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DISSERTAÇÃO-26 de novembro

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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
JOSÉ MARIA CARVALHO SANTANA JÚNIOR
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS EM TERMINAÇÃO DE SUÍNOS
MINAS GERAIS - BRASIL
2021
José Maria Carvalho Santana Júnior
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS EM TERMINAÇÃO DE SUÍNOS
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Zootecnia, para obtenção do título de Magister Scientie.
Orientador: Rogério Pinto
MINAS GERAIS - BRASIL
2021
JOSÉ MARIA CARVALHO SANTANA JÚNIOR
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS EM TERMINAÇÃO DE SUÍNOS
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigencias do Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Zootecnia, para obtenção do título de Magister Scientie.
APROVADA: 10 de dezembro de 2021
Assentimento: 
	José Maria Carvalho Santana Júnior
Autor
	Prof. Rogério Pinto
Orientador
DEDICATÓRIA
A Deus, fonte de vida e motivo de nossa caminhada. Meu porto seguro e meu bálsamo nos momentos de indecisão;
À minha mãe Jany Cleide de Souza, pessoa impar e responsável pela pessoa que me tornei...
Ao Doutor Rogério Pinto, que mesmo diante de muito trabalho, me acolheu como orientando e que me deu valiosas dicas;
A todos aqueles que estiveram presentes, em correções, orientações e digitações ou até mesmo em orações!
Muito Obrigado!
AGRADECIMENTOS
A Deus por sua incomparável bondade e fonte de inspiração para superar as dificuldades durante esta incrível jornada, toda honra e toda glória. A esta Universidade e seu corpo docente pela aprendizagem e oportunidade de enriquecer a construção dos meus conhecimentos;
Ao Prof. DSc. Rogério por ter sido presente desde o início, me proporcionando a oportunidade de alcançar objetivos muito além do que imaginei;
Aos componentes da Banca Examinadora DSc Mariana Fausto e DSc Julio Puppa;
 Ao Thales Torres por seu desempenho como cooperador, contribuindo de forma efetiva no processo de construção;
Aos meus pais, José Maria (in memorian) e a Jany Cleide, minha mãe. que muito se esforçaram para me proporcionar uma educação baseada em valores, vocês fazem do mundo um lugar melhor e de mim uma pessoa mais corajosa... Mãe, ser seu filho é um privilégio!
A todos os professores que me ensinaram durante todos esses anos que passamos juntos. 
A banca examinadora meu muito obrigado! 
Por fim, agradeço a todos que torceram por meu sucesso e estiveram do meu lado durante toda essa caminhada. Muito obrigado!
Todos os grandes movimentos (...) passam por três fases: ridículo, discussão e aprovação. É a adoção dessa terceira fase (...) que requer nossa paixão e disciplina, nossos corações e nossas cabeças. O destino dos animais está em nossas mãos.”
TOM REGAN
BIOGRAFIA
José Maria Carvalho Santana Júnior, filho de Jany Cleide de Souza e de José Maria Carvalho Santana, nasceu no dia 29 de julho de 1993. Cursou o ensino médio no colégio ágora rede Pitágoras, graduou- se em Medicina veterinária pela Univiçosa 2016, em viçosa, Minas Gerais. Realizou a pós graduação em 2021 pela Univiçosa com especialização em Gestão e produção de suínos. Atuou como trainee Microvet, realizando atividades em uma granja de suínos de quatro mil matrizes no setor de maternidade. Atualmete trabalha como medico veterinário Extensionista agropecuário do sistema vertical terminador da Brf.SA onde exerce suas atividades desde 2019.No decorrer dessa fase realizou cursos onlines e presenciais referentes a suinocutura como o de manejo pré abate e o bem estar animal pela academia suína, e durante a grauduação cursos e palestras relacionados a área de produção de suinos.
RESUMO
SANTANA JÚNIOR, José Maria Carvalho. Procedimentos Operacionais Em Terminação De Suínos. Dezembro de 2021. 72 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa - Viçosa - MG. Orientador: Rogério Pinto.
A carne está presente no cenário mundial como uma das fontes de alimentos mais utilizadas, ao longo dos anos houve uma evolução em relação a sua obtenção, iniciando com caça, depois oriunda de abate de animais domesticados até chegar a níveis de produção em série e exigindo que os processos de criação, manejo e abate sofressem adequações de modo a padronizar o processo para garantir a qualidade dos produtos. Neste trabalho, utilizando-se de pesquisas bibliográficas buscou-se dissertar sobre os procedimentos operacionais básicos e os indicadores de produtividade para as fases de crescimento e terminação no sistema confinado de produção de suínos. Neste contexto, os sistemas de produção de suínos tradicionalmente utilizados pelos produtores apresentam alguns problemas que necessitam de ações específicas visando minimizar seus efeitos sobre os índices produtivos. Do ponto de vista de qualidade, todo o trabalho desenvolvido de forma rotineira exige a adoção de um sistema de padronização que serve como referência para acompanhar o desempenho dos resultados da atividade. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi o de elaborar um modelo de checklists para procedimentos operacionais padrão de um setor de terminação da produção de suínos, garantindo otimização e eficiência na realização dos protocolos elencados. Concluiu-se os desafios provocados pelo acelerado ritmo das alterações socioeconômicas, exigem que as empresas implementem programas de qualidade, como forma de melhorar sua imagem, racionalizar os sistemas de produção e aumentar o comprometimento do setor produtivo no sentido de atender as exigências do mercado e que variações poderão ocorrer em outros sistemas de produção, nos quais, os procedimentos deverão ser adequados as suas realidades.
Palavras chave: Aditivos. Abate, controle, cuidado, manejo, suinocultura
ABSTRACT
SANTANA JÚNIOR, José Maria Carvalho. Operational Procedures in Pig Finishing. November 2021. 72 p. Dissertation (Master in Zootechnics) - Federal University of Viçosa - Viçosa - MG. Adviser: Rogério Pinto.
Meat is present on the world scene as one of the most used food sources, over the years there has been an evolution in relation to its obtainment, starting with hunting, then coming from the slaughter of domesticated animals until reaching levels of production in series and demanding that the creation, handling and slaughter processes undergo adjustments in order to standardize the process to guarantee the quality of the products. In this work, using bibliographical research, we sought to discuss the basic operational procedures and productivity indicators for the growth and finishing phases in the confined swine production system. In this context, the swine production systems traditionally used by producers present some problems that require specific actions to minimize their effects on production rates. From a quality point of view, all the work carried out routinely requires the adoption of a standardization system that serves as a reference to monitor the performance of the activity's results. Thus, the objective of this work was to develop a model of checklists for standard operating procedures in a sector of swine production termination, ensuring optimization and efficiency in carrying out the listed protocols. The challenges caused by the accelerated pace of socioeconomic changes were concluded, requiring companies to implement quality programs as a way to improve their image, rationalize production systems and increase the commitment of the productive sector to meet market demands and what variations may occur in other production systems, in which the procedures must be adapted to their realities.
Keywords: Additives. Slaughter, control, care, management, pig farming
SUMÁRIO
	1.INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA .....................................................................11
	
	2.MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................133. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................14
	3.1.1. Tipos de Informações que devem ser registradas nas terminações..........17
	3.1.2 Formas de uso dos dados coletados nas fases de recria e terminação ....18
	3.2. Manejo sanitário - Limpeza e desinfecção.......................................................19
	3.3. Projeto, cuidados e densidade animal nas baias............................................ 22
	Alimentos e alimentação de suínos em terminação .............................................23
	3.5. Padronizações, baias hospitais e eutanásia de animais em condições inadequadas quanto ao BEA ................................................................................25
	3.6. Bem estar animal e a nova Instrução Normativa............................................29
	3.7 Plano nutricional e manejo de mudança de rações..........................................31
	3.8 . Período correto de carências se medicadas...................................................33
	3.9. Jejum pré abate...............................................................................................33
	Importância e modelo de check list proposto (ANEXO I)........................................48
	
	CONSIDERAÇÔES FINAIS....................................................................................51
	
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................53
	
	ANEXOS................................................................................................................68
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABCS Associação Brasileira de Criadores de Suínos 
ABPA Associação Brasileira de Proteína Animal
BEA - Bem Estar Animal
BPM - Boas Práticas De Manejo 
BPP- boas práticas de produção
CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
CFMV - Conselho Federal de Medicina Veterinária
CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
CNA- Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil 
CSAT -Código Sanitário para os Animais Terrestre 
DEFRA- Department for Environment Food and Rural Affairs
EMBRAPA -Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FCA - Fato Causa Ação 
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
OIE -Organização Mundial de Saúde Animal 
PLD- Plano de Limpeza e Desinfecção
PVC - Policloreto de Vinila Plástico
SEBRAE- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAR- Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA 
No setor de proteína animal, a carne suína é líder no consumo mundial, e o Brasil está consolidado como quarto maior produtor e exportador, apresentado potencial para ampliar ainda mais sua participação relativa nesse mercado, segundo dados divulgados pelo relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2021; TEIXEIRA, 2020). 
De acordo com a pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2019), apresenta 2.017.645 matrizes alojadas, sendo 3,983 milhões de toneladas de carne suína produzidas, e 750 mil toneladas exportadas. 
