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3 Capítulo Interpretação, Integração e Aplicação das Normas Trabalhistas 93 No momento da aplicação do direito ao caso real surgem alguns contrapontos, pois, na existência de diversas normas, ou ainda no silêncio ou lacuna da lei, em relação ao fato analisado necessário à compreensão da forma de interpretação, integração e aplicação destas normas trabalhistas, solucionando o obstáculo de acordo com os instrumentos legais destinados a conflitos desta natureza. 3.1.1. Interpretação Entender, analisar uma norma jurídica consiste em buscar sua compreensão, o direito do trabalho vale-se das formas tradicionais de interpretação, o período em que a norma foi elaborada também deve ser analisado para que se compreenda o real significado e a finalidade com a qual aquela norma foi criada. A interpretação do direito positivado utiliza várias formas conforme abaixo elencadas: a) Interpretação gramatical: utiliza-se da leitura exata do texto da lei, interpretando suas palavras na forma com a qual estão dispostas. b) Interpretação Lógica: este tipo de interpre- tação contextualiza, conecta os textos legais objeto de interpretação. c) Interpretação teleológica: também denomi- nada interpretação finalística, buscando a real intenção do legislador ao criar a lei. 94 d) Interpretação extensiva ou ampliativa, o interprete estende o sentido da norma em análise, visando ampliar o horizonte estipulado pela lei. e) Interpretação restritiva: a norma é analisada de forma mais restrita, diminuindo seu alcance. f) Interpretação autêntica: o órgão que criou a norma edita outra norma explicando o sentido da primeira, a doutrina nomeia esta forma de interpre- tação como legal ou legislativa. Ressalte-se que existe uma peculiaridade, a norma quando versar sobre direito do trabalho sempre deverá ser interpretada em prol do mais favorável ao trabalhador, desde que não resulte em prejuízos à coletividade. 3.1.2. Integração O interprete busca integrar, completar a norma, existe dispositivos legais que descrevem as formas de integração: Artigo 8º da CLT: “As autoridades administra- tivas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular 95 prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.” Código de Processo Civil, artigo 140: “O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. No julga- mento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.” Lei de Introdução do Código Civil, artigo 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.” A analogia não é FONTE, mas forma de inte- gração das normas jurídicas, sua utilização consiste em completar lacunas eventualmente existentes na lei, utilizar a lei para caso concreto similar à situação jurídica tutelada pela lei. Para a utilização da analogia, é necessária a aplicação de alguns critérios, tais como: lacuna da lei ou não previsão do caso concreto; semelhança entre o caso concreto e a figura, determinação legal pré-existente. A analogia pode ser de duas espécies: analogia legis, consiste na integração da lei propriamente 96 dita; analogia júris, aplicação do princípio de direito ao caso similar. Conforme descrito acima, existem diversas formas de integração da lei, porém ao nos depararmos com uma lacuna em direito do trabalho, devemos buscar inicialmente a integração com leis trabalhistas, pois versam sobre o mesmo ramo jurídico, e poste- riormente na legislação civil e demais fontes. Equidade na definição do professor Sérgio Pinto Martins “Equidade é a possibilidade de suprir a imperfeição da lei ou torná-la mais branda de modo a moldá-la à realidade”, nesta forma de integração do direito o juiz deverá utilizar da justiça no sentido hermenêutico da palavra, ou seja, irá decidir de acordo com o que o caso concreto possa ser moldado à realidade e às leis naquele momento. 3.1.3. Eficácia da Lei Trabalhista A eficácia de uma lei consiste em determinar sua validade no tempo e no espaço, determina o momento da subsunção da conduta social à norma positivada. A lei passa a ser obrigatória e a produzir efeitos a partir de sua promulgação. 97 3.1.4. Eficácia da Lei no Tempo Independentemente do ramo do direito a que a lei pertença, ela passa a ter validade a partir da data de sua publicação, na hipótese da lei não versar sobre a data de sua vigência, a legislação determina o prazo de 45 dias para o território nacional e três meses para vigência em território estrangeiro, desde que recepcionada pelo outro Estado, normas que versem sobre direitos e garantias fundamentais possuem vigência imediata. A eficácia da lei no tempo deve sempre estar submetida ao disposto no artigo 5º inciso XXXVI da Constituição Federal: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. No direito do trabalho, o princípio da aderência contratual nos auxilia a detectar a eficácia da nova lei em atos passados. Ou seja, o contrato de trabalho que foi firmado antes da nova lei não será desconsiderado. Porém os novos direitos previstos pela mesma inte- grarão o contrato, desde que mais benéficos. As convenções coletivas geralmente preveem direitos aos trabalhadores, porém seus efeitos serão válidos para os trabalhadores que fazem parte da empresa no momento de sua vigência não incidirá no novo contrato de trabalho regras antecedentes a sua existência, sendo assegurado somente a trabalha- dores contratados à época daquela previsão coletiva. De acordo com a Sumula 277 do TST, é possível que acordos e convenções coletivas de trabalho inte- 98 grem contratos individuais de trabalho ate que ocorra nova negociação. Contudo, o §3º do artigo 614 da CLT é claro no sentido da vedação de ultratividade da convenção ou acordo coletivo, fato que, em nosso entender, revoga expressamente a mencionada Sumula. Nesse sentido, em decisão liminar na ADPF nº 323, o eminente Ministro Gilmar Mendes determinou a suspensão dos processos que discutam a aplicação da ultratividade da norma. Assim, brevemente a Sumula 277 devera ser oficialmente revogada. 3.1.5. Eficácia da Lei no Espaço A eficácia no espaço se refere ao território no qual a lei produzirá seus efeitos, aplica-se a relação de emprego às normas vigentes no território onde foram prestados os serviços. A legislação trabalhista brasileira possuirá eficácia no território brasileiro de acordo com o princípio da territorialidade (artigo 1º da LICC), ou seja, a relação de trabalho ocorreu no Brasil, ou em territórios brasileiros, como embaixadas, navios, entre outros, a lei aplicada será a brasileira. Arrematando a questão da aplicabilidade da lei brasileira, impende mencionar a revogação, em 2012, da Sumula 206 do TST, cuja redação exprimia que a lei 99 que rege um contrato de trabalho é aquela do local da prestação de serviços e não do local de contratação. Com a revogação, o direito aplicável será sempre o brasileiro, em especial a CLT, indepen- dentemente do local da prestação de serviços, que predominava anteriormente. Para o trabalhador, a exclusão da Sumula do ordenamento representou um avanço, porque reduziu a insegurança jurídica do trabalhador, bem como even- tuais burocracias para adaptações contratuais, e, ainda, a questão do conhecimento sobre a lei estrangeira, a qual acabava por ser um incomodo ao empregado.3.2. Princípios: Gerais e Específicos A palavra princípio nos remete ao início, no entanto, o conceito que necessitamos dominar no direito não é o sentido lexical ou o hermenêu- tico, mas sim o jurídico. Os princípios no direito funcionam como verdadeiras diretrizes as normas futuras e as já existentes. Os mesmos determinam o fundamento de uma ciência jurídica, podemos visualizar os princípios como o alicerce de um prédio em construção sobre o mesmo toda a estrutura será construída, porém se 100 alguma parte do prédio não se basear na estrutura todo o resto poderá ruir; No direito os princípios funcionam da mesma forma, eles determinam o campo de atuação de uma ciência e os limites que a mesma deve trilhar, as normas que são elaboradas em desrespeito aos princípios podem ruir assim como prédio utilizado no exemplo supra. Ademais, os princípios são fontes do direito e possuem a função normativa quando aplicados aos moldes do determinado pelo artigo 8º da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho - atuando como fonte supletiva à lei que possui lacunas, mesmo inexistentes. O direito do trabalho possui princípios espe- cíficos, no entanto alguns princípios gerais de direito incidem no campo trabalhista. 3.2.1. Princípios Gerais De acordo com o artigo 8º da CLT, na falta de disposições gerais os princípios gerais do direito devem ser aplicados como fonte. Note-se que não é determinada a utilização de princípios do direito do trabalho especificamente, mas sim princípios gerais. O direito possui princípios inerentes e comuns a todos os ramos jurídicos, a dignidade humana, boa-fé, proibição do enriquecimento sem causa, proibição do 101 abuso de direito, ilicitude em alegar desconhecimento da lei, entre outros. Os princípios tipicamente de natureza cível que comumente são aplicados de forma subsidiária no direito do trabalho são: Princípio da autonomia das partes (pacta sunt servanda, este princípio é aplicado em conjunto com o princípio da norma mais favorável sendo o mesmo específico do direito do trabalho); Princípio da Imprevisão, e Princípio da exceptio non adimpleti contractus (o contrato de trabalho gera direitos e obrigações por parte tanto do empregador quanto do empregado, na hipótese de não cumprimento o mesmo desobriga a parte lesada a cumprir com o dever/obrigação assumidos). 