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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO DESPORTO CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA EM EMERGÊNCIA II PORTFÓLIO REFERENTE À PRÁTICA DISCIPLINAR DA DISCIPLINA DE ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II Rio Branco - AC 2021 Kesya Silva de Araújo PORTFÓLIO REFERENTE À PRÁTICA DISCIPLINAR DA DISCIPLINA DE ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA II Portfólio escrito à disciplina de Enfermagem em Emergência II, como parte das exigências para a obtenção de nota e registro de presença. Profa. Dra Greiciane Rocha Rio Branco -AC 2021 Introdução O presente portfólio tem como objetivo apresentar o conteúdo ministrado pela professora Greiciane Rocha durante as aulas práticas de emergência no laboratório da Ufac. O trabalho tem como intuito expor o conhecimento adquirido pelo aluno e também desenvolver o pensamento crítico dos alunos a respeito do conteúdo. Além disso, o Portfólio também servirá como avaliação da matéria de Enfermagem em Emergência ||, do segundo semestre de 2020. Emergência TRAUMA TORÁCICO E ABDOMINAL - Aula 1: 11/11/2021 PREPARO PARA EMERGÊNCIA: - Régua de gases e aspirador funcionando, máscara de venture disponível e próxima, ambu, e carrinho de emergência completo. (Sempre verificar o que foi utilizado do carrinho de emergência durante o atendimento e repor para que ele esteja sempre completo). - Acidentes de transito acontecem com mais frequência no período de troca de turno, no início da manhã, meio dia e no fim da tarde. INFORMAÇÕES IMPORTANTE A SEREM COLETADAS NA CHEGADA DO PACIENTE: - Tipo de trauma: Se por arma de fogo, arma branca, brigas, acidentes domésticos, acidentes de transito; - Quantidade de traumas ou inserções, (Número de tiros, ou facadas, poli traumatizado e etc.) - Sexo do agressor: tendo em vistas que homens e mulheres tendem a utilizar armas em diferentes posições e diferentes intensidades de força. - Se foi pela frente ou pelas costas; - Especificações sobre a arma: tipo de faca, lisa ou serrilhada, tipo de arma. -Se ouve reação, se a faca foi retirada. TRAUMA TORÁCICO: São traumas que se localizas nas regiões: -Hilar: Todos os vasos da cavidade T - Pulmão - Coração - Costelas - Deve avaliar o paciente para quadros de hipóxia, foco respiratório e metabólico utiliza-se a gasometria; -Frequência respiratória: com o oximetro. - Pulso é interessante aferir manualmente. Gasometria A gasometria é um exame de sangue feito através da coleta de sangue arterial, com objetivo de analisar os gases presentes, suas distribuições, o pH e o equilíbrio ácido-base no sangue. -Utiliza-se uma seringa de 3 ml ou 5 ml, ou até uma seringa de insulina. - As veias de prioridade de escolha são a radial e a braquial. - A técnica de coleta ensinada durante a aula e de localizar o pulso, manter o dedo na localização e inserir a agulha no angulo de 45°ou 90° a depender da anatomia do paciente. -Sempre lembrando de lavar a agulha com heparina. - A própria pressão do sangue arterial empurra o êmbolo da seringa e isso é um dos sinais de que está colhendo sangue arterial, assim como a coloração do sangue. - Jamais empurrar o êmbolo com a seringa ainda na artéria. - Se não conseguir de primeira, deve utilizar uma nova seringa e repetir todo o processo. Acidose 7,35 Ph 7,45 Hipocapnia 35 CO² 45 Hipercapnia Hipereximia 80 PO2 100 Hiperoxia 22 ---> HCO³ <---26/28 -2 ---> BE <--- +2 (BICARBONATO) (TUDO QUE ESTÁ ENTRE UM E O OUTRO É ONORMAL DA AVALIAÇÃO) FIO²: 100% concentração de oxigênio elevada sendo oferecida. -Não se deve colher a gasometria quando o paciente está aspirando. LACTATO: É gerado por produção de energia autônoma, células não oxigenadas produzem lactato, indicativo de que o corpo está “no modo automático” Avaliação Primária -Observar lesão: por exemplo, quantas facadas foram. X Exagnação/ Sangramento: Avaliar se há sangramento e solucionar rapidamente a perda de