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63A5 - ESTETICA DO PROJETO 2021/2 Texto 03 OS PROBLEMAS DA ESTETICA PÁG. 2 Estas sucessivas extensões do termo fizeram com que hoje se entenda por estética toda teoria que, de qualquer modo, se refira à beleza ou à arte: seja qual for a maneira como se delineia tal teoria. PÁG. 3 Essas concepções representam, contudo, os extremos de uma oposição instituída artificialmente entre termos arbitrariamente separados e enrijecidos, oposição que convém mediar e dissolver numa visão mais colada à realidade dos fatos e ao teste concreto da experiência. PÁG. 8 Portanto, nem o apelo a uma tarefa especulativa veda à estética o seu contato com a experiência, nem o seu dever de concreção a desvia do campo da filosofia. Precisamente porque a estética é filosofia, por isso mesmo ela é reflexão sobre a experiência, isto é, tem um caráter especulativo e concreto a um só tempo. Não é estética aquela visão que, não alimentada pela experiência, da arte e do belo, cai na abstração estéril, nem aquela experiência de arte ou e beleza que, não elaborada sobre um plano decididamente especulativo, permanece na simples descrição. Para definir seus próprios limites, a estética deve fixar um ponto de conjunção entre teoria e experiência, evitando tanto sua separação quanto sua confusão. PÁG. 10 Ora, pelo contrário, poética e crítica, mesmo podendo ser traduzidas em termos e reflexão, nem se incluem na estética nem se identificam com ela, porque, de preferência, fazem parte de seu objeto, isto é, da experiência estética. Que a poética e crítica estão essencialmente ligadas à atividade artística fica claro não apenas quando se pensa que a poética diz respeito à oba por fazer e a crítica à obra feita: a primeira tem a tarefa de regular sua produção da arte, e a crítica a de avaliar a obra de arte. PÁG. 11 A poética é programa de arte, declarando num manifesto, numa retórica ou mesmo implícito no próprio exercício da atividade artística; ela traduz em termos normativos e operativos um determinado gosto, que, por sua vez, é toda a espiritualidade de uma pessoa ou de uma época projetada no campo da arte. A crítica é o espelho no qual a obra se reflete: ela pronuncia o juízo enquanto reconhece o valor da obra, isto é, enquanto repete o juízo com que a obra, nascendo aprovou-se a si mesma. PÁG. 13 Certamente, compete `estética estabelecer o específico de uma determinada arte; mas a estética deve fazê-lo num plano que interesse a todas as artes, isto é, tendo em conta todos os aspectos da experiência artística e, por isso, as repercussões que a teoria de uma determinada arte pode e dever ter no âmbito das outras artes e as ressonâncias que, no tratamento de uma determinada arte, pode ter o tratamento geral de todas as outras artes. Texto 05 PÓS MODERNISMO PÁG. 45 [...] à arquitetura, por exemplo, Charles Jencks data o final simbólico do modernismo e a passagem para o pós-moderno de 15h32m de 15 de julho de 1972, :mando o projeto de desenvolvimento da habitação Pruitt-Igoe, de St Louis (uma versão premiada da "máquina para a vida moderna" de Le Corbusier), foi dinamitado como um ambiente inabitável para as pessoas de baixa renda que abrigava. Jüravante, as ideias do CIAM, de Le Corbusier e de outros apóstolos do "alto modernismo". PÁG. 46 [...] é norma procurar estratégias "pluralistas" e "orgânicas" para a abordagem do desenvolvimento urbano como uma "colagem" de espaços e misturas altamente diferenciados, em vez de perseguir planos grandiosos baseados no zoneamento funcional de atividades diferentes. Com isso ele quer dizer uma passagem do tipo de perspectivismo que permitia ao modernista uma melhor apreensão do sentido de uma realidade complexa, mas mesmo assim singular à ênfase em questões sobre como realidades radicalmente diferentes podem coexistir, colidir e se interpenetrar. Em consequência, a fronteira entre ficção e ficção científica sofreu uma real dissolução, enquanto as personagens pós-modernas com frequência parecem confusas acerca do mundo em que estão e de como deveriam agir com relação a ele. [...] a mescla de um pragmatismo americano revivido com a onda pós- -marxista e pós- estruturalista que abalou Paris depois de 1968 produziu o que Bernstein (1985, 25) chama de "raiva do humanismo e do legado do Iluminismo". PÁG. 46 O modernismo dedicava-se muito à busca de futuros melhores, mesmo que a frustração perpétua desse alvo levasse à paranoia. Mas o pós-modernismo tipicamente descarta essa possibilidade ao concentrar-se nas circunstâncias esquizofrênicas induzidas pela fragmentação e por todas as instabilidades (inclusive as linguísticas) que nos impedem até mesmo de representar coerentemente, para não falar de conceber estratégias para produzir, algum futuro radicalmente diferente. Texto 09 NOTAS