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Agente Comunitário de Saúde 1 P ág in a1 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE Sumário 1.1. Atributos para se tornar um Agente Comunitário de Saúde .......................................................................... 2 1.2. Atribuições de um Agente Comunitário de Saúde ......................................................................................... 3 1.3. Planejamento das Ações ................................................................................................................................. 4 1.4. Saúde da Família ............................................................................................................................................ 4 1.5. Principais doenças que podem ocorrer na família .......................................................................................... 5 1.6. IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) ............................................................................................... 12 2. Atuação do ACS na Saúde Mental ....................................................................................................................... 16 2.1. Saúde Mental....................................................................................................................................................... 16 2.2. Atenção à Pessoa com Deficiência .................................................................................................................... 18 2.3. Orientação à Família com Pessoas Acamadas .............................................................................................. 19 2.4. Violência Familiar ............................................................................................................................................... 19 2.5. ACS e o Tracoma ......................................................................................................................................... 26 2.6. Conhecendo o SUS ............................................................................................................................................. 27 Atividade .................................................................................................................................................................... 38 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................................. 38 Agente Comunitário de Saúde 2 P ág in a2 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE O programa de Agentes Comunitários de Saúde é hoje considerado parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este pode ser considerado um programa de transição para a Saúde da Família. No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde que possui as principais especialidades médicas (pediatria, clínica médica e ginecologia-obstetrícia) e demanda espontânea e/ou encaminhada por unidades elementares de saúde. Os Agentes Comunitários de Saúde podem ser encontrados em duas situações distintas em relação à rede do SUS: Ligados à uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família; Ligados à uma unidade básica de Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. Atualmente tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados. No processo de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o agente comunitário de saúde (ACS) tem sido um personagem muito importante realizando a integração dos serviços de saúde da Atenção Primária à Saúde com a comunidade. Atualmente são mais de 200 mil em todo o Brasil desenvolvendo ações de promoção e vigilância em saúde, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. A família é a primeira e mais importante influência na vida das pessoas. É na família que adquirimos os valores, os usos e os costumes que irão formar nossa personalidade e bagagem emocional. Podemos chamar de família um grupo de pessoas com vínculos afetivos, de consanguinidade e de convivência. As famílias vêm se transformando ao longo do tempo, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas, sociais e culturais. Hoje existem várias formas de organização familiar, como: famílias com uniões estáveis, reconstituídas, de casais do mesmo sexo, de casais que moram em casas separadas etc. Há ainda famílias que não têm a presença da mãe, do pai ou de ambos. Muitas vezes nesses casos, os avós assumem a responsabilidade em cuidar da família. A família é o ponto de partida para o trabalho do ACS na comunidade. Por isso, é preciso identificar e compreender a formação e como funcionam as famílias da sua área de abrangência. 1.1. Atributos para se tornar um Agente Comunitário de Saúde Agente Comunitário de Saúde 3 P ág in a3 Residir na área de abrangência com tempo mínimo de 2 anos; Ter no MÍNIMO 18 ANOS de idade; Ter concluído o ensino fundamental; Disponibilidade de 8h/a por dia de trabalho; Ter um bom relacionamento com seus vizinhos; Ter realizado o curso de qualificação básica para a formação de ACS. 1.2. Atribuições de um Agente Comunitário de Saúde Estimular continuamente a organização comunitária; Participar da vida da comunidade principalmente através das organizações, estimulando a discussão das questões relativas à melhoria de vida da população; Fortalecer elos entre a comunidade e os serviços de saúde; Coletar dados sobre aspectos sociais, econômicos, sanitários e culturais. Informar aos demais membros da equipe de saúde da disponibilidade necessidades e dinâmica social da comunidade; Orientar a comunidade para utilização adequada dos serviços de saúde; Registrar nascimentos, doenças de notificação compulsória e de vigilância epidemiológica e óbitos ocorridos; Cadastrar todas as famílias da sua área de abrangência; Identificar e registrar todas as gestantes e crianças de 0 a 6 anos de sua área de abrangência, através de visitas domiciliares; Atuar integrando as instituições governamentais e não governamentais grupos de associações da comunidade (parteiras clube de mães, etc.); Executar dentro do seu nível de competência, ações e atividades básicas de saúde como: Acompanhamento de gestantes e nutrizes. Incentivo ao aleitamento materno. