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Proposta metodológica para se trabalhar a educação em direitos humanos Unidade 3 A construção social para educação em direitos humanos Temos a máxima no Direito, sendo uma ciência social aplicada, acompanhando assim, a evolução da sociedade, e, buscando enxergar e tratar a solução conforme precisão pontual social em cada uma de suas submatérias. Seguinte esta linha, a Educação em Direitos Humanos não se estranha a essa realidade. Sabemos que uma sociedade, em seu crescimento anseia amparo de direitos e deveres aplicáveis à realidade do momento. A multidiversidade de culturas miscigenada produz definições e valorações de necessidades sociais a todo o momento. Neste sentido, a Educação em Direitos Humanos consiste em uma compreensão de uma sociedade em constante construção e evolução, para que conjuntamente com diversos setores (Sociologia, Antropologia, História, Ciências Políticas e afins) possam ser identificadas as necessidades de amparo social como forma coletiva, e, dos indivíduos isoladamente. Ademais, somente é possível identificar metodologia de ensino, caso o profissional vislumbre a real essência da construção social, refletindo em constantes necessidades de cada indivíduo necessita em vida social. Para tanto, leciona o Professor Douglas Cesar Lucas, vejamos: [...] Os direitos humanos, na posição de universais não homogeneizadores, precisam justamente reconhecer a existência de uma moralidade que impõe reciprocidade de comportamentos a todos os indivíduos e instituições como condição de possibilidade para serem freadas as diferenças que conduzem à desigualdade excludente ou, mesmo, à homogeneização que inviabiliza o aparecimento das diferenças comuns à humanidade do homem. [...]. (LUCAS, 2010, p. 61). Neste contexto, é possível iniciar a compreensão quanto ao papel da educação, como um instrumento de comprometimento com a sociedade a fim de possibilite a promoção mais justa, igualitária, perene. Vivemos atualmente em uma sociedade cada vez mais egoísta, incompreensível e irracional no que se refere ao respeito social, às diferenças de indivíduos, pensamentos, e, a credos. Sentimos na pele que a sociedade carece de uma harmonização de ideias não no sentido de todos pensarem da mesma maneira, mas, de compreensão em distinguir que ideias distintas não fazem conflitantes, mas, pensadores. Rotineiramente nos deparamos nos noticiários quanto a relatos de intolerância de gênero, de religião, de filosofia, e, ideias. São comportamentos altamente nocivos a sociedade, e diretamente ao indivíduo, pois, passa a segregar cada vez mais os competentes de uma sociedade, criando-se subdivisões sociais de forma negativa. Neste prisma que ressaltamos que somente pela correta Educação em Direitos Humanos, compreendendo a construção e evolução da sociedade em que vivemos, seremos capazes de compreender um convívio sociais em harmonia, respeitando os interesses individuais e coletivos. É neste momento, em que percebemos das necessidades sociais, e, compreendemos a essência da educação em direitos humanos que iniciamos o traço da metodologia pedagogia nos diferentes níveis da educação com a finalidade de alcançar a efetividade do plano. Sob o tema, apresenta corroborando neste sentido Douglas Cesar Lucas: [...] Afastar a diferença, portanto, é ao mesmo tempo em que negar as possibilidades de o entendimento humano tratar daquilo que, por sua moralidade, pode ser universalizado [...]. (LUCAS, 2010, p. 61). É enfatizado, neste sentido, que a Educação se torna ferramenta imprescindível para alterar a situação social atual. Percebemos que a forma mais incisiva de corrigir uma sociedade intolerante é por meio das bases educacionais em todos os estágios, primando pela educação básica. Corrobora com entendimento o Professor Paulo Freire: [...] A liberdade é concebida como horizonte final do destino do homem, mas por isto mesmo só pode ter sentido na história que os homens vivem [...]