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500 Perguntas Caprinos

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O produtor pergunta, a Embrapa responde.
Organizadores
Coleção 500 Perguntas 500 Respostas
Luiz Pinto Medeiros Eneide Santiago GirãoRaimundo Nonato Girão José Alcimar Leal
C
oleção 500 Perguntas 500 R
espostas
C
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p
r
in
o
s
O produtor pergunta, a Embrapa responde.
Organizadores
Coleção 500 Perguntas 500 Respostas
MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA E DO
ABASTECIMENTO
Trabalhando em todo o Brasil
GOVERNO
FEDERAL
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Meio-Norte
Embrapa Caprinos
Luiz Pinto Medeiros Eneide Santiago GirãoRaimundo Nonato Girão José Alcimar Leal
Embrapa Meio-Norte, em parceria com a 
Embrapa Caprinos, coloca à disposição dos 
produtores de caprinos, extensionistas, técnicos 
da assistência técnica privada, estudantes, professores e 
_consumidores o livro Caprinos 500 Perguntas, 500 Respostas.
As perguntas originaram-se das constantes indagações 
recebidas do público interessado na exploração de caprinos e 
as respostas foram baseadas nos resultados de pesquisa obtidos 
no período de 1977 a 1998 pela Embrapa Meio-Norte e pela 
Embrapa Caprinos, nas diversas áreas pesquisadas como:
raças nativas e exóticas, sanidade, instalações, manejo 
alimentar, manejo reprodutivo, manejo de cabras leiteiras
e melhoramento genético.
Esta publicação não aponta apenas as alternativas viáveis para 
o desenvolvimento sustentado da caprinocultura, mas 
propiciará uma maior parceria da Embrapa com os criadores
e com a sociedade.
Coleção ♦ 500 Perguntas ♦ 500 Respostas
O produtor pergunta, a Embrapa responde.
República Federativa do Brasil
Presidente
Fernando Henrique Cardoso
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Ministro
Marcus Vinicius Pratini de Moraes
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Diretor-Presidente
Alberto Duque Portugal
Diretores-Executivos
Elza Angela Battaggia Brito da Cunha
Dante Daniel Giacomelli Scolari
José Roberto Rodrigues Peres
Embrapa Meio-Norte
Chefe-Geral
Maria Pinheiro Fernandes Corrêa
Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento
Hoston Tomás Santos do Nascimento
Chefe-Adjunto de Comunicação e Negócios
Cândido Athayde Sobrinho
Chefe-Adjunto de Administração
João Erivaldo Saraiva Serpa
Embrapa Caprinos
Chefe-Geral
Luiz Antônio de Araújo Lima
Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento
Eneas Reis Leite
Chefe-Adjunto de Apoio Técnico
Arlindo Luiz da Costa
Chefe-Adjunto de Administração
Antônio Auderly de Oliveira
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia
Gerente-Geral
Lucio Brunale
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia
Brasília
2000
O produtor pergunta, a Embrapa responde.
Organizadores:
Luiz Pinto Medeiros
Raimundo Nonato Girão
Eneide Santiago Girão
José Alcimar Leal
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Meio-Norte
Embrapa Caprinos
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia
Parque Estação Biológica – PqEB, Av. W3 Norte (final)
Caixa Postal 040315
CEP 70770-901
Brasília, DF
Fone: (61) 448-4155/448-4433
Fax: (61) 340-2753
vendas@spi.embrapa.br
www.spi.embrapa.br
Embrapa Meio-Norte
Av. Duque de Caxias, 5650
Bairro Buenos Aires
Caixa Postal 01
CEP 64006-220
Teresina, PI
Fone: (86) 225-1141 / 214-3000
Fax: (86) 225-1142
cpamn@cpamn.embrapa.br
www.cpamn.embrapa.br
Embrapa Caprinos
Estrada Sobral–Groaíras, Km 04
Fazenda Três Lagoas
Caixa Postal D-10
CEP 62011-970
Sobral, CE
Fone: (88) 614-3077
Fax: (88) 614-3132
postmaster@cnpc.embrapa.br
www.cnpc.embrapa.br
1a edição
1a impressão (2000): 3.000 exemplares
Todos os direitos reservados.
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação do Copyright © (Lei no 9.610)
CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação.
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia.
CDD 636.39
© Embrapa 2000
Caprinos: o produtor pergunta, a Embrapa responde / organizado por Luiz Pinto Medeiros; Raimundo
Nonato Girão; Eneide Santiago Girão; José Alcimar Leal. – Brasília : Embrapa Comunicação para
Transferência de Tecnologia ; Teresina : Embrapa Meio-Norte ; Sobral : Embrapa Caprinos, 2000.
170p. ; (Coleção 500 Perguntas 500 Respostas).
Inclui índice remissivo de assunto.
ISBN 85-7383-083-2
1. Caprino - Sanidade. 2. Caprino - Alimentação. 3. Caprino - Reprodução. 4. Caprino - Raça.
5. Caprino - Manejo. I. Medeiros, Luiz Pinto, org. II. Girão, Raimundo Nonato, org. III. Girão, Eneide
Santiago, org. IV. Leal, José Alcimar, org. V. Série.
CAPRINOS
500 Perguntas, 500 Respostas
(O produtor pergunta, a Embrapa responde)
Elaboração
Embrapa Meio-Norte
Embrapa Caprinos
Coordenação Editorial
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia
Editor Responsável
Carlos M. Andreotti
Copidesque, Revisão e Tratamento Editorial
Raquel Siqueira de Lemos
Programação Visual
Mayara Rosa Carneiro
Arte-final da Capa
Carlos Eduardo Felice Barbeiro
Editoração Eletrônica
José Batista Dantas
Ilustrações de Texto
Edilson Gonçalves da Silva
Foto da Capa
Arquivo da Embrapa Meio-Norte
6
Colaboradores Embrapa Meio-Norte
Eneide Santiago Girão
Hoston Tomás Santos do Nascimento
José Alcimar Leal
Luiz Pinto Medeiros
José Herculano de Carvalho
Maria do Perpétuo Socorro Cortez Bona do Nascimento
Raimundo Nonato Girão
Colaboradores Embrapa Caprinos
Antônio Cézar Rocha Cavalcante
Elizabete Rodrigues da Silva
Francisco Beni de Sousa
Francisco Luiz Ribeiro da Silva
Francisco Selmo Fernandes Alves
João Ambrósio de Araújo Filho
Luiz da Silva Vieira
Nelson Nogueira Barros
Nilzemary Lima da Silva
Ronaldo Ponte Dias
Vania Rodrigues Vasconcelos
Revisão Técnica
Lígia Maria Rolim Bandeira
7
Apresentação
Mesmo sendo considerada uma atividade de elevada importância
sócio-econômica para o Nordeste, a caprinocultura tem, no pouco uso de
tecnologias, o grande entrave ao seu aprimoramento produtivo e econômico.
Muitas são as dúvidas quanto ao melhor sistema de criação e, como as
informações tecnológicas encontram-se dispersas, tornam-se pouco acessí-
veis aos produtores.
Portanto, é com imensa satisfação que a Embrapa, por intermédio da
Embrapa Meio-Norte, em parceria com a Embrapa Caprinos, coloca à dis-
posição dos produtores de caprinos a publicação Caprinos: 500 Perguntas,
500 Respostas – O produtor pergunta, a Embrapa responde.
Ao longo dos anos, os pesquisadores desses centros de pesquisa fo-
ram acumulando perguntas, que chegavam de produtores e técnicos, pelos
mais diversos meios de comunicação, originando a necessidade de se ela-
borar uma publicação nestes moldes. Produto do esforço conjunto de uma
equipe de pesquisadores dessas duas unidades, esperamos que esta obra
venha contribuir para dirimir dúvidas de cunho prático e tecnológico e tor-
nar a caprinocultura uma atividade atraente e lucrativa.
Maria Pinheiro Fernandes Corrêa
Chefe-Geral da Embrapa Meio-Norte
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Sumário
INTRODUÇÃO 11
ASPECTOS GERAIS DA CAPRINOCULTURA 13
RAÇAS 17
SANIDADE 23
INSTALAÇÕES 57
MANEJO 67
MANEJO ALIMENTAR 93
MANEJO REPRODUTIVO 115
MANEJO DE CABRAS LEITEIRAS 133
MELHORAMENTO GENÉTICO 141
ÍNDICE REMISSIVO 149
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Introdução
A caprinocultura, para consolidar-se como atividade competitiva no
cenário nacional, requer o uso de modelos mais eficientes que possam promo-
ver ganhos de produtividade e qualidade, ao tempo em que exige alternativas
viáveis para o manejo racional dos recursos naturais.
As tecnologias atualmente disponíveis nas áreas de alimentação e ma-
nejo animal permitem utilizar sistemas de produção competitivos, envolvendo
forrageiras com elevada produção de matériaseca e capazes de atender, na
maioria dos casos, as exigências nutricionais dos animais.
As práticas avançadas que envolvem tanto a higiene da produção como
o controle de agentes patogênicos são tecnologias disponíveis para muitas
atividades na produção animal, incluindo a caprinocultura, que se apresenta
como alternativa competitiva sobretudo para as regiões semi-áridas.
A caprinocultura desenvolvida na Região Nordeste do Brasil tem eleva-
da importância social e econômica para as populações rurais e para a própria
ecologia da região. Porém, o desempenho produtivo desses animais não é con-
siderado satisfatório, em decorrência, principalmente, da utilização de baixos
níveis de tecnologia relacionados com alimentação, manejo e sanidade.
A maioria dos produtores ainda utiliza os sistemas tradicionais de cria-
ção, nos quais a pastagem nativa é, praticamente, a única fonte de alimentação
disponível para os animais, durante o ano todo. Essa pastagem apresenta alta
disponibilidade e bom valor nutritivo na época das chuvas, mas a quantidade e
a qualidade diminuem bastante na época seca, comprometendo o desempenho
dos animais.
