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Pedagogia SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LICECIATURA EM PEDAGOGIA ESTEFANY MOTA DE SOUZA A PRÁTICA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Análise sobre a importância da ludicidade em centro de Educação Infantil- Redenção - Pará Redenção-PA 2017 ESTEFANY MOTA DE SOUZA A PRÁTICA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Análise sobre a importância da ludicidade em centro de Educação Infantil- Redenção - Pará Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogo. Orientador: Prof. Okçana Battini Redenção-PA 2017 SOUZA, Estefany Mota de Souza. A PRÁTICA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Análise sobre a importância da ludicidade em Centro de Educação Infantil- Redenção-PA 2017. 28 pg. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Redenção-PA, 2017. RESUMO O presente trabalho objetiva analisar a importância do Lúdico na educação infantil no processo de ensino-aprendizagem. Sabendo que, os jogos é divertimento de primordial relevância como proposta pedagógica infantil, pois, o mesmo contribui na formação de saberes, valores e integração entre as crianças, bem como, o desenvolvendo cognitivo, físico-motor, ambiental e social. Mas nota-se que a inserção da brincadeira mesmo sendo de fundamental importância no processo de desenvolvimento, crescimento e aprendizagem das crianças ainda é mínima e mal ou subutilizada. Nesta perspectiva, indagou-se: Até que ponto a escola, tem se utilizado da prática da ludicidade no processo de ensino e aprendizagem nos centros de Educação Infantil? Assim, o objetivo deste estudo é adotar a brincadeira, ou seja, a ludicidade como atividade pedagógica e que a mesma não é, portanto, tarefa fácil, como aparentemente pode se supor. Na realidade, a inserção da brincadeira na Educação Infantil exige do docente estudo, formação e pesquisa, fundamentos que precisam ser assegurados pela formação inicial e continuada, bem como pela auto formação em serviço. Nosso intento com este projeto é apresentar fundamentação teórico-práticas para que se tenha clareza sobre os princípios e fins presentes na utilização da brincadeira como recurso pedagógico na Educação Infantil. Palavras-chave: Lúdico. Brincar. Educação Infanti. SUMÁRIO 1 Introdução............................................................................ ..................05 2 Revisão Bibliográfica ................................................................ ..............07 3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino...............................21 3.1 Tema e linha de pesquisa...........................................................................21 3.2 Justificativa............................................................................................21 3.3 Problematização....................................................................................21 3.4 Objetivos................................................................................................22 3.5 Conteúdos..............................................................................................22 3.6 Processo de desenvolvimento...............................................................22 3.7 Metodologia............................................................................................23 3.7 Tempo para a realização do projeto.......................................................24 3.8 Recursos humanos e materiais..............................................................24 3.9 Avaliação................................................................................................24 4 Considerações Finais................................................................................25 5 Referências...............................................................................................27 1 INTRODUÇÃO O presente estudo tem como abordagem principal o estudo da importância da prática do Lúdico na educação infantil, os RCNEI – Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil reforçam o que norteia a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9394/96, sobre a oferta e atendimento da Educação Infantil, introduziu uma série de inovações em relação à Educação Básica dentre as quais, a integração das creches nos sistemas de ensino compondo , junto com as pré-escolas, a primeira etapa da Educação Básica. Essa lei evidencia o estimulo à autonomia das unidades educacionais na organização flexível de seu currículo e a pluralidade de métodos pedagógicos, desde que assegurem aprendizagem, e reafirmou os artigos da Constituição Federal acerca do atendimento gratuito em creches e pré-escolas. Do ponto de vista legal, a educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº 9.394/96, art.29). A incorporação das creches e pré-escolas no capítulo da educação na Constituição Federal impacta todas as outras responsabilidades do Estado em relação à Educação Infantil, ou seja, o direito das crianças de zero a cinco anos de idade á matricula em escola pública, gratuita e de qualidade, igualdade de condição em relação ás demais crianças para acesso, permanência e pleno aproveitamento das oportunidades de aprendizagem propiciadas. A escola como lugar essencialmente destinado à apropriação e elaboração pela criança de determinadas habilidades e determinados conteúdos de saber tem como objetivo possibilitar ao educando o desenvolvimento dos processos de pensamento e de sociabilidade, oportunizando os a vivenciar brincadeiras criadas por elas mesmas e/ou imaginativas, acionando seus pensamentos, pois é assim que a criança aprende como se relacionar com o próprio conhecimento e com o outro. Por isso a brincadeira não pode ser negada, nem secundarizada na escola. Todavia, não pode ser