Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Biópsia 1.1 CONCEITO DE BIÓPSIA É um exame complementar que consiste em uma manobra cirúrgica simples na qual uma parte ou toda a lesão existente no tecido vivo é removida para estudo de suas características microscópicas. Se remover toda a lesão, a biópsia atuará como um método terapêutico também. Diferença entre biópsia e análise histopatológica/anato patológico: este é o ato de analisar o tecido já na lâmina microscópica, quem faz é o patologista, diferentemente da biópsia que quem faz é o cirurgião e é somente a retirada da peça. 1.2. INDICAÇÕES ● Toda lesão que ante a sua história e aspectos clínicos não permite a realização do diagnóstico. ● Toda lesão que no período de quinze dias se apresenta resistente às medidas terapêuticas previstas para o caso. ● Nas lesões cancerizáveis (se a lesão apresenta desordens potencialmente malignas, tipo displasia) ou supostamente malignas (com bordas mais duras, por exemplo). ● Como técnica exploratória tendo em vista a confirmação diagnóstica. ● Nas lesões com resultado citológico classe III, IV ou V de Papanicolau para confirmar a existência de lesão maligna, já que a citologia não é tão confiável como a biópsia. 1.3. APLICAÇÕES DAS BIÓPSIAS ● Diagnosticar entidades patológicas. ● Avaliar a malignidade dos tumores com vistas ao prognóstico e ao tratamento. ● Identificar se a exérese da lesão foi eficiente. ● Reconhecer metástases tumorais. ● Avaliar a eficiência de certas medidas terapêuticas. 1.4. CONTRA-INDICAÇÕES DAS BIÓPSIAS: avaliação na anamnese ● Doenças que podem ter seu prognóstico comprometido, colocando em risco a vida do paciente. Risco de não conseguir conter o sangramento. - Lesões Vasculares (ex. hemangioma, que é o acúmulo anormal de vasos sanguíneos na pele ou nos órgãos internos); - Doenças hematológicas (ex. hemofilia: distúrbio do sangue associado à deficiência genética em qualquer um dos fatores coaguladores do sangue, principalmente nos fatores VIII e IX); - Doenças sistêmicas (ex. diabetes descompensada, hipertensão arterial severa, paciente cardiopata que faz uso de derivados cumarínicos ou ácido acetilsalicílico); 1.5. TIPOS DE BIÓPSIAS ● Cirúrgica (bisturi): - Excisional: faz em lesões menores; - Incisional: remove o fragmento da periferia para poder comparar com o tecido saudável adjacente. Se tem aspecto de malignidade, sempre faz logo a biópsia incisional. Se é benigno, mas é maior que 2 cm, também deve fazer a incisional. Usada para lesões grandes, ou também se a lesão tá em zona perigosa; 2 ● Punção aspirativa (agulha fina): uso de seringa ou agulha fina, faz a punção e vê se tinha líquido na lesão, seria então cística, se não tiver líquido, é mais sugestiva para ser um tumor. Esse conteúdo não vai para laboratório, então você tem que analisar pela cor do conteúdo. Esse tipo de biópsia é feita para explorar se a lesão contém fluido e para aspirar células visando ao diagnóstico patológico (AAF). ● Por congelação (CO2): feita em ambiente hospitalar, geralmente nas ressecções cirúrgicas. O cirurgião remove a peça e faz o congelamento. 1.6. COMPLICAÇÕES DAS BIÓPSIAS CIRÚRGICAS ● Hemorragias ● Infecções ● Má cicatrização da área biopsiada: - Isquemia pela pressão do tumor - Infiltração de células tumorais - Radioterapia prévia: se o paciente tiver passado por isso, pode ser difícil a cicatrização, porque afeta outros tecidos normais também, diminuído a vascularização, a secreção das glândulas salivares, por exemplo; - Agravamento da neoplasia maligna pela manipulação 1.7. PROCEDIMENTOS COM A PEÇA CIRÚRGICA BIOPSIADA ● A peça cirúrgica, após sua obtenção, deve ser colocada em solução fixadora e encaminhada ao laboratório de anatomia patológica acompanhada da ficha de biópsia, contendo as seguintes informações: - Data da biópsia (tem que saber o tempo que a peça está fixada), nome do cirurgião e clínica onde foi realizada a obtenção do espécime cirúrgico. - Número de registro do serviço que fez a biópsia, nome, idade e sexo do paciente, aspectos clínicos da lesão, hipóteses diagnósticas ou diagnóstico clínico. - Em caso de biópsia óssea, deve ser também, encaminhada a radiografia. 1.8. ENCAMINHAMENTO DO MATERIAL AO LABORATÓRIO ● Ficha de biópsia devidamente preenchida. ● Recipiente com solução fixadora com rótulo contendo nome do paciente e número de registro do serviço que realizou a biópsia. ● Solução fixadora utilizada (Formol a 10%, Gluteradeíldo a 3%, Álcool etílico a 95%). Lembrando que o volume de fixador deve ser 10x maior que o volume da peça. 1.9. QUALIDADES DE UM BOM FIXADOR ● Matar rapidamente as células ● Conservar os detalhes estruturais do tecido ● Favorecer a conservação das estruturas do tecido ● Impedir a formação de estruturas artificiais ● Contribuir para a coloração tecidual ● Possuir alto poder de penetração ● Preservar os elementos solúveis dos tecidos após a fixação. Os tecidos são hidratados, então não pode usar um fixador que os desidrate muito. 1.10. CUIDADOS A SEREM ADOTADOS NO PROCESSO DE FIXAÇÃO ● Tipo de fixador quanto à quantidade, à qualidade e ao recipiente; ● Tempo de fixação: o indicado é no máximo até 48 horas, em alguns casos com o formol, por exemplo, pode demorar até uma semana. 1.11. PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO ● Fixação -> exame macroscópico -> desidratação (geralmente, com o álcool) -> impregnação pela parafina -> emblocamento (inclusão do espécime na parafina) ● Microtomia do bloco (corte com cerca de 5 micrômetros) -> montagem do corte sobre a lâmina histológica 3 ● Colocação do espécime -> montagem da lamínula sobre a lâmina 1.12. PROCEDIMENTOS QUE PREJUDICAM A AVALIAÇÃO FINAL (DIAGNÓSTICO) ● Material não representativo para a finalidade diagnóstica: as vezes o que fica para ser examinado é muito pouco, então não tem como dar o resultado; ● Fixação inadequada do material biopsiado; ● Manipulação laboratorial inadequada da peça biopsiada; ● Introdução de anestésico na lesão: ele pode causar um edema na peça, prejudicando a sua estrutura; ● Uso de substâncias antissépticas corantes: podem tingir permanentemente certas células; ● Informações inconsistentes 1.13. RELATÓRIO CONCLUSIVO (Diagnóstico Histopatológico)
Compartilhar