsudado inflamatório no espaço aéreo Padrão de pneumonite intersticial aguda Causas: → Vírus → Chlamydia Classificação clínica Doença adquirida na comunidade Nosocomial (adquirida em ambiente hospitalar) Doença adquirida em ambientes especiais Doença em doentes imunodeprimidos Aspiração Marta Coelho 2021/22 32 → Rickettsia Ausência de consolidação pulmonar, típica na pneumonia lobar e broncopneumonia Febre, tosse seca, dispneia Pneumonia viral Caracterizada por inflamação dos septos alveolares Padrão de pneumonite intersticial mediada por células inflamatórias linfóides Autolimitada na maioria dos casos Casos graves, lesão do revestimento alveolar, com exsudação de fibrina para o espaço aéreo e desencadeamento de ARDS - Síndrome de dificuldade respiratória no adulto Causa: → Influenza → Citomegalovirus Pneumonia fúngica Observam-se em doentes imunodeprimidos Exposição de pessoas saudáveis, a agentes específicos, em ambientes especiais, como áreas geográficas particulares Agentes: → Aspergillus → Histoplasmose, coccidiomicose, esporotricose → Criptococus → Candida Pneumonia adquirida em ambientes especiais Infeções pulmonares associada a exposição ambiental, pouco habitual a um determinado agente etiológico Legionella – Pneumonia adquirida após exposição em edifícios com ar condicionado ou armazenamento de água contaminado Psitacose – Exposição a excrementos de aves contaminados Histoplasmose – Inalação de esporos em áreas endémicas Pneumonia oportunista em doente imunodeprimido Infeção por agentes oportunistas, que na população saudável são comensais, inócuos, ou causam doença subclínica Agentes bacterianos habituais causam infeções mais graves Infeções por micobactérias Virais como CMV, herpes simplex Fungos como candida e aspergillus Protozoários como o pneumocystis carinii → Sarampo → Varicela Marta Coelho 2021/22 33 Fatores Chave - Pneumonia Pneumonia lobar dissemina-se através dos alvéolos, envolvendo todo o lobo ou lobos Brocopneumonia desenvolve-se por disseminação da infeção traqueo-bronquica Pneumonia atípica causa inflamação intersticial no pulmão Diferentes microrganismos causam infeção adquirida na comunidade (Streptococus pneumoniae Haemophilus influenza) /em oposição com as nosocomiais (Gram -) Exposição ambiental pouco habitual é um fator determinante na doença do legionário, psitacose e pneumonias fúngicas Pneumonia de aspiração resulta de lesão química e infeciosa Infeções oportunista atingem os doentes imunodeprimidos Bronquiectasia Dilatação anormal da árvore brônquica Tosse recorrente Hemoptise Expetoração de grande quantidade de secreções infetadas Predispõe à infeção Episódios recorrentes de infeção, nas bases Patogénese da bronquiectasia Interferência com a drenagem das secreções brônquicas • Obstrução da vias aéreas proximais • Anomalia na viscosidade do muco brônquico • Síndrome dos cílios imóveis, que leva à estagnação das secrecções brônquicas Infeção persistente/recurrente com enfraquecimento da parede brônquica • Predisposta pela retenção de secreções • Estados de imunodeficiência • Em muitos casos a etiologia não é encontrada – Bronquiectasia idiopática Abcesso Cavidade com 1-3 cm de diâmetro, preenchida por pús Delimitada por parede fibrótica e parênquima pulmonar em organização Causa: • Enfarte pulmonar com infeção secundária, • Pneumonia aguda, não resolvida, • Aspiração de conteúdo gástrico • Bronquiectasia Complicações: • Rotura para a pleura com empiema e pneumotórax • Hemorragia por erosão da parede de um vaso • Abcesso cerebral, secundário a bacteriémia Marta Coelho 2021/22 34 Que estruturas normais, se incluem na categoria de cabeça e pescoço? É