vista só como forma de aprender, privilegiando- se, assim, a atividade cognitiva implícita na brincadeira em detrimento de seu caráter lúdico. Com gesto lúdico, a criança constrói um mundo de imaginação a partir do mundo real: seu mundo de faz-de-conta. Esse mundo nada mais é do que a aprendizagem do modo de ser humano em um essencial estágio de sua existência: a infância. Em razão da complexidade em se utilizar metodologicamente brinquedos e brincadeiras na formação infantil, maior deve ser a preocupação do docente em selecionar procedimentos didático- pedagógicos que de fato favoreçam o crescimento, o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. Percebe-se então a importância do lúdico como proposta pedagógica no dia-a-dia da criança. Assim, o objetivo deste estudo é apresentar uma reflexão sobre a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento integral das crianças na Educação Infantil, pois através das brincadeiras lúdicas desenvolve se potencialidades; ela aprende a comparar, analisar, nomear, medir, associar, calcular, classificar, compor, conceituar e criar. Possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sensibilidade, habilidade e criatividade, além de socializa-la com o meio social. Desta forma, este estudo está organizado da seguinte maneira: primeiramente ele apresenta uma abordagem teórica sobre a Educação Infantil no Brasil, dando ênfase ao processo de ensino-aprendizagem da criança e as teorias de desenvolvimento. Logo após aborda-se os tipos de brincadeiras, brinquedos, jogose sua devida importância no desenvolvimento intelectual, afetivo e cognitivo da criança. Em terceira posição apresenta-se a metodologia utilizada para coleta das informações nas escolas campo de estudo. E por último, trata-se das análises dos resultados da pesquisa realizada. Em seguida, apresentam-se as considerações finais. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A Educação Infantil no Brasil O acesso à Educação Infantil pelas crianças é muito recente, pois a história desse segmento educacional no Brasil está marcada por questões como: mudanças na concepção do que seja de fato infância; que tipo de atendimento educacional é mais adequado a esta modalidade de educacional; quais as suas características; quais suas necessidades. E qual a importância desse atendimento para as crianças de 0 a 5 anos. Portanto, Infância e Educação infantil carregam história, ideais, representações, valores, modificam-se ao longo dos tempos e expressam aquilo que a sociedade entende em determinado momento histórico por criança, educação, política de infância e instituição de Educação Infantil (LOPES e outros, 2005, p.17). Para Lopes e outros (2005), é necessário entendermos primeiramente o que é Educação Infantil. Embora não exista um sentido único para este conceito, aqui ele será compreendido, em seu sentido amplo, como aquele que engloba todas as modalidades educativas vivenciadas pelas crianças de 0 a 5 anos, tanto na família quanto na comunidade, antes mesmo de atingirem a idade escolar. Voltando um pouco na história, até por volta do século XVIII, segundo Oliveira (2005), o atendimento à infância no Brasil acontecia de forma mais efetiva no meio rural, pois era nesse espaço geográfico que residia a grande maioria da população. Após a proclamação da República, foram desenvolvidas algumas ações isoladas de proteção à infância. Essas ações eram na sua maioria, orientadas, principalmente, para combater as altas taxas de mortalidade infantil que caracterizavam aquele período. Ainda nesse período, surgem as creches, os asilos e os internatos, com o objetivo de cuidar das crianças pobres, o que segundo Oliveira (2005 p.92), em vez de solucionar o problema, tornava- se, na verdade, “uma arte de varrer o problema para debaixo do tapete” No final do século XIX, é instituído o jardim-de-infância no Brasil, com o objetivo de realizar um atendimento caridoso aos mais pobres. Infelizmente os primeiros jardins-de-infância públicos não foram destinados as crianças pobres, mas para crianças cujas famílias possuíam boas condições financeiras (OLIVEIRA, 2005). No entanto, a criação dessa forma de atendimento caridoso aos mais pobres gerou debates entre os políticos da época. Oliveira (2005.p.2), enfatiza que muitos deles criticavam os jardins de infância, por verem essas instituições funcionando de forma semelhante aos asilos da França, que simplesmente guardavam as crianças. Outros, viam com bons olhos e defendiam o jardim de infância, por acreditarem que essa instituição infantil poderia contribuir no desenvolvimento da criança, já que recebiam a influência dos educadores da Escola Novista1. Porém, havia outros pontos de vista polêmicos, principalmente por parte da concepção política em relação a oferta e manutenção de jardins de infância. Nas décadas de 50 a 80, os jogos e as brincadeiras também tinham esses objetivos, e eram realizados para ambos os sexos, sendo mais comuns como cavalo-de-pau, cata-vento, peteca, boneca, bola, entre outros. Brinquedos fabricados no próprio ambiente familiar pelos adultos e pelas crianças, que primeiramente eram testados pelos adultos e só depois de aprovados eram disponibilizados para que as crianças fizessem o uso do mesmo para brincarem. Contudo, os brinquedos não eram somente utilizados em casa ou nas ruas para divertir as crianças; eles, por muito tempo, fizeram parte das festas religiosas, como símbolos representativos. O balanço, por exemplo, era utilizado pelas meninas nas festas da igreja para simbolizar a fertilidade da mulher, assim como outros brinquedos que também tinham associação com a religião. No século XIX, por exemplo com a revolução industrial e a expansão do capitalismo, os brinquedos e as brincadeiras vão sendo totalmente modificados, passando a ser mercadoria de consumo. Todavia, essas mudanças 1 A Escola Nova foi um movimento de renovação do ensino que foi especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, na primeira metade do século XX. Para saber mais ler HAMZE. Amélia. Escola Nova e o movimento de renovação do ensino. 