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APOSTILA CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO E INSERÇÃO DE AGULHA

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CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO E 
INSERÇÃO DE AGULHAS 
 
2 
 
Sumário 
FACUMINAS .................................................................... Erro! Indicador não definido. 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
HISTÓRICO ................................................................................................................ 7 
CONTRAINDICAÇÕES DA ACUPUNTURA .............................................................. 9 
EFEITO DA ACUPUNTURA SOBRE PROCESSOS FISIOPATOLÓGICOS 
ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 10 
BUSCA POR NOVAS RACIONALIDADES EM SAÚDE .......................................... 20 
ADENTRANDO NO UNIVERSO DA ACUPUNTURA .............................................. 22 
A ACUPUNTURA VAI ALÉM DA AGULHA ............................................................. 26 
A INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) ............................................................. 31 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA ............................ 33 
DEFINIÇÃO DE PACIENTE CIRÚRGICO PASSÍVEL DE VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA DE ROTINA .............................................................................. 33 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA 
À SAÚDE .................................................................................................................. 34 
INDICADORES DE RESULTADOS .......................................................................... 38 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA 
À SAÚDE .................................................................................................................. 38 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
A presença das medicinas alternativas e complementares (MAC) e das 
medicinas tradicionais (MT) nas discussões sobre os cuidados em saúde foi 
fortalecida após a Conferência Internacional sobre Atenção Primária em Saúde em 
Alma-Ata, na antiga União Soviética. 
A declaração correspondente reconheceu em 1978, pela primeira vez, a 
importância das MAC e MT para a saúde das populações, principalmente no âmbito 
da atenção primária. 
Na conferência, recomendou-se aos Estados-membros a promoção de 
políticas e regulamentações referentes à utilização de MT de eficácia comprovada e 
a possibilidade de inclusão de indivíduos detentores de conhecimentos tradicionais 
nas atividades do primeiro nível de atenção, fornecendo-lhes treinamento adequado 
(Brasil, 2009). Isso se deve ao entendimento de que as MAC/MT envolvem recursos 
terapêuticos que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de 
doenças e de recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes, seguras e de 
baixo custo, que enfatizam a escuta acolhedora, o desenvolvimento de vínculos 
terapêuticos e a integração dos indivíduos com o meio ambiente e a sociedade 
(Brasil, 2006). 
No Brasil, em 1986, o relatório final da 8º Conferência Nacional de Saúde 
favoreceu a introdução de MAC/MT nos serviços de saúde, permitindo ao usuário o 
acesso ao tratamento escolhido e possibilitando novas abordagens em relação ao 
processo de adoecimento. 
Em fevereiro de 2006, apesar de diversas resistências de setores 
conservadores, o Conselho Nacional de Saúde aprovou por unanimidade o 
documento que fundamenta a Política Nacional de Práticas Integrativas e 
Complementares no SUS (PNPIC), publicado na Portaria Ministerial nº 971. 
A abrangência da PNPIC contempla sistemas terapêuticos complexos ou 
racionalidades médicas distintas da medicina alopática, como homeopatia, medicina 
antroposófica e MC (Brasil, 2006). 
 
5 
No entanto, ainda existem muita imprecisão e muitos debates em torno 
dessas práticas, o que dificulta o desenvolvimento de consensos que favoreçam o 
desenvolvimento desses sistemas terapêuticos. Talvez o maior obstáculo para 
expansão e manutenção das MAC/MT nos serviços de saúde esteja no campo da 
formação dos agentes que irão exercer essas práticas, sobretudo na efetiva 
integração entre o ensino e o exercício profissional (Luz, 2011). 
Documentos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde 
(OMS) constatam a insuficiência de estudos sobre as MAC/MT, o que inclui 
informações sobre o processo de formação e de atuação dos profissionais de saúde 
nesses sistemas terapêuticos (Brasil, 2009; WHO, 2002; WHO, 2013). 
A falta de informações sobre os fundamentos, a eficácia e as formas de 
emprego dessas práticas são uma das dificuldades para a sua integração nos 
sistemas de saúde (Barros; Siegel; Otani, 2011). 
Nesse cenário, a ampla utilização da acupuntura é caso a ser destacado, pois 
constitui, em muitos países além de na China, uma das MAC/MT mais populares. 
Essa especialidade da MC é uma das estratégias propostas pela OMS para garantir 
a saúde para todos e o tratamento de inúmeras enfermidades (WHO, 2002). 
Para aprofundar o conhecimento sobre esse saber tradicional é preciso 
compreender os fundamentos da MC, a qual possui organização própria e orientou 
as concepções biológicas e sociais da China durante milhares de anos (Palmeira, 
1990). 
A MC é uma síntese dos saberes, técnicas, filosofia, visões de mundo e 
experiências do povo chinês na sua luta contra as doenças. As antigas histórias 
mitológicas descrevem tradição de mais de cinco mil anos, enquanto achados 
arqueológicos sugerem tradição de aproximadamente dois mil anos. 
Ao longo do tempo, com a ascensão e o declínio de tendências políticas, 
sociais e religiosas, novos aspectos foram sendo incorporados a esse sistema 
médico em constante transformação. 
Dos mais antigos cultos aos ancestrais até a sistematização do pensamento 
confucionista e das doutrinas taoístas, da reinterpretação dos tratados clássicos à 
 
6 
introdução do pensamento médico ocidental, tudo influenciou a construção do que é 
chamado atualmente de MC (Ergil; Ergil, 2010). 
Mesmo com o aumento do consumo da acupuntura em nível mundial, a 
produção científica abordando essa área de conhecimento ainda é insuficiente, 
sobretudo de estudos qualitativos que abordem o processo de formação e atuação 
profissional e a maneira como a racionalidade da MC vem sendo utilizada no 
emprego dessa terapêutica. 
Especificamente, apesar das diretrizes e dos avanços promovidos pela 
PNPIC, ainda observa-se escassez de estudos e pesquisas que elucidem a prática 
da acupuntura na sociedade brasileira (Nogueira, 2006; Spadacio et al., 2010). 
Diantedisso, este estudo teve o objetivo de analisar as trajetórias de formação e a 
atuação profissional de acupunturistas na perspectiva da MC. 
Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha e 
puncionar, respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura das enfermidades 
pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos 
específicos (WEN, 1989; JAGGAR, 1992; SCHOEN,1993) chamados acupontos. 
Trata-se também de uma terapia reflexa, em que o estímulo de uma área age sobre 
outra(s). Para este fim, utiliza, principalmente, o estímulo nociceptivo (LUNDEBERG, 
1993). 
Entretanto, além do sentido restrito de agulhamento, a palavra acupuntura 
pode ter sentido mais amplo, o do estímulo do acuponto segundo as várias técnicas 
disponíveis (agulhamento, alterações de temperatura, pressão e outras). 
A acupuntura faz parte de um conjunto de conhecimentos teóricoempíricos, a 
Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que inclui técnicas de massagem (Tui-Na), 
exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricionais (Shu-Shieh) e a 
farmacopéia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral) (ALTMAN, 
1997). 
 
 
 
 
7 
HISTÓRICO 
No Oriente, a acupuntura vem sendo usada com finalidades preventiva e 
terapêutica há vários milênios. De fato, agulhas de pedra e de espinha de peixe 
foram utilizadas na China durante a Idade da Pedra (cerca de 3000 anos AC). 
Ney Jing, ou "Clássico do Imperador Amarelo sobre Medicina Interna", texto 
clássico e fundamental da MTC, descreve aspectos anatômicos, fisiológicos, 
patológicos, diagnósticos e terapêuticos das moléstias à luz da medicina oriental. 
Nesse tratado, já se afirmava que o sangue flui continuamente por todo o corpo, sob 
controle do coração. 
Cerca de 2000 anos depois, mais precisamente em 1628, William Harvey, 
proporia sua teoria sobre a circulação sanguínea (ALTMAN, 1992). 
A acupuntura veterinária é, provavelmente, tão antiga quanto a história da 
acupuntura, acompanhando-a pari passu. 
Estima-se em 3000 anos a idade de um tratado descoberto no Sri Lanka 
sobre o uso de acupuntura em elefantes indianos. (ALTMAN, 1997). 
A introdução da acupuntura no Ocidente está vinculada à fundação da 
Companhia das Índias Ocidentais, em 1602. Já a acupuntura veterinária se inicia na 
Escola de Veterinária de Alfort, quando Lepetit e Bernar publicam ilustrações com 
localização dos canais de acupuntura em cães (SCHIPPERS, 1993). 
Os pontos de Acupuntura (acupontos) Os acupontos foram empiricamente 
determinados no transcorrer de milhares de anos de prática médica (RISTOL, 1997). 
Acuponto é uma região da pele em que é grande a concentração de 
terminações nervosas sensoriais, Essa região está em relação íntima com nervos, 
vasos sanguíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares (WU, 1990). Sua 
estimulação possibilita acesso direto ao SNC (FARBER & TIMO-IARIA, 1994). 
Estudos morfofuncionais identificaram plexos nervosos, elementos vasculares 
e feixes musculares como sendo os mais prováveis sítios receptores dos acupontos. 
 