. (FREIRE, 1982, p. 7). Dito alhures, avançamos a primeira etapa deste módulo, em identificar a construção e evolução social; compreender que, a educação torna-se o viés para adequação de valores e comportamentos da multidiversidade social, passando adiante para o estudo dos mecanismos pedagógicos para aplicação prática Práticas pedagógicas de ensino em direitos humanos Conforme estudado anteriormente, compreendemos a Educação em Direito Humanos como sendo o instrumento de construção intelectual de indivíduo, para que, se habilite a convivência e harmonização aos quesitos de princípios, atitudes, ideologia, crenças em sociedade. É mediante a Educação em Direitos Humanos que possibilitamos determinados indivíduos, dotado de suas convicções, filosofias, pensamentos a viverem de forma equilibrada e harmoniosa em sociedade com outros indivíduos que possuem pensamento conflitante aos seus. Contudo, para que a Educação em Direitos Humanos tenha sua eficácia valorativa, necessário que os profissionais atrelados a esta área demandem de práticas pedagógicas pertinentes à formação intelectual dos receptores da informação. A metodologia nesta prática pedagógica é fundamental ferramenta para buscar êxito na construção de uma sociedade mais justa e tolerante a divergências e conflitos de ideias. Neste sentido, importante que o profissional que esteja desenvolvendo atividades na Educação em Direitos Humanos (seja ela nas áreas da educação básica, fundamental, profissional ou superior), esteja devidamente adequado para que envolvam o público alvo com as metodologias pedagógicas eficazes para início da construção e fomentando o desenvolvimento cognitivo intelectual de seu público alvo. Necessário que exista uma interação entre os participantes. Cada grau de ensino possui seu público alvo, e, a metodologia correta a ser aplicada. Contudo, a essência da Educação em Direitos Humanos é a percepção conjunta dos envolvidos com a finalidade de não simplesmente formar técnicos estáticos, mas, cidadãos que desenvolvam a empatia com os demais e seus posicionamentos. Compreender que a verdade não é absoluta, e sim, uma ideia em debate como caminho a ser trilhado ao fim de um debate propositivo. Diante deste cenário, temos um importante instrumento denominado Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que nos traz os objetivos gerais e linhas gerais de ação no ensino em Direitos Humanos na Educação Básica e Superior; bem como, na educação não formal. Para saber mais leia o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Especificamente o tópico referente aos objetivos gerais e linhas gerais de ação do PNEDH no ensino em Direito Humanos na Educação Básica e Superior, e, ainda na Educação não formal. Esta leitura é imprescindível para seu aprendizado. Disponível em: https://bit.ly/2SFLC34 Podemos extrair do documento, no campo que pertence ao nosso estudo, Educação Básica e Superior, entende-se atualmente como metodologia pedagógica eficaz a ser trabalhado em busca do resultado almejado na Educação em Direitos Humanos, possuem alguns pilares, tais como: Devido conhecimento quanto aos direitos propriamente ditos; b) construção de fundamentos argumentativos; c) aplicabilidade prática em sociedade. São mecanismos em apertada síntese, que promoverão os objetivos gerais do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, mediante as linhas gerais de ação, todos, moldados conforme nivelamento educacional que o trabalho será exercido, bem como, com o público alvo identificado. Sob os três pilares acima, o PNEDH nos traz 07 (Sete) subdivisões quanto às linhas gerais de ação, conforme leitura obrigatória. https://bit.ly/2SFLC34 Por fim, compreende-se neste sentido, metodologia fundamental para o desenvolvimento de determinado indivíduo, pela Educação em Direitos Humanos, independente de seu momento, para habilitação ao convívio socialpróximo ao ideal almejado. Conhecimento do direito propriamente dito Aqui é o momento em que o profissional vinculado ao Ensino em Direitos Humanos precisa dotar de conhecimento do conteúdo programático adequado para que seja transmitido para os receptores que buscam a sua qualificação e desenvolvimento enquanto cidadãos. Sob esta ótica, necessário que o profissional possua três pilares trabalhando em conjunto, ou seja, possua alinhamento equilibrado entre a sua capacidade técnica acadêmica no sentindo de cientista da área, possuindo multidisciplinariedade para que possa abordar de forma eficaz o conteúdo de Direitos Humanos sob uma perspectiva macro. Ainda, deverá ter o responsável pela administração de tal conhecimento, a ferramenta de aplicação teórica em ambiente. Possuir capacidade suficiente de transpassar o conteúdo teórico para os que se encontram envolvidos no processo de aprendizado, lapidação e crescimento como indivíduo. Aqui nos deparamos com duas linhas gerais de ação, que visa fortalecimento normativo e institucional, bem como, com a produção de informação e conhecimento. É por este mecanismo que iniciamos a construção do saber, o conhecimento técnico e de vivência. Construindo normativas com eficácia capaz de pôr efeito a comando, e, o fomento de