Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - CCE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - UEM QUÍMICA EXPERIMENTAL - 207 - Turma 03 DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DO SÓDIO Acadêmicos: Gustavo Junqueira Valias Meira Filho RA: 117480 Milena Neves de Sousa RA: 119313 Pedro Henrique Viana Pichitelli RA: 118919 Docente: Prof. Dr. Marcos Roberto Mauricio Maringá - PR Outubro de 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 1.1. Metais Alcalinos 1 1.1.1. Obtenção dos Metais e do Sódio 1 1.1.2. Propriedades Químicas Gerais 2 1.1.3. Teste de Chama e Espectros 3 1.2. Massa Molar 3 1.3. Equação de Estado 4 2. OBJETIVO 5 3. PARTE EXPERIMENTAL 5 3.1. Materiais 5 3.2. Reagentes 5 3.3. Procedimento Experimental 5 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 6 5. CONCLUSÃO 8 REFERÊNCIAS 9 1. INTRODUÇÃO 1.1. Metais Alcalinos O grupo dos Metais Alcalinos (Grupo 1 da tabela periódica) é consideravelmente homogêneo e possui uma química simples em comparação aos demais grupos da tabela. Suas propriedades físicas e químicas estão atreladas aos seus tamanhos e estruturas eletrônicas. As noções iniciais sobre esses elementos são que todos são metais, excelentes condutores de eletricidade, bastante reativos e moles. Sua camada eletrônica mais externa acolhe somente um elétron – que, por sua vez, é ligado ao núcleo muito fracamente. formam, na maioria das vezes, compostos univalentes, iônicos e incolores. [1] Os elementos desse Grupo não ocorrem juntos devido à diferença de tamanho dos seus íons. Porém, quando trata-se de abundância, o sódio é o sétimo elemento químico mais presente na crosta terrestre, em peso, constituindo 4% de seu peso quando junto ao potássio. [1] 1.1.1. Obtenção dos Metais e do Sódio Os metais do Grupo 1 são extremamente reativos, isso inviabiliza sua forma livre presente na natureza. Além disso, outras opções comuns de sua obtenção pura são descartadas por demais características, dentre elas: não podem ser obtidos por decomposição térmica já que seus compostos são muito estáveis ao calor; reagem com água por estarem no topo da série eletroquímica, inviabilizando um deslocamento de um elemento por outro em solução aquosa; são os agentes redutores mais fortes, impossibilitando sua obtenção pela redução de seus óxidos. [1] Esses metais, todavia, podem ser obtidos por eletrólise de um sal fundido, com adição de impurezas para abaixar o ponto de fusão. A obtenção do sódio é realizada em um equipamento chamado de Célula de downs (Figura 1) onde ocorre a eletrólise de uma mistura fundida (40% NaCl + 60% CaCl2). [1] 1 Pela presença do CaCl2, a mistura funde a 600 ºC, ao contrário do NaCl puro, que apresenta temperatura de fusão em 803 ºC. A quantidade de cálcio formada no processo é insolúvel no sódio líquido, dissolvendo-se na mistura. [1] A Célula contém um ânodo formado por grafite e um cátodo de aço fundido. Além disso, possui uma tela que separa o Na formado do Cl2. O sódio fundido é coletado por uma calha invertida e armazenado em cilindros de aço. [1] Figura 1 - Célula de downs para a obtenção de sódio. 1.1.2. Propriedades Químicas Gerais Quando se trata da estrutura eletrônica, todos os elementos do Grupo 1 tem um elétron s isolado na camada mais externa do átomo. Isso garante uma atração muito fraca desse elétron com o núcleo e, consequentemente, faz com que os átomos do grupo sejam os maiores de todos os seus respectivos períodos. [1] O tamanho dos átomos influencia na densidade deles, que é muito baixa. Além disso, tem-se que a primeira energia de ionização dos átomos do grupo são muito baixas em comparação a qualquer outro da tabela devido ao elétron da camada de valência. Todavia, a segunda energia de ionização (remoção do segundo elétron) é extremamente elevada já que a penúltima camada é eletronicamente completa – isso provoca o efeito de que o segundo elétron nunca é removido em condições normais. [1] Por fim, os valores dos pontos de fusão e ebulição acompanham a tendência da energia de coesão do grupo. A energia de coesão é a força que mantém unidos 2 os átomos ou íons em sólidos, dessa forma, devido ao elétron de valência e tamanho dos átomos, essa propriedade