8 
Outros receptores encapsulados, principalmente o órgão de Golgi do tendão e 
bulbos terminais de Krause também podem ser observados (HWANG, 1992). 
Diversos trabalhos têm demonstrado grande número de mastócitos nos acupontos. 
Nesse sentido, Zhai apud HWANG (1992) verificou que ratos adultos 
possuem contagens de mastócitos significativamente mais altas nos acupontos que 
em outros locais. 
Além disso, os acupontos possuem propriedades elétricas diversas das áreas 
adjacentes: condutância elevada, menor resistência, padrões de campo organizados 
e diferenças de potencial elétrico (ALTMAN, 1992). 
Por isso, são denominados pontos de baixa resistência elétrica da pele 
(PBRP) e podem ser localizados na superfície da pele através de um localizador de 
pontos. Em ratos, há uma correlação positiva entre o desenvolvimento pós-natal de 
PBRP e o aumento da contagem de mastócitos no tecido conjuntivo da derme 
nestes PBRP. 
KENDALL (1989) verificou que, em acupontos de ratos e humanos, podem 
ser observadas junções entre mastócitos e fibras nervosas aferentes e eferentes 
imunerreativas para o neurotransmissor substância P (SP). 
Segundo HWANG (1992), junções específicas mastócito-célula nervosa foram 
observadas nos acupontos, bem como relatos de degranulação de mastócitos no 
acuponto após sua estimulação com agulha. 
Funcionalmente, os mastócitos estão intimamente relacionados às reações de 
hipersensibilidade imediata, inflamação neurogênica e enfermidades parasitárias. 
Devido à gama de estímulos e agentes capazes de ativar o mastócito, tem 
sido também sugerida sua participação como adjuvante ou amplificador de 
respostas inflamatórias agudas não relacionadas com hipersensibilidade imediata 
(Galli apud ABEL, 1995). 
Sabe-se, por exemplo, que mastócitos produzem interleucina 8 (IL-8), um 
potente agente quimiotático para neutrófilos (MÖLLER et al., 1993). 
 
9 
A combinação das características descritas tornam o ponto de acupuntura 
extremamente reativo ao pequeno estímulo causado pela inserção da agulha 
(KENDALL, 1989). 
Segundo GUNN et al. (1976), os acupontos podem ser divididos em tipo I ou 
pontos motores; tipo II, localizados nas linhas medianas posterior e anterior (ou 
dorsal e ventral) do organismo e tipo III, que apresentam leitura difusa com 
neurômetro. 
Quanto à sua localização, os acupontos dos membros estão situados sobre 
linhas que seguem o trajeto dos principais nervos e vasos sanguíneos, os do tronco, 
ao nível da inervação segmentar, local onde nervos e vasos sanguíneos penetram a 
fascia muscular e os da cabeça e face, próximos aos nervos cranianos e cervicais 
superiores (KENDALL, 1989). 
 
CONTRAINDICAÇÕES DA ACUPUNTURA 
É contraindicado o uso da acupuntura durante a gestação, sobre dermatites 
ou áreas tumorais e em portadores de marca-passo (BANNERMAN). Na China, a 
acupuntura é utilizada rotineiramente para o tratamento de diversas afecções. 
A eficácia dessa terapia levou, em 1979, especialistas de 12 países presentes 
ao Seminário Interregional da OMS (BANNERMAN, 1979) a publicarem uma lista 
provisória de enfermidades que podem ser tratadas pela acupuntura e que inclui, 
dentre outras: sinusite, rinite, amidalite, bronquite e conjuntivite agudas, faringite, 
gastrite, duodenite ulcerativa e colites agudas e crônicas. Recentemente, a 
acupuntura foi reconhecida como especialidade médica veterinária em nosso país 
(BRASIL, 1995). 
Em Medicina Veterinária, a acupuntura também é indicada para o tratamento 
de diversas doenças, tais como: gastrites, enterites, colites, bronquite, 
broncopneumonia, pleurisia, miocardites, arritmia cardíaca, nefrites, alterações na 
micção, prostatite, cistite, hipotireoidismo, hipertireoidismo, diabetes insipidus, 
espondilopatia hipertrófica, paralisia facial, epilepsia, sequelas da cinomose, mastite, 
conjuntivite, otite média, entre outras (ALTMAN, 1997). 
 
10 
 
EFEITO DA ACUPUNTURA SOBRE PROCESSOS 
FISIOPATOLÓGICOS ESPECÍFICOS 
Processo inflamatório 
O processo inflamatório pode ser definido como a reação do tecido vivo 
vascularizado a uma agressão local (COTRAN et al., 1994) e ocupa um lugar 
proeminente na medicina pela sua frequência e importância na origem de grande 
parte das enfermidades que acometem o ser humano e os animais (CORREA et al., 
1970). 
A princípio, independente de sua causa, o processo inflamatório se 
caracteriza por uma série de reações de células e tecidos a uma agressão, seguindo 
um modelo básico e estereotipado que se repete em muitas espécies diferentes. 
Entretanto a complexidade das alterações bioquímicas, morfológicas e 
funcionais que têm lugar durante o processo inflamatório, revelam um interessante 
exemplo de homeostase (PEREZ-TAMAYO, 1986). 
Por outro lado, o processo inflamatório pode também representar uma 
agressãoaos tecidos e seu controle é desejável em muitas situações, como nas 
pneumonias, artrites, meningites, dentre outras. 
Dada a complexidade da reação, o processo inflamatório é ainda tema de 
numerosas pesquisas no meio científico. Essa complexidade se dá pela interação 
simultânea no local inflamado de vários componentes orgânicos, locais e sistêmicos, 
tais como microcirculação sanguínea e linfática, células e fibras do tecido conjuntivo, 
sistema endócrino e sistema nervoso (ROCHA e SILVA & GARCIA LEME, 1972). 
Neurônios sensitivos periféricos, além de transmitirem sinais aferentes, 
respondem à estimulação elétrica ou estimulação química com um reflexo axônico 
local desencadeando a liberação de potentes peptídeos vasoativos na área 
inervada. 
Essa liberação de peptídeos, que tem sido predominantemente estudada na 
pele, vias aéreas e articulações de diferentes espécies animais e do ser humano, 
 
11 
pode causar vasodilatação local e edema, i.e. inflamação neurogênica 
(LUNDEBERG, 1993). 
A inflamação neurogênica é causada pela excitação de fibras aferentes 
primárias do tipo C e liberação de mediadores em suas terminações periféricas, 
levando à contração de musculatura lisa, aumento na permeabilidade vascular, 
recrutamento de células inflamatórias, degranulação de mastócitos e estimulação de 
secreção mucosa. 
As taquicininas SP, neurocinina A (NKA), neurocinina B (NKB) e, 
provavelmente, outros peptídeos como o peptídeo relacionado ao gene da 
calcitonina (CGRP) são mediadores nesse processo. 
A inflamação neurogênica está presente não só na pele como também em 
muitos órgãos ocos (vísceras) e pode contribuir para a patologia de várias 
enfermidades inflamatórias (SARIA & LUNDBERG, 1995). 
A SP, um neuropeptídeo sintetizado na raiz dorsal ganglionar (Harmar et al. 
apud ABEL, 1995) é transportada axoplasmaticamente até às porções terminais dos 
nervos sensitivos e sua liberação estimula várias atividades biológicas, entre as 
quais: contração de musculatura lisa, vasodilatação, secreção glandular e eventos 
que contribuem com o desenvolvimento da inflamação neurogênica. 
No ser humano, quando injetada intravenosamente em baixas concentrações, 
a SP promove aumento do fluxo sanguíneo na pele e na musculatura regional, 
mimetizando o efeito da estimulação antidrômica (Pernow, apud ABEL, 1995). A 
administração intradérmica de SP induz ardor, edema e dor local, efeitos que são 
parcialmente bloqueados pelo composto básico 48/80 ou com anti-histamínicos, 
indicando que parte dos efeitos da SP estão relacionados à liberação de histamina 
de mastócitos (Hargermark, apud ABEL, 1995). 
Na literatura científica, correlações entre acuponto e mecanismos de ação da 
acupuntura têm sido feitos com elementos do processo inflamatório, em especial, 
aspectos neurogênicos. 
Como já citado, HWANG (1992) observou junções específicas entre 
mastócitos e células nervosas nos acupontos. KENDALL (1989b) e QINGLAN 
 
