Buscar

Educação versus Cultura IMPORTANTE TRABALHO PARA ENTREGAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Educação versus Cultura:
É o princípio comunicativo, utilizado pelas sociedades, para desenvolver no indivíduo a consciência de suas potencialidades, a partir da interpretação dos sinais gráficos até a construção dos conhecimentos que favoreçam o desenvolvimento de um raciocínio comportamental e disciplinar, na sua individualidade, diante do grupo social e no meio ambiente em que vive.
Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.
Educação Versus SOCIEDADE:
A educação é, desde a sua gênese, objetivos e funções, um fenômeno social, estando relacionada ao contexto político, econômico, científico e cultural de uma determinada sociedade. O ato de educar é um processo constante na história de todas as sociedades, não é o mesmo em todos os tempos e lugares, e é, em sua essência, um processo social. Além disso, educação e sociedade se correlacionam porque a primeira exerce forte influência nas transformações ocorridas no âmago da segunda.
Educação Versus Ética e Deontologia:
Até o século VI a.C., ethos (em grego arcaico) significava morada do humano, o lugar onde nós vivemos juntos. Depois, os gregos passaram a chamar de oikos, o que chamamos de ecologia. Se moramos juntos, temos que conviver bem. Os latinos traduziram isso por “moral” – morada, moradia – ou “hábito” – habitação. É onde vivemos juntos. Portanto, ética tem a ver com a nossa convivência. Não existe ser humano que tenha só vivência, tudo para nós é convivência. A educação também nos forma, eticamente, para a convivência.
EDUCAÇÃO VERSUS FIDELIDADE:
Se a educação é concebida como "criação de novas formas de fazer, pensar e sentir, capazes de resistir a um modo de existência que aprisiona a educação", e a alegria, "deleuzianamente" falando, é resistência, é vida, podemos pensar a alegria como um momento a ser valorizado, ou pelo menos revisto na prática educativa? A alegria vai além do tornar capaz a resistir, é a própria resistência; não é um modo de existência, é vida! Não consigo pensar no cômico, sem o riso. Não consigo pensar a amizade sem o riso. Não consigo pensar o riso sem a alegria. A sala de aula tem o cômico, a amizade, o riso e a alegria. É preciso o agenciamento. Pensar a educação como algo que pulsa alegremente, cheio de energia, pensar o este e aquele, sem o localizar, fixar. Não a sala de aula cá, o ato educativo lá. É o "entre" que faz a educação e seus fluxos.
EDUCAÇÃO VERSUS PSIQUÉ:
Procurar diferenças entre as pessoas com base em etnia, cor da pele, gênero e outras características pode até ser preocupante se levado ao extremo, ganhando tons de eugenia. Por exemplo: o genoma de um brasileiro é praticamente igual ao de um norueguês, senegalês ou australiano — 99% dos nossos genes são iguais entre todos os humanos. Mas a mente, não. Nesse caso, as experiências de vida de cada indivíduo mudam muito de acordo com características como o país onde ele nasceu, seu gênero e a cor da pele. Portanto, há um movimento crescente que pede maior diversidade nas pesquisas da área. "É complicado definir qualquer coisa como universal", 
EDUCAÇÃO VERSUS POSTURA:
A postura do professor é um desafio, não importa onde ou quando. Problemas a ela inerentes se tornam agudos nos países em desenvolvimento, onde os contrastes vão do urbano às áreas rurais, da pobreza à sociedade tecnologicamente avançada, demandando, simultaneamente, compreensão humana e rápida atualização do conhecimento. A descrição da experiência de duas turmas de educação continuada visando à postura docente discute a disposição dos professores alunos de enfrentarem grandes questões humanas como a democracia, sem descuidar de conteúdo específicos.
O objetivo central deste estudo é alertar os educadores sobre a significância de lidar com a postura e o conhecimento. Nesse sentido, vários recursos e abordagens de ensino -além de concorrentes métodos de pesquisa qualitativa -foram previamente escolhidos para que se atingisse, respectivamente, os objetivos de ensino e melhores resultados na pesquisa. Os resultados emergiram em preocupações dos professores-alunos, motivados a assumir uma postura democrática e concretamente dialógica, no sentido da inclusão socioeducacional.