Segundo a Superintendência técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em 2020, o segmento primário de base pecuária, apresentou crescimento de faturamento, com elevação importante para a produção de suínos e de boi gordo em virtude das expressivas altas de preços reais. Segundo estes autores, a produção aumentou em 7,65%, gerando elevação no faturamento de 41,51%, destacando-se pelo importante avanço observado nos preços reais, de 31,46% em função do crescimento das exportações, principalmente para China, e do consumo doméstico, impulsionado pela retomada gradativa de atividades econômicas, pelo aporte financeiro do auxílio emergencial e pelo alto patamar de preços da carne bovina. 
A suinocultura nos últimos anos no Brasil passou por inúmeras mudanças, principalmente com o avanço tecnológico, aumentando a produtividade e reduzindo custos de produção. Como decorrência, as atividades que antes eram realizadas dentro das propriedades passam a ser de responsabilidade de empresas especializadas que comandam toda cadeia produtiva suinícola (TEIXEIRA, 2020). 
Normalmente, as integrações agroindustriais são lideradas por uma empresa, que coordena todas as atividades e executa outras por meio de vínculos contratuais com os demais segmentos participantes (ARAÚJO, 2017). 
Com o mercado competitivo, as empresas que se destacam, são aquelas que apresentam maior controle e gerenciamento sobre os negócios, e para isso, é preciso criar novas alternativas em busca de rentabilidade e crescimento (MAROSO, 2019). Aliados a estes fatores, observa-se que constantes mudanças sofridas nas legislações que regimentam os programas nacionais de produção, sanidade e bem estar dos suínos por meio das Instruções normativas, e tendências observadas por meio de comportamento dos consumidores acirram as buscas, por novas alternativas de criação, que tornem viáveis a exploração suinícola. 
Os códigos de Bem Estar Animal (BEA) das empresas varejistas, principalmente das importadoras de carne, associados à pressão dos consumidores, vêm provocando mudanças em nível de consciência e também de ordem prática por parte dos países exportadores (Broom, 2011).
A rotina operacional precisa de um planejamento bem formulado para atingir os objetivos. Campos (2002), apresentam que “Um bom gerenciamento de rotina é um dos meios para se atingir este fim”. Corroborando estas informações, a Embrapa (2019) cita que de nada adianta um bom planejamento, se não forem utilizados mecanismos de controle do desempenho da atividade e de seus funcionários, ou seja devem ser adotados métodos eficientes de gerenciamento para garantir o sucesso da atividade. 
Gollo, Cordazzo e Klann (2014) citaram que há existência de resultados distintos quanto às vantagens em cada modalidade de atuação, o que intensifica a relevância de se analisar o retorno financeiro para atividades integradas (comodato) e independentes (compra e venda), ao considerar não somente o ganho do produtor, mas também da agroindústria. 
Segundo o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística- IBGE (2020), 40% dos suinocultores são independentes, respondendo por 30% do consumo interno do mercado de carne suína (SILVA, 2010). 
As agroindústrias de forma sistemática utilizam metodologias corporativas por meio de check list visando minimização de perdas. O controle passa a ser essencial para se atingir metas, conforme afirma Chiavenato (2014) que cita ser este, função administrativa, a fim de manter a organização no caminho adequado para o alcance dos objetivos, permitindo desta forma as correções necessárias. 
O administrador deve saber planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades das organizações ou de suas unidades de forma a atingir as metas e objetivos traçados (CHIAVENATO, 2013). 
A Embrapa (2016) cita que a suinocultura Brasileira se encontra com alta tecnologia, sendo mandatório o controle gerencial de cada uma das fases do processo produtivo. Há então um desafio para produção e processamento de suínos no Brasil pela necessidade de constantes mudanças para adaptações a determinados padrões de produção exigidos. Desta forma, o que responde às expectativas dos produtores é um checklist para controle de todas as fases da produção (MAROSO, 2019).
Dentre outros fatores, estas variáveis de conhecimento envolvem o controle financeiro como o planejamento e elaboração de estratégias gerenciais, uma vez que os avanços tecnológicos, o estabelecimento da competitividade nacional e internacional e a redução dos ciclos de produtos, aumentam a necessidade por abordagens mais eficazes relacionadas à mensuração, controle e planejamento (PADOVEZE e TAKAKURA JR., 2013).
O sucesso de uma criação animal, se dá por meio do conhecimentodo comportamento da espécie a ser manejada, onde um bom manejo levará em consideração a harmonia entre os funcionários, animais e ambiente (MAROSO, 2019).
O checklist é construído a partir de uma revisão de literatura, onde seu uso se dá após experiências bem sucedidas, pois a tarefa chave para gerentes de produção seria a de identificar pontos de controle críticos, nos quais os serviços, produtos ou processos precisam ser checados, e assim garantir que os produtos ou serviços estejam adequados às especificações (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2009)
Em busca de minimizar perdas, melhorar processos e buscar novos mercados objetivou-se com este trabalho, desenvolver uma ferramenta de auxílio aos suinocultores, por meio de uma listagem de procedimentos operacionais em terminação de suínos (checklist), a fim de garantir a execução correta de procedimentos e consequentemente obtenção de melhores resultados.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura integrativa, onde se buscou identificar, selecionar e sintetizar resultados e tendências relativas ao manejo e criação de suínos em fase de terminação, por meio de buscas a artigos e ou publicações técnico- científicas em periódicos, livros, pesquisas em sites acadêmicos de relevância, revistas técnicas, compêndios e materiais de órgãos legisladores nacionais e internacionais sobre o manejo e bem estar dos suínos na fase de terminação. 
De acordo com Barros e Leefeld (2016) 
A revisão integrativa é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática. Tem como objetivo a presentar as fases constituintes de uma revisão integrativa e os aspectos relevantes a serem considerados para a utilização desse recurso metodológico, utilizando-se dos métodos que trata-se de um estudo realizado por meio de levantamento bibliográfico e baseado na experiência vivenciada pelas autoras por ocasião da realização de uma revisão integrativa.Os resultados são apresentados em seis fases do processo de elaboração da revisão integrativa: elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa. As conclusões fazem-se necessárias, diante da necessidade de assegurar uma prática assistencial embasada em evidências científicas, a revisão integrativa tem sido apontada como uma ferramenta ímpar no campo da saúde, pois sintetiza as pesquisas disponíveis sobre determinada temática e direciona a prática fundamentando-se em conhecimento científico
A pesquisa se deu por meio do uso das palavras chave “terminação de suínos, manejo, abate, suinocultura, procedimentos operacionais, checklist, Instrução normativa, bem estar animal”. Para aumentar a especificidade dos conteúdos encontrados, as referências bibliográficas das publicações, também foram analisadas a fim de se incorporar novos estudos que não estivessem nos resultados das buscas. Dessa forma, foram incluídas as publicações que se julgou relevante a luz do conhecimento para construção deste texto, no idioma da Língua Portuguesa.
3. REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 Terminação de Suínos
Segundo Renggaman (2015) a fase de terminação é aquela que abriga os leitões (de acordo com o lote), da saída da creche até a sua comercialização para o abate. 
No que se refere à alimentação, Dias (2014) cita que há necessidade de uma ração balanceada e específica para este setor, e segundo a faixa etária deve ser fornecida nas quantidades e frequência preconizadas por nutricionista. Segundo este mesmo autor, o sistema de fornecimento de água deve dispor de bebedouros do tipo chupeta ou bite ball, localizados no fundo da baia e na proporção de um para cada dez suínos, com fácil acesso para os animais e ajuste da altura, que deve, sempre permanecer acima da linha do dorso dos animais, sendo sua vazão e pressão, periodicamente reguladas e verificadas (de forma geral, a vazão do bebedouro deve ser de 2,0l/minuto).
Pinheiro e Dallanora (2014) citam que a fase de terminação de suínos compreende o momento de engorda do animal, sendo dividida em duas fases: a recria ou crescimento, onde os nutrientes absorvidos pelo suíno contribuem para o seu crescimento, e terminação, onde eles atingem o peso ideal de abate. Corroborando esta informação, Ferreira et al. (2020) também afirmam, que os suínos entram na fase de terminação com idade média de 63 dias e saem normalmente após 114 dias de alojamento.
Alves et al. (2018) citaram que a saída dos suínos na fase de abate deve apresentar peso vivo (PV) entre 100/120 Kg. Entretanto, Sato (2016) citou que a categoria de terminação ou acabamento é a fase em que os suínos serão alimentados para alcançarem as características da carne exigidas pelo mercado de suínos, com o peso ideal para o abate, entre 90 e 100 kg aos 130 a 140 dias de idade. 
Mauro (2015) afirma que na fase de terminação tem-se a maior parte dos custos com a alimentação do animal, que se dá normalmente dos 60 kg até o seu abate. As exigências nutricionais variam de acordo com fatores como idade, sexo, peso, potencial genético e fase produtiva. Por essa razão, é preciso considerar tais diferenças, que permitirão obter máxima eficiência produtiva dos animais. Corroborando essas afirmativas, Silva et al. (2015) afirmaram que na suinocultura, a fase de terminação é considerada complexa por estar sujeita a variáveis que interferem nos índices de desempenho. 
Fatores relacionados a manejo, nutrição, sanidade, genética e ambiência podem afetar o desempenho dos suínos do crescimento até o abate (Heck, 2009). O reconhecimento destes fatores possibilita as modulações de produção do ponto de vista econômico, de acordo com os interesses dos produtores, das indústrias ou das cooperativas do setor. 
Modelos matemáticos têm sido validados como ferramentas, que permitem prever e quantificar os principais fatores de produção que compõem os índices zootécnicos, de forma objetiva (SILVA et al., 2015). Dentre estes, a regressão múltipla tem sido utilizada para estimar os efeitos de determinadas variáveis (MAURO, 2015). 