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança. Garantia do cumprimento do calendário da vacinação e de outras vacinas que se fizerem necessárias. Controle das doenças diarreicas. Controle da Infecção Respiratória Aguda (IRA). Orientação quanto a alternativas alimentares. Utilização da medicina popular. Promoção das ações de saneamento e melhoria do meio ambiente. Agente Comunitário de Saúde 4 P ág in a4 1.3. Planejamento das Ações O ACS de forma sintonizada com a equipe pode planejar o seu trabalho, dando prioridade para aquelas famílias que necessitam ser acompanhadas com maior frequência. ETAPAS DO PLANEJAMENTO Diagnóstico: É a primeira etapa do planejamento para quem busca conhecer as características socioeconômicas, culturais e epidemiológicas, entre outras. Plano de ação: Nesse momento a equipe de saúde, grupos e população interessada definem, entre outros problemas identificados, aqueles que são passíveis de intervenção e que contribuem para a melhoria da saúde da comunidade. Meta: A meta tem como foco o alcance do trabalho. A meta estabelece concretamente o que se pretende atingir. Estratégia: Na estratégia, são definidos os passos a seremseguidos, os métodos e as técnicas a serem utilizadas nas atividades e as responsabilidades de cada um. Recursos: É o levantamento de tudo que é necessário para realizar a atividade. Recursos humanos, recursos físicos, recursos materiais e recursos financeiros. Cronograma: Cronograma e estratégia estão intimamente ligados. O cronograma organiza a estratégia no tempo. Execução: Implica operacionalização do plano de ação, ou seja, colocar em prática o que foi planejado. Acompanhamento e Avaliação: A avaliação deve acompanhar todas as fases do planejamento 1.4. Saúde da Família Saúde da família Saúde da Criança Saúde do Idoso Saúde do adolescente Saúde da Mulher Saúde do Agente Comunitário de Saúde 5 P ág in a5 1.5. Principais doenças que podem ocorrer na família DENGUE É uma doença infecciosa, febril aguda causada pelo mosquito Aedes aegypti. Existem quatro tipos de dengue, pois o vírus causador da dengue possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Dengue – quando suspeitar O primeiro sintoma da dengue é febre alta: de 39°C a 40°C. A dengue pode se apresentar de duas formas: Dengue clássica Os primeiros sinais de dengue podem surgir de 3 a 15 dias após a picada do mosquito. A doença dura em média de 5 a 7 dias e, além da febre, apresenta os seguintes sintomas: Agente Comunitário de Saúde 6 P ág in a6 A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo, mas imunidade parcial e temporária contra os outros três. DENGUE HEMORRÁGICA Embora pareça pouco agressiva, a doença pode evoluir para a dengue hemorrágica síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva o risco de morte. A melhor maneira de combater esse mal é atuando de FORMA PREVENTIVA, impedindo a reprodução do mosquito. Os sintomas são iguais aos da Dengue clássica e pode existir ainda: • sangramento de gengivas e narinas; • fezes escuras, o que pode indicar a presença de sangue; • manchas vermelhas ou roxas na pele; • dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua; • vômitos e tonteira; • diminuição da urina; • dificuldade para respirar. IMPORTANTE: Se alguém da sua comunidade apresentar dois ou mais sintomas de dengue, alerte- o de que deve ir à Unidade Básica de Saúde (UBS). Comunique à sua equipe, pois, se a pessoa não comparecer, deve ser realizada a busca ativa. É importante que você, ACS, encaminhe os casos suspeitos para avaliação imediata FEBRE CHIKUNGUNYA Chamada em português de febre chicungunha*, é uma doença provocada por um vírus, que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, tais como febre alta, dores pelo corpo, dor de cabeça, cansaço e manchas avermelhadas pelo corpo. Agente Comunitário de Saúde 7 P ág in a7 ZIKA VÍRUS SINTOMAS DE ZIKA VÍRUS COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS DO ZICA VÍRUS Recentemente ele foi relacionado pelo Ministério da Saúde à casos de MICROCEFALIA - uma condição neurológica rara identificada em geral na fase da gestação - e à SÍNDROME DE GUILLAN- BARRÉ, que é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca o sistema nervoso por engano, que o causa uma inflamação nos nervos e fraqueza muscular. MEDIDAS PREVENTIVAS PARA COMBATER O MOSQUITO AEDES AEGYPT Não deixar água parada em pneus fora de uso. O ideal é fazer furos nestes pneus para evitar o acúmulo de água; Não deixar água acumulada sobre a laje de sua residência; Agente Comunitário de Saúde 8 P ág in a8 Não deixar a água parada nas calhas da residência. Remover folhas, galhos ou qualquer material que impeça a circulação da água. A vasilha que fica abaixo dos vasos de plantas não pode ter água parada. Deixar estas vasilhas sempre secas ou cobri-las com areia; Caixas de água devem ser limpas constantemente e mantidas sempre fechadas e bem vedadas. O mesmo vale para poços artesianos ou qualquer outro tipo de reservatório de água; Vasilhas que servem para animais (gatos, cachorros) beber água não devem ficar mais do que um dia com a água sem trocar; As piscinas devem ter tratamento de água com cloro (sempre na quantidade recomendada). Piscinas não utilizadas devem ser desativadas (retirar toda água) e permanecer sempre secas; Garrafas ou outros recipientes semelhantes (latas, vasilhas, copos) devem ser armazenados em locais cobertos