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Guia Didático - Processos e Auditoria Financeira

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Processos e AuditoriA FinAnceirA
www.unipar.br
UNIVERSIDADE PARANAENSE 
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EDUCAçãO A DISTâNCIA
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Processos Gerenciais e Administração)
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Coordenadora dos Cursos Superiores de Tecnologia e Bacharelado do 
Eixo Tecnológico de Gestão e Negócios (Gestão Financeira, 
Gestão Pública, Recursos Humanos e Ciências Contábeis)
Isabel Cristina Gozer
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR 
J37p Jardim, José Renato de Paula Souza. 
Processos de auditoria financeira / José Renato de Paula 
Souza Jardim. – Umuarama : Unipar, 2015.
141 f. 
ISBN: 978-85-8498-074-1
1. Auditoria financeira. 2. Ensino a distância - EAD. I. 
Universidade Paranaense. II. Título.
(21 ed.) CDD: 657.45
Assessoria pedagógica 
Daniele Silva Marques e Marcia Dias 
Diagramação e Capa 
Diego Ricardo Pinaffo, Fernando Truculo Evangelista e Renata Sguissardi
* Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados.
Sumário
Unidade i - FUndaMenTOS de aUdiTORia ...........................15
Premissas da auditoria .........................................................................................14
Auditoria interna e externa ................................................................................24
CRC – Conselho Regional de Contabilidade 
e CFC Conselho Federal de Contabilidade ....................................................41
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis ..........................................42
Questão prova CNAI ...............................................................................................48
Unidade ii - PLaneJaMenTO, PaPÉiS de TRaBaLHO e 
ReLaTÓRiOS de adMiniSTRaÇÃO ................................................55
Planejamento da auditoria ..................................................................................56
Programa de auditoria ..........................................................................................59
Papéis de trabalho da auditoria independente ..........................................64
Parecer da auditoria independente ................................................................72
ProceSSoS e AuditoriA FinAnceirA
Unidade iii – COnTaS dO aTiVO, PaSSiVO e PaTRiMÔniO 
LÍQUidO PaRa aUdiTORia ................................................................97
demonstrações contábeis para auditoria .....................................................98
Contas do ativo – Balanço Patrimonial (BP). ..............................................99
Contas do passivo e patrimônio líquido – Balanço Patrimonial (BP) ......116
Unidade Vi - ReCeiTaS, deSPeSaS e CUSTO (COnTaS 
ReSULTadO) .............................................................................................127
demonstração do Resultado (dRe) ...............................................................128
Referências ................................................................................................................141
Apresentação
Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de um 
novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e Comunicação dis-
poníveis que favorecem a construção do conhecimento, a revolução educacional está 
entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a sua missão como 
instituição formadora, com competência e comprometimento, optando por uma gestão 
mais aberta e flexível, democratizando o conhecimento científico e tecnológico, atra-
vés da Educação a Distância.
Sendo assim, a Universidade Paranaense - UNIPAR - atenta a este novo cenário e 
buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, res-
ponsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais demo-
crática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível 
estimulando o processo de autoaprendizagem.
Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da 
Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como 
objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa 
construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a importância dele em sua 
formação profissional.
Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR.
Carlos Eduardo Garcia 
Reitor
Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a),
Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a dis-
tância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e atividades 
presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são planejados e or-
ganizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos objetivos pedagógicos 
estabelecidos em seus respectivos projetos.
As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento das 
atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práti-
cas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos didáticos orga-
nizados em diferentes suportes de informação e comunicação.
As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades de 
comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as 
dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre as-
suntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das atividades propostas no 
material didático, conforme calendário estabelecido, enfim, acompanhá-lo e orientá-lo 
no que for necessário.
As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se obriga-
toriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, conforme dispuser 
o plano de ensino da disciplina.
Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma 
equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integradosque se preocupa 
com a construção do seu conhecimento, independente da distância geográfica que 
você se encontra.
O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade, 
e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado seja 
construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos comportamentos, no-
vas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você.
A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem 
– AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de tuto-
ria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que você 
se aproprie do conhecimento.
Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos 
e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe dos fóruns de 
discussão, considerando que estas atividades são fundamentais para o sucesso da 
sua aprendizagem.
Bons estudos! e-@braços.
Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato 
Coordenadora Geral da EAD
Introdução
Caro(a) acadêmico(a) e aspirante a auditor, no exato momento que escrevo o livro, 
passamos por um momento colapso financeiro no Brasil. Trata-se de uma crise de con-
fiança, que ganhou as mídias do mundo todo, pois estamos falando de uma das nos-
sas maiores empresas, a Petrobras. Gestores públicos e altos executivos das grandes 
empreiteiras estão envolvidos nesta fraude que abalaram a confiança na gestão exe-
cutiva do país. Abaixo, segue matéria divulgada pelo site de notícias Estado de Minas:
O balanço da Petrobras foi aprovado pelos auditores independentes da PwC sem res-
salvas, na noite de 22 de abril de 2015. O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, 
e sete diretores da estatal se reuniram para anunciar o documento, que será arqui-
vado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Petrobras registrou prejuízo de R$ 
21,58 bilhões no ano de 2014, e em 2013, a companhia havia reportado lucro de R$ 
3,08 bilhões. O balanço da estatal apresentou ainda perdas de R$ 6,194 bilhões com 
corrupção, em contratos da estatal com empreiteiras investigadas na Operação Lava-
Jato, entre 2004 e abril de 2012. 
Dos R$ 6,2 bilhões em perdas com corrupção, 55% ocorreu na área de abastecimento, 
comandada por Paulo Roberto Costa, com baixa de R$ 3,326 bilhões. Gás e Energia 
respondeu por R$ 637 milhões das perdas. As áreas de Distribuição e Internacional ti-
veram baixas de R$ 23 milhões cada uma, ao passo que o Corporativo da companhia 
teve perda de R$ 99 milhões.
O presidente da Petrobras declarou que a divulgação do balanço determina a retomada 
do crescimento da estatal. "A partir daqui a Petrobras volta a garantir normalidade dos 
seus funcionamentos com investidores, acionistas e credores no Brasil e no exte-
rior”, disse. Ainda segundo ele, a empresa petrolífera não vai “entrar em marcha-ré” e 
creditou ao quadro de funcionários a retomada do crescimento da empresa. 
Fonte: <http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/04/22/internas_econo-
mia,640153/petrobras-perde-mais-de-r-6-bilhoes-com-corrupcao.shtml>. Acesso 
em: 21 jul. 2015.
A notícia deixa clara a vulnerabilidade dos processos internos da Petrobras, os pro-
cessos de fraude com conivência por parte dos altos executivos e uma auditoria com 
várias falhas no processo de confiança de informações, que deixa claro que mesmo 
as grandes consultorias de auditoria não conseguem analisar 100% das informações 
com fidedignidade, objetivo central da auditoria.
Neste livro, trataremos destes assuntos, conforme seguem as unidades:
Na unidade I trataremos do termo auditoria, entenderemos a importância destes pro-
cedimentos para as empresas, a diferença entre auditoria interna e externa.
Já na unidade II falaremos dos papéis de trabalho do auditor, nos procedimentos que 
devem ser realizados.
Nas unidades III e IV trataremos das demonstrações contábeis, do balanço patri-
monial e da demonstração do resultado do exercício (DRE) e dos procedimentos 
nestas demonstrações.
Espero ajudar no caminho de aprendizagem para quem desejar se tornar um auditor 
de empresas, seja interno ou externo.
Abraço,
Professor José Renato
Unidade i - FUndaMenTOS de 
aUdiTORia 
ObjetivOs a serem alcançadOs nesta unidade
Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos dessa unidade, você deverá ser 
capaz de:
• Conhecer a história da auditoria.
• Aprender as principais normas sobre Auditoria.
• Diferenciar e conceituar a Auditoria Interna e a Auditoria Externa (independente).
• Diferenciar os conceitos de Erros e Fraudes. 
14 Processos e AuditoriA FinAnceirA
Premissas da auditOria
Caro(a) acadêmico(a), vamos pensar que a auditoria está intimamente ligada com 
a Contabilidade. A contabilidade tem por objetivo gerar informações aos seus di-
versos usuários, por meio da emissão de relatórios contábeis e administrativos, 
todos focados a auxiliarem a gestão administrativa e contábil para possíveis toma-
das de decisões comerciais. 
No desenvolver da execução da contabilidade, ela tem por finalidade a utilização de vá-
rias técnicas, como: Escrituração, Elaboração das Demonstrações Contábeis, Análise das 
Demonstrações e da Auditoria. E mediante à Contabilidade, a auditoria poderá analisar, 
confrontar e confirmar as informações geradas por meio dos relatórios da organização. 
A origem da auditoria é conturbada, vários autores contam de forma diferente. Alguns 
indicam que imperadores romanos solicitavam a alguns funcionários nomeados de 
confiança que verificassem as ações financeiras de seus administradores provinciais 
e que esses resultados fossem demonstrados por meio de prestação de contas (PE-
REZ, 2012). Esta verificação é uma prática de auditoria.