uma construção de conhecimento para os cidadãos. Por fim, os complementos harmônicos, dos pilares versam quanto ao conhecimento de causa, ou também, o conhecimento experimental. Aqui é o ponto crucial, a qual demonstra o profissional, mediante capacidade curricular; expertise pedagógica, a carga experimental que carrega sobre o tema, derivações e aplicações práticas. Tendo harmonicamente estes pilares, o profissional da Educação em Direitos Humanos avança para a eficiência de sua metodologia a fim de alcançar o resultado pretendido. Fundamentos argumentativos Este é o momento fundamental para formar o indivíduo para se tornar um crítico moderado, em respeito às demais convicções sociais sem que permita ao mesmo que ingresse em conflitos intolerantes e gerem eventuais conflitos sociais. O profissional que atua em Educação em Direitos Humanos, posteriormente a identificação da natureza evolutiva social, bem como, apresentar pedagogicamente o conteúdo de forma dinâmica, entrelaçando os pilares do entendimento acadêmico, da metodologia de repasse educacional, e, pela experiência já vivida, possui o compromisso de lapidar e polir o indivíduo para que, dentro de suas convicções, tenha argumentos convincentes e justos para enfrentamento de um debate propositivo. O PNEDH nos traz dois mecanismos que fomentam a construção argumentativa dos envolvidos, independente do grau de ensino, sendo: Produção e divulgação de materiais e pela Formação e capacitação de profissionais. Neste momento, em cada degrau de ensino no sistema brasileiro, são traçadas estratégias para fomentar o cidadão a possuir fundamentação em suas argumentações, com a finalidade de possuir subsídios para sustentar um debate propositivo em busca de uma sociedade mais democráticas, abstendo de se pautar em mero achismo. Necessário não somente apoiar a diversificação de pensamentos, crenças ou ideológicas, mas, munir o indivíduo da capacidade argumentativa quanto ao que defende e integram como valores, princípios e normas. Aplicabilidade prática Aqui fundamental etapa no que tange a Educação em Direitos Humanos, é a compreensão de que por esta ferramenta, será demonstrada de fato o início da transformação da realidade de defesa dos direitos humanos entre indivíduos em sociedade. É nesta etapa que o profissional precisa ter a noção de uma abordagem macro e real das condições sociais e dos indivíduos que serão os públicos alvos. Torna-se essencial que na demonstração da aplicabilidade prática da Educação em Direitos Humanos, tenha se a visão de que seja abordada toda a interdisciplinaridade com o fito de alcançar o resultado almejado, qual sejam, a formação e construção de um indivíduo cada vez mais formador de opinião e harmônico em convívio social. Para tanto, as etapas anteriores necessitam estar arrojadas no estudo e metodologia pedagógica para que este último quesito surta os devidos efeitos. Será neste ponto que, o Profissional, independente da área de educação que esteja atuando, impactara o sujeito na compreensão prática da Educação em Direitos Humanos. Superado o momento da auto-compreensão, do conhecimento teórico, e, conhecimento pedagógico, o profissional alcançará à árdua e finalística etapa da aplicabilidade prática da Educação em Direitos Humanos aos receptores. São as linhas gerais apresentadas como ação no PNEDH, sendo compreendidas como: Gestão de programas e projetos e Avaliação e monitoramento, onde serão aplicadas de fato as propostas de uma maneira mais incisiva e objetiva com a finalidade de transformação social sob uma ótica mais democrática e justa. Compreendemos pela presente competência os instrumentos, objetivos gerais, e as linhas gerais de ação de um Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos com ênfase da transformação da sociedade de uma forma mais justa e democrática. Busca-se a imersão do cidadão em um estudo mais humano e de empatia voltada diretamente a sociedade. E isso sendo possível mediante a Educação, e, em seus diversos níveis. Direitos humanos no ensino fundamental Pela presente competência, serão abordados o marco inicial para mudança de uma sociedade viciada e intolerante. É por meio da Educação Fundamental, onde a criança passa a ter seu primeiro contato social que se é iniciado o trabalho de lapidar o cidadão para vivência social. Na realidade brasileira, o ensino fundamental é etapa integrante da educação básica, ou seja, uma etapa de ensino atrelada a educação escolar de crianças e adolescentes. O ensino fundamental, neste sentido, sendo parte do sistema de ensino brasileiro que é regulamentado por órgãos superiores, sendo Ministério da Educação; as Secretarias Estaduais de Educação, Secretaria Municipais de Educação, e, os demais conselhos como Nacional de Educação e o Estadual de Educação. Possui inicialmente, previsão Constitucional (Constituição 1988), em seu art. 205 e 208 e incisos, o direito a todos os cidadãos com a finalidade de desenvolvimento e preparado para a cidadania, bem como, a competência abrangida pelo Estado, vejamos: [...]Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde [...]. (BRASIL, Constituição de 1988, Art. 205 e 208). É regulado ainda, atualmente pela Lei de Diretrizes e bases da educação nacional – LDB Lei Nº. 9.394/96, tendo especificamente estampado em seu art. 4, I, o dever do Estado quanto à educação, corroborando com o dispositivo constitucional.Nos deparamos com normas de repetição obrigatória. Neste sentido, a Lei de Diretrizes e bases da educação nacional, no momento em que passa a disciplinar especificamente sobre a temática, introduz a essência da norma geral constitucional em seu texto, para que, haja a harmonia legislativa. Caso contrário, poderia eventualmente ser objetivo de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Ademais, no mesmo ano da nova LDB, foi introduzido no Brasil, o Plano Nacional de Direitos Humanos – PNDH -, tendo sido alterado nos anos seguintes. Com a implantação do PNDH a educação brasileira saltou no que tange a inserção de políticas públicas que permitam a formação de uma sociedade mais harmônica em face da diversidade cultural, social, religiosos e de ideologias. Percebemos a tamanha importância da Educação Fundamental no sistema educacional brasileiro, e, mais ainda, a importância da implantação da Educação em Direitos Humanos nesta etapa. Vejamos que a escola é o primeiro contato do indivíduo com variedade cultural e social. É nesse momento em que inicia a vida do indivíduo nas relações pessoais, sociais, culturais, credos e de demais diversificação de opiniões. Ainda, por ser o primeiro contato do indivíduo, o choque de realidade é tamanho, e, neste momento a importância de se iniciar a formação intelectual e tolerante do indivíduo a fim de que possa gradativamente construir a concepção de diversidade de ideias, muitas vezes, alheias as suas convicções, e, portanto, ter condições de socializar diante dos conflitos. De acordo com o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, nesta etapa, compreendida como marco inicial da Educação Básica, o aprendizado vai muito mais além do que uma simples formação técnica disciplinar, e sim, visa o atendimento e crescimento de uma finalidade social, formando a criança e o adolescente para um convivo social de forma mais democrática. Pensando nesta ideia, Levisky faz uma análise interessante da questão: [...] Vivemos numa sociedade que aparenta ser livre, mas que se perde em novos tipos de aprisionamento resultantes do imobilismo, da velocidade das mudanças e do consumismo. Vive-se a perplexidade e aparente aceitação do status quo revelador da passividade e da impotência na qual o cidadão se encontra. Há um tipo de violência social que gera o excluído e que dele quer se afastar e se isentar de responsabilidades atribuindo-lhe a condição de objeto pernicioso. Essa mesma sociedade que exclui nega a consciência de que é, também, parcialmente corresponsável nas condições geradoras da exclusão [...]. (LEVISKY, 2010, p. 11). Neste momento, o profissional da educação em direitos humanos, precisa ser cirúrgico ao iniciar o processo da lapidação do indivíduo na educação fundamental. Iniciar a compreensão da diversidade de opiniões, a pluralidade de ideias de forma pedagógica e com metodologia adequada é a grande missão. É, portanto, neste momento introdutório do indivíduo em um meio social, na escola, que a educação em direitos humanos necessita de um espaço marcante para que possibilite o início da formação de cidadãos pautados da igualdade, liberdade, respeito e tolerância. Por meio desta base que se é permitida a sonhar com uma melhora social. As razões assistem pela importância da Educação em Direitos Humanos na Educação Fundamental, pois, as crianças e adolescentes passando neste momento a ser indivíduos dotados de direitos e defesa, necessitam de introdução às noções basilares de cidadania, convívio social, enfrentamento de diversidade de opiniões, tolerância temática, ou seja, incisivo na matéria de Direitos Humanos. Será neste momento, introdutório e embrionário que a Educação em Direitos Humanos inicia seu trabalho para o caminhar de cidadãos