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Sistema Nervoso Central O sistema nervoso é fundamental para a percepção do mundo que nos cerca e também para o funcionamento do corpo e a realização de atividades, como locomoção, raciocínio e memória. Ele é constituído por neurônios e pelas células da glia, que garantem, entre outras funções, um microambiente adequado para os neurônios. O sistema nervoso pode ser classificado em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). A seguir explicaremos o funcionamento e a estrutura do SNC. → Funções do Sistema Nervoso Central O sistema nervoso central atua como um centro integrador, processando todas as informações dos impulsos recebidos. É nessa região, portanto, que as decisões são tomadas e ordens são geradas e enviadas para o órgão efetor. → Componentes do Sistema Nervoso Central O sistema nervoso central é formado por duas partes básicas: o encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo está contido no interior da caixa craniana, e a medula espinhal está contida no interior da coluna vertebral, no canal vertebral. O encéfalo, apesar do que muitos pensam, não é composto apenas pelo cérebro, sendo este apenas uma porção dessa importante parte do SNC. O encéfalo é constituído basicamente pelo telencéfalo, formado por dois hemisférios cerebrais, o diencéfalo, que se divide em epitálamo, tálamo e hipotálamo, o cerebelo e o tronco encefálico, formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. A medula espinhal, como dito, está situada no interior do canal vertebral, entretanto, não o ocupa totalmente. Essa massa possui forma cilíndrica e apresenta cerca de 45 centímetros em um homem adulto. A medula inicia-se na altura do forame magno do crânio e estende-se até a altura da 1ª ou 2ª vértebra lombar. Em corte transversal, é possível verificar a presença de dois tipos de substâncias no SNC: a branca e a cinzenta. A substância branca recebe essa denominação por causa da presença de mielina nos axônios. Essa substância não apresenta corpos celulares, que estão presentes apenas na substância cinzenta. No encéfalo, observa-se a substância cinzenta mais externamente, e a branca está mais internamente. Já na medula espinhal, a substância cinzenta localiza-se mais internamente em relação à branca. O desenho formado pela substância cinzenta lembra uma borboleta ou um H na medula espinhal. → Meninges Todo o SNC é envolvido por três membranas fibrosas que recebem o nome de meninges. Essas três meninges são chamadas de dura-máter, pia-máter e aracnoide. A dura- máter é a meninge mais externa e é formada por tecido conjuntivo denso, sendo muito espessa e resistente. A aracnoide é a meninge intermediária, localizada entre a dura-máter e a pia-máter. Já a pia-máter é a mais interna e delicada das meninges, destacando-se por ser muito vascularizada. Entre as meninges aracnoides e pia-máter, existe um espaço preenchido pelo líquido cefalorraquidiano, também chamado de líquor. Uma das principais funções desse líquido é garantir a proteção mecânica das células do SNC. Tecido Nervoso O tecido nervoso é formado por até um trilhão de neurônios e um grupo de células especializadas chamadas de neuroglia (célula de glia), tanto os neurônios quanto a neuroglia possuem origem embrionária a partir do ectoderma. Neurônios Os neurônios são as unidades básicas do processamento das informações, sendo responsáveis pela condução do estimulo nervoso. Estão constituídos na maioria das vezes, de um corpo celular (pericário), dendritos e um axônio. O corpo celular é a região que contem grande parte das organelas celulares. Ainda encontramos o núcleo celular que se apresenta grande e pouco corado. Uma característica do corpo celular é a presença de granulações basófilas, chamadas de corpos de Nissil. Essas estruturas são porções do reticulo endoplasmático rugoso associado a polirribossomos, importante local de síntese de proteínas. Do corpo celular parte um único e longo prolongamento o axônio, estrutura especializada na transmissão dos estímulos nervosos para outro neurônio celular muscular ou glândula. O axônio se une ao corpo celular em uma região que tem a forma de um cone e é chamado cone de implantação. A terminação axonal (telodendro) é porção terminal de um axônio e pode apresentar ramificações. Vários prolongamentos menores e ramificados se originam do corpo celular, os dendritos responsáveis por receber os estímulos. Os neurônios podem ser classificados de acordo com suas funções na condução dos impulsos e de acordo com a sua morfologia. Os neurônios podem ser: 1. Neurônios sensitivos (aferentes): recebem estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central. 