Já Attie (2011, p.7) relata que “a atividade de Auditoria é originada da Inglaterra que 
[...] teria iniciado a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por 
consequência, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais”. 
Concordo que toda vez que há um processo de evolução no processo de produção, 
comércio e serviços, a contabilidade precisa se adaptar a fim de gerar informações 
mais precisas para os gestores da empresa.
É o que sustenta Almeida (2010, p.1) que defende: “a auditoria externa ou auditoria 
independente surgiu como parte da evolução do sistema capitalista. No início, as em-
presas eram fechadas e pertenciam a grupos familiares”, as quais passaram a ser de 
capital aberto com a evolução do mercado de capitais. 
15Processos e AuditoriA FinAnceirA
Segundo Almeida (2010) outro fator importante foi o desenvolvimento do sistema ca-
pitalista e a busca de investimentos no mercado de capitais em ações, os futuros 
investidores e proprietários das empresas viram-se necessitados de informações con-
tábeis que, aos investidores, garantisse a escolha em qual organização aplicar os 
seus investimentos e, para as organizações, de como elaborar e apresentar todas as 
suas demonstrações contábeis de forma mais segura possível, cumprindo as legisla-
ções fiscais e trabalhistas, e necessitando da validação delas, por meio da opinião de 
um terceiro profissional, totalmente independente das organizações, dando origem ao 
auditor independente ou externo. 
Entenda que a figura do auditor é algo que transmite confiança para as pessoas envol-
vidas na gestão de uma empresa, para os proprietários e para os investidores. Neste 
sentido, Attie (2011, p.7) explica que: 
A veracidade das informações, o correto cumprimento das metas, a aplicação do capital 
investido de forma lícita e o retorno do investimento foram algumas das preocupações 
que exigiram a opinião de alguém não ligado aos negócios e que confirmasse, de forma 
independente, a qualidade e precisão das informações prestadas, dando, dessa forma, 
o ensejo ao aparecimento do auditor. 
Com as empresas buscando novas formas de captação de recursos financeiros, bus-
candono mercado financeiro, emitindo títulos de dívidas, que conhecemos como ação, 
os investidores pressionavam por informações mais transparentes. Então, temos uma 
evolução da contabilidade.
É o que diz Attie (2011, p.08): 
As principais influências que determinaram o desenvolvimento de auditoria no Brasil 
foram: · filiais e subsidiária de firmas estrangeiras; · financiamentos das empresas bra-
sileiras através de entidades internacionais; · crescimento das empresas brasileiras 
e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; · 
evolução do mercado de capitais; · criação das normas de auditoria promulgadas pelo 
16 Processos e AuditoriA FinAnceirA
Banco Central do Brasil em 1972; e · criação da Comissão de Valores Mobiliários e da 
Lei das Sociedades por Ações em 1976. Devido a todos esses fatores, a auditoria, no 
Brasil, passou a ser de suma importância e obrigatória para as empresas de capital 
aberto e outras que estudaremos em sequência, dando a cada dia mais destaque ao 
cargo de auditor externo. O auditor externo é um profissional que possui competência 
profissional, devidamente legalizado inicialmente no órgão regulamentador da classe 
Conselho Regional de Contabilidade e em outros órgãos. 
A origem da palavra auditor, segundo Attie (2011, p.07), “[...] provém da palavra 
inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar). Segundo se tem notícias, a 
atividade de auditoria é originária da Inglaterra que, como dominadora dos mares 
e do comércio em épocas passadas”.
Também encontramos na literatura o conceito de auditor, tanto na classificação de 
auditor externo como interno, como “aquele que ouve”, ouvinte, que pode ser de-
finida em sua execução como o levantamento de documentos, o exame documen-
tal, análise de documentos, livros e registros das movimentações e transações 
financeiras da empresa e, no caso do auditor externo, para emissão de opinião 
sobre as informações contábeis auditadas.
A auditoria, então mostra sua importância, valendo-se de normas e padrões de natu-
reza técnica e ética, mas esta não deve substituir a função da administração da em-
presa e nem da figura do contador, nem deve se pensar que uma administração forte 
não precisa da figura do auditor. 
17PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
saiba mais
Caro(a) aspirante a auditor, leia o artigo do professor Crepaldi no link a seguir:
<http://www.classecontabil.com.br/artigos/origem-evolucao-e-desenvolvimento-da
-auditoria>.
O professor Crepaldi (2012) demonstra a história e a evolução da Auditoria no Brasil 
e mundo afora. 
História da auditoria
Caro(a) aluno(a), vamos conhecer a história da auditoria. Podemos, de acordo com 
Marra e Franco (2001), entender que a Auditoria moderna surgiu na Inglaterra com a 
criação do cargo de auditor do Tesouro da Inglaterra, que controlava as contas públi-
cas. A Inglaterra foi o primeiro país a cobrar imposto de renda com base nos lucros 
obtidos pelas empresas. 
Já com o advento da Revolução Industrial, é criado o ambiente propício para que a 
Auditoria Contábil moderna se consolide como prática indispensável a grandes cor-
porações. E, como o berço da Revolução Industrial foi exatamente a Inglaterra, isso 
explica porque aquele país é tido como principal responsável pelo desenvolvimento 
dessa prática contábil tão importante nos dias atuais. 
18 Processos e AuditoriA FinAnceirA
Figura 1 - Indústria durante a Revolução Industrial
Fonte: Hulton Archive/Getty Images, disponível em: <http://escola.britannica.com.br/assembly/134573/Durante-a
-Revolucao-Industrial-pessoas-inventaram-teares-que-funcionavam-com>
Caro(a) acadêmico(a), para facilitarmos a nossa aprendizagem, segue um quadro 
com as principais informações sobre a evolução da auditoria.
Quadro 1: Evolução da Auditoria
1756 - A Revolução Industrial na Inglaterra e a expansão do capitalismo propiciaram 
grande impulso para a profissão devido ao surgimento das primeiras fábricas com uso 
intensivo de capital [...]. 
1880 - Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados na Inglaterra.
19Processos e AuditoriA FinAnceirA
1887 - Cria-se nos EUA, a Associação dos Contadores Públicos Certificados. 
1894 - É criado na Holanda o Instituto Holandês de Contabilidade Pública. Início do séc. XX: 
Surgimento das grandes corporações americanas e rápida expansão do mercado de capitais. 
1916 - Surgimento do IPA (Institute of Public Accountants), que sucede a Associação su-
pracitada em 1887. 
1917 - Redenominação do IPA para AIA (American Institute of Accountants). 
1929 - Crash da Bolsa de Valores. Anos 30 O AIA propõe ao Congresso Norte-
Americano a regulamentação de normas e padrões contábeis por profissionais altamente 
capacitados. 
1934 - Criação da SEC (Security and Exchange Comission), nos EUA, aumentando a im-
portância da profissão do auditor como guardião da transparência das informações contá-
beis das organizações e sua divulgação para o mercado de capitais [...]. 
1947 - Declaração de Responsabilidade do auditor interno. 
1957 Redenominação do AIA para AICPA (American Institute of Certified Public Accoun-
tants), instituto que teve importância decisiva para o desenvolvimento das práticas contá-
beis e de auditoria. 
1971 - Criação do IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores) [...]. 
1973 - Surgimento do FASB (Financial Accounting Standards Board), nos EUA, com o 
objetivo de determinar e aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas contábeis. 
1976 - Com a Lei nº 6404 - Lei das Sociedades por Ações - foram normatizados as práti-
cas e relatórios contábeis. 
1976 - Com a Lei nº 6385, é criada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que tem a 
responsabilidade de normatizar as normas contábeis e os trabalhos de auditoria das em-
presas de capital aberto, além de fiscalizar. 
1977 - Surgimento do IFAC (International Federation of Accountants), que substituiu o 
International Coordination Committee for Accountancy Profession, com a missão de emitir 
padrões profissionais e guias de recomendação, além de buscar a convergência interna-
cional desses padrões. 
2001 - Surgimento do IASB - (International Accounting Standards Board), com sede na 
Grã-Bretanha, que assume a responsabilidade de estudo de padrões contábeis, antes di-
rigidos pelo IASC (International Accounting Standards Comitte), com o objetivo de harmo-
nizá-las internacionalmente.
Fonte: Oliveira e Diniz Filho (2001)
20 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
conceito da auditoria
Pense assim: auditoria é um levantamento de procedimentos, das operações fi nancei-
ras e contábeis de uma entidade. Lembre-se dos Princípios Fundamentais da Contabi-
lidade, pois a auditoria está consonante com a qualidade dos procedimentos técnicos.
saiba mais
A partir de 02/06/2010, os "Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)", citados 
na Resolução CFC nº 750/1993, passam a denominar-se "Princípios de Contabilidade 
(PC)", por força da Resolução CFC 1.282/2010, conforme link disponível: <http://www.
cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2010/001282>.
São Princípios Fundamentais de Contabilidade: I) o da ENTIDADE; II) o da CONTI-
NUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
V) o da COMPETÊNCIA; e VII) o da PRUDÊNCIA, conforme você já deve ter estuda-
do em outras disciplinas.
