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DEFINIÇÃO Plano de negócios: definição, formulação, aplicação e acompanhamento. PROPÓSITO Compreender o conceito de plano de negócios e sua importância para o empreendedorismo, além dos elementos fundamentais em sua formulação e das técnicas de aplicação e acompanhamento ao longo do tempo. PREPARAÇÃO Você precisará de papel e caneta para acompanhar o material. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever o conceito de plano de negócios MÓDULO 2 Formular um plano de negócios MÓDULO 3 Aplicar um plano de negócios INTRODUÇÃO O plano de negócios é uma ferramenta indispensável para todos os empreendedores, ajudando-os a estabelecer objetivos e metas concretas, realistas e claras. Isso não é óbvio como pode parecer à primeira vista: infelizmente, grande parte das novas empresas quebra já nos primeiros anos de operação. Em outras palavras, uma ideia brilhante para a criação de uma empresa nem sempre suscita o sucesso do empreendimento. Por esse motivo, é fundamental usar ferramentas de estratégia e planejamento quando se começa um novo negócio. Inicialmente, conceituaremos neste tema esse mecanismo do plano de negócios e analisaremos sua importância para o empreendedorismo. Em seguida, conheceremos os principais pontos para a construção do plano. Por fim, discutiremos como funciona a aplicação e o acompanhamento dele no início da operação de uma nova empresa. MÓDULO 1 Descrever o conceito de plano de negócios PLANO DE NEGÓCIOS De modo geral, o empreendedorismo significa o começo de um novo negócio. Também é um fato que a atividade empreendedora pode ter vários significados subjetivos. Fonte: leolintang /Shutterstock EXEMPLO Realização pessoal, inovação, renda, poder, oportunidade de mudança e tomada de riscos. Infelizmente, como falamos acima, a experiência dos empreendedores mostra que a realidade é mais dura que a imaginada no mundo das ideias. A probabilidade de fracasso de uma nova empresa é muito grande. No Brasil e em outros países, como, por exemplo, os EUA, poucas organizações não precisam fechar suas portas já nos primeiros anos de existência. SAIBA MAIS Desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2019, o estudo “Demografia das empresas e estatísticas de empreendedorismo” aponta que apenas 47,2% das empresas permanecem em operação após quatro anos. Depois do primeiro ano de existência, 21% delas já encerram suas atividades. Nos Estados Unidos, os números, de acordo com o Bureau of Labor Statistics, são parecidos: 21,5% saem do mercado após o primeiro ano, enquanto 50% dão um fim às suas operações em até 48 meses. DEFINIÇÃO Diante dessa realidade difícil, surge uma pergunta inevitável: O QUE LEVA UMA EMPRESA AO SUCESSO? É muito fácil encontrar promessas de um certo método infalível capaz de transformar qualquer pessoa em um empreendedor milionário. Quem nunca ouviu a história na qual uma ideia brilhante nascida na garagem de casa foi o começo de uma corporação multinacional bilionária? Na verdade, quando observamos tal fenômeno mais de perto, podemos observar que muitos fundadores de companhias de sucesso já acumulavam uma experiência significativa no setor de atuação antes de montar o próprio negócio. Um exemplo clássico do “mito da garagem” é o caso de Steve Jobs. Os pesquisadores reconhecem que não existe uma fórmula universal para o sucesso: cada empresa tem uma história própria. Contudo, isso não significa que os empreendedores caminham no escuro apenas com a intuição e algumas ideias inovadoras. Decisões de negócio bem informadas são comprovadamente determinantes do desempenho de uma nova empresa. Ao longo do século passado, universidades e agências governamentais passaram a desenvolver mecanismos de estratégia de negócios. Entre as técnicas propostas pelos treinamentos neste tipo de estratégia, destaca-se justamente o planejamento. Nesse sentido, o plano de negócios é uma ferramenta para planejar a gestão do desenvolvimento inicial de uma organização. No meio empresarial, esse plano é considerado fundamental para o sucesso da nova empresa em médio e longo prazo. SEGUNDO HONIG (2004), O PLANO DE NEGÓCIOS