Entretanto, em algumas áreas localizadas, a caprinocultura já começa a
ser vista, por alguns produtores, como uma atividade produtiva, e não mais
como uma atividade de subsistência.
Diante dessa mudança, faz-se necessário indicar meios para que essa
atividade se torne um negócio competitivo. A disponibilidade de tecnologias e
o seu uso por uma parcela significativa de produtores são ferramentas de grande
importância nesse processo.
O atual cenário político e econômico mostra que os caprinocultores
alcançam êxito na atividade quando atuam de forma profissional, lançando
mão de seus conhecimentos, utilizando de forma coerente as tecnologias dispo-
níveis. Nesse contexto, as informações técnicas contidas neste trabalho contri-
buem para divulgar, a produtores de caprinos e técnicos ligados ao setor, as
tecnologias geradas por órgãos de pesquisa, acelerando o crescimento da
caprinocultura e tornando os sistemas de produção mais eficientes.
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Aspectos Gerais da Caprinocultura
Por que a criação de cabras é importante?
A criação de cabras é uma atividade econômica de grande impor-
tância para o produtor rural e tem como objetivo gerar receita com a venda
de leite e animais para abate, bem como de matrizes e reprodutores sele-
cionados.
Existem diferenças na exploração de caprinos entre as
diversas regiões do Brasil?
Sim. Na Região Nordeste a caprinocultura é explorada com baixo
nível de tecnologia e visa basicamente à produção de carne e pele. Nas
regiões Sudeste e Sul, a caprinocultura adota níveis elevados de tecnologia
e sua exploração destina-se à produção de leite e derivados e à venda de
matrizes e reprodutores de alta linhagem.
Muitos afirmam que os caprinos são rústicos e outros
dizem o contrário. Qual a opinião correta?
Os caprinos são animais rústicos e capazes de sobreviver em áreas
de pastagens de baixo valor nutritivo, impróprias para outras espécies e
para a exploração agrícola. No entanto, nessas condições, sua produtivida-
de é baixa, e isso significa que os animais precisam também de condições
adequadas de instalações, manejo e alimentação para responderem com
aumento de produção.
A exploração de caprinos para corte é uma atividade eco-
nomicamente importante no Nordeste?
Sim. O consumo per capita de carne caprina no Nordeste é relativa-
mente alto. Isso gera um mercado importante para o produtor que necessita
de tecnologias para tornar sua atividade mais produtiva e mais econômica.
 Que tipo de caprino é criado no Nordeste?
A população caprina do Nordeste é constituída, em sua maioria, de
animais mestiços das raças exóticas com o tipo sem raça definida (SRD).
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Aspectos Gerais da Caprinocultura
Onde se concentra a maior população de caprinos no
Brasil?
No Brasil, a caprinocultura é explorada em todas as regiões. No
entanto, cerca de 92% da população caprina nacional está distribuída nos
estados do Nordeste, sendo os maiores produtores os estados da Bahia, Piauí,
Pernambuco e Ceará.
Por que o leite de cabra, sabidamente um alimento de alto
valor nutritivo, é pouco consumido no Brasil?
Há diversos aspectos que limitam o consumo do leite de cabra. Nas
regiões Sul e Sudeste do Brasil, geralmente o leite é consumido por uma
população de alto poder aquisitivo, em virtude de seu alto preço de merca-
do, que chega a atingir duas a três vezes o preço do leite de vaca. Esse
preço elevado justifica-se em razão de o produto ser consumido como me-
dicamento e não como alimento. Em alguns estados do Nordeste, o leite de
cabra é consumido, principalmente, pela população rural de menor poder
aquisitivo. Entretanto, em segmentos diferenciados da população de todas
as regiões do país, sua aceitação é limitada por força de idéias
preconceituosas segundo as quais o leite de cabra tem cheiro desagradá-
vel e transmite doenças.
O que deve ser feito para incentivar o consumo de leite de
cabra?
Promover maior conscientização da população sobre o alto valor
nutritivo do leite de cabra e melhor organização dos produtores, bem como
uma oferta constante de leite e melhor qualidade do produto.
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Por que o mercado de lei-
te de cabra e de seus deri-
vados é ainda muito pe-
queno?
Porque não existe organização
dos produtores visando aumentar a pro-
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dução diária e manter constante a oferta de leite. Não existe divulgação
sobre a importância do produto e seus derivados nem rigor na utilização de
tecnologias eficientes na fabricação de derivados.
Como o leite de cabra é utilizado na alimentação humana?
Em decorrência de sua composição química, o leite de cabra é lar-
gamente usado na alimentação humana em várias partes do mundo, tanto
na forma natural quanto na forma industrializada, principalmente nos países
mais desenvolvidos. É um produto de grande digestibilidade, alcançando
preço duas a três vezes mais elevado que o leite de vaca.
Crianças alérgicas ao leite de vaca podem consumir o leite
de cabra?
Sim. Para algumas crianças, cujo organismo não aceita o leite de
vaca, recomenda-se sua substituição pelo leite de cabra.
Quais as vantagens do leite de cabra em relação ao leite de
vaca?
O leite de cabra tem composição semelhante à do leite humano.
Comparado com o leite de vaca, é mais digestível para as crianças, idosos
e doentes, usado na prevenção e tratamento de algumas doenças, mais rico
em minerais, vitaminas e proteínas. É utilizado na fabricação dos mais fa-
mosos e saborosos queijos do mundo, com melhor rendimento na fabrica-
ção de queijos.
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Raças
Qual a melhor raça de caprinos?
Em qualquer exploração de caprinos para produção de carne, de leite
ou de dupla aptidão (carne e leite), a melhor raça é aquela que apresenta
melhor resposta produtiva às condições da região e ao nível tecnológico
utilizado. Por isso, a melhor raça depende do tipo de exploração desejada.
Há alguma vantagem na criação de raças puras de caprinos?
As raças puras exóticas, por serem especializadas na produção de
carne ou de leite, embora mais exigentes em sistemas de criação que ga-
rantam recursos nutricionais e de manejo em geral, podem apresentar mai-
or retorno econômico à atividade.
Para fins de registro genealógico, quais as raças de caprinos
reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de
Caprinos – ABCC?
• Raças nacionais: Moxotó, Mambrina, Jamnapari e Bhuj.
• Raças importadas: Anglonubiana, Saanen, Toggenburg, Alpina, Al-
pina Britânica, Alpina Americana e Angorá.
• As raças Murciana e Boer estão em processo de homologação ra-
cial no Ministério da Agricultura.
Recomenda-se a criação de caprinos leiteiros de raças pu-
ras em regime extensivo?
Não. Os caprinos de raças leiteiras purasnão se adaptam facilmente
aos sistemas extensivos de pastejo. Por isso, recomenda-se mantê-los, du-
rante o período seco, em regime intensivo e, durante a época chuvosa, em
regime semi-intensivo.
Os caprinos da raça Alpina podem se adaptar às condições
da região Nordeste do Brasil?
Sim, desde que seja implantado um manejo animal adequado e que
as instalações permitam conforto aos animais.
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Raças
Por que os caprinos nativos devem ser preservados?
Porque as raças nativas estão adaptadas às condições climáticas do
Nordeste, são menos exigentes que as raças exóticas e respondem bem aos
sistemas de produção com baixo nível de tecnologia. Quando cruzadas
com caprinos exóticos, produzem animais de bom valor zootécnico. São
também importantes para a manutenção da biodiversidade.
Que raças de caprinos produtoras de leite são recomenda-
das para o Nordeste?
Para a Região Nordeste, desde que o sistema de produção utilizado
atenda às exigências do animal, as raças caprinas produtoras de leite mais
recomendadas são a Alpina, Saanen, Anglonubiana e Toggenburg.
Como se deu a formação da raça Marota?
A raça ou tipo de caprinos Marota é nativa do Nordeste brasileiro e
descende das raças trazidas pelos colonizadores. Sua formação deu-se por
um processo de seleção natural, ao longo dos anos, em condições ambientais
adversas, originando, assim, um animal de pequeno porte e de baixo poten-
cial leiteiro, porém de grande rusticidade e adaptabilidade às condições do
Semi-Árido.
Quais as raças caprinas nativas do Nordeste com caracterís-
ticas definidas?
As raças ou tipos de caprinos nativos do Nordeste que apresentam
características raciais definidas são: Moxotó, Marota, Canindé, Repartida,
Cabra Azul e Gurguéia. Essas raças constituem material genético de gran-
de importância para a Região, mas acham-se, em sua maioria, em processo
progressivo de extinção.
Por que as raças nativas de caprinos formadas no Nordeste
estão em processo de extinção?
Esse processo de extinção é conseqüência do sistema extensivo de
exploração ainda existente na Região, que permite a ocorrência de cruza-
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Raças
mentos não controlados entre animais de raças nativas diferentes e destas
com as diversas raças exóticas introduzidas mais recentemente, dando ori-
gem a animais sem raça definida (SRD).
Como se originou a raça Gurguéia?
Apesar de não se dispor de descrição oficial dos caprinos da raça
Gurguéia, há registros segundo os quais sua formação se deu por um pro-
cesso de seleção natural ao longo dos anos, em condições ambientais ad-
versas, tendo como possível berço de formação a região do Vale do
Gurguéia, no Estado do Piauí.
Existe alguma raça de aptidão mista (produção de leite e
carne) recomendada para o Nordeste?
A raça Anglonubiana, considerada de aptidão mista, é uma boa op-
ção por ser composta de animais rústicos e, de certa forma, resistentes às
condições climáticas da região, apresentando produção satisfatória de car-
ne e leite.
As raças caprinas importadas têm contribuído para melho-
rar a caprinocultura no Nordeste?
Sim. A introdução de raças exóticas como a Anglonubiana e as Alpi-
nas tem contribuído significativamente para o melhoramento genético dos
caprinos no Nordeste. No entanto, os sistemas de produção em uso para a
exploração desses animais têm levado, às vezes, à sua inviabilidade eco-
nômica.
Quais as limitações no desempenho de raças exóticas nas
regiões semi-áridas do Nordeste do Brasil?