3.2.2. Princípios Constitucionais Embora o direito do trabalho seja uma ciência autônoma, a Constituição Federal como norma máxima contém princípios amplamente aplicados no Direito do Trabalho. Elencar todos os princípios constitucionais ocuparia uma obra destinada ao tema. Para tanto vamos elencar alguns princípios constitucionais que possuem maior vínculo com o ramo aqui estudado. O artigo 1º da Constituição Federal elenca à dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. O artigo 5º e seus incisos são quase todos aplicáveis ao âmbito trabalhista. 102 O artigo 160 em seu caput afirma que a ordem econômica será fundada na “livre iniciativa do trabalho humano”, já o artigo 183 prevê o trabalho como parte integrante da ordem social. Não podemos deixar de ressaltar os princípios previstos no artigo 6º da Constituição, porém, por serem específicos do direito do trabalho, serão deta- lhados no próximo tópico. 3.2.3. Princípios Específicos do Direito do Trabalho Os princípios trabalhistas merecem local de destaque na nossa obra, os mesmos conduzem as normas trabalhistas e sua compreensão além de ser de suma importância para os operadores do direito, auxilia na resolução de inúmeras questões de concursos públicos bem como exame da ordem. 3.2.3.1. Princípio Protecionista Este princípio retrata a forma com que o Estado Brasileiro lida com o direito do trabalho. O traba- lhador será beneficiado por normas que assegurem seus direitos, vez que é a parte mais frágil da relação de trabalho. O mesmo busca diminuir a situação de desigualdade em que se encontra a empregado. 103 3.2.3.2. Princípio da Primazia da Realidade A realidade dos fatos deve se sobrepor à reali- dade dos textos formais. A relação de trabalho deve ser interpretada de acordo com o dia a dia do empre- gado na empresa vez que o contrato de trabalho nem sempre é respeitado formalmente. Exemplificando: Funcionário A, trabalha na empresa B e habitualmente trabalha mais de oito horas diárias, não goza de intervalo para refeições, porém registra sua entrada e saída como se a situação acima não existisse por ordem do empregador. Uma vez provada tal conduta em juízo a situação fática prevalecerá sobre o controle de jornada formal. 3.2.3.3. Principio da Irrenunciabilidade de Direitos O trabalhador não pode renunciar aos seus direitos, o direito do trabalho caracteriza-se pelo protecionismo aos trabalhadores, toda e qualquer ação do empregador que reduza direitos do trabalhador de forma unilateral é nula, mesmo que o trabalhador esteja de acordo. Em que pese à irrenunciabilidade, a questão é que a reforma trabalhista trouxe inúmeros dispositivos que mitigam este principio. Por exemplo, o artigo 484-A que prevê a demissão por acordo, na qual o empregado dispõe de 104 metade da multa do FGTS, ou o artigo 444, paragrafo único, cuja redação claramente contem a submissão à regras contratuais por vezes inferiores ao estipulado em instrumentos coletivos. 3.2.3.4. Princípio da Norma mais Favorável Este princípio é de extrema importância e funciona tanto como diretriz para as normas a serem elaboradas como fundamento para a hierarquia das normas de direito do trabalho. Por força deste prin- cípio norma inferior que verse sobre direitos mais benéficos que os previstos em norma superior, aplicar- -se-á norma mais benéfica, desde que não prejudique a coletividade. Este princípio está exposto no artigo 6º da Constituição Federal, assim como nos artigos 444, 618 e 620 da CLT. Compete-nos fazer uma critica neste momento: a possibilidade de livre estipulação de direitos a partir da reforma trabalhista mitiga o principio da norma mais favorável, porquanto eventuais acordos ou convenções coletivas poderão estipular, por exemplo, remuneração por produtividade e disposições de trabalho intermitente, ainda que contrariando ante- rior disposição mais benéfica, seja por instrumento coletivo, individual, ou mesmo legislação pertinente. Exemplificando: Regulamento interno da empresa determina que os funcionários gozem de 105 dez dias de descanso no final de todo ano sem que tal período caracterize férias coletivas ou redução nas férias individuais de cada trabalhador. A Convenção Coletiva prevê que tais dias serão considerados férias coletivas. O regulamento da empresa prevalecerá por ser norma mais benéfica, embora inferior. 3.2.3.5. Princípio da Condição Mais Benéfica A condição mais benéfica ao trabalhador prevista em contrato de trabalho deverá prevalecer mesmo que norma superior venha regulamentar o direito regulado diminuindo-o. O trabalhador que possuir condição mais favorável em seu contrato possuirá direito adquirido e a previsão da norma legal somente será aplicada aos funcionários admi- tidos na vigência desta. Exemplificando: Em 1888, Regulamento da Empresa determina que todos os funcionários devem gozar de duas horas de intervalo entre as refeições e em não o fazendo receberá o horário não gozado com acréscimo de 90%. No ano de 2008 com a crise econômica mundial o Regulamento da Empresa é modificado e determina 10%. De acordo com a súmula 51 do Tribunal Supe- rior do Trabalho e com a Súmula 288 do mesmo Tribunal, a norma será garantida aos trabalhadores 106 contratados em 1888 até 2008, os contratados após 2008 serão regidos pelo novo regulamento. 3.2.3.6. Princípio da Inalterabilidade Contratual Não poderá ocorrer qualquer mudança contratual de forma unilateral, ou seja, sem a concordância do empregado e que lhe cause qualquer redução de direitos. Se assim ocorrer a mudançaserá nula. Assim prescreve o artigo 468 da CLT: Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Exemplificando: Funcionário D foi contra- tado para trabalhar em jornada de seis horas por dia, e o empregador decide de forma unilateral alterar seu contrato de trabalho para oito horas diárias sem acréscimo salarial e sem consultar o funcio- nário. A cláusula será nula e os valores devidos serão proporcionais. 107 3.2.3.7. Princípio da Irredutibilidade Salarial Não pode o trabalhador sofrer redução de salário de forma unilateral, a redução de salários da categoria somente poderá ocorrer através de Convenção Coletiva de trabalho e por motivos rele- vantes. Mesmo com a concordância do trabalhador de forma individual o empregador não poderá reduzir o salário do mesmo, sob pena de ter que pagar além das verbas rescisórias e indenizatórias com base no salário inicial a diferença salarial deverá ser paga bem como do Fundo de Garantia. A irredutibilidade salarial esta discriminada no artigo 468 da CLT. Devido à reforma trabalhista, houve acréscimo do §2º do artigo 468 da CLT, pelo qual não se incor- pora ao salario do empregado a remuneração ante- riormente percebida, caso retorne ao cargo original apos exercício de cargo em confiança. Exemplificando: Metalúrgico entra em acordo com empresa de forma individual uma redução de 20% em seu salário. No momento da homologação da dispensa no sindicato dos empregados a empresa deverá recolher todas as verbas e a diferença salarial com base no salário sem a redução. 108 3.2.3.8. Princípio da Continuidade do Vínculo Jurídico Trabalhista Embora, exceto nos casos previstos em lei, o trabalhador não possua estabilidade no contrato de trabalho a continuidade por prazo indetermi- nado do trabalho é garantida até que ocorra o término do contrato, salvo nos contratos por prazo determinado. Ademais, independentemente de alteração, sucessão, fusão ou modificação na estrutura jurídica da empresa, os contratos de trabalho continuam inal- terados e vigentes. Exemplificando: Trabalhador F labora na empresa H, a mesma realiza fusão com a empresa I, o trabalhador F sendo demitido injustamente, caberá a empresa HI o pagamento das verbas rescisórias, emissão de guias de seguro desemprego bem como de levantamento do FGTS, somente encerrando o vínculo empregado/empresa após o cumprimento da obrigação pela empresa HI, sem qualquer alteração na situação contratual vigente á época da empresa H. 109 3.3. Direito Individual do Trabalho O Direito do Trabalho é uma ciência autônoma, o direito individual do trabalho configura-se como uma distinção doutrinária para que as diversas facetas do ramo em estudo sejam devidamente estudadas. O direito individual do trabalho tem como objeto de estudo a relação entre empregado e empregador e as normas de natureza privada que incidem sobre o contrato individual de trabalho de forma individual. No estudo do Direito Individual do trabalho estudaremos o contrato de trabalho, as partes que o compõem, mudanças e extinção. 3.3.1. Sujeitos do Contrato de Trabalho Salutar a explanação dos conceitos de empre- gado e empregador para que possamos acompa- nhar o desenvolvimento do tema “Direito Indivi- dual do Trabalho”. O conceito de empregado é trazido pela CLT em seu artigo 3º: “Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante salário”. Os requisitos daqui subtraídos serão explanados no capítulo 12. 