As conclusões revelam tanto manifestações singulares de cada turma, sugerindo futuras pesquisas quanto posições Inter complementares e percepções comuns a ambas.
EDUCAÇÃO VERSUS CRÍTICA:
A educação continua sendo um grave problema no Brasil e a esperança é que o Plano Nacional de Educação (PNE) consiga melhorar esse quadro. As metas estipuladas demonstram que existe muito trabalho pela frente e as mudanças devem acontecer em todos os setores da educação.
Numa prévia do Relatório de Observação sobre as Desigualdades na Escolarização do Brasil, produzido pelo comitê técnico do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ficou constatado que a frequência das crianças em idade de pré-escola (4 a 5 anos) subiu de 62% para 78%, entre 2005 e 2012.
Considerando o modelo atual de educação no Brasil, todo aumento é uma conquista significativa. Porém, chegar à meta de 100% para essa faixa etária até 2016, valor estipulado pelo PNE, não será fácil. Assim como não é simples manter essas crianças frequentando as aulas, quando enfrentam todos os tipos de dificuldades.
Muito além de estipular metas, a educação brasileira precisa ser avaliada. O processo de ensino precisa ter uma qualidade superior ao que é ofertado atualmente. Além disso, precisamos dar condições para que os alunos não deixem de ir para a escola. Em muitas regiões, ainda não existe um transporte escolar decente, uma alimentação adequada para os estudantes, uma boa estrutura de escola e, o mais preocupante, os professores não são valorizados como deveriam. A soma de todos esses fatores afeta diretamente o ensino.
Todas essas questões mostram a realidade da educação brasileira, que está desestruturada. Então, como podemos almejar um país melhor, se ainda persistem os problemas de princípio básico da educação?
É notório que questionamentos e críticas ao sistema de ensino existem aos montes. Mas o que de fato cada um tem feito para tentar reverter essa situação? A cidadania é exercida individualmente, não podemos esperar apenas soluções por parte do poder público. Arregaçar as mangas requer muito mais consciência do que simplesmente criticar políticas públicas.
Foi com esses questionamentos que, há cerca de cinco anos, começamos a pensar em estruturar um projeto social, que deveria ser um modelo de ensino para a sociedade. A convicção de fazer a diferença para algumas crianças nos uniu para criar o Centro de Educação João Paulo II, em Piraquara.
Nosso ideal sempre foi o de melhorar as condições de ensino das crianças carentes da região e que, com muita luta e trabalho árduo, estamos conseguindo fazer. Hoje, com pouco mais de quatro anos de existência, o Centro atende quase 300 crianças e jovens que, certamente, conseguirão ter uma expectativa melhor de futuro.
A ideia é que o projeto se expanda e consiga atender mais alunos. Não somente isso: que a escola sirva de modelo para que novos Centros sejam criados e mais crianças possam ser atendidas. O sonho pode ser alto, mas a experiência demonstra que é viável. Num Brasil de desigualdades sociais, nós, cidadãos, precisamos nos unir para um bem comum maior: o futuro das nossas crianças.
EDUCAÇÃO VERSUS SOCIABILIDADE:
Educação é o princípio comunicativo, utilizado pelas sociedades, para desenvolver no indivíduo a consciência de suas potencialidades, a partir da interpretação dos sinais gráficos até a construção dos conhecimentos que favoreçam o desenvolvimento de um raciocínio comportamental e disciplinar, na sua individualidade, diante do grupo social e no meio ambiente em que vive.
Sociabilidadeé a capacidade de que alguns animais têm de viver em sociedade. Exemplo: O peixe beta não tem sociabilidade.
EDUCAÇÃO VERSUS HOMEM E O MUNDO:
Ao falar sobre Educação, Paulo Freire partia de um pressuposto segundo o qual “não há docência sem discência”, pois “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.”
Para ele, ensinar não poderia ser uma mera transferência de conhecimento, mas, muito mais, uma criação de “possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”
Freire não via o aluno/educando/aluna/educanda como um mero objeto do conhecimento do educador/educadora, sendo este apenas o sujeito do processo: um que é formado (e tomado por objeto), outro que forma (o sujeito).
