Buscar

Biópsia e Exame Histopatológico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conceitualmente, biópsia é o procedimento cirúrgico a partir do qual se remove um fragmento do 
tecido de uma lesão para análise. Indica-se este procedimento em determinadas situações em que não 
foi possível a obtenção do diagnóstico apenas pela avaliação clínica, sendo a biópsia necessária para o 
diagnóstico definitivo e fundamental para o início do tratamento. 
A biópsia deve ser realizada após o minucioso exame clínico em casos onde: 
1. a avaliação clínica não dá apoio para diagnóstico definitivo; 
2. há suspeita de neoplasia maligna (câncer); 
3. o curso clínico1 é incoerente com diagnóstico inicial; 
4. lesões persistentes por mais de 2 semanas (lesões ulceradas), lesões inflamatórias que não regridam 
após 10-14 dias posteriores à remoção da causa; 
5. lesões que interfiram na função local; 
6. lesões ósseas ou intraósseas. 
i
1. Quando o diagnóstico definitivo pode ser obtido apenas com o exame clínico (ex: herpes, afta, 
candidíase). Na afta, em particular, o exame microscópico vai mostrar um processo inflamatório que em 
nada difere do que seria visto em um caso de úlcera traumática, sendo observado apenas um 
processo inflamatório crônico sem nenhuma característica que permita a distinção entre essas 
situações, ou seja, processo inflamatório inespecífico. 
2. Em pacientes sem oportunidade ou condições de se submeter a procedimentos cirúrgicos. 
 3. Lesões vasculares (hemangioma ). Frente a suspeita de lesão vascular deve ser avaliada a extensão 
da lesão e, caso seja realmente necessária a realização da biópsia, o profissional deve lembrar que 
esses casos requerem maior cuidado devido ao risco de sangramento descontrolado. 
4. Quando o diagnóstico definitivo depende de exames hematológicos. Um exemplo para esta situação 
é a sífilis, cujo diagnóstico é estabelecido a partir de exames de sangue como o VDRL e FTA-ABS 
Biópsia e exame histopatológico 
 
 
 
INCISIONAL/PARCIAL 
Caracteriza-se pela remoção de um fragmento da 
lesão, o qual será submetido ao exame histopatológico 
(avaliação microscópica). Indicada em lesões múltiplas, 
lesões extensas e lesões com suspeita de neoplasia 
maligna. Neste último exemplo, a opção por este tipo 
de procedimento se justifica pelo fato de o paciente 
precisar de um tratamento subsequente, que será 
realizado por algum profissional da área médica, sendo 
importante uma avaliação da lesão por esse profissional. 
Sugere-se que a área de eleição da região a ser 
biopsiada e a extensão (quantidade de tecido 
removido) envolvam tecido sadio da margem da lesão, 
permitindo a visualização da relação da lesão com os 
tecidos vizinhos e evitando áreas de necrose. Em casos 
de lesões friáveis (lesões em que o tecido se rompe com facilidade), deve-se tomar cuidado para não 
lesar o espécime e lança-se mão de sutura na borda de tecido normal, facilitando o controle de 
sangramento local e melhor fechamento 
Fragmento de tecido indesejável: incisão rasa, remoção muito superficial da lesão sem poder verificar 
a relação com tecido vizinho sadio (neoplasias malignas invadem tecido vizinho, neoplasias benignas não 
invadem). 
Fragmento de tecido desejável: incisão estreita e profunda, removendo uma margem de tecido sadio. 
BIÓPSIA EXCISIONAL 
Exame complementar com finalidade de obtenção do diagnóstico onde se retira toda a lesão para 
exame histopatológico. Cabe ressaltar que o objetivo é estabelecer o diagnóstico, mas acabase 
tratando a lesão concomitantemente, pois ela é removida. Indicada para lesões isoladas, pequenas, sem 
suspeita de malignidade (neoplasias benignas e lesões inflamatórias). Para lesões reacionais (causadas por 
agente irritativo3 como trauma) deve-se remover o agente causal evitando a recidiva da lesão. 
ORIENTAÇÕES GERAIS 
Biópsia indesejável: bordas laterais e/ou profundas comprometidas, deixando lesão residual. 
 
