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RESENHA – TERCERIZAÇÃO FLÁVIO NUNES FONSECA – D6MA Todos sabemos que a dignidade do trabalhador deve ser uma das prioridades quando se discute a matéria do Direito do Trabalho. E que por muito tempo, inclusive hoje, esta é o foco dentro dos Sindicatos. Tomando como base os primórdios do Direito Trabalhista, qual seja, a Revolução Industrial e, por conseguinte, o desenvolvimento das fábricas e produções em massa, o autor Márcio Túlio Viana ilumina a criação dos Sindicatos para garantir uma boa condição de trabalho para os proletariados, gerando controvérsias dentro do sistema previamente vigente, ocasionando o prejuízo dos empresários. De toda forma, o mercado se adaptou. E isto é elucido com a busca da produção que gera um melhor custo benefício ao empresário, sem prestigiar a busca da garantia do bem-estar do servidor. Por isso, juntamente com a vinda dos supracitados Sindicatos ao território brasileiro, veio a terceirização que se faz presente em dois diferentes modos, afim de priorizar a produção: a externalização da produção (externa) ou a integralização de trabalhadores externos (interna). O que ocorre nestes casos é a segmentação dos trabalhadores, o que deve ser juridicamente discutido para evitar quaisquer desigualdades ou violação dentro do mercado. A forma externa da terceirização se torna necessária em alguns casos onde a demanda é demais para uma só empresa, como na confecção de automóveis, onde se tem a parte eletrônica, os estofados, a mecânica, etc. O grande problema está presente quando há cumplicidade entre a contratante e a contratada, ou até mesmo na simbiose empresarial, gerando terceirização fraudulenta e trazendo perigos ao operário. Sabemos da existência desses casos, quando grandes empresas como a ZARA, em 2011, são flagradas, ou admitem por conta própria, a existência de trabalho escravo dentro de suas instalações. Porém, com afinco o Judiciário vem, de várias formas, tentando se opor a estas ações, como transluzem o Art. 2, §2 da CLT, ou até mesmo a Súmula 331 do TST. Já na forma interna da terceirização, a empresa tem o poder de “externalizar para a classe operária a própria lógica da concorrência”. Como já dilucidado, nesses casos, há- se a coisificação do trabalhador, alastrando uma crise de inferioridade por não ter certeza do dia de amanhã. Nesses feitos, a entidade empresarial contratante tem uma maior facilidade para se desfazer do funcionário, que se vê, em diversos casos, “sem o controle do seu próprio destino”, formulando assim, uma total degradação da classe. Por pressuposto, podemos afirmar que a terceirização somente priorizará a empresa que contrata e que nada a Justiça pode fazer em relação a isto? Assim como diversas outras ilegalidades presentes no mundo, que se adaptam às novas Leis criadas. O abuso contra o trabalhador seguirá existindo, gerando uma eventualidade cíclico. A entrada do conservadorismo extremista no sistema diligência exatamente isto, por entender que, de sobremodo, o Direito do Trabalho vem com intuito de travar a economia nacional. O problema engendra que, mesmo com partições injustas, o futuro chegou. E com diversas empresas que não se importam com a qualidade de vida do operário, contando que, assim, o granjeie lucros. A suposta solução utópica, porém, vem quando a população, dispondo de todas as classes, foca em respeitar o Princípio da Dignidade Humana e o In Dubio Pro Operario. FONTES VIANA, Márcio Túlio. As faces ocultas da terceirização: uma “mix” de velhos textos e novas ideia. Rev. TST, Brasília, vol. n.o 3, jul/set 2014. Zara pode ser incluída em ‘lista suja’ de trabalho escravo. Autoria VEJA.ABRIL. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/economia/zara-pode-ser-incluida-em-lista-suja-de-trabalho escravo/>. Disponibilizado 14 de Novembro de 2017.
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