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Nutrição para Maratonistas e Ciclistas Professora Nutricionista Renata Felipe Saffioti Nutrição para Maratonistas e Ciclistas O ciclismo e a corrida são esportes com algumas características em comum quando se trata de estratégias nutricionais por serem esportes predominantemente aeróbios e em alguns casos de longa duração. As principais vias metabólicas utilizada nessas modalidades esportivas são a via glicolitica aeróbia e a lipólise, sendo os substratos necessários glicogênio e gordura. As estratégias nutricionais têm como foco a melhor utilização desses substratos no momento do exercício com objetivo de melhorar performance tanto a curto, como a longo prazo. Para traçarmos objetivos relacionados a alimentação em esportes aeróbios é necessário entender quais são os determinantes do rendimento aeróbio. Eles são organizados em um modelo que integra fatores como o consumo máximo de oxigênio (VO2 max), limiares relacionados a resposta do lactato sanguíneo ao exercício e a eficiência muscular, pois são considerados como as mais importantes variáveis do desempenho aeróbio (CAPUTO F. et al.,2011). Quando falamos em atletas de alto rendimento, é observado um elevado valor de VO2 max, alta capacidade de se exercitar por um período de tempo prolongado a uma alta porcentagem do VO2 max, bem como, uma eficiente conversão da energia produzida para a forma de movimento corporal são importantes para o sucesso de uma prova (CAPUTO F. et al.,2011). O consumo de ATP é aumentado durante o exercício aeróbio, pois a demanda energética do músculo também está aumentada. Porém os estoques de ATP são limitados, significando que a produção de ATP deve ocorrer na mesma velocidade na qual ele é utilizado, para que o exercício possa continuar por tempo prolongado. Existem três processos distintos e integrados que operam para satisfazer a demanda energética do músculo: O sistema anaeróbio alatico compreende a quebra da creatina fosfato (CP) e as moléculas de ATP já presentes dentro do músculo. Sistema anaeróbio lático refere-se à combustão parcial da glicose ou glicogênio. A quebra destas duas moléculas irá gerar ácido lático com a sua imediata conversão para lactato. Sistema aeróbio que se refere à combustão completa dos carboidratos (glicose e glicogênio), gorduras e em alguns casos proteínas na presença do oxigênio (CAPUTO F. et al.,2011). No início de um exercício de baixa intensidade, os sistemas anaeróbios alático e lático contribuem com a significante proporção na ressíntese de ATP até que uma estabilidade seja alcançada pelo metabolismo aeróbio. O retardo de tempo (1-2 min), até que o sistema aeróbio seja capaz de atender ou se aproximar da demanda energética, é devido ao aumento gradual do fluxo sanguíneo (oferta de oxigênio) e da ativação das suas várias reações enzimáticas . Durante exercícios de alta intensidade, a demanda de ATP pela contração é muito alta, uma estabilidade nunca é alcançada e a fadiga muscular ocorre rapidamente. Nestas circunstâncias, a ressíntese do ATP derivado do sistema anaeróbio normalmente conta com a maior contribuição para o total de ATP ressintetizado (CAPUTO F. et al.,2011). As recomendações de ingestão de nutrientes que são expressas em percentual do valor calórico total do dia, pode gerar confusão em atletas, pois a quantidade absoluta é mais importante que a porcentagem derivada dele na dieta. Recomenda-se que a prescrição seja expressa em gramas por massa corporal por dia, divididas pela intensidade da pratica. (Biezek, Alves, Guerra, 2015; (PASCHOAL; NAVES, 2014). O quadro 1, mostra as recomendações do consumo de carboidratos de acordo com a intensidade do exercício, porém, é de extrema importância que o nutricionista use seu senso critico e coloque como prioridade os objetivos do paciente na escolha da recomendação de carboidratos, pois a falta ou o excesso estão relacionadas com redução de performance e alterações indesejadas na composição corporal. Quadro 1. Recomendações diárias do consumo de carboidratos pela intensidade do exercício. Tipo de exercício Recomendação diária Observação Exercício leve Atividades recreacionais 3 a 5g/kg/dia Considerar o consumo antes, durante e após o treino para ter alta disponibilidade nesses períodos Exercício