2. Neurônios motores (eferentes): transmitem os impulsos ao órgão efetuador-musculo ou glândula (resposta ao estimulo). 3. Neurônios de associação ou interneuronios: estabelecem conexões entre os neurônios sensitivos e os neurônios motores. Os neurônios são classificados em: 1. Neurônios multipolares: são formados por um corpo celular, um axônio e vários dendritos. São encontrados na medula espinal e no encéfalo. 2. Neurônios bipolares: possuem apenas dois prolongamentos, partindo do corpo celular, um axônio e um dendrito. Estão presentes na retina, na orelha e na área olfatória. 3. Neurônios pseudounipolares: apresentam um corpo celular do qual parte um único prolongamento que se ramifica em dois, sendo um axônio e um dendrito, seu dendrito funciona como um receptor sensorial recebendo estímulos como tato, dor, pressão e temperatura. Neuroglia As células da glia são vários tipos celulares presentes no sistema nervoso central que, dentre as diversas funções exercidas, ajudam a isolar, apoiar e nutrir os neurônios. As células da glia, células gliais ou neuroglia são diversos tipos celulares presentes no sistema nervoso central. Elas não geram impulsos nervosos, não formam sinapses e, ao contrário dos neurônios, são capazes de se multiplicar através do processo de mitose, mesmo em indivíduos adultos. Assim, as células da glia atuam como células de suporte aos neurônios. Dentre as diversas funções exercidas por essas células, podemos destacar: Sustentação e isolamento dos neurônios; Transporte de substâncias nutritivas aos neurônios; Participação no equilíbrio iônico do fluido extracelular; Remoção de excretas e fagocitose de restos celulares. As células da glia são mais numerosas que os neurônios, existem cerca de 10 células da glia para cada neurônio no sistema nervoso central. No entanto, por ter um tamanho reduzido, ocupam aproximadamente a metade do volume do tecido nervoso. Podemos encontrar nas células da glia os seguintes tipos celulares: Astrócitos: são as maiores células, possuem núcleo central e esférico. Têm como função a sustentação e a nutrição, pois suas ramificações se ligam a capilares sanguíneos fazendo o transporte de nutrientes; Micróglia: apresentam o corpo alongado e pequeno, com um núcleo também alongado e denso. São células macrofágicas, responsáveis pela fagocitose de corpos estranhos e restos celulares; Oligodendrócitos: são caracterizadas por apresentarem poucos e curtos prolongamentos celulares. Produzem a mielina do sistema nervosos central. No sistema nervoso periférico, essa função é exercida pelas células de Schwann; Ependimárias: são cilíndricas, com núcleos alongados, apresentando arranjo epitelial. Sua função é o revestimento das cavidades do sistema nervoso central. O potencial de ação consiste na inversão da tensão elétrica (potencial de repouso da membrana) entre o interior e o exterior do nervo, provocada por um estímulo. Nos animais superiores, o potencial de ação é originado nos nódulos da Ranvier, zonas em que as células de Schwann (isolante) deixam espaço livre. Se ao ser estimulada uma célula sensorialpróxima de um determinado nódulo de Ranvier, produz-se a inversão do potencial de repouso em potencial de ação; este ao variar, produz por sua vez a despolarização do nódulo de Ranvier contíguo. Deste modo, o potencial de ação vai "saltando" de nódulo em nódulo, produzindo-se a transmissão do estímulo ao longo da fibra nervosa. O potencial de ação é gerado pela alteração do potencial de repouso, quando um estimulo tem força suficiente para despolarizar a membrana ate -55 mv ocorrera o potencial de ação, Quando o limiar é atingido ou ultrapassa -55 de grande quantidade de íons sódio, caracterizando a fase de despolarização do potencial de ação. Esse influxo de sódio leva o potencial de membrana para +30 mv,os canais de potássio dependentes de voltagem se abrem e o potássio flui para o meio extracelular e ocorre o fechamento dos canais de sódio, levando a fase de repolarização do potencial de ação. O efluxo de potássio causa uma diminuição do potencial de membrana, causando uma hiperpolarização ,ou seja se torna mais negativo do que o potencial de membrana de repouso. O valor de -70 mv do potencial de repouso é restabelecido quando ocorre o fechamento dos canais de potássio. A geração dos potenciais de ação obedece ao principio do tudo ou nada, se um estímulo tiver força