Respectivamente Pierozan et al. (2016) utilizaram modelos de regressão para correlacionar fatores de produção com desempenho, Dias (2015) para análises de carcaças e Agostini et  al. (2015) para sanidade, em estudos realizados em granjas de crescimento e terminação de suínos. Já Douglas et al. (2015) utilizaram modelos multivariados para avaliar os efeitos de fatores relacionados às características do ambiente, do animal e do alimento sobre o desempenho (ganho de peso diário, consumo de ração e conversão alimentar) de suínos na fase de crescimento e terminação. Segundo estes mesmos autores, o fator “país” influenciou a variáveis de interesse analisadas, como o consumo de ração e conversão alimentar. Suas análises foram de dados referentes a trabalhos realizados em países europeus, devido às diferenças entre continentes, quanto às práticas adotadas, que incluem os ingredientes usados nas rações. 
Agostini et al. (2015), citaram que no Brasil, ainda existem poucos trabalhos que utilizam a modelagem para estabelecer correlações semelhantes sob condições de instalações, manejo e alimentação nas granjas, as quais diferem em vários aspectos dos sistemas europeus de produção. Segundo estes mesmos autores, esses trabalhos são importantes para esclarecer os aspectos que influenciam com maior intensidade a produtividade dos animais, fornecendo informações que auxiliem análises de questões estruturais e gestão das granjas. Também citaram, que as empresas utilizam de diferentes formas de manejo, nutrição e instalações em suas granjas, sendo estes modelos desenvolvidos dentro delas próprias. 
Segundo ABPA (2020), um ponto fundamental para produção de suínos é o conceito das Boas Práticas De Manejo (BPM), onde as práticas adequadas de manejo respeitam os aspectos de bem estar animal concomitante ao uso de programas de vacinaçõesbem elaborados, associadas a um programa rigoroso de higiene e desinfecção, que são fundamentais para a produção de suínos. A elaboração de um manual de BPM auxilia a equipe técnica na padronização de procedimentos usados nas granjas, facilitando o trabalho e a identificação de possíveis falhas de manejo e deficiência de estrutura, que representam grande parte dos problemas sanitários nos plantéis produtivos. Alinhado a esta informação, Brasil (2020), por meio da Instrução Normativa Nº 113, de 16 de dezembro de 2020, cita que há necessidade de estabelecer boas práticas de manejo e bem-estar animal nas granjas de suínos de criação comercial. Desta forma, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, no uso das suas atribuições estabelecem as boas práticas de manejo que devem ser seguidas nas granjas de criação comercial de suínos. 
3.1.1 Tipos de Informações que devem ser registradas nas terminações
Sato (2016) e Mussoi Jr. (2009) relacionaram as principais informações que devem fazer parte de um sistema de coleta e análise de dados na fase de terminação. Segundo este autor, há uma série de alternativas que devem ser observadas, que podem ter caráter zootécnico e/ou econômico. Assim, podem ser listados:
a) Histórico - rebanho de origem dos animais, vacinas previamente administradas, programas de medicação via água ou ração adotados antes da transferência às terminações, diagnósticos de doenças ocorridas nas fases de creche e recria;
b) Dados estatísticos do lote - Número de animais alojados, número de animais de cada sexo, mortalidade, peso dos animais mortos, número de animais sacrificados (submetidos à eutanásia), descartes, vendas, inventário dos lotes durante o alojamento;
c) Dados sanitários - escore de tosse, escore de diarreia, escorre de espirros, resultados das necropsias realizadas, coleta de amostras para exames laboratoriais e resultados;
d) Tratamentos - Número de tratamentos individuais diários e semanais. Medicações massais, com que produto, qual a via de uso (água, ração) e qual a duração;
e) Controle ambiental - Temperaturas máximas e mínimas, níveis das canaletas de efluentes ou da lagoa de dejetos;
f) Consumo de ração e água - alimento consumido e ração que sobrou após a retirada dos animais, consumo diário de água (quando houver medidor de fluxo nos prédios).
Mussoi Jr. (2009) relata que na terminação se deve ter o controle, para focar onde é necessário trabalhar para atingir as metas de produção desejadas. Desta forma, cita que existem vários tipos de controles que podem ser utilizados, tais como “check list”, disk mortalidade, ficha do lote, softwares de gestão, além do Manual de Boas Práticas de Manejo (BPM) para auxiliar na padronização dos processos produtivos em todas as granjas. 
Os dados devem ser levantados na terminação por meio de fichas, e transferidos para o processamento no escritório. 
Outra forma de captação seria pelo uso de sistemas de transferência informatizados, como os aparelhos de computação móvel como notbooks, celulares, dentre outros. Essas alternativas vêm sendo utilizadas com sucesso em agroindústrias brasileiras, permitindo agilidade e eficiência no acesso aos dados gerados no campo. 
3.1.2 Formas de uso dos dados coletados nas fases de recria e terminação
Na terminação, todos os lotes devem ser acompanhados pela ficha do lote, onde devem constar a origem dos animais, os medicamentos usados, o consumo de ração, as mortalidades com suas causas, além das recomendações técnicas feitas (BOTTESELLI, 2015). 
Mussoi Jr. (2009) afirma que este controle auxilia principalmente na rastreabilidade dos animais quando forem remetidos à indústria, sendo documento obrigatório para apresentação aos clientes do produto final. Desta forma, o check-list caracteriza-se como uma valiosa ferramenta na padronização de processos e de instalações, permitindo avaliar se a granja está em boas condições para o recebimento dos animais (DIAS, 2014). 
Por meio do check-list deverá ser observada a limpeza e desinfecção da instalação, a disponibilidade e vazão de água, o número de bebedouro por animal, a higienização e limpeza da caixa d‘água, arborização, condições das cortinas e forração, caixa para medicação via água para as baias de leitões especiais e quantos dias a instalação fica em vazio sanitário, além de uma série de outros processos que podem ser citados, entre eles destacamos os processos ambientais. 
De acordo com a ABPA (2020) o processo conhecido como “disk mortalidade” é outro tipo de controle que deve acompanhar o status sanitário do plantel em tempo real. Na medida em que ocorrer a morte de animais na granja, o responsável deve ligar para informar a causa da morte do animal, gerando gráficos onde poderão ser observados quais seriam as causas mais frequentes de morte na semana ou no mês, o que possibilita tomada de decisão em tempo real, quanto a alteração e ou correção de manejo ou programas nutricionais.
Para análise dos dados gerados, tem ocorrido o desenvolvimento de “softwares de gestão”, que são ferramentas usadas para gerenciamento de dados em todas as fases produtivas. Esses programas podem ser personalizados ou individualizados a cada sistema, garantindo o monitoramento e associação de variáveis, como conversão alimentar, percentual de mortalidade, ganho de peso diário (GPD), consumo de medicamentos, analisando também possíveis interações através do tempo (MERLOT et al., 2013). 
Essas análises permitem a tomada de decisões relativas ao manejo, programas de vacinação, nutricionais e medicamentosos, além de poder auxiliar na decisão sobre estratégias de gestão, visando a melhor relação custo x benefício na produção (BORTOLOZZO e WENTZ (2017). 
Corroborando com estas informações, Dias, Carraro e Dallanora (2014) citaram que o objetivo destes programas é o de monitorar a existência, ou não de correlação entre as variáveis de produção analisadas, observando possíveis ocorrências sazonais, e tomar decisões para minimizar os efeitos das mesmas. Já Rosa et al. (2014) ressalta que devem ser definidas as metas de produção, onde ao ser analisado os resultados e verificado a não observação da faixa estipulada, deverá ser feito a análise do Fato Causa Ação (FCA), identificando qual sua causa e qual ação que poderá ser adotada para alcançar o objetivo. 
A visualização dos dados sob forma gráfica amplia a capacidade em correlacionar e mensurar, auxiliando a focar onde realmente é necessário (prioritário) trabalhar para atingir as metas propostas (SILVEIRA e AMARAL, 2016)
3 2 Manejo sanitário - Limpeza e desinfecção das baias.
Entende-se por Plano de Limpeza e Desinfecção-PLD um conjunto de atividades que visam eliminar das instalações todos os microrganismos capazes de causar doenças (DIAS, 2018). Um PLD é uma técnica de produção e não um substituto para outras medidas de biosseguridade, tais como banho, troca de roupa ao entrar na granja, proibição da entrada de veículos, crematório para cadáveres, sistema de eliminação de dejetos, entre outros. 
Corroborando com estas informações, Machado (2014) cita que um PLD deve estar formalizado por ocasião da elaboração do projeto da granja, quando então, deve-se prever a utilização de materiais de fácil limpeza e desinfecção.
 O programa sanitário deve ser composto pela limpeza, que consiste na remoção da matéria-orgânica acumulada nas instalações, reduzindo a carga de contaminação microbiana e minimizando o contato dos animais com um excesso de matéria orgânica (seca ou úmida), que pode potencializar o risco da veiculação de agentes patogênicos aos animais (Dias, 2018). 
