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01 A função da Arte no Processo de Formação Humana

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A FUNÇÃO DA ARTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO HUMANA 
 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
A função da Arte no Processo de Formação Humana 
A partir do momento em que a criança entra em contato com o universo das Instituições de Educação 
Infantil, ela começa a ampliar de modo apreciável suas habilidades, tanto físicas e as psicológicas. A 
Educação Infantil permaneceu por muito tempo sendo considerada como apenas uma forma de cui-
dar das crianças que ainda não possuíam idade suficiente para o Ensino Fundamental. 
Considerando todos esses fatores e os processos que ocorrem com as crianças nas creches e pré-
escolas vamos nos ater a questão da Arte, como ela é introduzida e como pode ser trabalhada nessa 
modalidade de ensino. 
No presente trabalho faremos um breve estudo sobre como a arte sofreu transformações ao longo do 
tempo e como ela pode contribuir na formação das crianças, tanto no Ensino Fundamental, como nas 
de Educação Infantil. 
Arte Através dos Tempos 
A arte está presente em todas as manifestações que o homem realiza. Até nas primeiras imagens, 
ele teve que partir de um olhar, para que a mesma pudesse ser reproduzida. A palavra "Arte" vem do 
latim Ars, que significa habilidade. 
Buoro (2003), diz que a arte é uma forma do homem entender o contexto ao seu redor e relacionar-se 
com ele. O homem interferiu, manipulou e transformou a natureza para que esta pudesse atender as 
suas necessidades. 
Entre os primitivos, essas modificações foram responsáveis por manter-lhes a vida, desenvolvendo a 
expressão artística. As primeiras formas de arte que se tem notícia são as imagens desenhadas na 
pré-história nas cavernas, chamada de arte rupestre, que surgiu bem antes da escrita. 
Buoro (2003, p.22) afirma: nas primeiras imagens executadas nas cavernas, no período Paleolítico, 
predomina a representação figurativa. Já nas imagens encontradas pertencentes ao período Neolítico 
predominam representações abstratas, e desde então a produção artística parece ter sempre se ma-
nifestado, no decorrer da história humana. 
No Período Paleolítico os homens pintavam apenas animais, como exemplo, temos as cavernas de 
Altamira e Lascaux2 que datam aproximadamente de 25000 a.C., onde são encontradas pinturas de 
animais. 
A representação pictórica de seres humanos começou apenas no Período Neolítico, no qual o ho-
mem inicia o registro de sua história, com cenas do cotidiano. Com o tempo novas formas de organi-
zação social surgiram e o homem começou a desenvolver armas e outros utensílios a partir do cobre, 
bronze e ferro, a chamada Idade dos Metais. 
No Egito Antigo, país localizado na região nordeste da África, em aproximadamente 3000 a.C., a arte 
tinha a intenção de registrar a história dos egípcios, de sua dinastia. Ela também era dedicada à mor-
te, já que o povo egípcio acreditava que após a morte viveriam eternamente no "Mundo dos Mortos". 
Na construção das pirâmides, que eram os túmulos dos faraós, a arte era usada em desenhos de 
baixo relevo para registrar essas histórias. 
O faraó contratava artesãos e escribas para que estes pudessem registrar nas paredes das pirâmides 
toda a sua vida com desenhos bem detalhados. Nessa forma de arte, eles não poderiam trabalhar 
com estilos próprios, toda arte que era utilizada era imposta pelo faraó que reinava naquela época. 
Neste período já existiam técnicas e padrões para expressar a arte, como a Lei da Frontalidade, na 
qual as figuras eram representadas de tronco para frente e o resto do corpo de lado. Nestas, quanto 
maior era a importância da pessoa perante a sociedade, maior ela era representada. 
Os pequenos desenhos representados pelos egípcios eram usados como escritas e recebem o nome 
de hieróglifos e foram desvendados pelo egiptólogo François Champollion3. 
Na Idade Média, ocorreram três grandes períodos para a arte: o Bizantino, o Romântico e o Gótico. 
Nesses períodos as regras para o desenvolvimento da arte já não eram como a dos homens pré-
históricos, a arte se tornou algo cheio de rigorosidade para o desenvolvimento das obras. Com o do-
 A FUNÇÃO DA ARTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO HUMANA 
 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
mínio do Cristianismo, na Europa inicia-se uma grande produção de obras com temas religiosos, es-
tampados em paredes e nos vidros das igrejas, denominados respectivamente de afrescos e mosai-
cos, perdendo o caráter de representar apenas o cotidiano. 
