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Unidade 4 Direitos Humanos

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Refletindo sobre a Educação em Direitos Humanos na Educação não
escolar Unidade 4
Dentre os objetivos da Educação em Direitos Humanos está a necessidade de assegurar
este tema como um aspecto transversal e dialógico entre os diversos atores sociais. Isto
significa que dentro das instituições escolares, os direitos humanos podem ser abordados
em diversas áreas de conhecimento, bem como pelos diversos setores que compõem a
sociedade. Além disso, o diálogo entre as instituições se torna fundamental para que os
direitos humanos estejam garantidos sob a perspectiva econômica, social, cultural,
educacional e muitas outras.
A Década das Nações Unidas, entre os anos de 1995 a 2004 ganhou considerável
destaque no que diz respeito às discussões da temática da Educação em Direitos
Humanos. Neste período, foram oferecidos diversos programas para o desenvolvimento
dos direitos humanos no contexto social e escolar de inúmeros países. Tais programas
foram elaborados com o apoio e a assistência técnica da Organização das Nações Unidas
(ONU), financiados por agências internacionais e posteriormente, foram transformados
em programas a longo prazo, certificados por universidades e proporcionando a formação
de professores para que fossem aplicados na educação formal. Além disso, foram
contemplados por projetos de educação popular, conduzidos pela ONU, os quais são
objetos de estudo deste tópico.
De acordo com o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2006): “A educação não 
formal em direitos humanos orienta-se pelos princípios da emancipação e da autonomia. Sua 
implementação configura um permanente processo de sensibilização e formação de consciência 
crítica, direcionada para o encaminhamento de reivindicações e a formulação de propostas para 
as políticas públicas”. Por isso, a seguir, verificaremos qual o papel das organizações sociais na 
Educação em Direitos Humanos, compreendo qual o impacto das associações, das organizações 
não governamentais, dos sindicatos, entre outras entidades quando se trata deste assunto.
O papel das organizações sociais na Educação dos Direitos Humanos
Ao se iniciar as práticas pedagógicas voltadas à Educação em Direitos Humanos, é
preciso agir com respeito à individualidade e às características de cada sujeito e esta
atitude deve prevalecer tanto dentro, quanto fora do ambiente escolar. É possível
promover atividades em que o próprio sujeito seja capaz de explorar e realizar as suas
próprias descobertas.
Conforme o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2006), a educação não
formal age diretamente no empoderamento dos grupos sociais, de maneira a proteger,
defender e reparar os direitos humanos na sociedade.
A prática da educação não formal desenvolvidas por diversas instituições, ocupam o aluno com 
atividades produtivas e longe do tempo ocioso inverso ao escolar, em que um número grande de 
crianças ficariam pelas ruas, sujeitas à conhecerem uma realidade bastante real no país, como 
drogas, cigarro e bebida, por exemplo. Ao contrário, a criança ou adolescente frequentadora de 
projetos sociais, tem a oportunidade de aprenderem uma profissão, praticar um esporte, aprender
a tocar um instrumento musical, pelo fato de que a maioria das instituições e projetos de 
educação não formal desenvolvem seus trabalhos por meio de oficinas culturais, esportivas e 
profissionalizantes, entre outras.
Cabe ressaltar que este documento ainda apresenta importantes ações pragmáticas para
a Educação em Direitos Humanos não formal, que compreendem numa série de ações e
indicam diferentes espaços em que elas podem ser desenvolvidas, tais como:
A alfabetização de jovens e adultos;
A educação popular;
O acompanhamento de pessoas com necessidades especiais;
A execução de projetos de pesquisa voltados aos direitos humanos;
A promoção de educação em direitos humanos para quilombolas, aldeias indígenas,
assentados, imigrantes, entre outras comunidades específicas;
A incorporação de programas de inclusão digital e de educação a distância;
As produções artísticas voltadas à educação em direitos humanos;
As capacitações para agentes de esporte, cultura e lazer.
A educação não formal dos direitos humanos compreende uma série de segmentos, que
vai desde as comunidades, os movimentos e as organizações sociais (PNEDH, 2006).