cada vez mais próximos do ideal de um convívio harmônico em sociedade. Notamos que nesta competência é apresentado o início da construção de uma ideia. Sabemos que é pela educação que será permitida a evolução/alteração do quadro atual da sociedade. E, mais ainda, pela educação fundamental que lançamos o ponta pé inicial. Construímos uma sociedade mais democrática desde o ingresso prévio de criança em seu primeiro contato social, a escola. Sendo determinante que sejam aplicados os objetivos gerais, os princípios norteadores da Educação em Direitos Humanos na Educação básica, por meio das ferramentas adequadas. Direitos humanos no ensino médio e na educação profissional Almejar uma sociedade mais democrática e harmônica nos força a desenvolver cidadãos a caminho de uma vivência cada vez mais madura e tolerante em face da diversidade cultural e social. Diferentemente do ensino fundamental, na etapa do ensino médio e da educação profissional, o indivíduo lapidado passa a ser polido para o convívio social. A primeira etapa nos remete a inserção da Educação em Direitos Humanos na educação fundamental com a finalidade de iniciar uma construção. Agora, necessário que o indivíduo iniciado na metodologia pedagógica em Direitos Humanos evolua no sentido de transcender o aprendizado inicial para que possa de fato passar aplicar em vivência social propriamente dita. É no ensino médio e profissional que o indivíduo tende a ter acesso ao mercado de trabalho, e, na sua capacitação para a inserção laborativa necessita de um comportamento e olhar mais social, pois, passará ao contato de outro universo social, não somente com aqueles que buscam o mesmo objetivo educacional, mas, agora passa a formação de um caráter propriamente dito para o convívio social. Corrobora a compreensão temática, o conteúdo contido no Caderno Pedagógico do MEC, vejamos: [...] Para tanto, é necessário compreender as crianças, adolescentes e jovens que frequentam a escola como alunos e estes como sujeitos de direitos, isto é, percebê-los a partir do seu ponto de vista, com seus interesses, necessidades, concepções do contexto sociocultural em que se encontram imersos, com distintos modos de olhar e dar sentido ao mundo em que vivem por meio de suas ações, pensamentos e palavras e não apenas do ponto de vista dos adultos [...]. (MEC, Caderno Pedagógico, Direitos Humanos, p.16). Neste momento que o indivíduo é projetado para vivência social. A disciplina e respeito quanto à hierarquia nas escolas de ensino médio e profissional são amplificados. E, sob esta ótica, os profissionais em Educação em Direitos Humanos mudam sua metodologia, que, anteriormente seria mais superficial e introdutória, para de fato, introduzir a conceituação de normas, noção de organização escolar como um sistema, participação de oficinas com demais alunos. No ensino médio e profissional, são fomentados com vigor os debates relacionados à sociedade, políticas públicas que atendam a uma coletividade ou direito difuso como saúde, educação, meio ambiente, saneamento, fauna, flora e afins. Diante deste panorama, o profissional em Direitos Humanos fomentará a abordagem crítica dos ouvintes para que passem a imprimir suas próprias opiniões, sem, contudo, deixar de ouvir as outras opiniões. O resultado desta discussão é mostrar sob visões distintas os pontos relevantes sob o mesmo conteúdo, e, unidos em um objetivo comum apresentar propostas de solução de problemas vivenciados, de forma colaborativa. Aqui o profissional necessitará de um manejo para que possibilite incentivar os adolescentes quanto ao fortalecimento das argumentações sob suas convicções, bem como, conduzir o mesmo adolescente a compreender opinião diversa. Em face dos debates propostos, com origem cultural, sociais e filosóficos, os envolvidos passam a surgem com questionamentos quanto a determinado fato da sociedade. Um perfeito exemplo disso, em eventual debate escolar sobre o aborto, casamento homo afetivo, ou liberdade de credo, sob o prisma de um único assunto, poderá ser percebido diversas posições.Terá o profissional neste momento, em apresentar todos os ângulos das temáticas, e, com base no que cada indivíduo traz consigo, tentar construir sua ideia sobre o tema, e conduzir junto ao mesmo a um posicionamento que poderá surtir efeitos positivos para uma coletividade. Mediante esta metodologia pedagógica, em, possibilitar o indivíduo em conhecer do problema social, e, sob ele apresentar suas crenças, filosofia e pensamento, poderá fomentar um debate propositivo entre os envolvidos, para que, de maneira centrada e equilibrada, possam discorrer sobre o tema, a fim de uma solução, ou quem sabe, nem sempre uma solução é buscada, mas, uma compreensão torna-se necessária. A literatura nos expõe fundamentos quanto a este raciocínio, in verbis: [...] Que as expressões direitos humanos e direitos fundamentais são frequentemente usadas como sinônimas. Mas, segundo sua origem e o respectivo significado, podem ser diferenciadas pelo fato dos direitos humanos serem direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista universalista), enquanto os direitos fundamentais são os direitos do homem, 'jurídico-institucionalmente' garantidos e limitados 'espaçotemporalmente [...]