12 
(1991b) citam que, no modelo da injeção de terebentina no pavilhão auricular de 
coelhos, a ação anti-inflamatória da acupuntura resulta em um terço do aumento no 
volume de exsudato nos animais testes quando comparados aos controles não 
tratados. 
Estes autores também verificaram redução no volume de exsudato e na 
migração de leucócitos. Para tal, foi necessário que a inervação simpática estivesse 
intacta. ZHAO & ZHU (1992) sugerem que a acupuntura pode ter efeitos diretos na 
regulação periférica da liberação de mediadores do processo inflamatório e da dor, 
levando a uma redução da liberação periférica de substância P (SP). MA (1992) 
observou a diminuição dos níveis de SP em mulheres através do estímulo de 
agulhamento durante o trabalho de parto. 
SIN et al. (1984) obtiveram supressão da pleurisia aguda induzida por 
carragenina em ratos através da estimulação de um conjunto de acupontos na 
região torácica dorsal (T1-T7), sugerindo que a escolha dos acupontos sobre 
dermátomos e miótomos relacionados ao sítio do processo inflamatório pode ser 
essencial para eficácia dessa terapia. 
Ainda no mesmo modelo, utilizando-se a eletroacupuntura, diferentes 
formatos de onda podem produzir efeitos diversos. A supressão do processo 
inflamatório agudo pode ser obtida com o uso de onda descontínua (15 e 25 
ciclos/min), onda denso-dispersa (15 ciclos/min), pulso periódico de onda dispersa 
(8Hz) e densa (50Hz). Mas a eletroacupuntura pode induzir efeitos adversos, nesse 
caso, com o aumento do processo inflamatório agudo através do uso da onda 
denso- 
ZHAO & ZHU (1990), trabalhando com artrite experimental em ratos, 
verificaram que a temperatura da pele e o perímetro da articulação no grupo tratado 
com eletroacupuntura foram marcadamente menores que no grupo controle. 
Cicatrização, neovascularização e regeneração ABOLAFIA et al. (1985) 
demonstraram que a eletroacupuntura pode exercer efeito cicatrizante em feridas 
experimentalmente induzidas na pele de ratos. 
Animais tratados com eletroacupuntura apresentam uma cicatrização 
completa, sem contaminação e com tensão superior àquela dos animais controle. 
 
13 
Nesse experimento, o grupo controle, que recebeu tratamento com antissépticos, 
apresentou contaminação da ferida experimental. 
A atividade da acupuntura sobre neovascularização foi estudada por JANSEN 
et al. (1989). Estes autores constataram um aumento no fluxo sanguíneo em flaps 
músculo-cutâneos de ratos, através da eletroacupuntura. Comparando tratamentos 
com eletroacupuntura e com os neuropeptídeos SP e CGRP, verificaram que a 
borda circulatória do flap moveu-se distalmente 66%, 31% e 49%, respectivamente. 
O tratamento com o bloqueador simpático reserpina não alterou o fluxo 
sangüíneo do flap. O mecanismo pelo qual a eletroacupuntura aumenta a 
Acupuntura: bases científicas e aplicações. Ciência Rural, v. 31, n. 6, 2001. 1095 
fluxo sanguíneo e a sobrevivência do flap ainda é desconhecido. 
Entretanto, têm sido sugeridas duas possíveis vias: 
(1) uma inibição de fibras nervosas vasoconstrictoras simpáticas ou 
(2) a liberação de neurotransmissores nas terminações nervosas periféricas 
 
Estes autores sugerem que a eletroacupuntura possui maior similaridade com 
os efeitos atingidos quando se injeta nos flaps os neurotransmissores SP e CGRP 
do que o efeito obtido com o bloqueio dos neurônios vasoconstrictores simpáticos. 
MEDEIROS et al. (1995) induziram úlceras gástricas em camundongos 
através de restrição alimentar ou da administração de indometacina. Todos os 
animais foram submetidos a 24 horas de jejum e a avaliação de ocorrência de 
ulcerações gástricas foi feita 6 horas após os tratamentos com 
Indometacina (10mg/kg s.c.), 
Acupuntura, 
Indometacina + acupuntura, 
Apenas jejum. 
 
14 
A estimulação do acuponto Zuzanli com agulhas permanentes fixadas com 
cola instantânea foi capaz de diminuir as ulcerações provocadas pelo jejum 
prolongado, mas não aquelas provocadas pelo anti-inflamatório não esteroidal. 
KENDALL (1989b) cita também que a eletroacupuntura no acuponto Zusanli 
(36E) em ratos pode promover reparo tecidual em úlceras gástricas, reduzindo a 
área da úlcera. 
GAVIOLLE (1999) estudou a ação da acupuntura sobre o fenômeno 
regenerativo induzido em girinos Rana catesbeiana submetidos à amputação da 
cauda. Essa autora observou que a morfologia do tecido em regeneração dos girinos 
que receberam tratamento com acupuntura diferiu significativamente dos animais 
não tratados. 
 
Resposta imune 
energia anormal é vitoriosa, é 
extraída do Livro de Medicina Interna, escrito há cerca de 2000 anos, indica que os 
chineses ancestrais já possuíam alguma noção de imunidade (QINGLAN, 1991a). 
O efeito da acupuntura e moxabustão (aquecimento da pele sobre o ponto do 
acupuntura com auxílio de um bastão de moxabustão - Artemisia vulgaris - em 
brasa) sobre as funções imunológicas está intimamente relacionadoao local da 
estimulação. 
Uma diferença significativa é notada quando são estimulados acupontos ou 
não-acupontos e também entre estímulos dados a diferentes acupontos. É uma 
característica da acupuntura manter a função imunológica em um estado ótimo, 
regulando seus mecanismos. Em geral, a acupuntura pode restaurar a homeostase 
de um organismo, diminuindo hiperfunções e ativando mecanismos em hipofunção. 
MENG (1992) classifica essa situação como um efeito regulatório de dupla 
direção, mas essas ações dependem do estado de saúde do organismo em questão. 
QINGLAN (1991a) em ampla revisão descreveu que a acupuntura pode exercer 
 
15 
efeito sobre a produção de anticorpos. Isso foi demonstrado através do tratamento 
com acupuntura e moxabustão para diarreia bacteriana em macacos. 
O grupo tratado desenvolveu anticorpos mais rapidamente, com título em 
dobro e mais persistente que o grupo controle. Também foi verificado que a 
eletroacupuntura e moxabustão reduziram o número total de bactérias recuperadas 
no exsudato peritoneal de coelhos submetidos à peritonite infecciosa experimental, 
através do aumento de anticorpos fixadores de complementos, opsonizantes e 
aglutinantes. 
Em outro experimento observou-se que a moxabustão pode dobrar o título 
sérico de aglutininas contra bacilo tifoide em coelhos. Na mesma revisão sobre 
acupunturamoxabustão-imunidade, QINGLAN (1991a) destaca que: 
1) O número de leucócitos ou a fagocitose podem estar aumentados nas seguintes 
situações: moxabustão no acuponto Mingmen (04VG) em camundongos e Baihui 
(20VG) e Shenshu (23B) em coelhos; irradiação de laser de gás carbônico no 
acuponto Guanyuanshu (04VC) em coelhos e cabras; eletroacupuntura no acuponto 
Housanli (36E) em cães; 
2) o percentual de linfócitos T e a taxa de linfócitos esterase positivos aumentaram 
em camundongos imunodeficientes submetidos à moxabustão no acuponto 
Guanyuan e em macacos com diarreia bacteriana submetidos a uma associação de 
acupuntura com moxabustão; 
3) eletroacupuntura no acuponto Neiguan em coelhos eleva as leucinasencefalinas 
totais no cérebro e sangue, enquanto a capacidade lítica das células NK (natural 
killer) sobre células alvo K562 também aumenta significativamente; 
4) eletroacupuntura em alta potência e por longos períodos pode induzir 
imunossupressão. Quando ratos são submetidos a essa técnica nos acupontos 
Housanli (36E) e Sanyinjiao por 30 minutos diariamente, durante 5 dias, é liberado 
um fator de imunossupressão. Este pode inibir a proliferação de linfócitos T induzida 
por concanavalina A (Con A). O efeito é mais forte no quinto dia, desaparecendo ao 
décimo dia. Essa imunossupressão não parece estar relacionada ao ACTH e outros 
hormônios, nem aos receptores opióides. 
 