suficiente para gerar um potencial de ação, ele ocorrera devido á abertura dos canais de sódio e potássio controlados por voltagem, se o estimulo for mais forte o potencial de ação gerado será o mesmo pois não existe potencial mais ou menos forte. Quando um estímulo não tiver força suficiente para despolarizar a membrana a ponto de abrir os canais de sódio e potássio, o potencial de ação não ocorrera. Os neurônios se comunicam com outras células através dos impulsos nervosos, gerados nos neurônios e trafegam através do axônio ate o terminal axonal, são enviados para outro neurônio, uma célula muscular ou uma célula glandular e dessa forma a informação é propagada. A despolarização de uma região do neurônio faz com que ocorra a abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem na região em que a membrana foi despolarizada e então o sódio entra na célula neste local especifico. Anestésicos locais são fármacos que bloqueiam a dor ,como procaína(novocaína) e a lidocaína que podem ser usadas para produzir anestesia na pele, durante uma sutura de um corte na boca por exemplo, durante um procedimento dentário ou na parte inferior do corpo durante o parto dentre outros locais. Esses fármacos agem bloqueando a abertura dos canais de Na+ controlados por voltagem. Impulsos nervosos não atravessam a região bloqueada, portanto sinais de dor não chegam até o SNC. Sinapse A sinapse é uma região de proximidade entre um neurônio e outra célula por onde é transmitido o impulso nervoso. Sabemos que os impulsos nervosos devem passar de uma célula à outra para que ocorra uma resposta a um determinado sinal. Para que isso ocorra, é necessária a presença de uma região especializada, que recebe o nome de sinapse. Ela pode ser definida como a região de proximidade entre a extremidade de um neurônio e uma célula vizinha, onde os impulsos nervosos são transformados em impulsos químicos em decorrência da presença de mediadores químicos. Um neurônio faz sinapses com diversos outros neurônios. Estima-se que uma única célula nervosa possa fazer mais de mil sinapses. Geralmente elas ocorrem entre o axônio de um neurônio e o dendrito de outro. Entretanto, podem ocorrer algumas sinapses menos comuns, tais como axônio com axônio, dendrito com dendrito e dendrito com corpo celular. Os axônios apresentam diversas ramificações e, no final delas, são encontradas expansões chamadas de botões pré-sinápticos. Esse botão está separado da membrana do outro neurônio ou célula muscular através de um espaço que recebe o nome de fenda sináptica. No botão pré-sináptico existem diversas mitocôndrias, além de vesículas que são repletas de uma substância química que recebe o nome de neurotransmissores, que são capazes de alterar a permeabilidade da membrana do neurônio pós-sináptico. Como exemplos de neurotransmissores, podemos citar a acetilcolina e a noradrenalina. Quando um impulso nervoso chega ao botão pré-sináptico, os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica. Eles passam por difusão através da sinapse e atingem o neurônio pós-sináptico, ligando-se os receptores de membrana. Alguns neurotransmissores exercem a função excitatória em uma sinapse, enquanto outros podem ter a função de inibir o impulso. A inibição sináptica também pode ocorrer pela diminuição da liberação de neurotransmissores excitatórios. Os neurotransmissores são produzidos continuamente pelos botões sinápticos ou, ainda, pelo corpo celular. Entretanto, uma estimulação frequente e excessiva pode ocasionar o esgotamento dessa substância e, consequentemente, parar o impulso, funcionando, assim, como um meio de proteção. Neurotransmissores Um neurotransmissor pode ser definido como um mensageiro químico que é liberado pelos neurônios. Essa molécula garante que a informação seja levada a uma célula receptora. Os neurotransmissores são importantes moléculas produzidas e liberadas por neurônios, encontradas geralmente em vesículas pré-sinápticas neuronais. Essas substâncias químicas apresentam papel fundamental no funcionamento do sistema nervoso. → Mecanismo de ação dos neurotransmissores Os neurotransmissores são sintetizados nos neurônios e armazenados em vesículas neuronais. Quando o impulso nervoso chega até os locais onde estão os neurotransmissores, essas moléculas são liberadas por exocitose e caem na fenda sináptica. Essa fenda é um espaço situado entre a membrana pré-sináptica (membrana que libera os neurotransmissores) e a membrana pós-sináptica (membrana da célula vizinha). Os neurotransmissores interagem, então, com