. (CANOTILHO, 1993, p.517). Conforme nos apresenta o autor, não podemos confundir os dois institutos apresentados, a fim de evitar conflitos de interpretação, e consequente aplicação equivocada dos ideais. Trabalhos aqui aplicadamente com os Direitos Fundamentais, no âmbito da educação, sendo a grosso modo, a ferramenta capaz de aplicar socialmente os direitos fundamentais contidos na Carta Magna. É aqui que se modula e aplica-se o direito individual para uma vivência social. É a ciência social que construindo a ideia de um indivíduo, aplica-a para estruturação social de forma organizada e ordenada. O Estado possui papel fundamental neste momento, pois, de forma igual ao ensino fundamental, possui o condão de gerir e acompanhar o cidadão nesta etapa. Cabe neste sentido ao Estado a tutela educacional para os indivíduos com a finalidade de formação social. Lapidar e polir o cidadão para que viva de forma harmônica e compreensível a fim de buscarem solucionar a problemática vivida atualmente. Visualizamos pela presente competência, a evolução e a construção de fato de um cidadão voltado para as práticas sociais. Vivemos em uma sociedade altamente competitiva, que se deixam princípios e valores de lado para atender a gula do mercado profissional. Seguinte pelas ações programáticas, percebemos que o Estado tende cada vez mais a participar da vida educacional das crianças e adolescentes com a finalidade de resguardar uma convivência mais harmoniosa e democrática. É nesta etapa que se inicia a consolidação de um cidadão que se preocupa com a realidade vivida, e inicia-se o processo para as soluções. Direitos humanos no ensino superior Superados as etapas iniciais na educação, que o Estado proporciona ao cidadão convivente de uma sociedade, lapidando e polindo, ou seja, iniciando o indivíduo ao convívio social, bem como, em etapa seguinte, formando a compreensão lógica do cidadão para a vivência social, passa a Educação em Direitos Humanos a atuar incisivamente no Ensino Superior, por meio de programas de graduação, pós-graduação, e, extensão. A Educação em Direitos Humanos tem ganhado conotação imprescindível da matéria no Ensino de Terceiro grau. Aqui, o cidadão que já inserido, adaptado ao ideal de um convívio democrático cidadã, e, difundido a ideia de fundamentação argumentativa, passa a aplicar as soluções. Um ciclo que o cidadão, nesta etapa, busca aplicar as soluções quanto a desigualdades sociais. Neste diapasão, podemos perceber a importância da Educação em Direitos Humanos no ensino superior, pois, além de efetivamente pôr a solução em pauta, a metodologia aqui passa a formar profissionais graduados no mercado de trabalho com uma formação cidadã mais conscientes, e, não somente um profissional nu e robotizado. O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos apresenta formalmente os princípios norteadores, objetivos, e, ações programáticas para cumprir com o ideal da inserção da Educação em Direitos Humanos no Ensino Superior. O PNEDH possui presença fundamental e impactante para a construção deste ideal de humanizar cada vez mais os cidadãos para uma vivencia mais harmoniosa socialmente falando. A humanização e conscientização em direitos humanos no Ensino Superior é tarefa primordial ao profissional que conduz a formação nesta etapa. Aqui é o momento crucial para formação de um profissional com uma visão mais ampla, que, utiliza subterfugio na interdisciplinaridade para solução da situação problema que enfrentará na vivência profissional e no curso de sua graduação. A atuação da Educação em Direitos Humanos no âmbito do Ensino Superior traz a proposta de modulação final do cidadão, no que tange a formação educacional e acadêmica, a qual detém propostas formuladas tendo como alvo final o compartilhamento do conhecimento; a aplicação deste conhecimento; e a busca pelo resultado difuso na sociedade a qual teve como objetivo os trabalhos desenvolvidos. Villar neste sentido expõe sua contribuição: [...] A universidade precisa assumir uma prática acadêmica em defesa, pro¬moção e reparação dos direitos humanos, respondendo ao atual cenário de exclusão e desigualdade social, não apenas com a sua capacidade crítica, mas também com uma postura democratizante e emancipadora da sociedade. O mundo acadêmico não é exclusivo à denúncia, mas também espaço de busca de novas formas de refletir, agir e dialogar internamente, externamente e coletivamente [...]