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Saúde do Adulto 1 Cardiologia INTRODUÇÃO Registro em um papel milimetrado da ativade elétrica do coração Sistema de condução: Tudo começa na junção da veia cava superior com o átrio direito, onde se localiza o nó sinusal. A partir do nó sinusal, vamos ter os feixes internodais (conduzir o estímulo para o AE e também direção ao nó átrio ventricular). O nó átrio ventricular se situa em uma posição de junção e é uma estrutura mais especializada (causa um retardo na condução do impulso, para que a contração dos átrios e ventrículos se deem de maneira coordenada e não de maneira simultânea). Depois do nó átrio ventricular vem o feixe de his, que começa em sua porção penetrante e vai se dividir em ramo direito e ramo esquerdo, o ramo direito é fino frágil e descontínuo, segue pelo septo interventricular e vai para o AD/VD; já o ramo esquerdo ele segue pelo septo também, mas já ao nível do anel aórtico vai se dividir em três porções, divisão anterossuperior, e as porções superiores, póstero-inferior e póstero-medial Eletrofisiologia básica: Células de condução: mais especializada (condução rápida) Células marca-passo: automatismo (elas vão se despolarizar independente de estímulos que venham de outras células) OBS: é inerente as células marca-passo, mas em condições de isquemia, de injúria, outras células podem desenvolver essa propriedade, e isso pode levar as arritmias e até mesmo arritmias fatais Células musculares: contração Potencial de repouso: Uma característica muito importante dos cardiomiócitos é o potencial de repouso, se colocar um eletrodo dentro da célula e o eletrodo fora da célula ele vai sinalizar uma diferença de potencial de -90mv. Essa diferença de potencial, vem da diferença de concentração de eletrólitos entre o intra e extracelular [K]: intra>>>extracelular [Na]: intra<<<extracelular [Ca]: intra<extracelular Potencial transmembrana: Fase 4 (repouso/diastólica): pode causar uma impressão errada, não existe repouso. A célula está consumindo energia, gastando ATP o tempo todo, para poder jogar Ca para dentro dela, e Na para fora contra um gradiente de concentração Fase 0: entrada rápida do Na, de forma que vai acontecer a despolarização e aquele potencial que era de -90mv vai para +20mv Fase 1: interrupção da entrada rápida de Na, tem pouco de saída de K, de Saúde do Adulto 2 forma que esse potencial vai cair de +20mv até aproximadamente 0, até que venha a próxima fase (2) Fase 2: relativa estabilização do potencial e vai ser marca pela saída de K, e um pouco de entrada de Ca Fase 3: marcada especialmente pela saída do K, na qual a célula vai retornar ao seu potencial de repouso que é a fase 4 Potencial de resposta lenta: na fase ela é inclinada, já na fase 4 do potencial de resposta rápida ela é plana. Mesmo quando ela não está conduzindo um estímulo, a célula que tem o potencial de reposta lenta, ela está lentamente aumentando e diminuindo o seu potencial transmembrana até que ele chega em um limiar, e nesse limiar ele despolariza, sendo essa inclinação que garante a característica de automatismo, que as células que tem só o potencial de reposta rápido não possui OBS: o automatismo está diretamente relacionado a inclinação da fase 4 OBS: a inclinação pode ser desta forma, mas também pode ser um pouco mais íngreme. Isso significa que, a célula despolarizaria mais vezes por minuto no local do nó sinusal. O nó sinusal ele é o ponto do coração que determina a maio frequência porque ele tem a fase 4 do potencial de resposta lenta mais inclinado, sendo assim ele que comanda o coração Período refratário: antes da célula se despolarizar, ela precisa se repolarizar, se recuperar do estímulo anterior. Porém existe um período em que mesmo ela seja estimulada, ela não responde ou ela vai responder inadequadamente Absoluto: aquele que independente da intensidade do estímulo a célula não responde Relativo: aquele que caso venha um estímulo mais intenso que o habitual, ela pode