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Capitulo 2 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS Slides de Aula Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações 1ª. Edição Yunus A. Cengel, John M. Cimbala McGraw-Hill, 2007 2 • Introdução Meio continuo • Densidade e Gravidade Específica Densidade de gases ideais • Pressão de Vapor e Cavitação • Energia e Calores Específicos • Compressibilidade Coeficiente de Compressibilidade Coeficiente de expansão de volume • Viscosidade • Tensão superficial e efeito capilar Sumário 3 Objetivos do Capítulo Ao terminar de estudar este capitulo você deve ser capaz de: ■ Ter um conhecimento prático das propriedades básicas dos fluidos e compreender a aproximação de meio continuo Ter um conhecimento prático sobre a viscosidade e as consequências dos efeitos do atrito que ela causa no escoamento dos fluidos ■ Calcular a ascensão e a depressão capilar devido ao efeito da tensão superficial 4 2–6 ■ VISCOSIDADE Viscosidade: Propriedade que representa a resistência interna de um fluido ao movimento ou a “fluidez”. Força de arrasto: É a força que um fluido em fluxo exerce sobre um corpo na direção do fluxo. A magnitude desta força depende, em parte, da viscosidade Um fluido que se move em relação a um corpo exerce uma força de arrasto no corpo, em parte devido ao atrito causado pela viscosidade. A viscosidade de um fluido é uma medida de sua "resistência à deformação". A viscosidade é devida à força de fricção interna que se desenvolve entre as diferentes camadas de fluidos à medida que são forçados a se moverem uns em relação aos outros. O comportamento de um fluido em escoamento laminar entre duas placas paralelas quando a placa superior se move com velocidade constante. Fluidos Newtonianos: Fluidos para os quais a taxa de deformação é proporcional à tensão de cisalhamento. Tensão de cisalhamento Força de cisalhamento Coeficiente de viscosidade dinâmica (absoluta) kg/ms ou Ns/m2 ou Pas 1 poise = 0.1 Pas 5 6 A taxa de deformação (gradiente de velocidade) de um fluido newtoniano é proporcional a tensão de cisalhamento e a constante de proporcionalidade é a viscosidade. Variação da tensão de cisalhamento com a taxa de deformação dos fluidos newtonianos e não newtonianos (a declividade da curva num ponto é a viscosidade aparente do fluido naquele ponto). 7 Em geral, a viscosidade dinâmica não depende da pressão, mas a viscosidade cinemática depende. Viscosidade cinemática m2/s ou stoke 1 stoke = 1 cm2/s Para gases Para líquidos Para líquidos, ambas as viscosidades dinâmica e cinemática são praticamente independentes da pressão, e qualquer pequena variação com a pressão é geralmente desconsiderada, exceto em pressões extremamente altas. Para gases, este também é o caso da viscosidade dinâmica (em pressões baixas a moderadas), mas não para a viscosidade cinemática, uma vez que a densidade de um gás é proporcional à sua pressão. 8 A viscosidade dos líquidos decresce e a dos gases aumenta com a temperatura. A viscosidade de um fluido está diretamente relacionada à potência de bombeamento necessária para transportar um fluido em um duto ou para mover um corpo através de um fluido. A viscosidade é causada pelas forças coesivas entre as moléculas nos líquidos e pelas colisões moleculares nos gases, e varia muito com a temperatura. Em um líquido, as moléculas possuem mais energia em temperaturas mais altas e podem se opor às grandes forças intermoleculares coesivas com mais força. Como resultado, as moléculas líquidas energizadas podem se mover mais livremente. Em um gás, as forças intermoleculares são desprezíveis e as moléculas de gás em altas temperaturas movem-se aleatoriamente em velocidades mais altas. Isso resulta em mais colisões moleculares por unidade de volume por unidade de tempo e, portanto, em maior resistência ao fluxo. 9 Variação de viscosidades dinâmicas (absolutas) de fluidos comuns com a temperatura sob 1 atm (1 Ns/m2 = 1 kg/ms = 0.020886 lbfs/ft2) 10 Esta equação pode ser usada para calcular a viscosidade de um fluido medindo o torque a uma velocidade angular especificada. Portanto, dois cilindros concêntricos podem ser usados como um viscosímetro, um dispositivo que mede a viscosidade. L é o comprimento do cilindro 𝑛 é o numero de revoluções por unidade de tempo R raio do cilindro interno Determinação da viscosidade Considere uma camada de fluido de espessura l numa pequena folga entre dois cilindros concêntricos, como a camada fina de óleo num mancal de virabrequim. A folga entre os cilindros pode ser modelada como duas chapas planas paralelas separadas por um fluido, o torque e expresso por 