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Prévia do material em texto

Certificação e Orientação 
Ambiental de Edificações
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Michele Cavalcanti Toledo
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Construções Sustentáveis
• Edificações Sustentáveis nos Dias de Hoje;
• Projeto e Desenho Ambiental;
• Projetos Integrados;
• Questões Econômicas de Edificações Sustentáveis.
• Apresentar ao aluno um pouco do estado da arte das construções sustentáveis nos 
dias de hoje, discutindo tendências e problemas da área.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Construções Sustentáveis
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Construções Sustentáveis
Edificações Sustentáveis nos Dias de Hoje
Como já deve ter ficado claro ao longo das últimas leituras, não existe um 
consenso sobre o que seria uma edificação sustentável, embora arquitetos, enge-
nheiros, pesquisadores ou sistemas de certificações utilizem essa expressão em 
contextos diferentes. Ainda assim, ao longo desta leitura buscaremos mostrar 
algumas tendências e paradigmas para a elaboração de projetos e operação de 
casas sustentáveis, que sejam de consenso na maior parte dos autores, ou que 
no mínimo indiquem uma busca por essa tão desejada sustentabilidade.
Considerando seus estudos prévios, quais características de projeto você acredita estar 
presente na maioria dos melhores trabalhos de edificações sustentáveis? Faça sua lista e 
depois compare com os tópicos apresentados ao longo do texto.
Ex
pl
or
Em seu livro, Glaucus Cianciardi (2014) dá destaque a alguns tipos básicos de 
construção sustentável que, apesar de não serem suficientes para garantir a sus-
tentabilidade de um projeto, nos mostram como edificações sustentáveis podem 
escolher estratégias diferentes de projeto e construção. Os tipos básicos seriam:
• Edificações com base em materiais naturais (não industrializados) e tec-
nologias e processos de baixo consumo energético. Estas são por vezes 
chamadas de casas ecológicas;
• Construções baseadas na reutilização de materiais;
• Construções com base em materiais industrializados, feitas de maneira adaptada 
às condições do ambiente em que estão inseridas.
Ainda segundo este autor, mais importante que a tipologia da casa seriam 
certas premissas de construção. Para ele os seguintes princípios são fundamen-
tais para a sustentabilidade de edificações:
Utilização de princípios bioclimáticos no terreno
Isto significa que os projetos devem buscar respeitar as condições de microcli-
ma da área na qual se intenciona colocar a edificação a seu favor. Para isso, devem 
se considerar questões como: ventilação natural, área e intensidade de insolação, 
áreas de sombreamento (ao final de construção), temperatura, umidade e uso ou 
reuso de água.
8
9
Figura 1 – O respeito às condições bioclimáticas do terreno passam pelo entendimento 
das ventilações, sua interação com a vegetação e o conforto térmico da habitação
Fonte: iStock/Getty Images
Respeito e preocupação com os aspectos geobiológicos da área
A fim de garantir a salubridade dos usuários, o projeto deve analisar os potenciais 
riscos de fontes poluidoras a seus ocupantes, ou mesmo que o terreno em questão 
esteja poluído em virtude de um uso anterior ao projeto (situação muito comum no 
contexto paulistano). Para tanto, é preciso remediar a situação, realizando projeto 
de descontaminação da área ou de isolamento da poluição. Por exemplo, o plantio 
de uma vegetação densa na direção da fonte de poluição pode agir como filtro, di-
minuindo a quantidade de poluentes atmosféricos, ruídos e até regulando a umidade 
na área da edificação.
Projetos individualizados para cada região
Infelizmente, ainda é comum no contexto brasileiro que empresas de arquitetura 
e engenharia “repitam” as mesmas soluções arquitetônicas em inúmeros lugares, 
às vezes muito diferentes entre si. Obviamente que isto faz com que que muitos 
pontos do projeto não se mostrem adequados ao contexto em que estão inseridos.