um termo coloquial para a face e estruturas anatómicas subjacentes do aparelho respiratório e digestivo, ouvido e órgãos do pescoço. Quais são as patologias principais da cabeça e pescoço? → Doenças dentárias de etiologia inflamatória/infeciosa → Doenças da boca → Glândula salivar → Nariz Este tipo de patologia é transversal para todas as patologias infeciosas/ inflamatórias e que vão depender: Natureza da Resposta do hospedeiro desencadeada pelo patogénico que vai determinar a patologia de uma determinada infeção 1. Inflamação local vai produzir lesão no tecido local 2. Com a inflamação sistémica vai resultar manifestações do choque séptico/ sépsis 3. A gravidade do choque depende do grau de resposta do hospedeiro ao estímulo 4. Resultado da infeção – depende do equilíbrio entre a resposta do hospedeiro na eliminação eficaz do patógeno 5. Resposta inflamatória excessiva – incapacidade de eliminação eficaz do patógeno que vai resultar na lesão tecidular e mais tarde doença Cárie Doença dentária caracterizada pelo decaimento da enamela e dentina, por ação das bactérias Patogéneo mais importante, é Streptococcus mutants, produtor de ácido, que prolifera na saliva que contêm resíduos de açúcar. A aderência da bactéria à superfície dentária é facilitada pela presença de placa Placa – Forma-se na superfície da enamela, através da calcificação de detritos alimentares e epitélio descamado da superfície mucosa. Complicações da Cárie A destruição da enamela e da dentina permite a entrada das bactérias na polpa e sua extensão para o osso e extremidade da raiz. → Ouvido → Faringe → Neoplasias Streptococcus mutants É uma espécie de bactérias Gram-positivas com morfologia de coco, pertencentes ao género Streptococcus, do grupo A de Lancefield. Cabeça e Pescoço Patologia Inflamatória Marta Coelho 2021/22 35 Pulpite aguda – Infeção da cavidade central do dente com associação de dor. Abcesso apical – As bactérias estendem-se da polpa → osso que circunda a raiz do dente, é doloroso. Formação de pus/abcesso que pode drenar para a cavidade oral pela vertente lateral do dente afetado. Granuloma peri-apical – Granulação do tecido que se desenvolve dentro do abcesso peri-apical em resolução. Quisto radicular – Pseudo-quisto que fica revestido pelo epitélio da gengiva devido ao seu crescimento. Pseudo-quisto – Se o pus no abcesso for reabsorvido a cavidade mantêm-se e não tem revestimento epitelial. Periodontite Inflamação do recesso periodontal, envolvendo a gengiva, membrana periodontal, osso alveolar e alvéolo dentário Associada a gengivite, piorreia (pus em drenagem do alvéolo dentário), reabsorção do osso peridental, alargamento da contenção do dente e perda da peça dentária Causa mais frequente de perda de peças dentárias Estomatite Inflamação da boca causada por mecanismo imunológicoou secundária a infeção As causas infeciosas têm um espectro etiológico abrangente: Doenças infeciosas mais comuns que afetam a boca e orofaringe Doença / Agente Lesão Vírus herpes simplex 1 (hsv-1) Herpes labial (afta); Gengivoestomatite Vírus coxsakie a Herpangina Sarampo (morbilivirus paramixovírus) Manchas de koplik (na periferia do ducto parotídeo) Mononucleose infeciosa (ebv) Faringite exsudativa; aAdenomegálias; Leucoplasia cabeluda (HIV) Faringite eritemato-pultácea (s. Pyogenes) Faringite exsudativa / amigdalite Difteria Faringite pseudomembranosa Candidíase oral (candida albicans) Sapinhos/thrush Sífilis (treponema pallidum) Cancro duro da sífilis primária Angina de Vincent (spirocheta vincent) Gengivite e faringite (boca da trincheira) Angina de ludwig Celulite por disseminação de faringite Estomatite