e sempre de cabeça para baixo. Se não forem usados devem ser embrulhados em sacos e descartados no lixo (fechado). Não descartar lixo em terrenos baldios e manter a lata de lixo sempre bem fechada; As bromélias costumam acumular água entre suas folhas. Para evitar a reprodução do mosquito, o ideal é regar esta planta com uma mistura de 1 litro de água e uma colher de água sanitária. “O Agente de Saúde tem por obrigação de estar atento a sua comunidade e realizar fiscalização para que haja o combate ao mosquito” Competências do Agente de Controle de Endemias e do Agente Comunitário de Saúde Um parceiro importante no controle da dengue é o Agente de Controle de Endemias (ACE), também denominado de Agente de Vigilância Ambiental, de Zoonoses, entre outros. Este profissional é responsável pela eliminação de criadouros de difícil acesso, como caixas d’água, ou pelo uso de larvicidas (biológicos ou químicos). O ACS e o ACE são corresponsáveis pelo controle da dengue e devem trabalhar de forma integrada. Muitas das ações desenvolvidas são comuns aos dois profissionais, como a educação em saúde, a mobilização comunitária, a identificação de criadouros, entre outras. Entretanto, algumas ações são específicas dos ACS, como o acompanhamento das pessoas com dengue. E outras ações são de responsabilidade dos ACE, como a destruição de criadouros de difícil acesso ou que precisem do uso de larvicida. Os gestores e as equipes de saúde devem definir claramente os papéis, competências e responsabilidades de cada um destes agentes e, de acordo com a realidade local, definir os fluxos de trabalho. A relação entre o número de ACE e ACS será variável, baseando-se no perfil epidemiológico e nas demais características locais (como geografia, densidade demográfica e outras). Competências do Agente de Controle de Endemias 1. Encaminhar os casos suspeitos de dengue à UBS, responsável pelo território; 2. Atuar junto aos domicílios, informando seus moradores sobre a doença – seus sintomas e riscos – sobre o agente transmissor e medidas de prevenção; 3. Informar o responsável pelo imóvel não residencial, sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue; 4. Vistoriar imóveis não residenciais, acompanhado pelo responsável, para identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito transmissor da dengue; 5. Orientar e acompanhar o responsável pelo imóvel não residencial na remoção, destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos; 6. Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida, caso seja necessário, os pontos estratégicos; 7. Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida, caso seja necessário, os pontos estratégicos; Agente Comunitário de Saúde 9 P ág in a9 8. Vistoriar e tratar os imóveis cadastrados e identificados pelo ACS, que necessitem do uso de larvicidas e/ou remoção mecânica de difícil acesso, que não possam ser eliminados pelo ACS; 9. Nos locais onde não existir ACS, seguir a rotina de vistoria dos imóveis e, quando necessário, aplicarlarvicida; 10. Elaborar e/ou executar estratégias para o encaminhamento das pendências (casas fechadas e/ou recusas do morador em receber a visita); 11. Orientar a população sobre a forma de evitar locais que possam oferecer risco para a formação de criadouros do Aedes aegypti; 12. Promover reuniões com a comunidade, com o objetivo de mobilizá-la para as ações de prevenção e controle da dengue; 13. Notificar os casos suspeitos de dengue, informando a equipe da Unidade Básica de Saúde; 14. Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação da dengue, conforme estratégia local. Competências do Agente Comunitário de Saúde 1. Encaminhar os casos suspeitos de dengue à Unidade Básica de Saúde, de acordo com as orientações da Secretaria Municipal de Saúde; 2. Atuar junto aos domicílios, informando aos seus moradores sobre a doença – seus sintomas e riscos – sobre o agente transmissor e as medidas de prevenção; 3. Informar o morador sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue no domicílio e peridomicílio, chamando a atenção para os criadouros mais comuns na sua área de atuação; 4. Vistoriar o domicílio e peridomicílio, acompanhado pelo morador, para identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito transmissor da dengue; 5. Orientar e acompanhar o morador na remoção, destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos; 6. Caso seja necessário, remover mecanicamente os ovos e larvas do mosquito; 7. Encaminhar ao Agente de Controle de Endemias (ACE) os casos de verificação de criadouros de difícil acesso ou que necessitem do uso de larvicidas/biolarvicidas; 8. Promover reuniões com a comunidade, com o objetivo de mobilizá-la para as ações de prevenção e controle da dengue, bem como conscientizá-la quanto à importância de que todos os domicílios em uma área infestada pelo Aedes aegypti sejam trabalhados pelo Agente de Controle de Endemias; 9. Comunicar ao enfermeiro supervisor e ao ACE a existência de criadouros de larvas e/ou do mosquito transmissor da dengue, que dependam de tratamento químico/biológico, da interveniência da vigilância sanitária ou de outras intervenções do poder público; 10. Comunicar ao enfermeiro supervisor do ACS e ao ACE os imóveis fechados e as recusas; 11. Notificar os casos suspeitos de dengue, em ficha específica, e informar a equipe da Unidade Básica de Saúde; 12. Reunir-se regularmente com o ACE para planejar ações conjuntas, trocar informações sobre febris suspeitos de dengue, a evolução dos índices de infestação por Aedes aegypti da área de abrangência, os índices de pendências, os criadouros preferenciais e as medidas que estão sendo ou serão adotadas para melhorar a situação; 13. Orientar sobre a importância da hidratação oral, desde os primeiros sintomas da doença; 14. Acompanhar