As raças oriundas de regiões de clima frio não se adaptam ao clima
quente. Como os sistemas de criação de caprinos, na região semi-árida, são
extensivos, em sua grande maioria, e os animais mantidos à base de pasto
nativo, precisando percorrer longas distâncias à procura de alimentos para
sua manutenção, principalmente na época seca, as raças exóticas, por se-
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Raças
rem mais exigentes em relação à alimentação e pouco tolerantes ao calor,
têm seus índices produtivos reduzidos.
Por que alguns produtores do Nordeste preferem criar
caprinos nativos?
Porque as raças nativas têm-se mostrado mais rústicas, mais prolíferas
do que as raças exóticas e, conseqüentemente, com menores índices de
mortalidade. Apesar de produzirem carcaças pequenas e pouco leite, estão
adaptadas às condições da região, podem utilizar bem as espécies forrageiras
disponíveis, inclusive as de baixa qualidade.
Qual o rendimento de carcaça das principais raças caprinas
criadas no Nordeste do Brasil?
Estudos preliminares indicam um rendimento de carcaça quente em
torno de 41% para raças nativas, de aproximadamente 37% para o tipo sem
raça definida (SRD) e de 44% para a raça Anglonubiana. Esses resultados
podem ser alterados futuramente, de acordo com a coleta de novos dados
de pesquisa.
No Brasil, existe raça caprina especializada na produção de
carne?
A raça Anglonubiana foi introduzida no Estado da Bahia em 1932 e
tem mostrado grande aptidão para a produção de animais com melhor apro-
veitamento de carcaça. Recentemente, introduziu-se a raça Boer, de ori-
gem africana, que apresenta excelente conformação tipo carne, mas cujo
comportamento produtivo precisa ser melhor estudado em nosso país.
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Sanidade
Embora os caprinos possam ser
vacinados contra várias doenças, a
vacinação do rebanho depende do
aparecimento de surtos de determina-
da enfermidade na região ou do apa-
recimento de condições de alto risco,
como exposições e feiras agrope-
Caprinos doentes podem ficar com o rebanho, no aprisco?
Não. Em qualquer exploração ocorrem casos de doenças infecto-con-
tagiosas em animais, que necessitam ser isolados do rebanho. Nesse caso,
recomenda-se a construção de um isolamento (área coberta) na proprieda-
de, distante do aprisco, com capacidade proporcional ao tamanho do reba-
nho e que ofereça boas condições aos animais doentes.
Existe doença cuja vacinação seja obrigatória nos caprinos?
Sim. De acordo com as normas das instituições responsáveis pela sa-
nidade animal, a aftosa é uma doença de vacinação obrigatória em caprinos
destinados à reprodução e que participam de leilões e exposições agrope-
cuárias.
Quais os procedimentos utilizados na prevenção de doen-
ças de caprinos?
Não incorporar animais de fora ao rebanho, sem antes submetê-los a
um processo de quarentena (observação do animal por um determinado
período); utilizar testes auxiliares de laboratório para diagnosticar precoce-
mente as doenças de caprinos; isolar os animais doentes e submetê-los a
tratamentos adequados; eliminar os animais portadores de doenças infec-
ciosas, abatendo-os e, em seguida, enterrando-os ou incinerando-os; desin-
fetar as instalações e combater insetos que possam transmitir doenças aos
animais; vacinar sistematicamente os animais quando da ocorrência de fo-
cos de doenças em outros animais da região.
Quais as vacinas recomendadas para caprinos?
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Sanidade
cuárias, transporte, etc. Em todos os casos, o médico veterinário deve ava-
liar os riscos e optar pelo uso ou não de determinada vacina. As seguintes
doenças podem ser prevenidas pelo uso de vacinas: carbúnculo sintomáti-
co, febre aftosa, ectima contagioso, enterotoxemia, leptospirose, raiva e o
complexo colibacilose-pasteurelose-salmonelose.
Que cuidados devem ser observados no manuseio de vaci-
nas para que não percam sua eficácia?
Deve-se manter o frasco das vacinas à temperatura de 2oC a 6oC. No
caso de transporte da vacina, acondicioná-la em caixa de isopor contendo
gelo. No momento da aplicação, evitar a exposição da vacina aos raios
solares.
A aplicação de vacinas pode provocar aborto?
Os abortos que ocorrem após a vacinação não são decorrentes da
aplicação de vacinas, estando relacionados ao manejo por ocasião da va-
cinação,resultando em traumatismo, estresse, etc.
Que doenças podem provocar sintomatologia nervosa?
As doenças do sistema nervoso de caprinos podem ser agrupadas em:
1 – doenças nutricionais e metabólicas (toxemia da prenhez, hipocalcemia,
hipoglicemia, encefalopatia hepática, uremia, choque cardíaco,
desequilíbrio ácido básico e hipoxia); 2 – doenças bacterianas (listeriose,
tétano); 3 – doenças causadas por vírus (raiva, artrite encefalite caprina);
4 – doenças provocadas por fungos (criptococose).
Quais as doenças mais freqüentes observadas em caprinos?
O aparecimento de determinada patologia está condicionado ao tipo
de manejo do rebanho, à presença de outras espécies animais e às condi-
ções climáticas da região. Embora exista grande número de patologias que
pode acometer os caprinos, os fatores acima descritos condicionam a maior
ou menor freqüência de aparecimento de uma em particular. De modo ge-
ral, podem estar presentes em um rebanho caprino a linfadenite caseosa, as
broncopneumonias, a pododermatite, a artrite encefalite caprina a vírus
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Sanidade
Que são helmintos ou vermes e quais os de ocorrência mais
comum em caprinos?
Helmintos são parasitas, isto é, seres que dependem de outros para
poder viver. Os helmintos de ocorrência mais comum em caprinos perten-
cem aos gêneros: Haemonchus, Trichostrongylus, Oesophagostomum e
Strongyloides. Esses helmintos são os principais responsáveis pelos prejuí-
zos causados aos rebanhos.
Quais os locais de predileção dos helmintos dentro do cor-
po do animal?
Os helmintos que mais parasitam os caprinos são os gastrintestinais.
Eles se localizam, principalmente, no abomaso, também conhecido por
coalheira, e nos intestinos delgado e grosso.
Qual o ciclo de vida dos
helmintos gastrintestinais?
Os helmintos gastrintestinais, de
acordo com seu ciclo evolutivo, passam
uma fase de sua vida nas pastagens (fase
de vida livre) e uma fase adulta no estô-
mago ou intestinos dos caprinos (fase pa-
rasitária).
Como evitar a umbigueira?
Para evitar a umbigueira, corta-se
o cordão umbilical do cabrito com tesoura
esterilizada, deixando um toco (pedaço)
de mais ou menos 2 cm, e aplicar solu-
ção de iodo a 10% durante três dias.
(AEC), as verminoses, as ectoparasitoses (sarnas, miíases e pediculoses),
ceratoconjuntivites, entre outras.
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Sanidade
Existem helmintos mais patogênicos que outros?
Sim. De todos os helmintos encontrados parasitando caprinos no Nor-
deste, o mais patogênico é o Haemonchus, que parasita o abomaso ou
coalheira dos animais. É um verme hematófago (alimenta-se de sangue),
que causa anemia, desidratação geral e morte de animais, principalmente
dos jovens.
Em que época do ano os caprinos são mais atacados pelos
vermes?
Embora os caprinos apresentem verminose durante todo o ano, são
mais atacados durante a época chuvosa, em conseqüência do aumento do
número de larvas no pasto.
Quais os sintomas da verminose gastrintestinal?
Os sintomas são anemia, edema na região submandibular (papeira),
diarréia, desidratação, pêlos arrepiados e sem brilho, perda de peso, dimi-
nuição da produção de leite e desenvolvimento lento.
A verminose pode ser transmitida pela pastagem, entre
caprinos?
Sim. Noventa e cinco por cento da contaminação da verminose é
feita pela pastagem. Os caprinos com verminose eliminam ovos dos helmintos
junto com as fezes. Após cinco a sete dias no solo, em condições ambientais
favoráveis, os ovos se desenvolvem e dão origem às larvas infectantes, que
contaminam as pastagens. Os caprinos são contaminados ao ingerirem lar-
vas infectantes juntamente com as pastagens. Uma vez ingeridas, as larvas
se transformam em vermes adultos em três ou quatro semanas.
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Sanidade
É possível combater vermes gastrintestinais em caprinos com
suplementação mineral?
Não. A suplementação mineral ajuda a reduzir os efeitos nocivos
das verminoses, melhorando a resistência dos animais ou repondo parte
daquilo que foi espoliado pelos parasitas, mas não atua diretamente sobre
os parasitas.
É fácil saber se o animal morreu por verminose?
No caso de verminose gastrintestinal, sim. Basta abrir o cadáver e
verificar a existência de vermes no abomaso (coalheira) e nos intestinos.
Quais as recomendações de vermifugação em propriedades
que adotam a estação de monta?
Recomenda-se vermifugar as cabras duas a três semanas antes da
estação de monta, um mês antes e dez a quinze dias após a parição.
Por que vermifugar as cabras dez a quinze dias após a
parição?
A partir de que idade deve-se vermifugar os cabritos?
Os cabritos devem ser vermifugados um mês após sua saída para
o pasto e ao desmame (quando estão com três a quatro meses). Após
esse período, seguir as épocas de vermifugação recomendadas para o
rebanho.
Porque as cabras lactantes pro-
movem maior disseminação de ovos
de helmintos nas pastagens, ocasio-
nando contaminação dos animais jo-
vens.
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Quais os sintomas causados pela teníase?
No caso de grandes infecções, os caprinos enfraquecem e perdem
peso rapidamente. Freqüentemente observa-se a presença de tênias
(proglotes) nas fezes dos animais.
Quais os anti-helmínticos que têm atividade contra tênias?
São os benzimidazóis de amplo espectro (fenbendazole, oxfendazole,
albendazole), em dose dupla.
O que são vermifugações estratégicas?