16 
Segundo o RESEARCH GROUP OF ACUPUNCTURE ANESTHESIA (1979), 
o efeito da eletroacupuntura no acuponto Hegu ou Zusanli sobre a imunidade celular 
em setenta pacientes sub- Scognamillo-Szabó & Bechara et al. Ciência Rural, v. 31, 
n. 6, 2001. 1096 metidos a operações cirúrgicas variou de acordo com o status 
imunológico de cada paciente. 
O teste de transformação blástica, o teste sheep eritrocyte (SE) roseta não 
ativo e o teste SE roseta ativo mostraram que ocorreu estimulação da imunidade 
celular, principalmente em indivíduos com níveis baixos ou normais desta, enquanto 
naqueles com altos níveis de imunidade celular, ocorreu um decréscimo. Isso sugere 
que essa técnica tem um efeito regulatório sobre a imunidade celular. 
Segundo JINZHANG et al. (1979), eletroacupuntura (2Hz) no acuponto 
Housanli de coelhos não altera o número de linfócitos, porém aumenta a formação 
de pregueamento de membrana, indicando presença de movimentação ativa, e 
também aumenta a taxa de proliferação celular induzida por fito-hemaglutinina. 
ZHENYA et al. (1979) observaram a capacidade de formação de roseta ativa e total 
e de transformação blástica de linfócitos em vinte mulheres com hiperplasia 
mamária, antes e após o tratamento com acupuntura. 
Os resultados demonstraram que a acupuntura foi capaz de promover a 
formação ativa e total de roseta e também a transformação de linfócitos em 
linfoblastos. 
O estímulo repetido com eletroacupuntura (2Hz) no acuponto 36E de cães 
sadios levou a um decréscimo nas células alfa-naftil-acetato-esterase positivas 
(ANAE), no índice de estimulação de linfócitos que sofreram transformação blástica 
pela incubação com fito-hemaglutinina e nas gamaglobulinas séricas. Isso 
representa um decréscimo na resposta imunológica basal e, provavelmente, ocorre 
com envolvimento das células T (KUDO et al., 1987). 
KASAHARA et al. (1992) relatam a supressão da reação de hipersensibilidade 
do tipo tardia (RHTT) ao trinitroclorobenzeno (TNCB) através da acupuntura em 
camundongos. 
Estes autores observaram em camundongos BALB/c, C57BL/6 e ddY uma 
significante supressão da RHTT quando submetidos à acupuntura uma vez ao dia 
 
17 
por três dias consecutivos ou após uma única aplicação antes do desafio com 
TNCB. 
A aplicação das agulhas na região média do músculo femural (sham-
acupuntura) não suprimiu a RHTT ao TCNB. Em recente estudo sobre o efeito da 
acupuntura e moxabustão na hipersensibilidade induzida em cobaias e cães por 
carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus, SCOGNAMILLOSZABÓ (1999) 
observou que a moxabustão, aplicada na fase de sensibilização em cobaias, 
prolongou a reação tardia ao teste cutâneo de hipersensibilidade e diminuiu o 
número de eosinófilos no local, ambos de forma significativa. 
Além disso, a acupuntura, realizada durante a manifestação de reação de 
hipersensibilidade imediata induzida por antígenos do carrapato em cães, foi capaz 
de diminuir a intensidade da reação de maneira significativa. Outras aplicações da 
acupuntura Tem sido demonstrado experimentalmente que a colocação de agulhas 
no filtro nasal de gatos aumenta a resistência ao choque hipovolêmico e que, 
acupuntura no acuponto do canal do VasoGovernador ( ) aumenta a oxigenação 
tecidual em cérebros de ratos. 
A estimulação deste mesmo acuponto em cães levemente anestesiados com 
halotano aumenta o débito cardíaco, frequência cardíaca, pressão arterial média e 
diminui a resistência periférica total (ALTMAN, 1979). 
A acupuntura também foi avaliada em experimentos com estresse agudo por 
contenção. GUIMARÃES et al. (1997) avaliaram o efeito da acupuntura nos 
acupontos 06BP, 36E, 17VC, 06CS, 20VG durante um período de imobilização de 
60 minutos em ratos Wistar, utilizando como parâmetros cardiovasculares pressão 
arterial e frequência cardíaca e análise de comportamento. 
Os resultados obtidos sugerem que a acupuntura aplicada durante o estresse 
agudo por contenção atenua alguns comportamentos envolvidos na reação de luta 
ou fuga característica do estresse, de maneira independente dos parâmetros 
cardiovasculares avaliados. 
TOUGAS et al. (1992) demonstraram que a acupuntura é capaz de reduzir, 
durante 30min, a secreção ácida do estômago em voluntários sadios do sexo 
masculino. 
 
18 
ASAMOTO & TAKESHIGE (1992) estudaram o efeito da acupuntura sobre o 
apetite. Observaram que a implantação de agulhas nos acupontos auriculares 
correspondentes ao piloro, pulmão, traqueia, estômago, esôfago, sistema endócrino 
e coração reduziu o ganho de peso em ratos obesos. 
Segundo estes autores, isso poderia ocorrer pelo efeito da acupuntura 
exercido sobre o núcleo ventromedial, pois a estimulação de regiões específicas do 
pavilhão auricular de ratos (aurículo-acupuntura) é capaz de evocar potenciais no 
núcleo hipotalâmico ventro-medial, o centro da saciedade. 
FARBER et al. (1996) avaliaram a utilização da acupuntura auricular como 
tratamento da obesidade em pacientes humanos. O estímulo dos acupontos 
auriculares Shen Men, estômago, cárdia, subcórtex (interno) levou à diminuição 
significativa do peso nas pessoas tratadas, com grandesvariações individuais. 
Estes autores concluem que a acupuntura é moderadamente eficaz como 
auxiliar no tratamento da obesidade. Em uma revisão sobre o uso de 
neuroestimulação para o tratamento de angina pectoris, Acupuntura: bases 
científicas e aplicações. Ciência Rural, v. 31, n. 6, 2001. 
COLQUHOUM (1993) defende o uso regular de estimulação elétrica 
transcutânea (transcutaneal electrical nerve stimulation TENS), baseado no fato de 
essa técnica aliviar os sintomas e melhorar a performance sem induzir a chamada 
isquemia silenciosa (alívio da dor sem prevenção da isquemia). 
Estes resultados são observados a curto e longo prazo. Em pacientes vítimas 
de acidente vascular cerebral (AVC), a acupuntura é capaz de promover uma 
melhora funcional mais intensa que os métodos usuais de fisioterapia. 
JOHANSSON et al. (1993) estudaram 78 pacientes com hemiparesia severa, 
tanto direita quanto esquerda, e observaram que aqueles que receberam o estímulo 
sensitivo se recuperaram mais rapidamente e de forma mais intensa que os 
controles, com uma diferença significativa no equilíbrio, mobilidade, atividades da 
vida diária, qualidade de vida e dias dispendidos no hospital ou com cuidados de 
enfermeiras no domicílio. 
 
19 
YAO (1993) estudou o efeito pressor da acupuntura em animais hipotensos. 
Ratos com hipotensão hemorrágica, ou seja, com pressão arterial média (PAM) 
correspondente a 60% do valor controle antes da indução da hemorragia, tiveram a 
PAM elevada a 80% da PAM controle, após aplicação de eletroacupuntura. 
Houve também um aumento significativo da atividade do nervo esplênico, ou 
seja, inibição da resposta depressora pós estimulatória atribuível à inibição 
simpática. 
A eletroacupuntura é capaz de diminuir os níveis de emocionalidade em 
camundongos. A aplicação de eletroacupuntura nos acupontos 36E e 06BP em 
camundongos observados em campo aberto e em labirinto em cruz elevado 
aumentou significativamente a porcentagem de locomoção central em relação à 
locomoção total, indicando um efeito ansiolítico da eletroacupuntura (SILVA et al., 
1996). 
Comparando as técnicas de estimulação do acuponto Zuzanli (36E) com 
agulha permanente fixada com cola instantânea ou fazendo a contenção do animal e 
utilizando agulha simples, os mesmos autores observaram que em camundongos 
em jejum, normoalimentados ou atropinizados, a técnica da agulha permanente não 
alterou ou não reduziu de forma significativa o trânsito gastrintestinal. 
Porém, reduções significativas foram observadas em animais sob contenção 
e acupunturados (MEDEIROS et al., 1996) COSTA et al. (1996) avaliaram o efeito 
da acupuntura sobre a indução de estro em éguas puro sangue inglês virgens que 
apresentavam retardo no aparecimento de estro na estação de monta. 
 A taxa de prenhez à primeira cobertura foi de 88,88% para o grupo tratado e 
de 58,33% para os animais do grupo controle não tratado. A taxa de prenhez geral, 
incluindo todas as coberturas foi de 88,85% para o grupo tratado e de 83,33% para o 
grupo controle não tratado. Com os resultados obtidos, estes autores concluíram 
que a acupuntura é uma alternativa para auxiliar o tratamento de éguas que não 
apresentam ciclo estral no início da estação de monta. 
ALVARENGA et al. (1998, 1998a) avaliaram o efeito luteolítico da aplicação 
de microdoses (um décimo d
Bai Hui em éguas durante a fase luteínica e verificaram ser a microdose tão eficaz 
 
20 
quanto a aplicação da dose convencional por via intramuscular. Por outro lado, a 
injeção de água destilada no mesmo ponto não produziu efeito luteolítico (LUNA et 
al., 1999). 
 