os pacientes com dengue, após atendimento nos serviços de saúde, por meio de visitas domiciliares, orientando a família e a comunidade. Agente Comunitário de Saúde 10 P ág in a1 0 Hanseníase Doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, que se inicia, após uma incubação muito lenta, por pequenas manchas despigmentadas onde a pele é insensível e não transpira, e evolui para a forma tuberculosa (a mais comum), lepromatosa ou ainda intermediária; lepra. Fique atento: o tratamento de hanseníase não existe na rede particular de atendimento hospitalar, o tratamento é feito único e exclusivamente na rede pública. TUBERCULOSE: Agente Comunitário de Saúde 11 P ág in a1 1 TRATAMENTO DA TUBERCULOSE FEBRE AMARELA A febre amarela é transmitida por mosquitos a pessoas não vacinadas em áreas de mata. A vacinação está disponível nos postos de saúde de todo o país e é recomendada para pessoas que habitam ou visitam áreas com risco da doença. Duas doses tomadas com um intervalo de pelo menos dez anos garantem a proteção por toda a vida. Tratamento Consiste no uso de fluidos não há tratamento específico para esta doença. Os esforços se concentram no gerenciamento dos sintomas e na limitação das complicações. MALÁRIA Doença causada por um parasita Plasmodium, transmitido pela picada de mosquitos infectados. Tratamento Consiste no uso de antiparasitários Pessoas que viajam para áreas onde a malária é comum costumam usar medicamentos preventivos antes, durante e após a viagem. O tratamento faz uso de remédios antimaláricos. Agente Comunitário de Saúde 12 P ág in a1 2 1.6. IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) GONORREIA E INFECÇÃO POR CLAMÍDIA São IST causadas por bactérias (Neisseria gonorrhoeae e Clamídia trachomatis, respectivamente). Na maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos. Essas infecções quando não tratadas, podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. FORMAS DE CONTÁGIO A transmissão é sexual e o uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção. SINAIS E SINTOMAS Dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), corrimento amarelado ou claro, fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. A maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas. Os homens podem apresentar ardor e esquentamento ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de dor nos testículos. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado. As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem sinais e sintomas. CONDILOMA ACUMINADO (PAPILOMAVÍRUS HUMANO - HPV) O condiloma acuminado, causado pelo HPV, é também conhecido por verruga anogenital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV, alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e ânus. FORMAS DE CONTÁGIO A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital e genital- genital. Embora de forma mais rara, o HPV pode ser transmitido durante o parto ou, ainda, por determinados objetos. SINAIS E SINTOMAS Verrugas não dolorosas, isoladas ou agrupadas, que aparecem nos órgãos genitais. Irritação ou coceira no local. O risco de transmissão é muito maior quando as verrugas são visíveis. As lesões podem aparecer no pênis, ânus, vagina, vulva (genitália feminina), colo do útero, boca e garganta. Agente Comunitário de Saúde 13 P ág in a1 3 O vírus pode ficar latente no corpo: a lesão muitas vezes aparece alguns dias ou anos após o contato. As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e pessoas com imunidade baixa. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Na presença de qualquer sinal ou sintoma da infecção pelo HPV, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. A realização periódica do exame preventivo de câncer de colo uterino é uma medida de prevenção. SÍFILIS É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. FORMAS DE CONTÁGIO A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinhacom uma pessoa infectada, ou da mãe infectada para a criança durante a gestação ou o parto. O uso correto e regular da camisinha masculina ou feminina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento da gestante durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita. SINAIS E SINTOMAS Sífilis primária Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Sífilis secundária Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento da ferida inicial e após a cicatrização espontânea. Manchas no corpo, principalmente, nas palmas das mãos e plantas dos pés. Não coçam, mas podem surgir ínguas no corpo. Sífilis latente – fase assintomática Não aparecem sinais ou sintomas. É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. Sífilis terciária Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte. Agente Comunitário de Saúde 14 P ág in a1 4 DIAGNÓSTICO O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DDAHV/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica dessa IST. Quando o TR for utilizado como triagem, nos casos positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico. Em caso de gestante, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste. TRATAMENTO O tratamento de escolha é a penicilina benzatina, mas recomenda-se procurar um profissional de saúde para diagnóstico correto e tratamento adequado, dependendo de cada estágio. HIV É a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. FORMA DE CONTÁGIO Fazendo sexo sem camisinha (oral, vaginal ou anal); Compartilhando agulhas e seringas contaminadas; Da mãe para o bebê durante a gravidez, na hora do parto e/ ou amamentação. SINAIS E SINTOMAS FASE 1 Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido. FASE 2 A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. FASE 3 Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas FASE 4 Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo TRATAMENTO O tratamento inclui acompanhamento periódico com profissionais de saúde e a realização exames. A pessoa só vai começar a tomar os medicamentos antirretrovirais quando exames clínicos e de laboratório indicarem a necessidade. HERPES GENITAL É causado por um vírus, transmitido pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso da camisinha. FORMAS DE CONTÁGIO http://www.aids.gov.br/pagina/aids http://www.aids.gov.br/pagina/sistema-imunologico http://www.aids.gov.br/pagina/sistema-imunologico http://www.aids.gov.br/pagina/sistema-imunologico http://www.aids.gov.br/pagina/sistema-imunologico http://www.aids.gov.br/pagina/sistema-imunologico http://www.aids.gov.br/pagina/infeccoes-oportunistas http://www.aids.gov.br/pagina/acompanhamento-medico http://www.aids.gov.br/pagina/quais-sao-os-antirretrovirais Agente Comunitário de Saúde 15 P ág in a1 5 O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha masculina ou feminina com uma pessoa infectada. Em mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para a criança se a gestante apresentar lesões por herpes. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, não furar as bolhas, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas, não aplicar pomadas no local sem recomendação profissional. SINAIS E SINTOMAS Após o contágio, os sinais e sintomas podem aparecer em média após seis dias e geralmente são: Pequenas bolhas agrupadas que se rompem e tornam-se feridas dolorosas no pênis, ânus, vulva, vagina ou colo do útero. Essas feridas podem durar, em média, de duas a três semanas e desaparecem. Formigamento, ardor, vermelhidão e coceira no local, além de febre, dores musculares, dor ao urinar e mal-estar. Os sinais e sintomas podem reaparecer, dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, menstruação, exposição prolongada ao sol, traumatismo ou uso de antibióticos. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Na presença de qualquer sinal ou sintoma de herpes genital, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. A infecção tem tratamento e os seus sinais e sintomas podem ser reduzidos, mesmo que não haja cura (a pessoa permanece com o vírus). CALENDÁRIO NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO Agente Comunitário de Saúde 16 P ág in a1 6 2. Atuação do ACS na Saúde Mental A saúde mental vem ganhando espaço rapidamente nos últimos tempos. Até pouco mais de 20 anos, o espaço dedicado a essas questões era centrado nos hospitais psiquiátricos, e a doença mental era vista como um transtorno bastante grave, do qual era difícil recuperar-se. Antes disso, pacientes que tinham transtornos mentais graves iam para os sanatórios ou hospitais colônia, que em alguns momentos abrigaram os doentes de tuberculose, hanseníase e assim muitos passaram o resto de seus dias. Esse modelo vem sendo modificado em diferentes países, e assim o sofrimento mental vem sendo compreendido como uma doença como outras e que o acesso aos serviços de saúde mental deve estar disponível à população como os outros serviços de saúde, não havendo necessidade de afastamento ou isolamento da sociedade. No Brasil, temos vivido o mesmo processo de mudança. Num movimento contínuo, temos enfrentado o desafio de superar o modelo de tratamento da doença mental centrado nos grandes hospitais psiquiátricos e caminhado em direção aos tratamentos de base comunitária. Nossa rede de serviços psicossociais – CAPS (I, II, III, AD, I e J) cresceu muito e agora é o momento de solidificar o cuidado na Estratégia Saúde da Família. Não há saúde sem saúde mental!!!A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde mental como “um estado de bem-estar no qual os indivíduos podem desenvolver o seu potencial de forma plena, podem trabalhar e viver produtiva mente e são capazes de contribuir para a comunidade onde vivem.” É necessário compreender que saúde mental é fundamental para o bem-estar pessoal, para os relacionamentos familiares, para o crescimento da comunidade e da sociedade como um todo. Ao contrário disso, a doença mental interage com a pobreza e a falta de recursos de uma forma negativa: os transtornos dificultam ainda mais o aprendizado dos sujeitos e seu envolvimento em atividades produtivas sociais e econômicas. Para evitar essa associação de sofrimento psíquico com falta de acesso aos serviços, a Estratégia Saúde da Família, em especial a ação dos agentes comunitários de saúde, tem um papel fundamental. 2.1. Saúde Mental Saúde Mental Ansiedade Depressão Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas Agente Comunitário de Saúde 17 P ág in a1 7 Sintomas observados nos transtornos de ansiedade: ➢ Crises de dor no peito, coração batendo forte e acelerado; ➢ Falta de ar; ➢ Dor e desconforto abdominal; ➢ Dor de cabeça, tonturas; ➢ Tensão muscular – musculatura “endurecida”; ➢ Tremores; ➢ Suor em excesso; ➢ Boca seca; ➢ Dificuldade para dormir; ➢ Calorões ou calafrios Depressão Sintomas principais: ➢ Humor deprimido; ➢ Perda de interesse pela vida; ➢ Fadiga. Obs.: a presença desses sintomas de forma isolada não indica necessariamente depressão. Se houver suspeita, a pessoa deve ser encaminhada para avaliação da equipe de saúde. Álcool: O alcoolismo, também conhecido como “síndrome da dependência do álcool”, é uma doença caracterizada pelos seguintes elementos: ➢ Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber; ➢ Perda de controle: a inabilidade frequente de parar de beber uma vez que a pessoa já começou; ➢ Dependência física: a ocorrência de sintomas de abstinência, como náuseas, suor, tremores, e ansiedade, quando se para de beber após um período bebendo-se muito. Tais sintomas são aliviados bebendo- se álcool ou tomando-se outra droga sedativa; ➢ Tolerância: a necessidade de aumentar a quantidade de álcool