 
Biópsia desejável: remoção total da lesão, bordas laterais e profundidade adequadas. Incisões elípticas, 
profundidade suficiente removendo a lesão como um todo. 
Abaixo, listamos o material e o instrumental necessário a realização de uma biópsia simples de uma 
lesão de tecidos moles. Além destes itens, é interessante utilizarmos anestésico local, de preferência 
com vasoconstritor (cuidar contraindicação a vasoconstritores4 adrenérgicos – pacientes cardiopatas). 
• Odontoscópio 
• Pinça 
• Sonda exploradora 
• Seringa carpule 
• Descolador (sindesmótomo) - Pode ser espátula de cera nº7 
• Cabo de bisturi 
• Pinça hemostática (curva e reta) 
• Pinça Allis 
• Pinça de Adson (com dente e sem dente) mais delicada 
• Pinça Backhaus 
• Porta agulha delicado (com videia) 
• Tesoura Metzembaum (ponta romba) 
• Tesoura (ponta fina) 
• Cureta de Lucas 
• Cubeta metálica 
( ) 
A PAAF é também conhecida por biópsia aspirativa e representa a obtenção de material através de 
uma punção, com agulha e seringa, para aspirar o conteúdo. Método simples, rápido e seguro, que 
permite a retirada de células de nódulos ou lesões em diversos órgãos e tecidos superficiais ou 
profundos, através de uma agulha fina, não sendo necessária anestesia ou qualquer preparo prévio na 
maioria dos casos. Em Estomatologia, é mais indicada em lesões sólidas em glândulas salivares e em 
 
 
linfonodos aumentados com características neoplásicas. O material obtido pode ser líquido caso o 
nódulo tenha componente cístico, ou tecido proveniente da lesão, caso o nódulo seja totalmente sólido. 
A coleta do material se dá através da introdução de uma agulha fina diretamente no nódulo ou tumor 
a ser examinado. O desconforto gerado é semelhante ao da introdução de uma agulha anestésica. Nos 
casos de nódulos profundos, a ultrassonografia pode guiar a localização exata da lesão. 
Resultados: muitas vezes norteia a conduta clínica e as decisões terapêuticas, como descartar ou 
confirmar a presença de malignidade. 
Indicação: lesões submucosas, subcutâneas e profundas em que o procedimento de biópsia, muitas 
vezes, representa uma grande cirurgia sem diagnóstico definitivo e consequentemente sem subsídios, 
além das informações clínicas e dos exames de imagem. 
Embora não permita a avaliação morfológica dos tecidos, pode ser a responsável por definições e 
decisões terapêuticas decisivas no prognóstico dos pacientes. Não é muito utilizada na rotina de 
Estomatologia, tendo indicação bem específica. 
Respeitar os princípios de biossegurança é fundamental. O cirurgião deve fazer uso de todos os 
recursos e de todos os procedimentos que forem necessários à diminuição do risco de contaminação 
do campo e da ferida cirúrgica. Dentre eles destacamos: 
• utilizar Equipamento de proteção individual (EPI): gorro, máscara, luvas estéreis, avental, propés, 
óculos; 
• realizar antissepsia extrabucal com clorexidina 2% ou iodopovidona (PVPI), e intrabucal com 
clorexidina 0,12%; 
• utilizar campo cirúrgico estéril sobre a mesa operatória e sobre o paciente; 
• instrumentos utilizados devem estar estéreis. 
1. Anestesia: bloqueio da inervação regional. Infiltração terminal perilesional5 . Cuidar para não 
infiltrar anestésico no tecido avaliado, pois esse pode distender e modificar o tecido, 
prejudicando a avaliação histopatológica. 
2. . Estabilização dos tecidos: realizada pelo assistente com os dedos, ou através de suturas de 
tração com fio grosso ou clipes de toalha. Favorece exposição da lesão, facilitando o trabalho 
do cirurgião. 
 