Agostini et al. (2014) citaram que a limpeza prévia se caracteriza como passo essencial ao sucesso dos programas de desinfecção, podendo ser subdividida em seca e úmida. Segundo estes mesmos autores, quando se inicia a limpeza de uma instalação deve-se fazê-la pela seca, a qual se caracteriza pela retirada de cama, de restos de ração, do esterco, da sujeira impregnada no piso e paredes das baias. Entretanto, antes da limpeza, poderãoser umedecidas diferentes partes das instalações com água ou solução contendo detergente, que facilitará a limpeza, reduzindo o tempo gasto para tal. De posse destas informações, verifica-se que para uma lavagem eficiente, Dias (2018) recomenda, por exemplo, que ao lavar o piso de uma instalação, deve ser utilizado inicialmente um jato de água quente com detergente e posteriormente aplicar jato de vapor de água. Também, Agostini et  al. (2015) estimaram que para uma boa limpeza o débito mínimo de água deve ser de 400 litros/hora e o máximo de 3.000 litros/hora. 
Nas edificações convencionais de produção de suínos, os sistemas de manejo de dejetos podem ser internos, através de canais cobertos por barras (ripado) e, alguns casos, com o uso de lâmina d’água. Na maioria das edificações de produção de suínos encontram-se canaletas externas sem cobertura ou controle de fluxo de dejetos, propiciando, a proliferação de moscas e penetração da água da chuva (.DIAS, 2018)
A limpeza dos dejetos nos canais internos ou externos é realizada com água, muitas vezes potável, o que acaba gerando grande desperdício. A incorporação de água aos dejetos reduz a qualidade, inviabilizando economicamente o seu uso como fertilizante orgânico, além de aumentar a estrutura necessária para o armazenamento e os custos de transporte e utilização (OLIVEIRA, 2006).
Com a finalidade de reduzir o consumo exagerado de água para limpeza das instalações e melhorar a qualidade dos dejetos, tem sido implantado sistema de reaproveitamento dos dejetos líquidos, para limpeza de baias e canaletas, denominado “Flushing” (OLIVEIRA, 2006). Esse sistema facilita o manejo, gerando economia ao produtor, tanto com a mão-de-obra, quanto ao consumo de água, constituindo-se da implantação de caixas de passagem interligadas por tubos de  policloreto de vinila. plástico PVC, com controle de fluxo de dejetos. A limpeza é realizada com a parte mais líquida dos dejetos armazenados em esterqueiras, lagoas ou outro sistema de armazenamento líquido. O transporte dos dejetos até as canaletas pode ser realizado por gravidade, ou com o auxílio de uma bomba de recalque e mangueiras ou tubos de PVC. Para melhor eficiência do sistema, recomenda-se que as caixas de passagem sejam cobertas, diminuindo odores e proliferação de (OLIVEIRA, 2004).
Uma limpeza diária e completa é necessária para reduzir a probabilidade da ocorrência de infecções gastrointestinais, da pele e de verminoses, entre outros efeitos sobre os animais (FERREIRA, 2020). 
Segundo Dias (2018), a desinfecção consiste no controle e/ou eliminação de microorganismos indesejáveis, de materiais inanimados limpos, através de processos químicos ou físicos, que atuam sobre a estrutura ou metabolismo destes microorganismos, independentemente de seu estado funcional, com uma redução da dose infectante. Em conformidade a estas informações, Douglas et al. (2015) citaram que a desinfecção pode ser classificada em preventiva ou de emergência, sendo essa última, adotada em casos de surtos de doenças contagiosas. 
A maioria dos países possui regulamentações específicas para os casos de doenças de notificação obrigatória, que determinam entre outros aspectos, o esquema de desinfecção a ser utilizado no caso da ocorrência de cada doença (DIAS, 2015) 
Pierozan et al. (2016) citaram que uma desinfecção completa somente pode ser executada após a retirada dos animais das instalações, obtendo o máximo de ação do desinfetante, uma vez que a ausência dos animais e de equipamentos permite que o produto tenha um contato direto com os microrganismos em tempo suficiente para agir. Também, Sato (2016) cita que a eficácia da desinfecção está na dependência de vários fatores, tais como: limpeza prévia; escolha do desinfetante; concentração, temperatura e tempo de ação da solução desinfetante; qualidade da água utilizada. 
A limpeza prévia tem por finalidade a obtenção de superfícies limpas, pela retirada da matéria orgânica, uma vez que a maioria dos desinfetantes são inativados em sua presença (CARVALHO et al., 2016). A presença de matéria orgânica sobre as superfícies dificulta ou até mesmo impede a penetração dos desinfetantes em todas as frestas onde possam se alojar os microrganismos. Dessa forma, segundo estes autores, a limpeza prévia, permite uma ação direta do produto desinfetante sobre os agentes causadores de doenças, onde o aumento da concentração do produto não compensará a falta de uma limpeza prévia. A limpeza e desinfecção são operações essenciais e distintas que se complementam.
 Para escolha do desinfetante deve-se realizar exame criterioso de sua composição, espectro de ação, custo por metro quadrado, entre outros (FERREIRA, 2020). Entretanto, a escolha de um produto que apresente todas as condições ideais de atuação é extremamente difícil, mas decisivo para que se tenha o efeito desejado. 
3.3. Projeto, cuidados e densidade animal nas baias 
Brasil (2020), cita que os sistemas de criação devem ser projetados, construídos e regularmente inspecionados e mantidos, de forma a reduzir o risco de lesões, doenças ou estresse para os suínos, permitindo também um manejo seguro na movimentação dos animais. Corroborando estas informações, Dias (2014) instrui que as baias devem priorizar a segurança, para que os animais não se machuquem, precisando também, serem projetadas de forma a facilitarem os trabalhos de manejo e limpeza pelos funcionários. 
Quanto à ambiência, as salas devem proteger os suínos do frio e do calor excessivo, de acordo com a sua idade e peso, evitando-se o estresse térmico a fim de manter o animal dentro da zona de conforto térmico, assegurando maior bem-estar e qualidade do produto (BORTOLOZZO e WENTZ, 2017). E para as Instalações climatizadas e automatizadas, segundo Brasil (2020), elas devem possuir sistema de desarme dos equipamentos ou sistema suplementar de energia para casos de falha de fornecimento.
Os galpões também precisam de uma boa ventilação para manter a umidade ideal, além de melhorar a concentração de gases de amônia.
Em relação ao conforto animal — as salas devem ter espaço suficiente para que os suínos circulem livremente (SATO, 2016), e também possam dispor de local limpo, seco e confortável para descanso (FERREIRA, 2020).
A densidade na granja deve ser ajustada de acordo com as condições ambientais, de manejo e de comportamento dos animais, podendo ser utilizadas as densidades máximas, conforme comprovação da evolução dos resultados dos indicadores (BRASIL, 2020). Segundo este mesmo autor, para animais de terminação abatidos com até cento e dez quilos de peso vivo, a área útil mínima destinada a cada animal deve ser igual ou superior a 0,9 (zero vírgula nove) metros quadrados; e para aqueles abatidos acima de cento e dez quilos de peso vivo, a área útil mínima será definida com base no peso metabólico dos animais, através da equação A= k x PV0,667, sendo A igual a área útil mínima em metros quadrados, k uma constante de valor igual a 0,036 (zero vírgula zero trinta e seis) e PV o peso vivo do animal.
3.4. Alimentos e alimentação de suínos em terminação 
O alimento deve ser saudável e suficiente, tanto em quantidade quanto em qualidade, para fornecer os nutrientes necessários na proporção certa para o desenvolvimento de cada categoria produtiva (DIAS, 2015). 
Sato (2016) citou que a alimentação representa de 70 a 80% no custo de produção, exigindo uma atenção especial dos suinocultores, quanto a escolha e mistura correta dos ingredientes, para uma formulação precisa das rações. Elas podem se apresentar nas formas farelada (mais usual), peletizada ou peletizada e triturada, podendo ser formuladas a base de milho seco, ou silagem de grão úmido de milho, fornecidas na forma de ração seca, umedecida ou líquida (SATO, 2016).
As variações de tipos de ração para os animais em terminação podem ser definidas em ração de terminação ou ração engorda (também pode ser dividida em terminação/ engorda 1 e 2); ração para suínos do fim do crescimento/recria até os 135 dias de idade e ração de abate– para suínos do fim da ração terminação/engorda até o abate (FERREIRA, 2020).
Para que os animais possam apresentar desempenho adequado, devem ser atendidas as exigências nutricionais, onde quantidades mínimas dos nutrientes devem ser fornecidas aos animais para satisfazer suas necessidades de mantença e produção. As exigências nutricionais dos suínos variam de acordo com a genética, idade, sexo, peso e fase produtiva que os animais se encontram (FERREIRA, 2020).
A formulação de ração trata da quantidade calculada de cada ingrediente, com base na sua composição química e nas exigências nutricionais da categoria de animais a que a ração se destina (DIAS, 2015). Desta forma, a escolha dos alimentos e a proporção com que cada um participa na ração dependerão do balanceamento de nutrientes desejado, também levando-se em consideração, as limitações existentes em alguns ingredientes, como por exemplo, problemas de toxidade, manuseio, conservação e, em especial, o custo (MAURO, 2015).
Na composição de uma ração balanceada, misturada na própria granja, devem ser observados alimentos quie atendam fontes energéticas, protéicas, de minerais e vitaminas (premix ou suplementos vitamínicos comerciais), podendo ser incorporado também alguns aditivos. 
Na Tabela 1 são apresentadas as exigências nutricionais dos suínos de médio e alto potencial genético em terminação, segundo Rostagno et al. (2017).
