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Biópsia e Processamento Laboratorial

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Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 
Biópsia e Processamento Laboratorial 
Biópsia 
- A biópsia é a remoção de parte – incisional – 
ou todo o tecido lesionado – excisional – e seu 
respectivo exame. Esse procedimento cirúrgico é 
indicado e, determinadas situações em que não 
é possível a obtenção do diagnóstico apenas 
pela avaliação clínica, podendo então ser 
fundamental para o início do tratamento, uma vez 
que dá o diagnóstico definitivo; 
→ Indicações 
- A avaliação clínica não dá apoio para diagnóstico 
definitivo; 
- Quando há suspeita de neoplasia maligna – 
câncer; 
- Quando o curso clínico – é o período entre o 
diagnóstico e a cura da lesão – é incoerente com 
o diagnóstico inicial; 
- Lesões persistentes por mais de 2 semanas – 
lesões ulceradas, lesões inflamatórias que não 
regridem após 10-14 das posteriores à remoção 
da causa; 
- Lesões que interfiram na função local – que 
dificultam a deglutição, por exemplo; 
- Lesões ósseas ou intraósseas – na maioria dos 
casos precisa-se de uma biópsia, pois elas são 
muito parecidas; 
OBS.: O câncer mais comum na região de pele é 
o carcinoma basocelular. 
OBS.: A borda lateral de língua é o local que mais 
se tem incidência de lesões malignas na cavidade 
oral. 
→ Contraindicações 
- Quando o diagnóstico definitivo pode ser obtido 
apenas com o exame clínico. Ex.: Herpes, afta, 
candidíase; 
- Em pacientes sem oportunidade ou condições de 
se submeter a procedimentos cirúrgicos; 
- Lesões vasculares – hemangioma (isso é 
contestável, nem sempre é proibido se fazer 
biópsia em hemangiomas, depende do tipo); 
- Quando o diagnóstico definitivo depende de 
exames hematológicos – sífilis, por exemplo, cujo 
diagnóstico é estabelecido a partir de exames de 
sangue como o VDRL e FTA-ABS; 
OBS.: Uma doença muito comum em crianças e 
adolescentes é a glossite migratória benigna, 
nela tem-se a despapilação das palilas filiformes, 
gerada por estresse, clinicamente observa-se 
áreas avermelhadas que podem se multiplicar, 
caso não seja removida a causa. 
 
Biópsia Cirúrgica 
- Existem diversos tipos de técnica de biópsia. A 
técnica mais importante é a biópsia cirúrgica; 
- A única contraindicação importante é a biópsia 
por incisão de tumores da glândula parótica – 
o tipo mais comum de tumor nessa glândula é o 
adenoma pleomórfico, ele apresenta uma 
tendência inusitada para semear suas células 
e recorrer na ferida da incisão, ou seja, formar 
outro tumor em cima da incisão; 
!!! Princípios Essenciais para Biópsia 
- Escolher a área mais suspeita, por exemplo, a 
área vermelha quando se suspeita de lesão 
maligna; 
- Evitar pele morta ou áreas de necrose; 
- Aplicar anestesia regional ou local – porém não 
na lesão; 
- Incluir margem de tecido normal; 
- Para lesões maiores podem ser necessárias 
diversas áreas de amostragem; 
- Enviar a amostra intacta para o laboratório, sem 
incisão ou divisão dela; 
- Suturar e controlar todo sangramento pós-
operatório; 
- Etiquetar o frasco da amostra com o nome do 
paciente e detalhes clínicos; 
- Confirmar se os achados são condizentes com o 
diagnóstico clínico e pesquisa; 
→ Biópsia Incisional ou Parcial 
- Utilizada para diagnóstico antes do tratamento; 
- Caracteriza-se pela remoção de um fragmento 
da lesão o qual será submetido ao exame 
histopatológico; 
- Sugere-se que a área de eleição da região a ser 
biopsiada e a extensão envolvam tecido sadio da 
margem da lesão, permitindo a visualização da 
relação da lesão + tecidos vizinhos e evitando 
áreas de necrose; 
 
- Retirar parte da submucosa – onde estão 
presentes nervos e vasos – é essencial para se 
verificar se houve infiltração; 
- No caso de lesões múltiplas tira-se fragmentos 
de mais de uma lesão; 
!!! Indicações 
- Lesões múltiplas; 
- Lesões extensas; 
- Lesões com suspeita de malignidade – uma 
célula maligna se replica muito rapidamente, por 
isso é de extrema importância a biópsia para 
confirmar o diagnóstico nesses casos; 
!!! Orientações Gerais 
- Fragmento de Tecido Indesejável: Incisão 
rasa, remoção muito superficial da lesão sem 
poder verificar a relação com o tecido sadio; 
- Fragmento de Tecido Desejável: Incisão 
estreita e profunda, removendo uma margem de 
tecido sadio; 
→ Biópsia Excisional 
- Exame complementar com a finalidade de 
obtenção de diagnóstico onde se retira toda a 
lesão para exame histopatológico; 
 