2013 http://educador.brasilescola.com/gestao-educacional/escola-nova.htm. Acesso em 15 de agostot.15 : com a industrialização acarretaram sérias perdas para as crianças em relação ao sonho, à criatividade, o imaginário infantil, pois os brinquedos industrializados eram considerados perfeitos e as crianças somente tinham a função de ligar um botão e ficar olhando o brinquedo saltar, pular ou rodopiar. Na verdade, com os brinquedos industrializados, as crianças passam a ser receptores passivos da ludicidade. Essa situação acabou desvinculando o real significado do brinquedo e da brincadeira para as crianças. Pois ao mesmo tempo que os brinquedos eram considerados perfeitos bloqueavam a imaginação e a criatividade da criança. Vale destacar, que na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, ou seja, o que dela resulta, mas à própria ação, o movimento vivido. Nesse contexto, o lúdico deve também possibilitar a quem o vivencia momentos de encontro consigo e com o outro; vivencias de fantasias e da realidade, experiência de autoconhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro. Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. O que traz a ludicidade para a sala de aula é muito mais uma “atitude” lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva. Outro marco importante na vida escolar das crianças foi na década de 90, com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA2, que reafirma os direitos da infância estabelecidos na Constituição Federal de 1988. Todas essas articulações contribuirão para a promulgação, em 1996, da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, que apresenta a educação infantil como a primeira etapa da educação básica, sendo este um passo importante 2 Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA — é um conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças e adolescentes. Foi instituído pela Lei 8.069 no dia 13 de julho de 1990.1 Ela regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes inspirada pelas diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988. BRASIL. Planalto do Governo Federal. Estatuto da Criança e do Adolescente 2010 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em 15 de agosto.2015 http://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_da_Crian%C3%A7a_e_do_Adolescente#cite_note-planalto-1 para o reconhecimento da necessidade de se melhorar a qualidade do trabalho pedagógico com as crianças. Oliveira (2002), afirma que: A lei nº 9.394, propõe a reorganização da educação brasileira em determinados pontos no que se refere à educação oferecida pelas creches e Pré-escolas, ao atribuir flexibilidade em seu funcionamento; ao dar liberdade na escola de diferentes maneiras de organização do trabalho pedagógico; ao estabelecer responsabilidades sobre o funcionamento da educação infantil, no que se refere à regulamentação supervisão e avaliaçãoinstitucional. (OLIVEIRA.2002. p.19) A criança desde cedo, manifesta intensa curiosidade por tudo que vê, ouve, sente ou pensa. É a fase geralmente conhecida como “idade do porquê? ”. As inúmeras perguntas que as crianças fazem incessantemente refletem uma grande necessidade de explorar, conhecer, entender a si própria e ao mundo que a cerca. Grande parte das perguntas das crianças, no entanto, é de natureza cientifica. Através delas, nota-se que os interesses são muitos e diversificados. Segundo Friedmann (1998) a atividade lúdica deve ser estruturada em cinco aspectos importantes para que realmente seja efetivada. São elas: 1 – O tempo e o espaço: a criança necessita de tempo e de espaço para desenvolver suas atividades lúdicas (subir em árvores, pular amarelinha, soltar pipa, correr, entre outras brincadeiras existentes no universo infantil). 2 – Companheiros de brincadeiras: para as crianças brincar sozinho não tem graça. É preciso que as brincadeiras oportunizem as interações sociais para que as crianças possam assumir diferentes papeis. 3 – Objetos ou brinquedos: os objetos com as quais as crianças brincam podem ser desde os mais simples até os mais sofisticados. Conforme o direcionamento que for dado pelos adultos, eles terão impacto próprio e serão, ao mesmo tempo, veículos lúdicos e educativos. 4 – As ações dos sujeitos: O desenvolvimento da atividade lúdica depende, da forma significativa, das ações das crianças. Sem as crianças as brincadeiras não acontecem. É preciso uma motivação intrínseca por parte da mesma para que de fato a atividade lúdica seja realizada. 5 – Relação meio e fim: É importante, conhecer os meios e os fins das atividades lúdicas. Podemos citar como exemplo jogos propostos com objetivos pedagógicos específicos, e jogos pelo simples divertimento das crianças. Pular corda no recreio é uma atividade realizada pela criança que tem um fim em si mesma, puro divertimento. Agora pular corda na aula de educação física é um meio para que o professor trabalhe noções de espaço, tempo, lateralidade, agilidade, habilidade, ritmo e coordenação motora global. Os Referenciais Curriculares Nacionais (1998)3, documento que norteia o trabalho com a Educação Infantil, conceitua criança da seguinte forma: A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece com outras instituições sociais. (BRASIL.1998.p.21) A criança, é um ser social e deve ser respeitada neste contexto, ela possui sua individualidade, marcada pelas vivências e características dos grupos sociais em que se vive. Atualmente muito vem sendo declarado sobre o direito da criança de