Ao contrário, esta relação não era de subordinação, mas de coordenação, devendo ficar claro “que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado.” Logo, docente e discente são, ambos, sujeitos do mesmo processo de conhecimento, não sendo um objeto do outro.
Dizia ele: “ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, homens e mulheres descobriram que era possível ensinar.”
Paulo condenava o que ele chamava de “ensino bancário” em que “o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber.”
O ensino bancário, burocratizado, autoritário, insensível, acrítico, é típico de uma “ideologia da opressão”, em que o (a) educador (a) “será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem”, negando, por conseguinte, “a educação e o conhecimento como processos de busca.” Algo muito parecido com a tal ideia da “escola sem partido”, inconcebível com o fato de que “ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra.” Portanto, trata-se de uma estupidez!, pensar em um espaço pedagógico neutro, “como se a maneira humana de estar no mundo fosse ou pudesse ser uma maneira neutra.”
A concepção da chamada escola sem partido, desde um ponto de vista “dos interesses dominantes”, exige “uma prática imobilizadora e ocultadora de verdades.” Freire falava na “politicidade da educação, ou seja, a qualidade de ser política, inerente à sua natureza.”
Freire pregava a educação “problematizadora e libertadora”, na qual o (a) educador (a) é, antes de tudo, um “humanista, revolucionário”, crente não em seu saber absoluto e onipotente, mas, ao contrário, crente nos homens e “no seu poder criador”, sendo um verdadeiro “companheiro dos educandos, em suas relações com estes.”
Na Educação bancária revela-se a natureza opressora do ensino e do ensinar, obstaculizando “a atuação dos homens como sujeitos de sua ação, como seres de opção, frustrando-os.”
Já na Educação problematizadora respeita-se, sobretudo, a autonomia e a dignidade do (a) educando (a), privilegiando a crítica e o diálogo. Este respeito erige-se como um “verdadeiro imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.”
O espaço da escola, portanto, é, especialmente, um espaço de crítica e de diálogo permanente e dinâmico, “prática fundamental à natureza humana e à democracia”, uma verdadeira “exigência epistemológica.”
Aqui, e não lá, incentiva-se durante todo o processo educador a criatividade, a rebeldia, a insubmissão e a curiosidade (não a “curiosidade ingênua – que caracteriza o senso comum”, mas a “epistemológica”).
A (o) educanda (o) deve ser estimulada (o) constantemente a exercer a “sua capacidade de arriscar-se, de aventurar-se”, imunizando-a (o), assim, “contra o poder apassivador do ´bancarismo`.”
O aprender e o ensinar são tarefas que exigem este dinamismo decorrente do aprender e do ensinar com uma visão crítica e sempre reflexiva. Não há espaço para meros “depositantes” de conhecimentos e, consequentemente, de “depositários” de saberes.
O espaço onde alguém ensina (aprendendo) e outro aprende (ensinando) deve ser libertador, não alienante, mas uma libertação autêntica: “não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo.” Não se trata de uma liberdade sem limite, óbvio que não!, pois “não é possível autoridade sem liberdade e esta sem aquela.”
Na Educação problematizadora educadores e educandos devem, todos! ser “instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes.” “Um aventureiro responsável”! Aqui, a professora ou o professor não confunde autoridade com autoritarismo, liberdade com licenciosidade. A autoridade mostra-se na “segurança que se expressa na firmeza com que atua, com que decide, com que respeita as liberdades, com que discute suas próprias posições, com que aceita rever-se.”
No diálogo com Myles, transcrito para o livro acima referido, o educador americano afirma que usava as “perguntas mais do que qualquer outra coisa”, pois “a razão pela qual você fez a pergunta é porque você sabe algo.” Assim, o ativista americano “redescobriu o que sabia há muito tempo, ou seja, que uma das melhores maneiras de educar é fazer perguntas”, o que “não é praticado muito extensivamente na vida acadêmica.”
Uma outra grande e valiosa lição de Freire é a que afirma tratar-se o ser humano de um sujeito inacabado e inconcluso. Aliás, “o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida há inacabamento.” O ser humano, enquanto ser inacabado, rejeita a “inexorabilidade do futuro” e o determinismo fatalista típico do discurso neoliberal: “pragmático e reacionário.”