moderado Até 1 hora 5 a 7g/kg/dia Exercício intenso Programas de endurance de 1h a 3h 6 a 10g/kg/dia Quanto maior o tempo, maior a necessidade energética Exercícios muito intensos Endurance de mais de 4h 8 a 12g/kg/dia Alimentos ricos em CHO para atender a demanda Adaptado de: Journal of the American College of Sports Medicine, 2016 As recomendações de carboidratos também podem ser modificadas de acordo com a fase do treinamento e objetivos do paciente e mais uma vez o senso crítico do profissional é essencial para um resultado satisfatório. Quadro 2. Recomendações de carboidratos de acordo com o objetivo e fase do treinamento Objetivo Recomendação Observação Abastecimento geral (preparação para eventos <90 min) 7 - 12g/kg por 24h Refeições ricas em carboidratos, baixo em fibras, e facilmente consumidas para garantir conforto intestinal Carboidrato loading (preparação para eventos > 90 min ou intermitentes) 10 - 12g/kg/peso por 36- 48h Refeições ricas em carboidratos, baixo em fibras, e facilmente consumidas para garantir conforto intestinal Recuperação rápida (8h de descanso entre 2 trenos intensos) 1 – 1,2 g/kg/h nas primeiras 4h , depois retomar as necessidades diárias Consumir pequenos lanches Alimentos e bebidas ricos em carboidratos Adaptado de: Journal of the American College of Sports Medicine, 2016 Estratégias de consumo de carboidratos relacionadas a antes, durante e após também devem ser consideradas com objetivo de manter a performance. Em exercícios com intensidades acima de 65% do VO2 max, níveis em que a maioria dos atletas competem o carboidrato é combustível preferido. Já em exercícios a 75% do VO2 max, o conteúdo de glicogênio muscular pré exercício tem forte relação com o tempo em que o exercício será mantido (Biezek, Alves, Guerra, 2015). As recomendações para o uso durante os exercícios de endurance está associada a manutenção de níveis plasmáticos de glicose que previnem a fadiga e como substrato energético utilizado pelas fibras musculares exercitadas (Biezek, Alves, Guerra, 2015). Quadro 3. Recomendações do uso de carboidratos antes e durante o exercício físico. Adaptado de: Journal of the American College of Sports Medicine, 2016 Momento Recomendação Observação Antes 1h a 4h (> 60 min) 1-4g/kg Tempo, quantidade e tipo de alimentos e bebidas ricos em CHO devem seguir preferenciais individuais e experiencias. Evitar gorduras, proteína e fibras Escolher CHO de baixo IG, caso não seja possível o consumo durante Durante 45 – 75 min de exercício intenso Pequenas quantidades Incluir enxague bucal Bebidas esportivas O contato frequente de carboidratos com a boca e a cavidade oral podem estimular partes do cérebro e sistema nervoso central para melhorar percepções de bem-estar Durante 1h a 2,5h 30 a 60g/h Comida ou suplementos com diferentes tipos de CHO Testar durantes treinos (planos) Tempo e quantidade Durante exercício de ultra endurance 2,5 –3h Até 90 g/h Blend de carboidratos (glicose:frutose) atingem altas taxas de oxidação durante Recomendações do uso de proteína ISSN, 2018 • Atletas em treino moderado ou intenso: 1,2 a 2g g/kg/dia (60 a 300g/ dia para atletas de 50 a 150kg ) • Atletas em treino intenso: 1,7g a 2,2g/ kg/dia (85 a 330g /dia par atletas de 50 a 150 kg). • No pós treino: 0,25– 0,55 g prot/kg de peso ou doses absolutas de 20g a 40g. • Devem conter entre 300 a 700 mg de leucina e outros AA essenciais ACSM, 2016 • 1.2 to 2.0 g/kg/dia. • Doses mais altas são recomendadas em períodos curtos durante treinamento intenso ou redução da energia consumida Existem alguns fatores importantes que podem influenciar na necessidade de ingestão de proteínas: Equilíbrio energético: Se por alguma razão as necessidade de energia não forem atendidas existe uma necessidade maior no consumo proteico, porque algumas das proteínas utilizadas normalmente para o processo de síntese de proteínas funcionais (enzimática) e estruturais (tecidual) são desviadas para o fornecimento de energia nesta condição metabólica Aporte de carboidratos na dieta: a ingestão de carboidratos é inversamente relacionada com a taxa de catabolismo proteico durante o exercício. Para que o nutricionista tenha condutas adequadas com relação as recomendações nutricionais atuais é importante entender as respostas adaptativas ao treinamento e