brincar. Esse direito já ganhou espaços na legislação brasileira, quando citado na Constituição Brasileira de 1998, no Estatuto Nacional – LDB 9394/96, nas Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação Infantil de 1998 e no Plano nacional de Educação de 2001. Infelizmente, sabe- se que há uma grande diferença entre o que é escrito e o que é cumprido, pois, ainda temos demonstrações explicitas do não cumprimento da lei. Algumas literaturas referentes à Educação Infantil afirmam que brincar é movimento executado que tem como prioridade agitar-se alegremente, com o objetivo de diversões possíveis de serem experimentadas. De acordo com Ferreira (2011), brincar implica diversão, prazer, autonomia e criatividade. Pode se dizer que o lúdico faz parte das atividades essências da dinâmica humana. Caracterizando-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Esse ser funcional não deve ser confundido com o mero ato repetitivo, com a monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. 3 Serve como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente com crianças de zero a seis anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a diversidade cultural brasileira. (BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – RCNEI – Vol 1 1998. p.7) Segundo Marcellino a brincadeira, na escola, revela-se muito mais complexa e mútua do que na rua ou na comunidade, pois deve levar em conta o brincar e o aprender. O brincar é sem dúvida, uma forma de aprender, mais vai além desse aprender, pois é muito mais que isso. É prática social, desejo, emoção e ação voluntaria dos indivíduos. É preciso que os professores saibam que a aprendizagem e a diversão, por si só não se realizam. É necessário a sistematização de conteúdos para que as brincadeiras aconteçam, como processo para a inclusão de ação e de reflexão. Por isso o professor deve prever em seu plano de ação procedimentos para que as atividades lúdicas sejam concretizadas e inter- relacionadas no cotidiano escolar, para não acabarem sem sentido para o aluno. Isso acontece se o professor não souber utilizar o lúdico de forma correta e acabar se limitando a explorar somente o lado moral que traz a visão preconceituosa de que brincar é coisa de desocupado, é inutilidade, ou o lado utilitarista onde o lúdico passa a ser visto como mercadorias que alavancaram o consumo de serviços e de compras de bens materiais e simbólicos. O lúdico também pode ser visto com fins utilitaristas, nessa perspectiva, o mesmo passa a ser visto como mercadorias que alavancam o consumo de serviços e de compras de bens materiais e simbólicos. Também pode existir o uso do lúdico com fins compensatórios, essa perspectiva é vivida com o objetivo de descansar, recuperar forças para voltar ao trabalho e estudos com maiores condições de produtividade por parte do aluno. Diante do exposto, podemos dizer que, infelizmente, o lúdico ainda continua sendo visto de maneira errada nas nossas escolas, pelos nossos profissionais, e isso acaba passando uma visão errada do mesmo para a comunidade. Desta forma o lúdico não é reconhecido como recurso pedagógico que deve ser utilizado de forma séria no seu sentido real, verdadeiro e funcional. A psicologia do desenvolvimento estuda como nasce e como se desenvolvem as funções psicológicas, que distinguem o homem de outras espécies; estuda a evolução da capacidade perceptual e motora, das funções intelectuais, da sociabilidade e da afetividade do humano. Descreve como as capacidades se modificam e busca explicar tais modificações. E a psicologia da aprendizagem é o estudo dos processos através do qual a criança apropria-se, ativamente, do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo social conhece. Para que ela aprenda, necessitará interagir com outros seres humanos, especialmente com adultos e com outras crianças mais experientes. Nas inúmeras interações, em que se evolve desde o nascimento, a criança vai, gradativamente, ampliando suas formas de lidar com o mundo, construindo significados para as suas ações e para as experiências que vive. Para Piaget (1975), o desenvolvimento da criança é uma construção que se dá por etapas, resultando do amadurecimento do sistema nervoso da criança e do contato com o mundo físico social. Podemos dizer então que quando uma criança dá seus primeiros passos ou compartilha com outras pessoas suas atividades, seus desenhos, quando conta algum acontecimento, canta algum trecho de uma certa música ou até mesmo imita alguém com gestos ou palavras essa criança está aprendendo. Já Bueno (2010) enfatiza que o desenvolvimento é a busca do equilíbrio superior, como processo de equilíbrio constante. Através desse processo surgem novas estruturas de pensamento, novas formasde conhecimento, mas mesmo assim, as funções do desenvolvimento serão as mesmas. Vygotsky (1988) afirma que toda conduta do ser humano incluindo suas brincadeiras, é construída como resultado de processos sociais. Para ele, as primeiras brincadeiras das crianças surgem da necessidade de dominar o mundo dos objetos humanos. Ao brincar, a criança tenta agir sobre os objetos, como adultos. É por isso que as brincadeiras das crianças pequenas se caracterizam pela reprodução de ações humanas realizadas em torno de objetos. Na pesquisa em como a criança vem a conhecer o mundo e desenvolver-se, Jean Piaget pretendia compreender como ela chega a pensar de modo adulto, lógico e racional. Para Piaget (1975), Um importante fator que indica a natureza biológica da inteligência é a existência de estágios em seu desenvolvimento. O conceito de estágio afirma que o pensamento da criança e o do adulto são qualitativamente diferentes e que o processo de desenvolvimento cognitivo é feito por etapas que são caracterizadas por mudanças na forma de raciocínio. Segundo