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@ O ABAIVO UEU S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O LIVRO 04 1 PROCESSO PENAL 14 DIREITO CIVIL 26 DIR. DO TRABALHO 37 DIREITO PENAL 54 ADMINISTRATIVO Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do "DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS OABENÇOADAS para que você consiga obter o máximo de resultado durante a sua preparação. Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, aprender de forma prática e direta os conceitos e institutos dos temas que mais caem na prova da OAB! Agora você pode estudar os temas diários propostos no cronograma diretamente das DICAS OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da aprovação! Í N D I C E D E C O N T E Ú D O 1 AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV DICAS OABENÇOADAS 1. LEI MARIA DA PENHA (LEI Nº 11.340/2006) O QUE DEVO SABER: A lei maria da penha Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. § 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput. Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A lei nº 11.340/2006 contempla tanto os crimes comissivos como os omissivos. Configura violência contra mulher não só a física, como a sexual, moral, patrimonial e psicológica. A violência psicológica contra a mulher apesar de ser prevista há muito tempo na presente lei, não existia no ordenamento jurídico brasileiro um tipo penal correspondente. Contudo, a lei nº 14.188/2021 acrescentou um novo crime no art. 147-B do Código Penal: o delito de violência psicológica contra a mulher. “Art. 147-B do CP: Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do DICA DO DIA 29 DIREITO PROCESSUAL PENAL 2 independentemente de coabitação. direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. “ Por se tratar de um crime comum, o sujeito ativo poderá ser tanto o homem, como a mulher.Já o sujeito passivo só poderá ser a mulher. Perceba que para se enquadrar neste delito, faz- se necessário que o réu prátique um dos núcleos verbais que compôe a discrição das ações deste tipo, as quais não encontramos o dolo espefícifico de praticar o crime, violência psicológica, apenas pela razão das condinções do sexo feminino ( o qual é encontrado no feminicídio). #LINKMENTAL Por que estou te informando isto? Porque você precisa perceber esses detalhes quando for responder uma questão prática de direito penal. Por ex: Se na questão vier um caso prático onde um homem violentou a mulher, causando-lhe danos emocionais, por razões do seu sexo feminino, e pergunte qual o delito o homem cometeu. O que você deverá fazer? Com essa informação que te dei? Caso uma das alternativas fale que esse crime é o delito do artigo 147-B do CP( Violência psicológica contra mulher) você já irá eliminar, pois já sabe que este delito não possui dolo específico. Entendeu? Violência psicológica x lesão corporal Rogério Sanches defende que, se a violência psicológica resultar em lesão à saúde psicológica da vítima, comprovada por exame e demonstrado nexo de causalidade (indicando o respectivo CID), haverá o crime de lesões corporais, que poderá ser leve (art. 129, § 13) ou até grave, quando, por exemplo, causar a incapacidade da vítima para exercer suas ocupações habituais por mais de trinta dias (art. 129, § 1º, I, do CP). Também haverá lesão grave se a doença psicológica gerar pensamentos suicidas, diante do risco à vida (FERNANDES, Valéria Diez Scarance. ÁVILA, Thiago Pierobom de; CUNHA, Rogério Sanches. Violência psicológica contra a mulher: comentários à Lei n. 14.188/2021. Disponível em: https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com. br/2021/07/29/comentarios-lei-n-14- 1882021/) Pois bem, sigamos com análise da lei nº 11.340/2006. Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial I - No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa (NÃO PRECISA SER PARENTE CONSAGUÍNIO) III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima. 3 Doutrinariamente, assim como jurisprudencialmente se entende que a lei maria da penha se aplica para a mulher transgênero, ainda que não tenha se submetido a cirurgia de redesignação sexual. Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - A violência física, entendida comoqualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos ( O ATO DE APENAS PRESENCIAR POR MEIO DE CONSTRANGIMENTO TAMBÉM É VIOLÊNCIA SEXUAL) IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; (DESTRUIÇÃO TANTO PARCIAL OU TOTAL. NA QUESTÃO, COM CERTEZA VAI VIR FALANDO QUE APENAS A DESTRUIÇÃO TOTAL SE CONFIGURA VIOLÊNCIA MATERIAL PAQRA ESTA LEI). V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. OBS: NÃO CONFUNDAM: O CRIME DO ART. 147-B DO CP, VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA MULHER, É DIFERENTE DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA TRATADA NA LEI MARIA DA PENNHA. POR QUÊ? PORQUE NEM SEMPRE A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA VAI SER NO ÂMBITO DOMÉSTICO E FAMILIAR ENTENDE? A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA DO CÓDIGO PENAL É MAIS AMPLA, JÁ A DA LEI MARIA DA PENHA É RESTRITA AOS REQUISITOS EXIGIDOS PELA LEI. OBS: QUANDO A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER (ART. 147-B DO CP) FOR PRATICADA NO ÂMBITO DOMÉSTICO E FAMILIAR SERÁ SEGUIDO O RITO EXPRESSO NA LEI Nº 11.340/2006. SENDO ASSIM, NÃO SE APLICARÃO OS BENEFÍCIOS DA LEI Nº 9.099/1995. CHEIRO DE QUESTÃO DE PROVA ISSO VIU!!! Logo, essas súmulas também serão aplicadas ao delito do art. 147-B do CP. Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. 4 Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Obs: Caso a violência psicológica ontra a mulher seja praticada sem ser no contexto do ambiente doméstico e familiar serão aplicados os benefícios da lei nº 9.099/1995 Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso. § 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: I - Acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta; II - Manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses. III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 5 § 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos competentes do poder público #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências: V - Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA I - Pela autoridade judicial II - Pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia. § 1º Nas hipóteses dos incisos IIe III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente. § 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. #DECORAESSABIXIGA § 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver. #DAPRINTECOLANAMENTE Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: I - Do seu domicílio ou de sua residência; II - Do lugar do fato em que se baseou a demanda; III - do domicílio do agressor. Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. (RETRATAÇÃO) LEMBRE-SE: NÃO SÃO TODOS OS CRIMES COMETIDOS NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA QUE PODE OCORRER A REATRATAÇÃO, MAS APENAS AQUELES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA Á REPRESENTAÇÃO, COMO POR EXEMPLO, A AMEAÇA. Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. 6 Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público. Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor #semprecai #DECOREESSABIXIGA DAS MEDIDAS PROTETIVAS QUE OBRIGAM O AGRESSOR Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: I - Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da II - Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; (É O AFASTAMENTO DO AGRESSOR DO LAR E NÃO DA OFENDIDA) III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação; c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida; IV - Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; V - Prestação de alimentos provisionais ou provisórios. VI – Comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público. § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. § 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial. § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA DA OFENDIDA Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: I - Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; 7 II - Determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; IV - Determinar a separação de corpos. V - Determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: I - Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; II - Proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial; III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;( NÃO É EXTINÇÃO, MAS SUSPENSÃO) IV - Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida. Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo 2. LEI ANTIDROGRAS (LEI Nº 11.343/2006) O QUE DEVO SABER: Assim como a Lei Maria da penha, trarei os dispositivos mais importantes e passíveis de cair no certame da OAB, bem como comentários acerca do tema. DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - Advertência sobre os efeitos das drogas; II - Prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. § 2º Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. #DECOREMESSEPARAGRAFO #ESSAPINOIASEMPRECAI =) “É atípica a conduta de importar pequena quantidade de sementesde maconha. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.624.564-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/10/2020 (Info 683). STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2018 (Info 915)” § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. 8 § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - Admoestação verbal; II - Multa. PRESTEM ATENÇÃO: MESMO QUE O RÉU DESCUMPRA AS MEDIDAS EDUCATIVAS IMPOSTAS INJUSTIFICADAMENTE, ELE NÃO SERÁ PRESO. “O ato de consumir, usar a droga, não constitui núcleo do tipo penal. Para o STF, não caracteriza o crime de porte de drogas a conduta do agente que recebendo de terceiro a droga, para uso próprio, a consome, incontinenti, pois a incriminação do porte de tóxicos para uso próprio só se pode explicar como delito contra a saúde pública (HC 79189)”. O STF (info. 456) considera que a conduta descrita nesse artigo continua sendo crime, tendo ocorrido apenas uma “DESPENALIZAÇÃO” (não descriminalização). Mesmo sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência. STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 04/10/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/08/2018 (Info 632). O procedimento utilizado no art. 28 da lei de drogas será o do JECRIM, salvo se houver concurso com outros crimes da lei de drogas. Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. § 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. § 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. § 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. § 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta. § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, 9 Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. OBS. O menor prazo prescricional expresso no código penal é de 03 anos, contudo no menor prazo referente aos delitos, em geral, é o de 02 anos, exclusivamente para este crime do art. 28 da lei nº 11.343/2006. Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I - Importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria- prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - Semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas (REPARE QUE AQUI NÃO FALA EM PEQUENA QUANTIDADE e CONSUMO PRÓPRIO, COMO EXPRESSAMENTE TRAZ O ART. 28, LOGO SE FALAR EM MÉDIA OU GRANDE QUANTIDADE, A QUESTÃO ESTARÁ FALANDO DE TRÁFICO DE DROGAS E NÃO DO ART. 28) Obs. Abrange não apenas substâncias destinadas exclusivamente à preparação da droga, mas também aquelas que, eventualmente, se prestem a essa finalidade. É necessário o exame pericial para atestar essa condição. III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas (O sujeito ativo é o proprietário, possuidor, administrador ou VIGIA (crime próprio). IV - Vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. É O CHAMADO TRÁFICO PRIVILEGIADO O Tráfico de drogas é um crime equiparado ao hediondo, contudo, o tráfico privilegiado foi considerado um crime não hediondo. 10 “ O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info 831) “ O §4º é uma causa de diminuição de pena, a qual se aplica na terceira fase da dosimetria da pena ( QUEM FOR DE PENAL DA 2ª FASE, JÁ DECORA HAHAHA). É também um direito subjetivo réu, CONFORME ENTENDE O STF, logo preenchido todos os requisitos exigidos não poderá o juiz negqar tal benefício. OBS: O PACOTE ANTICRIME ALTEROU A LEI DE EXECUÇÃO PENAL E INSERIU O MENCIONADO PRIVILÉGIO, EXPRESSAMENTE,NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. #JURIS O STJ concedeu a ordem para que os juízes das varas de execução penal: • concedam o regime aberto para os presos condenados a 1 ano e 8 meses por tráfico privilegiado (pena mínima) e que estejam em regime fechado. • reavaliem a situação dos presos condenados por tráfico privilegiado a penas maiores que 1 ano e 8 meses, no entanto, menores do que 4 anos de reclusão. STJ. 6ª Turma. HC 596.603-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 08/09/2020 (Info 681). “ .... Em outras palavras, militará em favor do réu a presunção de que é primário e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa. O ônus de provar o contrário é do Ministério Público. Assim, o STF considerou preenchidas as condições da aplicação da redução de pena, por se estar diante de ré primária, com bons antecedentes e sem indicação de pertencimento a organização criminosa. STF. 2ª Turma. HC 154694 AgR/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2020 (Info 965)” Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio. Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. Para os tribunais a associação para o tráfico não se equipara a crime hediondo, assim como faz- se necessário que a associação seja permanente, duradoura, tenha estabilidade, e não apenas que ocorra eventualmente. É crime autônomo, o réu será responsabilizado independente de também ter praticado o delito do art.33 da lei nº 11.343/2006. CAUSAS DE AUMENTO I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a TRANSNACIONALIDADE do delito; Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal. Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva. Quando ocorre esse tipo de delito a competência é da Justiça Federal, porém qual 11 justiça federal? A DO LOCAL DA APRRENSSÃO DA DROGA OU DESTINO? Em recente mudança de entendimento, o STJ se posicionou no sentido de que a Justiça Federal competente para julgar o delito será do local de DESTINO DA DROGA. “Na hipótese de importação da droga via correio cumulada com o conhecimento do destinatário por meio do endereço aposto na correspondência, a Súmula 528/STJ deva ser flexibilizada para se fixar a competência no Juízo do local de destino da droga, em favor da facilitação da fase investigativa, da busca da verdade e da duração razoável do processos. 