aftosa Úlcera com etiologia variada/desconhecida • Viral • Bacteriana • Fúngica Marta Coelho 2021/22 36 Vírus Herpes Simplex 1 (HSV-1) O herpes labial é caracterizado por uma infeção que forma vesículas no lábio (herpes labialis) que pode disseminar-se originando uma gengivoestomatite. Estas vesículas sofrem rotura e transformam- se em úlceras que acabam por ser cobertas espontaneamente formando uma crosta Este vírus tem tropismo para o tecido neural periférico Recorrência do herpes: 1. Começa por migrar através do nervo facial com a finalidade de se alojar no gânglio de Gasser do nervo trigémeo ficando depois num estado de dormência por um período indefinido 2. Quando reativa sai do gânglio de Gasser do trigémeo e migra através do nervo facial para a pele e mucosa do lábio e manifesta-se através de vesículas que coalescem e são dolorosas 3. Esta reativação pode ser secundária a uma infeção viral prévia como uma coriza, aparecendo no decurso do período febril (‘’aftas da febre’’) Coriza – Inflamação catarral da mucosa das fossas nasais com derrame mucoso ou de muco purulento pelas ventas Tropismo – Movimento ou progressão de seres vivos inconscientes por causas ligadas ao meio; desenvolvimento de um organismo numa dada direção, sob a influencia duma excitação exterior, como luz, calor, etc. Hiperanfina Doença vesiculo-ulcerativa da mucosa oral Afeta principalmente crianças e em epidemias Causas – vírus Coxsakie A Desenvolvimento – Começa com a formação de pápulas eritematosas e vesículas na úvula, palato mole e amígdalas; lesões dolorosas que ulceram Curam de forma espontânea entre 2-5 dias Estomatite aftosa Existência de úlceras pouco aftosas na mucosa oral Etiologia – desconhecida e que pode recorrer meses ou anos após o episódio inicial Estas patologia afeta principalmente estruturas móveis da boca (superfície mucosa do lábio, mucosa oral ou língua) Existe 2 tipos: → Minor - <5mm e duram dias e curam sem presença de cicatriz → Major - >10mm e duram mais tempo, mas existe presença de cicatriz Úlceras Herpéticas afetam as gengivas Faringite Eritemato-Pultácea A faringite e amígdala são exsudativa/ ‘’transpiram’’ Causa – S. pyogenes e grupo A dos Beta-hemolíticos mas >50% pode ser de etiologia viral Marta Coelho 2021/22 37 Apresentação – Odinofagia, febre, adenomegálias cervicais; faringe eritematosa com exsudado fibrinoso-amarelado a cobrir as amígdalas Presença de anticorpos anti-estreptolisina O que são detetáveis no sangue Exsudar – expelir/ saída em forma de gotas ou suor Angina de Vincent Também designada de ‘Boca de Trincheira’ Causa – Spirocheta vincent, bactérias anaeróbias (espiroquetas e fusobactérias) Normalmente devido a uma má higiene oral Sintomas – febre, halitose pútrida, gengivorragia (hemorragia fácil ao toque das gengivas) Existência de úlceras nas papilas interdentárias, com exsudado fibrino-purulento Simula a Faringite Eritemato-Pultácea quando se estende à orofaringe Angina de Ludwig Etiologia – polimicrobiana Desenvolve-se rapidamente em que o ponto de partida é uma infeção/ abcesso dentário peri -apical que pode mais tarde disseminar-se para a fáscia e músculos do pescoço Edema cervical, dor, celulite, febre alta Pode comprimir estruturas cervicais como laringe o que provoca disfonia e dispneia Gengivorragia – Hemorragia das gengivas Celulite – Inflamação do tecido subcutâneo, que se manifesta pela formação de nódulos subcutâneos e por sensibilidade dolorosa à pressão; infeção do tecido subcutâneo, mais frequente nos membros inferiores; inflamação dos tecidos moles Hiperemia – Congestão sanguínea de um órgão Eritema – Dermatose caracterizada por manchas