volume. A Vias aéreas: verificar obstrução das vias aéreas por prótese, chiclete ou outros, e realizar manobras de desobstrução. Manobra de chin lift e jaw thrust (O movimento cervical pode causar dano colunar) B Respiração: Oximetro: Se estiver saturando pouco, coloca – se o O² 12 L. -Observar expansibilidade torácica, assimetria de pulmões, utilização de musculatura acessória e velocidade da respiração. C -Aferir pulso: Carotídeo, femoral e ir aferindo mais calibrosos para o menos, e dos mais centrais para os mais periféricos. - Se o paciente vem trazido pelo SAMU ele pode já estar de acesso, mas se não é importante garantir um acesso o mais rápido possível para aquele paciente, com abocath de calibre 14 G, 16G ou18 G. Manter infusão de Ringer Lactato. D Avaliação neurológica: Aplicar a escala de Glasgow, avaliação motora, verbal e pupilar. Resultado menor que 8 é um indicativo de intubação. E Histórico do paciente, alergias, hipotermia, demais lesões. Escala de coma de Glasgow Avaliação secundária - Avaliar demais lesões. - Retirar suportes Caso tenha vindo SAMU. -Avaliar o dorso enquanto retira o suporte. - Demais complicações. Exame físico: TRAUMA ADOMINAL: TRAUMA TORÁCICO: -Inspeção -Inspeção - Ausculta - Palpação - Percussão - Percussão -Palpação - Ausculta Dreno torácico: BANDEJA: - Dreno de tórax. - Lâmina de bisturi - Esparadrapo - Gazes - Clorexidina sabão -Clorexidina alcoólica - Soro fisiológico para selo d`agua - Fio Nylon 2.0 -Luva estéril - Após passagem de dreno torácico, realizar a condição do paciente. Caso clínico do dia: 1- Trauma de tórax: Paciente do sexo masculino, acidentado de moto, vindo de SAMU, em maca rígida, portando AVP, Saturação 95%, Pa 100X60, Pulso: 110 bpm, R:18 mrpm, Glasgow 7, realizado desobstrução das vias aéreas e ventilação mecânica com ambu, enquanto ocorria o preparo para intubação, paciente entubado as10; 30 da manhã, realizado ausculta para verificação de posicionamento do tubo, administrado fentanil antes da intubação. 2 – Trauma abdominal: Paciente do sexo feminino, politraumatizado, vítima de acidente de trânsito, sem capacete, desorientada, fratura na pelve, e lacerações nos cotovelos, coxas, mãos e pé direito, realizado imobilização, ventilação mecânica com ambu, colocada máscara de venture a 10 L p/min, realizado intubação, realizado mais um acesso para hemocomponente colhida gasometria. Técnica de ventilação com ambu: 1001,1002,1005,1004,1007,1008. Ou uma ventilação a cada 6 segundos. Emergência na U.t.i: - Enzimas elevadas -Hipotensão -HDA - Sepse -RCP -Infarto agudo do miocárdio - Choque -AESP -“Enfermeiro tem que delegar, tem que ser firme, se você tem uma boa teria, mesmo que você nunca tenha feito aquele procedimento, você tem um norte. ” – Bruna Luísa - Paciente com cirurgia cardíaca, observar o dreno se o volume que está saindo, se não está saindo o volume esperado há uma alteração no rim e se está saindo além do esperado, também é indicativo de alteração. - Para cada paciente cardíaco, deve-se reservar 6 bolsas de hemocomponente. - Avaliar a gasometria do paciente nas 6 primeiras horas. - A massagem cardíaca precisa ser eficaz e devemos sempre pedir apoio. - O volume máximo de sangue que o paciente pode perder é 1,6. - As drogas mais usadas na UTI para conter sangramento é transamin, vit.k e a protombina. No fim da aula houve uma prática de curativo, utilizando ataduras. Trauma Raquimedular e Cranioencefálico O Trauma Cranioencefálico TCE ocorre quando há lesão ao tecido cerebral, mesmo que de forma temporária ou permanente que prejudica a função do cérebro. As causas podem incluir: -Quedas -Acidentes automobilísticos. - Agressões; -Atividade esportiva. -O diagnóstico é confirmado por exames de imagem como o TC O Trauma Raquimedular TRM pode ser dividido em agudo ou crônico e também em primário ou secundário. -Lesão primária: Acontece quando a transferência de energia cinética para a substância da medula espinal, do rompimento