110 Os empregados autônomos, eventuais, avulsos bem como os estagiários não são empre- gados. Senão vejamos: Autônomos: não possuem subordinação aos tomadores de serviço, sua relação é tutelada pelo Código Civil; • Eventuais: não prestam serviços continu- amente, mas eventualmente não configurando o vínculo de emprego. • Avulsos: trabalhadores intermediados pelo Órgão Gestor de mão de obra possuem os mesmos direitos dos empregados com vínculo empregatício permanente. Este tipo de trabalhador é muito comum nos portos, as empresas gestoras de mão de obra realizam a intermediação com as tomadoras. Ressalte- -se que os avulsos não possuem vínculo com o órgão gestor de mão de obra. • Estagiários: o estágio deverá ser regido pela Instituição de Ensino juntamente com a empresa com a pessoa jurídica tomadora do estágio, a insti- tuição de ensino deverá fiscalizar este aprendizado através de um termo de compromisso e de relató- rios da pessoa jurídica demonstrando a evolução do estagiário. O horário do estagio deverá ser inverso ao horário das aulas, e um seguro acidente deverá ser realizado pela pessoa jurídica, o mesmo possui direito a férias. No entanto, caso tais exigências não 111 forem respeitadas e o estágio configura-se como tentativa de fraude, o estágio poderá ser convertido em contrato de trabalho, com a incidência de todos os direitos concernentes ao mesmo. O conceito de empregado domestico é aquele determinado pelo artigo 1º da lei complementar nº 150/2015: aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Com o advento da mencionada lei comple- mentar, os empregados domésticos passaram a ter todos os direitos trabalhistas, como ferias, 13º salario, licença maternidade, entre outros.Os empregados rurais, após o advento a Constituição Federal de 1888 possuem exatamente os mesmos direitos dos empregados urbanos. O empregador também é conceituado pela CLT em seu artigo 2º “Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite,assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.“ Os profissionais liberais, fundações, entidades sem fins lucrativos e associações recreativas também são considerados empregadores, conforme determi- nado pelo § 1º do artigo 2º da CLT. 112 Questões 1. (Fundec-TRT/BA- Analista Judici- ário-2003) É correto afirmar que: a) O Direito Comum é fonte subsidiária do Direito do Trabalho naquilo em que não for incom- patível com os princípios fundamentais deste. b) O juiz poderá decidir por analogia, mesmo que exista expressa disposição legal ou contratual. c) O juiz pode, julgando com equidade, recusar- -se a aplicar qualquer lei que, a seu ver, seja injusta. d) As leis, a jurisprudência e o costume são fontes formais de Direito. e) A analogia e a equidade têm prevalência sobre as fontes formais do Direito. 2. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) O princípio que possui como propósito tentar corrigir desigualdades, criando uma superiori- dade jurídica em favor do empregado diante a sua http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-execucao-de-mandados http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-execucao-de-mandados 113 condição de hipossuficiente é especificamente o princípio da: a) dignidade da pessoa humana. b) condição mais benéfica. c) primazia da realidade. d) proteção. e) boa-fé. 3. (PUC-PR - 2007 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Juiz - 1ª Prova - 1ª Etapa) Considere as assertivas abaixo formuladas: I. Para Américo Plá Rodriguez o princípio da conti- nuidade da relação de emprego, em rigor científico, é uma mera derivação e consequência do princípio da proteção, especialmente no que se refere à aplicação de uma de suas vertentes: a regra da condição mais benéfica, já que, obviamente, continuar trabalhando é mais benéfico do que ficar desempregado. II. O artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho, ao estatuir que “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,correspon- dente à relação de emprego”, homenageia o princípio da primazia da realidade, ao passo que o artigo 7º, http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/puc-pr-2007-trt-9a-regiao-pr-juiz-1a-prova-1a-etapa http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/puc-pr-2007-trt-9a-regiao-pr-juiz-1a-prova-1a-etapa 114 inciso XXX, da Constituição Federal, ao proibir a discriminação em matéria de salários, exercício de funções e critérios de admissão, sintoniza com o princípio da razoabilidade. III. A preferência do legislador pelos contratos de duração indefinida trata-se de uma projeção direta do princípio da proteção, que assim cumpre uma de suas três missões: inspirar o legislador, servindo de fundamento para o ordenamento jurídico. IV. São quatro os principais princípios cons- titucionais afirmativos do trabalho na ordem jurí- dico-cultural brasileira: o da valorização do trabalho, em especial do emprego; o da justiça social; o da submissão da propriedade à sua função socioam- biental; e o princípio da dignidade humana. V. Em um sistema normativo as normas são gênero, do qual os princípios e as regras são espécies. Têm-se, assim, as normas-princípios e as normas regras. Um dos critérios de distinção é o da gene- ralidade. Segundo este critério, os princípios são normas com um grau de generalidade relativamente alto e as regras, normas com um nível relativamente baixo de generalidade. Assinale a alternativa correta: a) Apenas quatro proposições estão corretas; b) Apenas três proposições estão corretas; * c) Apenas duas proposições estão corretas; 115 d) Apenas uma proposição está correta; e) Todas as proposições estão corretas. 4. (FCC - 2011 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Técnico Judiciário - Área Administrativa). As atividades de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, vigilância de embar- cações e bloco são executadas especificamente pelo trabalhador: a) eventual. b) temporário. c) autônomo. d) avulso. e) celetista estrangeiro. 5. (PGT - 2006 - PGT - Procurador do Trabalho) Em relação às formas atípicas de trabalho: I - o trabalho temporário tem como objetivo dotar as empresas de mecanismos de contratação de trabalhadores em situações transitórias, sem que com isso sejam obrigadas a aumentar o quadro permanente; http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-4a-regiao-rs-tecnico-judiciario-area-administrativa http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-4a-regiao-rs-tecnico-judiciario-area-administrativa 116 II - o contrato de trabalho temporário, seguindo a regra geral dos contratos de trabalho, pode ser escrito ou verbal, expresso ou tácito; III - serviço voluntário é a atividade não remu- nerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade; IV - o tele trabalho poderá ser prestado de forma autônoma ou subordinada, devendo-se visualizar em concreto como é exercido, adotando-se o princípio da primazia da realidade. Analisando-se as asserções acima, pode-se afirmar que: a) todas as afirmativas estão corretas; b) somente as afirmativas I, III e IV estão corretas; c) somente as afirmativas I e III estão corretas; d) somente as afirmativas II e IV estão corretas; e) não respondida. 117 4 Capítulo Contrato de Trabalho 121 Para conceituarmos contrato de trabalho iremos nos valer do previsto no artigo 442 da CLT, in verbis: “Contrato individual do trabalho é o acordo tácito ou expresso correspondente a relação de emprego”. A doutrina nos traz a expressão contrato de emprego para denominar a relação de emprego, vez que o contrato de trabalho denominaria todas as formas de trabalho (autônomos, eventuais). A relação de emprego seria a relação subordinada de trabalho do empregado para o empregador, a relação de trabalho abarcaria todos os tipos de trabalho e não somente o subordinado. Como podemos analisar pela leitura da norma, o contrato de trabalho é a expressão utilizada pela legislação brasileira para exteriorizar do pacto firmado entre o empregado e empregador, nele constam os direitos e obrigações das partes. O vínculo entre empregado e empregador é de natureza contratual, mesmo as partes nada tendo disposto formalmente em relação ao contrato de trabalho a simples existência da relação de emprego combinadas aos requisitos subordinação, não even- tualidade, onerosidade e pessoalidade caracterizará o contrato de trabalho. 122 4.1.1. Requisitos do Contrato de Trabalho Como já previsto anteriormente, para que seja caracterizada a relação de emprego é necessária a presença de alguns requisitos. • Continuidade: o trabalho deverá ser continuo sucessivo; • Subordinação: o empregado deverá ser subordinado ao empregador, suas funções são deter- minadas pelo mesmo, não existindo autonomia na realização de emprego. • Onerosidade: o contrato de trabalho não é voluntário, ele é oneroso, exige-se o pagamento pelo trabalho desenvolvido mediante salário. Trabalho voluntário, gratuito não gera vínculo de emprego. • Pessoalidade: o contrato de trabalho deverá ser pessoal, ou seja, na pessoa do empregado, não podendo o mesmo ser substituído por outra pessoa, neste caso o vínculo de emprego seria com a última. 