para sentir-se “alto”. Sintomas acessórios: ➢ Concentração e atenção reduzidas; ➢ Autoestima e autoconfiança reduzidas; ➢ Ideias de culpa e inutilidade; ➢ Pessimismo em relação ao futuro; ➢ Ideias de suicídio; Sono perturbado; ➢ Apetite diminuído. Agente Comunitário de Saúde 18 P ág in a1 8 2.2. Atenção à Pessoa com Deficiência Na visita às famílias: ➢ Identificar situações de risco para o desenvolvimento de deficiências como condições de trabalho, violência, acidentes de trânsito, doenças crônicas (hipertensão, diabetes, hanseníase, entre outras); ➢ Identificar e descrever os tipos de deficiência encontrados: física, mental, auditiva, visual, múltipla; ➢ Conhecer as condições de vida das pessoas com deficiência: como é a família, atividades de vida diária, moradia, benefícios sociais, transporte, escolaridade, idade, estado de saúde geral, ocupação, se usa bengala, cadeira de rodas, lentes etc.; ➢ Identificar se é totalmente dependente. Se precisa de auxílio; ➢ Identificar formas de participação das pessoas com deficiência na comunidade; ➢ Identificar na comunidade movimentos organizados de pessoas com deficiência e lideranças comunitárias, suas reivindicações, propostas e atividades; ➢ Perceber e orientar para procurar os serviços de saúde, prestando atenção se estão tendo o acesso à Unidade Básica de Saúde e se têm oportunidades iguais aos outros usuários em todos os atendimentos e atividades (vacinação, consultas, pré-natal, planejamento familiar, puericultura, saúde bucal e outros); ➢ Promover a inclusão social começando pela família, estimulando sua participação nas diferentes atividades, valorizando os conhecimentos da família adquiridos pela convivência diária pelas orientações de outros profissionais, permitindo sua participação e colaboração na comunicação nas relações de saúde. Agente Comunitário de Saúde 19 P ág in a1 9 2.3.Orientação à Família com Pessoas Acamadas 2.4. Violência Familiar A violência familiar é um problema social de grandes dimensões que afeta todas as classes sociais e todas as pessoas, independentemente da cultura, do grau de escolaridade, da religião, da profissão e da posição política. Atinge especialmente mulheres, crianças, adolescentes, idosos, portadores de deficiências e homossexuais. ➢ Comunicar a equipe de saúde a necessidade de avaliação da pessoa para Atenção Domiciliar. ➢ Estabelecer forma de comunicação participativa com a família. ➢ Orientar cuidados com o lixo originado no cuidado do usuário e do lixo domiciliar (separação, armazenamento e coleta). ➢ Servir de elo de comunicação entre a pessoa, a família e a equipe. ➢ Identificar e mobilizar, na comunidade, redes de apoio ao plano de Atenção Domiciliar pactuado com a família. ➢ Registrar os atendimentos. Agente Comunitário de Saúde 20 P ág in a2 0 O que é violência familiar? É toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física e psicológica, a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um dos membros da família. Onde pode acontecer? Pode acontecer dentro e fora de casa por algum membro da família. Inclui também as pessoas que estão exercendo a função de pai ou mãe, mesmo sem laços de sangue. Quais são os tipos de violência? A violência familiar pode se manifestar de várias formas e com diferentes graus de severidade. Essas formas de violência não se produzem isoladamente, mas fazem parte de uma sequência crescente de episódios, do qual o homicídio é a manifestação mais extrema. Pode ocorrer na forma de: violência física, sexual, psicológica e econômica ou patrimonial. Como identificar situações de violência familiar? A violência pode ser identificada em diferentes momentos ou lugares. Durante o trabalho, nas visitas domiciliares, reuniões comunitárias ou qualquer outra situação. Falar sobre violência é difícil e complexo, pois envolve medo, dúvidas e sentimentos de que o problema é muito grande para ser enfrentado. Tudo isso é verdade, mas o silêncio ou a omissão pode ser o alimento que a violência precisa, pois é sempre progressiva, isto é, uma vez que começa, é difícil parar. É por isso que você e os outros profissionais da saúde, da educação e mesmo as pessoas da comunidade precisam, logo no começo, buscar alternativas para enfrentar a violência. LEMBRE-SE! O seu papel é estar atento às várias manifestações que possam indicar suspeita de violência familiar. Deve conversar imediatamente com sua equipe sobre suas suspeitas para juntos pensarem em quais as ações que deverão ser desencadeadas. Os sinais de alerta mostram que uma pessoa pode estar sofrendo violência ou agredindo alguém. Eles podem levar a uma suspeita ou até mesmo a confirmar a violência. Mas ATENÇÃO: os sinais de alerta não devem ser vistos de maneira isolada. Alguns são claramente indicativos de agressões, como marcas de cintos, de corda etc. Mas outros podem ser ou não, como problemasde sono ou de pele. Agente Comunitário de Saúde 21 P ág in a2 1 Existem sinais que podem chamar a atenção e levar você a suspeitar de que existe algo errado acontecendo com aquela pessoa ou sua família. São os sinais de alerta. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER A metade das queixas de violência familiar apresentadas pelas mulheres é de agressão física, seguidas de agressões verbais, violência sexual. Há ainda situações em que a mulher sofre vários tipos de agressão ao mesmo tempo. A maior parte das agressões acontece dentro de casa e, na grande maioria das vezes, o agressor é uma pessoa que convive com a vítima. Não há nada que justifique a violência. É preciso então ser cuidadoso quando se fala em causa de violência, pois na verdade o que existe são situações de risco para violência, por exemplo, o homem que acha que a mulher lhe pertence e que a violência é natural e aceitável (machismo); o alcoolismo e outras drogas; problemas mentais; a falta de trabalho e de dinheiro; reprodução da violência, ou seja, o agressor quando criança vivenciou a violência e age da mesma maneira quando adulto. Hoje, as mulheres têm o amparo da Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, disponível em http://www.planalto.gov.br. Ela caracteriza a violência doméstica como uma das formas de viola- ção dos direitos humanos e isso representa um avanço muito grande na legislação brasileira. Essa lei possibilita que agressores sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada quando ameaçarem a integridade física da mulher. Prevê ainda medidas de proteção à mulher que corre risco de vida, como o afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação física da mulher agredida e dos filhos. Cria mecanismos para defender os direitos e também prevenir a violência familiar contra ela. A mulher vítima de violência não costuma contar sobre os episódios de maus-tratos sofridos, pois temem tanto a represália/vingança do agressor quanto o preconceito dos profissionais de saúde, que as julgam como corresponsáveis pelas agressões sofridas, cobrando atitudes que muitas vezes não são possíveis de serem tomadas. Alguns indicativos que podem ser uma suspeita de violência em mulheres (nenhum sinal pode ser analisado isoladamente): ➢ Manchas ou marcas no corpo; ➢ Fraturas e feridas em diferentes momentos de cicatrização; ➢ Queixas de hemorragias vaginal ou retal, dor ao urinar, corrimentos; ➢ Doenças sexualmente transmissíveis; ➢ Uso de roupas inadequadas para o clima, para esconder as marcas; ➢ Problemas alimentares: comer demais ou de menos; ➢ Tristeza constante, choro frequente, pensamentos suicidas; ➢ Dores crônicas; ➢ Falta de ânimo para os cuidados com a casa, com os filhos e com ela própria. VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE A violência contra a criança e o adolescente é um fenômeno cada vez mais frequente. É uma realidade dolorosa, sendo responsável por muitas doenças e mortes nessa faixa etária. Nessa idade as crianças e adolescentes são incapazes ou têm dificuldade em se defender, principalmente quando o agressor é alguém que deveria zelar pela sua saúde. Dica importante: Compare a data do comparecimento na UBS com a data informada do fato/acidente. Fique atento quando os pais ou responsáveis demoram a procurar atendimento ou deixam de vacinar as crianças. http://www.planalto.gov.br/ Agente Comunitário de Saúde 22 P ág in a2 2 Alguns indicativos que podem ser uma suspeita de violência contra crianças e adolescentes: ➢ Manchas roxas pelo corpo, antigas ou recentes, e em lugares variados; ➢ Queimaduras de cigarro, água ou óleo quente; Fraturas muito frequentes; ➢ Feridas na boca, lábios, olhos; ➢ Arranhões pelo corpo; ➢ Criança que falta muito às consultas de acompanhamento na Unidade Básica de Saúde; ➢ Criança que não ganha peso e está com as vacinas atrasadas; ➢ Criança medrosa, que se agride sozinha, que tem dificuldades na escola, que vive assustada e faz muito xixi na cama; Criança com medo de ficar só ou em companhia de determinada pessoa; ➢ Fugas de casa; ➢ Uso e abuso de drogas; Prática de pequenos roubos; ➢ Sangramentos e corrimentos; Tentativa de suicídio; ➢ Baixa autoestima; ➢ Gravidez precoce pode ser indicativa. Trabalho infantil É aquele realizado por crianças e adolescentes. Há situações em que eles são obrigados a trabalhar, tendo como principal motivo ajudar na renda da família. Realizam atividades que põem em risco sua saúde física e mental, são explorados pelos pais e patrões e muitas vezes são maltratados quando deixam de levar dinheiro para casa. Todos os tipos de trabalho infantil trazem risco, pois as crianças e adolescentes ficam expostos aos mais diversos tipos de agressão: descascar mandioca, quebrar coco, trabalhar em madeireiras, em canaviais, lavoura de fumo, com produtos explosivos ou tóxicos, pedir esmolas nas ruas, entre outros. O que diz a lei O trabalho infantil é uma forma de violência contra a criança e precisa ser combatido. É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (emenda constitucional de 15/12/98, item 33). Agente Comunitário de Saúde 23 P ág in a2 3 O Estatuto da Criança e do Adolescente fala do direito da criança de estudar e de brincar. No artigo 4º, diz: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.” (BRASIL, 1990). Agente Comunitário de Saúde 24 P ág in a2 4 VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL No caso de pessoas portadoras de deficiência, a violência se manifesta de várias formas, como discriminação dentro da família, isolamento do convívio familiar e social, a família deixa de buscar os seus direitos à educação, saúde e assistência social, impedindo-os de viver com dignidade por considerá-los diferentes. Agente Comunitário de Saúde 25 P ág in a2 5 ATRIBUIÇÕES FRENTE À VIOLÊNCIA FAMILIAR Estar atento aos sinais de violência, durante a realização das visitas domiciliares de rotina, não se esquecendo de que a família é um espaço íntimo e que é preciso ter cuidado na forma de fazer as perguntas, de abordar as pessoas e de fazer as anotações; Procurar verificar se há situações que podem levar a casos de violência; Orientar que os pais ou responsáveis devem manter a calma, não ser agressivos e entender que o choro do bebê é a forma dele se comunicar; Ouvir com atenção o que as pessoas comentam sobre seus problemas; Dar apoio para aquelas que querem falar, mas não têm coragem; Observar mudanças de hábitos, se alguém está agindo de forma diferente, aproximar-se para entender suas reações; Evitar censurar comportamentos que lhe pareçam estranhos ou comentar com terceiros o que você está percebendo; Agente Comunitário de Saúde 26 P ág in a2 6 Evitar conclusões precipitadas ou distorcidas. É necessário considerar um conjunto