de axônios, de danos das células nervosas e da ruptura dos vasos sanguíneos. - Lesão secundária: Acontece quando a isquemia causada pela redução do fluxo sanguíneo para o segmento danificado. Essa redução pode ser ocasionada por uma alteração do canal vertebral, hemorragia ou edema significantes. - A definição de um trauma raquimedular só pode ser definido após as primeiras 24horas, quando termina o chamado ‘’choque medular’’, período de arreflexia, paralisia motora e perda da sensibilidade. Assistência -Vale lembrar que em uma emergência traumática, a prioridade é imobilizar a cervical do paciente de imediato, para evitar outras complicações posteriormente devido ao trauma. -A equipe socorrista imobiliza a cervical do paciente utilizando um colar cervical e com cuidado colocam a vítima na prancha para transporte, de modo que a vítima fique bem presa e firme. -É importante frisar que caso o paciente chegue ao hospital andando após um trauma, é importante imobiliza-lo imediatamente também e seguir com os devidos cuidados. -A escala usada para avaliar o nível de consciência do paciente é a ‘’Escala de Glasgow’’. -A escala de Glasgow avalia a abertura ocular, a resposta verbal e a resposta motora. -O escore atribuído é de 3 e 15, quando o escore é perto de 15, o nível de consciência está normal e quando está com pontuação igual a 8 ou menor são considerados casos de coma mais graves e com urgência de tratamento. -Já quando o escore é 3 pode significar morte cerebral, que para ser de fato confirmada, deve ter outros fatores avaliados. -O atendimento é feito usando o protocolo XABCDE, nesses casos, deve-se: -Observar se tem hemorragia exsanguinante (externa). -Verificar desobstrução das vias aéreas. -Avaliar a ventilação (FR, monitorização, dispneia, ausculta pulmonar, expansibilidade torácica). -Verificar a circulação sanguínea (FC, PA, características do pulso, perfusão periférica, fazer punção com cateter calibroso). -Avaliação neurológica, é feita por meio da escala de Glasgow (< 8 é grave; 9-12 é moderado e 13-15 é leve). -Expor o paciente para verificar se existe outras lesões, incluindo no dorso. Objetivo: - Garantir a vida do paciente, de modo que o atendimento inicial é a estabilização do mesmo e posterior a isso, são prestados os cuidados secundários tais como higienização; curativos; passagem de sondas. Logo após isso, encaminha-lo para a realização de exames tais como hemograma, tomografia computadorizada (TC), Raio X e outros. Posteriormente o enfermeiro deve coletar o histórico do paciente: - Histórico do trauma - Alérgico a remédios - Quanto tempo ocorreu o trauma. - Como foi o ocorrido, - Comorbidades - Entre outros dados. Escala GRAVIDADE: Leve: Escore GCS 13 - 15 Moderada: Escore GCS 9 -12 Grave: Escore GCS 3 – 8 MORFOLOGIA: Fraturas de crânio: -Calota (Linear vs estrelada, com ou sem afundamento, exposta ou fechada), -Basilares (Com ou sem perda de LCR, Com ou sem paralisia do VII nervo) Lesões intracranianas: -Focais: (Epidural, Subdural, Intracerebral) -Difusas: Concussão, Contusões múltiplas, Lesão hipóxia/isquêmica, Lesão axonal. Trauma musculo esquelético - Lesão artéria femoral -Múltiplas fraturas - Complicações, embolia gordurosa, embolia, pulmonar. Paciente imobilizado, observar periferias, se está fria, pegajosa, sangramento, coloração. Medicações mais utilizadas: Tramal, tilatil, transamin, corticoides, omeprazol. Paciente toma vacina antitetânica, faz soro antitetânico. Encaminhado para TC, radiografia e outros exames. Ao fim da aula tivemos um caso clínico, e uma prática de imobilização com tala. Anotação: 12/11/2021, 10:10 Horas. Deu entrada no trauma, trazida pelo SAMU, vitma de politraumatismo por colisão de sua bicicleta com moto, lançada a 2 m, chegou imobilizada em maca rígida, com colar cervical, desacordada, apresentando olhos de guaxinim, rinorreia, e otorreia positiva, Sinal de battle presente, Glasgow 12 com abertura ocular 2, orientação 4 e motora 