Também a esperança não foi omitida dos textos de Paulo Freire, para quem aquela “faz parte da natureza humana”, razão pela qual devemos sempre lutar para “diminuir as razões objetivas para a desesperança que nos imobiliza.”
Ele não concebia, e achava mesmo uma contradição, “que uma pessoa progressista, que não teme a novidade, que se sente mal com as injustiças, que se ofende com as discriminações, que se bate pela decência, que luta contra a impunidade, que recusa o fatalismo cínico e imobilizante, não seja criticamente esperançosa.”
Enfim..., muita coisa ainda haveria para se dizer sobre a genialidade de Paulo Freire, um educador que se negava, tal como Simone de Beauvoir, a “arrastar consigo, para a morte, a humanidade inteira.” Freire não era um educador burguês que profetizava “o naufrágio universal.” Seu pensamento não era, portanto, como se referia Beauvoir, “catastrófico e vazio.” Rômulo de Andrade Moreira.
EDUCAÇÃO VERSUS DESIGUALDADE SOCIAL:
Durante os anos de transição da ditadura militar para o regime democrático, evidenciou-se o papel da Educação como ferramenta de transformação de uma sociedade marcada por profundas desigualdades sociais, uma realidade desconhecida por muitos por ter sido escamoteada anos a fio. Estava claro que cabia a nós, cidadãos brasileiros, refletir e agir para mudar aquele cenário no quadro da nascente democracia.
Inicialmente, discutiu-se a importância de acabar com o analfabetismo adulto. Depois, houve a preocupação com a formação dos professores. Mas ações emergenciais adotadas naquele contexto acabaram prejudicando soluções realmente abrangentes para aqueles graves problemas. A pressa foi inimiga da perfeição e hoje é preciso realinhar o ensino brasileiro com metas iguais para condições desiguais.
Os problemas sociais que o Brasil enfrenta se agravam a cada dia. Assim, é provável que, nos próximos anos, deva aumentar ainda mais o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Essa população não está apenas concentrada nas periferias; ela se espalha pelas cidades, instalando-se em todos os bairros e saindo de uma cidade para outra, o que dificulta muito sua mensuração.
A extensão territorial e a diversidade socioeconômica e cultural do país, por outro lado, dificultam ações locais. Para reduzir a distorção na oferta de ensino de qualidade, essas ações necessitam de incentivos federais ou estaduais. É importante frisar também que a qualidade de ensino no Brasil é avaliada por exames padronizados que não consideram as diferenças culturaise muito menos as multiplicidades que cada região do país apresenta.
Quando se propõe aumentar a oferta e ampliar o acesso à escola esbarramos em questões financeiras e administrativas, de difícil solução em muitos municípios de nosso país. O fato é que por mais incentivo que se possa dar ao ensino, como ocorre nas metas do PNE, o respaldo social, administrativo e político não é tão animador assim. Então, a educação tem o seu caminho para a equidade social interrompido não por uma pedra, mas por uma cadeia de fatores cuja superação só é possível com a colaboração social, empresarial e principalmente, dos entes federados – União, Estados e Municípios.
Como dissemos, a Educação deve ser entendida como solução, ou pelo menos como atenuante para as desigualdades sociais. Para tanto, é necessário ajustar a Educação brasileira às novas tendências educacionais. Os desafios são muitos e as escolhas das estratégias farão a diferença.
Convivemos com um quadro educacional em que é mais “fácil” entrar na escola do que “sair” dela com a conclusão total do ciclo. Sem falar na qualidade de ensino que também não é igual em todas as escolas do país. Quanto mais avança a educação, mais se escancaram as enormes evidências de desigualdades sociais e regionais.
Diante desse quadro, é preciso refletir sobre algumas questões: o quanto a educação crescerá realmente, com este quadro de desigualdade social não considerado no PNE? Como ajustar as metas padronizadas de universalização quando as divergências regionais tornam-se grandes entraves? Qual a perspectiva que a atual geração tem ao ser tratada como igual num mundo de desiguais? As metas do PNE visam à universalização do ensino, com cada aluno matriculado e cursando os ciclos escolares de acordo com a idade certa.