as membranas pós-sinápticas e são reconhecidos por receptores altamente específicos. Uma porção dos neurotransmissores pode ser reaproveitada pelo neurônio responsável pela sua síntese ou ser armazenada nesse mesmo neurônio. A liberação dos neurotransmissores, bem como sua captura por outras células, garante a transmissão do impulso nervoso. Podemos classificar os neurotransmissores em dois tipos: aqueles que promovem respostas excitatórias e aqueles que produzem respostas inibitórias. Excitatórios: esses neurônios provocam a despolarização da membrana pós-sináptica. Inibitórios: esses neurônios promovem a hiperpolarização da membrana pós-sinápticas. → Alguns exemplos de neurotransmissores: Acetilcolina: A função desse neurotransmissor é estimular a propagação dos impulsos nervosos das células nervosas para células motoras e músculos esqueléticos. Essa molécula está relacionada com o controle do tônus muscular, aprendizado e desempenho sexual. Esse neurotransmissor destaca-se ainda por ser encontrado em grande quantidade no organismo e ter sido o primeiro a ser descoberto. Endorfina: Esse neurotransmissor relaciona- se com sentimentos como euforia e êxtase. Esse neurotransmissor atua também aliviando a sensação de dor e reduzindo o estresse. Dopamina: A função da dopamina está relacionada com o local onde ela atua. Assim como a endorfina, essa molécula também está relacionada com a euforia e, além disso, apresenta relação com a execução de movimentos suaves e regulação das informações advindas das diferentes partes do cérebro. Serotonina: Esse neurotransmissor relaciona- se, por exemplo, com estímulos dos batimentos cardíacos, regulação dos níveis de humor e início do sono. Os medicamentos que tratam depressão buscam aumentar os níveis de serotonina, portanto, podemos dizer que esse neurotransmissor é importante na luta contra esse distúrbio mental. Antidepressivos São medicamentos cuja ação decorre no Sistema Nervoso Central,normalizando o estado do humor, quando se encontra deprimido (o que equivale para o doente a tristeza, angústia, desinteresse, desmotivação, falta de energia, alterações do sono e do apetite e muitos outros sintomas). Os medicamentos antidepressivos não atuam quando o estado do humor é normal, distinguindo-se dos psico-estimulantes. . O primeiro medicamento antidepressivo foi descoberto na década 1950/60. Desde então surgiram muitos medicamentos com ação antidepressiva e outros continuam em investigação. As diferenças entre os antidepressivos incidem nos seguintes aspectos: Os antidepressivos pertencem a grupos farmacológicos diferentes, com diferentes mecanismos de atuação no cérebro; Perfil de ação terapêutica diferente, sendo uns mais ativadores (melhorando a inação, a falta de energia), outros melhores para a angústia e a agitação, etc.. Há que ter em conta a resposta diversa de cada pessoa aos diversos antidepressivos; Importantes diferenças nos efeitos secundários (indesejáveis), os quais podem contraindicar alguns dos antidepressivos, em função desses efeitos adversos, tendo em conta a idade, a tolerância, outras doenças que possam coexistir com a depressão, contraindicações formais, etc.. É importante que o médico saiba de outras doenças, como, por exemplo, as cardíacas, as dos olhos, da próstata, etc.. É importante dar a conhecer medicamentos que se tomem regularmente e antidepressivos que já tenham sido prescritos, e sua respectiva eficácia e tolerância; A diversidade das depressões, cujas causas e mecanismos são diferentes, justifica a necessidade de diferentes grupos de antidepressivos, com diversos mecanismos de ação, pois um doente pode não melhorar com um (ou alguns) antidepressivo(s) e melhorar com outro(s). Por vezes é necessária a combinação de dois antidepressivos com diferentes mecanismos de ação; Os antidepressivos investigados mais recentemente caracterizam-se por terem menos efeitos secundários no organismo e por serem mais seletivos, mas não são mais potentes que os primeiros, que continuam a ser muito úteis. A toxicidade para doses excessivas é significativamente mais baixa nos antidepressivos mais recentes; Alguns antidepressivos são eficazes sobre as crises de pânico e as obsessões, que podem coexistir com a depressão, mas também podem aparecer em perturbações diferentes da depressão. Meninges As meninges são três membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal, protegendo-os. O sistema nervoso central é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal. Todas essas estruturas estão envoltas por