3ª Seção. CC 177.882-PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 26/05/2021 (Info 698). “ II- o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III-a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; Se o agente leva a droga em transporte público, mas não a comercializa dentro do meio de transporte, incidirá essa majorante? NÃO. STJ. (Info 543) “A aplicação da causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006 se justifica quando constatada a comercialização de drogas nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, sendo irrelevante se o agente infrator visa ou não aos frequentadores daquele local. STF. (Info 858)” IV-o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V-- caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal (interestadual); Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de divisas entre estados da federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. VI - sua prática ENVOLVER OU VISAR A ATINGIR criança ou adolescente, ou a quem tenha, por qualquer motivo,diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; #LINKMENTAL PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL LEI DE DROGAS CPP PRESO 30/PRORROGÁVEL PRESO 10 DIAS SOLTO 90/ PRORROGÁVEL SOLTO 30 DIAS 3. CRIMES HEDIONDOS LEI Nº 8072/1990 O QUE DEVO SABER: O pacote anticrime adicionou novos crimes hediondos: Furto com explosivo, favorecimento à prostituição, todos os crimes com arma de fogo, organização criminosa. Art. 1 o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984) I - Homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII) #NOVIDADELEGISLATIVA 12 I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2 o ) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3 o ), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição ( SE O ATO PRATICADO PELO RÉU, FOR CONTRA PARENTE POR AFINIDADE, O CRIME NÃO SERÁ CONSIDERADO HEDIONDO) #novidadelegislativanacabeça II - Roubo: a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º IV - Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ l o , 2 o e 3 o ); V - Estupro (art. 213, caput e §§ 1 o e 2 o ); VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1 o , 2 o , 3 o e 4 o VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1 o , § 1 o -A e § 1 o -B, com a redação dada pela Lei n o 9.677, de 2 de julho de 1998). VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º IX- furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; V - O crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de I - anistia, graça e indulto; II - fiança § 1 o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado § 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3 o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 13 § 4 o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n o 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 4. PRISÃO TEMPORÁRIA LEI Nº 7.960/1989 O QUE DEVO SABER: Art. 301 do CPP- Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - Está cometendo a infração penal (Flagrante próprio) II - Acaba de cometê-la (Flagrante próprio) III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração (Flagrante impróprio/imperfeito/irreal/quase flagrante) IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração (Flagrante ficto/presumido/feliz encontro) Obs. Flagrante Esperado – Este tipo de flagrante é válido, pois a autoridade policial ao tomar conhecimento de que será praticada uma infração penal ela se desloca para o local onde o crime acontecerá. Obs. Flagrante preparado- Neste caso ocorre o crime impossível, pois a autoridade instiga o infrator a cometer o crime, criando a situação para que ele pratique o delito e seja preso em flagrante. Depois da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), não é mais possível que o juiz, de ofício, converta a prisão em flagrante em prisão preventiva (é indispensável requerimento), assim como não poderá, de ofício aplicar as medidas cautelares. Calma, aÊ...Flávia você falou da prisão PREVENTIVA, mas e temporária? Quando é cabível? Art. 1° Caberá prisão temporária: I - Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - Quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade ( NÃO É RÉU AINDA, É INDICIADO) III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 14 DICA DO DIA 30 DIREITO CIVIL j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016) Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. § 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. § 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. Art. 4º.§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva. #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária. (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019) Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos. 1. DOMICÍLIO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Domicílio civil é o lugar onde a pessoa natural estabelece residência habitual e com ânimo definitivo. FIQUE ATENTO: No nosso País inexiste a possibilidade de alguém não ter domicílio, eis que ainda que não tenha local fixo, residência, será considerado domicílio o local onde a pessoa for localizada. ESPÉCIES DE DOMICÍLIO: Domicílio da pessoa natural/civil é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Domicílio voluntário da pessoa é aquele que é fixado com base em sua própria vontade (autonomia privada). Domicílio de origem é o primeiro domicílio de uma pessoa, inclusive, do incapaz, eis que este recebe, legalmente, o domicílio dos seus representantes. 15 Domicílio necessário/legal é o importo por lei, nos casos do artigo 76, do CC: Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Atenção: O funcionário público, por exemplo, além do domicílio legal também pode ter o domicílio voluntário. LOGO, o domicílio necessário/legal NÃO EXCLUI o voluntário. Domicílio contratual: Previsão no 78, do CC. Ocorre nos contratos escritos, quando poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Domicílio das PJs: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas (direito privado), o lugaronde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. Pluralidade de domicílios: Se a PJ tiver diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Fique atento pois a LINDB também possui algumas disposições sobre domicílio: Art. 7º. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977) § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009). § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. 16 Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995) § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 2. DOS BENS O QUE VOCÊ DEVE SABER: No EXAME DE ORDEM você deve ter conhecimento, primordialmente, sobre as classificações dos BENS, que tem início no artigo 79, do CC. 1) BENS IMÓVEIS: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. ATENÇÃO: O referido tipo de bem não pode ser deslocado do local que se situa sem perder valor econômico ou função. Exemplo: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente (art. 79). Ainda são considerados bens imóveis: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta. FIQUE ATENTO: Não perde a característica de bem imóvel dado bem que é deslocado ou retirado provisoriamente de uma construção para novamente nela ser reutilizado. Se for DEMOLIDO, perde a característica de bem imóvel. Nesse sentido: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 1.1) BENS IMÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL (Art. 90, CC): os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta, Herança e direitos e ações que recaem sobre bens imóveis (EX: direito de posse sobre um apartamento e a ação possessória são bens imóveis). 1.2) BENS IMÓVEIS POR ACESSÃO FÍSICA: É qualquer bem que agregue o imóvel. EX: Uma estátua no Jardim de uma casa é considerado bem imóvel por acessão física. Ademais, tudo que se adere naturalmente ao solo, como as árvores, os frutos pendentes, os acessórios são considerados imóveis por acessão física. 2) BENS MÓVEIS: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (Art. 82). São aqueles que podem ser movidos de um local para o outro sem que cause uma destruição do Bem ou do local. ATENÇÃO: O referido tipo de bem pode ser deslocado do local que se situa sem perder valor econômico ou função. Atenção: Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; 17 readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 2.1) BENS MÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL (Art. 83, CC): I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 2.2) BENS MÓVEIS POR ANTECIPAÇÃO: São aqueles transformados em bens móveis pelo homem tendo como fim o lucro, a economia. (Exemplos: verduras colhidas, madeira cortada, metal extraído etc). Por serem tratados como bens móveis, não requerem escritura pública para serem comercializados. 2.3) BENS MÓVEIS POR NATUREZA: São os semoventes (animais) e aquilo que pode ser movido por força alheia (copo ou uma cadeira, por exemplo). O bem móvel por natureza é sempre uma coisa corpórea. 3) BENS FUNGÍVEIS: São bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Seu empréstimo chama-se mútuo. 4) BENS INFUNGÍVEIS: São bens que não podem ser substituídas por outros em virtude de uma característica própria que tenham, que o torne individual, como uma obra de arte ou uma medalha recebida por você nas olimpíadas, por exemplo. A INFUGIBILIDADE PODE DECORRER DA VONTADE HUMANA OU DA PRÓPRIA NATUREZA DO BEM, portanto, é subjetiva. Seu empréstimo chama-se comodato. 5) BENS CONSUMÍVEIS: Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Exemplos: Dinheiro, comida, uma geladeira ou televisão para o vendedor da loja, etc. SAIBA DISSO: Os bens consumíveis podem tornar-se inconsumíveis pela vontade das partes, como, por exemplo, uma garrafa de uísque raro que foi emprestada para uma exposição.6) BENS INCONSUMÍVEIS: São bens que não são destruídos pelo seu uso. Pode ocorrer o uso repetitivo sem que haja alteração de sua substância. Exemplos: carro, geladeira para a dona de casa, livro para o estudante, vestido, sapato. Os bens inconsumíveis podem transformar-se em consumíveis, como, por exemplo, uma garrafa de vinho de colecionador colocado à venda por este. 7) BENS SINGULARES: São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. São representados por uma unidade autônoma. Podem ser: Simples: bens que são compostos por partes de uma idêntica espécie, como, por exemplo, um animal, uma pedra, um vegetal, fruta; Compostos: Formados por partes diferentes/ heterogêneas, como, por exemplo, um automóvel (que é formado por várias peças), uma edificação, etc.... Materiais: bens concretos e corpóreos, como, por exemplo, uma caneca, um foguete, uma mesa. Imateriais: bens incorpóreos e que são impalpáveis, como, por exemplo, uma dívida de crédito, uma marca. 18 8) BENS COLETIVOS: São aqueles que sendo composto por vários bens singulares formam um TODO homogêneo. Exemplo: biblioteca, enoteca, etc, herança. 9) BENS DIVISÍVEIS: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Exemplo: Água, ouro, saco de feijão, café, petróleo. Atenção: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. 