responder, mas ela não vai responder na intensidade esperada, vai conduzir mais lentamente Supernormal: mesmo tendo uma intensidade menor, a célula em que condições habituais não atingiria o limiar de despolarização, a célula vai despolarizar Dipolo: conjunto formado por 2 cargas de mesmo módulo, porém de sinais opostos separados por uma distância Representação: vetor (- +) Uma célula em repouso não permite corrente entre os meios intra e extracelular, devido à grande resistência da membrana. Entretanto, quando ela sofre um estímulo supra liminar em determinada área da sua superfície, ocorre queda da resistência, permitindo o trânsito de íons. A célula miocárdica tem a capacidade de propagar, de célula a célula, o impulso elétrico gerado pelo estímulo supra liminar, através um processo de despolarização contínua. A forma como as células cardíacas se liga umas às outras, facilita essa propagação Saúde do Adulto 3 O eletrodo 1 está perto apenas do negativo, ou seja, só se afasta, a deflexão dele será totalmente negativa E o oposto irá acontecer com o eletrodo 5, que o eletrodo só se aproxima, então ele será totalmente positivo O eletrodo 3 ele está bem no meio da célula, então inicialmente o eletrodo irá se aproximar e depois ele se afastar, quando possui a mesma amplitude a onda é chamada isodifasica O eletrodo 2 inicialmente ele vai se aproximar e depois ele vai se afastar Sendo assim, exatamente ao contrário do 4 OBS: Uma derivação nada mais é do que um ponto de vista de enxergar a despolarização celular ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO A atividade elétrica do coração começa no nó sinusal e a condução vai para o septo interatrial e átrio esquerdo, como desce em Saúde do Adulto 4 direção ao nó atrioventricular. Observe que isso vai gerar dois vetores: Um vetor para o átrio direito e um vetor para o átrio esquerdo. E terá uma resultante, que é o vetor SâP que é o vetor resultante da ativação atrial O vetor 1 ele simboliza a ativação septal, e vai ser direcionado para direita O vetor 2 quando o estímulo desce pelo septo interventricular e estimula o ápice do coração e as suas regiões com mais massa muscular, direcionado para baixo, para esquerda e para frente Por fim na ativação atrioventricular, vai ter ativação das partes basais, representada pelo vetor 3 A resultante desses 3 vetores, é o vetor SAQRS, que se assemelha mais ao vetor 2 do que os outros OBS: Importante ter em mente que existe uma sequência de ativação e que cada será representada por um vetor. E cada derivação irá registrar o QRS de uma forma diferente, devido a formas diferentes de enxergar esses vetores DERIVAÇÕES Linha imaginária que une dois eletrodos e que nessa linha imaginária, vai ter a projeção do vetor de despolarização Coração é uma estrutura tridimensional, assim os impulsos conduzidos por ele devem ser retratados de maneira tridimensional Plano frontal: aVR: r de right (direita) detecta estímulos quem vem em diração ao ombro direito aVL: l de left (esquerda) detecta estímulos que vem direção ao ombro esquerdo aVR: f de foot (pé), ou seja, para baixo iá detectar estímulos em relação ao membro inferior (esquerdo) É uma linha que une eletricamente os eletródios de um galvanômetro O ECG tem 12 derivações: 6 derivações dos membros (DI, DII, DIII, aVR, aVI, Avf) 6 derivações precordiais (V1, V2, V3, V4, V5. V6) Derivações unipolaresSaúde do Adulto 5 Derivações bipolares Derivações precordiais DI: retrata negativa no ombro direito e positiva no ombro esquerdo DII: negativa no ombro direito e positiva membro inferior esquerdo DIII: é negativa no ombro esquerdo e positiva no membro inferior esquerdo OBS: I E II são negativos no ombro direito e apenas o III é no ombro esquerdo Plano horizontal V1: 4º EID, ao lado do esterno V2: 4ºEIE, ao lado do esterno V3: entre V2 e V4 V4: 5ºEIE, linha hemiclavicular V5: mesmo nível de V4, linha axilar anterior V6: mesmo nível de V4, linha médio-axilar SISTEMA DE REGISTRO EIXO ELÉTRICO Sistema hexaxial: Derivações bipolares: Saúde do Adulto 6 Derivações unipolares: DI: 0 grau, de forma que vai aumentando no sentindo horário até o 180. Em sentindo anti-horário partindo de DI vai começar a diminuir O eixo normal vai de -30 a +90, qualquer eixo que esteja localizado fora disso será considerado desviado Se tiver entre -30 e -90, ele vai estar desviado para esquerda Se ele estiver entre +90 e 180, ele vai estar desviado para direita Se estiver no quadrante superior direito, não tem como saber se estpa desviado para direita ou esquerda, então chama-se de desvio extremo ou desvio a noroeste (Vai de 180 a -0) Dentro do semicírculo delimitado por uma derivação vai ser positivo. Imagina que o QRS é positivo na derivação DI, isso quer Saúde do Adulto 7 dizer que o eixo vai estar localizado em uma parte desse todo semicírculo e que DI é positivo. Se DI é negativo, isso quer dizer que ele vai está na parte negativa da esfera aVF é positivo, vai estar em uma parte delimitada do semicírculo que estará positivo (embaixo) e se ele for negativo ele estará em cima Toda derivação tem sua derivação perpendicular: ORDEM ALFABÉTICA aVF DI aVL DII aVR DIII Determinar o eixo elétrico: Método simplificado 1. Procure um complexo isodifásico: a área negativa tem o mesmo valor da área positiva 2. O eixo será determinado pela derivação perpendicular EX: Vamos dizer que o complexo isodifásico está localizado em DI, se ele está em DI é aVF, no aVF eu preciso ver o complexo QRS se está positivo ou negativo (para cima ou para baixo), se estiver para cima/positivo, vai no eixo e vê em quantos graus o aVF está, no caso, ele está em +90. Entretanto, se fosse o QRS negativo, seria o oposto de onde o aVF está, no caso, -90 EX: Isodifásico em DII, olhamos e achamos o complexo QRS, quem é perpendicular a DII, é aVL. Vai estar em -30 ou +150. Se estiver positivo que acompanha aVL então vai ser -30, se não fosse positivo estaria em +150 Método completo: 1. Sem derivação isodifásica DI e aVF Saúde do Adulto 8 Eletro de exemplo. Vamos partir para o círculo dividido em graus, comecei analisando DI. DI é positivo, se DI é positivo a gente observa aqui na esfera que vai estar nesse semicírculo, em que DI é positivo aVF também é positivo, vai está no semicírculo de baixo Analisando DI e aVF, já conseguimos delimitar o quadrante do eixo (quadrante inferior esquerdo) 2. Buscar derivações mais próximas fora do quadrante do eixo Nesse exemplo as derivações seriam aVL e DIII, que estão bem próximas Nesse caso foi escolhido o aVL, em avl o QRS está negativo, olhando para a figura em que área aVL é negativo, nesse outro semicírculo, então eixo tem que está nesse semicírculo. Procurar a interseção desse semicírculo, com o quadrante que já foi delimitado, que área é essa? É a área de +60 e +90. De forma geral determinar o intervalo de 30º em que o eixo está localizado, já vai ser o suficiente Ao invés de ter escolhido aVL, tivesse escolhido DIII, que é a outra derivação próxima do quadrante. Nesse caso, toda essa área pintada é positiva em DIII, já que o QRS é positivo em DIII. Área de interseção +30 e +90. Nesse caso chegamos a 60º graus, isso quer dizer que iria precisar analisar uma outra derivação próxima Saúde do Adulto 9 Plano horizontal: derivações precordiais (V1, V2, V3, V4, V5, V6) OBS: Como se estivéssemos vendo o corpo humano por baixo Vamos ter o coração e as derivações O QRS em V1 é negativo, enquanto que em V6 é positivo Ao longo de V1 a V6, tem uma transição de negativo para positivo, normalmente onde se dá essa transição? Se dá em V3 e V4 Se tiver um desvio do eixo no plano horizontal, uma rotação horária, vai observar que teve um deslocamento dessa transição de V3 e V4 para V5 ou V6 Se tiver uma rotação anti-horário, esse deslocamento na área de transição vai de V3 e V4 para V1 ou V2 O que é avaliado no plano horizontal é a rotação do coração ONDAS, SEGMENTOS E INTERVALOS Estímulo elétrico: começa no nó sinusal, percorre o feixe intermodal, para no nó atrioventricular, o