BUSCA POR NOVAS RACIONALIDADES EM SAÚDE 
Muitas questões foram levantadas durante a fase inicial das entrevistas, que 
abordava o percurso dos profissionais na biomedicina e a busca por novas áreas de 
atuação. Inicialmente, observou-se que nas narrativas dos entrevistados sobre sua 
antiga atuação havia um padrão que pontuava vivências de insucessos e 
insatisfações com o arsenal técnico de que dispunham. 
Os profissionais apontaram, sobretudo, algumas limitações da racionalidade 
biomédica frente à complexidade do adoecimento humano. Como ilustra a narrativa 
a seguir, de modo geral, os entrevistados mencionaram situações ou passagens de 
sua trajetória profissional que demarcam a insuficiência da sua formação inicial, 
centrada nos sintomas e nas doenças: 
No inverno do primeiro ano em que eu estava atendendo, atendi em maio 
ibiótico para 
 tem a 
mesma doença, uma sinusite que não está curando. Eu não posso mentir para você 
 (Med3). 
O relato demonstra o conflito entre duas concepções diferentes de cura: uma 
delas compreende simplesmente a eliminação dos sintomas; a outra está baseada 
no tratamento da raiz do problema e não apenas nas suas manifestações clínicas, 
situando o processo de adoecimento em perspectiva mais ampla. 
Luz (2005b) discute que as limitações da biomedicina frente ao adoecimento 
estão localizadas no seu paradigma, que se afastou do ser humano sofredor como 
totalidade viva, fragmentando-o no diagnóstico e na intervenção. Nesse sentido, a 
 
21 
necessita levar em conta outras dimensões do adoecer. 
O reducionismo biológico e a fragmentação do conhecimento em 
especialidades terminaram por configurar uma biomedicina fragmentada e altamente 
dependente da tecnologia, incapaz de abordar com sucesso a complexidade do 
adoecimento humano (Nogueira, 2009). 
Diante dessas insuficiências, os profissionais entrevistados relataram ter 
iniciado busca pessoal de sentido para suas práticas. Os relatos se tornaram mais 
intimistas, mostrando que houve momento de reflexão sobre o rumo de suas 
carreiras: 
Após quase dezoito anos trabalhando, eu comecei a ficar insatisfeita. Queria 
continuar dentro da área da saúde. Mas com uma visão mais ampla, algo que 
pudesse abrir meus horizontes (Enfer). 
Em determinado momento eu parei de fazer cirurgias e passei a atender só 
no consultório, mas não ficava satisfeito com os resultados. 
tenho que achar outra coisa para fazer (Med1). 
As insatisfações relatadas pelos entrevistados em relação à sua antiga área 
de atuação não eram simplesmente questões profissionais ou pontuais - elas 
apontavam para um contexto amplo, que perpassava crise existencial e 
desconformidade social e cultural. Podemos associar essa crise e essa 
desconformidade com os movimentos de contracultura da década de 1960, que 
procuravam resgatar uma concepção holística da realidade e que influenciaram 
também as concepções de saúde das pessoas, originando a busca de formas 
alternativas de terapias, baseadas em valores holísticos e integrativos (Queiroz, 
2006; Luz, 2005a; Souza; Luz, 2009). 
A identificação com essa visão holística influenciou profundamente a busca 
dos entrevistados por caminhos alternativos ao modelo biomédico. Durante as 
entrevistas, os profissionais relataram o interesse por novas experiências e por ter 
contato com outros sistemas de compreensão do processo saúde-doença, como as 
concepções tradicionais de saúde da Índia: 
 
22 
Eu fui para o Oriente [Índia] e vi coisas muito diferentes. Vi como se trabalha 
saúde de uma maneira mais ampla. Eu precisava mudar minha forma de 
trabalhar, não podia mais ficar restrita, vendo o ser humano da mesma 
forma (Enfer). 
Esse relato reflete a perspectiva que inspirou o movimento de contracultura. 
Tendente ao naturismo, o movimento foi influenciado pelas concepções típicas do 
Oriente, provocando oposição à sociedade de consumo, à burocracia e à 
modernidade (Queiroz, 2000) e importando racionalidades terapêuticas distintas da 
racionalidade biomédica, ou mesmo opostas a ela, em atitude de rejeição cultural ao 
modelo estabelecido (Luz, 2005a). Desse modo, os relatos de insatisfação e de 
busca por novos horizontes pessoais e profissionais dos entrevistados 
demonstraram trajetória que culminava com a aproximação deoutros sistemas 
terapêuticos alternativos à biomedicina, como se verá na próxima categoria. 
 
ADENTRANDO NO UNIVERSO DA ACUPUNTURA 
Nos relatos dos entrevistados, estiveram presentes a busca por formações e 
o contato com outras técnicas ou sistemas terapêuticos, como medicina Ayurveda, 
homeopatia, Reiki, florais, reeducação postural global, terapia reichiana, terapia 
bioenergética, cadeias musculares GDS e algumas linhas de terapias manuais e 
terapias manipulativas, na tentativa de ampliar (ou superar) a formação biomédica. 
Alguns relatos mostraram que a perspectiva adquirida dessas terapias influenciou a 
aproximação e o interesse pela acupuntura: 
Comecei a buscar algumas coisas um pouco diferentes, coisas que um médico 
normalmente não faz. Um dia resolvi fazer um curso de Reiki. Mas o Reiki eu só 
fazia como voluntário, não profissionalmente. Acho que [o Reiki] me motivou a 
fazer [o curso de acupuntura] (Med1). 
A identificação prévia de alguns dos entrevistados com a cultura oriental e 
com seus aspectos filosóficos e a realização de formações mais sucintas em outras 
áreas de atuação da medicina oriental também exerceram influência na busca por 
cursos de formação em acupuntura: 
 
23 
Eu já tinha feito Tai Chi Chuan 
quando li os primeiros livros sobre taoísmo e budismo (Med3). 
Com catorze ou quinze anos eu já fazia trabalhos de meditação e relaxamento. 
Naquela época eu fiz um curso de Shiatsu, onde já se aprende os canais de 
acupuntura. Isso me motivou a buscar a acupuntura (Fisio1). 
No período em que buscaram os cursos de formação em acupuntura, todos 
os entrevistados já eram profissionais formados nas áreas biomédicas e, para a 
maior parte deles, a racionalidade ligada à MC era algo totalmente novo. O contato 
com essa racionalidade foi um choque para esses entrevistados, pois eles já 
biomédica. 
Como no estudo de Nogueira (2009), os entrevistados referiram dificuldades 
durante o contato inicial com a racionalidade da MC. Os relatos expressaram a 
existência de profunda distância entre essa concepção e aquelas a que eles 
estavam familiarizados: Os pressupostos compartilhados por um coletivo profissional 
não necessariamente são conscientes ou são objeto de reflexão dos seus membros. 
No confronto com uma racionalidade diferente da sua - embate frequentemente 
envolto em certa perplexidade -, esses pressupostos ficam explícitos, podem ser 
relativizados e perdem seu status de certeza. Segundo Fleck (2010), a socialização 
em uma especialidade do conhecimento produz um olhar orientado por seus 
pressupostos, que guiam a percepção e a elaboração teórica, enfatizando 
determinados aspectos de um objeto em detrimento de outros. Assim, as habilidades 
perceptivas e técnicas exercidas a partir de um estilo de pensamento tendem a 
encobrir facetas que contradigam o novo paradigma incorporado. 
oduziu, nos 
entrevistados, tentativas de correlacioná-la com a MC até como forma de 
aproximação desse paradigma tão distinto. Essa correlação vai se demostrando 
impossível por um processo de total estranhamento com a nova racionalidade. 
Contudo, com a gradativa inserção nos grupos de formação, os entrevistados 
-se com a nova 
racionalidade e passando a perceber as duas perspectivas como incompatíveis: 
 
