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Contabilidade de agronegócios

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CONTABILIDADE DE 
AGRONEGÓCIOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Diones Fernandes Zanin 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Vamos aprender mais sobre o funcionamento e aplicação da 
contabilidade ao agronegócio, lembrando sempre que que o Brasil possui 
participação significativa nesse ramo econômico. Nesta aula, serão abordados 
alguns aspectos conceituais relativos à contabilidade rural, para melhor situá-los 
nesse ramo contábil. Na sequência, trataremos sobre algumas questões 
relacionadas à maneira de se determinar o exercício social na atividade rural. 
Com base em conhecimentos prévios abordados, chega o momento de tratar a 
ligação entre a contabilidade rural e o CPC 29, que trata dos ativos biológicos, 
parte integrante desse ramo contábil. Encerraremos esta aula tratando da 
aplicação da contabilidade rural com foco na atividade agrícola, a qual se divide 
em culturas temporárias e culturas permanentes. Então, vamos entrar nesse 
mundo da contabilidade aplicada ao agronegócio! 
CONTEXTUALIZANDO 
A contabilidade possui aplicabilidade nas mais diversas atividades 
econômicas, cabendo aos profissionais buscarem o conhecimento necessário 
para essas áreas diferenciadas. Essa diversidade de aplicação da contabilidade 
chega até o agronegócio, atividade que possui algumas particularidades, no 
entanto segue a mesma lógica contábil dos demais ramos contábeis. 
Considerando o cenário brasileiro, que apresenta significativa participação do 
agronegócio nas demais atividades, seja fornecendo matérias-primas, gerando 
empregos, seja gerando de renda, devendo aplicar a contabilidade para que seja 
possível melhorar a forma de gerir os negócios. 
TEMA 1 – ASPECTOS CONCEITUAIS DA CONTABILIDADE RURAL – 
AGRÍCOLA, ZOOTÉCNICA E AGROINDUSTRIAL 
A contabilidade como ciência surgiu com a responsabilidade de gerir o 
patrimônio das entidades, nas quais existem os mais variados ramos de atuação 
econômica, cabendo a ela se moldar, visando atender às necessidades que 
surjam, sempre seguindo os preceitos básicos que originaram essa ciência. 
Surge então a necessidade de aplicar a contabilidade ao meio rural, pois 
verifica-se que as atividades econômicas desenvolvidas nesse ambiente 
 
 
3 
também necessitam da devida contabilização, apuração de resultados, bem 
como uma gestão do patrimônio. 
Cada propriedade rural é considerada uma entidade contábil, cabendo a 
aplicação dos devidos preceitos contábeis, buscando uma gestão com maior 
subsidio informacional. Marion (2014) trata a entidade rural ou propriedade rural, 
como uma empresa rural, pois relata que são realizadas atividades de cunho 
econômico com o objetivo de obtenção de renda, seja uma empresa rural 
familiar, seja patronal. 
Seguindo o conceito de Marion (2014), podemos perceber que, de certa 
maneira, uma propriedade rural pode se equiparar a uma empresa, uma vez que 
existe a produção de algo e que se objetiva realizar a venda e a obtenção de 
lucro, semelhante a uma entidade comercial ou industrial. 
São necessários três fatores de produção para que seja possível atuar na 
atividade rural: terra, capital e trabalho (Marion, 2014). Sem esses recursos, a 
atividade rural não terá condições de ser desenvolvida, visto a criticidade de se 
explorar a terra. 
Dentre os fatores de produção citados, o mais significativo é a terra, uma 
vez que sem ela não é possível existir produção. Para produzir, são aplicados o 
trabalho e o capital, visando ao alcance de renda significativo. Tanto o tamanho, 
quanto a qualidade da terra terão influência na produção, cabendo ao produtor 
atuar para salvaguardar a capacidade produtiva desse ativo. 
O segundo fator de produção é o capital, representado por todos os 
equipamentos, benfeitorias, animais e insumos, que são aplicados na terra 
visando facilitar a produção. Em alguns casos, o capital terá importância 
semelhante à da terra, pois, conforme for a condição da terra, apenas o capital 
irá fazer com que se torne produtiva. 
Por meio do trabalho, que ocorre para atuar com sinergia, reunindo a terra 
e o capital, será aplicado o capital na exploração da terra, sendo o trabalho uma 
espécie de “cereja do bolo” para que seja possível o bom andamento da 
produção rural. 
A empresa rural, ao utilizar seus fatores de produção, irá buscar o máximo 
de desempenho de sua propriedade. Dentre as formas de realizar sua atividade, 
Marion (2014) expõe três maneiras diferentes de atuar no meio rural: 
a. Atividade agrícola; 
b. Atividade zootécnica; 
 