123 4.1.2. Classificação do Contrato de Trabalho 4.1.2.1. Quanto à forma De acordo com o artigo 443 da CLT, “O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente”. A redação do artigo 443 mudou recentemente, por meio da lei 13467/2017, com a inclusão do trabalho intermitente, que é o contrato de trabalho com subordinação e não continuo, no qual se alternam períodos de serviços e de inatividade. Apenas os aero- nautas não poderão adotar o vinculo intermitente, por serem regidos em regulamento próprio. Nos §§1º a 9º do artigo 452-A informam-se os requisitos do trabalho intemitente, com destaque para a convocação do empregado com três dias de antecedência (§1º), a possibilidade de aceitação ou recusa, sem descaracterizar a subordinação (§§ 2º e 3º), a possibilidade de trabalho para vários emprega- dores na inatividade (§5º), e o direito a remuneração, ferias proporcionais mais um terço, decimo terceiro salario proporcional, repouso semanal remunerado e adicionais legais, alem de FGTS (§§6º e 8º). Contrato de trabalho é informal é muito rara a existência de contratos de trabalho longamente 124 descritos, o mais comum é o contrato realizado verbal- mente de forma tácita. No entanto, nada obsta a formalidade e a forma escrita. Algumas normas, no entanto, determinam que alguns contratos específicos de trabalho devem ser realizados por escrito, tais como: contrato de atleta profissional (Lei nº8.615/88), Contrato de artistas (Lei nº6533/68), Contrato de aprendizagem. Cabe ressaltar que os contratos realizados entre as empresas tomadoras de serviços e as terceiras embora tratem da prestação de serviços de outrem são de natureza cível. Sendo competente o direito do trabalho para tutelar a relação de emprego existente entre os empregados terceirizados, a tomadora e a empresa contratada. 4.1.2.2. Quanto à duração O contrato de trabalho poderá ser realizado por prazo determinado e indeterminado. O contrato por tempo indeterminado seria a forma típica de contratação, em contraponto o contrato por tempo determinado seria a forma atípica. O contrato por tempo determinado estipula a data de início e término da relação de emprego. Visando assegurar o trabalhador contra possíveis abusos desta forma de contrato de trabalho, o artigo 443 da CLT determina hipóteses para a contratação por prazo determinado. 125 Logo, empresas com caráter transitório, por exemplo, empresas quesomente funcionam no período de natal para fabricação de enfeites ou ainda no período da festa de São João para fabricação de fogos de artifício. Outra hipótese aceita é a contratação transitória para atender a demandas extraordinárias, como aumento de fabricação de determinado item da produção por contrato extraordinário. O contrato de experiência pelo período máximo de 90 (noventa dias) configura-se como outra hipótese de contrato por tempo determinado. Após este período, ocorrendo a prorrogação do contrato de trabalho, o mesmo será considerado por prazo indeterminado. O contrato de experiência deverá ser anotado na Carteira de Trabalho do empregado, não gera direito a aviso prévio, por já ser de ciência das partes sua data final tampouco gera direito à estabilidade em caso de gestação. Na hipótese do despedimento por parte do empregador antes do período determinado e desde que previsto em contrato, o empregado terá direito a uma indenização correspondente à metade do que rece- beria na vigência do contrato, sendo omissa tal previsão, o empregado gozará das verbas devidas em caso de rescisão de contrato por período indeterminado. O prazo máximo de duração dos demais contratos por prazo determinado será de acordo com o tempo descrito no artigo 445 da CLT, ou seja, 126 dois anos improrrogáveis e não renovável, sob pena de conversão em contrato por prazo indeterminado. • Contrato de trabalho temporário na lei 6019/74 com modificações da lei 13429/2017. A lei 13429/2017 modificou a lei 6019/74 e trouxe importantes novidades para o mundo jurí- dico trabalhista. Por definição constante no artigo 2º, caput, da lei, o contrato temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços. Pelo §1º do artigo 2º proíbe-se a contratação de temporário em períodos de greve, salvo para a conti- nuidade de atividades e serviços públicos dos órgãos e entidades da administração pública federal, cujos ministros de Estado podem adotar procedimentos simplificados para manutenção das atividades (Artigo 1º, inciso II, do Decreto nº 7777/2012). O contrato devera ser obrigatoriamente cele- brado por escrito (artigo 11 da lei 6019/74) e com prazo de ate 180 dias, prorrogáveis por mais 90 dias (artigos §§1º e 2º do artigo 10 da lei 6019/74 com redação dada pela lei 13429/2017). Apos cumprir os mencionados prazos, a empresa tomadora de serviços terá que aguardar 90 (noventa) dias para contratar novamente o temporário, sob pena de caracterização de vinculo de emprego, 127 conforme disposto nos §§ 5 e 6º do artigo 10 da lei 6019/74, com redação dada pela lei 13429/2017). Por fim, ressalta-se que, segundo aduzido pelo artigo 12 da lei 6019/74, o temporário goza de remu- neração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária. • Contratação por prazo determinado na lei nº 9601/98. Buscando maior integração do mercado de trabalho e a redução do desemprego, a lei em tela criou a contratação por prazo determinado sem as exigências contidas no artigo 443 da CLT e o chamado “banco de horas”, posteriormente pormenorizado. Nesta modalidade a empresa poderá contratar temporariamente tanto para a atividade meio quanto para a atividade fim da empresa e em qualquer atividade. O contrato de trabalho temporário deverá ser anotado na Carteia de Trabalho do empregado com as devidas ressalvas quanto à contratação pela lei 8601/88. Os salários devem ser iguais aos dos demais trabalhadores da categoria, bem como a realização por escrito, com exceção do trabalho doméstico, por não se configurar como estabelecimento, tampouco como empresa. No entanto, este tipo de contratação somente será após prévia negociação coletiva, sem este requisito a contratação somente poderá ocorrer 128 nos moldes determinados pela Consolidação das Leis do Trabalho. O prazo máximo deste contrato será de dois anos improrrogáveis. 4.2. Grupos Empresariais O contrato de trabalho é realizado, via de regra, entre o empregado e o empregador, porém na atual situação econômica tornam-se cada vez mais comuns empresas que possuem os mesmos sócios ou acionistas, mas cada uma delas existe de forma independente com personalidade jurí- dica distinta. Os chamados grupos empresariais podem ser visualizados como uma árvore, onde o tronco é a empresa principal e os demais galhos empresas sob a égide da gestão central. O direito do trabalho não poderia deixar de envolver tal questão e garantir os direitos indi- viduais dos trabalhadores uma vez que neces- sária se faz a definição da responsabilidade destas empresas em cumprir e suprir obrigações traba- lhistas em face de seus empregados. Antes das recentes transformações legais a CLT em seu artigo 2º, no parágrafo 2º prevê o que segue: “§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, 129 embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.” A partir da lei 13429/2017, o §2º do artigo 2º passou a contar com a seguinte redação: “Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua auto- nomia, integrem grupo econômico, serão respon- sáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego”. A grande novidade, contudo, veio no §3º, pelo qual a mera identidade de sócios não gera grupo econômico, de modo que é imprescindível a demons- tração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. O professor Amauri Mascaro do Nasci- mento11 conceitua grupo de empresas da seguinte forma: “O grupo é uma forma de concentração econômica entre empresas que mantém a personalidade jurídica, mas, não obstante, se unem mediante direção econômica unitária para cooperação empresarial numa estratégia de expansão”. 11 Nascimento, Amauri Mascaro. “Iniciação ao Direito do Trabalho”, 35ª Edição, Editora Ltr, São Paulo, 2010, p.222. 130 O professor ressalta ainda que o conceito refere- -se às empresas, estando excluídos deste conceito os profissionais liberais, administração pública, associa- ções civis, entre outros. Ao interpretarmos o texto legal supra cola- cionado podemos perceber que as empresas serão solidárias ante as verbas trabalhistas, entretanto, o empregado possuirá vínculo de trabalho com aquela que a contratar, prestando serviços a esta empresa. A prestação dos serviços do empregado somente deverá ocorrer na empresa em que foi firmado o contrato de trabalho, salvo sob expressa previsão contratual e dentro dos limites legais. Ressalte-se que para que se configure um grupo empresarial, não é necessária sua existência formal, apenas a presença de indícios como gestão coor- denada das empresas, por exemplo, que conectem uma empresa a outra incidirá no tipo legal previsto na norma supra. Para fins de concurso público é necessária a distinção entre o conceito de solidariedade ativa e passiva das empresas, na primeira teoria a doutrina defende que o grupo de empregos será interpretado como único empregador, a teoria da solidariedade passiva defende que o grupo econômico não confi- gura um empregador único. Para ambas as teorias, há solidariedade de todas as empresas do grupo em relação às verbas trabalhistas. A súmula 128 do Tribunal Superior do Trabalho pacifica a questão referente ao trabalho em diversas 131 empresas do mesmo grupo econômico, in verbis: “A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesmajornada de trabalho, não carac- teriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”. 