 
3. Incisão: deve ser realizada com lâmina nova, com fio apropriado, através de duas incisões 
elípticas em V conectando as incisões na base da lesão. Deve ser realizada paralela às fibras 
musculares, minimizando lesões em nervos, artérias e veias. Secção na base da lesão com 
tesoura delicada de ponta fina, removendo a peça. 
4. Hemostasia: gazes estéreis e aspiradores de sucção. 
5. Manipulação do tecido: deve-se coletar quantidade significativa de tecido para análise posterior,cuidando para não danificar, romper ou dilacerar o tecido. Não usar pinças de apreensão, 
podendo criar artefatos de técnica 
6. Identificação das margens na peça removida: marcação das margens com fio de seda, utilizada 
em lesões tumorais, indicando ao patologista o limite de tecido saudável. 
7. Fechamento cirúrgico: divulsão dos tecidos da margem (insere-se a tesoura de ponta romba 
paralelamente à superfície da mucosa, abrindo-a quando estiver dentro da lesão. Após, traciona-
se para a retirada, soltando as bordas da ferida cirúrgica do plano muscular subjacente, 
permitindo uma sutura sem tensionamento e ação muscular). A coaptação (aproximação) dos 
bordos cirúrgicos possibilita o fechamento primário da ferida elíptica, sendo possível ou não 
dependendo da localização e do tamanho da ferida. Gengiva e palato duro são locais em que, 
normalmente, não se coapta os bordos cirúrgicos de maneira que se tenha uma cicatrização 
por segunda intenção. 
8. Sutura: pode ser feita com fio de seda ou nylon com pontos individualizados. 
9. Cuidados com o espécime: deve ser fixado em solução de formalina 10% tamponada. O volume 
de líquido deve ser 20 vezes o tamanho da peça, que deve ficar totalmente imersa. A boca do 
frasco deve ser duas vezes o maior diâmetro da peça, pois após contato com formol a peça 
se torna borrachóide, tornando difícil a retirada em um frasco de boca estreita. Frasco deve ser 
identificado para ser enviado ao laboratório juntamente com a ficha de solicitação de exame 
anatomopatológico. 
Cuidado com o manuseio da peça. Pinçamento excessivo pode causar modificações morfológicas na 
peça e dificultar o exame histopatológico. 
Cuidado: o formol é tóxico, inflamável e nocivo. Extremamente volátil provocando irritação dos olhos e 
vias respiratórias. Manipule sempre com luvas e máscara (EPI). 
- 
Dependem da extensão e local da ferida. Fazer bolsa de gelo externamente, para controlar dor e 
edema, evitar manipulação da área são recomendações úteis. Analgésicos geralmente são prescritos 
pro 2 dias e antibióticos, em casos específicos. A alimentação deve ser fria, pastosa e líquida. O 
paciente deve ser orientado a evitar esforço físico e exposição solar, pois estas atividades podem 
favorecer hemorragias. 
 
 
Após 7 a 14 dias da realização do procedimento de biópsia, devemos proceder a remoção de suturas, 
sendo esperada a observação de sinais de reparação tecidual. Além disso, devemos providenciar a 
entrega do laudo histopatológico (diagnóstico final), o qual deve ser explicado para o paciente, além de 
orientá-lo com relação aos passos subsequentes. Dentre os tópicos abordados, sugerimos: 
• Qual é o resultado do exame e o seu significado? 
• Trata-se de um problema grave? 
• Será necessário algum procedimento ou tratamento adicional? 
• O paciente deverá retornar para consultas de revisão/acompanhamento? 
• É fundamental que o profissional se mantenha calmo, não demonstrando espanto ou desalento, 
independentemente do resultado observado no exame histopatológico. 
1. Escolha um frasco com gargalo (“boca”) largo. Lembre-se que após ser fixado o material fica mais 
rígido, e se o frasco tiver o gargalo pequeno será difícil de removê-lo, podendo deformar a peça. O 
frasco deve conter líquido fixador e ter uma etiqueta de identificação. Providencie todo esse material 
antes de iniciar a biópsia. O ideal é que o material seja colocado no frasco com fixador logo após a sua 
retirada. 
2. O fixador universal é o formol (solução de formalina tamponada 10%). O ideal é que o volume do 
fixador no interior do frasco represente pelo menos 20 vezes o volume do material. Não deve ser 
utilizado álcool, água, gasolina ou outro tipo de líquido. Os profissionais podem solicitar aos laboratórios 
de anatomia patológica a solução de formol. 
3. É de extrema importância a identificação do material imediatamente após a sua retirada, ainda no 
centro cirúrgico ou no ambulatório. A etiqueta em torno do frasco deve conter o nome do paciente, 
nome do profissional e a data do procedimento. 
4. O profissional deve preencher a ficha de solicitação do exame histopatológico ou anatomopatológico, 
a qual será detalhada em seguida. 
5. Enviar o material devidamente preenchido e assinado para o laboratório de Anatomia 
patológica/Patologia. 
O exame histopatológico consiste em se examinar macroscopicamente e ao microscópio um 
fragmento de tecido, de um órgão qualquer do paciente, removido cirurgicamente, com a finalidade de 
 