estímulo fica e passa pelo feixe de his, ramo direito, ramo esquerdo, fibras de purkinje, despolarização ventricular Saúde do Adulto 10 Ondas: traduzem a despolarização e repolarização das câmaras cardíacas (átrios e ventrículos) Onda P; Complexo QRS; Onda T Intervalo: compreende a distância que vai do início de uma onda até o início/fim de uma outra onda Intervalo PR; Intervalo QT Segmento: compreende a distância que vai do início de uma onda até o início de uma outra onda Segmento ST ONDA P Representa a despolarização atrial Representando o estímulo elétrico que nasce lá no nó sinusal Avaliar duração: <0,12s (três quadrados pequenos) 0,25 mv (2,5 quadrados pequenos) Morfologia: + na maioria das derivações Importância clínica: Avaliar se o ritmo é sinusal ou não Avaliar sinais de sobrecarga atrial direita e/ou esquerda Podem sugerir patologias como valvopatia mitral, tricúspide, hipertensão pulmonar e sistêmicas severas Se ausentes, pode-se haver presença de fibrilação atrial ou flutter atrial INTERVALO PR Inclui a onda P e o segmento PR Representa a despolarização atrial e o atraso fisiológico do estímulo ao passar pelo nó atrioventricular Duração: 0,12 a 0,20 segundos varia com a FC (3-5 quadrados pequenos) Importância clínica: Avaliar presença de bloqueio atrioventricular Avaliar infra desnivelamento- pode sugerir pericardite quando associada a outros achados Avaliar síndromes de pré-excitação (PR curto) Saúde do Adulto 11 SEGMENTO PR Final da onda P até o começo do QRS Suas alterações são avaliadas junto com o intervalo PR, assim como seu significado clínico COMPLEXO QRS Representação elétrica da despolarização ventricular contração ventricular Padrão de normalidade Morfologia: varia a depender da derivação Espera que o R começa pequeno em V1 e vai crescendo até V6 Em relação ao S, em V1 tem um S grande e V6 o S vai ficando cada vez menor Duração: em geral 0,06 a 0,10 segundos (até 3 quadrados pequenos). Na prática, se maior que 0,12 segundos está alterado Amplitude: útil para avaliar sinais de sobrecarga ventricular Importância clínica: Presença de bloqueio de ramos Avaliar presença de áreas eletricamente inativas que surgiram infartoprévio Avaliar sinais de sobrecarga ventricular Avaliar pré-excitação SEGMENTO ST Ocorre após o término da despolarização ventricular (contração) e antes do início de repolarização Isoelétrica, podendo ter variação de 0,5mm e com leve concavidade para cima Importância clínica: Muda conduta no contexto de síndromes coronarianas agudas casco com supra desnivelamento Onda Q: Primeira deflexão NEGATIVA Corresponde ao vetor de despolarização septal Onda R: Primeira deflexão POSITIVA Corresponde ao vetor resultante de despolarização das paredes livres dos ventrículos Onda S: Deflexão NEGATIVA após a onda R Corresponde à despolarização das regiões basais dos ventrículos Saúde do Adulto 12 H <0,45 segundos M <0,46 segundos Pode sugerir lesão de órgão-alvo quando associado a outros achados de sobrecarga ventricular importante Pode sugerir intoxicação medicamentosa/ impregnação digitálica ONDA T Corresponde a repolarização ventricular Morfologia: ascendente lento, descedente rápido Em geral, onda T deve ter mesma diração (positiva ou negativa) que a onda de maior amplitude do complexo QRS Importância clínica: Pode sugerir distúrbios eletrolíticos importantes, como hipercalcemia Pode sugerir alterações isquêmicas INTERVALO QT Principal medida de repolarização ventricular Varia com a FC, logo deve ser corrigido por ela Como calcular: Começo do QRS até o final da onda T Importância clínica: Síndromes como QT longos/curtos podem precipitar arritmias Podem estar alterados na presença do uso de medicações com potencial arritmogênico Saúde do Adulto 13 Cálculo da FC: Se ritmo regular: 1500 números de quadradinhos entre 2 ondas R Se ritmo irregular: contar número de QRS na derivação D2 longo e multiplicar por 6 OBS: o ECG padrão exibe o registro de 10 segundos
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