4.2.1. Alteração na Empresa A alteração da estrutura jurídica de uma empresa ocorre na mudança de sua forma societária, seja de socie- dade limitada para por cotas, individual para empresa LTDA, capital aberto para fechado, entre outras. A Consolidação das Leis do Trabalho em seus artigos 9 e 448 assegura a continuidade dos contratos de trabalho na alteração jurídica das empresas ou na sucessão, o chamado princípio da continuidade do vínculo jurídico trabalhista busca tutelar esta respon- sabilidade das empresas junto á seus empregados. A sucessão de empresas ocorre na mudança dos sócios proprietários, ou ainda a alienação da empresa para terceiros. Transformação da empresa refere-se à mudança da espécie da empresa, ou seja, do enquadramento que a mesma passa a responder. A incorporação ocorre na absorção de uma empresa por outra. Fusão é a união de duas ou mais empresas visando o surgimento de uma nova empresa. Após estas mudanças na estrutura da empresa, surge o questionamento: Os contratos de trabalho serão 132 modificados ou extintos? Não, o contrato de trabalho segue o estabelecimento e a empresa em si, a mudança em sua estrutura não cria novo vínculo de trabalho. A nova empresa que surgirá ou ainda a mesma empresa transformada ou incorporada continuará responsável pelas verbas trabalhistas dos funcionários, o direito adquirido dos mesmos não sofrerá alterações. Exemplo: Empresa A é incorporada pela empresa B, os empregados da empresa A passam a pertencer à incorporação, porém não surgirá um novo vínculo de trabalho, pois os direitos que possuíam antes da incorporação passam a ser de responsa- bilidade tanto da empresa A, quanto da empresa B, embora a primeira tenha “deixado” de existir o empregador de fato continua sendo a empresa, porém com nova estrutura. 4.3. Poder de Direção do Empregador O poder de direção do empregador consiste na liberdade do empregador em determinar regras na empresa. Desde que não seja configurada nenhuma ilegalidade na conduta do empregador em estipular regras e normas de organização no que se refere à realização do trabalho e a organização da empresa, 133 o mesmo somente estará exercendo o direito de “direção”, previsto no artigo 2º da CLT. O doutrinador Sérgio Pinto Martins12, define o poder de direção do empregador: “é a forma como o empregador define como serão desenvol- vidas as atividades do empregado decorrentes do contrato de trabalho”. Para que este poder seja fundamentado algumas teorias surgiram em busca de sua justificativa. A teoria da propriedade privada, de forma simplista determina que o empregador possui poder de direção pois é o proprietário da empresa. Esta teoria não possui muita força, vez que atualmente a empresa possui um papel social perante a sociedade. A teoria contratualista afirma que o contrato de trabalho gera direitos e obrigações entre as partes o que acaba por caracterizar a subordinação do empre- gado ao empregador. A teoria institucionalista defende a empresa como uma instituição e por possuir esta característica a mesma necessita der governada, e caberá ao empre- gador exercer este papel de autoridade. A teoria do interesse, defendida pelo professor Amauri Mascaro do Nascimento concebe que o poder de direção do empregador consiste no interesse do empregador em organizar sua empresa, pois o mesmo assume os riscos da mesma. O poder de direção na realidade constitui um direito do empregador em organizar as atividades no 12 Martins, Sérgio Pinto- “Direito do Trabalho, página 193”. 134 interior da empresa. O mesmo se subdivide em poder de organização poder de controle e poder disciplinar. 4.3.1. Poder de Organização O empregador tem o poder de organizar a atividade de sua empresa interna e externamente, através da determinação de sua estrutura jurídica, número de funcionários, regras internas, cargos e salários, entre outros. Caberá ao empregador organizar a estrutura da empresa para que esta funcione de forma coor- denada e organizada. 4.3.2. Poder de Controle Os empregados possuem uma relação de direitos e obrigações perante o empregador. O mesmo poderá fiscalizar a prestação dos serviços contratados visando à direção e à organização da empresa. O empregador poderá exercer seu controle e fiscalização sempre respeitando o princípio da digni- dade da pessoa humana. O poder de controle não pode ser superior ao da dignidade do empregado. A instalação de câmeras de monitoramento em locais de trabalho não poderá ser interpretada como abuso do empregador e sim como poder fiscalizatório. 135 4.3.3. Poder Disciplinar Caberá ao empregador cumprir normas de segurança legalmente estipuladas. O ambiente de trabalho deverá ser seguro e digno, para tanto os empregados devem seguir determinadas regras de conduta e de segurança do trabalho. O poder disciplinar decorre da liberdade do empregador em impor sanções aos empregados ao descumprirem uma norma interna ou ainda as leis vigentes no país. O poder de punição caberá ao estado, o empre- gador está limitado a exercer o poder disciplinar através de meios que não atentem contra o traba- lhador, porém o comuniquem e o conscientizem sobre sua conduta inapropriada no ambiente de trabalho. 4.4. Alteração Contratual O direito do trabalho tutela o empregado, o contrato de trabalho somente poderá ser modifi- cado através de expressa concordância do traba- lhador e desde que não resulte em nenhum prejuízo ao mesmo, sob pena de nulidade. A previsão legal do aqui alegado encontra-se no artigo 468 da CLT, in verbis: “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a 136 alteração das respectivas condições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia”. Em situações excepcionais a lei permite altera- ções unilaterais do contrato de trabalho, tais como: possibilidade de retorno de empregado em cargo de confiança as funções anteriores; modificar a função do empregado readaptado; empregado ocupar tempo- rariamente cargo e retornar a sua função de origem, mudança de função que não altere de forma substan- cial a anteriormente prestada, entre outras. Através da convenção coletiva de trabalho outras alterações contratuais podem ser reali- zadas, desde que de acordo com o constitucio- nalmente garantido. 4.4.1. Transferência de Empregado O emprego como já estudado anteriormente tem caráter social, o trabalhador estabelece sua rotina e de seus familiares com base na localidade de seu emprego. Por tal motivo a legislação trabalhista cria alguns óbices a esta transferência visando coibir o empregador desta prática. Considera-se transferência de local de trabalho aquela que efetivamente ensejar a mudança da resi- dência do trabalhador. A lei usa o termo domicílio, 137 no entanto, a doutrina deixa claro o sentido de resi- dência do trabalhador e sua família. A transferência será permitida desde que o trabalhador aceite a mesma de forma explícita, sob pena de ser considerada nula. Outras hipóteses previstas e autorizadas pela lei são a transferência de empregados de cargo de confiança (gerentes, diretores, assessores diretos, entre outros), mudança de local do estabelecimento ou ainda extinção do mesmo (desde que seja necessária a efetiva mudança de residência do trabalhador, a simples mudança para Município vizinho, ou bairro, apenas acarretará aumento no custeio de transporte do empregado). Ocorrendo a transferência será devido o adicional de transferência no valor de 25% sobre o salário, e todas as despesas de mudança e trans- porte do trabalhador e familiares sob responsa- bilidade da empresa. O artigo 658, IX da CLT determina que o juiz do trabalho poderá conceder liminar sustando trans- ferências ilícitas,cabe aqui uma ressalva, o trabalhador via de regra não possui estabilidade no emprego, esta liminar não garante a permanência no emprego, por tal motivo este dispositivo legal embora bem intencionado tem pouca aplicabilidade na prática. O conceito de aqui tratado também é aplicado a transferências de trabalhadores pra outros países, porém a mesma será regida pela Lei 6.064 de 1882. 138 4.4.2. Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho O legislador não apresenta nenhuma distinção entre suspensão e interrupção, no entanto a doutrina o faz. Suspensão configura-se como a paralisação temporária dos efeitos do contrato de trabalho, neste período o empregador não paga salário, não conta tempo de serviço, não ocorrerá recolhimentos previ- denciários. O doutrinador Maurício Godinho Delgado assim define suspensão13: “consiste na sustação temporária plena dos efeitos contratuais, preservado, porém, o vínculo entre as partes”. A interrupção contratual trabalhista é o afasta- mento do empregado, porém continuam a ser devidos os encargos do contrato de trabalho, estando interrom- pidas as obrigações principais dos empregados, pres- tação de trabalho e disponibilidade perante o empre- gador. O doutrinador Sérgio Pinto Martins14 se refere à interrupção da seguinte forma: “Na interrupção há a cessação temporária e parcial dos efeitos do contrato de trabalho”. Abaixo elencaremos algumas hipóteses positivadas de suspensão e interrupção do contrato de trabalho. 13 Delgado, Maurício Godinho- Curso de Direito do Trabalho, 5ª edição, Editora Ltr, São Paulo,2006, página 1055. 14 Martins, Sérgio Pinto- Direito do Trabalho,23ª edição, Editora Atlas, São Paulo, 2007, página 322. 