a teoria construtivista de Piaget, o conhecimento surge como a construção do sujeito, na sua relação ativa com o mundo. O conhecimento é um processo interativo que envolve o sujeito e o meio, e que decorre em etapas que Piaget designa por “Estágios do Desenvolvimento”. Ainda de acordo com ele, o desenvolvimento cognitivo faz se por etapas sucessivas, em que as estruturas intelectuais se constroem progressivamente. Piaget dividiu o desenvolvimento em quatro estágios. Cada estágio é diferente do outro, do ponto de vista qualitativo, tendo as suas próprias formas de adaptação ao meio. • Estágio-sensório-motor: Compreende, aproximadamente, o período do nascimento aos 2 anos. A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor), por intermédio dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência eminentemente prática. De 0 – 1 mês: neste período a conduta da criança está inteiramente sujeita a ação dos reflexos – sucção e apreensão – e ainda a uma preensão involuntária. De 1 – 4 meses: profundamente egocêntrico. O interesse está mais concentrado no resultado exterior da ação e não na ação propriamente dita. De 4 – 8 meses: primeiros indícios de intencionalidade do ato - o aparecimento de uma finalidade - o objeto exterior. De 8 – 12 meses: intencionalidade - supera os obstáculos com o propósito de obtenção do desejado - atitude dirigida por um fim. De 12 – 18 meses: por volta de um ano a criança começa a pensar. Para Piaget, o pensamento está ligado a esquemas motores, ao conceito de objeto e das suas características. Imita também, acontecimentos que vêm desenrolarem-se à sua volta. Estágio da elaboração do objeto-exploração e descoberta de novos usos para os objetos - “é experienciar para viver”. Próxima aos dezoito meses, já é capaz de reconhecer relações de casualidade, na medida em que se serve de meios apropriados para alcançar os seus fins. No final do estágio sensório motor desenvolvem-se outras estruturas cognitivas. A criança começa a distinguir o eu dos demais que estão a sua volta e adquire as noções de espaço e de tempo. É também neste período que a criança começa a falar. • Pré-operatório – 2 aos 7 anos: Prolonga-se, aproximadamente, de dois aos sete anos. A – Simbólico – 2 aos 4 anos, aproximadamente: caracteriza-se pelo rápido desenvolvimento da linguagem e da função simbólica. Quando brinca, a criança pode, por exemplo, usar duas peças de um jogo para representar duas pessoas. É nesse estágio que começa a classificar e a ordenar os objetos, bem como a contar. É o momento em que a criança substitui a ação pela sua representação, isto é, em que serve de símbolos, marca o início do pensamento. O pensamento incipiente é nitidamente egocêntrico, dado que assimila o mundo exterior aos seus desejos, ao seu próprio mundo interior. É incapaz de se colocar no lugar do outro. Esse egocentrismo manifesta-se, marcadamente, no jogo simbólico, no qual um tijolo ou uma caixa perdem o seu significado objetivo para simbolizarem aquilo que a criança desejar, ou seja, um carrinho. Dado o egocentrismo por parte da criança o diálogo é praticamente inexistente. Mesmo quando brinca em conjunto com outras crianças, verifica-se, que uma fala para si, sem se interessar com as respostas dos outros. A este propósito, devemos falar de monologo coletivo, em vez de conversa ou diálogo. Os trabalhos de Piaget revelam, claramente, que a representação do mundo, feita por uma criança, diferente da do adulto. B – Intuitivo – 4 aos 7 anos aproximadamente: Neste período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. Como já falado antes é a “idade dos porquês”, pois o indivíduo pergunta o tempo todo. Nesta fase a criança manifesta viva curiosidade por aquilo que a rodeia. A todo o momento pergunta, o que é?, porquê?. Este “porquê” não exige apenas uma reposta casual, mas também final, na medida em que ela entenda que tudo é orientado para um fim. Mesmo para as coisas que acontecem por acaso, como por exemplo haver rios num lugar e não haver noutro ele pretende uma justificação final. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar coleções e conjuntos, se, no entanto, incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quando à linguagem não mantém uma conversação longa, mas já é capaz de adaptar sua resposta ás palavras do companheiro. • Operatório Concreto – 7 aos 11 anos, aproximadamente: É o período em que o indivíduo consolida as noções de conservação de número, substancia, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já pode compreender regras, sendo fiel a elas, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que, no entanto, possam discutir diferentes pontos de vista, para que cheguem a uma conclusão comum. No início do estágio das operações concretas, a criança já é capaz de compreender a propriedade transitiva, desde que implicada a objetos concretos que tenha visto: o objeto A (um cavalo), ou o objeto B (um cão). No entanto não é capaz ainda de compreender a propriedade transitiva, quando aplicada a objetos hipotéticos. Por exemplo, se colocar o problema da seguinte forma: A é maior que B e B é maior que C, qual é o maior A ou C? A criança não será capaz de responder. Ao longo do estágio, a criança irá perceber a conservação de volume, de massa e de comprimento. • Operatório Abstrato: inicia por volta dos 12 (doze) anos de idade. É a partir de agora que se desenvolvem as capacidades lógicas e de representação simbólica, tal como são usadas pelos adultos. O adolescente aprende a raciocinar por meio de uma lógica intuitiva e a considerar, na resolução de um problema, várias alternativas possíveis, decidindo, então, qual a mais apropriada. É o ápice do desenvolvimento da inteligência, correspondente ao nível de pensamento hipotético- dedutivo ou lógico-matemático. Diante