 
4 
c. Atividade agroindustrial. 
Vale ressaltar que não necessariamente o produtor rural atuará em 
apenas uma das atividades, podendo mesclá-las em busca de rendimentos 
melhores. A contabilidade rural se aplicará em todas as atividades, fornecendo 
informações de custos, apuração de resultados bem como dando condições 
mais favoráveis à gestão. 
A atividade agrícola é considerada a exploração da terra para o cultivo de 
plantas, sejam elas hortaliças, forrageiras, cereais, árvores frutíferas, como 
também árvores destinadas à produção de madeira. A contabilidade de sub-
ramo rural irá atuar desde o cultivo a momentos de colheita e posterior venda. 
Compreende-se a atividade zootécnica como a exploração da atividade 
rural por meio da criação de animais, por exemplo, bovinos, suínos, aves, 
abelhas, caprino, dentre outros. A atuação contábil se dará tanto para os animais 
destinados a corte quanto para aqueles destinados à produção, podendo então 
atuar de forma análoga, uma vez que animais destinados ao corte podem ser 
considerados como produtos em transformação de uma indústria. Como animais 
de produção, podem ser considerados como se fossem máquinas, pois são 
alimentados e cuidados para gerarem algum produto de forma contínua. 
Caracteriza-se a atividade agroindustrial aquela que, conforme Marion 
(2014), é capaz de combinar a seguintes características: 
 Não alterar a composição e as características do produto in natura; 
 Ser feita pelo próprio produtor rural, com equipamentos e utensílios 
usualmente empregados nas atividades rurais; 
 Utilizar exclusivamente matéria-prima produzida na unidade rural 
explorada. 
Dessa maneira, se o beneficiamento dos produtos não cumprir os 
requisitos apresentados, não se enquadrará como agroindustrial, e sim como 
industrial. No entanto a maneira de praticar a contabilidade se assemelha na 
indústria e na agroindústria. 
Percebemos como a contabilidade, especificamente a rural, possui um 
campo de atuação bem fértil para estudos e aplicação dos preceitos contábeis, 
com os quais estamos ficando cada vez mais hábeis no decorrer da graduação. 
 
 
 
5 
TEMA 2 – FORMA JURÍDICA DA ATIVIDADE RURAL – ANO AGRÍCOLA 
VERSUS EXERCÍCIO SOCIAL 
No meio rural, existem várias particularidades. Neste momento, 
trataremos um pouco sobre a forma jurídica de desenvolver a atividade, como 
também sobre o conflito entre o ano agrícola e o exercício social. 
2.1 Forma de explorar atividade rural 
Oliveira (2010) lembra que, no meio rural, existem duas formas de 
explorar a atividade (como pessoa física ou como pessoa jurídica), mas existe a 
predominância no Brasil da atuação como pessoa física. 
Pode-se dizer que uma das causas para haver o predomínio de 
explorações por pessoas físicas seja o fato de ser menos oneroso desempenhar 
a atividade rural dessa maneira. Tanto os aspectos produtivos quanto de gestão 
ficam a cargo da família dona da propriedade, sendo talvez esse outro motivador 
da atuação como pessoa física, uma vez que os controles não são tão apurados, 
diferentemente se fosse uma gestão profissional.Por exemplo, para o produtor rural pessoa física que obtiver rendimentos 
de até R$ 56.000,00, é dispensada a elaboração de livro-caixa, ao passo que 
aqueles que ultrapassarem esse valor necessitam manter livro-caixa com seus 
respectivos documentos comprobatórios. O produtor rural pessoa jurídica deverá 
realizar toda a escrituração contábil, seguindo os mesmos moldes de uma 
empresa do ramo comercial ou industrial. 
Além da diferença quanto à documentação, também haverá diferença na 
gestão e controle da entidade, sendo uma gestão não familiar, e sim profissional, 
pois isso se faz necessário quando se atua de maneira empresarial. 
2.2 Ano agrícola versus exercício social 
No ramo contábil, é muito comum se falar em ano fiscal, que é o período 
de 1 de janeiro até 31 de dezembro. Na maioria das empresas, o período fiscal 
também é considerado o exercício social. Isso facilita bastante todos os 
processos, pois essas atividades não sofrem a interferência de estações 
climáticas, como ocorre no meio rural de forma mais significativa. 
 
 
6 
Para o meio rural, o exercício social deverá ser baseado no ano agrícola. 
Mas, afinal, o que é o ano agrícola? É o período de 12 meses que inicia o cultivo 
até a colheita da principal cultura em termos de rendimentos da propriedade, ou 
no caso de a pecuária ser a principal atividade, conforme seu ciclo produtivo para 
determinar o ano agrícola. 
Caso a propriedade tenha como sua principal fonte de renda a cultura da 
soja, que possui plantio em setembro, e colheita prevista entre janeiro e maio, a 
entidade deverá trabalhar com esse período como ano agrícola no caso do 
exercício social. Caso fosse o milho a cultura principal, o plantio seria em agosto, 
com colheita prevista entre dezembro e junho, determinando assim o ano 
agrícola. Essas variações decorrem dos momentos adequados para plantio, 
conforme o clima, bem como período de maturação das culturas para a colheita. 
Em propriedades com predominância de atividades pecuárias, pode 
acontecer de o ano agrícola e o fiscal coincidirem, pois a pecuária costuma ter 
um ciclo operacional de receitas mensais, seja pela venda de animais, seja pela 
venda da produção desses animais. 
Considera-se sempre a atividade com maior rendimento para determinar 
qual será o ano agrícola da propriedade. Mesmo em casos de existirem várias 
culturas na mesma propriedade, sempre deverá haver o discernimento 
necessário para verificar qual será a de maior rendimento. 
TEMA 3 – CONTABILIDADE RURAL E O PRONUNCIAMENTO CPC 29 – 
ATIVOS BIOLÓGICOS 
Com o passar do tempo, a contabilidade rural, que não tinha tanta 
atenção, passou a ter maior representatividade, principalmente pelo fato de 
alguns normativos contábeis tratarem de situações mais comuns para as 
entidades que desenvolvem atividades rurais. 
O Pronunciamento CPC 29 – Ativos Biológicos surge para reger situações 
que envolvem esse tipo de ativos, que são comuns nas atividades rurais, o que 
explica a influência desse Pronunciamento no meio rural. Isso se justifica 
também ao verificar o seu objetivo: 
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil, 
e as respectivas divulgações, relacionados aos ativos biológicos e aos 
produtos agrícolas (CPC, 2009, p. 2). 
 