Incluem-se neste grupo os segmentos políticos e não governamentais, bem como os
setores que compreendem a cultura e a educação.
Estes grupos desempenham um importante papel na educação não formal dos direitos
humanos, pois auxiliam e incentivam a sociedade à reflexão das suas próprias realidades.
Além disso, colaboram para que haja interlocução entre a sociedade e as autoridades
públicas, de maneira a elaborar e encaminhar propostas para a realização de políticas
públicas em diversos setores.
Assim, a educação popular ou não formal pode contribuir de forma decisiva para que os
direitos humanos, de fato, sejam de todos e todas. Entretanto, como em todo o processo
educativo, ela deve ser realizada com objetivos, com rotas a serem traçadas, sabendo o
que se que alcançar e onde se deseja chegar.
Os espaços sociais, tais como os lares, as próprias escolas, as associações, os sindicatos
e as organizações não governamentais são lugares com grande senso de solidariedade.
Neles, o fazer da cidadania está presente com as oportunidades de diálogo,
encaminhamentos para a solução de problemas coletivos e ainda, a reivindicações de
demandas sociais se fazem presentes.
No que se refere ao ponto de vista metodológico, a educação não formal em direitos
humanos contribui para a sistematização, a reorganização e a (re) elaboração de
medidas, programas e políticas públicas para a concretização dos mais diversos direitos
de uma sociedade.
Além disso, parte-se da oportunidade de considerar a própria realidade dos trabalhadores,
cidadãos da periferia, produtores rurais, indígenas e muitos outros grupos específicos, os
quais necessitam de apoio social. Dessa forma, a Educação em Direitos Humanos
também cumpre o papel de formar intelectualmente diversos indivíduos, que inúmeras
vezes, são excluídos das instituições que têm como obrigação promover mudanças em
nossa sociedade.
A seguir, verificaremos qual a importância da paz na Educação em Direitos Humanos, e
como este direito atua na transformação da sociedade.
Reconhecendo a educação para paz como uma proposta de Educação
em Direitos Humanos
Quando nos referimos à pratica pedagógica dos direitos humanos voltada à cultura de
paz, devemos entender que este processo precisa ocorrer de maneira coletiva,
enfatizando os espaços de diálogo e reflexão.
O século XX foi marcado por uma série de episódios de violência e conflitos na sociedade
humana, caracterizados pelo auto poder de destruição em massa. Neste sentido, as
propostas de educação em direitos humanos para a paz têm como principais finalidades
informar, formar e transformar. Por isso, a cultura de paz deve ser cultivada nas
sociedades e ser vista como um processo a ser construído de maneira coletiva e
colaborativa. 
A paz como direito
O artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “Todas as pessoas nascem 
livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em 
relação umas às outras com espírito de fraternidade”.
A paz pode ser compreendida como um processo educativo, dinâmico, contínuo e
permanente, assim como a cultura da paz contribuiu para ajudar as pessoas a
desvendarem de maneira crítica a realidade em que estão inseridas, a fim de serem
capazes de poder odifica-las, de acordo com as suas necessidades.
Em 2003, estudiosos da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, se reuniram
com o intuito de elaborar um manual de planejamento e avaliação no sentido de restaurar
a paz em diferentes zonas de conflito. Deste estudo,resultou um manual educativo com a
finalidade de orientar e implementar a temática da Educação em Direitos Humanos em
locais com altos índices de violência e opressão, tais como Libéria, Serra Leoa, El
Salvador, Guatemala, México, entre outros.
Mas mesmo em nosso país, muitas crianças e jovens vivem fora da escola momentos de
discriminação, sofrimento, dor e violência, por isso é necessário que os educadores
pensem em criar espaços cada vez mais humanizados. Assim, é fundamental que as
práticas de ensino partam das vivências dos alunos e não apenas das teorias e dos
conteúdos.
Por isso, a educação para a paz é reconhecida como uma ação internacional voltada às
práticas educacionais. Esta atitude contribui de maneira efetiva, sobretudo, para que a
educação seja ofertada de forma adequada e significativa.