	
	Terminação¹
	
	Medio Desempenho
	Alto Desempenho
	Peso vivo (kg)
	70 a 100
	100 a 125
	70 a 100
	100 a 125
	E. metabolizável, kcal/kg
	3.250
	3.250
	3.350
	3.350
	Proteína, %
	11,48
	9,96
	14,20
	11,81
	Cálcio, %
	0,454
	0,406
	0,573
	0,511
	Fósforo total, %
	6,99
	6,77
	7,10
	6,88
	Fósforo disponível, %
	7,02
	6,80
	7,31
	7,07
	Sódio, %
	0,160
	0,153
	0,165
	0,158
	Lisina, %
	0,726
	0,630
	0,898
	0,747
	Metionina, %
	0,218
	0,189
	0,269
	0,224
	Metionina + Cistina, %
	0,436
	0,378
	0,539
	0,448
	Triptofano, %
	0,145
	0,126
	0,180
	0,148
 1Machos castrados de desempenho médio; 2 Consumo animal/dia
Fonte: Rostagno et al. (2017). 
A água fornecida aos animais deve ser limpa, fresca e abundante, para garantir o funcionamento dos órgãos e do metabolismo dos animais (DIAS, 2015). Ela precisa ser preservada sob todos os aspectos, não só porque é um nutriente indispensável para os animais, mas também por constituir um fator limitante para a sobrevivência das próximas gerações. 
As instalações hidráulicas, realizadas nas pequenas e médias propriedades, normalmente são executadas de maneira rudimentar e com material de baixa qualidade, apresentando frequentemente vazamentos e, em conseqüência, desperdício de água, aumentando consideravelmente o volume incorporado aos dejetos (MAURO, 2015).
A gestão da água nos sistemas produtivos de suínos é de fundamental importância para o conhecimento do seu consumo pelos animais, em suas diferentes fases da criação, do desperdício pelos bebedouros e instalações hidráulicas e limpeza das instalações Rostagno et al. (2017), recomenda-se que, em todas as edificações para a produção de suínos, sejam instalados hidrômetros para avaliação do consumo de água no sistema, permitindo desenvolver um sistema de gestão de água para as granjas, otimizando o consumo e favorecendo etapas de manejo, armazenamento e valoração econômica dos dejetos como fertilizante.
3.5. Padronizações, baias hospitais e eutanásia de animais em condições inadequadas quanto ao BEA
Soccini (2010) nos diz que Biosseguridade pode ser definida como o conjunto de procedimentos efetuados para minimizar a entrada de patógenos numa granja (biosseguridade externa) e/ou para controlar a difusão de doenças presentes no rebanho, reduzindo ao mínimo possível o seu impacto (biosseguridade interna). A biosseguridade é uma parte fundamental das boas práticas de produção (BPP) de suínos. Com o aumento da importância da segurança alimentar, o conceito tornou-se mais abrangente incorporando procedimentos para reduzir riscos de contaminantes nas carcaças (físicos ou químicos) que possam ser introduzidos na cadeia alimentar através de produtos suínos, e para rastreabilidade dos alimentos
Ainda de acordo com Soccini (2010) novos conceitos e alternativas para controle de doenças, como a regionalização e compartimentalização, acrescem às justificativas para aplicação de programas de biosseguridade. 
A procura por novos mercados para a suinocultura levou ao aumento das exigências de BPP e de alta sanidade dos rebanhos. Desta forma a suinocultura brasileira está investindo e melhorando a estrutura de instalações, isolamento das granjas e normatizado os fluxos de pessoas e veículos que ingressam e circulam nas propriedades, com o intuito de aprimorar a biosseguridade para os rebanhos. As auditorias têm-se consagrado como uma forma importante de avaliação da eficiência das medidas de biosseguridade implantadas nas granjas.
De Acordo com o Manual do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.- MAPA (2019) O termo “eutanásia” vem do grego (eu = bom e thanatos = morte) e pode ser traduzido como “boa morte” ou “morte sem sofrimento”. O procedimento proporciona alívio a um suíno que está sofrendo sem a possibilidade de retorno a uma vida digna. 
De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV (2013, p. 15) entende-se por eutanásia “a indução da cessação da vida animal por meio de um método tecnicamente aceitável e cientificamente comprovado, observando os princípios éticos.” A eutanásia é indicada quando: 
a) O bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor e o sofrimento que não podem ser controlados por meio de analgésicos, sedativos ou outros tratamentos; 
b) O animal constituir ameaça à saúde pública; 
c) O tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário.
Para Dalla Costa et al, (2017) Independente da circunstância realizada, a eutanásia não é um procedimento agradável. Entretanto, é uma das tarefas que os médicos veterinários devem estar preparados para executar nas unidades de produção. Também Definição de eutanásia cabe ao médico veterinário treinar os produtores e tratadores para realizar o procedimento de forma adequada. 
Para que a eutanásia seja realizada de modo humanitário, deve ser rápida, eficaz e segura, mantendo o suíno insensibilizado até o momento da morte (parada cardíaca). Os principais aspectos a serem considerados no procedimento são: 
a) Ausência de dor e de sofrimento para o animal1; 
b) Rápida perda de consciência; 
c) Morte rápida e com segurança. 
d) Ausência ou redução máxima de medo e de ansiedade; 
e) Segurança e irreversibilidade; 
f) Mínimo impacto ambiental; 
g) Redução máxima de risco aos colaboradores durante o procedimento; 
h) Redução máxima de impactos negativos (emocionais e psicológicos) no operador e nos observadores;
i) Por esta razão, é responsabilidade dos proprietários de granja, gestores e profissionais que atuam na produção de suínos dispor de equipes capacitadas e de equipamentos adequados para realizar o procedimento de eutanásia (DALLA COSTA, et al., 2019);
j) Diante de um animal doente ou ferido, a decisão do “destino” a ser dado deverá se enquadrar em uma das seguintes categorias;
k) Tratamento: o tratamento terapêutico ou cirúrgico pode ser viável para algumas condições;
l) Abate: se o animal for considerado apto para o transporte, pode ser deslocado para um abatedouro;
m) Eutanásia: a eutanásia pode ser a melhor opção do ponto de vista do bem-estar quando as opções acima são inviáveis ou se o suíno está sofrendo;[footnoteRef:1] [1: 1_ Elaborado com base na Canadian Pork Council and The National Farm Animal Care Council (2014).
 ] 
n) Em nenhuma hipótese animais com dor e sofrimento, como em casos de fraturas, devem ser arrastados ou forçados a caminhar. Nestes casos, recomenda-se realizar o procedimento no local. Caso não seja possível, deve-se deslocar o animal com carrinhos ou macas de transporte, conforme descritono manual da Embrapa Suínos e Aves (DALLA COSTA et al., 2017).
De acordo com Silva et al. (2016) a eutanásia é indicada quando há uma doença grave ou ocorrem lesões que comprometem a qualidade de vida e causem dor e sofrimento que não podem ser controlados por meio de analgésicos ou de tratamento. 
A seguir, listamos algumas condições para as quais se deve considerar a realização da eutanásia: 
a) Fraturas de pernas, pelve ou coluna vertebral que causam imobilidade ou incapacidade; 
b) Estado clínico que resulta em dor excessiva que não pode ser aliviada com o tratamento (acidentes graves); 
c) Animais que não demonstram nenhum sinal de recuperação ao tratamento após três dias de cuidados intensivos; 
d) Animais gravemente feridos, sem a possibilidade de se recuperar e incapazes de suportar o peso nas duas pernas; 
e) Animais incapazes de se locomover até os bebedouros e comedouros; 
f) Animais com hérnias grandes que dificultam a locomoção e que podem provocar ulcerações e contaminações; 
g) Prolapso necrosado ou qualquer prolapso uterino nas matrizes;
h) Animais com avaliação de escore corporal (caquético); 
i) Magreza e edemaciação como consequência de doença ou lesão, que podem resultar em um animal fraco para ser transportado ao frigorífico; 
j) Paralisia devido a lesões traumáticas ou doenças que causam a perda da mobilidade; 
k) Doenças com um custo de tratamento incompatível com a atividade; 
l) Doenças sem tratamento eficaz reconhecido, com prognóstico desfavorável e longo período de recuperação; 
m) Animais com suspeita de contaminação por raiva ou outras doenças infectocontagiosas.
Toda granja suinícola deve dispor de um plano de eutanásia desenvolvido por um médico veterinário e revisado periodicamente, que inclua os métodos aceitáveis para cada categoria animal e seus respectivos registros de monitoramento (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA, 2012). 
De acordo com Silva et al. (2016) o plano deve necessariamente conter os procedimentos de eutanásia considerando o bem-estar animal, os aspectos econômicos e a saúde pública. A descrição dos procedimentos de eutanásia deve conter informações de como e quando deve ser aplicada, por quem deve ser aplicada, e quais os métodos que podem ser utilizados. É importante que o pessoal responsável pela granja seja treinado para seguir corretamente o plano. Um plano de eutanásia deve considerar: 
1. Habilidades e conhecimentos necessários para execução do método escolhido para eutanasiar corretamente o suíno; 
2.Método apropriado de eutanásia, dependendo da idade e/ou tamanho do suíno; 
3.Métodos de contenção/imobilização;
 4.Forma de utilização e manutenção do equipamento; 
5.Segurança do operador; 
6.Seleção e identificação das pessoas treinadas; 
7. Critérios para orientar as decisões sobre quando proceder a eutanásia de um animal, incluindo quando parar de tratar um animal e eutanasiá-lo, considerando: 7a. probabilidade de recuperação; 
7b. dor e angústia do animal;
 7c. riscos de doença para outros animais; 
7d. capacidade de se alimentar; 
7e. capacidade de se locomover; 
7f. informações do diagnóstico; 
8.Métodos apropriados de eutanásia com base no peso dos suínos considerando: 
8a. riscos para os outros animais; 
8b. manejo e contenção dos suínos; 
8c. impacto sobre as pessoas que realizam o procedimento; 
9.Correta destinação dos animais mortos, com atenção para os casos de mortalidade de notificação obrigatória, que são supervisionados pelos órgãos oficiais de defesa sanitária (MAPA, 2019).