Com o início da Renascença, também conhecida como renascimento cultural, foi um período com 
grandes produções artísticas. A arte ganha mais adeptos e mais técnicas, as paredes e os vidros 
foram deixando de ser utilizados, os artistas passaram então a realizar suas obras em telas feitas de 
algodão, cânhamo ou linho para a realização das pinturas. 
A tinta a óleo começou a ser misturada a terebentina, um tipo de solvente, que fazia com que a tinta 
demorasse mais tempo para secar possibilitando ao artista alterar parte do trabalho e a dar vida ao 
mesmo. As magníficas esculturas e pinturas de Michelangelo (1475-1564) expressavam bem o hu-
manismo característico da época. 
A arte também foi utilizada na geometria, na construção da representação de espaço. Como a perfei-
ção era prioridade nessa fase, Leonardo da Vinci (1452-1519), fez vários experimentos nessa pers-
pectiva como a construção de materiais bélicos, para o vôo e também contribuiu para a anatomia 
humana. 
Como afirma Buoro (2003, p.25), as transformações sofridas pela arte são produtos das transforma-
ções que se processam na realidade social, e se refletem nos meios da produção artística. A Arte 
evidencia sempre o momento histórico do homem. Cada época, com suas características, contando o 
seu momento de vida, faz um percurso próprio na representação, como questão de sobrevivência. 
A arte passou nesse período, a retratar os sentimentos: alegrias e frustrações dos artistas para a 
elaboração de suas obras. Por vários períodos, o homem poderia apenas retratar o que seu senhor 
ordenava, o que a Igreja considerava como arte, sem poder expressar sua vontade. 
Outros estilos de arte foram surgindo com o passar do tempo, muito diferente dos estilos anteriores 
cheios de regras, técnicas e até modelos levemente modificados pelos artistas. Entre os novos esti-
los surgem a arte abstrata, o surrealismo, o cubismo, entre outros. 
A arte abstrata surge por volta de 1910, é uma forma de arte em que não há uma reprodução, nem 
uma representação da imagem como nas outras formas. O artista se expressa através das cores, 
formas e texturas que cria. 
O surrealismo, que surge na década de 1920, está associado ao subconsciente, as imagens transfe-
ridas para os quadros não são controladas pela razão. Ela quebra os padrões com a arte tradicional e 
tem como um de seus principais precursores: Salvador Dali. 
A arte cubista surgiu na mesma época da arte abstrata. Esse estilo visava representar as figuras hu-
manas com formas geométricas, um grande pintor desse período foi Pablo Picasso. 
A Arte na Escola 
Na contemporaneidade, as diversas formas e estilos de arte utilizadas no passado são consideradas, 
valorizadas e utilizadas para as variadas formas de produções artísticas. A arte continua transmitindo 
a emoção que seus criadores colocaram em cada obra, uma forma de expressão humana. Com a 
arte o homem passa a transmitir seus anseios, seus desejos, suas frustrações, enfim, sua personali-
dade. O inconsciente humano encontra na arte uma forma de se relacionar com o meio, livre de pre-
conceitos. 
Inclusive na escola, a arte passa a ser utilizada como uma maneira de ensinar os mais diversos con-
teúdos. A expressão "educação através da arte", criada por Herbert Read em 1948 e, posteriormente, 
chamada de Arte- Educação foi uma das idéias mais utilizadas sobre o ensino de Arte e teve a contri-
buição de outros autores, como Viktor Lowenfeld que tratava da potencialidade criadora da criança. 
Mas, como podemos observar o ensino da Arte não foi sempre compreendido desta maneira. No 
Brasil,na primeira metade do século XX, algumas disciplinas relacionadas com a Arte: Desenho, 
Trabalhos Manuais, Música, entre outras, faziam parte das escolas primária e secundária, mas, con-
forme encontramos nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Artes (1997, p.22): "O ensino de Arte 
 A FUNÇÃO DA ARTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO HUMANA 
 
 
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era voltado essencialmente para domínio técnico, mais centrado na figura do professor; competia a 
ele transmitir aos alunos os conceitos ligados aos padrões estéticos". 