Neste sentido, conforme afirma Jares (2007) este processo deve acontecer de maneira
contínua e permanente, fundamentado nos dois conceitos fundadores (concepção de paz
positiva e perspectiva criativa do conflito), que, pela aplicação de métodos
problematizados, pretende desenvolver um novo tipo de cultura, a cultura de paz, que
ajude as pessoas a entender criticamente a realidade, desigual, violenta, complexa e
conflituosa, para poder ter uma atitude e uma ação diante dela.
Todo modelo pedagógico voltado à educação para a paz parte das recomendações da
UNESCO sobre a Educação para a Compreensão, a Cooperação e a Paz Internacional.
Não se pode realizar tal trabalho sem considerar a realidade social em que os alunos
estão inseridos. O educador deve propor a eles que reconheçam os conflitos, mas que
sejam capazes de buscar conviverem em harmonia, sem aceitar quaisquer formas de
violência, seja ela verbal, moral ou física.
Ao tratarmos de maneira efetiva a aplicabilidade da paz como proposta para a Educação
em Direitos Humanos, o primeiro passo é considerar a legislação brasileira. Além disso,
as atividades permeadas no direito da paz devem contribuir para a formação da
cidadania, para a responsabilidade ética, o respeito à tolerância e importância da
democracia.
Também se faz necessário considerar a importância da família neste processo, mesmo
que a escola seja reconhecida como o veículo fundamental para as mudanças da
sociedade, tão necessárias nos dias de hoje. Dessa forma, a sociedade contemporânea
entende a educação para a paz e para os direitos humanos como uma proposta
desafiadora, mas capaz de assegurar o desenvolvimento sustentável das sociedades,
garantindo que os direitos humanos sejam respeitados, tais como a justiça social.
Em suma, a educação para a paz em direitos humanos contribui na formação de
indivíduos para uma sociedade pacífica, capaz de evitar catástrofes sociais, além de
promover o respeito pelas diversidades, a fim de agir como um mecanismo de
crescimento e interdependência dos sujeitos.
Compreendendo a educação em valores como uma proposta de Educação em
Direitos Humanos
Muitos professores e profissionais da área educacional vivenciam diversas situações
cotidianas em que observam o desrespeito dos direitos humanos. Considerar as inúmeras
realidades do contexto social e escolar pode ser o ponto de partida para a educação em
valores como uma proposta para o trabalho sobre a temática dos direitos humanos.
A escola, sobretudo, é um espaço de formação de cidadãos, por isso as atividades
escolares devem, acima de tudo, valorizar o diálogo, o respeito e a justiça entre os atores
da comunidade escolar, que inclui pais, alunos, professores e equipe diretiva. Neste
sentido, é tão importante promover um trabalho educativo baseado em valores e
articulados aos conteúdos curriculares. 
O papel da escola na sociedade contemporânea
Atualmente, muito se atribui o processo de ensinoaprendizagem baseado no
conhecimento científico, mas é fundamental primar pela formação integral dos cidadãos,
visto que a sociedade contemporânea clama por uma educação de qualidade, capaz de
valorizar além dos aspectos cognitivos, os aspectos sociais, afetivos e morais.
Por isso, se faz necessário que ocorram discussões voltadas à preparação dos alunos
para o convívio em sociedade, formandoos em sujeitos críticos e questionadores da sua
realidade, sendo capazes de transformar o mundo do qual fazem parte em um lugar justo
e igualitário.
Mas, para que o aprendizado dos cidadãos seja considerado, de fato, significativo, é
preciso considerar e estimular os alunos a entenderem que espaços ocupam na
sociedade. Além de instruir, a educação deve formar, por isso ambas as ações devem ser
compreendidas como ações inseparáveis.
Neste sentido, também se torna fundamental que os professores e educadores estejam
preparados para atender às demandas de uma sociedade que necessita ser
transformada.