- Em lesões pequenas o ideal é esse tipo de 
biópsia, mas é preciso observar também outras as 
características da lesão; 
!!! Indicações 
- Lesões isoladas, pequenas, sem suspeita de 
malignidade; 
- Lesões reacionais, devendo remover o agente 
causal; 
!!! Orientações Gerais 
- Biópsia Indesejável: Bordas laterais e/ou 
profundas comprometidas, deixando lesão 
residual; 
- Biópsia Desejável: Remoção total da lesão, 
bordas laterais e profundidade adequadas, 
removendo a lesão como um todo, incisões 
elípticas. 
Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) 
- A punção aspirativa por agulha fina, também 
conhecida por biópsia aspirativa, representa a 
obtenção de material através de uma punção, com 
agulha e seringa, para aspirar o conteúdo; 
- Muito utilizada em glândula parótida e glândula 
tireoide; 
 
- O material obtido pode ser líquido caso o 
nódulo tenha componente cístico, ou tecido 
proveniente da lesão, caso o nódulo seja 
totalmente sólido; 
!!! Resultados 
- Muitas vezes norteia a conduta clínica e as 
decisões terapêuticas, como descartar ou 
confirmar a presença de malignidade; 
!!! Indicações 
- Lesões submucosas, subcutâneas e profundas 
em que o procedimento de biópsia cirúrgica, 
muitas vezes, representa uma grande cirurgia sem 
diagnóstico definitivo, não acrescentando nada 
além do que já se sabe com exames e análise 
clínica; 
!!! Princípios e Aplicação da PAAF 
- É rápida e usualmente eficaz no diagnóstico de 
inchaços em linfonodos e, em especial, tumores 
de parótida; 
- As células podem ser fixadas, coradas e 
examinadas em minutos; 
- É especialmente valiosa quando a biópsia 
cirúrgica poderia espalhar células tumorais; 
- Em lesões profundas, orientação por ultrassom 
ou radiografia pode ser usada para assegurar que 
a agulha penetrou na lesão; 
- Não ocorrem complicações significativas; 
- Pequeno tamanho da agulha evita danos às 
estruturas vitais na cabeça e no pescoço; 
- Algumas amostras podem ser enviadas para 
cultura microbiológica; 
- Desvantagens: É necessária interpretação 
especializada, pequenas amostras podem não ser 
representativas e o diagnóstico definitivo nem 
sempre é possível. 
Cuidados com a Peça Cirúrgica 
- Escolha um frasco com gargalo largo, 
transparente, com volume adequado, nele deve 
conter líquido fixador e uma etiqueta de 
identificação – com o nome do paciente, nome do 
profissional e a data do procedimento; 
- O fixador universal é o formol – solução de 
formalina tamponada 10%. O ideal é que o volume 
do fixador no interior do frasco represente pelo 
menos 20 vezes o volume do material; 
- É de extrema importância a identificação do 
material imediatamente após sua retirada, 
ainda no centro cirúrgico ou no ambulatório, para 
evitar a autólise; 
- O profissional deve preencher a ficha de 
solicitação do exame histopatológico ou 
anatomopatológico; 
- O material deve ser enviado devidamente 
preenchido e assinado para o laboratório de 
Anatomia Patológica/Patologia; 
!!! Amostras Inadequadas 
- Fixação Inadequada: A quantidade insuficiente 
de formol em relação ao volume da amostra/ 
Utilização de fixador inadequado – água, soro 
fisiológico; 
!!! Encaminhamento Inadequado 
- Falta de identificação do profissional – é 
preciso saber quem é o profissional para que se 
possa entrar em contato, caso haja necessidade; 
- Fichas com dados clínicos faltantes ou 
incompletos – o laboratório não deve aceitar o 
material, pois pode haver comprometimento da 
capacidade de estabelecer o diagnóstico 
histopatológico. 
Ficha de Solicitação do ExameHistopatológico 
- Seu preenchimento é um passo fundamental. 
Este procedimento requer calma e cuidado e deve 
incluir a maior quantidade de dados possíveis; 
- Dados: Identificação do paciente – nome, idade, 
sexo – nome do profissional, história médica atual 
e pregressa do paciente, histórico familiar, hábitos, 
utilização de próteses e suas condições – pode 
estar ligada a causa da lesão – descrição do 
aspecto clínico da lesão – por exemplo, local da 
lesão, características radiográficas (no caso de 
lesões intraósseas), tempo de evolução da lesão, 
lesão ulcerada, com áreas avermelhadas ou 
esbranquiçadas – e no final, qual a hipóteses de 
diagnósticos baseado nas características clínicas; 
!!! Quando a lesão é intraóssea, é fundamental 
que o exame de imagem seja enviado junto com a 
amostra. 
Procedimentos Laboratoriais 
→ Cadastro no Livro de Registros 
- A forma é determinada pelo laboratório; 
→ Macroscopia da Peça 
- Momento em que há descrição do aspecto 
macroscópico do material recebido, relatando 
o número de tecidos recebido, o tipo de tecido 
– mole ou duro – tamanho da lesão, superfície, 
consistência e cor tecidual, auxiliando no 
estabelecimento do diagnóstico definitivo; 
OBS.: No caso de tecidos duros, como o dente, é 
necessário realizar um processo de calcificação 
antes de iniciar a preparação da lâmina. 
- Identificar a peça com o número de registro e 
colocar no cassete histológico; 
 