2.6. Bem estar animal e a nova Instrução Normativa
Para Barcelos (2019). A suinocultura industrial brasileira é representativa em nível mundial, detendo uma produção de qualidade reconhecida e competitiva, a qual a classifica como quarta maior exportadora. Por sua vez, o tema bem estar animal (BEA), que já se encontra bem estabelecido em importantes países produtores de suínos, vem ganhando notoriedade nesta cadeia, com consumidores, investidores e empresas alimentícias pressionando a indústria brasileira para incrementar estas práticas.
Baseada em informações da literatura científica, atos administrativos, materiais técnicos e comunicados produzidos pelo setor privado, esta revisão apresenta o cenário brasileiro do bem-estar dos suínos, incluindo informações sobre a avaliação científica do BEA, como empresas e consumidores percebem o tema, os atos administrativos e demais iniciativas oficiais, a situação da transição do sistema de gestação em celas para o modelo coletivo e algumas das contribuições da pesquisa nacional (MENDONÇA, 2016).
O cenário do bem-estar dos suínos no país é desafiador, mas há uma mobilização e esforços significativos de toda a cadeia, envolvendo iniciativa pública e privada, já com resultados efetivos e práticos, sinalizando que, embora o caminho seja laborioso, o país avança verticalmente nesta questão (DIAS et al, 2018). 
A crescente preocupação com o bem-estar animal se traduz na mais recente Instrução Normativa (nº 113) editada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, sobre boas práticas de manejo nas granjas de suínos de criação comercial (BARCELOS , 2019).
Para MENDONÇA (2016) o documento orienta que os sistemas de criação devem ter condições adequadas de espaço para descanso e alimentação, diminuindo as chances de brigas entre os animais por comida, por exemplo. Ele normatiza também a densidade das granjas e estabelece o prazo de 10 anos para que os produtores se adequem às novas regras. 
Ainda sobre a criação, a Instrução Normativa fala sobre as regras para celas de gestação determinando as condições adequadas que as fazendas as quais ainda utilizam esse sistema devem adotar (TOLEDO, 2019). 
Assinala Mendonça (2016) que a Instrução Normativa nº 113, que entra em vigor em 1 de fevereiro de 2021, estabelece que os produtores devem promover manejos e  contato positivo com os animais, evitando situações desnecessárias de estresse e medo. O texto dita também as normas para procedimentos dolorosos, nutrição, eutanásia e enriquecimento ambiental que deve ser fornecido aos animais. 
Mesmo em transportes terrestres de curta e média duração, animais são submetidos a situações estressantes, que afetam seu sistema fisiológico e a qualidade do produto final, seja pelas características físico--químicas e organolépticas, ou pelas perdas diretamente relacionadas a mortalidades durante o transporte, assim como contusões, fraturas e demais tipos de injúrias (MOREIRA et al., 2014; MENDONÇA et al., 2016).
De acordo com a nova legislação, a Instrução Normativa 46/2018, os pontos de egresso devem dispor de mão de obra treinada em protocolos de bem-estar animal, sendo consideradas as recomendações descritas no Código Sanitário para os Animais Terrestre, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), assim como o médico-veterinário privado responsável técnico do EPE deverá obedecer às exigências e procedimentos que serão estabelecidos em norma específica do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária (BRASIL, 2018).
Para Riobueno (2017) Apesar de a exportação de animais vivos ser uma alternativa para os produtores de gado, o Brasil apresenta o mais promissor mercado de carnes do mundo, e, ao exportar animais vivos, vende-se a matéria-prima em vez do produto beneficiado e já com valor agregado.
De acordo com a Cartilha do SEBRAE (2016) A suinocultura é uma atividade pecuária consolidada e em franca expansão no Brasil. As margens de lucro vêm se reduzindo a cada ano e, para a sustentabilidade da cadeia, é necessário adotar uma postura profissional, baseada na gestão de forma empresarial do negócio. Ao mesmo tempo, é necessário adotar boas práticas de produção (BPP) e considerar também os aspectos do bem-estar animal (BEA), uma vez que a suinocultura nacional está inserida num cenário global que demanda este tipo de posicionamento.
No restante do mundo, o bem-estar animal já vem sendo discutido exigido e contemplado há mais tempo. A Comunidade Europeia dispõe de legislação ampla e detalhadasobre o tema. No Brasil, as questões ligadas ao BEA estão cada vez mais em evidência, mostrando um caminho sem volta.
Pensando em cada etapa do processo produtivo, cujos profissionais envolvidos têm diferentes atribuições, a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Sebrae Nacional, a Embrapa, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), desenvolveu uma série de cartilhas para gerar informações práticas e aplicáveis, que possibilitem estabelecer os procedimentos metodológicos das principais rotinas nos diferentes setores da granja, no carregamento, transporte, descarga e abate no frigorífico, por meio das boas práticas de produção e dentro dos conceitos de bem-estar animal (BEA).
2.7 Plano nutricional e manejo de mudança de rações
Os animais jamais devem ficar sem ração por mais tempo do que o estabelecido entre os arraçoamentos. O projeto do comedouro deve garantir a possibilidade de alimentação sem causar estresse ou lesões. Onde o arraçoamento é à vontade, sempre verificar se não está faltando ração e os sistemas automáticos devem ter seu funcionamento monitorado (SEBRAE, 2016) 
Na fábrica de rações deve-se seguir os conceitos de boas práticas de fabricação (BPF), segundo a Instrução Normativa nº 4, de 23 de fevereiro de 2007 do Mapa. Essas práticas, além de correto planejamento das rotinas da fábrica (gestão), vão garantir um adequado fornecimento, assim como uma ração balanceada, segundo as definições de um nutricionista e apropriada aos animais em cada uma das fases da granja (SEBRAE, 2016).
Assinala Dias (2014) que a nutrição dos animais é uma das premissas da eficiência do sistema de produção. Isso porque é por meio de uma alimentação direcionada para as fases produtivas que se obtém o máximo desempenho dos suínos e, com isso, o retorno econômico. É imprescindível atentar às formulações das dietas, visto que os maiores custos de produção são voltados para esse quesito.
Contudo, conforme CNA; SENAR, (2011) é preciso ter cuidado com as formulações tabeladas, que levam em consideração valores médios de composição de ingredientes, pois tais fórmulas não são adequadas às particularidades de cada propriedade. Assim, a falta ou o excesso de nutrientes podem mais prejudicar que promover o retorno econômico.
Sendo assim, a melhor estratégia é adotar a nutrição de precisão, que preconiza o fornecimento diário da quantidade exata e da composição nutricional específica de ração para os suínos de determinada população (ABCS, 2014) 
De acordo com a ABCS (2014), para que se desenvolva e se aplique a nutrição de precisão, é necessário:
• conhecer o valor nutricional dos ingredientes;
• entender a exigência nutricional dos suínos em cada fase de vida;
• formular dietas balanceadas que evitem o excesso ou falta de nutrientes;
• ajustar gradual e adequadamente o fornecimento de nutrientes conforme a demanda de cada animal e das diferentes fases e condições do sistema de produção. (DIAS, 2014).
A saída ou embarque de suínos para o abate é considerado o estágio crítico do processo de pré-abate, em função da forte interação homem-animal e das bruscas mudanças de ambiente, as quais os animais são submetidos. Podem ocorrer dificuldades na retirada dos animais pelos envolvidos porque, nem sempre, as baias apresentam condições adequadas, como a posição dos comedouros e do portão de saída. Além disso, o peso dos animais e a falta do uso dos equipamentos apropriados, como tábua de manejo, são fatores que dificultam este trabalho. Outros pontos importantes são as rampas dos embarcadouros que, normalmente, não têm a inclinação recomendada, além de pouca iluminação e/ou problemas de estrutura física. (DIAS, 2014)
Assim, quando os animais são conduzidos de maneira inadequada durante o pré-abate, o bem-estar dos suínos e dos tratadores fica comprometido, e a qualidade da carne é afetada, gerando prejuízos aos produtores, transportadores e frigoríficos.(BRASIL, 2014). 
3.8. Período correto de carências se medicadas
Em relação à sanidade animal proceder às vacinações e às orientações veterinárias para combater parasitas e, principalmente, patógenos que causem doenças respiratórias, as quais os suínos estão muito suscetíveis (BRASIL, 2014). 
A presença de doenças é um dos fatores que reduzem o crescimento dos suínos, aumentando a variação no ganho de peso e, consequentemente, o risco dos animais per- tencerem à categoria de baixo peso à saída de terminação.