 
 
7 
No tocante aos produtos agrícolas, fica estabelecida de forma fácil a 
ligação da atividade rural com esse pronunciamento, sendo abordado todo o 
tratamento contábil e a maneira de divulgação. 
No entanto, ao falar em ativos biológicos, faz-se necessário recorrer ao 
conceito estabelecido pelo próprio CPC 29 (CPC, 2009, p. 4): “Ativo biológico é 
um animal e/ou uma planta, vivos.” 
Percebe-se que tanto os animais quanto as plantas são objeto de 
patrimônio da entidade que atua na atividade rural, que posteriormente poderão 
dar origem a produtos agrícolas, todos abrangidos por esse pronunciamento. 
Vale ressaltar que também está ao alcance deste as subvenções 
governamentais, que estão relacionadas à atividade da empresa rural. 
Salienta-se que nem todas as plantas são abrangidas pelo CPC 29, sendo 
a exceção as plantas portadoras, as quais têm a função de produção de frutos, 
sendo cultivadas para produzir por mais de um período; São exemplos de plantas 
portadoras as laranjeiras, pessegueiros, dentre outras plantas frutíferas. 
Visando melhor ilustrar o que são ativos biológicos e produtos agrícolas, 
o CPC 29 traz um exemplo, conforme o Quadro 1. 
Quadro 1 – Ativos biológicos e produto agrícola 
Ativos biológicos Produto agrícola Produtos resultantes do 
processamento após a 
colheita 
Carneiros Lã Fio, tapete 
Plantação de árvores para 
madeira 
Árvore cortada Tora, madeira serrada 
Gado de leite Leite Queijo 
Porcos Carcaça Salsicha, presunto 
Plantação de algodão Algodão colhido Fio de algodão, roupa 
Cana de açúcar Cana colhida Açúcar 
Plantação de fumo Folha colhida Fumo curado 
Arbusto de chá Folha colhida Chá 
Videira Uva colhida Vinho 
Árvore frutífera Fruta colhida Fruta processada 
Palmeira de dendê Fruta colhida Óleo de palma 
Seringueira Látex colhido Produto da borracha 
Fonte: CPC, 2009, p. 3, 
Conforme o exposto no Quadro 1, fica claro como a atividade rural e sua 
contabilização se relacionam com o CPC 29, visto que necessitaram dos seus 
ativos biológicos para que seja possível realizar a produção, chegando ao 
produto agrícola. Assim, a primeira e a segunda coluna são tratadas pelo CPC 
29, por serem ativos biológicos e produtos agrícolas, com exceção das plantas 
 
 
8 
portadoras, como já abordado. Por outro lado, a terceira coluna apresenta 
produtos acabados, que são tratados pelo CPC 16 – Estoques. 
Além de tratar dos produtos oriundos das atividades rurais, o CPC 29 
também relata que o tratamento contábil é mensurar os ativos biológicos a valor 
justo (CPC, 2009). 
De maneira bem simples, considera-se o valor justo o valor de troca de 
uma mercadoria em uma transação não forçada. 
Esse valor justo, em alguns casos, pode ser determinado pelo mercado. 
Uma das funções da utilização do valor justo é a de determinar o valor do produto 
no lugar da utilização do custo. Isso ocorre porque, dependendo dos controles, 
pode ser difícil se estabelecer o custo dos ativos biológicos, bem como o custo 
talvez não represente efetivamente o valor dos produtos. 
Dessa maneira, podemos dizer que a contabilidade ultrapassa a barreira 
de apurar exclusivamente o custo, trabalhando com o valor, o que constitui um 
passo a mais para a evolução da contabilidade. 
Tal evolução fica evidente ao verificar a aplicação desse normativo por 
empresas que exploram a atividade rural e são participantes da B3, sendo esta 
o máximo de aplicação do CPC 29. Entretanto esse máximo ainda deixa a 
desejar, pois nas divulgações ainda existem pontos falhos quanto à evidenciação 
das informações, que poderiam ser mais claras e detalhadas. 
As entidades participantes da B3 acabam se preocupando em divulgar os 
itens obrigatórios, que acabam sendo mínimos, no entanto poderiam apresentar 
mais informações. Já as propriedades rurais de pessoas físicas talvez até 
desconheçam a existência de tais normativos, que facilitariam sua gestão, 
cabendo a nós, contadores, levar inicialmente a aplicação da contabilidade rural 
às propriedades, e posteriormente evoluirmos para a aplicação dessas novas 
normas. 
Observamos, portanto, que a contabilidade rural possui uma ligação clara 
com o CPC 29, e posteriormente veremos de forma mais detalhada sobre a 
maneira contabilizar de acordo com o esse pronunciamento. 
Saiba mais 
Visando apresentar a aplicação do CPC 29 nas empresas da B3, que se 
chamava BMF&Bovespa, recomendamosa leitura e análise de dois artigos, um 
do ano de 2010, e outro do ano de 2014, ambos com temas semelhantes. Esses 
 