São vermifugações preventivas utilizadas antes do período de maior
ocorrência dos vermes (período das chuvas), para reduzir infecções que
comprometem os índices produtivos do rebanho.
Os animais podem ir ao pasto imediatamente após a
vermifugação?
Não. Os animais devem permanecer nas instalações por um período
mínimo de 12 horas após a vermifugação. Isso evitará que os ovos de ver-
mes expelidos logo após a vermifugação (que não sofreram o efeito do anti-
helmíntico) contaminem as pastagens.
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O que é tênia?
Tênia é um cestódeo do
gênero Moniezia, mede de 1 a
5 m de comprimento por 1,5 cm
de largura. Vive no intestino del-
gado dos caprinos.
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Sanidade
Como deve ser feito o controle da verminose de caprinos na
região semi-árida do Nordeste do Brasil?
O controle da verminose
dos caprinos deve ser realizado
pela aplicação de medicamen-
tos para vermes associada a prá-
ticas de manejo que ajudem a di-
minuir o número de larvas no
pasto. A aplicação dos vermí-
fugos (vermifugação estratégica)
deve ser feita quatro vezes por ano, distribuída da seguinte forma: no início,
no meio, no final da época seca e em meados do período chuvoso.
Em outras regiões do Nordeste não incluídas no Semi-Árido, é neces-
sário uma quinta aplicação no início do período das chuvas.
Além da vermifugação estratégica, que medidas profilá-
ticas são recomendadas para auxiliar no controle da vermi-
nose?
Além da vermifugação estratégica, as seguintes medidas adicionais
são recomendadas para auxiliar no controle da verminose:
• Manter as instalações limpas e desinfetadas.
• Manter as fezes em locais distantes do rebanho e, se possível, cons-
truir esterqueiras na propriedade.
• Não utilizar fezes frescas para adubar capineiras, pastagens culti-
vadas e outras culturas. As fezes devem primeiro passar por um pro-
cesso de curtimento em esterqueiras ou empilhadas e cobertas com
plástico ou lona, por um período de, no mínimo, 30 dias, antes de
serem utilizadas.
• Evitar aglomeração de animais.
• Separar os animais por faixa etária (formar grupos de mesma idade).
• Vermifugar o rebanho ao trocar de área.
• Animais adquiridos em outras propriedades só devem ser incorpora-
dos ao rebanho após terem sido vermifugados.
• Manter os animais no aprisco até, no mínimo, 12 horas após a
vermifugação.
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Sanidade
As cabras prenhespodem ser vermifugadas?
As cabras não devem ser vermifugadas até 45 dias de prenhez, uma
vez que alguns vermífugos utilizados comprometem a formação do feto,
podendo provocar o nascimento de alguns animais malformados (aleijados,
etc.).
Por que os caprinos devem ser vermifugados maior número
de vezes na época seca?
As vermifugações no período seco visam controlar os nematódeos em
seus respectivos hospedeiros, visto que nesse período, as condições de tem-
peratura e umidade não permitem o desenvolvimento e a sobrevivência de
ovos e larvas no pasto. Dessa forma, a vermifugação nessa época reduz a
infecção dos animais e, conseqüentemente, a contaminação da pastagem
na estação chuvosa vindoura.
Qual o método mais utilizado para avaliar o grau de infec-
ção por vermes no rebanho caprino?
O método mais utilizado para avaliar o nível de infecção por vermes
é a contagem do número de ovos por grama de fezes (OPG). Em regiões
onde não é possível adotar o esquema de vermifugação estratégica, em
conseqüência da irregularidade das chuvas, recomenda-se vermifugar os
caprinos quando o OPG médio de uma amostragem for igual ou superior a
700.
Como se faz a coleta de fe-
zes para os exames parasito-
lógicos?
As fezes devem ser coletadas dire-
tamente do reto dos animais e colocadas
em sacos de plástico ou em vidros de boca larga, totalmente limpos. O
número de animais a ser coletado deve ser equivalente a 10% do rebanho.
Quando se tratar de pequenos criatórios com um número inferior a 20 ani-
mais, recomenda-se coletar amostras de todos os animais.
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Como enviar fezes para o laboratório?
Após a coleta, as amostras de fezes devem ser devidamente
identificadas com os seguintes dados: nome do proprietário, nome da fazen-
da, categoria dos animais (fêmeas adultas, jovens, reprodutores, etc.) e o
número do brinco do animal; em seguida, devem ser colocadas em isopor
contendo gelo e enviadas ao laboratório.
Que vermífugos são recomendados para caprinos?
Recomenda-se utilizar vermífugos de amplo espectro, por via oral,
cujo princípio ativo seja à base de albendazole, oxfendazole, fenbenda-
zole, levamisole e avermectina. As instruções do fabricante, especialmente
quanto à dosificação, devem ser rigorosamente observadas.
Quais as medidas recomendadas para evitar o aparecimen-
to de resistência dos vermes aos vermífugos?
A resistência aos vermífugos é uma conseqüência da vermifugação e
não pode ser evitada. A resistência surge mais rapidamente em proprieda-
des onde os vermífugos não são utilizados corretamente. Algumas medidas
devem ser adotadas, visando retardar seu aparecimento, de forma a não
comprometer a eficácia da vermifugação estratégica. Dessa forma, reco-
menda-se utilizar os vermífugos na dose correta, evitando o uso de subdoses;
verificar se a pistola dosificadora está em bom estado de funcionamento,
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calibrando-a corretamente; no período de um ano, utilizar apenas vermífugo
pertencente a um único grupo químico, alternando no ano seguinte, e evi-
tando vermifugações desnecessárias.
Quais são os principais danos causados pelos vermes ao re-
banho caprino?
Os vermes gastrintestinais são res-
ponsáveis por atraso no crescimento,
perda de peso, diminuição da produção
de leite e aumento das taxas de morta-
lidade de animais, principalmente dos
jovens.
O que é coccidiose ou eimeriose?
Coccidiose ou eimeriose é uma doença parasitária que provoca alte-
rações intestinais nos caprinos, sendo causada por várias espécies de
protozoários do gênero Eimeria. É uma enfermidade comum em animais
criados em regime de confinamento, por isso é muito freqüente em reba-
nhos leiteiros. Atinge principalmente os animais jovens, até seis meses de
idade, podendo ser adquirida logo após o nascimento.
Quais são os principais sintomas apresentados pelo animal
com eimeriose?
Os animais com eimeriose apresentam diarréia de coloração escura,
às vezes com presença de sangue e muco, desidratação, pêlos arrepiados,
falta de apetite, perda de peso, debilidade orgânica generalizada e, às ve-
zes, morte. Além disso, a resistência do animal com eimeriose fica compro-
metida, propiciando a instalação de outras doenças como pneumonia.
Como os caprinos adquirem a eimeriose?
Os caprinos adquirem essa doença pela ingestão de água e alimentos
contaminados com o parasito.
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Como distinguir a eimeriose da verminose?
Não é fácil distinguir a eimeriose da verminose apenas pela observa-
ção dos animais doentes, uma vez que os sintomas das duas parasitoses são
semelhantes. Entretanto, deve-se considerar a idade dos animais, visto que
a eimeriose clínica é mais comum em cabritos na faixa etária de um a três
meses de idade. O diagnóstico definitivo deve ser realizado pelo exame de
fezes.
Como é feito o tratamento da eimeriose?
Os produtos recomendados para o tratamento preventivo são os antibióti-
cos ionóforos. Entre os antibióticos ionóforos, a salinomicina na dose de
2 mg/kg, administrada no leite, apresenta bons resultados. Os animais com
sintomatologia clínica devem receber tratamento curativo à base de toltrazuril
durante três dias consecutivos. Além do toltrazuril, medicamentos à base de
amprólio e sulfas são também recomendados para o tratamento curativo.
Os animais doentes devem ser isolados do rebanho e, além do medicamen-
to para eimeriose, devem receber tratamento sintomático para controlar a
desidratação e, quando necessário, antibióticos específicos, para combater
as infecções secundárias.
Nenhuma droga é capaz de con-
trolar a eimeriose depois que os sinais
clínicos da doença tenham aparecido.
O tratamento preventivo, pela adminis-
tração de medicamentos na água, leite
ou ração, é recomendado para rebanhos
criados em regime de confinamento. A
medicação preventiva deve ser inicia-
da entre uma e duas semanas de vida.
Quais as medidas preventivas recomendadas para o contro-
le da eimeriose?
As medidas sanitárias e de manejo são as mais importantes no contro-
le da doença. Elas visam impedir ou diminuir a ingestão de formas infectivas
do parasito, pelos animais, que devem permanecer em instalações limpas e
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secas. Os bebedouros e comedouros devem ser localizados do lado de fora
do aprisco, de forma a evitar sua contaminação pelas fezes. Após a limpeza
das instalações, por varredura e lavagem, de preferência com água sob
pressão, as mesmas devem ser desinfetadas com creosol a 5% e lança-
chamas (vassoura-de-fogo). Os animais adultos são portadores de várias
espécies de Eimeria, e funcionam como fonte de contaminação para o meio
ambiente. Por isso, devem ser separados dos jovens. Como medidas adicio-
nais, recomenda-se evitar o estresse e a aglomeração de animais.
Quais as principais doenças de pele dos caprinos causadas
por parasitos?
Entre as doenças de pele provocadas por parasitos as mais im-
portantes são as causadas por piolhos (pediculoses), sarnas e bicheiras ou
miíases.
O que é sarna? Que tipos acometem os caprinos?
psoróptica ou auricular, os animais apresentam prurido intenso no pa-
vilhão auditivo e na parte mais interna do pavilhão auricular, presença
de crostas quebradiças, sendo o ácaro encontrado nas lesões mais
recentes. Na sarna sarcóptica os animais apresentam prurido intenso, for-
mação de pápulas avermelhadas contendo líquido seroso, que forma , pos-
teriormente, crostas amareladas localizadas na cabeça, principal-
mente ao redor dos olhos e narinas. A sarna demodécica, também conhe-
cida como bexiga, é caracterizada pelo aparecimento de nódulos na
pele contendo, em seu interior, ácaros em diferentes estágios de desenvol-
vimento.
