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1 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 08/02/2022 – Aula 2 – parte 2 Parênquima pulmonar: divisão em lobos O pulmão direito é composto por três lobos: superior, médio e inferior. Eles são separados por duas fissuras: horizontal (pequena) e oblíqua (grande). A fissura horizontal divide o lobo superior dos lobos médio e inferior. A fissura oblíqua divide o lobo inferior dos demais lobos. Na radiografia a gente não consegue visualizar as fissuras. Figura 1: Lembrando da anatomia... o lobo superior está mais anteriorizado, enquanto os lobos médio e inferior são mais posteriores. A linha amarela indica aproximadamente o posicionamento normal da fissura horizontal. As fissuras são como dobraduras da pleura, separando os lobos. Quando a fissura se torna evidente em uma imagem de radiografia indica anormalidade, podendo ter líquido acumulado ali. Radiografia em PA combinada com a em perfil vai ajudar a determinar o lado do perfil. Figura 2: As linhas amarelas são linhas imaginárias que indicam as fissuras pulmonares. Horizontalmente tem-se a fissura horizontal. Obliquamente, a fissura oblíqua. Tomando como parâmetro o coração, pode-se observar na radiografia em Perfil que: - A área cardíaca predomina na mesma região do lobo médio. - O lobo inferior é mais posterior à área cardíaca - O lobo supeior é mais superior à área cardíaca. Observações Figura 3: Destaque do lobo superior direito. Radiografia torácica básica 2 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Figura 4: Destaque do lobo médio direito. Projeção do lobo médio direito, ele está aproximadamente no mesmo nível da área cardíaca na radiografia em PA. E, em perfil a projeção dele sobrepõe a área cardíaca. A pneumonia em lobo médio acaba comprometendo a visualização da área cardíaca na projeção em Perfil. Figura 5: O lobo inferior é extenso. Lembrar que na anatomia dos lobos pulmonares há sobreposição dos lobos. O pulmão esquerdo é composto por dois lobos: superior e inferior (a língula é parte do lobo superior esquerdo). Estes são separados pela fissura oblíqua (grande). Alguns anatomias consideram a língula como um lobo. Figura 6: Posição da fissura oblíqua esquerda (linha imaginária) na radiografia de tórax em perfil. Observações Figura 7: Extensão do lobo superior esquerdo destacada. Figura 8: Extensão do lobo inferior esquerdo destacada Observações Imagens com densidades iguais, lado a lado, perdem os seus contornos. Por exemplo, a pneumonia do lobo médio tem densidade de partes moles (pus/secreção dentro do pulmão, no lugar do ar) e borra os contornos cardíacos direitos, pois o coração também tem densidade de partes moles. Na pneumonia pela presença de secreção ao inves da área pulmonar estar hipertransparente (preta) ela vai ficar hipotransparente (branca). Imagens com densidades iguais, em níveis diferentes (ex: anterior e posterior), têm os contornos mantidos. Por exemplo, a pneumonia do lobo inferior direito tem densidade de partes moles, mas não borra os contornos cardíacos direitos, pois o coração, apesar de também ter densidade de partes moles, é anterior, e o lobo inferior direito é posterior. 3 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Figura 9: Pneumonia do lobo médio, borrando os contornos cardíacos direitos, pois o lobo médio e o coração são anteriores e têm a mesma densidade, de partes moles. Figura 10: Pneumonia do lobo inferior direito, que não borra os contornos cardíacos. Apesar da densidade ser a mesma, o lobo inferior direito é posterior e o coração, anterior. Figura 11: Pneumonia da língula, borrando os contornos cardíacos esquerdos, pois a língula e o coração são anteriores e têm densidade igual. Figura 12: Massa no lobo inferior esquerdo, que não borra os contornos cardíacos, pois este lobo e o coração estão em planos distintos. Hilos pulmonares Nos hilos pulmonares encontram-se brônquios, artérias, veias e linfáticos. O que visualizamos na radiografia é uma somatória destas estruturas. Figura 13: As setas apontam para as artérias pulmonares interlobares descendentes. Figura 14: Anatomia das artérias pulmonares no perfil. Artéria pulmonar esquerda (APE). Artéria pulmonar direita (APD). Cúpulas diafragmáticas e seios costofrênicos De um modo geral, a cúpula diafragmática esquerda é mais baixa que a direita, devido à posição esquerda do coração no tórax. 