 
9 
textos, além de agregarem um conhecimento, também fornecerão a 
possibilidade de comparar dois períodos de verificação. 
1. CARMO, C. R. S. et al. Pronunciamento técnico CPC:29: um estudo 
sobre sua aplicação em empresas de capital aberto do setor sucroalcooleiro 
listadas na BMF&Bovespa no ano de 2010. Cadernos da Fucamp, v. 10, n. 13, 
2011. Disponível em: 
<http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/view/6>. Acesso 
em: 29 jul. 2019. 
2. THEISS, V. et al. Práticas de divulgação dos ativos biológicos pelas 
companhias listadas na BM&FBovespa. Registro Contábil, v. 5, n. 3, p. 41-58, 
2014. Disponível em: 
<http://www.seer.ufal.br/index.php/registrocontabil/article/view/1130>. Acesso 
em: 29 jul. 2019. 
TEMA 4 – ATIVIDADE AGRÍCOLA – CULTURAS TEMPORÁRIAS 
Entende-se como atividade agrícola o cultivo do solo para a produção, 
tendo uma divisão nos tipos de culturas a serem cultivadas (as temporárias e as 
permanentes). 
As culturas temporárias são aquelas que, a cada período de produção, 
necessitam ser replantadas, já que, após a colheita, a planta morre, seja pelo 
seu corte, seja por ser arrancada totalmente da terra. Temos como exemplos de 
culturas temporárias o milho, trigo, feijão, arroz, cebola, alface, dentre outros. 
Cada um dos produtos possui seu próprio período de cultivo, alguns com 
períodos mais longos entre o plantio e colheita, e outros com períodos mais 
curtos. No entanto, mesmo com as particularidades de cada cultura, o processo 
contábil é semelhante, sendo acumulados os valores dos custos de produção no 
estoque. 
Os custos a serem consumidos pelas culturas temporárias serão 
compostos por alguns elementos de custos. Essa apuração só será possível 
caso a entidade possua o devido controle de tais informações. O Quadro 2 
apresenta alguns elementos de custos com uma subdivisão. 
 
 
 
10 
Quadro 2 – Elementos de custos 
Insumos Mão de obra Gastos não 
desembolsáveis 
Outros custos 
 Sementes; 
 Mudas; 
 Adubos; 
 Pesticidas; 
 Herbicidas. 
 Salários; 
 Horas extras; 
 Férias; 
 13º salário; 
 INSS; 
 FGTS. 
 Depreciação; 
 Exaustão; 
 Amortização. 
 Energia elétrica; 
 Alugueis; 
 Água; 
 Combustível. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Conforme exposto no Quadro 2, na primeira coluna que demonstra os 
insumos, estão todos os itens utilizados para o início do cultivo e manutenção 
das plantas, até o momento em que possa ser iniciada a colheita. Em relação à 
mão de obra apresentada na segunda coluna, contemplam-se todos os gastos 
com pessoal que atua nos processos produtivos, desde o cultivo até os tratos 
culturais e a colheita. 
A terceira coluna se destina a todos os valores oriundos da depreciação 
de equipamentos, amortização de gastos anteriores e valor de exaustão de 
algum recurso natural, que são gastos não desembolsáveis, ou seja, não fazem 
com que sejam desembolsados valores no exercício, realizando apenas 
apropriação de valores. 
Na última coluna, constam exemplos de outros custos que podem ser 
utilizados, como a energia elétrica e o aluguel, que também fazem parte do 
processo de produção 
Todos esses custos serão acumulados no estoque, no entanto, visando 
uma classificação adequada, as culturas temporárias terão uma divisão em três 
categorias: 
 Cultura temporária em formação (nome da cultura); 
 Colheita em andamento (nome da cultura); 
 Produto agrícola (nome da cultura). 
Cada categoria irá acumular custos em um determinado estágio da 
produção. 
A cultura temporária em formação irá acumular os custos desde o plantio 
até o momento em que esteja pronto para colheita, ou seja, todos os gastos com 
insumos, mão de obra, depreciação e demais outros custos para plantio e 
formação da cultura serão estocados nessa conta. 
 
 
11 
Quando a cultura estiver pronta para iniciar a colheita, o saldo da conta 
de cultura temporária em formação será transferido para a conta contábil da 
colheita em andamento, que, além de herdar os custos já acumulados pela 
formação da cultura, irá também agregar os valores consumidos para a 
realização da colheita, como depreciação, salários, combustível, dentre outros 
gastos. 
Após o término da colheita, o saldo da conta de colheita em andamento 
será transferido para a conta contábil de produto agrícola, chegando assim a um 
estoque que posteriormente será vendido pela entidade rural, visando então 
obter lucro. É comum a existência desses gastos, pois no meio rural o preço de 
venda dos produtos é ditado pelo mercado. Assim, em muitos casos, compensa 
manter o produto agrícola estocado até que o preço seja o mais favorável 
possível. 
Na sequência vamos observar exemplos de lançamento contábeis das 
culturas temporárias, para que assim seja mais fácil compreender a forma de 
contabilizar. Algumas legendas serão utilizadas para facilitar: 
 CTF – Cultura temporária em formação 
 CA – Colheita em andamento 
 PA – Produto agrícola 
Quadro 3 – Lançamentos das culturas temporárias 
Pela formação da planta (gastos desde o preparo do solo até o início da colheita) 
D – Nome da cultura CTF (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou 
Insumos ou materiais (Ativo Circulante – Estoques) ou 
Contas a pagar ou Fornecedores (Passivo Circulante – Obrigações) 
________________________________________ 
Pelo Início da colheita (Transfere os saldos da cultura temporária para a colheita em 
andamento) 
D – Nome da cultura CA (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Nome da cultura CTF (Ativo Circulante – Estoques) 
________________________________________ 
Durante a colheita (gastos até a colheita total) 
D – Nome da cultura CA (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou 
Insumos ou materiais (Ativo Circulante – Estoques) ou 
Contas a pagar ou Fornecedores (Passivo Circulante – Obrigações) 
 