Sarna é uma ectopara-
sitose causada por várias es-
pécies de ácaros. Os ca-
prinos são acometidos pelas
sarnas psoróptica, sarcópticae demodécica. Na sarna
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Qual o tratamento recomendado para a sarna?
Os animais doentes devem ser separados do rebanho e tratados com
sarnicidas de uso tópico ou geral (banhos com carrapaticidas). Na sarna da
orelha (psoróptica), recomenda-se primeiramente a limpeza do local afeta-
do, com retirada das crostas e a utilização de acaricidas em solução oleosa
na proporção de 1:3, repetindo o tratamento a intervalos de três dias.
O tratamento da sarna sarcóptica é realizado por meio de banhos de imersão
ou aspersão com produtos fosforados e piretroídes, repetindo-se o tratamen-
to após dez dias. No caso da sarna nodular (bexiga), administrar ivermectin
por via subcutânea na dosagem de 0,2 mg/kg de peso vivo, em dose única.
O que é miíase ou bicheira?
É uma doença causada por larvas de moscas conhecidas como vare-
jeiras. A miíase instala-se a partir da oviposição das moscas em orifícios
naturais ou ferimentos dos animais. Esses ferimentos podem ser provocados
acidentalmente ou decorrentes de práticas de manejo como descorna,
assinalação, brincagem.
Quais os danos ocasionados pelas miíases?
Após instalarem-se nas feridas, as larvas destroem os tecidos do ani-
mal, causando complicações sérias como destruição do úbere, testículo,
perfuração do rúmen, otites, além de provocar infecções secundárias diver-
sas.
Como tratar e evitar as miíases nos animais?
O tratamento é realizado por meio
de aplicação de produtos conhecidos
como mata-bicheiras, após a limpeza
das feridas e retirada das larvas. Esses
produtos, além de matarem as larvas,
são cicatrizantes e repelentes, evitando
novas posturas. Alguns animais reque-
rem antibioticoterapia complementar.
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Os piolhos são prejudiciais aos caprinos?
Sim, os piolhos são os ectoparasitos que ocorrem com maior freqüên-
cia em caprinos, causando irritação e prurido. O animal esfrega o corpo em
postes e cercas o que, muitas vezes, leva ao aparecimento de ferimentos
que podem se agravar pela invasão de larvas de moscas e bactérias. Com
isso observa-se redução no ganho de peso e na produção de leite, afetando
a produtividade dos animais. Além disso, devem ser considerados os preju-
ízos na indústria coureira, decorrentes da baixa qualidade das peles.
Quando os animais são mais atacados por piolhos?
Como controlar os piolhos?
Para o tratamento da pediculose (infestação de piolhos) recomenda-
se banhos de aspersão e imersão, com produtos à base de fosforados e
piretróides, que devem ser repetidos após sete a dez dias.
Além dos produtos químicos,
pode-se controlar os piolhos
com plantas? Como fazer o tra-
tamento?
Na Embrapa Meio-Norte vem sendo
testado com algum sucesso o melão-de-são-caetano (Momordica charantia),
na dose de 1 kg de folhas verdes para dez litros de água. As folhas são
Os piolhos podem ser encon-
trados parasitando os animais duran-
te todo o ano, sendo a época seca o
período de maior infestação. Qual-
quer caprino pode ser infestado por
piolho, porém os desnutridos e os
manejados em instalações com pre-
cárias condições de higiene apre-
sentam maior susceptibilidade.
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maceradas e misturadas com água. Em seguida, todo o corpo do animal é
banhado com essa mistura, repetindo o tratamento após dez dias.
O que se recomenda para controlar os ectoparasitos de
caprinos (sarnas, piolhos e bicheiras)?
Para evitar a propagação dessas parasitoses no rebanho, reco-
menda-se:
• Inspecionar periodicamente o rebanho.
• Evitar a introdução na propriedade de animais infestados com pio-
lhos ou sarnas.
• Isolar os animais doentes.
• Tratar adequadamente todas as feridas, e evitar a deposição de ovos
das varejeiras (moscas).
• Proceder à higiene rigorosa das instalações, evitando, assim, a pro-
pagação das moscas.
• Ao realizar práticas de manejo que causem traumatismo (assinalação,
castração, corte do umbigo, brincagem e descorna), usar repelentes
e, quando possível, realizar essas práticas de manejo no período
seco.
• Realizar a desinfecção do umbigo com tintura de iodo a 10%.
O que é ectima contagioso ou boqueira?
É uma doença dos caprinos causada por vírus, sendo mais fre-
qüente nos animais jovens. Até os seis meses, os caprinos são susceptí-
veis a essa doença, que pode manifestar-se a partir da quarta semana de
vida.
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Quais os sintomas apresentados
pelos animais com ectima con-
tagioso?
Os sintomas iniciais são a formação de
lesões que se espalham em forma de crostas
pelos lábios, gengivas e narinas. O úbere, a
vulva e os espaços interdigitais dos cascos
dos animais adultos podem ser afetados.
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Os animais geralmente têm pouco apetite. Nos casos de lesões extensas na
boca e outros órgãos digestivos, os animais ficam impossibilitados de ali-
mentar-se.
Qual o tratamento para os animais com ectima contagioso?
Indica-se, como tratamen-
to, o isolamento dos animais do-
entes, a aplicação diária, no lo-
cal das lesões, de uma solução
de iodo a 10% mais glicerina, na
proporção de 1:1, ou violeta de
genciana a 3%. Nas cabras com
lesões no úbere, utiliza-se a mes-
ma solução de iodo, porém na
proporção de 1:3.
O que é Artrite Encefalite Caprina (AEC) e como se mani-
festa?
É uma doença causada por vírus da subfamília Lentivirinae, que aco-
mete caprinos de todas as idades, sendo as raças leiteiras as mais afetadas.
Apresenta-se na forma nervosa em animais entre dois e quatro meses, ca-
racterizada por paralisia nos membros posteriores progredindo, na maioria
dos casos, para a morte. A forma articular se caracteriza por artrite não
purulenta, uni ou bilateral, afetando a articulação do joelho (carpo-
metacarpiana), ocorrendo com freqüência em animais adultos. Na forma
mamária, observa-se o endurecimento geral da glândula, diminuição na
produção total de leite e mastite não purulenta. Um quadro de pneumonia
fibrótica é desencadeado nos animais portadores dessa enfermidade.
Que outros nomes são usados para a AEC?
Os mais usados são: Leucoencefalomielite Artrítica Viral, Encefalite
Caprina, Leucoencefalomielite Infecciosa, Artrite Crônica Caprina, Encefalite
Granulomatosa, Visna Caprina, Artrite Encefalítica Caprina e Encefalite Ar-
trite Caprina.
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Como se faz o diagnóstico da AEC
e qual o teste sorológico recomen-
dado?
O diagnóstico baseia-se no histórico dos
animais, em sinais clínicos, no exame sorológico
ou no isolamento do vírus. O teste mais utilizado
é o de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA).
É um teste simples, e serve para avaliar um re-
banho.
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De que maneira pode-se controlar a AEC?
Uma vez detectada a doença no rebanho, implantar de imediato as
seguintes medidas de controle:
• Separar o cabrito imediatamente após o parto, não deixando que a
cabra o lamba.
• Fornecer colostro termizado (56oC por 60 minutos), ou leite de vaca
pasteurizado.
• Separar animais com sorologia positiva em aprisco à parte.
• Evitar adquirir animais com sintomas de artrite.
• Realizar exame sorológico de rotina a cada seis meses ou, depen-
dendo das medidas implantadas, eliminar animais doentes, na me-
dida do possível.
Existe tratamento para a AEC?
Não. Uma vez detectada a doença em um rebanho, necessita-se de
medidas de prevenção e controle.
De que maneira ocorre a transmissão da AEC?
Pela ingestão de colostro e leite contaminados. Outras formas de trans-
missão ocorrem por meio de secreções, sangue, agulhas, aparelhos de tatu-
agem ou outros objetos contaminados. Existe possibilidade de transmissão
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quando se utiliza um reprodutor infectado pelo vírus da AEC com ferimentos
no sistema reprodutivo.
A carne oriunda dos animais infectados com o vírus da AEC
pode ser consumida?
Sim, porque o vírus da AECé próprio da espécie caprina, não infecta
humanos, e é sensível a altas temperaturas, não suportando fervura. No en-
tanto, como é uma doença crônica debilitante, o estado geral da carcaça
pode determinar sua condenação.
O que é pododermatite ou frieira?
É uma doença que aco-
mete os caprinos de qualquer
idade, caracterizada por uma
inflamação localizada na jun-
ção da pele com o casco, pre-
judicando a locomoção dos
animais, também conhecida
como podridão-do-pé, mal-
do-casco e manqueira. O agente causador da frieira é Bacteroides nodosus,
podendo haver associação com outras bactérias como Fusobacterium
necrophorum e Corynebacterium pyogenes.
Qual a época de maior ocorrência de frieira no rebanho?
Essa enfermidade ocorre com maior freqüência na época chuvosa,
em locais onde as pastagens estão alagadas, úmidas e mal drenadas, asso-
ciando-se a isso o pisoteio dos animais nesses locais formando lamaceiros,
que reúnem condições favoráveis ao aparecimento da doença.
Quais os sintomas observados num animal com frieira?
O sintoma mais comum é a manqueira, geralmente seguida de infla-
mação, supuração e dor na coroa dos cascos. O animal não acompanha o
rebanho, isola-se, caminha com dificuldade, não se alimenta, passando gran-
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de parte do tempo deitado ou apoiado nos joelhos. Se não for tratado, pode
emagrecer progressivamente e morrer por inanição.
Como tratar os animais que apresentam frieira?