Já entre os anos 1920 e 1970, nas escolas brasileiras, o ensino de Arte passa a ter como objetivo o 
desenvolvimento natural da criança, as atividades que antes repetiam os modelos, passaram a seguir 
o que a criança necessitava para o seu desenvolvimento e o que contribuía para seu processo de 
criação. 
Também foi na década de 1920 que ocorreu um grande marco no Brasil em relação a Arte: a " Se-
mana de Arte Moderna", precisamente no ano de 1922. Com a Semana ocorreu um aumento no nú-
mero de museus de arte moderna e contemporânea, grandes peças teatrais, sem contar o grande 
salto da música brasileira, tanto a erudita, quanto a popular. 
No final dos anos 1960 e 1970, tentou-se aproximar as manifestações artísticas que ocorreriam fora 
do espaço escolar com as que se ensinavam dentro dele. Verifica nesta época que um grande núme-
ro de alunos participava de peças de teatros e festivais de canção que aconteciam fora do ambiente 
escolar. 
Quanto a preparação dos professores, o que se observa é que até 1960, existiam poucos cursos de 
formação nessa área. Professores de qualquer matéria e/ou com alguma habilidade artística poderi-
am assumir e ministrar as disciplinas de Arte. 
Os primeiros professores que se formaram em cursos de curta duração, seguiam a única alternativa 
que lhes era cabível: adotar documentos e livros que não eram voltados para o ensino de crianças, 
para darem suas aulas. 
Por volta das décadas de 1970 e 1980, os professores de disciplinas como: Artes Plásticas, Desenho, 
Música, Artes Industriais e Artes Cênicas, deixaram suas áreas especificas para tentarem dominar o 
conjunto de Artes. Com isso, as especificidades de cada tipo de Arte foram sendo deixadas e os pro-
fessores passaram a ter a crença de que bastavam apenas as propostas do ensino de Arte com ativi-
dades espontâneas seriam suficientes para o aprendizado dos alunos. 
O movimento de que teve seu inicio em 1948 com Herbert Read, começou a realmente ser difundido 
na década de 1980, com a finalidade de organizar e ajudar os profissionais de Arte que reconheciam 
a precariedade de conhecimento nesta área. 
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1971, a Arte passa 
a ser incluída no currículo escolar com o nome de Educação Artística, considerada uma atividade 
educativa e não uma disciplina como as outras. 
Já na Lei 9394/96, no artigo 26 inciso 2, a Arte passa a ser componente obrigatório nos diversos ní-
veis da Educação Básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foram elaborados em 1997, com a finalidade de apon-
tar metas de qualidade para ajudando no ensino dos alunos para formar um bom cidadão. Os conte-
údos são distribuídos em dez volumes, de 1ª a 4ª série. O de volume seis corresponde ao ensino de 
Arte. Ele destaca quatro formas de linguagens: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. A educação 
por meio da Arte cria um pensamento artístico, amplia a sensibilidade, a percepção, imaginação. Nos 
Parâmetros (1997, p.19) encontramos que: 
O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem limitada, escapa-lhe a 
dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos a sua volta, da sonoridade instigante da poe-
sia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida. 
Junto com as orientações que surgiram no âmbito escolar, o ensino de Arte passou a ser difundido de 
uma forma um tanto quanto deformada. Lemas da época como "o que importa é o processo criador 
da criança e não o produto que ela realiza" e "aprender a fazer, fazendo", foram simplesmente aplica-
dos a rede de ensino, mudando a ideia original, fazendo com que a criança realize atividades de Arte 
sem nenhuma orientação. Tornando o professor um ser passivo. 
Mas, apesar de todos os estudos desenvolvidos a respeito da importância do ensino da Arte e tam-
bém a despeito da legislação a respeito, a Arte trabalhada na escola geralmente é desenvolvida de 
 A FUNÇÃO DA ARTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO HUMANA 
 
 
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forma incompleta e, quando não, incorreta. As atividades envolvendo Arte muitas vezes são feitas 
sem nenhum objetivo, carregadas de técnicas e padrões artísticos já utilizados. Quando o professor 
decide trabalhar alguma atividade artística, ele, muitas vezes, apenas entrega folhas de papel em 
branco e alguns lápis de cor aos alunos para que estes desenhem livremente. Falta a estes professo-
res o conhecimento que esta atividade, o desenho livre, pode ter grande sentido para o aluno. Muitos 
destes profissionais trabalham este tipo de atividade apenas para que seus alunos possam estar 
ocupados durante um período da aula. 