do exposto, é de fundamental importância que todos os profissionais, mas principalmente o profissional da Educação Infantil conheça todas essas etapas (estágios) já ditas, pois elas contribuem de forma gigantesca no processo do planejamento de atividades que favoreçam o crescimento infantil, onde os aspectos lúdicos, devem ser considerados e utilizados como recursos de aprendizagem. Ainda dentro do contexto entre a criança e a brincadeirade acordo com sua idade e as atividades realizadas, Antunes (2003, p. 22), apresenta em sua obra “o jogo e a educação infantil”, brincadeiras relacionadas à idade na infância, que podem facilitar ao educador o seu planejamento em como usá-los para estímulos ao desenvolvimento infantil enquanto se brinca: Tabela 5 - brincadeiras relacionadas à idade na infância IDADE BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS PREFERIDOS CONTRIBUIÇÕES 1 ano de idade • Brinquedos sonoros, bonecos e objetos coloridos. • Desenvolve a coordenação motora e os reflexos. 2 anos de idade • Brincadeiras de Esconde-esconde; triciclos; cavalinhos de pau; carrinhos de mão; bonecas; bolas, imitar adultos, pinturas etc. • Estimula a capacidade de andar, correr, a linguagem, o movimento, a percepção da existência das coisas, pinturas, desenhos e outras. 3 anos de idade • Corre-corre; bonecas; blocos de encaixe; blocos lógicos; carrinhos; quebra- cabeça; massa de modelar e outros. • Desenvolve os movimentos; a imitação, a fantasia, a imaginação; o faz-de- conta; dá vida aos bonecos como se estivessem vivos; a criatividade. 4 anos de idade • Brinca de casinha; de escolinha; jogos de competições como futebol; andam de bicicleta; subir em árvores; cantam e dançam imitando artistas... • Desenvolve os movimentos; coordenação e o movimento; a imitação, a fantasia, a imaginação; o faz-de- conta; dá vida aos bonecos como se estivessem vivos; a criatividade. 5 anos de idade • Começam a brincar de jogos em conjuntos, em grupos de duas a cinco crianças. Adoram brincadeiras barulhentas; pega- pega, esconde- esconde. Atividades de colorir e desenhar. • Desenvolve o sentimento de convivência de grupos, e potencializam as habilidades motoras. 6 anos de idade. • Surge o interesse por jogos e passatempos (acampamentos, caça-palavras, forca; jogo da velha etc.). • Começam a estreitar as relações e convívio com outros e dão valor à turma e desafios. 7 a 12 anos de idade • Gostam de jogos esportivos como futebol, voleibol, basquete ou jogos de tabuleiros: xadrez, damas. Colecionam figurinhas, carrinhos, selos com personagem que admiram. • Possibilitam o interesse em compartilhar as experiências e superar desafios, tanto físicos como intelectuais. Fonte: ANTUNES, 2003.p.22 O docente da Educação Infantil deve tomar por primeira providencia, o planejamento de atividades lúdicas, e inteirar-se, mediante estudos e pesquisas, sobre o que é o brinquedo, a brincadeira e o jogo: sua história, as teorias que se ocupam dessas temáticas, as potencialidades metodológicas que eles apresentam e suas novas facetas na contemporaneidade .Outra importante preocupação é sensibilizar os familiares para a importância das atividades lúdicas no crescimento, desenvolvimento e aprendizagem das crianças. De acordo com Bueno (2010) em décadas passadas, as crianças brincavam a partir dos saberes que eram passados por avós, tios e tias e vizinhos. Mas o tempo trouxe mudanças nas formas de brincadeiras, bem como nos próprios objetos de divertimento. Em relação à importância do brincar na educação infantil, é oportuno citar o que referenda os Referenciais da Educação Infantil (1998) A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada. (BRASIL.1998, p.27) Vygotsky (1988) pressupõe que as atividades lúdicas são pré- requisitos importantes para que as crianças se tornem conscientes da existência de regras nas brincadeiras. Podemos afirmar que, na concepção de Vygotsky a brincadeira se desenvolve passando de uma situação claramente imaginária, com regras implícitas, para uma situação implicitamente imaginária, com regras e objetos claros. Segundo ele, por meio da brincadeira a criança se comporta de forma diferente de seu comportamento diário. A criança utiliza as brincadeiras como uma ponte capaz de ligar suas necessidades para aproxima-la do mundo adulto. Vygotsky (1988) ainda afirma que, por meio do lúdico, a criança mobiliza toda sua esfera cognitiva, independente dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.É nesse sentido que a brincadeira para Vygotsky (1998), tem um papel fundamental na formação da criança, pois valoriza o fator social mostrando que, nas brincadeiras, a criança cria situações imaginarias, incorporando elementos do contexto cultural adquiridos por meio da interação e da comunicação Em suma para Vygotsky, a questão fundamental do jogo é que ele propicia a ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, no jogo ou na brincadeira, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; na brincadeira, é como se ela fosse maior que é na realidade. Essa formulação segundo ele parte de suas pesquisas empíricas, em que pode verificar que a criança apresenta um nível de desempenho quando realiza algo sozinha, mas que esse nível passa a ser outro, de maior complexidade, se ela passa a trabalhar com um adulto ou com outras crianças, mais experientes. Esse fato, além de revelar a importância do papel do professor e das interações entre as crianças, significa que é por meio da colaboração que a criança pode ampliar conceitos, o que ela não teria condições de realizar sozinha em determinado momento do seu desenvolvimento. Dentre os diversos benefícios e contribuições que a brincadeira potencializa as crianças o RCNEI (1998), considera a mesma como um recurso que eleva a autoestima e demais fatores como se observa na citação abaixo: A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil. (BRASIL.1998.p.28) Diante disto, concorda-se que, este referencial destaca ser por meio das brincadeiras e jogos, que os professores, podem observar e constituir uma visão dos processos e desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. 