Antigamente, o aluno só entrava na escola aos sete anos; hoje ele frequenta os bancos escolares com meses de idade, primeiro em creches, seguindo para a pré-escolar, ensino fundamental 1 e 2, no conjunto de ciclo denominado ensino básico obrigatório; depois vem o ensino médio e o ensino superior.
Logo na primeira fase as diferenças sociais ficam evidentes. A demanda para creche aumenta a passos largos e a oferta de vagas nas redes municipais não consegue acompanhar essa procura. A fila de espera por uma vaga é grande e injusta, em determinados casos, quando ocorre a judicialização.
No ensino fundamental a dificuldade é terminar a primeira e a segunda etapa. São gargalos diferenciados. Entretanto, muitas crianças não conseguem acompanhar o ritmo escolar devido às condições sociais em que vivem. Já está mais do que provado que a alimentação, o ambiente domiciliar, a participação da família, entre outros, são fatores determinantes na vida de um aluno. Quando esses fatores são afetados pela condição social da família o resultado é percebido nas salas de aulas, onde as dificuldades aparecem e persistem.
No ensino fundamental 2 o problema fica ainda mais flagrante quando percebemos que, apesar de os alunos terem chegado a essa etapa de ensino, ainda não sabem interpretar textos e apresentam muita dificuldade para entender cálculos. Sair do ensino fundamental com uma formação de qualidade não é, ainda, a realidade da educação brasileira.
Com os problemas surgidos no ensino fundamental, entrar no ensino médio torna-se cada vez mais distante e a evasão escolar cresce nesta passagem de nível escolar. Muitos dos que conseguem entrar no ensino médio carregam a bagagem de despreparo para enfrentar as novas disciplinas. O resultado são alunos que saem do ensino médio sem condições acadêmicas suficientes para encarar o ensino superior.
E temos, então, no ensino superior, a mesma situação. Muito embora o número de pessoas que entra em uma faculdade tenha aumentado, incentivados pelos programas nacionais de financiamentos e bolsas de estudos em instituições particulares, a qualidade do aluno é precária e as dificuldades, que se iniciaram lá atrás, no ensino fundamental, ficam gritantes.
Os gestores educacionais têm metas a cumprir e as penalidades inerentes do descumprimento das metas não consideram as condições sociais dos alunos. Iguala-se, portanto, os desiguais sem a devida preparação para que esses desiguais possam ter condições de aprimorar o aprendizado, ante as condições sociais em que vivem. Será difícil, então, reverter esse quadro de desigualdades sociais com a obrigatoriedade no cumprimento de metas que visam muito mais a quantidade da oferta do que a qualidade do ensino.
Sem dúvida, a educação escolar é a ferramenta que gera a cidadania e que é capaz de mudar destinos. Sem dúvida, é por meio da educação que uma nação se torna desenvolvida. Mas não se pode exigir que a educação seja a grande responsável por tudo aquilo que as políticas públicas não fizeram: gerar condições de desenvolvimento pessoal pleno e em todos os sentidos.
Enfim, é fato que a educação é capaz sim de resolver as desigualdades sociais que existem em nosso país, mas ela não poderá arcar sozinha com o ônus que há anos está batendo à nossa porta. Os educadores, gestores e administradores, principalmente da esfera municipal, são os que mais serão responsabilizados pelo não cumprimento das metas do PNE.
Não é uma questão de ser isso justo ou injusto. É preciso reconhecer que, paraque as metas do PNE fossem factíveis, as condições sociais da população precisariam ser muito melhores do que são hoje. Metas iguais para desiguais só irá ampliar o problema e protelar sua solução.
Não resolveremos as desigualdades sociais com o atual PNE, que impõe o fardo à Educação. Não resolveremos as desigualdades sociais sem que haja uma política pública apartidária que elabore e implemente um regime de colaboração condizente com as diversas realidades que cada município enfrenta e enfrentará para cumprir metas e mais metas.
Não podemos tratar os desiguais como iguais, como se as diferenças não existissem. Para combater as discrepâncias sociais é preciso uma educação de qualidade com iguais oportunidades para todos, dentro dos parâmetros de universalização do ensino defendido pelo PNE. Mas é necessário mais do que isso.