 
12 
________________________________________ 
Pelo término da colheita (transfere os saldos da Colheita para Produtos Agrícolas) 
D – Nome do produto PA (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Nome da cultura CA (Ativo Circulante – Estoques) 
______________c_________________________ 
Durante o armazenamento (gastos com armazenagem) 
D – Nome do produto PA (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou 
Insumos ou materiais (Ativo Circulante – Estoques) ou 
Contas a pagar ou Fornecedores (Passivo Circulante – Obrigações) 
________________________________________ 
Pela venda dos produtos 
(1º Reconhecer a receita) 
D – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou 
Cheques a receber ou Contas a receber (Ativo Circulante – Direitos) 
C – Venda de nome do produto (Resultado – Receitas) 
 
(2º Reconhecer o custo do produto) 
D – Custo do nome do produto vendido (Resultado - CPV) 
C – Nome do produto PA (Ativo Circulante – Estoques) 
________________________________________ 
Pelas Despesas de Vendas, Administrativas ou Financeiras da Propriedade 
D – Despesa com nome da despesa (Resultado –Despesas) 
C – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou 
Contas a pagar ou Fornecedores (Passivo Circulante – Obrigações) 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
Seguindo o exposto no Quadro 3, temos exemplificações da 
contabilização das culturas temporárias, sendo aplicável a propriedades rurais 
exploradas por pessoas físicas e por pessoas jurídicas. 
Salienta-se a importância de manter o devido registro de qualcultura se 
trata para que contabilmente seja facilitada a identificação dos valores de cada 
uma. 
Pode-se perceber que, ao aplicar os preceitos contábeis das culturas 
temporárias no cotidiano das propriedades, isso fará com que haja geração de 
informações contábeis para o produtor. 
 
 
 
13 
Saiba mais 
Para que seja possível compreender melhor como as culturas temporárias 
são trabalhadas quanto aos seus custos, recomendo a leitura de dois artigos que 
tratam sobre custos nas culturas temporárias. 
HOFER, E. et al. Gestão de custos aplicada ao agronegócio: culturas 
temporárias. Contabilidade Vista & Revista, v. 17, n. 1, jan.- mar. 2006. 
Disponível em: 
<https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/2
90>. Acesso em; 29 jul. 2019. 
SAMPAIO, A. L. M.; AKAHOSHI, W. B.; LIMA, E. M. Avaliação da 
aplicação do método de custeio baseado em atividades (ABC) na produção 
agrícola de grãos: culturas temporárias. Custos e @gronegócios online, v. 7, 
n. 3, set.-dez. 2011. Disponível em: 
<http://custoseagronegocioonline.com.br/numero3v7/custos%20abc.pdf>. 
Acesso em: 29 jul. 2019. 
TEMA 5 – ATIVIDADE AGRÍCOLA – CULTURAS PERMANENTES 
Enquanto as culturas temporárias necessitam de replantio após a colheita, 
as culturas permanentes não precisam ser replantadas, fazendo com que a 
produção dure mais de um ciclo. Os elementos de custos são os mesmos que 
constam no Quadro 2. São exemplos de culturas permanentes a cafeicultura, 
fruticultura, reflorestamento, dentre outras que produzam mais de um período. 
Nas culturas temporárias, os custos são acumulados no estoque, ao 
passo que para as culturas permanentes todos os valores para a formação da 
cultura serão alocados no ativo imobilizado (Crepaldi, 2012). 
Ao iniciar uma cultura permanente, todos os valores consumidos para isso 
serão contabilizados no imobilizado na conta cultura permanente em formação, 
especificando o nome da cultura em questão. Essa conta contábil possui 
característica semelhante à da cultura temporária em formação, a não ser pelo 
fato da mudança de classificação contábil. 
Depois que a cultura permanente está pronta para a primeira colheita, 
considera-se que não está mais em formação, e sim formada, alterando a 
classificação contábil, de cultura permanente em formação para cultura 
permanente formada, mantendo-a no ativo imobilizado. 
 