3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO 3.1 Tema e Linha de pesquisa Este trabalho de pesquisa tem uma proposta que vise levar em conta a diversidade de interesse e responsabilidades de exploração do mundo pela criança, respeitando a sua própria identidade sociocultural, e proporcionando-lhe um ambiente interativo, rico em materiais e situações a serem experienciadas, o professor, deve ter um olhar abrangente, não somente direcionado para a criança mas para as interações da criança no espaço da instituição infantil. O trabalho deverá acontecer em conjunto, com o empenho de todos os envolvidos, visando a essa relação dialógica entre a instituição de Educação Infantil e as famílias das crianças, procurando envolve-los em atividades lúdicas, solicitadas pelos professores a serem desenvolvidastanto nas escolas quanto em casa. 3.2. Justificativa A ampliação do conhecimento da criança começa com sua inserção na instituição de Educação Infantil, portanto esse espaço não pode ser um ambiente de isolamento, pois o trabalho a ser desenvolvido nele deve ser colaborativo, entre professores, crianças, famílias e comunidade. Dentro da instituição infantil, o trabalho abrange uma rede de interações ao se pensar em interação social na Educação Infantil, logo imaginamos o desenvolvimento do trabalho de educar e cuidar de crianças de 0 a 5 anos de idade. O desenvolvimento do indivíduo também se estabelece por meio das relações. Podemos afirmar que é por meio das interações sociais em especial no lúdico que a criança desenvolve os seus processos psicológicos, podendo construir seu mundo de perceber e representar. 3.3 Problematização - Como vem acontecendo o processo de criações lúdicas e desenvolvimento dos mesmos no contexto educacional infantil da Escola Municipal Infantil de Redenção – Pará para uma formação de aprendizado? - Como tais atividades colabora para o desenvolvimento e formação intelectual dos educandos? - Observar se está havendo colaboração de ambas as partes, fazendo adequação das atividades lúdicas. 3.4 Objetivos Esta pesquisa tem como objetivo conscientizar os educadores sobre quais as contribuições que cada um desses agentes pode oferecer para que a Educação Infantil assegure o lúdico de forma qualitativa. Proporcionando atividades que envolvam as famílias e as comunidades. Conhecer o brinquedo e a brincadeira como ferramentas que possibilitam à criança a realização e a apropriação dos conhecimentos das mais diversas ordens. 3.5 Conteúdos Língua Portuguesa, brincar com os sons da língua, brincar com os sentidos e significados, brincar com os sons das palavras, brincar com as palavras escritas , Brincar com a literatura contada e escrita, cantigas, quadrinhas, parlendas, manusear livros com leituras de imagens, jogos com palavras orais dentro da historia infantil. Matemática, jogo de bolas ao alvo, pegar uma bacia ou caixa e 10 (dez) bolinhas de papel colorido uma cor para cada grupo de jogador, jogo da amarelinha as crianças desenham quadrados no chão fazendo o uso das figuras geometricas e esses quadrados ssão numerados de 1 (um) a 10 (dez) e chamados de casa depois jogam uma pedrinnha e pulam num pé só nas casas até o fim. Ninguem pode pizar na casa qua a pedrinha está, ganha o jogo quem pipzar acertar a pedra em toas as casas e não pizar no chão. Trabalhar medidas através de receitas simples 3.6 Processo de desenvolvimento O projeto poderá ser desenvolvido das seguintes formas: mostrando que os jogos auxiliam no crescimento e no desenvolvimento das crianças e deem ter sempre objetivos educacionais, já que eles não podem ser considerados apenas como uma simples brincadeira para ocupar o tempo ocioso dos infantis quando estão na instituição educacional. Os educadores precisam ter consciência de que os jogos possibilitam uma ampliação da percepção, da compreensão e da representação da realidade que circunda as crianças, contribuindo decisivamente para o seu desenvolvimento intelectual. É essencial, portanto, que os profissionais da educação infantil reconheçam a importância do jogo para a criança pequena. O professor precisa desenvolver um trabalho resgatando as brincadeiras antigas, como esconde- esconde, formar círculos para executar danças, jogos das cadeiras. O jogo das cadeiras consiste em enfileirar garrafas pets com águas coloridas, as garrafas terão que estar numeradas e as crianças são divididas em duplas, jogando os boliches para ver quem acerta a cor certa. A lista acima relata apenas alguns métodos lúdicos que trabalha o tema dessa pesquisa e o que tem a oferecer os educadores poderão ficar à vontade para desenvolver inúmeros métodos e brincadeiras a serem inseridos no plano de aula. . METODOLOGIA DA PESQUISA Natureza e Tipo da Pesquisa O presente trabalho tem como foco analisar o processo de aprendizagem tendo brincadeiras como elementos primordiais, visando ampliar o nível cognitivo com que desenvolve um conjunto de realidades vividas pela criança num âmbito lúdico-matemático. Assim essa pesquisa é de cunho bibliográfico, descritivo- explorativo. Partirá da identificação dos modelos de qualidade, que uma vez contextualizada, deverá ser integrada ao projeto pedagógico e colocado em pratica dentro dos espaços que circulam as crianças pequenas. A formação de profissionais deve se estabelecer no âmbito da formação inicial, no âmbito da formação em especialização e por último no âmbito da formação continuada. Para o desenvolvimento da metodologia