6, com escoriações nos 2 cotovelos, 2 joelhos e dorso do pé D. SSVV, PA 100X60mmhg, saturação 93 ao chegar e aumentou para 96 com colação da máscara, P: 110 bpm,Tax 35,8. Parada Cardiorrespiratória - Ocorre quando o coração para de bater e a vítima para de respirar. - Nesses casos deve-se imediatamente chamar o médico e a equipe, enquanto a ajuda chega, é preciso ser iniciada a reanimação cardiopulmonar. - Para que uma parada seja reconhecida é preciso observar três pontos específicos: - A responsividade da vítima; - O batimento cardíaco por meio do pulso. - A Expansividade torácica por meio do movimento respiratório. Caso a vítima não tenha nenhum desses sinais anteriores, é iniciado o RCP. - Vale lembrar que existe a conduta de suporte básico e de suporte avançado. - A primeira é feita por meio da massagem e ventilação por qualquer pessoa que saiba prestar os primeiros socorros devidos, - A segunda é feita pela equipe de saúde treinada para tal, usando o equipamento necessário (massagem; ventilação definitiva. -As causas da parada podem ser diversas, dentre elas afogamento, choques, IAM, hemorragia, infecção grave, AVC e arritmia cardíaca. Os primeiros socorros prestados a vítima, incluem: Verificar se a mesma responde Verificar presença de pulso/ respiração Em caso de confirmação de PC, iniciar RCP. RCP: feita com 30 compressões X 2 ventilações. - Essa técnica é feita em pacientes que não tem via aérea definitiva, ou seja, intubados. - Caso, o paciente esteja no hospital e entubado, a técnica é 100-120 compressões por minutos sem trocar o massagista de preferência por 2 minutos e 1 ventilação a cada 6 segundos. Sinais/sintomas: Dor no peito; suor frio; sensação de palpitação; tonturas; falta de ar; desmaios; visão turva ou embaçada; ausência de pulso; ausência de respiração. Vale lembrar que de acordo com a American Heart Association, existem as causas reversíveis do PCR, achadas pelos 6H e 5L, são eles: Hipo/hipercalemia Hipoglicemia Hidrogênio Hipóxia Hipovolemia Hipotermia Trombose pulmonar Toxinas Trombose coronária Tamponamento cardíaco Tensão do tórax por pneumotórax Assistência -Ao realizar um atendimento de RCP dentro do âmbito hospitalar deve ser feito, os seguintes passos: -Identificar se o paciente tem responsividade; pulso e respiração -Chamar a equipe e o médico -Iniciar o RCP (100-120 compressões, mais uma ventilação a cada 6 segundos) -Ver no monitor se o ritmo cardíaco é chocável (FV e Taquicardia ventricular), se for carregar o desfibrilador. (Se o desfibrilador for monofásico, deve-se carregar em 120-200, se for bifásico carregar em 360). -Aplicar medicações que o médico solicitar. Normalmente a droga de primeira escolha é a Epinefrina, sendo esta administrada de 3-5 minutos, sendo seguida de um flush com 2ml de SR para fazer com que a droga chegue mais rapidamente a corrente sanguínea. -Fazer monitorização continua (monitorização; gasometria; balanço hídrico; infusões; ventilação mecânica) -Fazer anotação de toda a condutarealizada. Ritmos: AESP: Atividade elétrica sem pulso TV: Taquicardia ventricular sem pulso FV: Fibrilação ventricular ASSISTOLIA: ONDA DETALHADA/ COMPLEXOS ONDA NORMAL: Abordagens sistemáticas primordiais na parada 1. Avaliação inicial (visualização e segurança do local); 2. Avaliação do SBV 3. Avaliação primária (A, B, C, D, E 4. Avaliação secundária (SAMPLE, 5Hs e 5Ts No final da aula, foi realizado o treinamento de RCP com as orientações e correções da professora aos alunos, sendo que cada um pode participar do processo. Os alunos se dividiram inicialmente, 2 ficaram realizando a massagem cardíaca, 1 ficou responsável pela ventilação com o ambu, 1 ficou controlando o tempo e ciclos, e o outro ficou na medicação. Intoxicação: Intoxicações exógenas - Intoxicações exógenas: Ocorrem quando ao uso de qualquer substância química ou não usada na quantidade incorreta, tais substâncias prejudicam o organismo humano e podem causar danos graves ou até a