A educação pode sim modificar toda a nossa sociedade e nos dar melhores condições de vida, mas, enfatizo, se em seus parâmetros as desigualdades sociais não forem consideradas, a educação não dará o seu grande salto.
EDUCAÇÃO VERSUS ACEITAR AS DIFERENÇAS
Somos todos diferentes — distintos tamanhos, formas, etnias, gostos, crenças, atitudes e origens. Basta olhar para o lado e enxergar o outro, que facilmente chegaremos a essa constatação.
A questão está em saber como lidar com o que não é igual a nós e, principalmente, educar os mais novos para que entendam e aceitem a diversidade. Afinal, as crianças são instintivas, espelhando as atitudes dos adultos em que confiam e que admiram.
Neste post, vamos dar dicas de como ensinar as crianças a terem respeito e aprenderem a conviver com as diferenças. É um desafio que pais e responsáveis devem encarar para formar adultos melhores para o mundo!
O comportamento humano é pautado em exemplos, que, quando bem estruturados na infância, formam cidadãos mais conscientes. Os valores que se estabelecem na memória de uma criança permanecem e se transformam ao longo da vida, fortalecendo a importância do respeito por tudo, ainda que diferente.
Conviver com as diferenças pode ser algo fácil, se defendido e ensinado desde os primeiros traços de entendimento. Para tanto, o diálogo e as demonstrações práticas são essenciais para que as crianças compreendam que a igualdade está presente mesmo onde há diversidade.
Trazemos algumas dicas abaixo e esperamos contribuir para o ensinamento das crianças sobre o modo de ver e perceber tudo que é diferente, conduzidas, essencialmente, pelo amor e pela empatia.
Antes de agir no sentido de educar as crianças para respeitarem as diferenças, é importante que a família perceba, analise e entenda como ela mesma lida com isso, na individualidade de seus membros.
Ao fazer essa reflexão, os adultos do grupo familiar têm a oportunidade derepensar as suas atitudes e verificar se elas estão de acordo com o que acreditam ser as melhores práticas para ensinar as crianças.
Crianças de todas as idades, assim como os adultos, aprendem observando o comportamento do outro. Assim, um meio natural e, ao mesmo tempo, potencialmente eficaz para abordar o respeito às diferenças é ter atitudes de tolerância.
Vendo como os adultos agem diante das variadas situações, as crianças têm a possibilidade de aprender e incorporar essas práticas em suas interações ao longo da vida.
Os membros do grupo familiar têm papel fundamental na educação em prol do reconhecimento e respeito à diversidade. Contudo, as crianças geralmente interagem com outras pessoas em vários contextos, como na escola, de modo que podem ter experiências distintas daquelas vividas junto da família.
Por isso, além de dar exemplo, é importante que a família converse com a criança. Nessas conversas, os adultos têm a chance de tratar de uma série de questões que favorecem a conscientização.
É muito importante favorecer diálogos em que as crianças possam colocar dúvidas e algumas crenças que já formaram, para que você tenha a oportunidade de ajudá-las a questionar crenças não saudáveis.
A família pode, também, explicar que a existência de diferenças é uma característica natural das pessoas e da vida e que não respeitar isso pode causar sofrimento e tristeza àqueles que estão envolvidos.
Tanto as crianças quanto os adultos às vezes precisam experienciar situações para aprender com elas. Assim, uma maneira que pode ser eficiente para educar quanto ao respeito pela diversidade é a exposição a situações que podem ser reais, como a convivência da criança com pessoas diferentes dela, ou fictícias, como ao assistir a peças teatrais ou filmes que retratem diferenças.
É natural que as pessoas adotem posturas que tragam algum benefício, o que é válido para qualquer faixa etária. Por isso, é importante que a família faça com que a criança perceba que o respeito às diferenças de todos os tipos é uma prática positiva.
Isso pode ser feito, por exemplo, quando o familiar mostra à criança que atitudes tolerantes contribuem para uma sociedade mais justa e pacífica, tornando o mundo um lugar melhor e nos ajudando a construir e manter grandes amizades.