Como principais manejos de impacto sa-nitário podemos destacar:
a) limpeza/desinfecção/vazio sanitário entre lotes – essas atividades são essenciais para quebrar o ciclo de agentes e iniciar os lotes com uma baixa pressão de infecção.
b) Programas eficientes de vacinação e medicação – devem ser baseados na re comendação do médico veterinário e nas enfermidades que acontecem em cada sistema de produção e na distribuição das doenças durante o ciclo de produção. Na fase de terminação, é importante uma preocupação constante com os resíduos de medicamento nas carcaças. Também pode ser utilizada a pulverização/nebulização de desinfetantes nas instalações de forma a diminuir a poeira e materiais em suspensão, além dos agentes causadores de doenças no ar, podendo ser realizada 3-4 vezes/semana com o auxilio de nebulizadores e/ou atomizadores.
c) fornecimento de um manejo adequado de ambiente (temperatura, higiene, fornecimento de água e ração), descritos anteriormente, auxiliam na redução do estresse e na manutenção da saúde. Alguns exemplos de condições adversas de instalações, equipamentos e ambiência que podem comprometer o desempenho dos suínos na terminação e no aparecimento de doença
3.9. Jejum pré abate
O jejum pré-abate é uma medida fundamental no ciclo de produção dos suínos, ele tem início na granja e termina no frigorífico. Quando se inicia o jejum, o fornecimento de alimentos sólidos é suspenso, mas a água deve ser fornecida à vontade (Dalla Costa et al., 2017).
O jejum durante o manejo pré abate é caracterizado suspensão do alimento (ração) e fornecimento apenas de água. 
Segundo Barcelos (2019), um jejum mínimo de 12 horas antes do carregamento restringe o risco de mortalidade durante o transporte. Nesta situação, o jejum representa um estresse necessário ao bem estar geral do suíno. 
Um jejum muito prolongado, maior que 24 horas, proporciona uma perda na carcaça de aproximadamente 100g/hora. Jejum dos suínos antes de embarque é fundamental, pois (PELOSO 2012): 
a) contribui para o bem-estar dos animais no embarque, transporte e desembarque; 
b) contribui para a redução a taxa de mortalidade nesta etapa da produção; 
c) ocorre a redução do número de animais que vomitam durante o transporte; d) ocorre um aumento de a segurança alimentar, pois previne a liberação e a disseminação de bactérias (principalmente Salmonela) através das fezes, com o derramamento do conteúdo intestinal durante o processo de evisceração; 
e) maior velocidade e facilidade no processo de evisceração dos animais; 
f) redução do volume de dejetos que chega ao frigorífico; 
g) padroniza o peso vivo e consequentemente o rendimento de carcaça, quando o produtor é remunerado por um sistema de pagamento por mérito de carcaça f) contribui na uniformização da qualidade da carne das carcaças, principalmente através da manipulação da concentração do glicogênio muscular no momento do abate.
O jejum pré-abate é uma medida fundamental no ciclo de produção dos suínos, ele tem início na granja e termina no frigorífico. Quando se inicia o jejum, o fornecimento de alimentos sólidos é suspenso, mas a água deve ser fornecida à vontade (DALLA COSTA et al., 2017).
Segundo Dalla Costa et al. (2019), a prática do jejum tem grande relevância para os produtores e abatedouros pois influencia no bem-estar dos animais durante o transporte, reduzindo a taxa de mortalidade dos suínos, diminui a quantidade de animais que vomitam ao serem transportados, tem uma maior segurançaalimentar pois previne a liberação e proliferação de bactérias pelas fezes, possibilita maior facilidade no processo de evisceração e melhor padronização e rendimento de carcaças, além de reduzir a quantidade de dejetos. O tempo recomendado para o jejum dos animais é de 10 a 24 horas; porém existe variação de acordo com o país e com o perfil genético dos suínos (Dalla Costa et al., 2019). 
Suínos que passam por um jejum de 24 horas ou mais, podem sofrer perdas qualitativas e quantitativas da carne, podendo perder até 5% de seu peso corporal, a uma taxa de 0,2% por hora, valor que pode variar quanto mais pesado forem os animais. Por exemplo, indivíduos com 71 kg de peso submetidos a jejum de 48 horas podem perder até 5 kg do peso (0,11 kg/hora) (DALLA COSTA et al., 2018). 
Ferreira (2020) notou que o jejum de 12 horas antes do abate levou a uma economia de 1,5 kg de ração e não ocorreram perdas na qualidade de carcaça, o que foi benéfico para os criadores. Entretanto, jejum de até 20 horas ocasionou maior perda de peso nas carcaças, na média de 1 kg. Com o tempo excessivo de jejum dos suínos, desde a granja até o momento de abate, os cortes podem apresentar carne DFD (escura, dura e seca), este defeito na qualidade da carne acomete animais submetidos a estresse de longa duração (crônico). E pode ter o aparecimento da carne PSE (pálida, mole e exsudativa) que normalmente está associada ao estresse intenso (agudo), ocasionado pelo manejo inadequada, do início até o momento próximo do abate. Isto causa sérios prejuízos econômicos, pois a carcaça pode ser condenada, por não estar apta para o consumo in natura (RICCI & DALLA COSTA, 2015). 
Bispo et al. (2016) observaram maior incidência de carnes PSE, no verão, quando o período de jejum na granja foi maior que 12 horas e densidade no caminhão menor que 0,40m2 /100 kg, com a duração do transporte maior que duas horas. Porém, no inverno, houve maior incidência de carnes DFD, com densidade no caminhão superior a 0,40m2 /100 kg, duração de transporte maior que duas horas e período de descanso maior que nove horas. 
De acordo com Murray (2015) retirar a ração 20 horas antes do abate, irá reduzir o peso do trato gastrointestinal em um a dois quilos a mais do que se retirar com cinco horas. O que pode significar 10.000 kg de dejetos de um abatedouro que processa cerca de 8.000 suínos por dia.
Segundo Dalla Costa et al. (2018), essa suspensão do fornecimento do alimento pode levar os suínos a ingerir restos de rações que ficam no chão, por isso recomenda-se a limpeza das baias para evitar uma maior contaminação das carcaças, também deve ser feita a retirada das sobras dos comedouros. Essa situação gera estresse nos suínos e com isso aumenta a quantidade de brigas, sendo assim, para evitar contusões e lesões que prejudiquem a qualidade final da carne, podem ser oferecidos objetos que distraiam a atenção dos animais, como cordas, correntes e garrafas penduradas. Alguns fatores importantes devem ser observados e corrigidos na granja para promover uma melhor condução dos animais até o embarcadouro, como: a falta de portas nas unidades de terminação; iluminação inadequada nos galpões e corredores; falta de laterais que permitam aos animais olharem para fora; mudanças no ângulo que façam os animais perderem o contato visual ou corporal; piso demasiadamente liso ou feito de vários materiais (Dalla Costa et al., 2006). 
A retirada dos suínos da baia deve ser realizada de modo tranquilo e eficiente, pois é uma mudança brusca de ambiente para os animais. O mais recomendado é retirar primeiro os suínos das baias mais próximas do local do embarque, evitando o estresse dos outros animais que perceberão uma movimentação diferente no local. Devido ao suíno ser um animal curioso, recomenda-se conduzir de dois a três animais por vez com o objetivo de reduzir as paradas durante a passagem no corredor, evitando estresse (DALLA COSTA et al., 2010).
Bispo et al, (2016) avaliando o efeito do tamanho do grupo constataram que grupos pequenos de quatro a cinco animais levados à rampa de embarque são mais fáceis de manejar, o que resultou em diminuição dos batimentos cardíacos, se comparado a grandes grupos, de oito a dez animais. Todavia, provoca um aumento no tempo necessário para concluir o embarque de todos os suínos. 
Ricci e Dalla Costa (2015) afirma que o momento de interação homem-animal é o estágio mais crítico antes do embarque, pois ao mudar de ambiente são induzidos a uma atividade física moderada nos corredores e rampas o que pode deixar os animais nervosos, dificultando o manejo. Os animais não devem sofrer agressões, mas este processo deve ser feito da forma mais ágil possível.
 Existe um método que possibilita encorajar os animais a mover-se para frente, que é empurrando o grupo por trás com painéis. Esta técnica reduz o tempo para chegarem até o caminhão, não ocorrendo estresse. É proibido o uso de varas e objetos contundentes para a condução dos animais, pois prejudica o bem-estar animal, é doloroso, o animal pode sentir pânico e causam hematomas, prejudicando a carcaça. 
No experimento de Correa et al. (2010), os suínos que foram conduzidos com choque elétrico apresentaram maior quantidade de lesões de pele e maior número de animais cansados, com concentrações elevadas de lactato no plasma e presença de hemorragia nos músculos. Objetos como chocalhos, podem ser utilizados para auxiliar na locomoção dos suínos, que por fazerem barulhos, estimulam os animais a continuarem se movimentando. O contato leve com as mãos na região do flanco do animal também pode ser utilizado, pois estimula o movimento pelo contato físico (Dalla Costa et al., 2018).
 Os tratadores devem ser responsáveis, pacientes e não utilizar da força para estimular os animais a caminharem. Algumas falhas de manejo causadas pelo funcionário podem ser resultado do trabalho sob pressão ou por falta de conhecimento e experiência prática, por isso é indicado fazer um treinamento de funcionários para se tornarem aptos, visando diminuir a dor e estresse desnecessário aos animais, além de diminuir prejuízos por lesões. É indicado antes da saída da granja emitir um relatório com visto do produtor com a quantidade de animais já lesionados antes do embarque para se ter um controle das atitudes dos tratadores, incluindo também o transportador (MIRANDA-DE LA LAMA et al., 2010). 