morte do indivíduo. Essas substâncias podem ser variadas com: Medicamentos. Produtos de limpeza. Inseticidas. Tintas. Venenos. Agrotóxicos. Animais peçonhentos. Os sinais e sintomas: Vômito. Salivação excessiva. Sonolência. Desorientação. Dificuldade para respirar. Desmaio. Convulsão. Lesão. Queimadura. Vermelhidão na pele. Boca e lábios. Cheiro característico do produto na pele. Alteração do comportamento e nível de consciência. - O atendimento inicial ao paciente se baseia na aplicação do protocolo ABCDE, sendo esse procedimento essencial para que o paciente fique estabilizado e não evolua para um caso mais grave ou morra. O protocolo consiste nos seguintes passos: -Checar se as vias aéreas do paciente estão desobstruídas. Em caso de obstrução deve-se aspirar ou remover os resíduos, secreções que ali estiverem prejudicando sua ventilação). - Avaliar a ventilação (FR; expansibilidade da caixa torácica; ausculta pulmonar; se o paciente está dispneico). - Verificar a circulação sanguínea (FC; PA; pulso; perfusão periférica e fazer punção venosa (com cateter calibroso). -Avaliar o estado neurológico usando a escala de coma de Glasgow. - Fazer exposição da pele do paciente, para fazer análise da pele e do corpo de forma geral, com objetivo de avaliar se tem presença de lesões, luxações e outros achados. Em seguida após o ABCDE, deve-se fazer a descontaminação do paciente. Esta etapa é feita com base na via de contaminação; o tempo de intoxicação e a substância intoxicante. Com base nisso, podem ser realizadas as seguintes medidas: -Em caso de ingesta oral da substância, pode ser feito a lavagem gástrica, onde se insere uma sonda nasogástrica e administra 200 a 250 ml de SF 0,9%, em seguida retira-se todo o conteúdo inserido junto com o conteúdo gástrico. Esse procedimento não é indicado em casos de presença de ulceras gástricas, cirurgias gastrointestinais, substâncias ácidas. - Em seguida após o procedimento de lavagem, é feito a administração de Carvão ativado. - Retirar as roupas do paciente, principalmente se estiverem com a substância, e realizar o banho afim de limpar a substância de sua pele. -Administrar ringer lactato ou SF 0,9% ou SG 5% -Fazer administração do antídoto, se tiver. Exemplo de alguns antídotos. Tipos de Choques e Síndromes Coronarianas - Síndromes coronarianas surgem das obstruções de uma artéria coronária. -As consequências desta dependem do grau e local que ocorreu a obstrução e seus tipos podem ser: angina instável de peito, infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST, infarto do miocárdio com elevação do segmento ST e morte cardíaca súbita. Todas essas síndromes envolvem isquemia coronariana aguda e são distinguidas com base nos sintomas, resultados de ECG e níveis de marcadores cardíacos. Como o tratamento varia, é útil fazer a diferença entre as síndromes. Classificação Angina instável: Insuficiência coronariana aguda, angina pré-infarto ou síndrome intermediaria) é definida como um ou mais dos seguintes itens em pacientes cujos biomarcadores cardíacos não atendem os critérios para infarto do miocárdio. Angina em repouso que é prolongada (em geral > 20 min) Angina de início recente de gravidade pelo menos classe 3 segundo a classificação da Canadian Cardiovascular Society Angina progressiva, angina previamente diagnosticada que se tornou nitidamente mais frequente, mais grave, com duração mais prolongada ou com limiar mais baixo. - IM sem elevação do segmento ST: é a necrose do miocárdio, o que é evidenciado por marcadores cardíacos no sangue, troponina 1 ou troponina T e CK estarão alteradas, sem elevação grave do segmento ST. IM com elevação do segmento ST: é a necrose do miocárdio com alterações do ECG constituídas por elevação do segmento ST, as quais não se revertem rapidamente com nitroglicerina, ou o desenvolvimento recente de bloqueio do ramo esquerdo. A troponina 1 ou troponina T e creatinoquinase (CK) são elevados. A causa mais comum de