Um bom auditor, como você logo será, conhece na ponta da língua estes prin-
cípios fundamentais da contabilidade e os éticos de nossa profissão, afinal são 
norteadores para o desenvolvimento de bons documentos contábeis, a fim de 
evitar fraudes, subornos. 
saiba mais
Caro(a) estudante de auditoria, segundo Crepaldi (2012), é essencial a um auditor 
que siga um padrão de comportamento dentro de um rígido código de ética, dado que 
essa é uma condição indispensável para que possa alcançar os resultados que dele 
21Processos e AuditoriA FinAnceirA
se espera (ou ainda que dele se exige a administração da empresa aqual está subor-
dinado, no caso de um auditor interno). 
A ética na auditoria é orientada por uma série de resoluções do Conselho Federal de 
Contabilidade - CFC, a saber: Resoluções CFC 803/1996, 819/1997, 942 e 950/2002, 
972 e 983/2003 e 1307/2010. Uma das questões fundamentais no que diz respeito ao 
exercício da atividade de auditoria está fundamentada nas recomendações do código 
de ética do profissional de contabilidade, conforme destacado pela compilação feita 
pelo CRC-SP, ao destacar que o auditor deverá: 
• Recusar trabalhos para os quais não se achar apto; 
• Manter-se imparcial no desenvolvimento de seus trabalhos; 
• Restringir suas opiniões e manifestações às questões técnicas, sem incluir 
aspectos de suas convicções pessoais; 
• Obrigatoriamente, citar fatos dos quais tenha ciência e que possam impactar 
nos elementos contábeis sob sua análise; 
• Evitar emitir opinião sem fundamentação; 
• Apontar equívocos ou divergências, sempre que as identificar; 
• Declarar impedimento, quando for solicitado a prestar serviço em relação ao 
qual tenha esse entendimento; 
• Atender às fiscalizações dos órgãos competentes. 
A auditoria contábil é aplicada para as Companhias de Capital Aberto, sociedades 
e empresas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários, art.26 
da Lei 6.385/76. 
De acordo com a Lei 11.638/07 a auditoria, também, deve ser realizada para as 
empresas que:
22 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
faturarem mais que R$ 300 milhões por ano; 
possuírem ativos superiores a R$240 milhões.
reFlita
Lembre-se, prezado(a) estudante de auditoria: as empresas buscavam novas formas 
de captar dinheiro, emitiam dívidas e a partir deste momento, abriam seu capital para 
investidores. Estes investidores buscavam melhores informações para confi ar o seu 
dinheiro. Portanto, a auditoria é uma evolução da contabilidade dentro da evolução da 
gestão fi nanceira das organizações.
normas de auditoria
Caro(a) aluno(a), as normas têm a fi nalidade de estabelecer os padrões técnicos e de 
comportamento, visando alcançar uma situação coletiva e individualmente desejável. 
Destacam-se as três principais Normas Brasileiras de Auditoria: Normas relativas à 
pessoa do auditor, Normas relativas à execução dos serviços de auditoria e as Nor-
mas relativas ao relatório de opinião do auditor externo ou independente. 
De maneira geral, as normas emitidas pelo CFC - Conselho Federal de Contabilidade 
pode ser classifi cada para fi ns didáticos em três categorias: 
• Normas Profi ssionais do Auditor Independente. (capítulo 1)
• Normas Técnicas relativas à Execução do Trabalho. (capítulo 2)
• Normas Técnicas Relativas ao Relatório de Opinião. (capítulo 2)
• As Normas Brasileiras de Auditoria relacionadas à pessoa do auditor regula-
menta e estipula a competência que o auditor deve ter sobre os seus serviços 
executados, assumindo responsabilidade com zelo profi ssional e aplicando 
23Processos e AuditoriA FinAnceirA
todo o seu conhecimento sobre os Princípios Fundamentais da Contabilida-
de, as Normas Vigentes e atualizações e demais Leis e regulamentos que se 
fizerem necessários à execução dos serviços de auditoria. A Norma que trata 
sobre os profissionais de auditoria Independente no Brasil é a regulamentada 
pelo Conselho Federal de Contabilidade NBC PA 13 e as demais citadas, no 
quadro abaixo, conforme Peres Jr. (2012, p.10): NBC PA - Normas Brasilei-
ras de Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam 
como auditores independentes.
Figura 2: NBCPA
Fonte: Peres Jr. (2012, p.10)
24 Processos e AuditoriA FinAnceirA
Objetivo e Objeto
De acordo com Crepaldi (2012) o objetivo da auditoria externa, isto é, do exame de-
talhado das demonstrações contábeis financeiras é expressar uma opinião sobre a 
propriedade da mesma e assegurar que estas representam adequadamente a posi-
ção patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e aplicações 
de recursos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com os Princípios 
Fundamentais da Contabilidade, já expostos aqui, e as Leis em vigor.
Já o objetivo da auditoria interna é acompanhamento e revisão de todo o sistema que 
envolve transações contábeis, administrativas, operacionais, financeiras e patrimoniais e, 
principalmente, seus controles internos, ou seja, audita 100% das transações ocorridas.
Para a auditoria interna e externa o objeto da auditoria são todos os elementos de 
controle de patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, pa-
péis, documentos, arquivos, anotações, recibos, que comprovem a legitimidade dos 
atos da administração. De acordo com Crepaldi (2012) mesmo fatos não registrados 
documentalmente podem ser examinados, até mesmo informações obtidas fora da 
empresa, por exemplo, uma confirmação de contas de terceiros e saldos bancários. 
Para Crepaldi (2012) o objeto da auditoria exerce a função preventiva, saneadora e mora-
lizadora, para confirmar a veracidade dos registros e confiabilidade dos comprovantes, a 
fim de opinar sobre adequações das situações e informações contábeis, na salvaguarda 
dos direitos dos proprietários, dos investidores, do fisco e da sociedade em geral.
auditOria interna e eXterna
Com base na intervenção dentro das organizações, podemos classificar a auditoria 
em interna e externa. Os próximos tópicos serão para apresentar classes.
25PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
auditoria interna 
A auditoria, que também pode ser chamada de gerencial, tem sua concepção no 
acompanhamento do controle interno da administração da organização em todos 
os níveis hierárquicos. As formas de contratação de um auditor interno respeitam 
as normas de cada empresa, mas pode ser pelo regime CLT, isto é um funcioná-
rio da própria empresa, ou um terceiro, que se responsabiliza mediante carta de 
contrato por serviço de auditoria. 
Almeida (2010, p.5) comenta sobre a auditoria interna que: 
A administração da empresa, com a expansão dos negócios, sentiu a necessidade de 
dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, devido ao fato de que o 
administrador, ou em alguns casos proprietários da empresa, não poderia supervisionar 
pessoalmente todas as atividades. 
Na organização, o auditor interno deve ocupar uma posição, na estrutura, de reportar 
a um executivo, com autoridade para tomar uma ação sobre todos os pontos identifi -
cados na auditoria, fazendo que suas recomendações sejam cumpridas. 
A auditoria interna tem como objetivo a aplicação dos procedimentos técnicos, e a 
análise da qualidade e a efi cácia dos controles internos das informações da organiza-
ção, como: fi nanceiras, contábeis e operacionais, servindo como auxílio aos adminis-
tradores com suas informações técnicas.
saiba mais
Caro(a) aluno(a), segue o link do portal do Cosif sobre as Normas da Auditoria Interna:
<http://cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=nbct12ind>.
26 Processos e AuditoriA FinAnceirA
Almeida (2010, p.5) afirma que “o auditor interno não deve desenvolver atividades que 
possa vir um dia a examinar (como, por exemplo, elaborar lançamentos contábeis), 
para que não interfira em sua independência”. 
Dessa forma, a auditoria interna tem como objetivo fornecer: a organização análises, 
recomendações e sugestões para um desempenho efetivo de suas responsabilidades 
e funções, na busca de prevenção de fraudes e erros.
Para ajudar na nossa compreensão e aprendizagem para realizarmos auditoria 
interna nas empresas que trabalharemos, segue um quadro dos principais tipos 
de auditoria interna:
A. Auditoria Interna Financeira: está relacionada a área financeira e contábil, tem 
por objetivo examinar a adequação dos registros e procedimentos efetuados 
pela empresa, a qualidade do controle interno, a aplicação dos Princípios de 
contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Refere-se a auditoria 
mais utilizada por sócios e administradores da empresaa fim de encontrar 
algum erro ou irregularidade por parte de funcionários, que estão afetando a 
situação patrimonial e financeira.
B. Auditoria Interna Operacional: tem por objetivo assessorar a administração 
nas áreas operacionais que as funções e responsabilidades estão sendo 
cumpridos, avaliando se a organização, departamentos, atividades, sistemas, 
funções, operações e programas auditados estão atingindo os objetivos orga-
nizacionais e gerenciais com eficiência, eficácia e economia.