24 
Tentamos correlacionar as coisas, porque é difícil deixar de lado o que a gente já 
conhece . Depois de um tempo a gente vê que é impossível contemplar as duas 
visões de forma harmônica. Elas vão tomar rumos completamente opostos (Fisio2). 
É uma forma diferente de pensar . É preciso apagar um conceito e abraçar outro 
completamente diferente (Med2). 
Apesar das dificuldades iniciais para assimilar a nova racionalidade, os relatos 
também evidenciaram a curiosidade e a afinidade dos entrevistados com o complexo 
sistema da MC: 
Me foi apresentado um universo muito vasto, profundo, interessantíssimo, que é 
todo um sistema de medicina, do qual a acupuntura faz parte (Fisio3). 
Para os entrevistados, era evidente que a acupuntura fazia parte de outra 
racionalidade independente da biomedicina, a MC, que possui suas próprias formas 
para lidar com o processo de adoecimento. Nesse cenário, a categoria de análise de 
importante ferramenta desenvolvida no Brasil na década de 1990. 
Um sistema terapêutico complexo, para ser considerado racionalidade 
médica, precisa contemplar seis dimensões: uma cosmologia (a própria organização 
cultural com suas imagens e representações, de onde emanam e onde se ancoram 
as demais dimensões); uma morfologia (ou descrição do corpo humano); uma 
dinâmica vital (o conjunto de explicações racionalmente elaboradas sobre o 
fenômeno da vida humana); uma doutrina médica (em que causas, efeitos e 
definições do adoecer são explicados e discutidos); uma diagnose desses padrões 
ou doenças e uma terapêutica. As racionalidades médicas são sistemas terapêuticos 
complexos, com raízes em sociedades igualmente complexas e altamente 
diferenciadas do ponto de vista cultural (Luz, 2000). 
Durante suas trajetórias de formação na acupuntura, os entrevistados 
referiram, de forma breve e às vezes até implícita, ter entrado em contato com cada 
uma das seis dimensões que formam a racionalidade da MC, conforme define Luz 
(2000). De modo geral, ao explicar as concepções da racionalidade que passaram a 
adotar, os entrevistados utilizaram maciçamente expressões e a terminologia própria 
 
25 
da MC, como Qi, Yin e Yang, Zang Fu, canais de acupuntura etc., demonstrando 
sua apreensão dos diversos aspectos. 
Além das dificuldades no contato inicial com os fundamentos da racionalidade 
da MC, os entrevistados também relataram dificuldades no processo de apreensão 
dos métodos de diagnóstico da MC. Conforme um dos entrevistados, a perspectiva 
mecanicista cartesiana/newtoniana, desenvolvida durante o processo de formação 
na biomedicina, dificultava o aprendizado desses métodos, pois era preciso 
desenvolver a capacidade de observar o outro de uma maneira diferente (Fisio1). 
Foi um consenso entre os entrevistados que a avaliação do pulso era o 
método de diagnósti
de cada pulso é muito subjetiva e complexa e leva em conta vários parâmetros, 
(Nogueira, 2006, p. 200). 
Segundo um dos entrevistados, é preciso desenvolver uma sensibilidade sutil 
na arte de avaliar o pulso, que vai sendo aprimorada com o tempo (Fisio2). Tal 
experiência de amplitude e complexidade em relação a formação e prática da 
acupuntura fez que os entrevistados criticassem cursos de curta duração, 
técnicas descontextualizadas e ignoram os fundamentos da MC. Insuficiência 
semelhante também foi identificada em cursos de pós-graduação em acupuntura, 
sobretudo em relação a sua curta duração, pois, na visão dos profissionais, não eles 
proporcionam aos alunos base adequada na racionalidade da MC. De acordo com a 
opinião desses entrevistados, os cursos de formação deveriam ser de MC (Med2 e 
Enfer). E não apenas de acupuntura, que é uma de suas especialidades, ou 
deveriam contemplar uma carga horária muito maior (Enfer). 
Apesar dos cursos de pós-graduação em acupuntura, de formações 
complementares realizadas e, em alguns casos, até de viagens de estudos à China 
e a outros países, os entrevistados reconheceram que o aprendizado da acupuntura 
nunca se esgotaria, sendo isso considerado um aspecto positivo e prazeroso. Nas 
palavras de uma participante, a acupuntura se baseia em uma racionalidade que 
mais parece um saco sem fundo (Enfer). 
 
26 
O que transmite aos profissionais a sensação de formação em constante 
movimento e renovação: 
Se uma pessoa conseguir assimilar durante a vida inteira apenas 30% do que 
existe na acupuntura, ela já é uma pessoa com muita capacidade. Só para 
compreender o essencial levamos uma vida (Fisio2). 
Por mais que a gente estude, sempre temos muito a aprender na 
acupuntura (Med1). 
 
 
A ACUPUNTURA VAI ALÉM DA AGULHA 
Ao referir queos cursos de formação deveriam ser de MC e não apenas de 
acupuntura, os entrevistados estavam se referindo aos diferentes recursos 
terapêuticos utilizados por essa racionalidade. 
Além da acupuntura, a dimensão terapêutica da MC envolve outros recursos 
terapêuticos, como moxabustão, fitoterapia chinesa, dietética chinesa, Tui Na, Tai 
Chi Chuan, Qigong etc. 
Porém, embora os entrevistados considerassem a importância desses 
recursos e, quando habilitados, até os utilizassem ocasionalmente em sua prática, a 
ênfase de seus atendimentos permanecia sendo a acupuntura. Além disso, mesmo 
que a prática clínica mais utilizada fosse a acupuntura, observou-se que a trajetória 
e as experiências da maior parte dos entrevistados na biomedicina e nas formações 
em outros sistemas não eram totalmente ignoradas e, algumas vezes, também eram 
levadas em conta durante os atendimentos: 
eu uso todas as técnicas que eu aprendi [diferentes recursos e sistemas 
terapêuticos] para ajudar quem precisa (Med3). 
Nada do que tu sabes pode ser jogado fora. Temos que permitir que as novidades 
venham até nós para que possamos selecionar e encaixar naquilo que já 
sabemos (Fisio4). 
 
27 
Assim, podemos entender que as trajetórias dos profissionais entrevistados 
refletem três tipos de profissionais de saúde descritos por Barros (2000), a saber: o 
alopática, mas abandonou a racionalidade biomédica por outra racionalidade; e o 
diferentes racionalidades ou práticas complementares na tentativa de adotar a 
abordagem mais adequada para tratamento de cada paciente. 
A partir dessa perspectiva, a prática atual relatada pelos entrevistados pode 
ser interpretada como sendo dos tipos convertido e híbrido, visto que alguns deles 
passaram a atuar exclusivamente a partir da racionalidade MC, enquanto outros 
também utilizavam outros recursos além da acupuntura ou a associavam com outras 
práticas ou racionalidades. 
A prática clínica dos profissionais entrevistados com a acupuntura seguia 
padrão semelhante e baseava-se, essencialmente, na racionalidade da MC. 
Inicialmente, relataram realizar avaliação extensa da pessoa, que consistia em 
anamnese e exame físico (observação do corpo, avaliação do pulso, inspeção da 
língua, palpação abdominal, palpação dos canais de acupuntura etc.). 
A partir dessa avaliação eram reunidas as informações essenciais para 
realizar o diagnóstico a partir da MC. Após a avaliação, os profissionais 
mencionaram que explicavam aos pacientes de forma didática e simplificada o 
padrão de desarmonia encontrado e como os hábitos e o estilo de vida estavam 
influenciando essa desarmonia. A partir disso, costumavam propor algumas 
mudanças no estilo de vida, incentivando o paciente a se tornar protagonista na 
recuperação de sua saúde. 
Consequentemente, a escolha de pontos e canais de acupuntura que seriam 
utilizados levava em conta o diagnóstico obtido a partir da avaliação pela MC. 
Durante o curso dos tratamentos, a cada encontro eram realizadas reavaliações 
sucintas, normalmente utilizando a avaliação do pulso, a inspeção da língua e os 
relatos dos pacientes para verificar a efetividade do tratamento. 
 
28 
Verificou-se que a prática da acupuntura pelos entrevistados era coerente 
com a racionalidade da MC (Ergil; Ergil, 2010; Luz, 2006). Alguns deles relataram 
preocupação com a tendência contemporânea de reduzir a acupuntura a apêndice 
da biomedicina, apropriando-se dela apenas no nível técnico. Conforme um dos 
relatos, para um profissional formado originalmente na biomedicina, é mais fácil e 
até cômodo entender os efeitos da acupuntura sob o ponto de vista da 
neurofisiologia ou da liberação de hormônios, incorporando seu uso aos arcabouços 
agulhas a partir das concepções da racionalidade biomédica: 
Ocorre uma confusão [entre a biomedicina e a MC] com o que está acontecendo 
 [acupuntura neurofuncional]. O 
pontos locais, pontos de dor, pontos de gatilho, enfim. Aí é outra visão, é só uma 
visão de pontos-gatilho, músculos não é acupuntura (Fisio1). 
Para o entrevistado, a inserção de agulhas na perspectiva da racionalidade 
biomédica não deve ser confundida com a acupuntura baseada na MC, que as 
compreende como racionalidades distintas. 
Segundo Luz (2000), atualmente existe tendência para a inclusão de técnicas 
biomedicina. Entende-se que essas inclusões precisam ser cuidadosamente 
avaliadas, pois podem se reduzir a utilizações mecânicas de alguns aspectos 
terapêuticos (Nagai; Queiroz, 2011) sem considerar o complexo sistema de 
entendimento do indivíduo, da saúde-doença e do processo de cura do qual 
decorrem. 
pelos entrevistados, pois subentende a perda da racionalidade que a sustenta. Por 
essa razão, as narrativas explicitaram que a acupuntura é muito mais que a inserção 
da agulha: 
A acupuntura está além da puntura, além da inserção das agulhas (Fisio1). 
 