A Arte Na Educação Infantil 
O que acontece na educação em geral sobre o ensino da Arte, também se verifica na Educação In-
fantil, modalidade a qual nos propomos estudar. Nesta modalidade de ensino as atividades envolven-
do a Arte se resumem, em geral, apenas em atividades com figuras prontas sem sentido algum para 
o aluno e, às vezes, nem para o professor. 
A Educação Infantil tem para muitos a função de preparar os pequenos para o ingresso no Ensino 
Fundamental. Nela, é necessário que se desenvolva habilidades cognitivas, coordenação motora, 
conhecimento de letras e números, além de bons hábitos de higiene e boas maneiras. Desta forma, a 
Arte nem sempre é bem vista pelos pais dos alunos da Educação Infantil, eles preferem que seus 
filhos venham para a escola para aprender a ler e a escrever, porque assim entendem que eles esta-
rão sendo preparados para o futuro. 
O que os pais não conseguem compreender e, às vezes, nem a escola, é que nesse período que se 
deve explorar as diversas linguagens da criança para que a mesma possa ampliar suas capacidades 
cognitivas. E, com a Arte, pode-se obter grandes desenvolvimentos de tais capacidades, já que as 
crianças pequenas têm algumas peculiaridades como, por exemplo, não conseguem ficar muito tem-
po sentadas, paradas recebendo outras formas de conteúdos. 
A Arte para as crianças sofre a influência da cultura existente. Cada lugar no mundo possui sua histó-
ria, uma cultura. E, com a Arte, essa cultura pode ser transmitida para os alunos com uma mais fácil 
compreensão. Com as atividades desenvolvidas pelas crianças, podemos perceber seu contexto 
social, sua visão de mundo, seus sentimento e desejos. Todo o processo de criação do aluno pode e 
deve ser enriquecido pelas ações do professor. 
As crianças chegam a Educação Infantil possuindo uma percepção da realidade um tanto quanto 
incoerente e fragmentada, trazem para as creches e pré-escolas o que dominam até o momento, e 
com as manifestações artísticas nos primeiros anos de vida, podem contribuir com uma compreensão 
de mundo mais ajustada, nas suas relações com o meio e com o desenvolvimento do psiquismo in-
fantil. 
A valorização da Educação Infantil, a busca pelo conhecimento sobre a criança e sobre os seus pro-
cessos de desenvolvimento e de aprendizagem, vem se alargando desde que esta modalidade de 
ensino passou a fazer parte da Educação Básica, a partir da LDB de 1996. 
Em 1998, foi elaborado o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, documento com-
posto por três volumes, que visa contribuir com as formas de funcionamento desta modalidade de 
ensino, o tratamento adequado a cada faixa etária e os eixos considerados mais importantes paraestabelecer relações com o conhecimento: Matemática, Natureza e Sociedade, Linguagem Oral e 
Escrita, Artes Visuais, Música e Movimento. 
Algumas Modalidades para se Desenvolver Trabalhos com Arte 
Artes Plásticas 
O significado de artes plásticas, nada mais é do que uma forma de moldar, reestruturar, modificar 
diversos tipos de materiais para expressar sentimentos e ideias. Esse nome vem da ideia da essência 
do plástico, que enquanto líquido, pode se transformar em vários objetos com o uso da criatividade. 
Com as artes plásticas, o professor mostra aos alunos as transformações e reutilizações que podem 
ocorrer com diversos materiais que seriam jogados no lixo, por exemplo, na confecção de brinquedos 
para eles próprios. É com a criação artística que os alunos desenvolvem suas expressões, sua per-
sonalidade e sua autoestima. 
 A FUNÇÃO DA ARTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO HUMANA 
 
 
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Nos Referenciais Curriculares para a Educação Infantil (1998, p.30, v.II) encontramos que: A auto-
estima que a criança aos poucos desenvolve é, em grande parte, interiorização da estima que se têm 
por ela e da confiança da qual é alvo. É importante criar situações educativas para que, dentro dos 
limites impostos pela vivência em coletividade, cada criança possa ter respeitado os seus hábitos, 
ritmos e preferências individuais. 
As modalidades de Arte, de certa forma, acabam se interligando com a utilização das artes plásticas, 
podendo-se assim obter e confeccionar brinquedos para brinquedotecas e instrumentos para se tra-
balhar música, ou mesmo um lugar para se colocar um belo desenho. 