como usar a nutrição para amplificar ou atenuar essas respostas. A resposta adaptativa ao treinamento físico depende de fatores como: a duração, a intensidade e o tipo de exercício, bem como a frequência do treinamento, e as escolhas de quantidade e qualidade nutricional no pré e pós treino (Jeukendrup, 2017). Existem evidencias que mostram o quanto de carboidrato oferecido nos treinamentos podem levar respostas adaptativas positivas e existem muitas adaptações em outros órgãos que são influenciadas pela ingestão nutricional e que são importantes para o desempenho esportivo. Tais mudanças e sua relevância para os atletas geralmente são negligenciadas ou têm recebido menos atenção do que o merecido (Jeukendrup, 2017). É importante entender, do ponto de vista prático, as interações entre a nutrição e exercício, para otimizar as respostas adaptativas e trazer resultados no desempenho a longo prazo (Jeukendrup, 2017). As recomendações atuais levam em consideração somente a recuperação aguda pós sessão de treino, sem reconhecer o objetivo específico do momento do treinamento e os objetivos de longo prazo. O termo periodização nutricional é usado para descrever alterações na ingestão nutricional em resposta a determinados períodos de treinamento Em outras palavras, segundo Jeukendrup, 2017: o uso planejado, intencional e estratégico de intervenções nutricionais específicas para aprimorar as adaptações direcionadas por sessões de exercícios individuais ou planos de treinamento periódicos, ou para obter outros efeitos que melhorem o desempenho a longo prazo. Portanto, existem diferentes métodos de manipulação de disponibilidade de nutrientes antes, durante e após as sessões de treino que tem como objetivo a melhora do desempenho a longo prazo. Resumo dos métodos de periodização nutricional o Train Low Treinar duas vezes por dia Ingestão limitada ou inexistente de carboidratos entre as duas sessões. O primeiro treinamento reduzirá o glicogênio muscular, de modo que o segundo seja realizado em um estado de baixo glicogênio. Isso pode aumentar a expressão de genes relevantes Treinamento em jejum O treinamento é realizado após um jejum noturno. O glicogênio muscular pode ser normal ou até alto, mas o glicogênio hepático é baixo Treinamento com baixa disponibilidade de carboidratos exógenos Nenhum ou muito pouco carboidrato é ingerido durante exercícios prolongados. Isso pode aumentar a resposta ao estresse Baixa disponibilidade de carboidratos durante a recuperação Nenhum ou muito pouco carboidrato é ingerido após o exercício. Isso pode prolongar a resposta ao estresse Sleep Low Treino no final do dia e sono com a ingestão de carboidratos restrita. Essencialmente, a mesma idéia que a baixa disponibilidade de carboidratos após o treinamento, mas o período pós-exercício é prolongado. O glicogênio muscular e hepático ficará baixo por várias horas durante o sono o Train High Treinamento com glicogênio muscular e hepático alto A ingestão de carboidratos é alta antes do treinamento, quando o glicogênio é importante e há um foco na restauração do glicogênio após o exercício Treinar com uma dieta rica em carboidratos A ingestão de carboidratos é alta diariamente, independentemente do treinamento, mas pode ser especialmente alta em torno do treinamento (durante e após) o Training the gut Treinamento do conforto do estômago Aumentar o volume da ingestão com ou sem exercício Treinamento de esvaziamento gástrico Uso repetido das refeições para aumentar / melhorar o esvaziamento gástrico de líquidos ou nutrientes (carboidratos) e reduzir o desconforto estomacal Absorção do treinamento Aumentar a ingestão diária de carboidratos e / ou ingestão durante o exercício para melhorar a capacidade de absorção do intestino e reduzir o desconforto intestinal Nutrição de corrida de treinamento Treinar todos os aspectos de uma estratégia de nutrição como no dia da corrida Adaptado de Jeukrendup, 2017 Hidratação e termorregulação A quantidade de água total entre indivíduos pode alterar a sexo, idade, gordura corporal, atletas e não atletas (Krause, 2018). A água é componente essencial para o funcionamento do organismo, pois tem como função tornar os solutos disponíveis para reações celulares, transporta os nutrientes, mantém o volume sanguíneo, estabiliza a