SOBRE ESPAÇO PÚBLICO E IMAGENS DA CIDADE PÁG. 33 Estes modos temporais de ocupação do espaço público para distintas atividades revelam habilidades subjetivas na tarefa de reconquistar o espaço público frente à pressão institucional à qual está submetido, tornando-se o post-it um sensor da qualidade urbana latente, de um espaço aberto a dinâmicas diferentes e não invasivas. PÁG. 34 Em uma atmosfera caracterizada pela indiferença e pela rotina, a ação crítica funcionaria como um elemento revitalizador, sendo atualmente encarada como tema de interesse nas intervenções urbanas (Gausa et al., 2001) caracterizada pela vontade de interagir, ativar, produzir, expressar, mover e relacionar, agitando os espaços e as inércias, através de “acontecimentos” ou “eventos”. [...] neste ponto que se baseia minha argumentação principal: se o temporário deixa ou não suas marcas, e, nessa medida, interessam tanto marcas materiais como imateriais. Kronenburg (2008) já diria que “a utilização não oficial de determinados espaços chama a atenção sobre o valor dos mesmos e os conduz a investimentos e melhorias mais formalizadas” PÁG. 35 Segundo Temel, o “temporário” está localizado entre o “efêmero” e o “provisório”. Enquanto o efêmero é algo que tem vida curta e que não pode ser estendido, o provisório começa com vida curta, mas muitas vezes acaba virando permanente, enquanto não se providencia algo de melhor qualidade. [...] O “urbanismo temporário” seria, ao mesmo tempo, uma alternativa ao planejamento urbano, onde atividades temporárias podem ocupar as brechas do planejamento, enquanto se espera pela implementação dos planos, permitindo a “pré-transformação” do espaço; e uma forma de participação, possibilitando colocar em prática um planejamento de base motivado pela atitude do “faça você mesmo”. PÁG. 36 Büttner acredita que a arte pode exercer importante papel no cotidiano. Segundo ela, para assumir uma função pública, a arte deve ter como princípio básico e indispensável criar obras artísticas “com e para” um determinado lugar, abusando do confronto com o contexto e descobrindo, destacando e valorizando temas e lugares. Texto 10 O DESEJO DE DESMATERIALIZAÇÃO DA ARQUITETURA: A PLASTICIDADE COMO PROCESSO PÁG. 63 Por meio dessa análise, pretende-se compreender as modificações provocadas pela informática nestes conceitos a fim de desmistificar discursos que apontam para o desejo de desmaterialização da arquitetura. No entanto, em épocas de mudanças é essencial que se estabeleçam novas formas de pensamento e maneiras de assimilar e analisar os fenômenos contemporâneos (GIANNETTI, 2000; LÉVY, 1999). PÁG. 64 Sendo assim, a impossibilidade de acesso total à imagem deve-se à sua segmentação e fragmentação. É essa característica inerente à tecnologia digital da imagem que torna possível a produção quase infinita de imagens sem que nenhuma delas exista como tal (PLAZA, 1993). Edmond Couchot em seu artigo – Da Representação à Simulação –. O autor considera que a tecnologia numérica não representa, mas simula, pois a imagemnão é mais projetada, mas sim ejetada para o real. Com a abertura a novas possibilidades, os arquitetos de hoje, em seu processo de concepção, podem se desprender da materialidade, que até então era a matéria-prima da arquitetura. PÁG. 66 Os dois autores falam de maneira diferente do mesmo fenômeno: a inflexão nas características que definiam a arquitetura anteriormente e uma – transferência – de importância da forma para a ação. Eles indicam um fascínio pela – desmaterialização – da arquitetura. Então o design é um dos métodos de dar forma à matéria e de fazê-la aparecer como aparece, e não de outro modo. O design, como todas expressões culturais, mostra que a matéria não aparece (é inaparente), a não ser que seja informada, começa a se manifestar (a tornar-se fenômeno) Apresenta-se, então, a crítica quanto à precipitação de Moneo ao considerar que é possível uma arquitetura que tem a forma como categoria ausente PÁG. 70 Durante o texto, foi exposto que o desejo de desmaterialização da arquitetura está relacionado com o processo e a ação. O progresso é uma proposta que apresenta um resultado, um produto que existe depois que o processo se encerra. Na concepção do design como processo, o resultado é que o processo continua não somente para o designer, mas também para qualquer um. O texto de Jones data de 1991, mas se revela muito atual. Ainda que o autor não estivesse colocando a questão nos mesmos termos que aqui, ele identifica que quando a arquitetura é compreendida de modo mais abrangente ela extrapola o objeto, sendo possível pensar em obras feitas para a experiência, passíveis de intervenções dos usuários, os quais continuam a – construção –, ou seja, informam por meio da experiência.
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