 
14 
No momento em que a planta estiver apta para a produção, todos os 
valores consumidos visando à obtenção do fruto serão contabilizados na conta 
de colheita em andamento, que fica no estoque. Todos os custos necessários 
para a colheita e sua preparação serão acumulados nessa conta, por exemplo a 
poda, a capina, os herbicidas, o desbrote, dentre outros. A cultura permanente 
terá seu gasto de formação a ser apropriado aos períodos produtivos. O período 
produtivo será determinado por técnico da área e, baseado nesse prazo, a 
cultura permanente será exaurida. 
Na hipótese de alguns custos de tratos culturais prolongarem a vida 
produtiva da cultura, esses valores deverão ser imobilizados para não 
penalizarem a safra de um único período (Marion, 2014). 
Com o termino da colheita, o valor acumulado na conta colheita em 
andamento será transferido para a conta produto agrícola, permanecendo no 
estoque, com outra classificação, é claro. Após a venda, o estoque será baixado, 
transferindo-se para o custo do produto vendido no resultado. 
Analogamente, as culturas permanentes funcionam como máquinas ou 
equipamentos industriais, pois são utilizados alguns recursos para que esses 
ativos possam produzir, e perduram assim por mais de um período. 
Na sequência, vamos observar alguns exemplos de lançamentos 
contábeis das culturas permanentes para que assim seja mais fácil compreender 
a forma de contabilizar. Algumas legendas serão utilizadas para facilitar: 
 CPF – Cultura Permanente em Formação 
 CP – Cultura Permanente Formada 
 CA – Colheita em Andamento 
 PA – Produto Agrícola 
Quadro 4 – Lançamentos das culturas permanentes 
Pela formação da planta (gastos desde o preparo do solo até a primeira colheita) 
D – Nome da cultura CPF (Ativo Não Circulante – Imobilizado) 
C – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou insumos ou materiais (Ativo Circulante 
– Estoques) ou Contas a pagar ou Fornecedores (Passivo Circulante – Obrigações) 
________________________________________ 
Com a produção pronta para a colheita (transfere os saldos da Cultura Permanente em 
Formação para Cultura Permanente Formada – somente na 1ª colheita). 
D – Nome da cultura CP (Ativo Não Circulante – Imobilizado) 
C – Nome da cultura CPF (Ativo Não Circulante – Imobilizado) 
 
 
15 
________________________________________ 
Durante a formação do produto até a colheita (todos os gastos com tratos culturais para formar 
o produto) 
D – Nome da cultura CA (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou insumos ou materiais (Ativo Circulante 
– Estoques) ou depreciação (Ativo Permanente – Imobilizado) ou Contas a pagar ou 
Fornecedores (Passivo Circulante – Obrigações) 
________________________________________ 
Pelo término da colheita (transfere os saldos da Colheita para Produtos Agrícolas) 
D – Nome do produto PA (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Nome da cultura CA (Ativo Circulante – Estoques) 
________________________________________ 
Durante o armazenamento (gastos com armazenagem) 
D – Nome do produto PA (Ativo Circulante – Estoques) 
C – Caixa ou Bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou Insumos ou materiais (Ativo Circulante 
– Estoques) ou Contas a pagar ou Fornecedores (Passivo Circulante – Obrigações) 
________________________________________ 
Pela Venda dos Produtos 
(1º - Reconhecer a receita) 
D – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou Cheques a Receber ou Contas a 
Receber (Ativo Circulante – Direitos) 
C – Venda de nome do produto (Resultado – Receitas) 
 
(2º Reconhecer o custo do produto) 
D – Custo do nome do produto vendido (Resultado - CPV) 
C – Nome do produto PA (Ativo Circulante – Estoques) 
________________________________________ 
Pelas Despesas de Vendas, Administrativas ou Financeiras da Propriedade 
D – Despesa com nome da despesa (Resultado –Despesas) 
C – Caixa ou bancos (Ativo Circulante – Disponível) ou Contas a pagar ou Fornecedores 
(Passivo Circulante – Obrigações) 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
O Quadro 4 nos apresenta os lançamentos contábeis referente às culturas 
permanentes, desde sua formação até a colheita, como também a venda. 
Todo o processo contábil dessas culturas irá fornecer informações de 
custos, que ajudarão no acompanhamento da atividade, uma vez que a cada 
período poderão ter custos superiores ou inferiores. A oscilação dos custos pode 
ter relação com alterações climáticas, pragas, dentre outras causas, culminando 
em alterações de custos, como também evidenciando o desempenho da cultura 
com o passar do tempo. 
 
 
16 
As propriedades rurais poderão atuar simultaneamente com culturas 
temporárias e permanentes, visando mesclar sua produção, consequentemente 
variando também suas fontes de receitas. 
TROCANDO IDEIAS 
Imagine que daqui a alguns anos você possua um escritório contábil, que 
conte com uma boa carteira de clientes, no entanto esta pode ser composta 
exclusivamente por empresas industriais e comerciais. 
Em um determinado momento, um empresário rural chegou ao eu 
escritório, buscando seus serviços contábeis, já que seu atual contador lhe deixa 
insatisfeito com os serviços prestados, além de ter recebido boas referências de 
alguns de seusclientes. Percebe-se uma oportunidade interessante de um novo 
cliente. 
Considerando que, dentre todos seus clientes, nenhum é semelhante a 
esse empresário rural, quais serão os primeiros procedimentos a serem 
realizados para que seja possível que seu escritório atenda esse cliente de 
maneira satisfatória? 
NA PRÁTICA 
Agora vamos praticar um pouco com algumas situações, inicialmente com 
questões teóricas, e depois lançamentos contábeis. 
1. Assinale a alternativa correta para cada questão: 
a. Para efeitos contábeis, devem ser considerados alguns tipos de 
culturas existentes, tais como: 
( ) Culturas em erradicação; 
( ) Culturas temporárias e flutuantes; 
(X) Culturas permanentes e temporárias; 
( ) Culturas flutuantes e de erradicação. 
b. Marque “V” para verdadeiro e “F” para falso para as questões a seguir: 
(F) Cultura permanente tem um período de vida longo, o que permite sua 
colheita somente ao completar um ano; 
(F) Por ser uma cultura permanente e proporcionar sua colheita ao 
completar um ano, após requerendo o seu replantio, é exemplo típico de: arroz, 
milho e feijão etc.; 
 