Para o tratamento, recomenda-se
transferir os animais para um local lim-
po e seco, isolar os doentes, proceder
ao corte dos cascos e fazer uma limpe-
za com água e sabão das patas afeta-
das, retirando as áreas necrosadas. Em
seguida, aplica-se solução desinfetan-
te de sulfato de cobre a 10%, formol a
2% a 5%. Nos casos mais graves com infecções secundárias, é necessário
fazer curativo a cada dois ou três dias. O uso de antibióticos é recomenda-
do quando houver sinais de comprometimento orgânico e nos casos de
pododermatite contagiosa.
Que medidas devem ser adotadas para reduzir os casos de
frieira no rebanho?
Caso seja realizada a identificação do agente responsável pela insta-
lação da doença no rebanho, a medida profilática mais eficaz é a aplicação
de vacinas. No entanto, o uso de vacinas não invalida a adoção das medi-
das profiláticas, por apresentarem resultados eficazes na redução da inci-
dência da doença. São elas:
• Colocar os animais em locais limpos e secos.
• Proceder ao corte e à limpeza dos cascos duas vezes ao ano (início
da época seca e antes da época chuvosa).
• Iniciar a passagem dos animais pelo pedilúvio antes da época chu-
vosa.
• Isolar os animais doentes.
• Evitar o acesso e a permanência dos animais em pastos encharcados,
pisos excessivamente úmidos e escorregadios.
O que é linfadenite caseosa ou mal-do-caroço?
É uma doença infecto-contagiosa, crônica, causada pela bactéria
Corynebacterium pseudotuberculosis, que se manifesta pela presença de
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abscessos ou caroços nos gânglios superficiais e, em menor escala, nos
gânglios internos e órgãos como pulmão, fígado e baço.
Como ocorre a transmissão da linfadenite caseosa e onde se
localizam os abscessos?
Ocorre por contato do ma-
terial purulento com ferimentos e
arranhões na pele dos caprinos.
Após a penetração, a bactéria alo-
ja-se nos gânglios mais próximos,
desencadeando a formação dos
abscessos. Os gânglios mais afe-
tados são os da região da mandí-
bula (parotídeos), escapulares e
crurais.
Que medidas devem ser adotadas no caso de reaparecimento
da linfadenite caseosa em um animal que já foi tratado ci-
rurgicamente?
Nesses casos, deve-se realizar o descarte do animal, evitando assim
a propagação da doença no rebanho.
De que maneira a linfadenite caseosa pode ser evitada?
Ao realizar a compra de novos
animais, evitar adquiri-los em propri-
edades onde a doença esteja presen-
te. Antes de introduzir novos animais
no rebanho, submetê-los a um perío-
do de quarentena; fazer inspeção ro-
tineira do rebanho; isolar os caprinos
com abscessos antes que se rompam
espontaneamente no meio ambiente;
fazer higienização periódica das ins-
talações.
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Existe vacina para prevenir a linfadenite caseosa?
Sim. Existe uma vacina disponível, fabricada pela Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agropecuário (EBDA). Entretanto, essa vacina não apre-
senta poder de imunidade satisfatório. Estudos continuam sendo desenvol-
vidos em busca da obtenção de uma vacina eficiente.
Qual o tratamento indicado para a linfadenite caseosa e quais
as medidas de controle dessa doença?
A aplicação de quimioterápicos e antibióticos, além de ser pouco
econômica, não produz efeito satisfatório. Nesse caso, são recomendadas
medidas profiláticas que visam apenas reduzir a incidência da doença no
rebanho como inspeção periódica do rebanho; isolamento dos animais com
abscessos e incisão cirúrgica antes que os abscessos se rompam espon-
taneamente no meio ambiente. Antes da abertura do abscesso, deve-se pro-
ceder à retirada do pêlo da região (tricotomia) e à desinfecção do local com
solução de álcool iodado. A abertura do abscesso deve ser ampla no sen-
tido vertical, permitindo a retirada de todo o conteúdo purulento, seguida de
lavagem e desinfecção com iodo a 10%; o tratamento deve ser reali-
zado fora das instalações, o material retirado do abscesso deve ser queima-
do e os instrumentos desinfetados; os animais só devem retornar ao rebanho
após completa cicatrização; evitar a compra de animais clinicamente
doentes.
Quais as perdas econômicas causadas pela linfadenite
caseosa?
Os abscessos externos danificam a pele e, por isso, são fontes poten-
ciais de perdas econômicas para os criadores. Entretanto, não existe
base científica indicando que essa forma de doença esteja associada à bai-
xa produtividade do animal. A forma interna, no entanto, é freqüentemente
associada à perda de peso corporal, diminuição da produção de leite
(depende da localização do abscesso), morbidez e baixa eficiência
reprodutiva. A localização de abscessos em órgãos vitais pode levar o ani-
mal à morte.
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O que é broncopneumonia e quais as principais causas e
sintomas?
É uma inflamação que acomete os pulmões, causada por bactérias,
vírus e parasitas, podendo ainda ser desencadeada por fatores do meio am-
biente (químicos, físicos). Caracteriza-se por tosse, febre, corrimento nasal,
dificuldade respiratória, falta de apetite e enfraquecimento.
Qual o tratamento recomendado para os animais acometi-
dos de broncopneumonia?
Observar em que estado se en-
contra o animal; isolá-lo em ambi-
ente seco e higiênico; administrar
antibióticos de largo espectro como
penicilinas, tetraciclinas e medica-
ção de suporte, entre outros; ofere-
cer água e alimento no cocho.
Quais as medidas de prevenção da broncopneumonia?
Fazer a higiene das instalações, conservando-as sempre limpas; evi-
tar umidade nas instalações; evitar superlotação; abrigar os animais das
correntes de ar (utilizando cortinas) e da chuva; inspecionar o rebanho no
aprisco para observar animais com tosse ou secreção nasal, isolando-os;
evitar a entrada de animais enfermos.
Que é ceratoconjuntivite ou oftalmia contagiosa?
Ceratoconjuntivite é uma doença infecciosa e contagiosa que ataca
os olhos dos animais, podendo comprometer seu desempenho produtivo se
não tratada a tempo. Ocorre com maior freqüência em épocas e locais onde
existem moscas que se alimentam das secreções nasal e ocular dos ani-
mais. A doença é causada por vários microrganismos e os sinais clínicos
apresentados são semelhantes. O agente infeccioso chega a outros animais,
transportado pelas moscas, mas também por contato direto, isto é, de ani-
mal para animal, e transportado por pessoas e poeira contaminadas.106
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Quais os sintomas da ceratoconjuntivite?
Inicialmente, os animais apre-
sentam lacrimejamento abundante,
olhos congestos (vermelhão), diminui-
ção do apetite, febre moderada e, de-
pendendo do agente causal, uma pe-
quena mancha branca na parte cen-
tral do olho afetado. Em dois ou três
dias, essa mancha pode progredir para
todo o olho, que adquire coloração
branco-azulada. Observam-se peque-
nas e múltiplas úlceras, que se tornam maiores nos dias seguintes, quase
sempre evoluindo para a cegueira.
Qual o tratamento para a ceratoconjuntivite?
Pomadas ou colírios à base de cloranfenicol, penicilina e nitrofurazona
podem ser utilizados. As aplicações devem ser feitas, no mínimo, duas ve-
zes ao dia, até dois a três dias após o desaparecimento dos sintomas. O tra-
tamento também pode ser feito por via parenteral (injeção) utilizando-se a
oxitetraciclina de ação prolongada, em dias alternados, até 72 horas após o
desaparecimento dos sintomas.
Como evitar a ceratoconjuntivite?
A prevenção pode ser feita com a introdução de medidas higiênicas,
de medidas que evitem traumatismos nos olhos dos animais e com o uso de
vacina específica em rebanhos com incidência freqüente da doença.
O que é mastite?
Mastite, ou mamite, é o processo inflamatório da glândula mamária,
sendo caracterizada por alterações do úbere e, conseqüentemente, do lei-
te. Duas formas da doença são reconhecidas: a forma clínica e a forma
subclínica.
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Sanidade
Como os animais contraem a mastite?
Em conseqüência do grande
número de agentes causadores da
doença, não existe um tratamen-
to padrão a ser recomendado para
todos os casos de mastite. Desse
modo, no campo, onde não seja pos-
sível o isolamento do agente mi-
crobiano, produtos que tenham ação
sobre várias espécies devem ser
preferidos. A via para a aplicação
dos antimastíticos é a intramamária,
devendo o tratamento ser repetido
Os micróbios penetram no
úbere através de feridas ou do ori-
fício das tetas. O piso e os utensíli-
os de ordenha, bem como o cabri-
to ao mamar ou a mão do ordenha-
dor, atuam como veículos de trans-
missão dos germes causadores da
enfermidade, de animais doentes
para os sadios.
Quais os principais sintomas da mastite?
Na mastite clínica, observa-se leite visivelmente alterado, diminui-
ção na quantidade de leite produzida, úbere quente, inchado e dolorido à
palpação e, dependendo do microrganismo presente, o animal pode apre-
sentar febre, perda do apetite e apatia. O endurecimento total ou parcial do
úbere está presente na mastite crônica. Na mastite subclínica, nenhuma
alteração visível é observada no leite e úbere, pois essa forma da doença só
é detectada por testes laboratoriais, mas a redução na produção de leite é
perceptível.
Que tratamento é recomendado para a mastite?
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por três a cinco dias. A aplicação de produtos por via sistêmica (injeção) é
recomendada apenas para os casos em que o animal apresenta aumento da
temperatura corporal, diminuição do apetite e apatia (sinais indicativos do
comprometimento orgânico). O leite de animais mastíticos e em tratamento
deve ser descartado, respeitando-se o período de carência recomendado
pelo fabricante do produto.
Como evitar que um animal tenha mastite?
Em rebanhos leiteiros é necessária a introdução de um programa de
prevenção da mastite, baseado em medidas higiênicas antes, durante e após
a ordenha. Desse modo, deve-se manter as instalações sempre limpas, la-
var o úbere antes da ordenha com solução anti-séptica ou com água cor-
rente, secando em seguida com toalhas individuais; após a ordenha, colo-
car as tetas dentro de um recipiente contendo solução iodada (0,5% a 1%)
com glicerina; eliminar animais com mastite crônica. O ordenhador deve
manter unhas aparadas e mãos limpas.