síndromes coronarianas aguda é: Trombo agudo em uma artéria coronária aterosclerótica. Ocorre quando uma placa de ateroma está instável ou inflamada, o que provoca ruptura ou fissura e dessa forma expõe material trombogênico, o que faz a ativação de plaquetas e cascata de coagulação, produzindo assim o trombo agudo. As causas mais raras das síndromes são: Embolia arterial coronariana Espasmos coronariano Dissecção da artéria coronária. Fisiopatologia -As consequências variam com o tamanho, localização e duração da obstrução, indo da isquemia transitória ao infarto. -A mediação dos marcadores mais atuais e mais sensíveis indicam que ocorre provavelmente algum grau de necrose celular, mesmo nas formas mais leves. Disfunção miocárdica -O tecido que sofre isquemia (mas não infartado) tem comprometimento da contratilidade e relaxamento, o que resulta em segmentos hipocinéticos ou acinéticos. -Tais segmentos podem se expandir ou sofrer abaulamento durante a sístole. Infarto do miocárdio – conteúdo ministrado pela Enfa Bruna O infarto do miocárdio é quando ocorre a necrose do miocárdio o que decorre de redução abrupta do fluxo sanguíneo coronariano de uma parte do miocárdio. O tecido que sofre o infarto é disfuncional, porém, existem uma zona de isquemia potencialmente reversível adjacente ao tecido infartado. O IM pode comprometer predominantemente o ventrículo esquerdo, porém a lesão pode estender para o ventrículo direito ou os átrios. Como mencionado durante a aula pratica, quando existe a suspeita de IAM o eletrocardiograma (ECG) deve ser realizado imediatamente, tendo prazo de até 10 minutos. É possível visualizar nas alterações a inversão da onda T, elevação do segmento ST e uma onda Q anormal, tais alterações precisam de no mínimo duas alterações em 12 derivações para confirmar o diagnóstico. Nos casos em que não há alteração no ECG e suspeitar de IAM deve-se continuar monitorizando por ECG a cada 3 horas e realizar o exame para averiguar os níveis dos biomarcadores. Tais biomarcadores, podem levar um tempo para ser detectados, podendo levar de 2 a 4h ou mais após o infarto. O infarto pode ser: Transmural: envolve toda a espessura do miocárdio, do epicárdio ao endocárdio, e caracterizam-se por ondas Q anormais no ECG. Infartos não transmurais (subendocárdicos): infartos não transmurais não atravessam a parede ventricular e só causam alterações de segmento ST e onda T. Sinais e Sintomas Os sintomas dependem da localidade, da extensão e são variáveis. O estímulo doloroso que provem de órgãos torácicos, incluindo o coração, pode causardesconforto, pressão, dilaceração, indigestão, queimação, sensação dolorosa, dor em punhalada, dor lancinante como uma agulha. Muitos negam estar sentindo dor, e referem ‘’desconforto’’. Diagnostico Ocorre por meio de -Eletrocardiograma (ECG) periódicos -Marcadores cardíacos periódicos -Angiografia coronária imediata para pacientes com IMSST ou complicações -Angiografia tardia para os pacientes com IMSST ou angina instável sem complicações. As troponinas são biomarcadores de primeira escolha em caso de IAM, e podem permanecer elevadas por 7 dias após o infarto. A seguir tem-se uma visualização de um Score Heart, elaborado para avaliar pacientes com dor no peito. Fluxograma do Manual de Emergências Cardiovasculares Fonte: https://cardiopapers.com.br/dor-toracica-aguda-como-usar-o-heart-score-na-pratica/. Quanto maior for a pontuação no escore, maior será as chances de o paciente evoluir mal, logo quanto maior a pontuação mais procedimento rigorosos deverão ser tomados, como deixar o paciente internado, investigar e avaliar novamente. Pacientes com score de 4 pontos ou mais, devem ser internados para investigação, que ocorre normalmente com testes não invasivos. Por fim e não menos importante temos o protocolo de assistência de emergência a esses pacientes com SCA, são eles: Fazer monitorização Aplicar o protocolo ABCDE Verificar vias aéreas, atentando-se se há