As brincadeiras lúdicas reúnem as crianças e permitem que elas interajam dando total atenção aos objetivos e resultado das brincadeiras sem se deterem nas diferenças. Quando as crianças estão brincando, priorizam a diversão e a participação coletiva.
Promover brincadeiras que integrem e as estimulem a compreender o limite e a capacidade de cada um, independentemente das condições que estabelecem qualquer diferença, é a melhor maneira de fazer com que cresçam sem distinções ou rótulos, prevalecendo a amizade.
As crianças podem participar de brincadeiras que exercitem a capacidade criativa e intelectual para desenvolverem boas ideias. Ao final, será importante que os adultos envolvidos apresentem os resultados chamando a atenção para o fato de que, mesmo diferentes, todas são vitoriosas por terem se unido em prol do mesmo objetivo.
Além dos adultos da família, da escola ou do círculo social, apresentar bons exemplos que sejam representativos de aceitação e respeito à diversidade é um modo eficiente de as crianças se desenvolverem respeitando o fato de serem e fazerem escolhas diferentes.
A imagem, a cor, o cabelo e a classe social são elementos que definem nas crianças os sinais de pertencimento a um universo específico. Quando elas são apresentadas a figuras semelhantes ou que defendem a igualdade, tendem a fortalecer sua autoestima de uma maneira equilibrada.
Citar pessoas que se destacaram em diversos contextos da história, sendo negras, deficientes, de classe social menos favorecida, mesmo em uma condição desfavorável, é dizer às crianças que elas também podem alcançar grandes resultados se se dedicarem conforme o objetivo.
Alguns personagens da literatura infanto-juvenil também são fonte de inspiração para despertar o sentimento de respeito à diversidade. As histórias contadas nos livros apresentam versões de personagens que são vítimas de preconceito e segregação.
Muitos conseguem superar suas dificuldades com o apoio de amigos e defensores. As crianças podem ser convidadas a se colocar no lugar de cada personagem e relatar como agiriam em uma determinada situação.
Existem muitas maneiras de as crianças aprenderem a conviver com as diferenças, e elas estão sempre dispostas, curiosas e questionadoras. Cabe aos adultos ter o discernimento de conduzi-las por um caminho de aceitação e respeito, num diálogo que deve ser constante e oportuno.
EDUCAÇÃO VERSUS DIRETRIZES EDUCACIONAIS, ESCOLAS E COLEGAS
À guisa de conclusão, destacam-se, a seguir, alguns aspectos fundamentais concernentes à construção de um movimento nacional em prol da qualidade da educação. Nesse sentido, entende-se que:
a) as dimensões, intra e extraescolares, devem ser consideradas de maneira articulada na efetivação de uma política educacional direcionada à garantia de escola de qualidade para todos, em todos os níveis e modalidades;
b) a construção de uma escola de qualidade deve considerar a dimensão socioeconômica e cultural, uma vez que o ato educativo escolar se dá em um contexto de posições e disposições no espaço social (de conformidade com o acúmulo de capital econômico, social e cultural dos sujeitos-usuários da escola), de heterogeneidade e pluralidade sociocultural, de problemas sociais que repercutem na escola, tais como fracasso escolar, desvalorização social dos segmentos menos favorecidos, incluindo a autoestima dos alunos etc.;
c) a criação de condições, dimensões e fatores para a oferta de um ensino de qualidade social deve desenvolver-se em sintonia com ações direcionadas à superação da desigualdade socioeconômica-cultural presente nas regiões;
d) o reconhecimento de que a qualidade da escola para todos, entendida como qualidade social, implica garantir a promoção e atualização histórico-cultural, em termos de formação sólida, crítica, ética e solidária, articulada com políticas públicas de inclusão e de resgate social;
e) os processos educativos e os resultados escolares, em termos de uma aprendizagem mais significativa, resultam de ações concretas com o objetivo de democratização dos processos de organização e gestão, exigindo rediscussão das práticas curriculares, dos processos formativos, do planejamento pedagógico, dos processos de participação, da dinâmica da avaliação e, portanto, do sucesso escolar dos estudantes;
f) as relações entre alunos por turma, alunos por docente e alunos por funcionário são aspectos importantes das condições da oferta de ensino de qualidade, uma vez que menores médias podem ser consideradas componentes relevantes para uma melhor qualidade do ensino oferecido;