ora apresenta, tais referenciais foram exploradas dando sustentação ao trabalho. Além desses referenciais também foram analisados os conceitos de interação e de colaboração. Para Piaget a educação é lugar de interação social. Lócus da pesquisa: Para esta pesquisa, selecionou-se a Escola Pública de Educação Infantil Maria Bonita, localizada no Setor Norte da cidade de Redenção e, a algum tempo contribui com a oferta de ensino no município. Atendendo cerca de 250 crianças. Sujeitos da pesquisa: Os sujeitos desta pesquisa, foram dez (15) professores e, gestores (02) da Escola de Educação Infantil campo de estudo. Coletas de dados: Fez-se o levantamento de literaturas necessária para servir de base para as discussões e a pesquisa de campo, que é um elemento primordial para a efetivação deste estudo. Procedimentos: No primeiro momento, fez-se uma apresentação do objetivo da pesquisa e orientações sobre a coleta de dados, em seguida, os questionários foram destribuidos, para serem devolvidos em outro momento. 3.7 Tempo para a realização do projeto O projeto de ensino que tem por linha de pesquisa o uso da ludicidade na Educação Infantil não é um projeto que deva durar uma semana, um mês ou mesmo um bimestre, ele deve ser utilizado durante todo o ano letivo, no dia-a-dia, na relação com as crianças, na construção do conhecimento e no seu desenvolvimento como pessoa social. 3.8 Recursos humanos e materiais Para a realização das atividades lúdicas é fundamental utilizar- se de materiais que aguçam a criatividade e a curiosidade dos pequenos dentre tais materiais estão os CDs com músicas infantis, papel chamex, papel colorido, tesoura sem ponta, lápis de cor, lápis de cera, tinta guache, massa de modelagem, livros de historinhas, jornais, revistas, quebra-cabeças dentre outros e como recursos humanos utiliza-se como peça principal o professor que é um mediador nesse processo de ensino aprendizagem e a criança que é o receptor de tais recursos, como também a comunidade e a família. 3.9 Avaliação Ao utilizar-se das brincadeiras lúdicas, será observado a motivação que o aluno mantém durante as aulas, o seu desenvolvimento de criatividade, e o raciocínio lógico, observar ainda a atenção, a cooperação e a dedução. O professor deve conhecer a cada aluno na sua individualidade, como as crianças se organizam, como agem e como se comportam. Se essas crianças se mantem em grupos ou fica separada e ainda quais os brinquedos que mais se utilizam se artesanais ou industrializados. Será uma avaliação individual e em grupos. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que o lúdico aplicado a pratica pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas. Pois é papel da escola e do professor formar pessoas críticas e criativas, que inventem, descubram e sejam capazes de construir e reconstruir saberes com prazer e também com conhecimento. Por isso, torna-se fundamental que o professor conheça o uso do lúdico com fins moralista, utilitarista, compensatórios e como expressão e comunicação parapoder planejar suas atividades lúdicas Os jogos e as brincadeiras contribuem educativamente para a saúde mental e física da criança em idade pré-escolar. Portanto é importante que se conheça os diferentes tipos de jogos e os preceitos que traz cada um, em particular, para que possam ser utilizados como recursos pedagógicos no desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, necessárias a aprendizagem das crianças. Para o referido trabalho foram consideradas teorias de leis que norteiam a educação de um modo geral, outras que protegem as crianças assegurando lhes direitos, ainda se acatou ideias de grandes filósofos de nomes e renomes dentro do contexto filosófico e pedagógico como Vygotsky e Peaget. O projeto teve como objetivo principal instigar a criança ao saber e querer de forma prazerosa, estimulando o seu desenvolvimento e raciocínio de forma espontânea ao ensino aprendizagem. Percebeu-se que o brincar é importante não por ser coisa de criança, mas por ser a melhor forma de aproximar o mundo imaginário que a criança cria ao mundo real que ela vive. É notório que brincando, cantando ou jogando a criança aprende não só valores como também a lidar com seus próprios sentimentos e frustações. Que enquanto brinca a criança é ela mesma em toda a sua intensidade de imaginação. Desta forma ela aprende de maneira mais profunda e significativa, tanto o brinquedo quanto os jogos e todas as descobertas que giram em torno do lúdico, só tem a acrescentar para o desenvolvimento da criança. E todos os profissionais que se dispuserem a trabalhar com o ensino de Educação Infantil, deverão saber o verdadeiro sentido da brincadeira no contexto escolar e o bem que ela proporciona aos pequenos. Enfatizando que deve haver uma verdadeira doação de envolvimento, afetividade e sensibilidade para trabalhar o lúdico aliando-o ao processo de ensino-aprendizagem. REFERÊNCIAS BRASIL. Planalto Governo Federal. Constituição Federal de 1988, art.208. Brasília – Brasil.2013 ECA .Estatuto da Criança e do Adolescente. 2010 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em 19 de agos.2015 RCNEI. Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. – Vol.1. Brasília – Brasil.2011 BELLO. José Luís de Paiva. História da Educação no Brasil - Período da Segunda República (resumo do Manifesto).2010 Pedagogia em Foco. http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_dos_Pioneiros_da_Educa%C3%A7%C3% A3o_Nova. Acesso em 15 de Jul.2015 BUENO, Elizangela. Jogos e brincadeiras na Educação Infantil: ensinando de forma lúdica. 42 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia). Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2010 DICIONÁRIO. Significados. 2013. O que é jogo? 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