Como é feito o diagnóstico de cabras com mastite?
Pode-se diagnosticar a
mastite, em sua fase inicial,
usando-se caneca de fundo es-
curo ou caneca telada. Nesse
teste, os primeiros jatos de leite
de cada teta são recolhidos e
observados para detectar altera-
ções de cor, consistência ou pre-
sença de grumos. Em estágio
mais adiantado, a mastite pode
ser detectada pela palpação da glândula mamária, após a ordenha, onde
ficam evidentes os sinais de inflamação.
Quais os prejuízos ocasionados pela mastite?
Na forma clínica, os prejuízos econômicos são devidos principalmen-
te ao descarte do leite, aos custos com medicamentos e à substituição de
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matrizes. Na mastite subclínica, os prejuízos são devidos à perda progressi-
va da produção de leite. Em rebanhos, cuja finalidade é a produção de
carne, a mortalidade de filhotes de fêmeas mastíticas, o menor percentual
de ganho de peso e o descarte ou morte de matrizes representam sensíveis
perdas econômicas.
Quais as principais causas de aborto em cabras?
Várias são as causas de aborto em fêmeas caprinas, estando envolvi-
dos na etiologia fatores de ordem nutricional e infecciosos. Estão incluídas
como causas infecciosas a brucelose, a micoplasmose, a toxoplasmose, a
listeriose, entre outras. Além desses fatores, o estresse funciona como im-
portante fator no desencadeamento do aborto caprino.
As cabras que abortam devem ser retiradas do rebanho?
A eliminação de uma fêmea com histórico de aborto depende da sus-
peita da causa do aborto que, sempre que possível, deve ser confirmada por
meio de exames laboratoriais. Em casos de aborto infeccioso, a fêmea deve
ser retirada do rebanho o mais rápido possível; fêmeas com abortos de ori-
gem não infecciosa devem ser adequadamente manejadas de acordo com
a causa.
Que cuidados sanitários devem ser observados no confina-
mento de cabras?
A introdução de medidas higiênicas é o fator mais importante para
animais em confinamento: os animais devem ser alocados em ambiente
confortável, limpo e arejado. A higienização diária do ambiente minimiza o
aparecimento de grande número de doenças, particularmente da mastite,
em se tratando de animais leiteiros. Medidas sanitárias específicas, como
vacinações, devem ser introduzidas de acordo com a ocorrência de deter-
minada doença no rebanho ou na região.
O que é micoplasmose e quais os principais sintomas?
É uma doença causada por microrganismo do gênero Mycoplasma,
que acomete caprinos de todas as idades e raças. Caracteriza-se por sinto-
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mas articulares (aumento de volume da articulação), pulmonares (febre,
tosse, dificuldade respiratória e, às vezes, corrimento nasal), mastite (con-
sistência dura à palpação) e oculares (inflamação da córnea, membranas
do olho e lacrimejamento).
Como a micoplasmose é transmitida e qual a forma de trata-
mento?
É transmitida pelo contato direto com secreções nasais, oculares,
leite e com líquidos articulares entre animais doentes e sadios. As crias se
infectam mamando o colostro ou o leite das cabras infectadas. O trata-
mento à base de antibióticos melhora o estado clínico (sintomas e lesões),
mas nenhum deles tem efeito micoplasmicida in vivo. Alguns dos antibióti-
cos usados são: tilosina, eritromicina, tetraciclina, gentamicina, linco-
micina, espectromicina e espiramicina. No entanto, mesmo após o trata-
mento, apesar de não apresentar sintomas, o animal é considerado um por-
tador.
Quais os procedimentos para o controle e a prevenção da
micoplasmose?
Os procedimentos de controle variam com a doença e a espécie ani-
mal afetada. Em caprinos, deve-se identificar os animais por meio de teste
sorológico; isolar animais positivos em aprisco à parte; o manejo das crias
deve seguir os critérios orientadores do controle e prevenção da AEC. Os
fatores básicos de prevenção são: evitar a compra de animais oriundos de
rebanhos infectados; adquirir animaistestados sorologicamente e adotar
padrões de higienização das instalações.
O que são zoonoses e como ocorre sua transmissão?
São doenças naturalmente transmissíveis entre as diversas espécies
animais e o homem. A transmissão pode ocorrer por contato direto com o
animal enfermo, ou por meios indiretos (aerossóis, líquidos corporais, ingestão
de carne ou leite de animais doentes).
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Sanidade
Quais as principais doenças dos caprinos que podem ser con-
sideradas zoonoses?
A brucelose, a leptospirose (rara), a linfadenite caseosa (rara), o ectima
contagioso, a raiva, a febre aftosa (rara), a criptosporidiose, a hidatidose e a
toxoplasmose.
O que são clostridioses e quais os principais tipos que aco-
metem os caprinos?
Clostridioses são doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium,
que se caracterizam por toxiinfecções ou intoxicações nos animais. De acor-
do com sua localização, podem causar enterotoxemias, alterações nervo-
sas e musculares. Em caprinos, a forma mais comum é a enterotoxêmica,
causada pelo Clostridium perfringens tipos C e D, que comumente são en-
contrados no solo e no intestino do animal. Geralmente essa forma da doen-
ça é fatal, afetando caprinos de todas as idades, ocorrendo com maior fre-
qüência em animais de 3 a 12 semanas de idade.
Quais os sintomas observados nos caprinos com a forma
enterotoxêmica?
Os animais doentes apresentam fortes dores abdominais, mantêm a
cabeça repousada sobre o costado, entram em coma e morrem, quase sem-
pre, em curto período. Os cabritos deixam de comer, ficam tristes, deitam-
se e morrem muito rapidamente, por vezes, num intervalo de uma hora. Em
animais adultos, observam-se perturbações intestinais acompanhadas de
uma diarréia escura, de odor fétido. Outras vezes, ocorrem perturbações
nervosas características como convulsões. Não existe tratamento satisfatório.
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O que é febre aftosa,
quais os sintomas e
como os caprinos a ad-
quirem?
É uma doença infecto-conta-
giosa causada por vírus, caracteriza-
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Sanidade
da por febre, depressão, manqueira, salivação, formação de vesículas (bo-
lhas) nos lábios, nas mucosas da boca, língua, espaço interdigital e úbere. O
vírus é transmitido por contato direto, por aerossóis e por produtos de secre-
ções e excreções de animais infectados (saliva, lágrima, urina, fezes, leite,
sêmen e membranas de feto).
Qual o tratamento recomendado para a febre aftosa?
Não existe tratamento específico para a febre aftosa. Entretanto, as
práticas de manejo adequado (higiene das instalações, isolamento de ani-
mal enfermo, etc.) e o tratamento das infecções bacterianas secundárias
reduzem as perdas. O tratamento sintomático das lesões dos cascos é feito
com sulfato de cobre a 10%, o das lesões da boca, com soluções bactericidas,
e o do úbere, para evitar ou diminuir as infecções secundárias, além da
assepsia com água e sabão neutro, com aplicação de pomadas tópicas
cicratizantes.
Quais os exames recomendados quando da aquisição de
novos animais?
Deve-se exigir, por ocasião da compra, atestados negativos para a
brucelose (particularmente na importação de outros países) e para a Artrite
Encefalite Caprina (AEC) e atestado de vacinação contra a febre aftosa,
principalmente na existência da doença na região de origem do animal. Em
todos os casos, no entanto, todo animal proveniente de outro rebanho deve
ser colocado em quarentena para observação de quaisquer sintomas suges-
tivos de enfermidade contagiosa. Após o período de quarentena, o animal
pode ser incorporado ao rebanho, caso não tenha sido observada nenhuma
patologia.
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Qual o método de preven-
ção da febre aftosa?
Ao importar caprinos de regiões
onde ocorre a doença em outras espécies
animais, verificar se o lote a ser adquirido
foi vacinado; vacinar os caprinos de seis
em seis meses em áreas endêmicas, a
partir dos quatro meses de idade.
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Sanidade
O que é timpanismo?
O timpanismo, ou meteorismo, é uma doença provocada pelo acúmulo
de gases no rúmen (pança) e retículo, determinando um aumento exagera-
do do volume abdominal. Dependendo da causa tem-se o timpanismo
primário, determinado pela ingestão de alimentos (dieta rica em grãos,
leguminosas, silagens estragadas) e o timpanismo secundário, causado,
mais freqüentemente, por obstruções esofágicas.
Quando ocorre o timpanismo?
O timpanismo ocorre quando o mecanismo de eructação (eliminação
de gases) é falho, e impede a expulsão desses gases.
Quais os sintomas mais comuns do timpanismo?
Os animais apresentam súbito aumento do volume abdominal, ausên-
cia de apetite e afastam-se do rebanho. Se não forem socorridos prontamen-
te, a doença evolui e determina a morte do animal por deficiência respirató-
ria, pois o aumento do volume abdominal comprime os pulmões, diminuin-
do a área respiratória do animal afetado.
Qual o tratamento para o timpanismo?
O tratamento do timpanismo de origem alimentar é feito com substân-
cias que facilitem a expulsão dos gases retidos (substâncias antiespumantes),
devendo-se retirar o alimento causador do problema da dieta alimentar até
sua recuperação. O tratamento para os casos de timpanismo causado pela
obstrução esofágica é feito retirando-se o agente obstrutor. Na presença de
perigo de morte do animal por insuficiência respiratória, a punção do rúmen
(flanco esquerdo) deve ser realizada, utilizando-se trocarte ou material cor-
tante. Nesses casos, deve-se solicitar a presença de um médico veterinário.
No caso do timpanismo moderado, deve-se fazer pressão sobre os flancos
ou forçar o animal a caminhar.
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Sanidade
Como evitar o timpanismo?