ou não obstrução da mesma, caso tenha deve-se aspirar/ remover o que está causando sua obstrução Verificar a ventilação (FR, expansibilidade da caixa torácica, ausculta pulmonar, dispneia), lembrando que quando a saturação está abaixo de 90% deve ser feito oxigenoterapia Avaliar a circulação sanguínea do paciente (PA, FC, perfusão periférica, fazer punção venosa, com cateter calibroso 18 ou 20). Fazer medicação conforme o protocolo: betabloqueadores, anticoagulantes, nitrato, AAS, sedação. Fazer avaliação neurológica, para saber níveis de consciência, respostas a estímulos verbal e motores. (Aplicar escala de Glasgow) Expor o paciente, para fazer observação do corpo como um todo a fim de encontrar outras lesões e sinais na pele Registrar tudo o que foi realizado durante a assistência. https://cardiopapers.com.br/dor-toracica-aguda-como-usar-o-heart-score-na-pratica/ Monitorização Choque: Disfunção do organismo, devido a algum fator, e devido a isso o sistema circulatório não fornece circulação suficiente para cada parte vital do corpo, ou seja, esses órgãos deixam de ser oxigenados devidamente, e quando não há a reversão desse estado, o corpo entra em estado de choque. É importante fixar que independente da causa e do tipo de choque o sangue não consegue circular de acordo com sua fisiologia para levar oxigênio e nutrientes para o corpo. Para que a circulação flua e alcance todos os órgãos e sistema do corpo precisa-se do coração contraindo para ejetar o sangue, do sangue fluindo e da resistência vascular periférica. Os sinais/sintomas gerais do choque são: PA baixa (hipotensão); taquicardia e pulso fraco (filiforme); taquipnéia, pele fria e pegajosa, sudorese, perfusão capilar >3 segundos, hipotermia/hipertermia, oligúria < 0,5 ml/kg/h. Tipos de Choque: Os tipos que choque, podem ser: Hipovolêmico Cardiogênico Distribuitivo (Anafilatico; septico e neurogênico) Obstrutivo Choque Hipovolêmico Ocorre quando se tem uma grande perca de volumes de líquidos do corpo. Nesses casos, se tem uma queda importante da PA o que gera falhas no sistema circulatório. Exemplos: hemorragias, vômitos intensos ou calor excessivos, desidratação por diarreia e outros. Achados do choque hipovolêmico: PAS <90 mmHg (redução da PA) Pressão venosa central (PVC) e Pressão de oclusão da artéria pulmonar (PCP) estão baixas. Resistência vascular periférica (RVP) está elevada, significa que está ocorrendo vasoconstricção nos vasos sanguíneos, tentando redistribuir o fluxo sanguíneo para o coração e cérebro. Índice cardíaco baixo (debito cardíaco baixo) Choque Cardiogênico Ocorre diminuição do debito cardíaco ocasionado por uma falha no coração, pode ser devido a um IAM, arritmias e choques elétricos. Achados do choque cardiogênico: PAS<90 mmHg PCP (pressão de oclusão da artéria pulmonar)> 18 mmHg Índice cardíaco baixo RVP (resistência vascular periférica) elevada Redução da fração de ejeção do VE Sinais/Sintomas Taquicardia; hipotensão; Palidez cutânea, enchimento capilar lento e pulsos finos; taquipneia e insuficiência respiratória; sudorese fria; sinais de congestão pulmonar (estertores pulmonares); turgência jugular e alterações no estado da consciência (confusão; sonolência; agitação ou coma). Choque Séptico Infecção generalizada (septicemia). Ocorre devido a invasão/proliferação de microrganismos no corpo, estes liberam toxinas que ocasionam uma dilatação dos vasos sanguíneos. Logo, o sangue que percorre é insuficiente para preencher o que está dilatado. Sinais/sintomas Os sintomas desse tipo de choque passam por 2 etapas: choque quente e frio. No choque quente, temos: extremidades quentes; PA normal ou discretamente reduzida; taquicardia e pulsos amplos; febre; taquipneia e alcalose respiratória; confusão mental e debito urinário normal. Achados do choque séptico: PAS<90 mmHg PVC normal ou baixa PCP baixa ou normal RVP baixa (ocorre então, vasodilatação) Choque se comporta em duas fases: quente e frio. Choque