Um exemplo interessante pode se observar em alguns prédios comerciais en-
vidraçados. Uma solução relativamente comum nos Estados Unidos, um país em 
média bem mais frio. Ao se adotar esta solução por aqui, um país tropical, em 
vários edifícios observamos uma grande dificuldade de gestão, pois o uso do vidro 
sem o correto planejamento gera um efeito estufa, que torna a temperatura den-
tro do edifício superior à externa, exigindo o uso intensivo de ar condicionados e 
de energia para mantê-lo funcionando. 
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UNIDADE Construções Sustentáveis
Utilização das condições topográficas do terreno
Numa construção normal, geralmente a primeira ação de engenharia está no 
nivelamento do terreno, talvez um dos maiores impactos na construção para a 
região. Boa parte de solo rico é descartado, e a região vai aos poucos sendo 
planificada em formatos estranhos e desconexos. Ainda que importante e útil, 
hoje em dia não é mais necessário que este seja um procedimento básico para 
qualquer tipo de edificação. Um bom projetista pode respeitar as condições 
topográficas para construir uma edificação a partir desta situação.
Figura 2 – A utilização das condições topográficas a favor da edificação pode ser uma importante 
solução para diminuição dos impactos negativos. Na imagem vemos um trabalho que mimetiza 
as condições do ambiente em que está inserido, diminuindo o impacto visual da edificação, 
assim como contribuindo com a manutenção dos regimes de ventos da área
Fonte: iStock/Getty Images
Prevenção e mitigação de impactos 
nas condições naturais do terreno
Certamente que uma edificação gera um impacto negativo no terreno em que 
está inserido, mas nem por isso o projetista e gestor não deva se preocupar em ten-
tar diminuir o mesmo respeitando certas condições naturais que, individualmente, 
podem não parecer tão importantes, mas que quando vistas de maneira holística, 
são fundamentais na busca de cidades e comunidades sustentáveis.
Uma dessas condições é a permeabilidade do solo. É importante a edificação 
tentar manter a permeabilidade do terreno a mais alta possível, contribuindo com 
isso na manutenção do ciclo hidrológico, permitindo o reabastecimento do lençol 
freático e a contenção de enchentes.
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Busca por soluçõespassivas de controle térmico
As soluções passivas de controle térmico são aquelas que não se utilizam de 
fontes de energia para o controle da temperatura. O uso da ventilação natural para 
o controle da temperatura numa faixa agradável, ou o uso de materiais isolantes 
térmicos para a manutenção do conforto térmico numa edificação em situações de 
frio são interessantes exemplos da utilização de soluções passivas para o conforto 
ambiental das construções.
Figura 3 – Telhados verdes são soluções interessantes para o controle passivo da edifi cação, pois sua utilização 
aumenta o isolamento térmico do interior e ainda contribui com outros serviços ecossistêmicos
Fonte: iStock/Getty Images
Diretrizes bioclimáticas no projeto de iluminação da edificação
Assim como na questão térmica, é fundamental que as edificações busquem a 
utilização máxima da iluminação natural, sempre respeitando os usos projetados da 
construção, de maneira a diminuir a demanda por energia e mostrando-se mais 
conectada às condições naturais em que está inserida. Vale destacar que para tanto 
alguns cuidados são importantes; dependendo do clima da região, talvez seja preciso 
utilizar iluminação indireta, para que o ambiente interno não receba um excesso de 
iluminação ou calor ao longo do ano.
Utilização e aproveitamento dos serviços 
ecossistêmicos oferecidos pela vegetação
Como vimos anteriormente, a flora pode ser importante aliada na regulação 
térmica, controle da poluição atmosférica e acústica, mas um projeto que vise ser 
sustentável também deve se preocupar com os fatores ecológicos da região em que 
está inserido, de maneira a respeitar a flora autóctone da região, ou seja, a flora 
nativa daquele ecossistema.
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UNIDADE Construções Sustentáveis
Na mesma linha, projetos modernos vêm se preocupando em resgatar os di-
versos usos da vegetação, criando espaços que estimulem as pessoas a usufruir 
da vegetação, seja coletando frutos ou repousando num horário de descanso. 