139 4.4.2.1. Hipóteses de Suspensão e Interrupção Ocorrerá suspensão do contrato de trabalho em casos de afastamento previdenciário por motivo de doença e acidente de trabalho, aposentadoria por inva- lidez, encargo público, representação sindical, desde que cesse a prestação de serviços ao empregador. A interrupção ocorrerá em casos de aborto não criminoso, aviso prévio (duas horas que o empregado possui para dedicar-se a encontrar outro emprego), faltas ao trabalho (desde que previstas por lei ou convenção coletiva), férias, inquérito para apuração de falta grave, intervalos e repouso semanal remunerado. A greve não se enquadra em nenhum dos dois conceitos elencados, pois depende das normas coletivas e da Lei de Greve, que determinam sua característica, se houver a sustação do pagamento de salários poderá ser considerada a suspensão, porém se os salários continuarem a ser pagos será caso de interrupção. 4.5. Dissolução Contratual Podemos conceituar dissolução contratual a situ- ação que encerra o contrato de trabalho do empregado. A 140 mesma pode ocorrer por vontade do empregado através do pedido de demissão, por vontade do empregador através de dispensa com ou sem justa causa, morte do empregado ou ate mesmo do empregador, extinção do estabelecimento, aposentadoria, extinção do contrato com prazo determinado ou acordo. Vamos estudar cada uma delas de forma detalhada. 4.5.1. Pedido de Demissão ou Dispensa O empregado pode “pedir demissão” (a expressão mais correta seria comunicar sua decisão, ato unilateral) a qualquer momento, para tanto deverá avisar o empregador em tempo hábil sob pena de em não o fazendo incidir o desconto do aviso prévio em suas verbas rescisórias, salvo disposição em contrário. Nesta hipótese será devido ao empregado: saldo salarial, férias vencidas e proporcionais, décimo terceiro proporcional, pagamento de horas extras ou conversão do banco de horas existente. 4.5.2. Dispensa Sem Justa Causa O empregador possui o direito de encerrar o contrato de trabalho, salvo hipóteses de estabilidade previstas por lei ou convenção coletiva. No momento da dispensa o empregador deverá conceder ao empregado aviso prévio de acordo com 141 seu tempo de trabalho na empresa ou indenizá-lo com o valor referente ao período de aviso prévio, férias vencidas (em dobro) acrescidas de 1/3, férias proporcionais, saldo salarial, horas extra, adicionais devidos, banco de horas convertido em horas extras, fundo de garantia acrescido de 40% sobre o valor. O empregador deverá fornecer ao empregado que laborou por mais de seis meses, guias de seguro desem- prego e guias para levantamento do FGTS, geralmente acompanhados da chave de movimentação do traba- lhador para que o mesmo consiga o levantamento do FGTS. Além de realizar as devidas anotações na carteira de trabalho do empregado. Os empregados domésticos por possuírem regime referente ao FGTS diferenciado somente farão jus ao levantamento se assim acordado e recolhido pelo seu empregador, horas extras não são devidas a empregados domésticos. Com as inovações trazidas pela CLT, a demissão sem justa causa ganhou novos contornos, eis que não é necessária mais homologação perante o sindi- cato da categoria, conforme a redação atual do artigo 477 da CLT. A medida, em alguns casos, representara menor burocracia, porem, em categorias com sindicatos fortes, não ha duvidas sobre o dano ao trabalhador. Atualmente, pelo §4º do artigo 477, há a possibi- lidade de recebimento das verbas rescisórias por meio de dinheiro, cheque ou deposito bancário, ao passo 142 que, anteriormente, não havia a previsão do deposito em conta do empregado Foram extintos os vários prazos para quitação das parcelas a receber: o prazo agora é de 10 (dez) dias contados a partir do termino do contrato, consoante §6º do artigo 477. De acordo com o artigo 477-A, qualquer que seja a dispensa imotivada, seja individual, plúrima, ou coletiva, poderá ocorrer sem autorização previa de sindicato, celebração de convenção ou acordo coletivo, fato que gera questionamentos, tendo em vista que viola os direitos sociais previstos no artigo 6º e seguintes da CF/88, os quais são direitos fundamentais. Veja-se que no artigo 8º, inciso VI, da CF/88, há clara previsão da assistência sindical nas negociações coletivas de trabalho, da mesma forma que o inciso I do artigo 7º prevê proteção à despedida arbitraria. Surge, assim, lamentável retrocesso social, vedado pelo artigo 60, §4º, da CF/88, o chamado efeito cliquet, termo originado do alpinismo, que caracteriza situação em que somente é possível subir e não descer, numa escalada. Não se pode, assim, admitir que permaneça o artigo 477-A na atual ordem constitucional. 4.5.3. Dispensa Com Justa Causa pelo Empregador A dispensa com justa causa ocorre em face de alguma conduta do empregado devidamente tipificada 143 em lei que possa ensejar o término do contrato. O autor Sérgio Pinto Martins conceitua justa causa: “é a forma de dispensa decorrente do ato grave praticado pelo empregado, impli- cando a cessação do contrato de trabalho por motivo devidamente evidenciado, de acordo com as hipóteses previstas em lei”. Alguns requisitos intrínsecos devem ser respeitados, a singularidade (o empregado não poderá ser punido duas vezes pela mesma falta, ser advertido e demitido por justa causa, por exemplo), imediatidade (a dispensa deve ser no momento do fato ou imediatamente após o empregador obter conhecimento do mesmo), causalidade ou nexo causal (a justa causa deve ter relação com o emprego e faltas pertinentes a conduta em relação com o trabalho, salvo na hipótese de condenação criminal). A lei é omissa em determinar a forma da dispensa, não exigindo a forma escrita ou verbal. Salvo previsão em norma coletiva. Ao empregador cabe o ônus da prova perante o juízo, logo se recomenda ao empregador a dispensa por escrito contendo o motivo da dispensa, com a assinatura do empregado faltante. A justa causa deverá ser a última opção do empre- gador visto a função social do emprego na sociedade embora a lei não determine nenhuma ordem nas puni- ções, advertências verbais, advertências por escrito, suspensão do empregado são formas de evitar a demissãopor justa causa. Ressalte-se que a lei nada prevê em relação ao aqui relatado. 144 4.5.3.1. Hipóteses previstas em lei A doutrina discute a taxatividade do artigo 482 da CLT visto que outras formas de dispensa por justa causa estão presentes na mesma. Parece-nos correto afirmar que para que seja configurada a justa causa necessária a taxatividade e previsão da conduta faltosa. 4.5.3.2. Hipóteses previstas no artigo 482 da CLT Visando maior compreensão por parte do operador do direito, vamos nos valer da redação do artigo 482 para tecer as devidas explanações: Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade: a hermenêutica da palavra improbidade é desonestidade, ou seja, o empregado que comete ato de impro- bidade atenta contra o patrimônio ou confiança da empresa, cometendo o crime de roubo ou apresentando atestado médico alterado por exemplo. b) incontinência de conduta ou mau procedimento: nesta previsão legal existem duas condutas distintas, a incontinência de conduta refere-se à conduta sexual do empregado, como praticar sexo no vestiário da empresa, por exemplo, já o mau procedimento é mais 145 abrangente e não tem relação com conduta sexual, o mesmo abarca situações em que o empregado exerce conduta inadequada com a exigida no ambiente de trabalho ou ainda pactuada no contrato de trabalho, a insubordinação, indisciplina, atos não condizentes ao contrato de trabalho como, por exemplo, utilizar o telefone da empresa para ligar para o tele-sexo, envio de e-mails com conteúdo inapropriado, recusa em exercer atividade pertinente ao cargo. c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; esta previsão legal assim como a alínea anterior contém duas condutas a primeira se configura em negociação de produtos ou serviços divergentes do contrato de trabalho na empresa ou em nome da mesma, por exemplo, vender produtos da empresa sem autorização da mesma. A segunda conduta prevista incorre na concorrência a empresa em que trabalha importante esclarecer que o empregado não incorre em falta grave na hipótese de laborar em outra empresa em horário diverso ao pactuado no contrato de trabalho desde que não caracterize prejuízos ao empregador, o que configura esta previsão é concorrer com a empresa como na hipótese de vendedor exclusivo apresentar catálogos de diversas empresas do mesmo ramo prejudicando a comercialização dos produtos de sua empregadora. d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena: o empregado que for condenado judicialmente a penas de detenção ou reclusão, acaba por 146 ensejar na rescisão contratual, pois o mesmo restará impraticável junto ao empregador, a regar é válida inclusive se a condenação não possuir nenhuma relação com o ambiente de trabalho. e) desídia no desempenho das respectivas funções: será a conduta do empregado negligente ou sem compromisso com a responsabi- lidade assumida junto ao empregador, como faltas injustificadas, falta de asseio na prestação do trabalho e no cumprimento de metas de produção, é o exemplo do empregado sem nenhum comprometimento aquele que falta o tempo todo, chega atrasado com frequência, ausenta-se