C. Auditoria Administrativa: em nível de gestão, as atividades são desempe-
nhadas com participações em reuniões da diretoria e outros grupos rela-
cionados à administração. Está relacionado ao planejamento estratégico 
e tático, bem como no processo de tomada de decisão e definição das 
27Processos e AuditoriA FinAnceirA
políticas e diretrizes a serem adotadas. Essa auditoria é feita por auditor 
independente ou externo. O auditor deve estar preparado para o desen-
volvimento da auditoria, por meio de estudos e práticas relacionadas às 
normas administrativas da empresa, de modo a desempenhar um bom 
trabalho e alcançar os objetivos traçados pela administração para o desen-
volvimento das atividades.
D. Auditoria de Sistemas: realizada nos sistemas informatizados, ou seja, ve-
rificar a adequação, eficácia e eficiência desses sistemas e os respectivos 
procedimentos de segurança no ambiente de tecnologia de informações. A 
informatização fez com que os auditores revisassem alguns de seus procedi-
mentos, auxiliando no processo de planejamento e desenvolvimento. O audi-
tor deve avaliar os sistemas de informações utilizados pela empresa, a fim de 
verificar se estão adequados em efetivo funcionamento, serve para compre-
ender as atividades computadorizadas efetuadas pela entidade.
E. Auditoria de Qualidade: em função da globalização dos mercados, passaram 
a exigir maior qualidade dos produtos e serviços, a auditoria efetua uma ava-
liação sobre determinada área para verificar o sistema implantado, opinando 
sobre o aperfeiçoamento que poderá ser feito. O auditor irá ajudar a adminis-
tração e opinar sobre meios que ajudarão a reduzir custos, melhorar as técni-
cas utilizadas para alcançar um produto ou serviço competitivo no mercado. 
Hoje existem alguns programas de qualidade, também conhecidos como ISO 
9001, 9002 e entre outros, onde a empresa passa por exames, e esses que 
irão garantir se suas atividades estão em um bom padrão de qualidade.
F. Auditoria Ambiental: onde se analisa os possíveis impactos e danos que as empre-
sas podem causar no meio ambiente, avaliando o que a atividade da empresa po-
derá acarretar sobre a vida da população e do meio ambiente próximo a empresa.
28 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
G. Auditoria de Gestão: cumpre o exame e a avaliação sobre os sistemas políti-
cos, critérios e procedimentos utilizados pela empresa na sua área de planeja-
mento estratégico e, principalmente, no processo decisório. Sua função é de-
sempenhada em nível de planejamento e no processo de tomada de decisão 
tem como base a auditoria operacional, participando de reuniões da diretoria, 
grupos de áreas específi cas.
saiba mais
Caro(a) acadêmico(a), segue abaixo as normas profi ssionais do auditor interno. Veja 
que ele tem autonomia sobre o seu trabalho:
NBC P 3 – NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INTERNO
MINUTA FINAL
3.1 – COMPETÊNCIA TÉCNICO-PROFISSIONAL
3.1.1 – O Contador, na função de auditor interno, deve manter o seu nível de com-
petência profi ssional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de Con-
tabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação 
inerente à profi ssão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação aplicável 
à Entidade.
3.2 – AUTONOMIA PROFISSIONAL
3.2.1 – O auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve preservar sua au-
tonomia profi ssional.
29Processos e AuditoriA FinAnceirA
3.3 – RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO NA EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
3.3.1 – O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na rea-
lização dos trabalhos e na exposição das conclusões.
3.3.2 – A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão limita-
das à sua área de atuação.
3.3.3 – A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança de que o trabalho 
venha a ser executado por pessoas com capacitação profissional e treinamento re-
queridos nas circunstâncias.
3.3.4 – Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao 
Conselho Fiscal ou Órgãos equivalentes.
3.4 – RELACIONAMENTO COM PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS
3.4.1 – O auditor interno pode realizar trabalhos de forma compartilhada com profis-
sionais de outras áreas, situação em que a equipe fará a divisão de tarefas segundo 
a habilitação técnica e legal dos seus participantes.
3.5 – SIGILO
3.5.1 – O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às informações obtidas 
durante o seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma circunstância, 
sem autorização expressa da Entidade em que atua.
3.5.2 – O dever de manter o sigilo continua depois de terminado o vínculo empregatí-
cio ou contratual.
3.6 – COOPERAÇÃO COM O AUDITOR INDEPENDENTE
30 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
3.6.1 – O auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração de 
Entidade em que atua, e, no âmbito de planejamento conjunto de trabalho a realizar, 
deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e entregar-lhe 
cópias, quando este entender necessário.
reFlita
Caro(a) aluno(a), a auditoria interna pode ser compreendida como um meio de acompanha-
mento e confrontação das normas e procedimentos internos a serem executados por todos 
os funcionários de uma organização, todas as funções executadas por esta e para cada 
uma das atividades desenvolvidas por um departamento da empresa, tendo como primazia 
a efi ciência, efi cácia operacional, efetividade e o cumprimento das políticas da organização. 
auditoria externa (independente)
Já a auditoria externa, também denominada como auditoria independente, é o desen-
volvimento de uma aplicação de conjunto de procedimentos técnicos, análise docu-
mental, com objetivo de emitir relatório de opinião sobre a veracidade e adequação 
das demonstrações contábeis, tendo como base para a emissão do relatório de opi-
nião o tamanho da amostragem auditada, e seguindo as Leis, Regulamentos e Nor-
mas Brasileiras de Auditoria e de Contabilidade. 
Bem diferente da auditoria interna realizada por um profi ssional de dentro da organi-
zação, a externa deve ser realizada por profi ssional independente, sem vínculo em-
pregatício com a empresa que será auditada. “A independência do auditor externo 
deve ser absoluta e jamais poderá aceitar imposições da empresa quanto ao procedi-
mento que deverá adotar para a realização da auditoria, nem quanto às conclusões a 
que deve chegar” (FRANCO; MARRA, 2009, p.218). 
31PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
reFlita
Caro(a) estudante de auditoria, se um dia você se tornar auditor interno de uma em-
presa, mesmo possuindo as diferenças que ressaltamos aqui nesta unidade, é neces-
sário ser imparcial, isto é, escolher as melhores práticas para o processo de auditoria 
e julgamento do que está sendo auditado. Não se esqueça disto!
saiba mais
Para se tornar um auditor independente é necessário fazer uma prova específi ca. 
Além desta prova, precisa-se cumprir diversas atividades, conforme descrito no site 
do Ibracon. Seguem abaixo as principais perguntas e respostas:
O que é o exame de Qualifi cação Técnica para o CNAI e quais os benefícios em rea-
lizar esta prova?
O Exame de Qualifi cação Técnica é o principal requisito para ingresso no Cadastro 
Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC) e, também, é exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),para todos 
os que desejarem obter registro naquele órgão para atuar em Auditoria Independente 
no âmbito do Mercado de Capitais. O Banco Central do Brasil (BCB) também exige 
a comprovação de aprovação em exame de qualifi cação técnica específi co para os 
responsáveis técnicos, diretores, gerentes, supervisores e todo e qualquer outro Con-
tador com função de gerência, envolvidos em trabalhos de Auditoria Independente 
em Instituições Financeiras, O mesmo requisito se aplica a auditores que prestam 
serviços a entidades que operam sob a supervisão da SUSEP. O Cadastro Nacional 
de Auditores Independentes do Conselho Federal de Contabilidade (CNAI) foi criado 
pela Resolução CFC nº 1.019, de 18 de fevereiro de 2005, como resposta à exigência 
da CVM e do Banco Central do Brasil (BCB) de realização de exame de qualifi cação 
32 Processos e AuditoriA FinAnceirA
para os auditores que atuam nas áreas reguladas por esses órgãos. O CNAI tem por 
fim cadastrar todos os profissionais que atuam no mercado de auditoria independente, 
permitindo, assim, ao Sistema CFC/CRCs conhecer a distribuição geográfica desses 
profissionais, como atuam no mercado e o nível de responsabilidade de cada um, 
disponibilizando essas informações aos Conselhos Regionais para que estes possam 
fiscalizar o exercício profissional com mais eficácia. O Exame de Qualificação Técni-
ca foi criado pelo Conselho Federal de Contabilidade e o IBRACON, para avaliar o 
conhecimento e a competência técnico-profissional dos contadores que pretendem 
obter o registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) com vistas 
a atuarem na área de Auditoria Independente.
O que eu preciso fazer para me tornar um Auditor Independente?
Para atuar como auditor independente, o profissional precisa ser bacharel em Ciências 
Contábeis e devidamente registrado no CRC de sua região na categoria de contador. 
Uma das maneiras de se tornar auditor é participando dos processos seletivos das 
empresas. São necessários também conhecimentos específicos sobre a profissão e a 
aplicação prática destes conhecimentos. Existem alguns setores, como: companhias 
abertas, instituições financeiras, seguradoras, planos de saúde ou sociedades sem 
fins lucrativos, (a partir de determinado valor de receita bruta anual) que só podem ser 
auditados por profissionais com cadastro na CVM. A auditoria independente é uma 
profissão que exige muita qualificação prática e teórica, através do cumprimento da 
educação continuada, para que possa ser corretamente exercida.