g) o financiamento público é fundamental para o estabelecimento de condições objetivas para a oferta de educação de qualidade e para a implementação de escolas públicas de qualidade, envolvendo estudos específicos relativos aos diferentes níveis, etapas e modalidades educativas;
h) a estrutura e as características da escola, em especial quanto aos projetos desenvolvidos, o ambiente educativo e/ou clima organizacional, o tipo e as condições de gestão, a gestão da prática pedagógica, os espaços coletivos de decisão, o projeto político-pedagógico da escola, a participação e integração da comunidade escolar, a visão de qualidade dos agentes escolares, a avaliação da aprendizagem e do trabalho escolar realizado, a formação e condições de trabalho dos profissionais da escola, a dimensão do acesso, permanência e sucesso na escola, entre outros, são aspectos que traduzem positiva ou negativamente a qualidade da aprendizagem na escola;
i) a qualidade do ambiente escolar e das instalações também concorre para a definição de condições de oferta de ensino de qualidade;
j) os processos de organização e gestão da escola e escolha do diretor, sobretudo, no tocante aos processos de democratização, sãofundamentais, haja vista que, em processos marcados por uma maior participação de professores, alunos, pais e funcionários, ocorre progressivo fortalecimento da autonomia e da democratização da escola; no caso de democratização da escolha do diretor, essa dinâmica, ao enfatizar processos de participação mais ampla e se articular com outros fatores, como formação inicial e continuada, além de experiência profissional, formação específica e capacidade de comunicação e de motivação dos diferentes segmentos da comunidade escolar, pode contribuir para a melhoria da qualidade de ensino;
l) associada à necessidade de uma sólida política de formação inicial e continuada, bem como à estruturação de planos de carreira compatíveis aos profissionais da educação, destaca-se a importância de políticas que estimulem fatores como motivação, satisfação com o trabalho e maior identificação com a escola como local de trabalho, como elementos fundamentais para a produção de uma escola de qualidade;
m) a satisfação e o engajamento ativo da comunidade escolar e, sobretudo, do estudante e do professor no processo político-pedagógico e, fundamentalmente, no processo de ensino-aprendizagem são fatores de fundamental importância para a melhoria do desempenho escolar e sucesso do estudante com qualidade na escola.
 A partir de 1960, pedagogos e outros teóricos da educação acharam conveniente, para fins de análise, distinguir o currículo em três tipos:
O primeiro refere-se ao chamado "currículo formal" (também conhecido como currículo prescrito), que é o currículo em sua forma mais idealizada. Ele é “prescrito” porque é pensado fora das especificidades de uma sala de aula, quer dizer, vem antes do contato efetivo entre professores(as) e estudantes. Aparece, por exemplo, nas diversas formas de diretrizes curriculares (nacionais, estaduais, de educação especial etc.) e constitui-se de um conjunto de conhecimentos que a escola e o sistema de ensino julgam imprescindíveis para os(as) estudantes em determinada disciplina ou em determinado ano escolar.
No segundo tipo, o “currículo real”, esse conjunto de conhecimentos prescritos pelas instituições de educação, ganha efetividade no dia a dia da sala de aula, nas relações que se estabelecem entre professores(as) e estudantes, nas particularidades de suas vivências e de suas maneiras de pensar. Ele é composto, por exemplo, de todas aquelas adaptações feitas cotidianamente pelo professor que percebe que um determinado assunto despertou o interesse dos(as) estudantes, ou das estratégias usadas para aproximar a temática de suas realidades.
O terceiro, o “currículo oculto”, é constituído por todos os saberes que não estão prescritos nas diretrizes curriculares, mas que acabam por afetar, positiva ou negativamente, o processo de aprendizagem dos conhecimentos escolares. São os conhecimentos adquiridos fora da escola, com a família, os amigos; ou, ainda, no espaço escolar, nas brincadeiras dos corredores, na forma de dispôr as carteiras, na maneira de se comportar diante de professores(as) e colegas etc.

Continue navegando