do posto de trabalho sem autorização e sem justificativas. f) embriaguez habitual ou em serviço; apresentar-se sob o efeito de bebidas alcoólicas ou substâncias tóxicas no ambiente de trabalho, laborar embriagado ou manter-se nesta condição durante a jornada de trabalho com frequência. Importante, a embriaguez não é somente a causada por bebida alcoólica, pois o consumo de drogas e outras substâncias ilícitas também configuram esta falta. g) violação de segredo da empresa: Divulgar segredos da empresa sem qualquer autorização para fazê-lo. Existem empresas que proíbem o uso de celular com máquina fotográfica em ambiente de trabalho por exemplo. O empregado que não obedecer às regras de sigilo profissional, desde que previamente comunicado ou previsto em contrato de trabalho, norma coletiva, incorre nesta conduta. h) ato de indisciplina ou de insubordinação: empregado que não cumpre as ordens determinadas pela chefia sem justificativa, 147 descumprindo ordens gerais ou ainda fluxos determinados pelo empregador, desde que lícitos. i) abandono de emprego: empregado que não comparece ao emprego com animus de não mais laborar sem nenhum aviso ao empregador. A lei não estabelece nenhum prazo para a configuração desta conduta, porém o Tribunal Superior do Trabalho editou a súmula 32, prevendo o que segue, in verbis: “Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer”. O empregador deve cercar-se de cuidados neste tipo de conduta do empregado, a lei não exige nenhuma notificação do empregado, porém caberá ao empregador a prova do abandono tanto em faltas contínuas iguais a trinta dias ou inferiores. Caberá da mesma forma ao empregado comprovar que não abandonou o emprego, ou que foi impedido de voltar ao mesmo. j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condi- ções, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem: nesta previsão as ofensas somente serão consideradas falta grave se dentro do ambiente de trabalho. 148 k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem: embora muito similar á alínea anterior, as ofensas praticadas em face aos superiores hierár- quicos fora do ambiente de trabalho, incidem nesta previsão legal. l) prática constante de jogos de azar: empregado que pratica jogos de azar, a lei não os especificas, interpretamos como todo o jogo proibido por lei. A prática deverá ser habitual, durante o horário de trabalho e nas dependências do empregador. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado: trata-se de previsão legal para punir empregados que tenham incorrido em dolo para perda de habilitação, ou outros atos que gerem extinção de uma condição para exercício de função, como o caso da perda do porte de arma do segurança treinado que utilize a arma de fogo de maneira temerária e fora de seu trabalho. Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (ver Lei da Segurança Nacional nº6.160/83); 4.5.3.3. Hipóteses previstas nos demais artigos da CLT Elencaremos as demais hipóteses de justa causa previstas na CLT, porém em artigos que não o 482. 149 Recusa do empregado em não cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho da empresa, bem como a não utilização reiterada dos Equipamentos de Proteção Individual fornecidos pela empresa. (artigo 158,§único da CLT). Ferroviário que se recusa a laborar de forma extraordinária nos casos de acidentes ou urgência (artigo 240, § único da CLT). 4.5.4. Rescisão indireta Esta forma de cessação do contrato de trabalho ocorre na hipótese do empregador cometer ato que possa ensejar este pedido por parte do empregado. Seria uma justa causa cometida pelo empregador. As hipóteses cabíveis estão previstas no artigo 483 da CLT, porém esta modalidade deverá ser efetuada por intermédio de ação judicial, proposta pelo empre- gado no prazo de 30 dias contados a partir de seu afastamento da empresa, visando evitar desta forma o abandono de emprego por parte do mesmo. 4.5.5. Aposentadoria Não há previsão legal que determine a extinção docontrato de trabalho após aposentadoria. O que ocorrerá será a cessação do contrato de trabalho,porém se o mesmo continuar trabalhando, surgirá um novo 150 contrato de trabalho. Para tanto as devidas anota- ções devem ser realizadas na Carteira de Trabalho do empregado aposentado. Esta determinação ocorre, pois o empregado aposentado poderá levantar seu FGTS, vez que a cessação não ocorreu por parte do empregador. O aposentado que continua a trabalhar possui os mesmos direitos a verbas rescisórias como se não fosse aposentado. No entanto após a dispensa do mesmo, será devida a multa de 40% do FGTS em face do período do novo contrato de trabalho. No entanto o aposentado que não continuar a trabalhar, fará jus ao 13º salário proporcional, férias proporcionais e férias vencidas. Não faz jus ao aviso prévio tampouco a multa de 40% sobre o FGTS. 4.5.6. A extinção por acordo nos moldes do artigo 484-A Nova modalidade de acordo surgiu com o artigo 484-A da CLT: a demissão por acordo entre empregado e empregador. Nessa situação serão devidos, pela metade, o aviso prévio indenizado e a multa do FGTS prevista no §1º do artigo 18 da lei 8036/90 (alíneas a e b do inciso I do artigo 484-A). Ademais, permite-se a movimentação de 80% do saldo da conta do FGTS (artigo 484, §1º, CLT). 151 As demais verbas trabalhistas serão pagas regu- larmente (artigo 484, inciso II, da CLT). Atente-se para o fato de que esta modalidade de rescisão não permite ingresso no programa do seguro desemprego. A demissão por acordo devera ser um expe- diente usado corriqueiramente nesta nova realidade dos direitos trabalhistas, possivelmente diminuindo o numero de ações trabalhistas por demissão sem justa causa, pois o empregador proporá o acordo e o empre- gado, em meio à necessidade de subsistência, por vezes aceitara, mesmo que não seja a melhor opção. 4.5.7. Morte do Empregado Em caso de óbito do empregado, os direitos serão repassados aos herdeiros, exceto aviso prévio, por não configurar se como verba intransferível. Eventuais indenizações também serão repas- sadas aos herdeiros. 4.5.8. Morte do Empregador Pessoa Física Caso ocorra o óbito do empregador indi- vidual e a cessação das suas atividades o término do contrato será equivalente a demissão sem justa causa. Porém se a atividade for assumida 152 por outrem e o empregado decidir se desligar da empresa individual não será devido o aviso prévio por parte do mesmo. 4.5.9. Extinção da Empresa Na hipótese da empresa encerrar suas ativi- dades ou mesmo de uma de suas filiais, será devido ao empregado as verbas rescisórias de acordo com a dispensa sem justa causa, caso ocorra a falência da empresa os créditos trabalhistas serão privilegiados de com o artigo 83, inciso I, da lei 11.101/2005 4.5.10. Extinção do Contrato a Termo Embora o contrato a termo tenha seu término previamente definido não deixa de ser uma forma de cessação do contrato de trabalho. Não será devido o aviso prévio. Porém se o contrato a termo for encerrado antes de seu prazo, será devido, conforme dito ante- riormente, indenização correspondente ao término antecipado. (artigo 480 CLT). 153 4.5.11. Culpa Recíproca Ocorre culpa recíproca na hipótese de falta concomitante do empregador e do empregado, é indispensável à atitude faltosa ser no mesmo momento. Está elencadas no artigo 482 da CLL a culpa por parte do empregado e no artigo 482 da CLT a culpa do empregador; A súmula 14 do Tribunal Superior do Trabalho, com redação do ano de 2003, determina o que segue: “reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (artigo 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais”. 154 Questões 1. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Os contratos de trabalho se classificam quanto ao consentimento em: a) comuns ou especiais. b) escritos ou verbais. c) expressos ou tácitos. d) técnico ou intelectual. e) determinado ou indeterminado. 2. (CESGRANRIO - 2010 - Petro- brás - Profissional Júnior - Direito) Sucessão trabalhista, também conhecida por alteração contratual subjetiva, traduz-se, em síntese, na substituição de empregadores, com imposição de créditos e débitos. A esse respeito, considere as afirmações a seguir I. A caracterização está contida no art. 10 da CLT, ao versar que qualquer alteração na estrutura http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-tecnico-judiciario-area-administrativa http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-tecnico-judiciario-area-administrativa http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cesgranrio-2010-petrobras-profissional-junior-direito http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cesgranrio-2010-petrobras-profissional-junior-direito 155 jurídica da empresa poderá afetar os direitos adqui- ridos por seus empregados. II. A caracterização está contida no art. 448 da CLT, ao versar que a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa poderá afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados. III. A utilização do termo empresa na lei ressalta a despersonalização do empregador, enfa- tizando a vinculação do contrato de trabalho à própria atividade empresarial, independente de quem venha a ser titular. IV. A precisão dos preceitos legais rela- tivos à sucessão não permite que a jurisprudência proceda ao processo de adequação do sentido das normas às constantes transformações ocorridas na realidade concreta. São corretas APENAS as afirmações: a) I. b) III. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. 156 3. (TRT 3ªRegião - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) / Magistratura) A respeito do grupo econô- mico, leia as afirmações abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta: I. A hipótese legal da Consolidação das Leis do Trabalho contempla apenas o grupo econômico com nexo relacional de direção hierárquica entre as empresas componentes. II. Para a caracterização do grupo econômico trabalhista, há necessidade de prova de sua formal institucionalização cartorial. III. A Lei do Trabalho Rural também regula a matéria e estabelece responsabilidade subsidiária da empresa tomadora de serviços IV. Nos termos da jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho, a prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza, em qualquer hipótese, a coexistência de mais de um contrato de trabalho. V. Nos termos da jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho, integra a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na venda de papéis ou valores mobi- liários de empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, se exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consentimento, tácito ou expresso, do banco empregador. 157 a) Somente uma afirmativa está correta. b) Somente duas afirmativas estão corretas. c) Somente três afirmativas estão corretas. d) Somente quatro afirmativas estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 4. (FCC - 2011 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário) Considere as seguintes assertivas a respeito do Grupo Econômico: I. O Grupo econômico, para fins trabalhistas, necessita de prova cabal de sua formal institucionali- zação cartorial, tal como holdings, consórcios, pools etc. II. As associações, entidades beneficentes e sindicatos podem ser considerados como grupo de empresas, se presentes os requisitos legais. III. Cada empresa do grupo é autônoma em relação às demais, mas o empregador real é o próprio grupo. IV. Nada impede que a admissão do empre- gado seja feita em nome de uma empresa do grupo e a baixa em nome de outra. Está correto o que consta APENAS em: a) I, III e IV. 158 b) I, II e III. c) II, III e IV. d) I e IV. e) III e IV.5. (TRT 2ªRegião (SP) - 2010 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Magistratura) Assinale a alternativa correta: a) Vigora no campo civilista a regra da retro- atividade da decretação da nulidade contratual, ou seja, o efeito ex tunc da decretação judicial da nulidade, enquanto que no ramo justrabalhista vigora como regra o critério da irretroatividade da nulidade decretada, ou seja, o efeito ex nunc da decretação judicial da nulidade. b) Nos contratos de subempreitada, respon- derá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados o direito de reclamação contra o emprei- teiro principal, na qualidade de responsável subsidiário, pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro, conforme previsão legal expressa. c) A existência de grupo econômico impõe a responsabilização da pessoa jurídica principal deno- 159 minada de empresa mãe, e, uma vez esgotado o seu patrimônio, incidirá a responsabilidade subsidiária das empresas controladas do grupo. d) Na sucessão de empresas, ainda que não ocorra solução de continuidade da prestação de serviços pelos empregados, deverão ser rescindidos os contratos de trabalho em curso, com a quitação das verbas rescisó- rias pela antiga empregadora, iniciando-se, a partir de então, novos pactos laborais. Nesta hipótese, o sucessor não responderá pelos haveres relativos ao período do contrato rescindido com a sucessão. e) A invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador, quando decorrerem do contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, salvo se resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contra- tado, quando então será de propriedade comum entre empregado e empregador, em partes iguais. 160 6. O poder disciplinar do empregador asso- ciado ao poder de organização é requisito para a caracterização de dispensa por justa causa? 7. Face ao poder disciplinar do empre- gador, a conduta em punir duas vezes o funcio- nário em relação à mesma conduta esta correta? 8. A instalação de câmeras, devidamente sinalizadas, desde que não instaladas em locais privativos, como sanitários, configura-se como um abuso do poder de controle? 9. (CESPE - 2008 - SERPRO - Analista – Advocacia) A respeito do direito do trabalho, julgue os itens seguintes. O período de paralisação do trabalho por greve, havendo pagamento de salário, é motivo de inter- rupção do contrato de trabalho. ( ) Certo ( )Errado 10. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário) Madalena é empregada da empresa V e pretende voluntariamente doar 161 sangue na sexta-feira. De acordo com a Consoli- dação das Leis do Trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada, Madalena poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário, por: a) dois dias, em cada doze meses de trabalho, ocorrendo a interrupção de seu contrato. b) um dia, em cada doze meses de trabalho, ocorrendo a suspensão de seu contrato. c) um dia, em cada dez meses de trabalho, ocorrendo a suspensão de seu contrato. d) um dia, em cada doze meses de trabalho, ocorrendo a interrupção de seu contrato. 11. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase) Assinale a opção correta acerca da hipótese de alteração do contrato mediante transferência do empregado, consoante o que dispõe a CLT. a) É vedada a transferência do empregado na hipótese de extinção do estabelecimento em que ele trabalhar. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-oab-exame-de-ordem-unificado-primeira-fase http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-oab-exame-de-ordem-unificado-primeira-fase 162 b) Na hipótese de necessidade do serviço, o empregador poderá transferir o empregado para loca- lidade diversa da que resultar do contrato, não sendo obrigado a pagar qualquer acréscimo salarial por isso. c) Via de regra, ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a anuência deste, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. d) As despesas resultantes da transferência, segundo regra geral, serão rateadas entre o empre- gado e o empregador. 12. (CESPE - 2008 - SERPRO - Analista - Advocacia) A respeito do direito do trabalho, julgue os itens seguintes. A morte do empregador constituído em empresa individual gera necessariamente a rescisão do contrato de trabalho com seus empregados. ( ) Certo ( )Errado http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-serpro-analista-advocacia http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-serpro-analista-advocacia 163 13. (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 1 - Primeira Fase) João da Silva ajuizou reclamação traba- lhista em face da empresa Alfa Empreendimentos Ltda., alegando ter sido dispensado sem justa causa. Postulou a condenação da reclamada no pagamento de aviso prévio, décimo terceiro salário, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento) sobre os depósitos do FGTS, bem como na obrigação de fornecimento das guias para levantamento dos depósitos do FGTS e obtenção do benefício do seguro-desem- prego. Na peça de defesa, a empresa afirma que o reclamante foi dispensado motivadamente, por desídia no desempenho de suas funções (artigo 482, alínea “e”, da CLT), e que, por essa razão, não efetuou o pagamento das verbas postuladas e não forneceu as guias para a movimentação dos depósitos do FGTS e percepção do seguro- -desemprego. Considerando que, após a instrução processual, o juiz se convenceu da configuração de culpa recíproca, assinale a alternativa correta. a) A culpa recíproca é modalidade de resilição unilateral do contrato de trabalho. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fgv-2011-oab-exame-de-ordem-unificado-1-primeira-fase http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fgv-2011-oab-exame-de-ordem-unificado-1-primeira-fase 164 b) O reclamante tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. c) O reclamante não poderá movimentar a conta vinculada do FGTS. d) O reclamante não tem direito ao paga- mento de indenização compensatória sobre os depósitos do FGTS. 14. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) Carmelita, empregada da empresa Doce Amor, desrespeitou norma geral de sua empregadora quando reutilizou o mesmo uniforme durante toda a semana. Neste caso, Carmelita: a) não está sujeita a dispensa por justa causa uma vez que não praticou qualquer ato configurador deste tipo de dispensa segundo a Consolidação das Leis do Trabalho. b) está sujeita a dispensa por justa causa em razão da prática de ato de insubordinação. c) está sujeita a dispensa por justa causa em razão da prática de ato de indisciplina. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-execucao-de-mandados http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-execucao-de-mandados 165 d) está sujeita a dispensa por justa causa em razão da prática de ato de desídia. e) está sujeita a dispensa por justa causa em razão da prática de ato de incontinência de conduta. Aula_3 Aula_4
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