As rampas de embarque devem ter inclinação suave e não superar um ângulo de 20°, pois os suínos apresentam dificuldades em angulações maiores, ocorrendo maior incidência de hemorragias no pernil dos suínos (DALLANOVA E MACHADO 2014). 
As rampas devem permitir uma subida fácil para os suínos, por isso é essencial que tenha aproximadamente 1 metro de largura e que as paredes laterais tenham por volta de 0,80 metros, impedindo quedas e que os animais visualizem e se distraiam com o ambiente externo (RICCI & DALLA COSTA, 2015). 
A granja deve dispor de embarcadouro que permita a passagem de dois animais ao mesmo tempo, possibilitando maior facilidade no manejo, com constante contato visual. É necessário verificar se no embarcadouro há presença de materiais que possam causar lesões, como pregos, buracos, pontas salientes, dentre outras e observar se há objetos estranhos por perto que farão os suínos recuarem. O piso preferencialmente deve ser antiderrapante, porém pode ser feito o uso de uma boa quantidade de serragem ou maravalha, que formará uma camada grossa sobre a rampa e com isso a umidade proveniente da urina e das fezes vai ser reduzida, evitando dessa forma escorregões e quedas durante o embarque. Este material de cobertura pode ser reposto sempre que for necessário, fazendo o manejo com calma, evitando o sofrimento para os animais (DALLA COSTA et al., 2017). 
Bispo et al. (2016) recomenda que após o embarque ter sido finalizado, os animais sejam molhados com o auxílio de aspersores de água localizados na carroceria do caminhão. 
suínos foram submetidos a atividade física nos corredores do galpão de terminação, este procedimento ajudaráa reduzir a temperatura corporal e o estresse por estar em um novo ambiente. O período ideal é de 30 minutos contínuos de aspersão após o embarque, para que os animais fiquem menos agitados. É dever do motorista do caminhão verificar se os aspersores estão em perfeitas condições bem como qualquer outro tipo de problema antes do embarque, que possa causar algum tipo de dano aos animais (MIRANDA-DE LA LAMA et al., 2014). 
Cuidados no transporte de suínos para o abate Segundo Garcia & McGlone (2015) o transporte adequado dos animais é de suma importância, pois a falta de bem-estar nessa etapa pode causar grandes prejuízos para a indústria de carne suína. As perdas no transporte envolvem muitos fatores, desde atitude dos funcionários, comportamento animal, instalações de abate, fatores ambientais, até fatores como a genética, estado de saúde, peso corporal, musculosidade da carcaça, dentre outros. 
É relevante que as operações para o transporte dos animais sejam bem programadas, considerando o bem-estar animal, as boas práticas de manejo e o conforto térmico, visto que descuidos neste processo ocasionam ansiedade, medo, aumento dos batimentos cardíacos, dentre outros sintomas (MACHADO et al., 2014). 
Animais criados em sistemas de produção onde existem práticas inadequadas de manejo apresentam maiores quantidades de lesões nas carcaças, como lacerações, eritemas e hematomas, causando depreciações nas mesmas (Esteves et al., 2014). No momento do transporte acontecem situações que causam aumento do estresse dos suínos, pois os animais são expostos à atividade física para o embarque e desembarque ocorre barulhos, vibrações, mudanças repentinas de velocidade do caminhão e variações na temperatura ambiental. Todos estes fatores contribuem para a pior qualidade da carne e menor rendimento de carcaça (LUDTKE et al., 2012). 
Caso for embarcar um maior número de animais, onde seja necessário dois ou mais caminhões, é fundamental que a propriedade tenha um planejamento do tempo médio de embarque e horário de chegada dos veículos, com a finalidade de evitar que o local de manobra fique interditado e que os motoristas tenham que permanecer esperando por mais tempo. O tempo médio de embarque dos animais para um veículo que comporta 100 suínos deve ser entre 25 e 30 minutos. Tanto a falta de espaço, quanto o excesso, ocasionam aumento no número de fraturas, lesões de pele e mortes no transporte, por isso deve-se estar sempre atento à densidade utilizada nos caminhões. 
A Legislação da União Europeia (95/29/EC) especifica a densidade de 0,425 m² por suíno de 100 kg de peso vivo, ou 235 kg/m² que deve ser calculada segundo o tipo de caminhão e tamanho do lote que ocupará cada compartimento da carroceria. (Dalla Costa et al., 2017). Costa et al. (2012) observaram que na densidade de 0,35 m2 /100 kg, os suínos apresentaram irritação e tentavam empurrar uns aos outros com a cabeça e, ao final do trajeto de 45 minutos somente 20% dos animais encontravam-se deitados e 40% sentados. Já com densidade de 0,39 m2 /100 kg, os animais tiveram atitude de explorar, normalmente nos primeiros 30 minutos iniciais da viagem. Ao final do trajeto que durou quase uma hora, 57% dos animais estavam deitados e 29% sentados, apresentando uma melhor adaptação. Com densidades de 0,42 e 0,50 m2 /100 kg, os animais mudavam de posição a todo o momento e, nesta última, mostravam maior dificuldade de permanecer em equilíbrio durante o deslocamento, sendo que os níveis de creatinaquinas e, enzima liberada sempre que o animal passa por grande estresse físico, foram inferiores aos das densidades de 0,35 e 0,39 m2 /100 kg. 
Segundo Dalla Costa et al. (2017) alta densidade populacional de suínos durante o transporte faz com que os animais se sintam incomodados por não conseguirem deitar todos ao mesmo tempo, o que resulta em um suíno sentando sobre o outro, causando dificuldade na respiração dos mesmos (dispneia). Densidades altas também causam agitações e pânico quando a temperatura é maior que 15 °C, porém quando a temperatura do ar é menor que 5°C os animais permanecem tranquilos durante o trajeto, pois pelo contato físico evitam a perda de calor. Em contrapartida, densidades baixas possibilitam maior conforto, mas também não são recomendadas, pois permitem a movimentação dos suínos devido ao maior espaço e isto faz com que eles se machuquem batendo nas paredes dos veículos ou se chocando uns com os outros. Além dos danos observados nos animais, o custo de transporte aumenta, tornando-se inviável em termos produtivos 
Dallanora e Machado (2014) e Bispo et al, (2016) observaram um aumento na incidência de lesões de pele e agressões quando foram utilizados espaços maiores que 0,35m² por suínos de 100 kg. Os caminhões utilizados para realizar o transporte dos suínos, podem ser do tipo gaiola, com piso móvel ou fixo e, também, podem ser simples, dupla ou tripla. A gaiola e o piso, normalmente, são de metal ou de madeira, sendo internamente dividida em compartimentos, onde os suínos serão dispostos em grupos (Santos et al., 2013). 
O modelo do veículo de transporte pode prejudicar o bem-estar dos suínos. Países como a Inglaterra têm substituído veículos com carrocerias normais por veículos com carrocerias de piso móvel, o que facilita o embarque e desembarque dos animais e diminui intervenções agressivas no manejo (Ludtke et al., 2012). 
Schwartzkopf-Genswein et al. (2012) afirmam que a disposição dos suínos no veículo de transporte, no piso e nos andares, reflete na produção e na qualidade final da carne, gerando assim impactos que levam às perdas. É fundamental observar o tipo de veículo, de piso, a distribuição dos suínos na carroceria e as condições de ventilação no período do transporte para verificar se esta etapa será eficiente e com reduzidos impactos nos animais. São recomendados veículos com carrocerias compartimentadas, pois oferecem maior conforto para os animais, o caminhão deve ter no máximo dois pisos e possuir carroceria metálica. É importante observar que cada tipo de veículo afetará de uma maneira diferente no bem-estar do animal. 
Kephart et al. (2010) fizeram observações durante o transporte até o frigorífico em 41.744 suínos destinados ao abate, em diferentes tipos de caminhões, e relataram que a quantidade de animais com dificuldade respiratória foi maior em veículos mais compartimentados, pois os suínos precisavam caminhar por diversas rampas dentro do veículo com inclinação de 20°, e com isso ficavam ofegantes após o transporte em comparação aos outros tipos de veículos com plataformas hidráulicas. 
Dalla Costa et al. (2017) também recomendam caminhões de dois andares, considerando-os como veículos ideias para o transporte de suínos, sendo que devem possuir pisos revestidos com borracha leve. Segundo Dalla Costa et al. (2006), os animais que foram conduzidos em carroceria simples apresentaram valores significativamente maiores de lesões de pele no desembarque e após 24 horas de abate, quando comparado com os suínos conduzidos em carroceria dupla. 
Dalla Costa et al. (2010) afirmam que a maioria dos animais que são transportados no piso inferior do veículo sofre mais escoriações nas paletas, nas regiões do tórax e do abdômen, pois estão mais perto do asfalto ou do solo comum e recebem mais vibrações e solavancos, tornando mais difícil para os suínos se manterem em pé, durante o transporte. Os modelos de veículos com três pisos não são os mais recomendados por possuírem rampas internas entre os andares, que dificulta o manejo no desembarque dos animais além de possuírem menor espaço entre os pisos, o que reduz a ventilação e o acesso dos funcionários que auxiliam na condução dos animais. Já os veículos com piso móvel, não possuem os problemas com relação às maiores angulações das rampas, tanto internas do caminhão, quanto do embarcadouro nas granjas e do desembarcadouro nos frigoríficos, facilitando o manejo dos suínos, sendo possível que os tratadores acomodem os animais nos compartimentos do veículo com o auxílio de painéis (ABCS,

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