temperatura corporal e participa dos processos de digestão, absorção e excreção (Paschoal, 2015). É um elemento vital para vida, portanto, a água perdida em processos fisiológicos deve ser obtida por meio de alimentos, reações químicas que produzem água e bebidas. A água corporal total (ACT) é distribuída da seguinte forma: 53% da ATC = dentro das células ou dento do compartimento intracelular 32% da ATC = extracelular 15% restantes da ATC são considerados insignificantes em termos de exercício e equilíbrio hídrico, pois estão localizados no espaço transcelular presente em ossos, olhos, fluido cerebrospinal, trato gastrintestinal e tecido conectivo (Paschoal, 2015). O equilíbrio entre água e eletrólitos é o ponto crítico para o funcionamento de todos os órgãos e para a manutenção da saúde em geral. Água fornece o meio para as reações químicas dentro da célula, sendo essencial para a manutenção de adequado volume sanguíneo e, deste modo, para a integridade do sistema cardiovascular. Os eletrólitos são sais inorgânicos simples de sódio, potássio ou magnésio, ou moléculas orgânicas complexas, desempenham papel-chave em muitas funções metabólicas normais e são responsáveis pela manutenção das funções fisiológicas do corpo, metabolismo celular, função neuromuscular e equilíbrio osmótico (Krause, 2018). Maiores concentrações de sódio são encontradas em células que estão envolvidas na secreção ou absorção de Na+ como trato digestório, túbulos renais, glândulas sudoríparas e lacrimais. O sódio encontrado nos ossos não pode ser usado em situações emergenciais. A temperatura corporal é um ponto chave para o equilíbrio hídrico. Os seres humanos estão habituados a uma variação de temperatura (T) entre 36,5 °C e 38,5 °C. Temperaturas abaixo de 33,5 °C ou acima de 41,5 °C ocasionam rapidamente um prejuízo no funcionamento do organismo, debilitando o indivíduo, que pode chegar à morte (Krause, 2018). É considerado equilíbrio térmico quando a taxa de calor produzido é igual a taxa de calor perdido e os desequilíbrios devem receber cuidados (Krause, 2018). Toda energia produzida durante o exercício será dissipada em forma de calor: 30% são direcionados à transferência de energia térmica em mecânica (para contração muscular) e o restante (70%) é dissipado na forma de calor para o ambiente. Formasde perda de calor: 1. Radiação: é a troca bruta de calor através do ar em direção a objetos sólidos, com temperatura ambiente baixa e alta taxa do movimento do ar sobre a pele. Quando a temperatura dos objetos no ambiente é maior que a temperatura da pele, é absorvida a energia do calor radiante desde o ambiente até a superfície corporal e vice-versa (sala fechada com muitas pessoas). 2. Condução: é a troca de calor entre dois corpos com temperaturas diferentes ao entrar em contato entre si. Essa troca depende da diferença de temperatura e da condutividade de cada um dos corpos. 3. Convecção: se refere à troca de calor quando um líquido ou gás em movimento entra em contato com outro corpo. O meio em movimento é chamado de corrente de convecção e o calor passa do objeto quente para o frio. 4. Evaporação: é a maior defesa fisiológica diante do excesso de calor. Suor produzido é evaporado, perdemos calor pela evaporação do suor. Durante o treino, é produzido calor, o qual deve ser eliminado do corpo para manutenção de uma temperatura adequado, sendo a reposição hídrica a forma mais eficaz de promover o equilíbrio, pois qualquer déficit de líquidos em um treino, pode prejudicar o treino seguinte. Para que a termorregulação seja eficaz o balanço hídrico adequado ajuda manter o volume sanguíneo, que por sua vez fornece sangue à pele para a regulação da temperatura corporal. Por esta razão q perda hídrica durante o exercício deve ser reposta de maneira igual pois uma vez que aumenta o fluxo sanguíneo periférico, facilita a transferência do calor interno para a periferia. Desidratação e hiponatremia A desidratação causada pelo exercício físico aumenta a temperatura corporal, prejudica as respostas fisiológicas, prejudica o desempenho físico e traz riscos à saúde, pela diminuição do volume sanguíneo, que leva a um aumento da viscosidade sanguínea, à diminuição do volume de sangue ejetado para o coração, ao aumento da frequência cardíaca e como consequência a