vascular ou neurogênico - Esse tipo de choque ocorre com a interrupção de estímulos do SN aos músculos e órgãos, e sua causa está devido a uma lesão ou trauma na região da medula espinhal, com isso o controle do sistema circulatório é perdido. - É o único choque que ocorre bradicardia como sintoma, esse fator ocorre devido a alteração na regulação do sistema nervoso autônomo. Choque Anafilático - Esse tipo de choque ocorre devido a uma reação alérgica a alguma substância, pode ser devido a alergia a alimentos, medicamentos, insetos, veneno, ou qualquer substância que a pessoa seja alérgica. - Há uma liberação de histamina com intuito de combater a alergia provocada e isso gera uma resposta exagerada do sistema imune, levando a vasodilatação e problema no sistema cardiorrespiratório. - O contato com a substância alérgica pode ser por: inalação; absorção; injeção ou ingestão. Sinais/sintomas Prurido na pele; dificuldade para respirar; pulso fraco; sensação de queimação; inflamação na garganta ou língua; edema generalizado; perda da consciência e morte e diminuição da PA. Choque Obstrutivo: Ocorre devido a redução do debito cardíaco, ocasionada de forma secundária após um enchimento do ventrículo inadequado. O que ocasiona esse tipo de choque é o tamponamento pericárdico; a embolia pulmonar maciça e o pneumotórax. Estado do choque, conforme achados clínicos. Fonte: Google Imagens. Seguindo o protocolo de emergência, deve ser feito: Fazer monitorização Identificar a causa do choque e o tipo Aplicar o protocolo ABCDE Verificar vias aéreas, atentando-se se há ou não obstrução da mesma, caso tenha deve-se aspirar/ remover o que está causando sua obstrução Verificar a ventilação (FR, expansibilidade da caixa torácica, ausculta pulmonar, dispneia), lembrando que quando a saturação está abaixo de 90% deve ser feito oxigenoterapia Avaliar a circulação sanguínea do paciente (PA, FC, perfusão periférica, fazer punção venosa, com cateter calibroso 18 ou 20). Fazer medicação conforme o choque Fazer avaliação neurológica, para saber níveis de consciência, respostas a estímulos verbal e motores. (Aplicar escala de Glasgow) Expor o paciente, para fazer observação do corpo como um todo a fim de encontrar outras lesões e sinais na pele Fazer monitoraçãocontinua do paciente (monitorização, gasometria, balanço hídrico, exames) Exame físico detalhado Colher toda a história clinica Registrar tudo o que foi realizado durante a assistência. Conclusão: Por fim, conclui-se que os ensinamentos passados aos alunos foram de forma engrandecedora e necessária para visualizar a enfermagem em suas funções dentro desse setor. Apesar dos alunos não terem presenciado a emergência na pratica hospitalar, deu para se ter uma noção do que ocorre mediante a uma assistência desse tipo no hospital, e o quanto a união e participação da equipe como um todo é importante para conduzir uma assistência de excelência ao paciente, principalmente quando se trata de uma emergência. O aprendizado foi extremamente produtivo e agregou muito valor a minha formação. Referências 1.Cheever, Kerry H. Brunner: tratado de enfermagem medicocirurgica, volume 1 e 2/ Janice L. Hinkle. Cheever. Et al. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 2.Enfconcursos: sua melhor preparação em concursos de enfermagem. Enfconcursos.com. Novembro de 2021. Disponível em: https://www.enfconcursos.com/uploads/cursos/2017/02/cursos_148716240758a44c27c2d66.pdf . Acesso em: 11/11/2021. 3.SWEIS, Ranya. Síndromes coronarianas agudas. Msdmanuals,2020. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a- coronariana. Acesso em: 11 de novembro de 2021. 5.SOUZA, Luisa; JUNIOR, Carlos. Fisiopatologia do choque. HU Revista, Juiz de fora, vol. 40, n. 1 e 2 p, 75-80, jan-junho, 2014. https://www.enfconcursos.com/uploads/cursos/2017/02/cursos_148716240758a44c27c2d66.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana
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