Padilha (2005, p. 169) discorre sobre estes aspectos, a partir dos seguintes
questionamentos:
[...] como alguém que não se respeita, que não respeita os seus próprios direitos, que às
vezes nem os conhece e que não sabe defendê-los, poderia ensinar outro alguém sobre o
exercício de algum direito ou sobre qualquer outro conteúdo de forma crítica e
emancipadora? Ou como alguém que está desacostumado a ser ético e agir, socialmente
com justiça? Ou, ainda, como um professor que se deixa vencer pela rotina, por mais dura
que possa ser, pode contribuir para a formação de sujeitos que exerçam plenamente a
sua cidadania e saibam defender os seus direitos civis, sociais e políticos?
Portanto, as instituições de ensino são vistas como um cenário importante na transmissão
e na promoção dos direitos e dos valores. A escola, sobretudo, tem o poder de contribuir
para a formação de uma nova sociedade, cuja dignidade humana se realiza dentro da
constituição do próprio direito à educação, e a partir dela, outros direitos passam a ser
reconhecidos.
Propostas para a Educação em Direitos Humanos baseada em valores
A realidade nos remete a pensar na educação baseada em valores como um trabalho a
ser realizado pela família, visto que este processo envolve uma série de aspectos, tais
como sociais, morais, psíquicos, entre outros.
Mas é na escola que se observam e se constituem muitos episódios de violência,
indisciplina, bem como o desconhecimento de diversos valores trazidos do ambiente
familiar. Por isso, é inquestionável que a escola não seja reconhecida como um espaço
para a educação em direitos humanos baseada em valores.
Outro fator bastante comum na sociedade atual é a ideia de que os valores estão, na
maioria das vezes, associados às questões religiosas, por isso, muito se questiona que
indivíduos que não praticam alguma religião possam estar desprovidos de alguns valores.
Você sabe explicar o que são valores? Para que eles servem? Como são adquiridos? Convido você
a refletir sobre essas questões, antes de darmos continuidades aos nossos estudos!
Os valores são constituídos por uma série de hábitos e comportamentos de um ser
humano. Ao longo da sua vida, cada indivíduo vau atribuindo, de acordo com as suas
vivências quais são os valores que deseja carregar consigo, o que estão diretamente
ligados às suas ações.
Por isso, a Educação em Direitos Humanos baseada em valores trata-se de uma
construção, ou seja, um processo. Diante dessas razões, contata-se que os valores dos
sujeitos não são como fatores genéticos, herdados por seus ancestrais, mas tratase de
um resultado de comportamentos e atitudes.
E neste processo, a escola desenvolve um importante papel na educação em direitos
humanos. As instituições de ensino contribuem para que os alunos percebam que são
capazes de viver em um mundo mais justo, mais digno, mais sustentável e mais seguro.
Aliar os direitos humanos aos valores e às metodologias de ensino contribuem para a
formação de cidadãosagentes e críticos ao seu meio social. Assim, os valores aprendidos
ou adquiridos na escola são levados para a vida do aluno, a fim de fazerem sentido em
suas práticas sociais.
Conhecendo as tendências da Educação em Direitos Humanos
Conforme já estudamos ao longo desta disciplina, não se pode negar que a educação é a
ferramenta mais eficiente para o crescimento pessoal, além de ser considerada como um
direito de qualquer indivíduo. Através da educação, muitos outros direitos podem ser
alcançados, sejam sociais, econômicos ou culturais.
Neste sentido, o papel exercido pela Educação em Direitos Humanos contribui na
formação das futuras gerações. Porém, mesmo que esta temática tenha sido
efetivamente uma obrigação dos Estados, das instituições de ensino e das próprias
pessoas, a cerca de 50 anos sua aceitação em todo o mundo ainda é considerada
recente.
Desafios e tendências da Educação em Direitos Humanos: da teoria à
prática
Muito se discutiu sobre a importância dos direitos humanos ao longo dos anos, mas
pouco se avançou para que as diversas teorias fossem colocadas em prática. Segundo o
Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos (2005, p. 25) “A educação contribui
para: a) Criar uma cultura universal dos direitos humanos; b) Exercitar o respeito, a
tolerância, a promoção e a valorização das diversidades”
A sociedade atual ainda se encontra em uma realidade que prima pela educação
bancária, cujo sujeito encontra-se em uma posição de receptor de conteúdos, que são
gravados e reproduzidos. Dessa forma, destaca-se a concepção de ensino defendida por
Paulo Freire, o qual considerava o ser humano como um sujeito livre e ativo na
sociedade. Por isso, é tão importante que o processo educativo se dê de maneira
libertadora, isto é, reconhecendo a realidade dos educandos.