Música 
A música, como as outras formas de arte, expressa sensações, sentimentos, relacionando o som a 
outras atividades. Conforme dados antropológicos, uma das primeiras aparições da música se deu 
em rituais como: nascimento, fertilidade, morte, entre outros. Ela está presente em todas as culturas. 
Com o desenvolvimento que cada sociedade ia sofrendo a música acompanhava esse processo, e 
também se desenvolvia, evoluía. 
A música faz parte da educação desde a Grécia, era usada na formação do cidadão da época. Pitá-
goras ensinava com acordes, sons e melodias, o que poderia criar reações no organismo humano. 
Na Educação Infantil, a música se faz importante em vários objetivos, como uma forma de ensinar 
diversas atitudes e comportamentos da rotina das crianças. Vários conteúdos como números, letras, 
cores e datas comemorativas, são ensinados em formas de canções. 
No trabalho com música deve-se considerá-la como uma forma de expressão e conhecimento tanto 
dos bebês, crianças e crianças com necessidades especiais, quando o trabalho pode e deve ser mais 
intensificado. Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.49, v. III) 
“A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-
estima e autoconhecimento, além do poderoso meio de integração social.” 
As crianças utilizam a música em várias partes do dia, nos jogos, brincadeiras, imitando animais e 
personagens de filmes e desenhos animados. Na musicalização não se utiliza somente a música, o 
som, mas também o silêncio. O silêncio para que se possa ouvir o que está ao redor, os sons que 
vão além dos seus, como pássaros, o vento. 
As atividades que envolvam a música permitem que a criança conheça a si, seus limites, desenvolvi-
mento da noção de espaço e esquema corporal. Quanto mais estímulos as crianças da Educação 
Infantil tiverem a oportunidade de vivenciar, maior será seu desenvolvimento intelectual. 
Brinquedoteca 
As brinquedotecas já fazem parte da realidade das crianças da Educação Infantil, aos poucos cre-
ches e pré-escolas estão introduzindo esta área tão importante nessa fase. 
Elas começaram a surgir por volta do ano de 1934 nos Estados Unidos da América, época de grande 
depressão econômica, onde crianças de uma escola estavam roubando brinquedos de uma loja. O 
diretor constatou que essas crianças roubavam brinquedos porque não tinham com o que brincar. 
Dessa forma começou um tipo de empréstimo de brinquedos, chamado Los Angeles Toy Loan. Assim 
surge a ideia original das brinquedotecas. 
Já em 1963, na Suécia, a ideia mais desenvolvida, foi elaborada por duas professoras, mães de cri-
anças com necessidades especiais. As mesmas criaram a Ledotec, tanto com o objetivo de empres-
tar brinquedos e dar orientações para outras mães nas mesmas condições sobre como elas poderiam 
brincar com seus filhos para uma melhor estimulação. 
No Brasil, esse tipo de serviço para estimular as crianças com necessidades especiais também foi 
difundido. Em 1971, inaugura-se, em São Paulo, o Centro de Habilitação da Associação de Pais e 
Amigos dos Excepcionais (APAE), com uma exposição de brinquedos pedagógicos. Em razão do 
interesse por esse tipo de brinquedos, criou-se um Setor de Recursos Pedagógicos e, em 1973, im-
plantou-se o Sistema de Rodízio de Materiais Pedagógicos e Brinquedos, a Ludoteca, dentro da 
APAE. Esses brinquedos foram utilizados em forma de biblioteca circulante. Somente em 1982, mon-
 A FUNÇÃO DA ARTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO HUMANA 
 
 
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tou-se a primeira brinquedoteca do Brasil, na cidade de Indianópolis no estado de São Paulo, tendo 
como diretora e responsável pela criação do termo brinquedoteca, a pedagoga Nylse Cunha. 
As brinquedotecas também podem ser de grande importância para o trabalho com arte, tanto com 
brinquedos comprados, que ajudam na estimulação pedagógica, quanto com aqueles que podem ser 
confeccionados, o que envolve a participação de professores e alunos, constituindo-se assim um 
espaço de cooperação uns com os outros. 
A brinquedoteca tem que possuir um ambiente alegre, colorido, que pode ser decorado com próprias 
produções artísticas dos alunos da instituição, para que eles valorizem ainda mais este ambiente. 