vermelhas de tamanho variável, em diversas regiões do corpo Sapinhos / Candidíase Oral Causa – Candida albicans que faz parte da flora saprófita da cavidade oral Existência de pseudomembranas brancas, são facilmente removíveis com uma espátula, que cobrem a superfície mucosa da boca e língua ou outra zona da orofaringe. Com a remoção é revelado mucosa hiperemiada subjacente. Doentes: → Imunosuprimidos → Diabéticos Sialoadenite Inflamação da glândula salivar Parótida é a maior glândula salivar e a mais frequentemente afetada Forma aguda ou crónica de inflamação Aumento da glândula salivar → Após antibioterapia de largo espectro → Doentes em quimioterapia Marta Coelho 2021/22 38 Dolorosa à palpação A inflamação pode altera a produção de saliva: → Sialorreia: aumento de saliva → Xerostomia: diminuição/ cessação da produção de saliva Parotidite Viral: Forma mais frequente é papeira (vírus da papeira). Outros vírus como EBV, parainfluenza, CMV e HIV. Parotidite Supurativa: Infeção bacteriana ascendente pelo ducto salivar da parótida, em casos de xerostomia, má higiene, anestesia, fármacos anticolinérgicos. Parotidite Autoimune: Síndrome de Sjorgen afeta glândulas salivares e lacrimais (forma primária) Pode ser secundária ao Lúpus eritematoso. Síndrome de Mickulicz Edema crónico e doloroso nas glândulas salivares e lacrimais Secundário ao Síndrome de Sjorgen Sarcoidose Tuberculose Diagnóstico por biópsia, para exclusão de neoplasia epitelial ou linfoide Rinite Inflamação comum do trato respiratório superior Localizada nos seios perinasais Consequência da sobre-infeção bacteriana Secundária a inflamação do trato respiratório superior Agentes bacteriano frequentes Streptococcus pneumonia, Haemophilus influenza Infeção supurativa, com acumulação de pus dentro da cavidade sinusal, com dor, febre e drenagem purulenta. Otite média Inflamação do ouvido médio Complicações da Otite Média Perda de audição - consequência da perfuração do tímpano, lesão dos ossículos ou nervo Colesteatoma - lesão expansiva que resulta do crescimento do epitélio pavimentoso para o ouvido médio, através da perfuração da membrana timpânica. As células produzem queratina, que estimula por seu lado uma reação inflamatória crónica, de tipo corpo estranho com células gigantes. As consequências do colesteatoma são as infeções secundárias e erosão óssea Disseminação intracraniana da infeção - otite média grave pode disseminar-se causando meningite ou abcesso epidural, subdural ou intracerebral Marta Coelho 2021/22 39 Formas de apresentação: Otite serosa média aguda Cavidade do ouvido médio preenchida por transudado Diferença de pressão exterior / cavidade do ouvido médio (Barotite média) O ar necessita de entrar pela trompa de Eustáquio para equilibra a pressão (mergulho, descida de avião) Obstrução da trompa de Eustáquio (Alergia), a pressão não se igualiza Dor, hemorragia, transudado Miringite infeciosa Inflamação envolve a membrana timpânico Hipoacusia (perda de audição) Causada por vírus, micoplasma, Streptococcus pneumonia Otite supurativa média aguda Etiologia bacteriana (Streptococcus pneumonia) Pus acumula-se no ouvido médio Causa protusão do tímpano e perfuraçãoNão resolução do processo infecioso, evolui para otite média crónica serosa Pus é reabsorvido, persistindo líquido seroso Associado a obstrução da trompa de Eustáquio Otite supurativa média crónica e mastoidite Infeção bacteriana persistente Drenagem crónica pela membrana timpânica com rotura Destruição dos ossículos Perda de audição Extensão da infeção para a mastoide e consequente destruição Otite média crónica Inflamação persistente após a infeção aguda