 
se firmar, confirmar ou afastar uma ou mais hipóteses diagnósticas. Neste material, os termos “exame 
histopatológico”, “exame anatomopatológico” e “exame microscópico” serão considerados como 
sinônimos. Vale ressaltar que o exame histopatológico de tecidos removidos cirurgicamente dos 
pacientes não é a única fonte de informação para se chegar ao diagnóstico, deve-se fazer a biópsia 
apenas em casos indicados, não recorrendo a ela pelo simples fato de não saber o que lhe é 
apresentado clinicamente. 
Após o procedimento, o profissional responsável pela realização da biópsia deve preencher a ficha de 
solicitação do exame histopatológico (chamada de ficha de biópsia na rotina diária), disparando o 
processo para o exame histopatológico. Então, o material é encaminhado ao Laboratório de Anatomia 
patológica/Patologia, onde o patologista responsável realizará a análise e elaboração do laudo, que 
posteriormente é enviado ao profissional solicitante. Após recebimento do laudo, é importante 
correlacionar a informação presente nele com o aspecto clínico que fora observado, para que se 
possa realizar o diagnóstico definitivo, tomando posteriormente as devidas atitudes quanto ao 
tratamento. 
Equivale dizer que, na maioria dos casos, a informação do exame histopatológico isoladamente não diz 
muita coisa, sendo fundamental a comunicação eficiente entre o clínico, que realizou o procedimento 
de biópsia, e o patologista, que vai analisar o material. Como essa comunicação ocorre, em geral, de 
forma escrita (ficha de solicitação do exame histopatológico e laudo do exame histopatológico), os 
profissionais envolvidos devem se dedicar ao preenchimento completo destes documentos. 
Seu preenchimento é um passo fundamental. Este procedimento requer calma e cuidado e deve 
incluir a maior quantidade de dados possíveis. Ao contrário do que pode parecer, não é uma etapa 
“menos importante” e que pode ser deixada sob responsabilidade do pessoal auxiliar ou de pessoas 
que não tenham participado da biópsia. A produção de uma ficha bem preenchida dará ao patologista 
uma descrição rica do caso e as informações oferecidas permitirão que este profissional faça a 
correlação clínico/patológica, que é essencial para a definição do diagnóstico histopatológico. 
Identificação, nome do profissional, história médica atual e pregressa, histórico familiar, hábitos, utilização 
de próteses e suas condições e a descrição do aspecto clínico da lesão são aspectos que devem ser 
valorizados neste momento. 
MOTIVOS DE AMOSTRAS OU ENCAMINHAMENTO INADEQUADOS 
• Fixação inadequada: (a) quantidade insuficiente de formol em relação ao volume da amostra, ou (b) 
utilização de fixador inadequado. 
• Falta de identificação do profissional. 
• Fichas com dados clínicos faltantes ou incompletos: neste caso, o laboratório não deve aceitar o 
material, pois pode haver comprometimento da capacidade de estabelecer o diagnóstico 
histopatológico. 
 
 
PREPARO DA LÂMINCA HISTOLÓGICA 
Embora o dentista não se envolva com essa etapa, é conveniente que ele conheça os passos: 
1. macroscopia: momento em que há descrição do aspecto macroscópico do material recebido, 
relatando sobre tamanho da lesão, superfície, consistência e cor tecidual, auxiliando no estabelecimento 
do diagnóstico definitivo. 
2. inclusão em parafina: blocos de parafina. 
3. cortes histológicos: cortes finos. 
4. coloração e montagem daslâminas.

Continue navegando