Na arquitetura contemporânea não se deve mais considerar a vegetação apenas 
como um elemento estético da edificação.
Figura 4 – Lugar de planta não é só no jardim. Cada vez mais o uso da vegetação 
vem sendo integrado aos projetos de edificações altas e de interiores
Fonte: iStock/Getty Images
Utilização de materiais seguros à 
saúde humana e ao meio ambiente
Deve-se dedicar um grande esforço para evitar a utilização de materiais que 
possuam substâncias químicas contaminantes e tóxicas (compostos orgânicos 
voláteis, formaldeídos, chumbo, arsênio, entre outros) ou que permitam o sur-
gimento de ambientes propícios ao desenvolvimento de agentes biológicos 
(bactérias, fungos, ácaros, mosquitos e etc). Esta é uma preocupação não só 
aos futuros usuários da edificação, mas a todos os envolvidos na construção, 
operação e mesmo desativação futura da edificação.
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Escolha de materiais ambientalmente menos impactantes
Considerando os impactos da extração e produção de materiais mensurados 
por ferramentas de gestão ambiental como a avaliação de ciclo de vida, o projeto 
deve escolher aqueles mais adequados a seu contexto, diminuindo com isso seu 
impacto negativo total. Para tanto é importante valorizar fornecedores locais, 
certificados e atentos às questões da sustentabilidade.
Outra preocupação importante na escolha dos materiais está no impacto de 
sua vida útil. Ele será descartado? Como? Pode ser reutilizado? Pode ser reci-
clado? Estas são algumas questões importantes a se ter em mente na análise e 
escolha dos materiais.
Uso de tecnologias eficientes
A tecnologia deve ser vista como aliada e, considerando que com o tempo os equipa-
mentos vêm se tornando cada vez mais eficientes no consumo de energia e materiais, 
deve-se priorizar aqueles que ao longo de sua vida útil irão demandar menos recursos.
Um exemplo recorrente nesta ceara é a utilização de lâmpadas do tipo LED. 
Apesar de mais caras, sua demanda por energia é menor, o que faz com que a 
economia gerada no seu uso compense financeiramente o investimento (pay 
back financeiro, ou tempo de retorno).
Destes pontos destacados por Cianciardi (2014), podemos aferir a complexi-
dade e a importância da educação na vida do profissional desta área. Em virtude 
de sua grande complexidade, e mesmo por ser um tema emergente, ainda em 
construção, o profissional da área deve dedicar bastante energia nos estudos da 
temática ambiental, assim como dos aspectos de projeto e operação de construção 
sustentável. Apenas assim, e com muita experiência e dedicação, será possível 
atingir o nível de expertise exigido pelo setor.
É possível observarmos ainda que os tópicos apresentados buscam manter um 
paradigma ecológico no cerne do projeto da edificação, a melhoria da qualidade de 
vida dos usuários e redução dos impactos ambientais, o estímulo ao respeito das con-
dicionantes locais e uso de materiais com responsabilidade socioambiental.
Sob uma perspectiva mais prática e no contexto das edificações certificadas 
nos dois níveis mais altos do sistema LEED (Gold e Platinum), Yudelson (2013) 
compilou as características mais recorrentes em projetos neste âmbito:
• Remediação e recuperação do terreno;
• Uso de águas pluviais;
13
UNIDADE Construções Sustentáveis
• Uso de cobertura verde para controle de ilhas de calor;
• Foco no controle natural da iluminação;
• Uso de energia renovável e projeto de aproveitamento de energia;
• Uso de equipamentos de medição e verificação de consumo (como sistemas 
smart grids);
• Uso de materiais de fonte reciclada;
• Uso de materiais com selos da qualidade ambiental de produção;
• Uso de madeira certificada;
• Monitoramento de emissão de carbono;
• Uso de ventilação natural eficiente.