Associada a perfuração timpânica Formação de tecido de granulação, que pode partir pelo orifício da perfuração do tímpano, formando um pólipo inflamatório Otosclerose Doença autossómica dominante Imobilização dos ossículos para a janela oval do ouvido médio Causa mais frequente de hipoacusia por condução Labirintite Etiologia viral Inflamação do ouvido interno Marta Coelho 2021/22 40 Vírus da rubéola e papeira nas crianças CMV em imunocomprometidos Doença de Ménière De etiologia desconhecida Episódios recorrentes de vertigem – resolvem espontaneamente, algumas horas depois Perda auditiva sensorial Acufenos Vómitos Associado a distensão do sistema endolinfático coclear, perda de fluido endolinfático para a perilinfa Perda de audição é permanente Manifestações orais da SIDA Gengivite na forma de eritema gengival ou periodontite ulcerativa necrotizante Candidíase oral Estomatite aftosa persistente Leucoplasia oral cabeluda (EBV) nos bordos laterais da língua (mais frequente), ou noutros locais Sarcoma de Kaposi, placas eritematosas no palato duro. Doença Vesicobulhosa e Ulcerativa Pênfigo Bolhoso - bolhas com depósitos lineares de IgG ao longo da membrana entre o epitélio e o tecido conectivo Pênfigo Vulgar - bolhas com depósitos de IgG ao longo da membrana do epitélio Eritema Multiforme - reação de hipersensibilidade complexa a agentes infeciosos e fármacos e que se apresenta com bolhas e lesões eritematosas multiformes Síndrome de Stevens-Johnson - forma severa de Eritema Multiforme, que pode ser fatal Líquen Plano - reação de hipersensibilidade, mediada por linfócitos T Pênfigo - Doença cutânea, de certa gravidade e com uma tendência recidiva, que tem como característica o aparecimento de bolhas e/ ou vesículas cheias de líquido seroso. Manifestações orais de défices alimentares Vitamina B2: Queilite angular Vitamina B12: Glossite Vitamina C: Escorbuto, gengivorragia Glossite atrófica associada ao défice de ferro (Síndrome de Plummer-Vinson) Pigmentação da mucosa oral Envenenamento por metais pesados (chumbo, prata, arsénico, mercúrio, ouro) Hemocromatose (sobrecarga de ferro) Manifestações orais de doenças da pele / sistémicas Marta Coelho 2021/22 41 Doença de Addison (insuficiência adrenocortical/défice de cortisol) Síndrome de Peutz-Jeghers Leucoplaquia Termo clínico que define a presença de uma placa branca, persistente, na superfície mucosa Características histológicas da Leucoplaquia: Aparece como uma placa branca por acumulação de queratina sobre um conjunto variado de alterações epiteliais, que podem ser classificadas de Benignas/reativas, pré-neoplásicas ou francamente neoplásicas Acantose, paraqueratose e queratose (80%): Lesão benigna causada pela irritação do epitélio, este está espessado (acantose) e coberto por uma camada de queratina. Se o núcleo está preservado na camada de queratina, denomina-se de paraqueratose. Se o núcleo estiver ausente denomina-se de queratose. Displasia de células pavimentosas (10%): Estas lesões têm atipia citonuclear, similar às alterações observadas no carcinoma pavimento celular invasivo. A sua graduação divide-se em lesão intra-epitelial pavimentosa de BAIXO e ALTO grau. Carcinoma de células pavimentosa, invasivo: histologicamente não difere do outro tumores invasivos com diferenciação pavimentosa. São as alterações citonucleares de uma lesão, lesão intra -epitelial pavimentosa de ALTO grau, com rotura da membrana basal e invasão do estroma, com desmoplasia associada. Eritroplaquia Termo clínico que define uma placa similar à da Leucoplaquia, mas de coloração vermelha As causas podem ser variadas: → Tabaco → Tabaco mastigado Lesões consideradas