A auditoria externa ou independente surgiu no mundo com a evolução do mercado capita-
lista e do mercado financeiro, com as empresas buscando novas formas de captar recur-
sos financeiros. Com o crescimento e expansão do mercado, principalmente as grandes 
empresas começaram a buscar recursos financeiros externos, para se tornarem mais 
competitivas e aumentarem suas estruturas operacionais de produção e de serviços. 
33PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
Nas últimas décadas, instalaram-se no Brasil diversas empresas com associações 
internacionais de auditoria externa. As empresas chamadas de quatro grandes são 
Kpmg, Price, Ernest & Young e Deloitte.
saiba mais
Prezado(a) aluno(a), seguem os links das 4 maiores:
<http://www.kpmg.com/br/pt/paginas/default.aspx>.
<http://www.pwc.com.br/>.
<http://www.ey.com/BR/pt/Home>.
<http://www2.deloitte.com/br/pt.html>.
Esse fato ocorreu em função da necessidade legal, principalmente nos Estados Uni-
dos da América e na Europa, de os investimentos no exterior serem auditados. Essas 
empresas praticamente iniciaram a auditoria no Brasil e trouxeram todo um conjun-
to de técnicas de auditoria, que posteriormente foram aperfeiçoadas. E, a cada dia, 
vem ocorrendo a necessidade de adequações em investimento em tecnologia e, con-
seguintemente, dos seus controles e procedimentos internos, buscando redução de 
custos e melhores lucros. Devido a todas as mudanças citadas acima, o investidor no 
mercado de ações se deparou com a necessidade de conhecer como estava a situa-
ção fi nanceira e patrimonial da empresa investida, e a sua capacidade de honrar seus 
compromissos e de gerar lucros para possíveis pagamentos de dividendos. Surgindo, 
assim, a importância da empresa em apresentar aos seus investidores documentos 
e relatórios contábeis com informações corretas e satisfatórias, tendo como emba-
samento dessa autenticidade o relatório de opinião do auditor externo. A auditoria 
34 Processos e AuditoriA FinAnceirA
externa tem como objetivo principal e exclusivo emitir uma opinião sobre as Demons-
trações Contábeis de uma organização, com base nas Legislações vigentes.
Rotatividade da auditoria
O auditor independente, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, não pode prestar 
serviços para um mesmo cliente, por prazo superior a cinco anos consecutivos, con-
tados a partir da data de publicação desta Instrução, exigindo-se um intervalo mínimo 
de três anos para sua recontratação, conforme artigo 31 da Instrução CVM 308/1999.
Tal regra foi estabelecida para evitar que o relacionamento prolongado entre o auditor 
e a entidade auditada possa diminuir a independência e a objetividade na execução 
dos trabalhos.
O prazo de cinco anos estabelecido é contado a partir da data da publicação da Ins-
trução, o que ocorreu em 19/05/1999, não alcançando o tempo pretérito.
Desta forma, as companhias abertas e demais entidades registradas na CVM, devem 
observar a contagem do prazo máximo de 5 (cinco) anos para a substituição de seus 
auditores independentes, tendo sido a data de 19/05/2004 o prazo limite para realiza-
ção do 1º rodízio de auditores.
Para as companhias abertas e demais entidades registradas na CVM que contrataram 
seus auditores independentes em data posterior à 19/05/1999, à luz do entendimento 
do artigo 31 da Instrução CVM nº 308, o prazo limite para a aplicação da regra do ro-
dízio será a data do 5º aniversário da contratação dos referidos auditores.
35Processos e AuditoriA FinAnceirA
Figura 3: Comunicado ao Mercado Duratex
Fonte: <http://www.duratex.com.br/ri/pt/Download/1564_DUR_2014-01-23_Comunicado_ao_Mercado_Rotativi-
dade_dos_Auditores_V1.pdf>
Caro(a) aluno(a) de auditoria, nas próximas unidades serão demonstrados as opini-
ões e os modelos sobre estas. 
36 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
reFlita
Qual a diferença entre o Auditor Interno e o Auditor Externo ou Independente?
AUDITOR INTERNO é empregado da empresa auditada, possui menor grau de in-
dependência, executa auditoria contábil, operacional, de gestão, de qualidade, de 
processos, de produtos e outros. Os principais objetivos são: -verifi car a existência, 
a sufi ciência e a aplicação dos controles internos, bem como contribuir para o seu 
aprimoramento; -verifi car se as normas internas estão sendo seguidas; -verifi car a ne-
cessidade de melhoramento das normas internas vigentes; -avaliar a necessidade de 
novas normas internas; seu trabalho apresenta como característica um maior volume 
de testes em função da maior disponibilidade de tempo na empresa para executar os 
serviços de auditoria. 
AUDITOR EXTERNO não tem vínculo empregatício com a empresa auditada, possui 
maior grau de independência, executa apenas auditoria contábil. O principal objetivo 
do profi ssional que realizar a auditoria externa é emitir um parecer ou opinião sobre as 
demonstrações contábeis, no sentido de verifi car se estas refl etem adequadamente 
a posição patrimonial ou fi nanceira, o resultado das operações e as origens e aplica-
ções de recursos da empresa examinada. Além disso, é analisar também se essas 
demonstrações foram elaboradas de acordo com os princípios contábeis e se esses 
princípios foram aplicados com uniformidade em relação ao exercício anterior. Seu 
trabalho apresenta como característica um menor volume de testes, já que o auditor 
externo está interessado em erros que individualmenteou cumulativamente possam 
alterar de maneira substancial as informações das demonstrações contábeis.
Para ajudar ainda mais na sua compreensão das diferenças do auditor interno e ex-
terno (independente), segue quadro abaixo:
37Processos e AuditoriA FinAnceirA
Quadro 2: Diferenças entre auditoria interna e externa
auditOria interna eXterna
Profissional
Empregado da organização 
auditada, o que implica em 
uma independência rela-
tiva (pode ser terceirizada 
também).
Profissional que 
obrigatoriamente não 
possua vínculo empregatício 
nem relação de interesse 
com a empresa auditada.
Independência
Obrigatória a independência 
em relação às atividades e 
pessoas cujo trabalho está 
sob exame, mas subordi-
nado às necessidades da 
administração.
Totalmente independente. 
Não pode ser influencia-
do por fatores estranhos, 
preconceitos ou quaisquer 
elementos que causem per-
da, efetiva ou potencial, da 
sua independência.
Escopo de trabalho
Definida em função dos 
anseios e demandas da 
direção da empresa.
Demandas da direção da 
empresa. Direcionada a 
atender necessidades de 
terceiros interessados pela 
empresa auditada, no que 
tange à adequação das 
informações contábeis.
Finalidade
Promover melhorias nos 
controles da empresa 
de forma a assegurar a 
proteção ao patrimônio.
Emitir opinião sobre as De-
monstrações Financeiras.
Relatório principal
Recomendações de 
controle interno e eficiência 
administrativa.
Parecer técnico.
Continuidade do trabalho Definida pela administração.
Periódica, geralmente em 
base anual.
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2012)
38 Processos e AuditoriA FinAnceirA
técnicas de auditoria 
A técnica de auditoria é aplicada na empresa com a intenção de constatar e verifi-
car a autenticidade da execução da contabilidade realizada, pois confronta e ana-
lisa as transações contábeis, que ocorreram no período a ser auditado ou durante 
a execução da auditoria interna e externa, e verifica se foram seguidas as Normas 
Brasileiras de Auditoria e da Contabilidade e os Princípios Fundamentais da Con-
tabilidade, assim como, se suas obrigações e direitos legais, fiscais e patrimoniais 
estão contabilizados corretamente. 
A técnica de auditoria pode ser utilizada tanto na auditoria interna como na externa, 
a única diferença é que, na auditoria externa, o auditor emite o relatório de opinião 
sobre as demonstrações contábeis e que pode ser publicável em qualquer meio de 
comunicação e, na auditoria interna, o auditor somente emite o relatório comentado 
do controle interno. Portanto, a auditoria interna é considerada uma ramificação da 
auditoria externa, onde o auditor interno está o tempo todo à disposição da empresa 
e o auditor externo, somente quando é contratado e aplica sua técnica com base no 
tamanho da amostra contábil a ser auditada.
erros e Fraudes
O controle interno é o marco inicial para a execução dos serviços de auditoria, por 
meio deste se determina a quantidade de exame a auditar. Mas pode ocorrer de o 
auditor encontrar diversas situações de contabilização propositais ou não, nas quais o 
auditor deverá verificar a ocorrência dessas contabilizações e defini-las como erros ou 
fraudes. Attie (2011, p.22) ressalta que: “podem existir situações regulamentares to-
talmente desconhecidas pelos responsáveis contábeis e outros casos que, de alguma 
forma, comprometam o equilíbrio das demonstrações contábeis”. Por erro, o auditor 
pode considerar a contabilização de algum fato contábil registrado erroneamente por 
39Processos e AuditoriA FinAnceirA
falta de conhecimento, como exemplo de uma legislação que sofreu alteração recen-
temente ou uma transação financeira que não está muito bem definida nas normativas 
contábeis, ficando claro que o ato foi realizado sem intenção. Por exemplo, quando 
um contador faz um lançamento de uma despesa a valor maior por erro em digitação. 