diminuição da capacidade aeróbia. Além disso, diminui a taxa de sudorese e a perda de calor, aumenta a temperatura corporal causando a fadiga térmica, que impede a continuação do exercício (Sawka, 1992, SMBE, 2009). O suor é hipotônico quando comparado ao plasma, e a desidratação provocada pelo exercício pode resultar no aumento da osmolaridade (número de moléculas em solução por quilograma de água) sanguínea. A hiperosmolaridade aumenta a temperatura interna e reduz a dissipação de calor pela evaporação e convecção (SBME, 2009). É de extrema importância que o atleta conheça sua taxa de sudorese, que é calculada da seguinte forma: Peso antes da atividade - peso após a atividade + consumo de líquidos - volume da urina/ tempo da atividade física. Veja esses exemplos: Homem, 70 kg, praticou corrida intensa por 60 minutos, durante esse tempo consumiu 500 ml de água, após o término, pesou-se e constatou que está com 68,7 kg. Cálculo: 70 – 68,7 + 500 - 0/60 = 8,3 ml/min Mulher: 59 kg, praticou ciclismo por 40 minutos e consumiu 300 ml de água, seu peso final foi 58,5 kg. Cálculo: 59 – 58,5 + 300 - 0/40 = 7,5 ml/min A hiponatremia é definida como concentração de sódio plasmático menor que 130 mmol / L, decorrente de uma reposição hídrica com líquidos isentos de sódio ou com pouco sódio, principalmente em eventos muito prolongados (SBME, 2009). Os sinais e sintomas mais comuns são: Inchaço, ganho de peso, náuseas, vômitos, dor de cabeça, confusão, delírio, convulsões, desconforto respiratório, perda de consciência e possivelmente morte se não forem tratados (ACMS, 2016). A inclusão de sódio nas bebidas reidratantes promove maior absorção de água e carboidratos pelo intestino durante e após o exercício. Isto se dá porque o transporte de glicose na mucosa do enterócito é acoplado com o transporte de sódio, resultando numa maior absorção de água. Em exercícios prolongados, que ultrapassam uma hora de duração, recomenda-se beber líquidos contendo de 0,5 a 0,7g/l (20 a 30mEq·l-1) de sódio, que corresponde a uma concentração similar ou mesmo inferior àquela do suor de um indivíduo adulto (SBME, 2009). Recomendações: Antes do exercício: Journal of the International Society of Sports Nutrition - ISSN 2018 Na noite anterior: 500 ml de água ou bebidas esportivas. Assim que acordar: 500 ml de água ou bebidas esportivas. 20 a 30 min antes: 400 a 600 ml de água gelada ou bebidas esportivas. American College of Sports Medicine ACSM, 2016 5 a 10 ml/kg de 2h a 4h antes do evento. Bebidas ou alimentos ricos em sódio. Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2009 250 a 500 ml de água duas horas antes do exercício. Durante o exercício: Journal of the International Society of Sports Nutrition - ISSN 2018 Consumir soluções com glicose e eletrólitos. Ingerir de 05 a 2 l /hora para compensar a perda de peso, com ingestão a cada 5 a 15 min. Os atletas não devem depender da sede para beber, porque as pessoas não costumam ter sede até perderem uma quantidade significativa de líquido através do suor. American College of Sports Medicine ACSM, 2016 0,4 a 0,8 l/h. Personalizado . Bebidas geladas com sabor melhoram patabilidade. Sódio: Suplementar em exercícios com duração maior que 2h e quando o atleta apresenta "suor salgado". Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2009 Em exercícios prolongados, que ultrapassam uma hora de duração, recomenda-se beber líquidos contendo de 0,5 a 0,7g/l (20 a 30mEq·l-1) de sódio. Após o exercício: Journal of the International Society of Sports Nutrition - ISSN 2018 Consumir 3 xícaras de água para quilo perdido. A ingestão de bebidas com glicose e sódio e consumir alimentos ricos em sódio promovem melhor reidratação. Atenção especial a ambientes úmidos e quentes. American College of Sports Medicine ACSM, 2016 1,25-1,5 L de líquido para cada 1 kg. Água e sódio para reter o líquido. Cuidado com álcool e cafeína. Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2009 Deve-se continuar ingerindo líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela diurese e sudorese. Deve-se aproveitar para ingerir carboidratos, em média 50 g de glicose, nas primeiras duas horas após o exercício. Suplementação Suplementos de carboidratos Os carboidratos são essenciais para o exercício físico e para o desempenho. Os estoques de carboidrato no organismo são limitados. O corpo é capaz de estocar glicose, em forma de glicogênio hepático e muscular, cerca de 100 g no fígado e 400 a 500 g no músculo, o que pode ser alterado por fatores como alimentação e exercício físico. Em exercícios aeróbios prolongados, a disponibilidade de carboidratos como fonte de energia é um fator critico para o desempenho e fadiga central, por esta razão são utilizadas estratégias nutricionais de consumo de carboidratos antes, durante ou depois o exercício (COZZOLINO, COMINETTI, 2013; BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015). A escolha dos tipos de carboidratos pode ser uma estratégia que permite manter as taxas de glicose plasmática maiores durante o exercício, evitar a produção exacerbada de insulina e manter as reservas de glicogênio por mais tempo (Fontan, Amadio, 2015). Quadro 4. Principais carboidratos e a classificação de acordo com o índice glicêmico Carboidrato IG Classificação Glicose 100 Alto Maltose 105 Alto Maltodextrina 100 Alto Dextrose 96 Alto Sacarose 60 Médio Frutose 23 Baixo Isomaltulose 32 Baixo Lactose 46 Baixo Adaptado de ISSN, 2018. Diferentes tipos de CHO podem ser oxidados em diferentes taxas no músculo esquelético devido ao envolvimento de diferentes proteínas de transporte (ISSN, 2018). Para otimizar o resultado e a tomada de decisão do tipo de carboidrato que deve ser utilizado, alguns fatores são importantes a serem considerados:• Palatabilidade. • Características físico-químicas. • Dulçor. • Digestão. • IG (manter as taxas de glicose maiores durante o exercício, evitar a produção exacerbada de insulina e manter as reservas de glicogênio por mais tempo). • Individualidade. O índice glicêmico (IG) é um indicador qualitativo da habilidade de um carboidrato ingerido em elevar os níveis glicêmicos no sangue, fornecendo informações efetivas para um plano nutricional apropriado em relação à suplementação estratégica de carboidratos para o exercício. Alto IG: possuem rápida digestão e absorção, chegam rapidamente na corrente sanguínea e, como consequência, elevam os níveis de glicose, aumentando a secreção da insulina. Baixo IG: possuem digestão e absorção lentas e chegam aos poucos na corrente sanguínea, mantendo baixos os níveis de insulina. Maltodextrina: A maltodextrina é um polímero de glicose comumente usada em bebidas esportivas, as quais são preparadas comercialmente por meio da hidrólise controlada do amido. A concentração de polímeros de glicose varia de 5% a 20%, embora concentrações mais fracas ou mais fortes possam ser feitas a partir da forma em pó (WILLIAMS, 2005). Seu uso tem como objetivo acelerar a recuperação de glicogênio no pós-treino e também na necessidade de uso durante treinos longos (BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015). Cuidado com o uso no pré-treino para evitar a hipoglicemia de rebote. • Endurance: para retardar a fadiga, melhorar desempenho com a manutenção ou aumento das concentrações plasmáticas de glicose e a manutenção de altas taxas de oxidação de carboidratos. Palatinose: A Isomaltulose é um dissacarídeo natural derivado da sacarose. Possui baixo índice glicêmico (IG = 32), o que garante um fluxo de energia constante durante a prática de atividade física. É completamente hidrolisada, de lenta absorção no intestino delgado, que resulta na liberação gradual de pequenas quantidades de glicose, evitando a hiperglicemia e a hiperinsulinemia (Maeda et al, 2013) A justificativa do uso é a liberação de energia de forma gradativa durante os treinos. Dosagem usual: 15 g diluída em água antes da atividade física. Suplementos de proteínas e aminoácidos Suplementação da proteína do soro do leite (Whey Protein) No esporte de endurance o uso do Whey Protein é recomendado para reparação de tecidos, que muitas vezes é negligenciado por atletas amadores e profissionais. Essencial para sintetizar novas proteínas contrateis, mitocôndrias e enzimas. Caso o atleta não faça a reposição diária pode ter prejuízos na síntese proteica e adaptação ao treinamento (Moore, et al, 2014). Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) Quando se trata do uso do BCAA com ação anabólica, em 2017, o ISSN publicou uma revisão sobre o uso de BCAA na síntese proteica e teve conclusão que a resposta anabólica em humanos é baixa, não sendo recomendada sua suplementação para esse fim. Porém, em esportes de endurance são encontrados resultados positivos no uso do BCAA na redução da dor pós treinamento, sendo interessante seu uso em indivíduos com intensas dores musculares pós treinamento devendo cada caso ser avaliado de forma especifica ( da Luz, et al., 2011). Creatina É sintetizada a partir dos aminoácidos arginina, glicina e metionina distribuída de forma que 95% estão nos músculos esqueléticos e o restante está localizado no encéfalo, testículos e rins. Cerca de 1 a 2 g de creatina são produzidos a cada 24 horas, sendo liberados para o sistema muscular de forma predominante (COZZOLINO; COMINETTI, 2013). A ingestão através da alimentação é de 1 a 2 g/dia, sendo as maiores fontes alimentares peixes e carnes. Efeitos benéficos da creatina (ISSN, 2016): • Maior desempenho de sprint único e repetitivo. • Maior trabalho realizado durante as séries de esforço máximo de contração muscular. • Maior massa muscular e adaptações de força durante o treino. • Síntese aprimorada de glicogênio. • Aumento do limiar anaeróbico. • Possível aprimoramento da capacidade aeróbica através de maior deslocamento de ATP da mitocôndria. • Maior capacidade de trabalho. • Recuperação aprimorada. • Maior tolerância ao treinamento. Por que suplementar? Pela elevação do estoque de PCr no músculo através de uma sobrecarga de creatina. O aumento na concentração intramuscular desse substrato facilitaria a ressíntese imediata de ATP. Consequentemente, isso levaria ao aumento do desempenho, uma vez que a manutenção da atividade física de alta intensidade é limitada pela redução do conteúdo de ATP (ACSM, 2016). Em exercícios de endurance: • Atenuar o aumento plasmático de amônia, melhora o equilíbrio energético muscular, promovendo ressíntese de ATP conforme a demanda durante o exercício. A prescrição da dose individual: 0,07 g/kg/peso corporal com uso crônico (ISSN, 2017). Suplementos de lipídios Suplementação de ômega-3 Os efeitos da suplementação de ômega-3 na saúde cardiovascular e respiratória já são bem documentados. A suplementação em atletas está relacionado com a redução dos processos inflamatórios causados pelo exercício, e não diretamente no desempenho (COZZOLINO; COMINETTI, 2013). Triglicérides de cadeia media Os estudos com suplementação de TCM em indivíduos fisicamente ativos e atletas mostra que não poupa glicogênio, como também não diminui a utilização dos demais carboidratos, além de causar desconforto gástrico durante a atividade. O consenso de acordo com os estudos é que o TCM não oferece efeito ergogênico e não pode ser considerado responsável pela melhora de desempenho em endurance (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2015). O uso mais comum é em pacientes hospitalizados com dificuldades na digestão e absorção de nutrientes e para atletas quando existe a necessidade de maior aporte energético Fitoterapia Acanthopanax senticosus Também conhecido como Eleutherococcus senticosus, no estudo de Huang et al, 2012 foi analisado sua eficácia na fadiga física e mental em ratos com atividade física intensa e privação de sono, os autores tiveram como conclusão alivio da fadiga física e mental. Em estudo com humanos, Kuo, et al (2010), analisou os efeitos da suplementação na capacidade de resistência, função cardiovascular e metabolismo em homens treinados. Tiveram como conclusão o aumento da produção de AGL plasmático e o nível de glicose diminuiu significativamente (P <0,05) durante a suplementação de ES por 8 semanas. Rhodiola Rosea É considerada uma planta adaptogena sendo usada em fadiga, depressão, ansiedade e melhora do desempenho físico e mental (Nielman, et al., 2012). Foi demonstrado em estudo de Ahmed, et al., 2015 atividade antimicrobiana em maratonistas, que teve como objetivo medir as propriedades antivirais e antibacterianas dos metabólitos bioativos de Rhodiola rosea no soro de corredores de maratona experientes após a suplementação. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, ingeriram 600 mg / dia de Rhodiola rosea (n = 24, 6 mulheres, 18 homens) ou placebo (n = 24, 7 mulheres, 17 homens) por 30 dias antes da prova e 7 dias após a maratona. Os resultados indicam a ingestão de Rhodiola rosea pode exercer efeitos protetores contra a replicação do vírus após exercícios intensos e prolongados por indução de atividade antiviral, tornando interessante o uso em exercícios prologados. Quadro 5. Resumo dos suplementos utilizados em endurance Suplemento Porque e quando? Quanto Palatinose Carboidrato de lenta absorção. Antes ou durante Em média 15g Avaliar individualmente Maltodextrina Carboidrato de rápida absorção Uso: Durante ou após Avaliar individualmente Gel de carboidrato Durante 1 sache (20g) por hora. Avaliar individualmente Whey Protein Recuperação e reparação detecidos 20 a 25g no pós treino longo Aminovital Durante Melhora do desempenho Avaliar individualmente Creatina Melhora equilíbrio energético Rápida ressintese de ATP Uso crônico 0,07g/kg/dia Glutamina Periodos de treinamento intenso e com grandes volumes 5 a 20g/dia Omega-3 Melhora de processo inflamatório, sistema imune e saúde articular 1 a 2g/dia Probioticos Melhora do sistema imune Redução de resposta ao estresse Iniciar 14 dias antes da prova alvo Glucosamina Reduz reação inflamatória nas articulações 1250 mg a 1500 mg Condroitina Reduz reação inflamatória nas articulações 800 mg a 1200 mg (sulfato) Cafeína Melhora da performance Uso agudo antes e durante treinos longos 5 mg/kg de peso corporal Beta alanina Atraso do tempo de fadiga Iniciar 2 meses antes da prova alvo Uso crônico 1,2g e 6,4g fracionada em 4x ao dia junto com as refeições Ashwagandha (Withania somnifera) Reduções de ansiedade, cortisol matinal, proteína c-reativa -Aumento da força muscular e recuperação 240 a 600 mg Feno grego Aumento da libido em homens e mulheres; aumento da testosterona livre -Aumento da capacidade de endurance 500 a 600 mg Acanthopanax senticosus Melhora da performance em endurance -Eleva funções cardiovasculares -Altera metabolismo para poupar glicogênio 300 a 1200 mg/d por 7 a 42 dias) Rhodiola Rosea Adaptógeno --Redução do estresse e ansiedade -Melhora da performance em exercícios aeróbios -atividade antimicrobiana 100 a 600 mg Chá verde Aumento níveis séricos de catecolaminas, maior estado de vigília e redução no tempo de fadiga 500 mg (extrato seco) Elaborado pelo autor Estratégias para o dia da competição As estratégias para o dia da competição devem ser avaliadas de forma individual, com a presença do paciente e testadas em treinos. Resumos dos passos a serem analisados: 1. Análise do percurso, altimetria, altitude, temperatura e umidade do ar 2. Análise da estrutura da prova, disponibilidade de pontos de hidratação, suplementação e apoio 3. Definir junto ao paciente se serão usados alimentos ou suplementos durante o percurso, de quanto em quanto tempo (tempo ou quilometragem) e hidratação. 4. Definir valor calórico que será oferecido durante a prova considerando perdas e experiências anteriores em treinos 5. Definir as estratégias pré-treino (supercompensação de carboidratos), uso de suplementos. 6. Definir estratégias pós treino (hidratação, glicogênio e aminoácidos) Supercompensação de carboidratos As recomendações de ingestão de carboidratos variam de acordo com o momento do treinamento e os objetivos. Segundo o ACSM, 2016 pode ser realizado o carboidrato loading que consiste na preparação para eventos com duração acima de 90 minutos. Deve ser oferecido ao atleta de 10 a 12g de carboidrato por quilo peso de 36h a 48h antes, através de refeições ricas em carboidratos de rápida absorção, pobre em fibras e proteínas. Importante citar que o atleta deve descansar nesses dias com o objetivo de maiores estoques de glicogênio muscular. Na noite anterior as refeições devem ser ricas em carboidratos e pobres em gorduras e fibras. No dia da competição o atleta deve fazer uma refeição rica em carboidratos de baixo índice glicêmico de 1 a 4 horas antes, evitar gordura, fibras e proteínas. No pós treino oferecer refeições para promover reposição de glicogênio, minimizar danos musculares e promover um balanço nitrogenado positivo ( CHO: 0.8 g/kg/h Prot: 0.2–0.4 g/kg/h), considerar o consumo hídrico adequado com isotônicos e refeições ricas em sódio. Referências Ahmed M, Henson DA, Sanderson MC, Nieman DC, Zubeldia JM, Shanely RA. Rhodiolarosea Exerts Antiviral Activity in Athletes Following a Competitive MarathonRace. 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