Figura 5 - Exemplo de um escritório moderno que utiliza 
da iluminação natural em seus interiores
Fonte: iStock/Getty Images
O fenômeno da ilha de calor é a observação de uma diferença de tempe-
ratura na cidade e nas áreas verdes periurbanas. Ou seja, trata-se de uma 
situação na qual os materiais utilizados pelos seres humanos nas cidades, 
como concreto e asfalto, fazem com que a região fique mais quente que 
o entorno (SPIRIN, 1984). No município de São Paulo já foram obser-
vados fenômenos de ilhas de calor com mais de 8°C de diferença entre 
a região central e o cinturão verde no entorno do município. (BARROS; 
LOMBARDO, 2016)
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A tecnologia dos Smarts Grids vem rapidamente ganhando espaço em projetos de edi-
ficações sustentáveis. Resumidamente, trata-se de um sistema de energia elétrica utili-
zado em conjunto com sistemas de medição e controle de energia. Veja mais sobre isso 
no site: https://goo.gl/K3CxvP.
Ex
pl
or
Considerando o melhor dos cenários, onde todos estes pontos foram respeitados no 
projeto e construção da edificação, ainda assim não podemos afirmar que teremos uma 
edificação sustentável. Estaremos dependentes de um fator fundamental ainda: o com-
portamento dos usuários.
Nada disso será sufi ciente se não conseguirmos mudar alguns hábitos negativos no con-
texto socioambiental.
Ex
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or
Projeto e Desenho Ambiental
A abordagem do Desenho Ambiental surgiu na arquitetura moderna do pós-
-guerra com o intuito de contrapor-se aos paradigmas ultrapassados do paisagismo 
tradicional, com foco em questões estéticas. Sendo assim, a ideia do Desenho 
Ambiental, do inglês Environmental Design, busca superar estas questões esté-
tico-culturais superficiais e resgatar uma abordagem funcional. Busca desenvolver 
novas relações entre a relação ambiente e ambiente construído, assim como social 
e biológica (FRANCO, 2008).
Ainda segundo Maria de Assunção Ribeiro Franco (2008), o Desenho Ambien-
tal tenta superar aspectos do paisagismo clássico, tratando projetos como proces-
sos, nos quais a ação antrópica irá interagir com aspectos socioculturais e bioló-
gicos. A abordagem busca então conduzir e otimizar essa relação de maneira a 
diminuir o uso de recursos energéticos e a aumentar a participação comunitária.
Importante!Segundo a autora (FRANCO, 2008, p. 11), Desenho Ambiental “é uma expressão 
metafórica, mesmo porque o ambiente não se desenha. A semântica da palavra am-
biente carrega o sentido de complexidade infi nita, logo, Desenho Ambiental refere-
se a desenho para o ambiente, no que se pressupõe que o projeto seja o elemento 
formular e indutor de um processo”.
Trocando ideias...
15
UNIDADE Construções Sustentáveis
Desta maneira, o leitor pode perceber que, embora tenha uma origem e uma 
terminologia diferentes das abordagens que vínhamos estudando até aqui, a De-
senho Ambiental nos oferece uma perspectiva bem alinhada aos princípios e 
paradigmas de construção sustentável que vêm sendo trabalhados. Assim, profis-
sionais dessas áreas facilmente poderão chegar em consenso e aprender com as 
diferentes abordagens de cada área.
Projeto e Desenho ambientais podem ser entendidos como aqueles que buscam 
atingir a sustentabilidade em suas mais diversas formas, respeitando as condicio-
nantes ambientais, sociais e econômicas da área em questão.
Projetos Integrados
A Ideia de projetos integrados para a construção sustentável refere-se à inserção 
dos aspectos e complexidades socioambientais desde a concepção do projeto da edi-
ficação. Isto deve ocorrer por meio de equipes interdisciplinares, comprometidas com 
a sustentabilidade do projeto em seus três vieses principais, o ambiental, em relação à 
interação das edificações com os ciclos biogeoquímicos do entorno, o social, quanto 
a como o projeto poderá impactar as relações socioculturais da comunidade em que 
está inserido, assim como dos trabalhadores e demais stakeholders, e ainda o aspecto 
econômico, de forma que a equipe esteja comprometida em buscar soluções consi-
derando os demais aspectos sem ultrapassar as metas financeiras pré-estabelecidas 
(YUDELSON, 2013).