três membranas, que são conhecidas como meninges (dura- máter, aracnoide e pia-máter). Elas possuem a função de proteger esse sistema tão importante. A dura-máter, meninge mais externa, é formada de tecido conjuntivo denso. Ela é constituída por duas porções, uma mais externa que está em contato com os ossos e uma mais interna. A aracnoide é uma membrana serosa e está em posição mediana, entre a dura-máter e a pia- máter. Ela recebe esse nome em razão de sua estrutura assemelhar-se a uma teia de aranha. Entre a aracnoide e a pia-máter existe um líquido, conhecido como cefalorraquidiano ou cerebrospinal. A pia-máter é uma membrana vascularizada localizada mais internamente. Ela está em contato direto com o sistema nervoso central, sendo que a porção da medula é mais espessa e menos vascularizada quando comparada com a que reveste a região do cérebro. Vale destacar que essa membrana acompanha as ondulações do cérebro, aprofundando-se nessas regiões. A meningite é uma infecção que acomete as meninges. Ela pode ser causada por agentes patogênicos, como bactérias e vírus, e também por causa de lesões, como traumatismos. Essa doença apresenta um sintoma muito característico que é a dificuldade de encostar o queixo no peito, em virtude da rigidez na nuca. Outros sintomas dessa patologia são dor de cabeça intensa, febres, vômitos, náusea e confusão mental. O líquido cerebrospinal é formado principalmente por água, proteínas, glicose, glóbulos brancos e alguns hormônios. A função desse fluido é suavizar os possíveis impactos do sistema nervoso central com os ossos. A produção e a circulação desse líquido são contínuas, sendo que em algumas vezes pode ocorrer a obstrução desse fluxo e, consequentemente, seu acúmulo, causando a chamada hidrocefalia. Medula Espinal Localizada no interior do canal vertebral, a medula espinal é responsável por receber os estímulos da periferia do corpo e encaminhar as regiões superiores (encéfalo),da mesma forma a medula espinal envia as respostas elaboradas no encéfalo para as regiões periféricas do corpo. Medindo cerca de 45 cm nos adultos, a medula espinal vai do forame magno do osso occipital ate o espaço entre a primeira e a segunda vertebra lombar, no qual termina em uma região cuneiforme chamada cone medular. A medula espinal tem um formato cilíndrico, levemente achatado na região anteroposterior. Apresenta duas saliências chamadas intumescência cervical e intumescência lombossacral. A formação dessas intumescência se deve a maior quantidade de axônios que entram e dessas áreas e são necessárias para a inervação dos membros superiores e inferiores, a intumescência cervical se localiza da quarta vértebra cervical até a primeira vértebra torácica inferior, seguindo da nona até a decima segunda vertebras torácicas. O cone medular esta localizado logo abaixo da intumescência lombossacral e a partir dele forma se um alongamento da pia-máter,o filamento terminal que fixa a medula espinal ao osso cóccix. Obs: a medula espinal continua a se alargar e se alongar até que o individuo atinja até os 4 anos de idade, essa idade o alongamento da medula espinal acompanha o ritmo de crescimento da coluna vertebral e os segmentos da medula espinal estão alinhados com as vertebras correspondentes. As raízes anteriores e posteriores são curtas e deixam o canal vertebral através dos forames intervertebrais adjacentes. Após 4 anos de idade a coluna vertebral continua a crescer mas a medula espinal não, este crescimento da coluna vertebral desloca os gânglios sensitivos de nervos espinais e os nervos espinais afastando os cada vez mais de sua localização original em relação a medula espinal, como resultado as raízes posteriores e anteriores gradualmente se alongam a medula espinal de um individuo adulto se estende somente ate o nível da primeira ou segunda vertebra lombar, dessa maneira o segmento S2 da medula espinal localiza se no nível da vertebra LI. Como a medula espinal é menor do que a coluna vertebral as raízes nervosas (estruturas que irão originar os nervos espinais) não saem no mesmo nível da coluna vertebral geralmente saem inferiormente ao segmento da medula espinal da qual tem origem. Por isso ao cone medular encontramos um conjunto de raízes nervosas dos segmentos inferiores da medula espinal que formam uma estrutura semelhante a cauda de um cavalo chamadas de cauda equina. Você sabia? A coleta de liquido cerebrospinal é feita na coluna vertebral? A técnica é chamada de punção lombar e consiste na introdução de uma agulha fina na região entre a