 
17 
(V) As cultura temporárias necessitam de replantio; 
(V) As culturas permanentes perduram por mais de um período, não 
necessitando de replantio; 
 
c. No momento da colheita ou produção, como se classifica o produto da 
cultura permanente? 
( ) Imobilizações em curso; 
( ) Investimentos; 
(X) Estoque em andamento; 
( ) Diferido. 
d. Qual alternativa a seguir contempla apenas culturas temporárias? 
( ) Milho, arroz, batata, tomate e uva; 
(X) Tomate, mandioca, batata, milho e arroz; 
( ) Arroz, milho, batata, mandioca e maçã; 
( ) Batata, tomate, milho, arroz e pera. 
e. As culturas permanentes formadas são contabilizadas em que grupo de 
contas? 
( ) Ativo Circulante; 
( ) Estoques; 
( ) Investimentos; 
(X) Imobilizados. 
2. Efetue os lançamentos do período agrícola até 31/03/2012 a seguir em 
forma de razonetes. Os seguintes valores constam no seu Balanço em 
31/03/2011: 
Quadro 5 – Exemplo de lançamentos (1) 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 102.000,00 Circulante 50.000,00 
 Disponível 50.000,00 Obrigações com 
Fornecedores 
50.000,00 
 Caixa 50.000,00 Fornecedores 50.000,00 
 Estoques 52.000,00 
 Feijão – PA 
 Soja - CA 
 Adubos 
20.000,00 
12.000,00 
10.000,00 
 
 Combustíveis 10.000,00 
 Patrimônio Líquido 182.000,00 
 
 
18 
Não Circulante 130.000,00 Capital Subscrito 150.000,00 
 Imobilizado 130.000,00 Capital Social 
Integralizado 
 
150.000,00 
 Terras 70.000,00 Reservas de lucros 32.000,00 
 Tratores 50.000,00 Lucros Acumulados 32.000,00 
 Arados 
 Semeadoras 
 5.000,00 
5.000,00 
 
 
ATIVO 232.000,00 PASSIVO 232.000,00 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
a. Consumidos R$ 2.000,00 do estoque de combustível no preparo do solo 
para o plantio do milho; 
b. Pago à vista gasto com aluguel colheitadeira de R$ 3.000,00 na colheita 
da soja; 
b. Compra a prazo de R$ 20.000,00 de semente de milho; 
c. Venda de 70% do estoque de feijão por R$ 18.000,00 a vista, o restante 
será utilizado como semente para o próximo plantio; 
d. Pago frete à vista para entrega do feijão ao comprador R$ 500,00; 
e. Compra à vista de R$ 3.000,00 em inseticidas; 
f. Consumo de R$ 3.000,00 do estoque de adubo para a cultura do milho; 
g. Plantio do milho, utilização de toda a semente estocada; 
h. Aplicados R$ 2.000,00 de inseticidas na cultura do milho; 
i. Depreciação do trator e maquinários no período R$ 5.000,00 (60% cultura 
do milho e 40% Soja); 
j. Pago salario período R$ 24.000,00 (50% cultura do milho, 30% soja e 20% 
administração); 
k. Término da colheita da soja; 
l. Venda de toda safra de soja por R$ 25.000,00 à vista; 
m. Gastos com energia elétrica R$ 50,00 pago à vista; 
n. Gastos com telefone R$ 100,00 pago à vista; 
o. Pagamentos com fornecedores R$ 25.000,00 em dinheiro; 
p. Início da colheita do milho; 
q. Consumidos R$ 3.000,00 do estoque de combustível na colheita do milho; 
r. Pago aluguel de colheitadeira R$ 1.000,00 na colheita do milho; 
s. Termino da colheita do milho; 
t. Venda de todo o estoque de milho por R$ 50.000,00 a prazo para a própria 
cerealista. 
 
 
19 
Agora, vejamos como ficariam os lançamentos. Para melhor ilustrar, cada 
lançamento terá a letra respectiva ao lado, sendo que os saldos iniciais e finais 
não terão marcação. 
Quadro 6 – Exemplo de lançamentos (2) 
 Caixa Feijão - PA Soja CA 
 
 50.000,00 3.000,00 b 20.000,00 14.000,00 d 12.000,00 24.200,00 
l 
d 18.000,00 500,00 e 6.000,00 b 3.000,00 
 
m 25.000,00 3.000,00 f j 2.000,00 
 
 24.000,00 k k 7.200,00 
 
 50,00 n 
 
 100,00 o 
 
 25.000,00 p 20.000,00 20.000,00 24.200,00 24.200,00 
 
 1.000,00 s - - - - 
 
 
 
 Milho - CTF Sementes Milho 
 
 a 2.000,00 42.000,00 q c 20.000,00 20.000,00 
h 
 g 3.000,00 
 
 h 20.000,00 
 
 i 2.000,00 
 
 j 3.000,00 
 
 k 12.000,00 
 
 
 
 93.000,00 56.650,00 42.000,00 42.000,00 20.000,00 20.000,00 
 
 36.350,00 - - - - - 
 
 
 Sementes de Feijão Inseticidas Adubos 
 6.0000,00 f 3.000,00 2.000,00 i 10.000,00 3.000,00 g 
 
 
 
 
 
 6.000,00 3.000,00 2.000,00 10.000,00 3.000,00 
 6.000,00 - 1.000,00 7.000,00 - 
 
 Terras Arados Combustíveis 
 70.000,00 5.000,00 10.000,00 2.000,00 a 
 3.000,00 r 
 
 
 
 
 