29 
Eu vejo as pessoas aprendendo a colocar agulhas, mas não vejo as pessoas 
aprendendo acupuntura, o que é muito diferente, imensamente diferente (Fisio3). 
A simples inserção de agulhas sobre determinados pontos de acupuntura, como 
procedimento padronizado para obtenção de determinados resultados terapêuticos, 
ignoraria os princípios fundamentais da MC, que levam em conta a dinâmica vital do 
ser humano. 
Para Queiroz (2006), essa tentativa de transformar a acupuntura em mera 
técnica de estímulo e sedação funcional de certos órgãos ignora a concepção 
sobre a doença e o individual sobre a generalização, impedindo que a terapêutica 
seja reduzida apenas às estruturas orgânicas. 
Segundo Nogueira (2006), com o convívio da acupuntura com a 
racionalidade biomédica existe risco de descaracterização da racionalidade da MC. 
Para a autora, essa descaracterização induz a cientificização dos procedimentos da 
MC a partir da metodologia de pesquisa das ciências biomédicas, buscando, por 
exemplo, enquadrá-la aos mesmos parâmetros de comprovação de eficácia. Sobre 
esse aspecto, um dos entrevistados relatou algumas dificuldades em utilizar a 
metodologia de pesquisa positivista para investigar a MC: 
[a biomedicina] não lida com tantas variáveis. Para eles é impossível lidar com 
tantas variáveis e tirar uma conclusão definitiva. Para a medicina chinesa, se tu não 
lidares com muitas variáveis tu estás sendo simplório demais, e ser simplório demais 
é atirar pedra no vazio, no escuro. A medicina chinesa transcende a questão 
técnica e cientifica (Fisio2). 
A partir desse relato, identificou-se que os profissionais profundamente 
alinhados a MC viam que a ciência e a técnica do modelo biomédico reduzem o 
adoecimento a algumas poucas variáveis para que elas possam ser analisadas e 
controladas, simplificando em demasia o fenômeno. Esse abismo entre as 
racionalidades parece indicar a impossibilidade, na perspectiva desses profissionais, 
de aproximá-las. Para eles, a redução da MC a essa simplificação das variáveis a 
descaracteriza e, portanto, a torna passível das mesmas críticas que são feitas à 
biomedicina. 
 
30 
Por outro lado, nos últimos anos a acupuntura vem buscando legitimação a 
partir da ciência. No entanto, ao adequar-se à metodologia científica ocidental, cujos 
critérios são validados pela biomedicina, ignorasse a possibilidade de elucidar 
aspectos de sua própria racionalidade (Souza; Luz, 2011). Uma das entrevistadas 
criticou a postura de querer provar a eficácia da acupuntura a partir do arsenal 
metodológico de pesquisa da biomedicina: 
A MC é baseada na observação. A confirmação da medicina chinesa está além dos 
estudos científicos porque ela tem milhares de anos de sucesso. Não sei por 
que existe tanta preocupação de querer ocidentalizar o que funcionou muito bem no 
Oriente durante milhares de anos (Med2). 
Construir metodologia de pesquisa adequada para estudar outras 
racionalidades diferentes da racionalidade biomédica parece ser um dos maiores 
desafios para avaliara eficácia e as contribuições desses sistemas, que 
tradicionalmente vêm sendo utilizados por diferentes culturas. Por essa razão, ao 
pesquisar os efeitos da acupuntura, deve-se estar ciente de que a simples inserção 
de uma agulha leva em conta as múltiplas dimensões da racionalidade da MC. 
O esquecimento ou a ignorância sobre essa perspectiva poderia levar a uma 
prática inadequada, ou mesmo simplória, de uma terapêutica que tem demonstrado 
bons resultados há séculos. 
Dessa maneira, entende-se que a insatisfação e as limitações da 
racionalidade biomédica frente ao adoecimento motivaram os profissionais a buscar 
novo sentido para suas práticas. A partir dessa busca, eles entraram em contato 
com novas áreas de atuação que ofereceram perspectiva mais abrangente para o 
tratamento de seus pacientes. 
O contato inicial com a acupuntura foi permeado por dificuldades e, ao 
mesmo tempo, entusiasmo diante da nova racionalidade. No processo de 
socialização com a MC, os profissionais descobriram sistema altamente complexo, 
coerente e distinto da abordagem anteriormente adotada. Assim, mesmo com o 
amplo reconhecimento científico e social da biomedicina, os entrevistados passaram 
a priorizar ou utilizar apenas a acupuntura em seus atendimentos. Ficou evidente 
que para os entrevistados a acupuntura representava terapêutica complexa, e que a 
 
31 
simples inserção de uma agulha deve representar a confluência de diversos 
aspectos da MC, na busca pela saúde integral do indivíduo. Além disso, as 
limitações do paradigma tradicional de pesquisa (ocidental) para os estudos da 
eficácia da acupuntura também apareceram nos relatos dos entrevistados e 
constituem aspecto fundamental, que deve ser elucidado em futuros estudos. 
Apesar da relevância do conteúdo das narrativas deste estudo, destacam-se 
algumas limitações. Em primeiro lugar, tendo em vista os desafios evidenciados 
durante o aprendizado da acupuntura e a complexidade da própria racionalidade da 
MC e que a maioria dos entrevistados consideraram as formações do Brasil 
insuficientes para boa prática da acupuntura, sugere-se que esse aspecto seja 
explicitado com maior profundidade em futuros estudos. Outra limitação importante 
relaciona-se ao fato de o universo empírico ter ficado restrito aos acupunturistas com 
cursos de graduação nas áreas biomédicas e voltados principalmente para a prática 
privada. No Brasil, com o avanço da prática multiprofissional da acupuntura a partir 
da PNPIC, percebe-se a necessidade de analisar as trajetórias de formação e, 
sobretudo, a atuação de profissionais acupunturistas que integram as equipes do 
Sistema Único de Saúde. Outro aspecto que deve ser observado é o 
comprometimento da capacidade de generalização externa dos dados para os 
demais praticantes de acupuntura, dado o restrito número de acupunturistas 
entrevistados. Ao mesmo tempo, o estudo evidenciou importantes tendências e 
preocupações na formação e na prática de acupunturistas, que merecem ser 
investigadas no que tange ao modo como a PNPIC tem sido implementada, em 
especial na rede de atenção primária e secundária de saúde pública, alertando para 
a excessiva medicalização com que algumas técnicas terapêuticas podem ser 
utilizadas. 
 
A INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 
É uma das principais infecções relacionadas à assistência à saúde no Brasil, 
ocupando a terceira posição entre todas as infecções em serviços de saúde e 
compreendendo 14% a 16% daquelas encontradas em pacientes hospitalizados. 
Estudo nacional realizado pelo Ministério da Saúde no ano de 1999 encontrou uma 
taxa de ISC de 11% do total de procedimentos cirúrgicos analisados. Esta taxa 
 
32 
atinge maior relevância em razão de fatores relacionados à população atendida e 
procedimentos realizados nos serviços de saúde. As definições de procedimento 
cirúrgico, infecção e indicadores constituem a base que norteia o trabalho das 
Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). A utilização de definições 
para os procedimentos e critérios para diagnosticar uma infecção, de modo 
harmonizado por todos os serviços de saúde, possibilita selecionar o objeto da 
vigilância e permite a comparação entre eles. Do contrário, as comissões estarão, 
muitas vezes, comparando de forma imprópria taxas e referências. A despeito da 
homogeneidade destas definições, a interpretação dos indicadores pode ser difícil 
em razão de vários fatores: 
1. Diferenças entre os hospitais e procedimentos, referente ao tempo de observação 
no período pós- -operatório. Pacientes, instituições ou procedimentos que 
apresentam menor permanência hospitalar tenderão a apresentar cifras de infecção 
mais baixas devido à subnotificação inevitável e não devido ao menor risco. 
2. Diversidade de procedimentos e condições subjacentes. Não é recomendada a 
comparação de taxas de infecção de procedimentos distintos ou taxas do mesmo 
procedimento, quando a condição da operação, estado clínico ou presença de 
fatores de risco dos pacientes varia significativamente. 
3. Ausência de ajuste de risco satisfatório. Não existe forma plenamente satisfatória 
de corrigir os fatores de risco intrínsecos. 
A avaliação de cirurgias limpas é limitada, uma vez que a condição clínica do 
paciente não é avaliada. Além disto, muitos procedimentos cirúrgicos importantes no 
âmbito do controle de infecção não são classificados como limpos. Indicadores 
ajustados, mais complexos, que levam em conta diversos fatores predisponentes do 
paciente são de coleta, cálculo e interpretação difíceis, inviabilizando outras 
atuações da comissão. 
O desempenho destes indicadores não é igual para todos os procedimentos 
cirúrgicos, uma vez que o conjunto de fatores predisponentes é diferente de acordo 
com a operação. 
 