de sinais, e não sinais isolados; Realizar o mapeamento de famílias de risco com relação à violência, na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde à qual está vinculado; Apoiar, quando necessário, o Conselho Tutelar, as escolas e as creches, na avaliação de situações que indiquem violência a partir da pactuaçãocom a equipe; Registrar o acompanhamento familiar de casos notificados pela UBS, observando se a violência continua prestando orientações às famílias ou responsáveis; Encaminhar os casos com fortes suspeitas de violência à Unidade Básica de Saúde para, em conjunto com o supervisor e a equipe de saúde, definir qual a conduta mais adequada à situação. O que pode envolver a participação de outros profissionais e instituições; Planejar e organizar com a ajuda da equipe de saúde atividades que permitam à comunidade refletir e debater sobre comportamentos violentos: reuniões com homens e mulheres, com crianças e adolescentes, com professores, oficinas, teatro, palestras com especialistas, entre outras ações; Envolver um maior número possível de grupos e instituições da comunidade: escolas, igrejas, associação de moradores, de futebol, grupos de defesa dos direitos humanos. Discutindo que todas as pessoas têm direito a viver como cidadãos e que é possível lidar com os conflitos de maneira equilibrada. 2.5. ACS e o Tracoma É uma inflamação nos olhos causada por uma bactéria. É considerada a principal causa de cegueira evitável no mundo. Agente Comunitário de Saúde 27 P ág in a2 7 Ações relacionadas ao controle do tracoma: Identificar pessoas com queixa de cílios tocando o globo ocular, lacrimejamento, sensação de cisco dentro do olho, coceira, sensibilidade à luz e secreção com pus e orientar que procure a Unidade Básica de Saúde; Acompanhar as pessoas em tratamento e orientá-las quanto à importância da necessidade de terminá-lo; Orientar quanto à necessidade de lavar a face várias vezes ao dia, evitar dormir em camas com várias pessoas e dividir lençóis e toalhas, para prevenir tracoma; Realizar busca de casos, em domicílio, escolas, creches, orfanatos, entre outros, após a notificação de um caso na sua área; Registrar os casos confirmados, em ficha específica – e no Sinan NET, informando a Unidade Básica de Saúde; Acompanhar os demais profissionais da equipe de saúde nas visitas de controle de casos positivos após o tratamento, para avaliação da sua evolução; 1ª visita de controle do caso – deve ser realizada 6 (seis) meses após início do tratamento; 2ª visita de controle do caso – deve ser realizada 12 (doze) meses após o início do tratamento; Desenvolver ações educativas e de mobilização da comunidade relativas à promoção à saúde, prevenção e ao controle do tracoma em sua área de abrangência; Mobilizar a comunidade para desenvolver medidas simples de higiene, especialmente orientar a lavagem frequente do rosto das crianças e de melhorias de hábitos no cuidado com o corpo e das condições sanitárias e ambientais. Nota: O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde é a Azitromicina em dose única nas apresentações em comprimidos de 500mg e suspensão de 600mg. O objetivo do tratamento é a cura da infecção. Em nível populacional, o objetivo é interromper a cadeia de transmissão da doença e diminuir a circulação do agente etiológico na comunidade, o que leva à redução da frequência das reinfecções e da gravidade dos casos. 2.6. Conhecendo o SUS Agente Comunitário de Saúde 28 P ág in a2 8 Agente Comunitário de Saúde 29 P ág in a2 9 Agente Comunitário de Saúde 30 P ág in a3 0 Agente Comunitário de Saúde 31 P ág in a3 1 Agente Comunitário de Saúde 32 P ág in a3 2 Agente Comunitário de Saúde 33 P ág in a3 3 Agente Comunitário de Saúde 34 P ág in a3 4 Agente Comunitário de Saúde 35 P ág in a3 5 Agente Comunitário de Saúde 36 P ág in a3 6 Agente Comunitário de Saúde 37 P ág in a3 7 Agente Comunitário de Saúde 38 P ág in a3 8 Atividade 1ª- São atribuições de um agente comunitário de saúde (ACS). Exceto: a) Trabalhar com famílias em áreas geográficas definidas b) Desenvolver atividades de prevenção de doenças através de visitas domiciliares c) Orientar os usuários quanto a prestação de serviços de saúde disponíveis no município d) Cadastrar todos os moradores de sua micro área, e sempre deixar cadastros atualizados e) Solicitar exames complementares, conforme protocolo de normas técnicas 2ª- Sobre o tratamento da Hanseníase, pode se afirmar que: a) Tratamento pago, mas acessível a todo cidadão caso, comprove renda familiar per-capta inferior a 20% do salário mínimo. b) Tratamento encontrado tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde. c) Tratamento fornecido, único e exclusivamente pela rede pública de saúde. d) Não existe tratamento comprovado no Brasil, apenas no exterior e) Com estado de carência do portador comprovado, tratamento gratuito. 3ª- Cite as formas de contágio e seus tratamentos das seguintes doenças: Tuberculose; Malária; Febre Amarela. 4ª- Em relação às pessoas portadoras de IST, o agente comunitário de saúde deverá fornecer as seguintes orientações, EXCETO: a) Não se automedicar b) Se não for possível evitar as relações sexuais, utilizar a camisinha. c) Caso os sintomas desapareçam interromper o tratamento prescrito pelo médico. d) Procurar conversar com o(a) companheiro(a) ou parceiro(a) sexual sobre a situação e levá-lo(a) até uma Unidade Básica de Saúde. REFERÊNCIAS PASSOS, R. Revisão Final - enfermagem para concursos. Revista. Natal, 2016. SILVA , S. C. T. Curso Introdutório Agentes de Saúde. Parauapebas, 2012 GUIA Pratico do Agente Comunitário de Saúde – Disponível em http://www.dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/geral/guia acs. Acessado em 24/07/2017 http://www.dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/geral/guia%20acs