segunda e terceira vertebra lombar, isso porque a medula espinal é na região inferior da primeira vertebra lombar, portanto o risco de lesionar a medula espinal é mínimo. O objetivo da unção lombar é realizar a coleta de líquido cerebrospinal para análise e diagnóstico de doenças como meningites por exemplo. A região anterior da medula espinal é facilmente reconhecível devido a presença de um sulco profundo localizado centralmente: a fissura mediana anterior. A fissura mediana anterior encontramos o sulco mediano posterior, juntos a fissura mediana anterior e o sulco mediano posterior dividem a medulaespinal em duas metades, direita e esquerda. De cada lado da fissura anterior aparece o sulco lateral anterior que é o local da saída das fibras motoras que originam as raízes ventrais e lateralmente ao sulco mediano posterior encontramos o sulco lateral posterior que o local de entrada das fibras sensitivas originando as raízes dorsais. Regiões Internas da Medula Espinal A região interna da medula, em forma de “H”, é chamada de substância cinzenta devido à grande concentração de corpos celulares dos neurônios que lhe dão essa coloração. Enquanto a parte mais externa contêm mais dendritos e axônios e fica mais esbranquiçada, sendo denominada substância branca. Essa disposição das substâncias é contrária à encontrada no cérebro. Externamente, a medula é envolvida por 3 membranas ricas em fibras colágenas, as meninges. Nervos Raquidianos Os nervos e gânglios nervosos constituem o sistema nervoso periférico. Nervos são formados por fibras nervosas ramificadas que se distribuem por todo o corpo e gânglios são dilatações de alguns nervos onde há concentração de corpos celulares dos neurônios. Os nervos raquidianos ou espinhais são nervos mistos pois contêm fibras nervosas motoras e sensitivas. Eles se ligam à medula espinhal aos pares, um de cada lado da coluna, através dos espaços entre as vértebras. Cada nervo é composto de dois conjuntos de fibras nervosas, chamadas raízes dos nervos, as quais se ligam à parte dorsal (raiz dorsal) e à parte ventral (raiz ventral) da medula. A raiz dorsal contem somente fibras nervosas sensitivas, enquanto que a raiz ventral contem somente fibras nervosas motoras. Na raiz dorsal de cada nervo existe um gânglio constituído de muitos corpos celulares dos neurônios sensitivos. Reflexos Medulares As ações reflexas são respostas rápidas, involuntárias, que são controladas pela substância cinzenta da medula antes mesmo de atingir o cérebro, sendo portanto importantes na defesa do corpo em situações de emergência. Por exemplo, quando encostamos a mão em local muito quente, graças ao ato reflexo tiramos a mão imediatamente para não nos queimarmos. Após receber o estímulo, as fibras sensitivas da raiz nervosa dorsal passam sinais aos neurônios associativos (localizados no interior da medula, na substância cinzenta), que por sua vez, os repassam para as fibras motoras das raízes nervosas ventrais. Estas fibras enviam resposta aos órgãos que efetuarão a ação. Funções da Medula Espinal Composta por células nervosas e localizadas no canal interno das vértebras, a medula espinhal é um cordão cilíndrico, que fica logo abaixo das costelas. A sua função é conduzir os impulsos nervosos das regiões do corpo até o encéfalo, produzindo os impulsos e coordenando as atividades musculares e reflexos. Uma lesão na medula é uma emergência médica que necessita de tratamento imediato para reduzir os possíveis efeitos. Uma lesão na medula pode desenvolver diversas complicações: > Trombose; > Infecções pulmonares; > Risco elevado de infecções do trato urinário; > Incontinência urinária; > Perda de sensações; > Perda do funcionamento sexual (impotência masculina); > Espasticidade muscular; > Dor; > Paralisia dos músculos respiratórios; > Paraplegia; É possível confundir medula óssea com medula espinhal, mas é necessário entender que, enquanto a óssea é um tecido líquido que ocupa a cavidade dos ossos, a medula espinhal é formada de tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da coluna vertebral transmitindo os impulsos, por meio do cérebro. Encéfalo O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Encontra-se na caixa craniana, ocupando todo seu espaço e junto com a medula e os nervos compõe o sistema nervoso. É envolvido por membranas chamadas meninges, cuja função é proteger o encéfalo e a medula contra choques mecânicos. A maior parte do encéfalo é o telencéfalo, que faz parte do cérebro. Ele constitui quase 90% da massa encefálica e possui uma