Desenho 
Com o desenho, o aluno pode criar e recriar, usando imaginação, reflexão e sensibilidade. A criança 
procura com o desenho organizar suas ideias, seus conceitos e anseios para compreender o mundo. 
Nessa fase o desenho é uma atividade muito utilizada para a educação, ele também deve ter um 
objetivo específico, para que em sala de aula não passe apenas por uma atividade sem sentido al-
gum. 
Com a ajuda de um simples desenho, as crianças podem mudar até certos comportamentos, como o 
medo do escuro, por exemplo. Podendo se expressar se tornará mais sensíveis com questões que 
enfrentam diariamente. 
A criança sente a necessidade de rabiscar, de ter o domínio do lápis e do papel, e de definirem o que 
vão desenhar. Muitos professores, ao analisarem os desenhos das crianças, não entendem essa 
necessidade, querem que suas produções sejam perfeitas, sem os chamados rabiscos. Assim, a 
intervenção do educador, desenhando pela criança ou simplesmente fazendo uma intervenção direta 
na elaboração do desenho, pode atrapalhar o desenvolvimento artístico do aluno. 
É comum, tanto nas escolas de forma geral, e na Educação Infantil e até mesmo em casa, o uso dos 
chamados cadernos de colorir. Muitos estudiosos consideram o uso de tais cadernos prejudiciais as 
expressões dos sentimentos das crianças. Lowenfeld (1977 p.23) afirma que “Ao preencher os con-
tornos, vemos que estão todos arregimentados num mesmo tipo de atividade, sem que existam meios 
de satisfazer as diferenças individuais”. 
Muitas crianças que entram em contato somente com esse tipo de atividade podem ficar condiciona-
das, gerando no futuro dificuldades de criar seus próprios desenhos. A criança deve entrar em conta-
to primeiramente com desenhos de forma livre para que ela mesma desenvolva as suas habilidades 
artísticas, psíquicas, coordenação motora e criatividade. Só depois de serem bem trabalhados, os 
cadernos de colorir poderão ser introduzidos, já que as crianças terão vencido uma etapa em seus 
processos criativos e que não será mecanizado. 
Com os estudos realizados podemoschegar a duas inferências principais: a primeira é que o ensino 
de arte desenvolvido, tanto no Ensino Fundamental quanto na Educação Infantil está, na maioria das 
vezes, equivocado, pois a arte geralmente era trabalhada como uma forma de passar o tempo das 
crianças e/ou simplesmente trabalhar com datas comemorativas, não existindo assim nenhum objeti-
vo concreto. A segunda, é que existem várias formas de trabalhar com a arte na Educação Infantil 
sem que a mesma seja utilizada como uma mera distração para os alunos. 
No Ensino Fundamental, decorreu um longo período até que a arte fosse de fato incluída no currículo 
como uma disciplina tão importante quanto às outras. Esta inclusão só foi possível após vários estu-
dos sobre as diversas contribuições da arte para o desenvolvimento do intelecto das crianças. Com 
isso, aos poucos, foi se provando que a Arte influencia na educação e pode contribuir para o avanço 
escolar dos alunos em outras disciplinas. 
Na Educação Infantil a Arte deve ser uma atividade prazerosa para que a criança desenvolva suas 
habilidades, sua expressão criativa, pois é nessa fase que ela vai desenvolver a coordenação motora, 
o equilíbrio físico, noção de espaço, equilíbrio emocional e intelectual. Muitos professores não gostam 
que seus alunos apenas desenhem em uma folha em branco, mais estudiosos como Lowenfeld 
(1977) afirma que é importante que as crianças vivenciem essa fase para que depois possam chegar 
a fase dos contornos e preenchimentos de desenhos, sem que isso comprometa seu desenvolvimen-
to. 
 A FUNÇÃO DA ARTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO HUMANA 
 
 
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Faze-se necessário, portanto, construir práticas pedagógicas que levem em conta a necessidade do 
aluno, que os professores sejam capacitados para terem em mente que mesmo com a Educação 
Infantil fazendo parte da Educação Básica, ela não tem a função de alfabetizar, que a Arte nessa fase 
seja bem desenvolvida, seja prazerosa e que tenha objetivos cada atividade proposta. 
Que seja considerado que cada aluno tem suas particularidades, e as mesmas devem ser respeita-
das para que a ida aos Centros de Educação Infantil e posteriormente às escolas de Ensino Funda-
mental não seja um martírio. 
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