é pequena no grupo e decresce de cima para baixo na tabela periódica. [1] 1.1.3. Teste de Chama e Espectros Os elétrons do Grupo 1 conseguem ser facilmente excitados para um nível energético mais alto, como no conhecido teste de chama. Esse teste demonstra que, quando um elétron externo é excitado para uma camada energética superior pelo calor da chama, ao retornar para seu nível energético inicial ele libera a energia que havia absorvido – no Grupo 1, essa energia retorna em forma de luz visível. [1] A cor relacionada a cada composto sugere que a energia absorvida no aquecimento corresponde a um determinado comprimento de onda de luz. Da mesma forma, a intensidade da cor deriva da concentração do metal alcalino presente na amostra. [1] 1.2. Massa Molar A massa molar de um determinado elemento é a massa por mol de seus átomos. De forma correspondente, a massa molar de um composto é a massa por mol das moléculas e, quando trata-se de compostos iônicos, é a massa por mol de fórmulas unitárias. [2] Seu cálculo pode ser feito a partir da Eq. 1, em que a massa da amostra é igual à quantidade de mols multiplicada pela massa por mol: 𝑚 = 𝑛 · 𝑀 (Eq. 1) As massas molares de um elemento são determinadas a partir de um equipamento chamado espectrômetro de massas. A massa contida em um mol de átomo equivale a massa de um determinado átomo multiplicado pela constante de Avogadro (número de átomos em um mol): [2] 𝑀 = 𝑚 á𝑡𝑜𝑚𝑜 · 𝑁 𝐴 (Eq. 2) 3 1.3. Equação de Estado Algumas variáveis macroscópicas relacionam-se entre si e permitem que um determinado sistema específico seja caracterizado. A Equação de Estado relaciona volume (V), pressão (p), temperatura (T) e quantidade de matéria (n) para descrever sistemas. [3] A base empírica para essa contribuição se dá pela lei de Boyle que descreve uma isoterma, pela lei de charles que descreve isóbaras e isócoras. Além do princípio de Avogadro, indicando que o volume é igual a uma constante multiplicado pela quantidade de matéria. [3] Com os conceitos científicos históricos em mente, foi possível elaborar a lei dos gases ideais (Eq. 3) em que R é a constante dos gases. Essa equação fica cada vez mais exata à medida que a pressão do gás tende a zero, já que assim os movimentos seriam os mais aleatórios possíveis. [3] 𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 (Eq. 3) 4 2. OBJETIVO ● Determinar experimentalmente a massa molar do sódio; ● Comparar os métodos utilizados para a finalidade anterior. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. Materiais Os materiais utilizados no experimento foram: - Buretas adaptadas; - Funil; - Mangueira de látex; - Papel filtro; - Pinça; - Régua milimetrada; - Rolha de borracha; - Suporte universal; - Tubo de ensaio. 3.2. Reagentes Os reagentes utilizados no experimento foram: - Etanol; - Sódio metálico; - Álcool etílico. 3.3. Procedimento Experimental Antes de dar início ao experimento, primeiramente foi feita a montagem da aparelhagem. O aparelho consiste em duas buretas adaptadas, que são dois tubos longos graduados, que foram fixados verticalmente num suporte universal e conectados através de uma mangueira de látex. Após isso, foi adicionado água às buretas até que o nível atingisse metade das mesmas. Em uma das buretas, foi 5 adaptado através de uma rolha de borracha, um tubo de ensaio com um bulbo lateral na parte superior, enquanto que a outra bureta foi mantida aberta. Depois de pronto, foi certificado se o aparelho não apresentava vazamento. O nível de água nas buretas foi ajustado e as mesmas foram presas ao suporte universal sem alterar o nível. Com um funil, foi colocado no tubo de ensaio de 5 a 6 mL de álcool etílico e, logo em seguida, foi pego um pedaço de sódio metálico com cerca de 0,02 a 0,03 g, secado bem com papel filtro e posto no bulbo, mantendoo tubo de ensaio inclinado. A seguir, o tubo foi fechado com a tampa do aparelho e colocado na posição vertical para que o sódio caísse no álcool e a reação ocorresse. Depois que a reação foi completada e o aparelho esfriado, a diferença de nível nas buretas foi medida com uma régua milimetrada. A temperatura e a pressão ambiente foram medidas também. Figura 2 - Esquema para determinação da massa molar do sódio. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste experimento que busca a massa molar do sódio, foi separado cerca de 0,0219 g de sódio, cuidadosamente seco para evitar contaminações. Isolado da atmosfera na estrutura já descrita anteriormente, a reação entre o sódio e o álcool etílico acontece, e nela o sódio, átomo com um elétron fracamente preso e, por consequência, um átomo extremamente eletropositivo, entra em contato com o álcool, que possui uma hidroxila, alvo do ataque do sódio. 6 O oxigênio da hidroxila é um átomo eletronegativo e recebe o elétron do sódio formando uma ligação iônica, e por causa disso ele perde a ligação com o átomo de hidrogênio, isso acontece pois o oxigênio tem preferência pelo sódio, mais eletropositivo que o hidrogênio. A quebra com o hidrogênio é homolítica, dessa forma o oxigênio acaba com seus orbitais satisfeitos, já o hidrogênio se liga a outros dos seus para também sanar seus orbitais, dando origem ao hidrogênio gasoso (H2) e o etóxido de sódio, todo o sódio foi consumido na reação. O hidrogênio gasoso, preso no volume fechado da bureta, pressiona a água contra seu próprio peso e contra a pressão atmosférica do outro lado. Supondo H2 como um gás ideal pode-se descobrir o número de mols, primeiro mede-se a coluna de água na bureta aberta, desde o topo até o nível equivalente ao topo na bureta fechada, ou seja mede-se o volume de água deslocada pelo hidrogênio gerado na reação, o que na verdade é exatamente igual ao volume do hidrogênio, o resultado obtido foi de 14,80 mL. O próximo passo é descobrir a pressão do hidrogênio, para isso tem-se a pressão na parte aberta (pressão atmosférica + peso da coluna) igual a pressão interna (pressão do hidrogênio somada a pressão do vapor de água), como o peso da coluna é desprezível dada as pressões envolvidas, este foi descartado, assim subtraída a pressão do vapor da água na temperatura do ambiente, no caso 28 ºC, da pressão atmosférica, obtém-se a pressão do hidrogênio. Neste caso a pressão de vapor é de aproximadamente 28,3 mmHg enquanto a pressão atmosférica é de 709 mmHg. Logo tem-se uma pressão do hidrogênio de 680,7 mmHg. Utilizando-se da temperatura já referida (28ºC ou seja 301K) e igualando todos os dados em oposição a número de mols de H2 na equação dos gases ideais, foi obtido o valor de 0,0005372 mols de H2, o que, pela equação estequiométrica da reação, equivale a metade de mols de Na consumidos. Sendo assim tem-se a massa molar do sódio igual à massa em gramas de sódio que reagiu, cerca de 0,0219, divididos pelo dobro de 0,0005372. O resultado obtido foi de cerca de 20,3 gramas por mol, uma medida próxima do real que são em torno dos 22,98, o que configura um erro de 43,91%, e este erro pode ser por vários motivos: aproximações, o descarte da pressão da coluna de água ou erros nas medições, mas o principal fator é provavelmente, o fato de o hidrogênio ter sido considerado 7 um gás ideal, o que nas pressões do experimento já resultam em um erro de estimativa maior. 5. CONCLUSÃO Pode-se afirmar que o resultado obtido não estava dentro do esperado, pois foi alcançado um erro de cerca de 43,91% na massa molar calculada para o sódio. Porém, esse erro manteve os valores na mesma ordem de grandeza, de forma que, por mais que as falhas experimentais aconteceram, não comprometeu todo o trabalho feito. Alguns fatores que podem influenciar significativamente vão desde a liberação de gás durante o manuseio da aparelhagem até algum vazamento que pode ter acontecido no fechamento da tampa e também talvez algum erro de medição. No entanto, tais motivos não deveriam ocasionar a grande porcentagem de erro que foi obtido no final do experimento, o que leva ao pensamento que a quantidade considerável de sódio perdido tenha sido causado pela perda de gás hidrogênio que foi liberado durante a reação. 8 REFERÊNCIAS [1] LEE, J. D. Química Inorgânica Não Tão Concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher, 1999. [2] ATKINS, P.; JONES, L.; LAVERMAN, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. [3] ATKINS, P.; DE PAULA, J. Físico-Química. 10. ed. v. 1. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 9
Compartilhar