Para tanto, é necessário buscar equipes dispostas a (YUDELSON, 2013):
• Comprometer-se com a integração das questões socioambientais em todos os 
elementos do projeto;
• Traçar objetivos audaciosos, como a obtenção de um certificado de edifi-
cação sustentável;
• Comprometer toda a equipe a buscar soluções que não aumentem o custo 
do projeto;
• Trabalhar a partir de uma base de diagnóstico ambiental da região sólida;
• Oferecer feedback a todos os envolvidos;
• Obter o consenso na estratégia de projeto.
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Apesar da interdisciplinaridade vir ganhando força em diversas profi ssões nos últimos 
anos, essa ainda é uma abordagem nova e pode se mostrar muito desafi adora de ser 
posta em prática em algumas equipes. Infelizmente alguns profi ssionais ainda são extre-
mamente limitados dentro de pequenas esferas de atuação, possuindo muita difi culdade 
de dialogar, ou até mesmo respeitar, outras áreas. Os profi ssionais da área de sustentabi-
lidade devem estar sempre preparados para dialogar com as mais diferentes profi ssões, 
de maneira a reconhecer as limitações e potencialidades de cada uma delas.
Ex
pl
or
Questões Econômicas de 
Edificações Sustentáveis
Considerando a complexidade deste tipo de projeto, especialmente quando 
falamos sobre edificações, é natural que o mesmo demande grandes verbas, espe-
cialmente se busca ser certificado por algum sistema como LEED. Nesse marco, 
Jerry Yudelson (2013) analisou um pouco sobre o contexto em que algumas das 
principais obras certificadas foram construídas:
• Quem constrói edificações que buscam ser sustentáveis por meio da certi-
ficação LEED: organizações sem fins lucrativos (ONGs); organizações com 
fins lucrativos (empresas); governos (municipal, estadual e federal) e indiví-
duos, nesta ordem de demandas.
• Projetos que obtém a certificação alcançam uma economia média de 25 a 
50% no consumo de energia e água em relação a equivalentes sem o foco na 
sustentabilidade (o que significa uma grande economia em gastos financeiros 
ao longo da operação do edifício).
• Embora seja difícil pesquisar o preço de alguns projetos de edificações sus-
tentáveis (este é o tipo de informação que muitas vezes o empreendedor se 
recusa a compartilhar com o pesquisador), o autor aponta que empreende-
dores consideram que empreendimentos com foco na obtenção de um certi-
ficado de sustentabilidade têm seu custo acrescido de cerca de 10% do valor.
17
UNIDADE Construções Sustentáveis
Já Dominique Gauzin-Müller (2011), em sua obra, defende que não há neces-
sidade de que projetos de edificações sustentáveis sejam mais custosas do que 
outros tipos de empreendimento. Ela argumenta que esta é uma realidade de 
grandes projetos que buscam certificações, normalmente considerando projetos 
high-techs, por utilizarem novas soluções tecnológicas baseadas em processos 
industriais inovadores que diminuam o impacto ambiental do projeto. Entretanto, 
os trabalhos low-tech, ou seja, de baixa tecnologia, que respeitam o meio em 
que estão inseridos se utilizando de materiais locais e ecológicos, muitas vezes 
resgatando antigas práticas culturais da região, também podem ser considerados 
como edificações sustentáveis, e certamente possuem custos financeiros menores 
do que edificações tradicionais.