A adição de volumosos, não causadores de timpania, à dieta do reba-
nho é uma medida que diminui o aparecimento do timpanismo primário.
Para o timpanismo secundário, mesmo sendo pouco freqüente em pequenos
ruminantes, evitar o acesso dos animais a corpos estranhos que possam
causar obstrução do esôfago.
Qual a causa da obstrução urinária em caprinos?
A etiologia da obstrução urinária ou urolitíase obstrutiva é complexa e
multifatorial. Influências geográficas, bem como fatores dietéticos
(desequilíbrio nutricional), ambientais, hormonais e doenças infecciosas do
trato urinário, têm sido comprovados como responsáveis pela formação de
cálculos urinários.
Quais os sintomas da obstrução urinária?
A obstrução da uretra por cálculos causa dor abdominal, marcha ar-
rastando os membros posteriores, contrações repetidas do pênis, esforços
para urinar, conseguindo o animal apenas eliminar gotas de urina tingida de
sangue. A ruptura da uretra ou bexiga pode ocorrer observando-se, nesses
casos, apatia, ausência de apetite, desidratação e decúbito.
Qual o tratamento da obstrução urinária?
Existem várias opções de tratamento da urolitíase obstrutiva em pe-
quenos ruminantes. Entretanto, em decorrência da localização dos cálculos
nessas espécies animais, a maioria dos procedimentos é utilizada apenas
para salvaguardar a vida do animal até o momento do abate.
Quais as medidas de prevenção da obstrução urinária?
O fornecimento de alimentação equilibrada, aumento do consumo de
água e da área por animal em confinamento são os procedimentos mais
adequados para prevenir a urolitíase obstrutiva, especialmente após terem
sido identificados o problema e a natureza dos cálculos.
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Sanidade
Os caprinos podem contrair tétano?
Sim. O tétano afeta as diversas faixas etárias de caprinos, porém é
mais freqüente em animais jovens. Geralmente, os animais se contaminam
por ferimentos com perfuração profunda. Os micróbios (Clostridium tetani)
estão comumente presentes nas fezes dos animais e no solo contaminado
por fezes (principalmente de eqüinos).
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Instalações
 Que instalaçõessão necessárias na exploração de caprinos?
As instalações devem ser planejadas levando-se em conta a finalida-
de da exploração. Em caprinocultura, a instalação mais importante é o cen-
tro de manejo que, nos sistemas tecnificados destinados à produção de car-
ne, é constituído por apriscos suspensos de piso ripado, apriscos de chão
batido (chiqueiros), currais de manejo, brete, balança, pedilúvio, comedouros,
bebedouros, saleiros, área de isolamento e cercas externas e divisórias.
Na exploração de caprinos leiteiros deve-se dispor, também, de sala
de ordenha, sala de leite e queijaria. Nos dois tipos de exploração, necessi-
tam-se de instalações complementares como galpões, depósitos e
esterqueira.
As instalações para caprinos devem ser padronizadas?
Não. Cada produtor constrói suas instalações conforme o material exis-
tente, o clima, o tipo de exploração e, principalmente, seu poder aquisitivo.
As instalações devem ser construídas de modo a se tornarem funcionais, a
fim de facilitar o manejo dos animais e para que os fatores climáticos não
afetem a fisiologia do animal e, conseqüentemente, sua produtividade.
O que é um centro de manejo e onde deve localizar-se?
É o local onde está situado o conjunto de instalações destinadas à
execução das práticas de manejo utilizadas com o rebanho. Uma função
básica é abrigar e proteger os animais das intempéries ambientais, pois,
normalmente, os caprinos são recolhidos, diariamente, para pernoite no
centro de manejo.
Deve ser planejado em função do tamanho do rebanho e da finalida-
de da exploração (carne ou leite) e construído em local estratégico da pro-
priedade, em terreno plano, firme e bem drenado.
Quais são as vantagens do uso de instalações adequadas na
criação de caprinos?
O uso de instalações adequadas permite a execução, com eficiência,
das práticas de manejo do rebanho como separação dos animais por cate-
goria, desmame das crias, identificação dos animais, controle de endo e
ectoparasitas, castração, vacinação, pesagem e suplementação alimentar.
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Instalações
Quais as especificações técnicas utilizadas na construção de
um aprisco?
Na construção do aprisco, deve-se obedecer às seguintes recomen-
dações: 1 – dispor de uma área coberta de 0,80 m2 a 1,00 m2 por animal;
2 – altura mínima do pé-direito de 2,30 m; 3 – piso ripado suspenso a um
metro do solo, com espaçamento entre ripas de um centímetro; 4 – coberta
de telhas ou palhas, de acordo com o poder aquisitivo do produtor e da
disponibilidade dos materiais na região; 5 – dividido em baias para as diver-
sas categorias de animais; 6 – a área interna deve ser bem iluminada,
posicionada de forma que o sol faça seu percurso em todo o comprimento
do aprisco, para reduzir a umidade e favorecer o bem-estar dos animais.
Por que os apriscos de piso ripado suspenso são mais reco-
mendados?
Os apriscos de piso ripado suspenso são recomendados porque evi-
tam o contato dos caprinos com as fezes depositadas no chão, reduzindo a
umidade freqüentemente encontrada nos chiqueiros de chão batido e nos
currais. Os apriscos suspensos contribuem para reduzir as infecções por
parasitas gastrintestinais e outras doenças que acometem o rebanho.
Pode ser recomendado o uso de aprisco de chão batido (chi-
queiro)?
Sim. Nas regiões onde a temperatura é alta, a precipitação pluvial e a
umidade relativa do ar são baixas, pode ser recomendado esse tipo de
aprisco. Nesse caso, recomenda-se o uso de cama à base de palha de arroz
ou similar para diminuir a umidade. Sua troca deve ser feita duas a três
vezes por mês, porém, as partes úmidas e as fezes devem ser removidas
diariamente.
Quais os produtos mais indicados na desinfecção das insta-
lações?
Podem ser usados qualquer um dos seguintes produtos: formol comer-
cial a 5%, soda cáustica a 1%, iodophos a 1%, os desinfetantes à base de
fenol a 5% e de enezóis a 5%.
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Instalações
O que é sala de ordenha e qual sua localização adequada
no centro de manejo?
Sala de ordenha é o local onde as fêmeas em lactação são ordenha-
das. Deve ser construída anexa ao aprisco, de modo a facilitar o acesso dos
animais e do tratador ao local e permitir uma higienização adequada dos
equipamentos e das instalações.
Esse tipo de instalação é recomendado em sistemas de produção que
mantêm um número expressivo de cabras em lactação. Para rebanhos pe-
quenos indica-se o uso da plataforma individual de ordenha.
Como deve ser feita a hi-
gienização do local de orde-
nha?
O local de ordenha deve ser lava-
do com água e sabão, diariamente, e de-
sinfetado a cada semana, com produtos
como iodophos a 1% ou formol comer-
cial a 5%. Não se deve utilizar desinfe-
tante à base de cresóis, pois deixam odor
no leite.
Em uma exploração de caprinos é necessária a existência de
galpões e de depósitos?
Galpões e depósitos são instalações complementares e devem ser
construídos com fins específicos. O número de galpões e de depósitos de-
pende, evidentemente, do dimensionamento da exploração. Em geral, são
utilizados com as seguintes finalidades:
• Galpão para implementos agrícolas.
• Galpão ou depósito para armazenagem de suprimentos alimentares
(ração, feno, etc.).
• Depósito para guarda de medicamentos e equipamentos veterinári-
os (farmácia).
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Instalações
O que é pedilúvio?
É um tanque construído na
entrada dos currais, apriscos ou
chiqueiros, medindo 2,0 m de
comprimento por 0,10 m de pro-
fundidade e largura correspon-
dente à da porteira, com proteção lateral feita com cerca de arame liso ou
ripas, com 1,40 m de altura.
Qual a finalidade do pedilúvio?
Fazer a desinfecção dos cascos dos animais. Essa desinfecção pode
ser feita com solução de formol comercial a 10% ou sulfato de cobre a 10%.
Na ausência desses produtos químicos, a cal virgem diluída em água (40%)
funciona como um bom desinfetante.
O que é quarentenário?
É uma área de isolamento de animais oriundos de outros rebanhos ou
de outras regiões. Essa área deve ser localizada distante do centro de ma-
nejo e constar de um pequeno espaço coberto, divisões internas e área de
pastejo. No quarentenário, os animais devem ser observados por um deter-
minado período (quarentena) antes de serem incorporados ao rebanho. Du-
rante esse período devem ser realizados exames clínicos e de laboratório,
para identificação de possíveis enfermidades, especialmente as infecto-con-
tagiosas.
O que é esterqueira?
É uma área previamente cons-
truída para servir de depósito de es-
terco. Tem como objetivo melhorar as
condições higiênicas da criação e di-
minuir a ocorrência de doenças, além
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Instalações
de contribuir para reduzir a poluição ambiental e melhorar o aproveitamen-
to do esterco, como fertilizante para lavouras ou pastagens.
Qual a localização ideal e como é feita a esterqueira?
A esterqueira deve ser localizada a uma distância mínima de 50 m do
centro de manejo, para não comprometer a sanidade do rebanho.
A esterqueira deve ser construída, de preferência, em terreno inclinado, de
forma semi-enterrada, visando facilitar o carregamento e a descarga do
esterco. O piso deve ser de concreto simples, com 0,10 m de espessura e as
paredes de alvenaria (tijolo maciço). Outra opção é o uso de pilares pré-
fabricados nos quais são encaixadas placas de concreto também pré-
fabricadas.
Onde e como devem ser construídos os currais de manejo?
Devem ser construídos em áreas altas da propriedade para assegurar
uma boa drenagem e com dimensões variando de acordo com o tamanho
do rebanho. O uso de 2 a 3 m2 por animal adulto é uma boa recomendação.
Tais currais devem ter comunicação entre si e com cada baia para facilitar
o manejo dos animais e reduzir a mão-de-obra na execução dos trabalhos.
Para que serve o brete e quais

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