→ Processamento 
- Manual ou Automático – feito com um aparelho 
chamado histotécnico; 
- Banho em formol – com a peça já dentro do 
cassete histológico; 
- Desidratação: Banhos gradativos e crescentes 
em etanol 70%, 90% e álcool absoluto – 100%. 
Essa desidratação é muito importante, pois a água 
contida nos tecidos atrapalha o processamento, 
principalmente a etapa de impregnação pela 
parafina, por isso precisa ser totalmente retirada; 
- Diafanização/Clarificação: Feita com dois 
banhos de xilol. Infiltração do tecido por um 
solvente de parafina que seja ao mesmo tempo 
desalcolizante – o xilol; 
- Impregnação pela Parafina: Feita com dois 
banhos de parafina líquida. A parafina vai penetrar 
no tecido para que o tecido faça parte do bloco de 
parafina – produto formado após essa etapa; 
OBS.: Os banhos feitos durante o processamento 
são de uma hora e meia cada 
→ Inclusão 
- Inclusão na Parafina; 
→ Corte 
- Micrótomo: Aparelho que faz o corte; 
- Cortes em fita; 
- Banho maria; 
- Pesca; 
- Fixação na estufa; 
→ Coloração 
- Desparafinar em xilol durante 9 min – xilol I, II e 
III; 
- Hidratar em álcool 9 min; 
- Imersão em álcool absoluto; 
- Imersão em álcool 95%; 
- Imersão em álcool 70% 
- Lavagem da lâmina com água durante 3 min, 
mais ou menos; 
- Corar pela hematoxilina – corante básico – 
durante 5 min; 
- Lavar a lâmina com água durante 5 min, mais ou 
menos; 
- Corar pela eosina – corante ácido – durante 2 
min; 
!!! Colorações Especiais 
- O termo “colorações especiais” é empregado 
para designar um grande número de técnicas 
alternativas de coloração que são usadas 
quando a H&E não fornece todas as 
informações que a patologia precisa; 
- Ácido Periódico-Schiff (PAS): Utilizado na 
identificação de glicogênio em tecidos, este, assim 
como a mucina, a membrana basal e os fungos, 
cora-se em púrpura-magenta, enquanto o núcleo 
cora-se em azul; 
 
- Vermelho Congo: Utilizado na identificação de 
amiloides – são fibrilas proteicas que podem 
depositar em vários tecidos prejudicando a função 
de vários órgãos – estes, assim como tecidos 
elásticos e grânulos eosinofílicos, cora-se em 
vermelha, já o núcleo cora-se em azul; 
 
- Tricômio de Masson: Utilizado na 
identificação de fibras colágenas, estas coram-se 
na cor azul, já o núcleo das células, o citoplasma, 
o epitélio e a queratina coram-se em vermelho, o 
núcleo apresenta-se bem escurecido; 
 
- Fontana-Masson: Utilizado na identificação de 
melanina, corando-a de preto; 
 
- Grocott: Utilizado na identificação de fungos, 
com visualização de esporos, hifas e micélios, 
corando-os em preto/marrom; 
 
- Imuno-histoquímica: As técnicas de imuno-
histoquímica detectam moléculas – antígenos – 
teciduais, sendo de grande valor nos diagnósticos 
anatomopatológicos e na investigação científica. 
O mecanismo básico é o reconhecimento do 
antígeno por um anticorpo específico para ele 
– anticorpo primário. Para observar se a reação foi 
positiva ou não é feita a marcação do anticorpo 
com uma substância química, um corante 
químico, que irá permitir a visualização. Para a 
patologia, essas técnicas são importantes na 
elucidação do tecido de origem de uma neoplasia 
indiferenciada – determinar o tipo de tecido – na 
determinação do órgão de origem de uma 
neoplasia indiferenciada, na subclassificação de 
linfomas, na pesquisa de fatores prognósticos, 
terapêuticos e índices proliferativos de algumas 
neoplasias, na identificação de estruturas, 
organismos e materiais secretados pelas células e 
na detecção de células neoplásicas metastáticas; 
 
OBS.: Há um marcador – anticorpos primários – 
para cada necessidade. Ex.: CK20 – usado para 
pesquisa de células epiteliais – CK7 – usado para 
pesquisa de células epiteliais – S100 – usado para 
pesquisa de células de tecido conjuntivo e nervoso 
– CD34 – usado para pesquisa de células 
edoteliais – KI-67 e AML. 
→ Montagem 
- Finalmente após a coloração, os cortes são 
protegidos por uma lamínula e podem ser 
analisados por microscopia.

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