superfície característica marcada por sulcos e reentrâncias que formam as circunvoluções cerebrais. Há um sulco muito profundo que marca a divisão do cérebro em duas metades chamadas de hemisférios cerebrais. O hemisfério direito liga-se ao hemisfério esquerdo através do corpo caloso, que é constituído de inúmeras fibras nervosas. A região mais externa do cérebro possui coloração mais acinzentada formando o córtex cerebral (também conhecido como substância cinzenta) e internamente a coloração é mais esbranquiçada (substância branca). Além disso, há regiões delimitadas no córtex dos hemisférios que são chamadas de lobos e são responsáveis por coordenar funções específicas, como memória, raciocínio e audição. São quatro: lobo frontal, lobo temporal, lobo parietal e lobo occipital. Diencéfalo: Tálamo e Hipotálamo Ligadas ao córtex cerebral, essas pequenas estruturas estão localizadas na base do cérebro. O tálamo é composto de muitos corpos celulares tal como a substância cinzenta dos hemisférios cerebrais. É responsável pela recepção das mensagens sensoriais, atuando na transmissão delas ao córtex. Está também envolvido com a regulação do estado de atenção e consciência. O hipotálamo é tão pequeno como um grão de ervilha, sendo encontrado logo abaixo do tálamo. Atua na regulação da temperatura corporal e controle de água do corpo, tendo importante papel na homeostase. Também participa na expressão das emoções e dos comportamentos sexuais, relacionando o sistema nervoso ao endócrino. O cerebelo encontra-se entre o cérebro e o tronco encefálico, conectado ao tálamo e à medula espinhal através de muitas fibras nervosas. Esse órgão é constituído internamente de substância branca (prolongamentos dos neurônios) e revestido pelo córtex cerebelar constituído dos corpos celulares (substância cinzenta). https://www.todamateria.com.br/cerebelo/ As funções do cerebelo estão relacionadas com a integração sensorial e motora. Ele participa nos movimentos da cabeça, dos olhos e dos membros coordenando todo o movimento do corpo. Além disso, o cerebelo controla o equilíbrio durante a caminhada e também é responsável pela postura. Tronco Encefálico O tronco encefálico compreende o bulbo, também chamado medula oblongo, a ponte e o mesencéfalo. Contém muitos corpos celulares de neurônios e de prolongamentos dos nervos cranianos relacionados com respostas sensoriais, motoras e autônomas da cabeça e do pescoço. Através dos nervos cranianos, o encéfalo recebe informações e controla funções de estruturas da cabeça e pescoço prioritariamente. Há uma formação reticular constituída por uma rede de neurônios, que estão envolvidos na regulação das atividades cardíacas e respiratórias. Uma lesão em alguma região do tronco encefálico é frequentemente muito perigoso, dependendo da área afetada pode romper fibras relacionadas com a consciência, a percepção e a cognição. Se a lesão afetar os centros vitais cardíacos e respiratórios leva à parada cardíaca e respiratória irreversível, sendo, portanto fatal. Mesencéfalo O mesencéfalo conecta a ponte e o cerebelo com o telencéfalo. É o segmento mais curto do tronco encefálico. Recebe informações referentes aos músculos e participa no controle das contrações musculares e postura corporal. Bulbo O bulbo ou medula oblonga começa um pouco acima do primeiro par de nervos espinhais cervicais e vai até um sulco. Estão localizados aí os centros vitais que controlam respiração e batimentos cardíacos. Ponte A ponte está situada entre o bulbo e o mesencéfalo. Existe um sulco transversal que marca a separação entre o bulbo e a ponte. Posteriormente a ponte fica encoberta pelo cerebelo. A ponte está relacionada com as funções cerebelares de movimento e equilíbrio. Substância Branca Asubstância branca matéria branca ou ainda massa branca se refere a um conjunto de células. Com funções de apoio, sustentação,isolamento elétrico ou nutrição dos neurônios e gânglios. Sua cor branca é devido à sua preservação típica de formaldeído. Um homem de 20 anos de idade tem por volta de 176.000 km de axônios mielíticos em seu cérebro. No Sistema nervoso central, os feixes de axônios na substância branca são chamados de tratos ou fascículos dependendo do formato e tamanho. Já no Sistema nervoso periférico os feixes de axônios são chamados de nervos. Passam por tratos nervosos que exigem velocidade de transmissão, com menor perda energética e maior suporte (como neurônios relacionada a movimento, sensação, associação das várias áreas do córtex cerebral, tronco encefálico, cerebelo e