10) BENS INDIVISÍVEIS: Bens que não podem ser divididos ou fracionados sem perder as suas propriedades. Ou seja, ao serem fracionados deixam de ser o que era. Exemplo: Carro, relógio. 11) BENS PRINCIPAIS: Bens que não precisam de outro para existir ou ter finalidade. Possui existência autônoma e independente de outro bem. Exemplo: Solo. 12) BENS ACESSÓRIOS: Bens que dependem de outro para existir (O acessório segue o principal). Exemplo: cláusula penal, que é acessório de obrigação principal. A CLASSE DOS BENS ACESSÓRIOS COMPREENDE: 1) Frutos: São todos as acessórios que surgem do bem principal. Eles nascem e renascem periodicamente. Possuem três características básicas: periodicidade (se renovam); não afetam a substancia do bem principal e podem ser separados do bem principal. Os frutos podem ser: PERCEBIDOS/COLHIDOS: Já foram separados do bem principal. PENDENTES: Ainda não foram separados do principal e nem percebidos. PERCIPIENDOS: Ainda não foram colhidos, mas já estão percebidos. ANTECIPADOS: Colhidos antes do tempo correto. ESTANTES: Colhidos, armazenados, já contando (ex: juros). Atenção: Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. 2) Produtos: são as utilidades que a coisa produz, porém não periodicamente. AFETA a substancia do bem principal, o reduzindo. Exemplo: Minerais, ouro... Atenção: Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. 3) Pertenças: São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Por exemplo: um trator de uma fazenda; os bens de decoração da casa; etc. ATENÇÃO: Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. 4) Rendimentos: são espécies do gênero frutos, não constituindo uma categoria autônoma. São os frutos civis consistentes em prestações pecuniárias periódicas provenientes do uso da coisa principal, como aluguel, juros etc. 5) Benfeitorias: são acessórios incorporados ao bem principal pelo homem, visando conservar, melhorar ou embelezar algo ou alguma coisa. Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 19 § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 13) BENS PÚBLICOS: São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. ATENÇÃO: Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação. ATENÇÃO: Os bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências legais. ATENÇÃO: Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. ATENÇÃO: O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído (pago), conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 3. NEGÓCIO JURÍDICO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Art. 104 do CC- A validade do negócio jurídico requer: I - Agente capaz; II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do de sua celebração. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: I - For confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; II - Corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; III - corresponder à boa-fé; IV - For mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e V - Corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do lugar 20 incerteza em relação à ocorrência do evento futuro e incerto Condição incertus an certus: nãose sabe se o evento ocorrerá, mas, se acontecer, será dentro de um determinado prazo exercício - gera direito adquirido. Termo certus an certus: há certeza quanto ao evento futuro e quanto ao tempo de duração. RESOLUTIVAS, o negócio jurídico será inexistente. Na próxima folha veremos uma tabela comparativa e “decorativa” relativa á CONDIÇÃO, TERMO e ao ENCARGO. FICA LIGADO: negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. § 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios. DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamenteda vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - As condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; II - As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. Obs. Quando as condições impossíveis forem SUSPENSIVAS, invalidam o negócio jurídico. Quando as condições impossíveis forem Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquelas novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva. CONDIÇÃO Evento futuro e INCERTO Quando suspensiva: suspende aaquisição e o exercício do direito Condição incertus an incertus: háabsoluta TERMO Evento futuro e CERTO Quando suspensivo: NÃO impede a aquisição do direito, mas, apenas o seu ENCARGO/MODO Cláusula acessória à liberalidade NÃO impede a aquisição nem o exercício do direito - gera direito Adquirido Termo certus an incertus: há certeza quanto ao evento futuro, mas incerteza quanto à sua duração. 21 Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. Art. 139. O erro é substancial quando: I - Interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II - Concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. O erro substancial, nos termos do art. 139 do CC, apresenta-se de três formas distintas: erro sobre o objeto (error in substantia), erro sobre a pessoa (error in persona) e erro sobre a natureza do negócio (erro in negotium). Erro sobre a pessoa NO CASAMENTO: Art. 1.557 do CC. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; E o erro de direito é anulável? Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes. Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear a anulação do negócio jurídico, contado: (...) II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; DOLO Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado 22 responderá solidariamente com ele por perdas e danos Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. ( também chamado de recíproco, bilateral, compensado ou enantiomórfico) COAÇÃO Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. ESTADO DE PERIGO Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. No estado de perigo tem se o dolo de aproveitamento, que é a necessidade de salvar- se ou a pessoa de sua família e conhecimento da outra parte. LESÃO Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1 o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2 o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a partefavorecida concordar com a redução do proveito. FRAUDE CONTRA CREDORES A fraude contra credores ou fraude pauliana consiste na hipótese em que o devedor insolvente ou próximo a essa situação realiza negócios gratuitos ou onerosos causando prejuízo aos seus credores. Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. § 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, 23 rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. Vício de consentimento: o defeito está na formação da vontade (vontade interna) e o prejudicado é um dos contratantes. Ex.: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. Vício social: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é sempre um terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação. AÇÃO PAULIANA Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar- se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. A ação pauliana ou revocatória é o remédio utilizado e previsto no ordenamento jurídico para garantir os direitos dos credores quirografários, que eram ao tempo do negócio jurídico fraudulento, e sofreram prejuizo. Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: II - No de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. SIMULAÇÃO Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. Em regra, os defeitos do negócio jurídico são ANULÁVEIS e possuem prazo decadencial, contudo, a simulação é um defeito do negócio jurídico que deverá ser declarado NULO e possui prazo prescricional. A simulação provoca a nulidade absoluta do negócio jurídico. É o que prevê o caput do art. 167 do CC. Diante disso, como se trata de matéria de ordem pública, a simulação pode ser declarada até mesmo de ofício pelo juiz da causa (art. 168, parágrafo único, do CC). Como negócio jurídico simulado é nulo, o reconhecimento dessa nulidade pode ocorrer de ofício, até mesmo incidentalmente em qualquer processo em que for ventilada a questão. Logo, é desnecessário o ajuizamento de ação específica para se declarara nulidade de negócio jurídico simulado. Dessa forma, não há como se restringir o seu reconhecimento em embargos de terceiro. Para casos posteriores ao Código Civil de 2002, não é mais possível aplicar o entendimento da Súmula 195 do STJ às hipóteses de simulação. STJ. 3ª Turma. REsp 1927496/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 27/04/2021 (Info 694) PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - No caso de coação, do dia em que ela cessar; II - No de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; 24 III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato. Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. Alguns prazos prescricionais: 01 ano: I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - A pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele; 02 anos: pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem 03 anos: - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; II - A pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; V - A pretensão de reparação civil; VI - A pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; IX - A pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 4 o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. 5 o Em cinco anos: I - A pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; II - A pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição. Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. Imagine a situação em que uma pessoa ingressa com uma ação de indenização contra a construtora pleiteando acondenação da ré ao pagamento de danos materiais em virtude da metragem a menor da vaga de garagem, do que foi previsto no contrato de compra e venda. Há incidência de prazo prescricional ou decadencial? De quanto seria o prazo para ingressar com a ação? A pretensão seria de natureza indenizatória (de ressarcimento pelo prejuízo decorrente dos vícios do imóvel), não havendo incidência de prazo decadencial, sujeitando-se a ação ao prazo de prescrição. Assim, a orientação do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de se aplicar o prazo prescricional disposto no art. 205 do Código Civil à pretensão indenizatória decorrente do vício construtivo. STJ. 3ª Turma. AgInt-REsp 1.889.229, Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 15/06/2021. 25 É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento contratual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de responsabilidades
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