como potencialmente pré-malignas e por isso deve ser objeto de biópsia Factos do cancro oral: Carcinoma pavimento celular invasivo, contabiliza 85% dos tumores malignos desta topografia Pico etário de incidência entre 50-60 anos, afetado muito mais o género masculino Fatores de risco associados são o tabaco e o álcool Tumores apresentam-se como leucoplaquia, úlcera ou induração exofítica da mucosa Localização mais frequente no lábio inferior e 2/3 anteriores da língua Metástases envolvem os gânglios linfáticos submandibulares superficiais e os cervicais profundos Tratamento cirúrgico e por radioterapia. Sobrevida a 5 anos entre 40-50% → Irritação mecânica → Hábito alcoólicos pesados Neoplasia Marta Coelho 2021/22 42 Ameloblastoma Tumor com origem nas células que constituem a enamela durante a odontogénese e é a neoplasia odontogénica benigna mais frequente. Localiza-se na mandibula. Potencial biológico: o É localmente invasivo o Mas não metastiza Tumores das Glândulas Salivares Glândula parótida (glândula salivar de maior volume) é a mais frequentemente afetada, mas as neoplasias podem surgir nas restantes glândulas major (sublingual e submandibular) e minor. Maioria dos tumores são benignos, mas a razão benigno/maligno varia inversamente com a diminuição do tamanho da glândula (Se menor, a incidência de tumor maligno, é maior!!!) Tumor mais frequente é o adenoma pleomórfico (Neoplasia bifásica ou mista). A recorrência é um facto se não for excisado na totalidade. Transformação maligna ocorre me 2-3% dos casos (carcinoma ex-adenoma pleomórfico) A neoplasia maligna mais frequente das glândulas salivares, é o carcinoma mucoepidermóide. É uma neoplasia com potencial biológico classificado de baixo grau de malignidade (90% de sobrevivência aos 5 anos) Glândulas Salivares ADENOMA PLEOMÓRFICO (60%) BENIGNO COM RECORRÊNCIA LOCAL CARCINOMA EX-ADENOMA PLEOMÓRFICO (2%) Maligno TUMOR DE WARTHIN (10%) Benigno ADENOMA MONOMÓRFICO (3%) Benigno CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE (5%) Maligno baixo grau / Variantes de alto grau CARCINOMA DE CÉLULAS ACINARES (3%) Maligno baixo grau de malignidade CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO (3%) Maligno invasivo ADENOCARCINOMA DE ORIGEM DUCTAL Altamente maligno Carcinoma Nasofaríngeo É o tumor maligno mais comum na nasofaringe e localiza-se habitualmente no teto da nasofaringe. O género masculino costuma ser o mais afetado e sendo a maior incidência na África e China Associado a infeção viral por EBV (Vírus Epstein-Barr) Histologia formada por células pavimentosas malignas, com infiltrado linfocítico associado Metástase ganglionar cervical pode ser o sintoma de apresentação Radioterapia associada a cirurgia com bons resultados, 60% de sobrevida aos 5 anos Carcinoma da Laringe 95% dos casos são Carcinomas pavimento celulares, invasivos Fatores de risco são o tabaco e abuso de álcool Marta Coelho 2021/22 43 Proporção do género masculino: feminino é de 7:1 Localização classifica-se: → Supraglótico (50%): epiglote e pregas aeripiglóticas → Glótico (35%): envolvendo as cordas vocais → Infraglótico (15%): abaixo das cordas vocais Metástase ganglionares cervicais regionais: Metástases à distância em estadios tardios Sintomas principais: Disfonia e Tosse Cirúrgica e Radioterapia: sobrevida a 5 anos> 60% Pólipos Nasais Pólipo inflamatório Maioria dos pólipos representam estruturas nasais inflamadas e com edema, que produz protusão na superfície mucosa (aspeto polipoide) Ocorrem em doentes com rinite alérgica crónica/recorrente Infeções crónicas nos seios peri-nasais
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