Figura 6 – Estas belas casas feitas em bambu em Bali 
são um bom exemplo de soluções low-tech
Fonte: iStock/Getty Images
Brian Edwards, na conclusão de seu livro “Guia Básico para a Sustentabilida-
de” (EDWARDS, 2005), traz ainda um importante ponto econômico. Muito se 
fala sobre as questões de projetos de edificações sustentáveis, mas a realidade é 
que hoje já possuímos incontáveis edificações não sustentáveis, carentes de in-
tervenções. O chamado eco-retrofit busca reformular casas já existentes, dentro 
dos princípios que vimos nos tópicos anteriores, para melhorar sua sustentabili-
dade, ganhando em eficiência e economia e exigindo um capital de investimento 
que é, normalmente, muito menor do que o de um novo projeto.
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Por fim, quando discutimos sobre a sustentabilidade das edificações, estamos, 
no fundo discutindo sobre nosso modo de vida nas cidades, o espaço onde inte-
ragimos e vivemos. Sobre este tema, Claude Lévi-Strauss (1955, p. 117) teceu as 
seguintes palavras que traduzem muito do que foi visto ao longo desta unidade:
Não é, portanto, apenas de maneira metafórica que é possível compa-
rar -- como se fez muitas vezes -- uma cidade a uma sinfonia ou a um 
poema; são objetos de natureza idêntica. A cidade, talvez mais precio-
sa ainda, situa-se na confluência da natureza e do artifício. Congrega-
ção de animais que encerram a sua história biológica nos seus limites, 
modelando-a ao mesmo tempo com todas as suas intenções de seres 
pensantes, a cidade provém simultaneamente da procriação biológica, 
da evolução orgânica e da criação estética. É ao mesmo tempo, objeto 
de natureza e sujeito de cultura; indivíduo e grupo; vivida e sonhada; a 
coisa humana por excelência.
19
UNIDADE Construções Sustentáveis
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Ministério do Meio Ambiente
Para saber mais. Página do governo explicando e incentivando as edificações sustentáveis.
https://goo.gl/RU4XAj
Exame Abril
Ranking feito pela revista Exame com alguns exemplos de edificações sustentáveis 
no Brasil.
https://goo.gl/5cQb8P
Tem sustentavel
Reportagem sobre 10 edificações sustentáveis icônicas no mundo.
https://goo.gl/WKWVJ8
 Vídeos
Arquitetura sustentável: um caminho para um planeta melhor
Reportagem sobre o uso da madeira em edificações sustentáveis.
https://youtu.be/hMOF2CwiDoc
Casa Jabuticaba é destaque em arquitetura sustentável
Estudo de caso: Árvore como elemento básico de projeto.
https://youtu.be/b5Ggm-1Q0gg
Guia orienta a construção de edifícios sustentáveis
Guia para prédios públicos sustentáveis.
https://youtu.be/VgbhZgVTvf4
Cidade 100% sustentável na Alemanha
Reportagem sobre cidades, modo de vida e edificações sustentáveis.
https://youtu.be/YDwR7PUJNvc
20
21
Referências
BARROS, H. R.; LOMBARDO, M. A. A ilha de calor urbana e o uso e cobertura 
dosolo no município de São Paulo-SP. GEOUSP: Espaço e Tempo (Online), 
v. 20, n. 1, p. 160–177, 2016. 
CIANCIARDI, G. A Casa Ecológica. 1. ed. Vinhedo: Editora Horizonte, 2014. 
EDWARDS, B. O guia básico para a sustentabilidade. 2. ed. Barcelona: GG, 2005. 
FRANCO, M. DE A. R. Desenho Ambiental: uma introdução à arquitetura da 
paisagem com o paradigma ecológico. 2. ed. São Paulo: Annablume, 2008. 
GAUZIN-MÜLLER, D. Arquitetura Ecológica. 1. ed. São Paulo: Editora Senac, 2011. 
LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. 1988, p. 81–83, 1955. 
SPIRIN, A. W. The Granite Garden. New York: Basic Books, 1984. 
YUDELSON, J. Projeto Integrado e Construções Sustentáveis. 1. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2013. 
21

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