 70.000,00 - 5.000,00 - 10.000,00 5.000,00 
 70.000,00 - 5;0000,00 - 5.000,00 - 
 
 Milho CA Soja PA 
 (-) Depreciação 
Acumulada 
 
q 42.000,00 46.000,00 i l 24.200,00 24.200,00 m 5.000,00 
j 
r 3.000,00 
 
s 1.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 46.000,00 46.000,00 24.200,00 24.200,00 - 5.000,00 
 
 - - - - - 5.000,00 
 
 
 
 Milho PA Semeadoras Tratores 
 
 
 
20 
f 46.000,00 46.000,00 u 5.000,00 50.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46.000,00 46.000,00 5.000,00 
 
- 50.000,00 - 
 
 - - 5.000,00 
 
- 50.000,00 - 
 
 
 Duplicatas a Receber 
u 50.000,00 
 
 
 
 
 
 50.000,00 - 
 50.000,00 - 
 
 Fornecedores Capital Social Lucros Acumulados 
p 25.000,00 50.000,00 150.000,00 32.000,00 
 20.000,00 c 
 
 
 
 
 25.000,00 70.000,00- 150.000,00 - 32.000,00 
 - 45.000,00 - 150.000,00 - 32.000,00 
 
 Venda Feijão Venda Soja Venda Milho 
 18.000,00 d 25.000,00 m 50.000,00 u 
 
 
 
 
 - 18.000,00 - 25.000,00 - 50.000,00 
 - 18.000,00 - 25.000,00 - 50.000,00 
 
 Custo Feijão PA Frete S/ Venda Feijão Salário ADM 
 d 14.000,00 e 500,00 k 4.800,00 
 
 
 
 
 14.000,00 - 500,00 - 4.800,00 - 
 14.000,00 - 500,00 - 4.800,00 - 
 
 Custo Milho PA Energia Elétrica 
u 46.000,00 n 50,00 
 
 
 
 
 46.000,00 - 50,00 - 
 46.000,00 - 50,00 - 
 
 Custo Soja PA Telefone 
m 24.200,00 o 100,00 
 
 
 
 
21 
 
 
 24.200,00 - 100,00 - 
 24.200,00 - 100,00 - 
Como podemos verificar, os lançamentos contábeis não são difíceis, e 
com a prática tudo ficará mais fácil. 
FINALIZANDO 
Espero que tenham se empenhado e aprendido ao máximo com esta aula. 
Iniciamos abordando sobre a contabilidade rural, bem como alguns aspectos 
básicos que fazem parte das formas de desenvolver a atividade rural. Espero 
que esses pontos os tenham aproximado do meio rural. Na sequência, tratamos 
sobre a diferenciação do ano agrícola e do exercício social, sendo priorizada a 
cultura que mais gere renda para a propriedade, assim determinando o período 
que será contemplado como ano agrícola, que não necessariamente coincidirá 
com o ano fiscal. 
Em um terceiro momento, foi abordada a ligação entre a contabilidade 
rural e o CPC 29, que trata dos ativos biológicos, os quais são objeto do 
patrimônio da entidade, cabendo à contabilidade cuidar desse patrimônio. Os 
ativos biológicos, conforme vimos, são quaisquer plantas ou animais vivos, que 
são parte integrante da atividade rural, bem como de sua contabilização. 
O quarto e quito assuntos estão interligados, pois ambos trataram das 
culturas agrícolas, diferenciando-se apenas em culturas temporárias e 
permanentes, que é uma subclassificação para melhor controle contábil. As 
culturas temporárias são aquelas que necessitam replantio após a colheita, e 
apresentam três classificações contábeis, ao passo que as permanentes irão 
permanecer produzindo por mais de um período e possuem quatro 
classificações contábeis. 
Nesta aula, espero que tenha dado as devidas condições para 
compreender como é possível ligar a atividade rural com a contabilidade. Nós, 
como profissionais da área contábil, precisamos sempre conhecer mais áreas de 
atuação, sendo a contabilidade aplicada ao meio rural uma delas. Apesar de 
pouco explorada, aqueles que gostarem do assunto poderão se aprofundar. 
 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
CADELCA, I. et al. Pronunciamento Técnico CPC 29: um estudo sobre sua 
aplicação em empresas de capital aberto do setor sucroalcooleiro listadas na 
BM&FBovespa no ano 2010. Cadernos da FUCAMP, v. 10, n. 13, p. 37-54, 
Campinas, 2011. 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 
29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola, 7 de agosto de 2009. Brasília: CPC, 
2009. 
CREPALDI, S. A. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2012. 
HOFER, E. et al. Gestão de custos aplicada ao agronegócio: culturas 
temporárias. Contabilidade Vista e Revista. v. 17, n. 1, p. 29-46, 2006. 
MARION, J. C. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da 
pecuária. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
OLIVEIRA, N. C. Contabilidade do agronegócio: teoria e prática. 2. ed. 
Curitiba: Juruá, 2010. 
SAMPAIO, A. L. M.; AKAHOSHI, W. B.; LIMA, E. M. Avaliação da aplicação do 
método de custeio baseado em atividades (ABC), na produção agrícola de grãos: 
culturas temporárias. Custos e @gronegócio online. v. 7, n. 3, p. 133-158, 
2011. 
THEISS, V. et al. Práticas de divulgação dos ativos biológicos pelas companhias 
listadas na BM&FBovespa. Registro Contábil, v. 5, n. 3, p. 41-58, 2014. 
Disponível em: 
<http://www.seer.ufal.br/index.php/registrocontabil/article/view/1130>. Acesso 
em: 29 jul. 2019.

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