Paulo Freire denominou de educação bancária o processo de ensino-aprendizagem em
que o professor deposita o conhecimento em alunos desprovidos dos seus próprios
pensamentos. Para ele, este tipo de ensino serviria apenas como treinamento para a
formação em massa exclusivamente para o trabalho. Ou seja, nestas situações, os alunos
não eram estimulados a desenvolver o pensamento crítico, tão pouco se permitiria que
eles atuassem como seres questionadores.
Percebe-se, portanto que a Educação em Direitos Humanos enfrenta alguns desafios,
entre eles:
•Formar professores e educadores, que sempre problematizem e enfatizem a realidade
dos estudantes na elaboração das atividades;
•Dialogar com os problemas sociais dos alunos ao promover a educação em direitos
humanos.
Conforme afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Básica, os direitos
humanos, reconhecidos como temáticas transversais, tradicionalmente eram
considerados como direitos individuais de cada indivíduo. Portanto, trabalhalos como um
direito coletivo, assim como a paz, trona-se um desafio do ensino.
Os direitos defendidos pelos povos indígenas, por exemplo, tais como a terra e seus recursos, são
considerados tanto individuais, como coletivos, visto que através deles, é possível respeitar a sua
identidade e as suas culturas.
Em suma, a Educação em Direitos Humanos deve ser orientada para que a dignidade
humana e o impedimento do sofrimento humano sejam as bases do trabalho com esta
temática, independente se ele ocorrer na educação formal ou não formal. E este processo
só se tornará possível, á medida que as autoridades e a sociedade em geral, reconheçam
a capacidade dos indivíduos em desenvolverem o pensamento crítico.
A Educação em Direitos Humanos deve ser vista como uma política pública capaz de
transformar os valores e as atitudes daqueles que são excluídos e marginalizados dos
espaços sociais. Além disso, é preciso considerar cada vez mais a necessidade de
respeitar as diferenças e as diversidades existentes entre os seres humanos.
Sabemos que muitos avanços já ocorreram ao longo dos anos, no que diz respeito aos
direitos humanos. Mas há urgência em acelerar programas e políticas públicas capazes
de combater o racismo, a violência, o sexismo, a xenofobia e tantas outras situações
causadoras do sofrimento dos seres humanos de todo mundo.
Nesta última unidade letiva desta disciplina, estudamos alguns dos importantes aspectos
da Educação em Direitos Humanos fora da Escola. Retomamos a importância da
educação não formal para os direitos humanos, destacando o papel fundamental das
instituições sociais em nosso país, as quais desenvolvem muitos projetos culturais,
esportivos e educacionais. Além disso, reconhecemos a paz e os valores como propostas
de Educação em Direitos Humanos, discorrendo sobre tais aspectos, a partir da
perspectiva de direitos que, quando são assegurados, garantem a promoção de outros
direitos. Por fim, terminamos este capítulo, conhecendo as tendências da Educação em
Direitos Humanos, refletindo sobre os desafios e as tendências de promover este assunto
como temática de estudos. Como falamos, este tema sempre merece muita atenção e
requer de muito estudo, por isso, esperamos que esta disciplina lhe possibilite continuar
aprendendo mais sobre os direitos humanos. Não deixe de realizar as atividades propostas com
base nesta temática. Bons estudos!
	Refletindo sobre a Educação em Direitos Humanos na Educação não escolar Unidade 4
	O papel das organizações sociais na Educação dos Direitos Humanos
	Reconhecendo a educação para paz como uma proposta de Educação em Direitos Humanos
	A paz como direito
	Compreendendo a educação em valores como uma proposta de Educação em Direitos Humanos
	Propostas para a Educação em Direitos Humanos baseada em valores
	Conhecendo as tendências da Educação em Direitos Humanos
	Desafios e tendências da Educação em Direitos Humanos: da teoria à prática

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