Este fato pode diminuir o lucro e a incidência de impostos. 
É considerada uma fraude, quando um funcionário age intencionalmente e altera a 
contabilidade da empresa em um débito ou um crédito, que seria necessário para 
ocultar a falta de um bem ou dinheiro da empresa. 
No caso de uma fraude, temos, como exemplo, um funcionário que se apoderou do 
dinheiro de duplicatas a receber, e efetuou, ao mesmo tempo, a baixa da duplicata a 
receber como perda na provisão para devedores duvidosos, ou poderia se apoderar 
parcialmente do valor recebido, contabilizando como desconto ou bônus por mercado-
ria defeituosa, nesse caso, o valor parcial desviado caracterizaria uma Fraude. 
Evidentemente que, se a empresa possuir um bom controle interno, esta divergência 
será apontada na confrontação dos sistemas de controles internos. Fraude e erro são 
diferentes situações que podem ocorrer dentro de uma empresa os quais não são o 
objetivo principal do auditor, mas é preciso que ele tenha esses fatores como base. A 
fraude é considerada um ato intencional e o erro não intencional: Fraude é o ato inten-
cional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, regis-
tros e demonstrações contábeis; e erro, o ato não intencional resultante de omissão, 
desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações 
contábeis (BRASIL, 2011). 
Caso o auditor venha a constatar erros relevantes ou fraudes, ele deve, obrigatoria-
mente, comunicar a administração da empresa, pois ela é a responsável pelo controle 
e identificação desses acontecimentos. Ao detectar erros relevantes ou fraudes no de-
correr dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de comunicá-los à administração 
40 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no 
seu parecer, caso elas não sejam adotadas (BRASIL, 2011). 
O auditor proporcionará a oportunidade para que a administração da empresa 
realize os ajustes dos erros ou das fraudes, caso contrário terá de constá-los no 
seu relatório de opinião.
saiba mais
Caro(a) aspirante a auditor, seguem dois trabalhos acadêmicos interessante sobre 
fraudes e erros na contabilidade das empresas.
<http://www.dcc.uem.br/semana2006/anais2006/Anais_2006_arquivo_22.pdf>.
<http://www.dcc.uem.br/semana2006/anais2006/Anais_2006_arquivo_21.pdf>.
Principais órgãos envolvidos com a auditoria 
Os órgãos relacionados com a auditoria têm como função auxiliar o auditor na execu-
ção dos seus serviços, servindo de direcionadores a serem seguidos, com objetivo de 
facilitar, padronizar e oferecer maior segurança sobre os serviços prestados. Devendo 
o auditor, nos serviços de auditoria externa, observar e obedecer às Normas Profi s-
sionais determinadas e aprovadas pelos órgãos regulamentadores e fi scalizadores da 
profi ssão de auditoria. Entre as mais importantes destaca-se abaixo: 
cvm - comissão de valores mobiliários 
A Comissão de Valores Mobiliários é um órgão que estabelece deveres e responsabi-
lidades do auditor externo, no qual o auditor deve ser registrado para exercer a função 
de auditor independente, tendo como função fi scalizar o mercado de capitais no Brasil.
41Processos e AuditoriA FinAnceirA
Com a criação da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e da Lei 6.404/76 das 
Sociedades por Ações, estas determinaram que todas as companhias de Capital 
Aberto S/A teriam agora a obrigatoriedade de serem auditadas por auditores inde-
pendentes ou externos, assim como terem registro na CVM - Comissão de Valores 
Mobiliários. Esses órgãos vincularam as negociações de ações das empresas de 
capital aberto na Bolsa de Valores Mobiliários e ao cumprimento da Lei. Conforme 
definido por Attie (2009, p.9): 
A definição de companhia aberta adotada é mais ampla que o conceito fiscal de so-
ciedade de capital aberto, pois toda companhia que faz apelo, por mínimo que seja, 
á poupança pública (ações), cria, ao ingressar no mercado de capitais, relações que 
inexistem nas companhias fechadas e queexigem disciplina própria para proteção da 
economia popular e no interesse do funcionamento regular e do desenvolvimento do 
mercado dos valores mobiliários. 
crc – cOnselHO reGiOnal de cOntabilidade e cFc cOnselHO 
Federal de cOntabilidade
Esses conselhos fazem parte do conselho de classe dos contadores, servindo de aju-
da a dúvidas e a procedimentos para melhor desenvolvimento das técnicas de conta-
bilidade e também onde o acadêmico, depois da conclusão do curso e aprovação no 
exame de suficiência, realizado pelo CFC, deve se registrar na categoria de contador, 
no conselho de sua região, para poder desempenhar a função de contador. No caso 
de auditor, deve registrar-se também no CFC.
Segundo Almeida (2012, p.10), “a finalidade principal desses conselhos é o registro e 
a fiscalização do exercício da profissão de contabilista”. 
42 Processos e AuditoriA FinAnceirA
cPc – cOmitÊ de PrOnunciamentOs cOntÁbeis 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, segundo Almeida (2012, p.11): 
Tem por objetivo, o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para 
permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centraliza-
ção e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a con-
vergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Os Pronunciamentos 
Técnicos possuem validade e são aceitos por toda a classe contábil, como força de Lei, 
eles são submetidos obrigatoriamente a audiências públicas, que envolvem profissio-
nais ligados à contabilidade. 
As Audiências públicas envolvem segundo Almeida (2012) as seguintes entidades: 
“ABRASCA, APIMEC NACIONAL, BOVESPA, CONSELHO FEDERAL DE CONTABI-
LIDADE, FIPECAFI, IBRACON”. BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL. 
Tratando-se de auditoria independente, o Banco Central do Brasil é responsável pela 
regulamentação e fiscalização das instituições Financeiras e demais instituições en-
volvidas com o Sistema Financeiro do Brasil, todas necessitando anualmente dos 
serviços prestados pela auditoria independente.
normas de auditoria
As Normas de Auditoria são, em última instância, parâmetros (publicados pelos or-
ganismos competentes) que devem ser observados para a execução dos trabalhos 
profissionais do auditor. 
No Brasil, a elaboração das Normas Brasileiras de Auditoria é atribuição conjunta do 
IBRACON, CFC, CVM, Banco Central do Brasil – Bacen, e Superintendência de Se-
guros Privados – Susep.
Podemos definir de outra forma que as Normas de Auditoria referem-se aos meios 
43PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
que o auditor se utiliza para orientação geral do trabalho a ser desenvolvido, de ma-
neira a efetuar uma auditoria com responsabilidade. 
Nesse sentido, Crepaldi (2012) destaca que as normas de auditoria não são um manual 
detalhado de procedimentos a serem seguidos pelo auditor, mas estabelecem limites cla-
ros, de responsabilidades, assim como orientam o comportamento do auditor em relação à 
capacitação profi ssional e aos aspectos técnicos necessários à execução de seu trabalho.
As normas de auditoria estão organizadas por siglas, todas elas começando pela sigla 
NBC (Norma Brasileira de Contabilidade). Assim, temos as normas técnicas, indica-
das por NBC T e as normas profi ssionais assinaladas com a sigla NBC P.
Avançando nessa estruturação das siglas, as normas técnicas têm a denominação 
de Normas Técnicas de Auditoria (NBC TA), Normas Técnicas de Revisão (NBC TR) 
e Normas para Outros Trabalhos de Asseguração (NBC TO). Já as normas técnicas 
profi ssionais podem ser subdivididas em normas NBC PI, específi cas para auditores 
internos, e NBC P ou NBC PA, direcionadas a auditores independentes ou externos.
saiba mais
Prezado(a) acadêmico(a), seguem os links dos principais órgãos citados acima:
<http://www.ibracon.com.br/>.
<http://portalcfc.org.br/>.
<http://www.cvm.gov.br/>.
<http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br>.
<http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.aspx>.
<http://www.susep.gov.br/>.
44 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
PrÉ-reQuisitOs Para a cOmPreensÃO da unidade
Caro(a) aluno(a), para que você compreenda bem esta unidade, faz-se necessário 
entender a diferença entre o auditor interno e externo, os objetivos e objeto de estudo 
da auditoria. A leitura de jornal e revista de negócios do atual momento, demonstra os 
problemas das fraudes e da falta de controle fi nanceiro, da importância da auditoria 
dentro das grandes empresas brasileiras.
atividades Para cOmPreensÃO dO cOnteÚdO
1) Leia o trecho a seguir: As auditorias internas e externas atuam em diferentes 
graus de profundidade e de extensão nas tarefas de auditoria. Embora exista 
uma conexão nos trabalhos de ambas, assinale a alternativa que apresenta 
apenas função da auditoria externa:
a) Acompanhar o cumprimento de normas técnicas e a política de administração 
da empresa, na consecução dos seus objetivos.
b) Avaliar e testar os sistemas de controles internos e contábil, em busca da razo-
ável fi dedignidade das demonstrações fi nanceiras.
c) Desenvolver continuamente o trabalho de auditoria na empresa, concluindo as 
tarefas com a elaboração de relatórios.
d) Seguir as normas e procedimentos de auditoria na execução dos trabalhos, 
com grau de independência limitado.
e) Prevenir erros e fraudes, sugerindo aos administradores da empresa os ajus-
tes necessários.