medula espinhal). Para isso a substância banca percorre a região medial do cérebro, a região central e dorsal do tronco, a região medial do cerebelo e a região perimetral da medula espinhal. A outra principal componente do cérebro é a substância cinzenta (praticamente rosada devido aos capilares sanguíneos). Um terceiro componente encontrado no cérebro, o qual aparece mais escuro devido aos altos níveis de melanina nos neurônios dopaminérgicos, é a substância negra. Enquanto a substância cinzenta (composta de neurônios) é primeiramente relacionada com processamento e cognição, a substância branca (composta de axônios mielíticos) modula a distribuição de ações potenciais, agindo como https://www.todamateria.com.br/tronco-encefalico/ https://www.todamateria.com.br/nervos-cranianos/ https://www.todamateria.com.br/nervos-cranianos/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B4nio https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A2nglio https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_perif%C3%A9rico https://pt.wikipedia.org/wiki/Nervo https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Sensa%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3rtex_cerebral https://pt.wikipedia.org/wiki/Tronco_encef%C3%A1lico https://pt.wikipedia.org/wiki/Tronco_encef%C3%A1lico https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerebelo https://pt.wikipedia.org/wiki/Medula_espinhal https://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia_cinzenta https://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia_negra um relé e coordenando a comunicação entre diferentes regiões cerebrais. A substância branca é composta de pacotes de processos de células nervosas mielinadas (ou axônios), os quais conectam diversas áreas de substância cinzenta (os locais dos corpos celulares nervosos) do cérebro umas às outras e mandam impulsos nervosos entre neurônios. A mielina age como um isolante, aumentando a velocidade de transmissão de todos os sinais nervosos. O número total de fibras longas dentro dum hemisfério cerebral é de 2% do número total de fibras corticocorticais e é aproximadamente o mesmo número daquelas que se comunica entre os dois hemisférios no corpo caloso. Substância branca cerebral e espinal não contém dendritos, os quais somente podem ser encontrados na substância cinzenta junto com corpos celulares nervosos e axônios mais curtos. Substância branca em adultos não idosos é 1,7 a 3,6% sangue. Sistema Límbico O sistema límbico é uma coleção das estruturas neurais especificadas dos trabalhos em rede, que são associadas com os comportamentos e a memória emocionais. As regiões principais do cérebro que formam coletivamente o sistema límbico incluem o córtice límbico, a formação hipocampo, as amígdalas, e o hipotálamo. Ventrículos Nas transformações sofridas pelas vesículas primordiais, a luz do tubo neural primitivo permanece e apresenta dilatada em algumas das subdivisões das vesículas, denominando os ventrículos. Estes são estruturas que apresentam comunicação entre si. Os ventrículos laterais (direito e esquerdo) originam da luz do telencéfalo. O III (terceiro) ventrículo origina da luz do diencéfalo. Os ventrículos laterais comunicam com o III através do forame interventricular. O aqueduto cerebral origina da luz estreitada do mesencéfalo, o qual comunica o III com IV ventrículo. O IV (quarto) ventrículo origina da luz do rombencéfalo. Este é continuado pelo canal central da medula e se comunica com o espaço subaracnoide. Líquor É um fluido aquoso e incolor de composição química pobre em proteína que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. Pode ser chamado também de líquido cérebro espinhal. Sua principal função é proteger o SNC, agindo como um amortecedor de choques. É produzido por uma estrutura especial, o plexo coroide. Estão situados no assoalho dos ventrículos laterais e no teto do III e IV ventrículo. Resumindo a divisão anatômica do SNC, esta pode ser descrita da seguinte maneira. A maior parte do encéfalo corresponde ao cérebro. Este pode ser dividido em lobos, correspondendo cada um, ao osso do crânio com quem mantém relações. Então, temos o lobo frontal, occipital, parietal e temporal. Do tronco encefálico originam 12 pares de nervos, denominados nervos cranianos, que saem pela base do crânio através de forames ou canais. Da medula espinhal saem 31 pares de nervos, denominados nervos espinhais, que saem da coluna vertebral através de forames intervertebrais.
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