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1 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | FISIOPATOLOGIA I ETIOPATOGENIA: estudo do que provoca uma doença, uma patologia. PATOLOGIA: derivado do grego pathos = afetação, doença; e logia = ciência, estudo. Auxilia no diagnóstico para que seja possível o prognóstico. FISIOPATOLOGIA: é o estudo do comportamento funcional das doenças, observado quando são alteradas as funções orgânicas do corpo, permitindo conhecer o mecanismo de ação das doenças e chegar a suas origens. MORFOLOGIA: estudo da forma, da configuração, da estrutura e da função de uma célula, tecido, órgão ou ser vivo que são características da doença. ANATOMIA PATOLÓGICA: estudo da morfologia das células, dos tecidos e dos órgãos nas doenças. HISTÓRIA NATURAL: entender toda a progressão da doença. São os processos interativos entre o agente, o hospedeiro e o 2 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | FISIOPATOLOGIA I meio ambiente que afetam o processo e seu desenvolvimento. - A história natural da doença é importante para que seja possível intervir antes que ela cause problemas maiores. Por exemplo: a diabetes apresenta várias consequências, como cegueira, amputações, entupimento de veias e artérias, que podem ser evitadas se cuidadas antecipadamente. SAÚDE: um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. DOENÇA: estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico e social em que vive, de modo que o indivíduo se sente bem (saúde subjetiva) e não apresenta sinais ou alterações orgânicas (saúde objetiva). - O quanto a célula consegue se adaptar a agressão que está sofrendo. Uma vez que ela não consegue se adaptar, começa a morrer e causar problemas. - A instalação de uma doença depende de fatores: AGENTE PATOLÓGICO/ETIOLÓGICO: é preciso conhecer a patogenicidade do agente nocivo e a intensidade e duração do estímulo patológico. HOSPEDEIRO: é preciso conhecer a capacidade de adaptação (susceptibilidade genética) do hospedeiro. - Quando uma doença apresenta um sinal próprio e característico, recebe o nome de patognomônica. - Etiologia é o estudo da causa da doença, que pode ser genética ou adquirida. - Os agentes etiológicos (causadores das doenças) podem ser: biológicos (vírus e bactérias), químicos (mercúrio, agrotóxicos, bebida, suco gástrico), nutricionais e ambientais (estilo de vida, alimentação), genéticos, físicos (raio X), doenças autoimunes. 3 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | FISIOPATOLOGIA I PATOGENIA / PATOGÊNESE: se refere à sequência de eventos celulares, bioquímicos e moleculares que decorrem da exposição das células ou tecidos a um agente lesivo. ETIOLOGIA + PATOGENIA = ETIOPATOGENIA. - Vem do latim signalis, que significa manifestação, indício ou vestígio. São manifestações clínicas visíveis e perceptíveis pelo profissional, através de seus sentidos naturais. - Origina-se do grego sympitien, que significa acontecer. São manifestações subjetivas percebidas pelo paciente e relatadas ao profissional. - Representa um conjunto de sinais e sintomas. - Para as seguintes situações clínicas, determine: a) Fatores de risco b) Etiologia c) Patogênese d) Sintomas e) Sinais f) Alterações morfológicas CASO 1: Paciente masculino, 36 anos, morador da baixada santista em região de baixo saneamento básico. Chega ao serviço de gastroenterologia com queixa de dor epigástrica em queimação e 3 episódios de vômitos com sangue na última semana. Ao exame físico o paciente apresentava-se emagrecido (IMC- 17), mucosas hipocoradas (1+/4+) e desidratado (1+/4+), outros sistemas sem alterações. Solicitada EDA que identificou hiperemia, edema de mucosa em antro gástrico e lesão de continuidade medindo cerca de 15 mm. Realizada biópsia e teste de urease com resultado positivo. Diagnóstico- gastrite infecciosa bacteriana (Helicobacter pylori positivo) e DUP (doença ulcerosa péptica). a) Fator de risco: baixo saneamento básico; b) Etiologia: infecção bacteriana (Helicobacter pylori); c) Patogênese: a evolução da doença se da devido a ingestão de alimento ou água contaminada com a bactéria, que se prolifera constantemente pelo corpo do hospedeiro, mudando constantemente o meio em que está levando a um problema; d) Sintomas: dor epigástrica em queimação e episódios de vômitos com sangue; e) Sinais: emagrecimento, mucosas hipocoradas, desidratação e teste de urease positivo; f) Alterações morfológicas: hiperemia, edema de mucosa em anto gástrico e 4 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | FISIOPATOLOGIA I lesão de continuidade medindo cerca de 15mm. CASO 2: Mulher, 68 anos, hipertensa há 38 anos, sobrepeso, tabagista (45 anos/maço). Decidiu procurar o pronto-atendimento pois não aguentava mais o cansaço e as palpitações que sentia há uma semana. Relata ainda dificuldade em dormir deitada. Tudo começou após o infarto que sofreu três meses antes em decorrência de obstrução aterosclerótica em artéria coronária esquerda. Saiu do hospital com promessa de vida nova, exercício físico, uma dieta mais saudável, e até se sentiu convencida a largar o tabagismo. Porém, ocorreu o contrário do esperado, a paciente foi para casa sentindo-se fraca, sem disposição. O quadro foi piorando. Exame físico a paciente apresentou-se cianótica (2+/4+); FC- 120 bpm e alteração de ritmo sinusal, PA- 135/90, na ausculta pulmonar- crepitações e redução do murmúrio vesicular, compatível com edema pulmonar; sinal de Godet (sinal de cacifo) positivo em membros inferiores. A paciente foi internada com diagnóstico de cardiomiopatia congestiva. Após 2 dias, infelizmente a paciente não evolui bem e veio óbito. O laudo da anatomia patológica descreveu as seguintes alterações: cardiomegalia com hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo e dilação excêntrica de ventrículo direito, aumento de peso (650 g) e espessura - da parede do VE (20 mm); pulmões congestos e repletos de conteúdo seroso (translúcidos); hepatoesplenomegalia; pequenas áreas de infarto em mucosa intestinal. a) Fatores de risco: hipertensão, sobrepeso, tabagismo; b) Etiologia: a placa aterosclerótica que obstruiu e o estilo de vida; c) Patogênese: a evolução da doença se da devido o estilo de vida ter sido mantido pela paciente, agravando cada vez mais o seu caso e a obstrução coronariana; d) Sintomas: cansaço, palpitações, dificuldade de dormir deitada, fraqueza e indisposição; e) Sinais: cianose, taquicardia, alteração do ritmo sinusal, pressão levemente elevada, crepitações e redução do murmúrio vesicular, sinal de Godet positivo; f) Alterações morfológicas: cardiomegalia com hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo, dilatação excêntrica de ventrículo direito, aumento do peso e da espessura da parede ventricular esquerda, pulmões congestos e com conteúdo seroso, hepatoesplenomegalia, pequenos infartos em mucosa intestinal.