4 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Figura 15: Cúpulas diafragmáticas. A direita é mais alta que a esquerda por causa do fígado. Figura 16: Os seios costofrênicos (laterais, anteriores e posteriores) são ângulos formados pelo encontro das cúpulas diafragmáticas com a parede torácica. Na imagem as setas indicam os seios costofrênicos na radiografia de tórax em PA. Mediastino Figura 17: Relembrando... Slide do Prof. Filipe Monteiro (2019) O mediastino é o espaço entre os pulmões, que pode ser dividido em, radiografia em PA: - superior: localizado acima do nível da vértebra T5 (mais ou menos no nível da carina); - inferior: situado abaixo do nível de T5. Figura 18: Divisão do mediastino em compartimentos superior e inferior, radiografia em PA. A primeira costela está relacionada com a T1 e, a partir da T1 pode-se chegar a T5. A região do mediastino superior é, prodominantemente, ocupada pela traqueia e crossa da aorta. A região do mediastino inferior é ocupada pela aorta descendente e o coração. Outra divisão do mediastino, em radiografia em perfil, até mais comumente empregada, é a seguinte: - anterior: borda posterior do esterno até a borda posterior do coração; - médio: borda posterior do coração até a borda anterior da coluna vertebral; - posterior: a partir da borda anterior da coluna vertebral. Figura 19: Divisão do mediastino em compartimentos anterior, médio e posterior. Radiografia em Perfil. O espaço retroesternal (M. anterior). Geralmente é hipertransparente, ocupado apenas por parênquima 5 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 pulmonar. A obliteração com opacificação do mesmo é comumente vista em massas mediastinais anteriores, como timoma, teratoma, tireóide ou (terrível) linfoma = 4T. Figura 20: Silhueta da VCS. Figura 21: A linha da aorta descendente deve estar à esquerda da coluna vertebral. A porção ascendente da aorta é de difícil visualização, a não ser que haja uma ectasia ou um aneurisma da aorta. Figura 23: Anatomia da silhueta cardíaca que pode ser observada em uma radiografia em PA. Figura 24: Silhueta da traqueia demarcada em pontos rosa. Figura 22: A linha cardíaca do lado direito do contorno cardíaco normal é dada pelo átrio direito. À esquerda o contorno decorre do tronco arterial pulmonar + átrio esquerdo + ventrículo esquerdo. 6 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Alterações Figura 25: Nódulo pulmonar (< 3cm). Pneumotórax é ar dentro do espaço pleural. Assim, será observada uma hipertransparência. Figura 26: Pleura visceral X Pleura parietal Figura 27: Pneumotórax hipertensivo, com hipertransparência avascular. Figura 28: Hipertransparência avascular do lado esquerdo indicativo de pneumotórax. Figura 29: TC em corte transversal com pneumotórax. 7 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Figura 30: TC evidenciando pneumotórax e uma pneumonia/derrame pleural. Permite observar duas coisas ao mesmo tempo. Figura 31: Derrame pleural do lado esquerdo do pulmão evidenciado pela seta. Sinal do menisco. Pode-se pedir uma radiografia em Laurell esquerda. Figura 33: Derrame pleural bilateralvisto em TC. Figura 34: Radiografia em PA e em Laurel direito, indicando um pequeno derrame pleural (1 cm, Laurell) Figura 35: Derrame pleural intrafissural simulando massa pulmonar. O diagnóstico foi fechado ao fazer um USG que identificou líquido. Figura 36: Abscesso pulmonar com nível hidroaéreo em lobo inferior esquerdo. Figura 32: Hipotransparência em base pulmonar esquerda. Pode ser um derrame pleural ou uma grande atelectasia. Pedir Laurell esquerdo. 8 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Abscesso faz necrose no parênquima pulmonar, podendo gerar uma cavidade onde ele necrosou. Figura 37: Abscesso observado em imagem de TC. Bronquiectasia – brônquios dilatados de vários tamanhos. Melhor visualizada na TC. Figura 38: Imagem de TC indicando bronquiectasia. Para prova... importante descrever a imagem! Localização e características. Exemplo 1 Figura 39: Hipotransparência heterogênea em terço médio do pulmão direito. Hipótese diagnóstica é de pneumonia. Exemplo 2 Figura 40: Hipotransparência homogênea em terço superior de pulmão direito. Hipótese diagnóstica pneumonia. Só se pode localizar o lobo pulmonar se forem apresentadas duas ou mais incidências radiográficas. Enquanto apenas uma incidência for apresentada deve-se generalizar em terço superior, médio ou inferior. É importante descrever a imagem para que junto com a anamnese e com o exame físico se chegue ao diagnóstico.
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