 
33 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA 
Baseado nesses argumentos e nas limitações da comparação de taxas entre 
hospitais, o grupo de trabalho optou por enfatizar a avaliação de procedimentos 
específicos, cuja correlação entre indicadores fica menos sujeita às variações 
relacionadas ao risco intrínseco. Em complemento aos indicadores de resultado, é 
necessária a análise de um sistema de indicadores de estrutura e processo. 
Diversos indicadores são utilizados e muitos instrumentos servem como guia às 
instituições para que estas estabeleçam padrões de atendimento com alta 
qualidade. Este documento tem como objetivos principais sistematizar a vigilância 
das infecções do sítio cirúrgico e definir indicadores de resultado, processo e 
estrutura para a prevenção de infecção pós-operatória nos serviços de saúde do 
Brasil. 
 
DEFINIÇÃO DE PACIENTE CIRÚRGICO PASSÍVEL DE VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA DE ROTINA 
Cirurgia em paciente internado em serviço de saúde 
Paciente submetido a um procedimento dentro do centro cirúrgico, que 
consista em pelo menos uma incisão e uma sutura, em regime de internação 
superior a 24 horas, excluindo-se procedimentos de desbridamento cirúrgico, 
drenagem, episiotomia e biópsias que não envolvam vísceras ou cavidades. 
 
Cirurgia ambulatorial 
Paciente submetido a um procedimento cirúrgico em regime ambulatorial 
(hospital-dia) ou com permanência no serviço de saúde inferior a 24 horas que 
consista em, pelo menos, uma incisão e uma sutura, excluindo-se procedimentos de 
desbridamento cirúrgico, drenagem e biópsias que não envolvam vísceras ou 
cavidades. 
 
 
 
34 
Cirurgia endovascular 
Paciente submetido a um procedimento terapêutico realizado por acesso 
percutâneo, via endovascular, com inserção de prótese, exceto stents. 
 
Cirurgia endoscópica com penetração de cavidade 
Paciente submetido a um procedimento terapêutico, por via endoscópica, com 
manipulação de cavidade ou víscera através da mucosa. Estão incluídas aqui 
cirurgias transgástricas e transvaginais (NOTES), cirurgias urológicas e cirurgias 
transnasais. 
 
 
CRITÉRIOSDIAGNÓSTICOS DE INFECÇÕES RELACIONADAS À 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Definição de Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) para cirurgias em pacientes 
internados e ambulatoriais São infecções relacionadas aos procedimentos 
cirúrgicos, sendo classificadas conforme os planos acometidos ilustrados e definidas 
de acordo com os critérios dos Quadros 1 e 3. 
 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
ATENÇÃO: 
maior profundidade. 
-se prótese todo corpo estranho implantável não derivado de tecido 
humano (ex: válvula cardíaca protética, transplante vascular não humano, coração 
mecânico ou prótese de quadril), exceto drenos cirúrgicos. 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
38 
 
INDICADORES DE RESULTADOS 
Cálculos de taxa de incidência 
O cálculo deve ser feito por procedimento para fins de notificação. Em 
serviços com menor volume de procedimentos, as taxas poderão ser calculadas por 
especialidade para avaliação pela própria unidade. 
A CCIH pode calcular taxas de infecção por especialista, mas recomenda-se 
que a sua divulgação respeite as normas vigentes. Devido às diferenças de risco 
entre pacientes e procedimentos, a comparação das taxas brutas entre especialistas 
está sujeita a falhas de interpretação. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÕES RELACIONADAS À 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Fórmula para o cálculo: Como numerador, devem ser incluídas todas as 
infecções diagnosticadas no procedimento sob avaliação. As infecções devem ser 
computadas na data em que o procedimento correspondente foi realizado. Como 
denominador devem ser incluídos todos os procedimentos sob análise realizados no 
período. A razão é multiplicada por 100 (cem) e é expressa sob a forma percentual. 
 
 
Exemplos: 
 
39 
1. Foram realizadas 40 herniorrafias no mês de março de 2008; dentre estas, 
verificaram-se uma ISC superficial, diagnosticada em 25 março, e uma ISC 
profunda, diagnosticada dia 3 de abril do mesmo ano. A taxa de ISC do mês de 
março de 2008 será de: (2 / 40) x 100 = 0,05 x 100 = 5%. Obs.: Em caso de 
procedimentos múltiplos inter-relacionados em datas diferentes do mesmo período e 
no mesmo paciente (reoperações), a ISC será atribuída ao primeiro procedimento. 
Em caso de múltiplos procedimentos feitos, utilizando o mesmo acesso cirúrgico 
num mesmo paciente, apenas o procedimento de maior risco de infecção (níveis 
hierárquicos descendentes de A a D) será computado para efeito de cálculo das 
taxas de ISC (utilizar quadro 4 para escolha do procedimento). Estas situações 
serão listadas como procedimentos combinados. 
2. Paciente submetido à colecistectomia e herniorrafia inguinal por 
videolaparoscopia com uso de tela, apresentou infecção de sítio cirúrgico superficial. 
Utilizando o Quadro 4: Abertura de víscera oca: não houve. Procedimento de maior 
duração: herniorrafia. Procedimento a ser notificado/ computado: herniorrafia, 
apresentando ISC-IS. 
3. Paciente submetido à histerectomia e dermolipectomia utilizando o mesmo 
acesso. Utilizando o Quadro 4: Abertura de víscera oca: histerectomia. 
Procedimento a ser notificado/ computado: histerectomia. Em caso de múltiplos 
procedimentos diferentes realizados por acessos cirúrgicos diferentes, serão 
notificados todos os procedimentos no numerador e no denominador. 
4. Tireoidectomia e herniorrafia incisional no mesmo tempo cirúrgico. Computar os 
dois procedimentos em separado. Em caso de procedimentos iguais (simétricos) 
realizados por acessos cirúrgicos diferentes num mesmo paciente ou procedimentos 
bilaterais, será computado um procedimento no numerador e no denominador. 5. 
Inserção de prótese de mama bilateralmente. Computar apenas um procedimento. 
 
 
40 
 
Escolha de procedimentos para vigilância Cada unidade de saúde deve 
escolher os procedimentos a partir dos critérios para cálculo das taxas de incidência: 
 Frequência da realização na unidade e/ou; 
 Procedimentos limpos de grande porte ou complexidade e/ou; 
 Procedimentos limpos com uso de prótese e/ou; 
 Outros procedimentos relevantes para a instituição específica. 
Obs: Cirurgias limpas são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de 
descontaminação, na ausência de processo infeccioso ou inflamatório local ou falhas 
técnicas grosseiras. 
 Cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem ou com 
drenagem fechada, que não abrem víscera oca ou mucosa. 
 A CCIH deve priorizar a vigilância procedimentos com menor risco intrínseco de 
infecção. Para cálculo de taxas, recomenda-se um acúmulo mínimo (denominador) 
de 30 procedimentos no período considerado para o cálculo. 5. Indicadores de 
processo e estrutura para a prevenção de infecção do sítio cirúrgico (pré e intra-
operatório) 
Cirurgia eletiva com tempo de internação pré-operatória 
pré-operatória 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tricotomia com aparador ou tesoura 
a 
 
 
 
 
42 
 
Antibioticoprofilaxia realizada até 1 hora antes da incisão 
 
Denominador: Total de cirurgias avaliadas quanto ao momento da 
antibioticoprofilaxia 
 
Antissepsia do campo operatório 
 
operatório. 
Duração da antibioticoprofilaxia 
 
 
 
Para cirurgia cardíaca recomenda-se a aplicação de um indicador de controle 
glicêmico no pós-operatório imediato 
do pós- operatório 
 
 
43 
 
Para cirurgias colo-retais recomenda-se a aplicação de um indicador de controle 
térmico no intra-operatório 
 
-retais avaliadas 
 
Inspeção da caixa cirúrgica 
profissionais responsáveis pela instrumentação 
 
 
Na quadro 5, estão descritos detalhes destes indicadores de processo. A 
tabela Y é um modelo que pode ser utilizado para coleta e consolidação dos dados 
dos indicadores escolhidos. Considera-se como ideal a meta de 100% de 
adequação ou conformidade. 
 
44 
 
 
Indicador de estrutura 
adequados. 
 
45 
rúrgico considerados na 
planilha de avaliação do indicador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
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