45Processos e AuditoriA FinAnceirA
2) As distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro. 
O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de ser intencional ou não inten-
cional. Com relação ao assunto, assinale a opção INCORRETA: 
a) Dois tipos de distorções intencionais são pertinentes para o auditor – distor-
ções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e da apropriação in-
débita de ativos.
b) A capacidade do auditor de detectar uma fraude depende de fatores, como a 
habilidade do perpetrador, a frequência e a extensão da manipulação e o grau 
de conluio.
c) Pelas suas qualificações e pela expectativa dos usuários, o auditor é o principal 
responsável pela prevenção e detecção da fraude ou erro. 
d) Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência 
de fraude, ele não estabelece juridicamente se realmente ocorreu fraude.
e) Todas estão corretas.
3) Compreende os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e proces-
sos, para definir a amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com 
as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade.
A citação acima se refere ao(s):
a) Trabalho realizado pelo Comitê de Auditoria.
b) Planejamento de trabalho da Auditoria Externa.
c) Planejamento do trabalho da Auditoria Interna.
d) Relatório emitido pela Auditoria Interna.
e) Procedimentos dos auditores independentes.
46 Processos e AuditoriA FinAnceirA
4) Dentre as opções a seguir, assinale qual representa a natureza da Auditoria que 
é determinada pela própria empresa e constituída dentro de seu quadro funcional 
por profissionais habilitados nas suas várias especialidades e dentro de suas áre-
as de competência:
a) Auditoria Articulada.
b) Auditoria Externa.
c) Auditoria Interna.
d) Auditoria Pública.
e) Nenhuma das anteriores.
5) Leia as sentenças abaixo e assinale a que está de acordo com as normas de auditoria:
a) É necessário que todos os membros das equipes de auditoria tenham indepen-
dência de pensamento em relação ao órgão e às pessoas que trabalham no 
órgão em que está sendo executada a auditoria, assim como se exige deles 
que aparentam ter independência.
b) É necessário que o chefe das equipes de auditoria tenha independência de 
pensamento em relação ao órgão e às pessoas que trabalham no órgão em 
que está sendo executada a auditoria, assim como se exige dele que aparente 
ter independência, enquanto para o restante da equipeé exigido apenas que 
tenham independência de pensamento.
c) É necessário que todos os membros das equipes de auditoria tenham indepen-
dência de pensamento em relação ao órgão e às pessoas que trabalham no 
órgão em que está sendo executada a auditoria, sendo apenas desejável que 
aparentam ter independência.
d) É necessário que todos os membros das equipes de auditoria tenham indepen-
dência de pensamento em relação ao órgão e às pessoas que trabalham no 
47Processos e AuditoriA FinAnceirA
órgão em que está sendo executada a auditoria, e tal conceito não envolve a 
aparência de independência.
e) No ambiente governamental, as exigências de independência do auditor não 
são aplicáveis em decorrência da estrutura de pessoal com pouca renovação 
e, em geral, com um quantitativo reduzido.
6) De acordo com o CFC, amostragem estatística é aquela em que a amostra é sele-
cionada cientificamente para que os resultados obtidos possam ser estendidos ao 
conjunto, de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas.
O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens da população 
apresentam características homogêneas.
Amostragem não estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é determina-
da pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade. Nesse 
diapasão, é importante reconhecer que certos procedimentos de auditoria aplicados 
na base de testes não estão dentro da definição de amostragem. Os testes aplicados 
na totalidade da população não se qualificam como amostragem de auditoria.
Em relação à amostragem, o CFC estabelece, considerando em especial a Resolução 
1.012, o disposto nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a:
(A) Com relação ao aspecto “objetivos específicos”, considerado na determinação da amos-
tra, o CFC destaca que, no planejamento da amostra de auditoria, o auditor deve considerar 
os procedimentos de auditoria que têm maior probabilidade de atingir esses objetivos.
(B) Quando o erro projetado exceder o erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avalia-
ção anterior do risco de amostragem e, se esse risco for aceitável, considerar a possibilidade 
de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos.
48 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
(C) Na seleção de amostra devem ser documentados e considerados pelo auditor 
o grau de confi ança depositado sobre o sistema de controles internos das contas, a 
base e a fonte de seleção e o número de itens selecionados.
(D) Uma das maiores preocupações do auditor é que a amostra seja representati-
va, ou seja, tenha as mesmas características da população. Isso é essencial a fi m 
de que as conclusões alcançadas para a amostra possam ser extrapoladas para 
toda a população.
QuestÃO PrOva cnai
Caro(a) acadêmico(a), segue abaixo uma questão que caiu na prova no CNAI. Ela é 
um resumo de toda a unidade. Então, faça uma síntese desta unidade em seu cader-
no. Tenha certeza que lhe ajudará em sua formação.
Questão: Discorra sobre o que representa cada demonstração contábil prevista nas 
Normas Brasileiras de Contabilidade.
artiGOs, sites e linKs
Artigo sobre auditoria externa e fraude:
 <http://semanaacademica.org.br/system/fi les/artigos/a_importancia_da_auditoria_
externa_na_deteccao_de_fraudes.pdf>.
49PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
Filmes recOmendadOs
A Fraude
Nick Leeson (Ewan McGregor) é um dos muitos empregados do Barings Bank. Nick é 
mais ambicioso que a maioria e não pretende trabalhar sempre como um escriturário, 
assim quando lhe é oferecida a chance de ir para Jacarta para resolver um problema, 
que ninguém quer assumir, ele agarra a oportunidade com ambas as mãos. Lá ele 
conhece e se casa com Lisa (Anna Friel). Juntos eles vão para Singapura, quando o 
banco oferece a ele um emprego de corretor da bolsa para montar as opções de ope-
ração em mercado futuro. Para economizar dinheiro, o banco força Nick a contratar 
empregados mal-remunerados, que não precisem de qualifi cação profi ssional. Seu 
primeiro ano de negócios é um grande sucesso e ele consegue grandes lucros para 
o banco, embora tenha ilegalmente quebrado as regras tradicionais e secretamente 
tendo escondido as perdas na conta 88.888, que foi criada para este fi m. Tendo mais 
liberdade, e até mesmo mais dinheiro, e sem ninguém o checando, Nick começa a 
acumular perdas e tenta outra vez negociar por fora, mas desta vez ele gera perdas 
bem maiores. Quando Lisa perde o bebê que tanto esperavam, Nick perde totalmente 
o controle e especula sem nenhuma restrição com o dinheiro de outras pessoas. Isto 
conduz a uma crise fi nanceira sem precedentes, que leva o banco a falência. 
Fonte: Adoro Cinema – 20-07-2015
Link do trailer: <https://www.youtube.com/watch?v=7B8fGmKjNEM>.
50 Processos e AuditoriA FinAnceirA
leitura cOmPlementar
Tomando por base Franco e Marra (2001), primeiramente, podemos dizer que a Au-
ditoria moderna surgiu na Inglaterra com a criação do cargo de auditor do Tesouro da 
Inglaterra, que controlava as contas públicas. 
Attie (1998) também concorda com a afirmação, devido ao fato de a Inglaterra ser um dos 
países mais desenvolvidos economicamente na época em relação aos demais países da 
Europa, dominando os mares e o comércio. A Inglaterra foi o primeiro país a cobrar impos-
to de renda com base nos lucros obtidos pelas empresas. No entanto, há indícios de que 
a auditoria, mesmo que não tão estruturada, seja prática muito mais antiga. 
Morais (2009) aponta a existência de provas arqueológicas de inspeções e verifica-
ções de registros realizadas na Suméria que datam de mais de 4.500 anos antes 
de Cristo. Além disso, o autor também destaca que relatos de práticas de auditoria 
podem ser encontrados nos documentos relativos às províncias romanas. Segundo 
Morais (2009), teria sido muito complicado a um império tão grande, poderoso militar 
e politicamente e com elevado grau cultural (incluído aí práticas de registro contá-
bil) assegurar seu desenvolvimento sem mínimas práticas de auditoria, as quais são 
reveladas nas cartas a Trajano (97-117 d.C.) de autoria de Plínio. Na Idade Média, 
Morais (2009) destaca a existência de organismos semelhantes a associações pro-
fissionais em diversos países europeus, cuja principal atividade consistia em realizar 
verificações semelhantes aos procedimentos modernos de auditoria. Dentre esses or-
ganismos, o autor destaca os conselhos londrinos, instalados em 1310; o Tribunal de 
Contas parisiense, implantado em 1640, o Collegio dei Raxonati, criado em 1581 em 
Veneza e a Academia dei Ragionieri, instaurada em 1658, na capital do reino de Milão. 