. (VILLAR, 2011, p. 67). Percebe-se neste momento que é cada vez mais cobrado das universidades que assumam seu papel não somente como formador de técnico alheios as condições sociais. Passa aqui como papel fundamental na colaboração deste Plano, e, contribuindo ainda com a construção de uma sociedade mais justa e democrática, compondo-a com cidadãos condizentes com a formação que possui, bem como, colaborar em influenciar os demais indivíduos que pertencem ao mesmo ciclo social. A condução e transmissão do saber torna-se o grande desafio para o mentor nesta etapa. Aqui, além de fomentar o debate e o fortalecimento da capacidade argumentativa, deve o mentor direcionar cada um dos ouvintes a explorar seu potencial, de forma democrática a fim de uma solução harmônica entre os seus pares. Continua Villar, quanto a sua análise dos direitos humanos no ensino superior: [...] necessário que a Universidade assuma suas funções de múltiplas formas de modo a reafirmar o seu comprometimento com as demandas sociais. Para tanto, é preciso oferecer uma formação que permita a realização de processos educativos coletivos, participativos e democráticos. No contexto de uma dinâmica de interação social e diálogos, com base em princípios éticos, no sentido do reconhecimento do outro, da inclusão e da igualdade, respeitando e valorizando as diferenças, desta forma, efetiva-se uma Educação em Direitos Humanos [...]. (VILLAR, 2011, p. 66.) Nota-se que o autor nos apresenta não somente a ideia teórica, porém, apresentada uma espécie de plano de ação que as Universidades como ensino superior passem de forma eficaz abordar os cidadãos que pertençam ao corpo acadêmico a aplicar seu conhecimento acadêmico junto à sociedade, ajudando a identificar os conflitos, e, podendo ainda ser o mediador para a solução. Passa-se neste sentido, o ensino superior como sendo uma importante ferramenta para democratização social, e, trampolim para alcançar o objetivo almejado, ou seja, a edificação mais igualitária e tolerante de uma sociedade. Ainda, o ensino superior, compreendendoem graduação, pós-graduação e extensão, detêm da prerrogativa de realizar uma busca de campo, a fim de eleger os principais problemas sociais que assolam o âmbito de que se encontram. Feito isso, buscam a solução de eventuais dissidias aplicando os conceitos técnicos de ensino superior, atrelado com as matérias multidisciplinares compreendido juntamente com educação em Direitos Humanos. Dito alhures, o Ensino Superior, na sua gama de atuação social, possui destaque na elaboração e fomento de práticas que retornem resultados a sociedade, passando ao papel não somente de formador de profissionais friamente, e, sim, de cidadãos capacitados em lidar com litígios sociais. Nesta unidade letiva desta disciplina, estudamos a identificação da evolução social, com a necessidade de formação de cidadãos aptos a conviver de forma harmônica e democrática. Neste sentido, passamos a compreender etapas de estudos e abordagem para o cidadão nos ensinos básico como fundamental, médio e profissionalizando; bem como, o Ensino Superior. A metodologia pedagógica para cada etapa de ensino torna-se fundamental para o profissional da Educação em Direitos Humanos colaborar significativamente para o desenvolvimento do cidadão mais igualitário e respeitoso. Nesta Unidade percebemos a importância do amparo do Estado e acompanhamento na formação do cidadão em busca de uma sociedade cada vez mais harmônica e madura, e, da disciplina de Educação em Direitos Humanos com o papel de formar indivíduos formadores de opinião sendo respeitoso e democrático. Por fim, finalizamos mais uma unidade da disciplina, agora é o momento da fixação do conteúdo. Boas Atividades! Bons estudos! Proposta metodológica para se trabalhar a educação em direitos humanos Unidade 3 A construção social para educação em direitos humanos Conhecimento do direito propriamente dito Fundamentos argumentativos Aplicabilidade prática Direitos humanos no ensino fundamental Direitos humanos no ensino superior