11 EXEMPLO 2-4 Determinação da Viscosidade de um Fluido A viscosidade de um fluido deve ser medida por um viscosímetro construído com dois cilindros concêntricos de 40 cm de comprimento (Figura 2 -18 ). O diâmetro externo do cilindro interno é de 12 cm e a folga entre os dois cilindros é de 0,15 cm. 0 cilindro interno é girado a 300 rpm e o torque medido foi de 1,8 N • m. Determine a viscosidade do fluido. SOLUÇÃO O torque e a rpm de um viscosímetro de cilindro duplo são dados. A viscosidade do fluido deve ser determinada. Hipóteses (1) O cilindro interno esta completamente imerso em óleo. (2) Os efeitos viscosos nas duas extremidades do cilindro interno são desprezíveis. Analise O perfil de velocidade é linear somente quando os efeitos da curvatura são desprezíveis e o perfil pode ser aproximado como linear neste caso visto que l/R ≪ 1. Resolvendo a Equação 2 -3 4 para a viscosidade e substituindo os valores dados, a viscosidade do fluido é determinada como Discussão A viscosidade é uma função que depende fortemente da temperatura e um valor de viscosidade sem a temperatura correspondente é de pouca valia. Portanto, a temperatura do fluido também deve ser medida durante o experimento e registrada com estes cálculos. 12 2–7 ■ TENSÃO SUPERFICIAL E EFEITO CAPILAR Algumas consequências da tensão superficial: (a) gotas de água escorrendo em uma folha, (b) um inseto aquático sentado em cima da superfície da água • Gotículas de líquido se comportam como pequenos balões cheios com o líquido em uma superfície sólida, e a superfície do líquido age como uma membrana elástica esticada sob tensão. • A força de tração que causa essa tensão atua paralelamente à superfície e se deve às forças de atração entre as moléculas do líquido. • A magnitude desta força por unidade de comprimento é chamada de tensão superficial (ou coeficiente de tensão superficial) e é geralmente expressa na unidade N/m. • Este efeito também é chamado de energia superficial [por unidade de área] e é expresso na unidade equivalente de N.m/m2. 13 Forcas atrativas atuando sobre a molécula do liquido na superfície e no interior do corpo liquido. Estiramento da lâmina liquida com arame em forma de U e as forcas que atuam sobre o arame móvel de comprimento b. Tensão superficial: o trabalho realizado por aumento unitário na área superficial do líquido. 14 Diagrama de corpo livre de meia gotícula e meia bolha. 15 Efeito Capilar Efeito capilar: A ascensão ou queda de um líquido em um tubo de pequeno diâmetro inserido no líquido. Capilares: tubos estreitos ou canais de fluxo confinados. O efeito capilar é parcialmente responsável pela subida da água até o topo das árvores altas. Menisco: a superfície livre curva de um líquido em um tubo capilar. Angulo de contato de fluidos que molham e não molham o solido. Menisco de água colorida num tubo de vidro de 4 mm de diâmetro interno. Observe que a borda do menisco encontra a parede do tubo capilar com um angulo de contato muito pequeno. Aforça do efeito capilar é quantificada pelo ângulo de contato (ou umedecimento), definido como o ângulo que a tangente à superfície do líquido faz com a superfície sólida no ponto de contato. 16 Ascensão capilar da água e depressão capilar do mercúrio num tubo de vidro de diâmetro pequeno. Forcas que atuam sobre uma coluna líquida que subiu num tubo devido ao efeito capilar. A elevação capilar é inversamente proporcional ao raio do tubo e à densidade do líquido. 17 EXEMPLO 2-5 Ascensão Capilar da Agua num Tubo Um tubo de vidro de 0,6 mm de diâmetro é mergulhado num copo com água à 20 ºC. Determine a ascensão capilar da água no tubo (Figura 2 -2 7 ). SOLUÇÃO A ascensão da água num tubo delgado, resultante do efeito capilar, deve ser determinada. Hipóteses (1) Não há impurezas na água nem contaminação nas superfícies do tubo de vidro. (2) O experimento é realizado em ambiente de ar atmosférico. Propriedades A tensão superficial da água á 20 ºC é 0,073 N/m (Tabela 2-4). O ângulo de contato da água com o vidro é 0º (do texto anterior). Consideramos que a densidade da água líquida seja 1000 kg/m3. Análise A ascensão capilar é determinada diretamente pela Equação 2-38 substituindo os valores dados, obtendo-se Portanto, a água sobe no tubo 5 cm acima do nível do liquido no copo. Discussão Note que se o diâmetro do tubo fosse 1 cm, a ascensão capilar seria 0,3 mm, que dificilmente seria percebida a olho nu. Na verdade, a ascensão capilar num tubo de diâmetro maior ocorre apenas na borda. O centro não sobe nada. Portanto, o efeito capilar pode ser ignorado para tubos de diâmetro maior.
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