Mas é fácil compreender porque a origem da Auditoria Contábil moderna se deu na 
Inglaterra: o império Britânico, no final da Idade Média e início da Idade Moderna, 
era composto por inúmeras províncias ou colônias. A riqueza do império era mantida 
51Processos e AuditoriA FinAnceirA
justamente pela dependência das Colônias em relação à Matriz, a Inglaterra. E tal de-
pendência dependia de controles diretos da produção das províncias, bem como do 
adequado recolhimento de tributos. Mais tarde, com o advento da revolução industrial, 
é criado o ambiente propício para que a Auditoria Contábil moderna se consolide como 
prática indispensável a grandes corporações. E, como o berço da revolução industrial 
foi exatamente a Inglaterra, isso explica porque aquele país é tido como principal res-
ponsável pelo desenvolvimento dessa prática contábil tão importante nos dias atuais. 
Conforme apontam Boynton, Johnson e Kell (2002), a auditoria aplicada ao contexto 
empresarial tomou corpo a partir da criação de legislação específica, em território bri-
tânico. Tal legislação ocorreu exatamente no auge da primeira Revolução Industrial, 
em meados do século XIX. E os Estados Unidos da América, que então já era ex-co-
lônia britânica, e que mantinha fortesrelações comerciais com a Inglaterra, também 
foi campo fértil para o desenvolvimento industrial e para a consolidação da Auditoria. 
Com a mudança do cenário econômico para a América do Norte houve instalação de 
novas empresas. Acredita-se que a partir do século XX, com a predominância da “Es-
cola Norte Americana”, ocorreram grandes avanços na Contabilidade, como Análise 
de Balanços, Auditoria, Custos, Contabilidade Gerencial, entre outros.
No Brasil, segue um quadro de evolução da Auditoria:
52 PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
Quadro 3: Evolução da Auditoria no Brasil
Fonte: Morais (2009)
PrOPOsta Para discussÃO ON-LINE
Escândalo da Petrobras põe os auditores na berlinda
Assim como os árbitros de futebol, os pilotos de avião e os anestesistas, os auditores 
sabem que estão fazendo um bom trabalho quando ninguém nota sua existência. 
Quando passam a ser mencionados, má notícia — com certeza há um cliente em 
apuros. Nos piores casos, a exposição também é sinal de que a própria auditoria está 
com a corda no pescoço.
Foi assim no escândalo contábil da distribuidora de energia americana Enron, em 2001, 
que levou a gigante Arthur Andersen à falência. Também foi o que aconteceu na quebra 
do banco brasileiro BVA, em 2014, que colocou a auditoria KPMG no banco dos réus.
A última auditoria às voltas com uma exposição para lá de indesejada é a britânica 
PricewaterhouseCoopers (mais conhecida como Price), responsável pela auditoria da 
53PROCESSOS E AUDITORIA FINANCEIRA
Petrobras desde 2012. Até outubro, o contrato era só alegria — rendia 20 milhões de 
reais por ano sem muito risco.
Mas, de lá para cá, a parceria com a petroleira fez da Price uma protagonista involun-
tária do maior escândalo de corrupção do país. Em outubro, a auditoria se recusou a 
assinar o balanço do terceiro trimestre da Petrobras por causa de uma série de denún-
cias de corrupção. Desde então, a discreta Price trocou as sombras pelas manchetes.
O escândalo na estatal virou uma prioridade global para a Price. À sua frente, em ou-
tubro, a empresa tinha duas opções potencialmente devastadoras: expor a confusão 
nas contas da petroleira e azedar sua relação com o controlador — o todo-poderoso 
governo brasileiro — ou esperar a própria companhia encontrar uma solução e correr 
o risco de manchar a reputação do auditor.
Fonte: Exame, 20-7-2015
Houve falhas nos processos de auditoria da Price?
livrOs recOmendadOs
Livro do Crepaldi e Attie: gosto destes livros. Bem fáceis de entender, os livros explicam 
os pormenores as atividades de auditoria e estão de acordo com a nossa unidade I.
 
54 Processos e AuditoriA FinAnceirA
Unidade ii - PLaneJaMenTO, PaPÉiS de 
TRaBaLHO e ReLaTÓRiOS 
de adMiniSTRaÇÃO 
ObjetivOs a serem alcançadOs nesta unidade
Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos dessa unidade, você deverá ser 
capaz de:
• Verificar o planejamento da auditoria independente.
• Verificar a importância dos papéis de trabalho de auditoria para um bom pro-
cesso de auditoria.
• Entender os pareceres de auditoria.
• Conhecer os principais procedimentos de auditoria interna.
56 Processos e AuditoriA FinAnceirA
PlanejamentO da auditOria
O Planejamento da Auditoria pode ser entendido como a fase dos trabalhos da audi-
toria na qual o auditor externo define a estratégia que irá nortear os trabalhos a serem 
desenvolvidos na entidade a ser auditada. 
Conforme é destacado na NBC TA 300 (CFC, 2009b, p.4), dentre outras vantagens, 
um planejamento apropriado acrescenta os seguintes benefícios para a auditoria das 
demonstrações contábeis: 
• Auxilia a focar esforços nas áreas importantes da auditoria;
• Contribui para identificar e resolver tempestivamente problemas potenciais;
• Ajuda a organizar o trabalho de auditoria, permitindo que ele seja desenvolvi-
do de forma eficaz e eficiente; 
• Possibilita selecionar os membros da equipe de trabalho com níveis adequa-
dos de competência para desempenharem as tarefas; 
• Facilita a direção, supervisão e a revisão dos trabalhos;
• Quando o trabalho for realizado por mais de uma equipe de auditores, auxilia 
na coordenação do trabalho
Segundo as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis 
pelo CFC Resolução 1211/09 que define o planejamento da auditoria:
O auditor deve planejar seu trabalho consoante as Normas Profissionais de Au-
ditor Independente e estas normas, e de acordo com os prazos e demais 
compromissos contratualmente assumidos com a entidade. 
O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre as ativida-
des, os fatores econômicos, legislação aplicável e as práticas operacionais da 
entidade, e o nível geral de competência de sua administração. 
57Processos e AuditoriA FinAnceirA
O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos 
trabalhos, especialmente os seguintes:
A. o conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas pela entidade e as 
alterações procedidas em relação ao exercício anterior. 
B. o conhecimento detalhado do sistema contábil e de controles internos da en-
tidade e seu grau de confiabilidade.
C. os riscos de auditoria e identificação das áreas importantes da entidade, quer 
pelo volume de transações, quer pela complexidade de suas atividades. 
D. a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria a serem 
aplicados. 
E. a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas.
F. o uso dos trabalhos de outros auditores independentes, especialistas e audi-
tores internos. 
G. a natureza, conteúdo e oportunidade dos relatórios e outros informes a serem 
entregues à entidade.
H. a necessidade de atender prazos estabelecidos por entidades reguladoras ou fis-
calizadoras e para a entidade prestar informações aos demais usuários externos
58 Processos e AuditoriA FinAnceirA
Modelo do Planejamento de Trabalho de Auditoria
XX AUDITORES INDEPENDENTES
1) INFORMAÇÕES GERAIS
Cliente:
Endereço:
Atividade:
Quadro Societário:
Principais produtos:
2) OBJETIVO DOS TRABALHOS 
Auditoria das Demonstrações Contábeis com Emissão de Parecer. 
Auditoria Fiscal/ Tributária. 
3) PREVISÃO DE HORAS E ESQUEMA DE TRABALHO 
Horas Contratadas:
Visitas Mensais. Horas:
Nº de Profissionais por visita:
4) INFORMAÇÕES FINANCEIRAS SOBRE A EMPRESA - Base último Exercício
5) INFORMAÇÕES ADICIONAIS E PROBLEMAS ESPECÍFICOS
6) PLANO PARA EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
Caixa: Realizar verificação física três vezes no exercício.
Bancos: Efetuar Circularização dos saldos bancários para comprovar existência 
Clientes: Avaliar datas de vencimentos a fim de constituir provisão de perda. Compor sal-
do dos clientes e efetuar circularização junto aos mesmos. 
Estoques: Realizar verificação física, testar constituição dos custos etc. 
Investimentos: Testar ajuste pelos efeitos da Equivalência Patrimonial. 
Imobilizado: Verificar propriedade e existência física, bem como sua depreciação. 
Fornecedores/Credores: diversos Testar os registros, compor saldo e efetuar circularização 
junto aos mesmos.
Etc.
59Processos e AuditoriA FinAnceirA
PrOGrama de auditOria
Prezado(a) acadêmico(a), os programas de auditoria podem ser considerados como 
ferramentas que irão auxiliar o auditor a fundamentar sua opinião sobre as demonstra-
ções contábeis por meio de evidência e informações necessárias para tal.
De acordo com Almeida (2010, p.68), o programa de auditoria é dividido basicamente 
em três partes: 
1. listagem dos procedimentos de auditoria; 
2. espaço para o auditor assinar ou rubricar, a fim de evidenciar que o serviço foi 
feito e quem fez; 
3. espaço para comentários, observações, referências etc. 
Os principais objetivos dos programas de auditoria, segundo Almeida (2012, p.68) são: 
• estabelecer por escrito a política da firma auditoria; 
• padronizar os procedimentos de auditoria dos profissionais de uma mesma 
organização; 
• evitar que sejam omitidos procedimentos importantes de auditoria;

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