É UM DOCUMENTO QUE “DESCREVE O ESTÁGIO ATUAL DE UMA EMPRESA E O QUE SE ESPERA DO SEU FUTURO”. ELE PODE SER DOCUMENTO CRIADO PARA UM EMPREENDIMENTO QUE ESTÁ NASCENDO OU PARA UM NEGÓCIO JÁ EM OPERAÇÃO. FUNÇÃO O plano de negócios é uma recomendação para todos os empreendedores independentemente de sua área de atuação ou do tamanho da empresa. Como frisamos, ele ajuda o empreendedor a estabelecer objetivos e metas. STEVE JOBS Antes de se tornar o criativo líder da companhia de tecnologia Apple, Steve Jobs foi funcionário da Atari, uma empresa inovadora de videogames de enorme sucesso nos anos 1980, e da Hewlett-Packard (também conhecida como HP), outra organização gigante do setor de tecnologia. Fonte: DORNELAS, 2007 Fonte: Anton_Ivanov / Shutterstock.com ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS Estratégias de negócios têm exatamente o objetivo de usar ferramentas para ajudar na tomada de decisões de uma empresa. Em outras palavras, são exercício se técnicas de reflexão e de organização que facilitam a administração de um negócio. Fonte: Mameraman/Shutterstock Trata-se de uma oportunidade para colocar no papel objetivos claros e realistas que possam, de fato, ser alcançados. Nesse momento, o empreendedor avalia quais são as etapas necessárias e o passo a passo para alcançar o objetivo final. Fonte: Ollyy/Shutterstock Esse plano também é uma oportunidade para refinar propostas. Algumas ideias fazem bastante sentido dentro da cabeça, mas, quando são escritas no papel, pode-se perceber se estão incompletas ou não são realistas. Fonte: Pressmaster/Shutterstock Para Dornelas (2018, p. 93-94), espera-se que, no plano de negócios, o empreendedor descreva “suas ideias em uma linguagem que os leitores entendam e, principalmente, mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado”. Esse plano serve, portanto, como um “cartão de visitas do empreendedor”. Outra vantagem dessa ferramenta é o aumento na eficiência da empresa. Ao descrevermos a estratégia operacional do negócio, podemos descobrir algum desperdício de recurso, como, por exemplo, tarefas de funcionários ou materiais de insumo de produção. Uma organização que distribui seus recursos de forma eficiente tem mais chances de obter menores custos e, por consequência, maior rentabilidade e sucesso em longo prazo. PÚBLICO-ALVO O empreendedor deve escrever o plano de negócios pensando que os leitores fazem parte de um público variado. EXEMPLO Investidores, instituições financeiras, futuros sócios, parceiros comerciais, incubadoras de negócios e fornecedores, além de potenciais funcionários e clientes. Segundo Hashimoto e demais autores (2012, p. 4), o público a quem esse plano se destina inclui “qualquer pessoa que necessite conhecer de uma forma ampla e abrangente, ainda que superficial, o conceito do negócio e a viabilidade de sua implantação”. Atualmente, muitos empreendedores precisam escrever seu plano de negócios para atender às exigências de atores financeiros. Ele frequentemente compõe parte dos requisitos para: Aprovação de empréstimos em um banco; Associação a uma incubadora de empresas; Aporte de um investidor-anjo; Solicitações de bolsas; Recursos de agências de fomento. INCUBADORA DE EMPRESAS Incubadoras de empresas são instituições que ajudam novas organizações em seus primeiros anos de desenvolvimento. Uma incubadora do tipo funciona como se fosse um ninho de filhotes de empresas, já que elas recebem auxílio técnico, gerencial e jurídico ou até mesmo um espaço físico para sua instalação. INVESTIDOR-ANJO Investidores-anjo são pessoas físicas (e não jurídicas, como, por exemplo, instituições financeiras) que destinam recursos próprios para a criação ou o crescimento de empresas de alto potencial. Esse serviço é feito geralmente por profissionais: sua experiência e seus conhecimentos de rede,como o acúmulo de bons contatos pessoais, conseguem fazer uma diferença positiva no empreendimento nascente. Eles são considerados anjos porque participam não só com o recurso financeiro, mas também com seus recursos humanos (expertise). AGÊNCIAS DE FOMENTO Agências de fomento são instituições governamentais, tipicamente sem fins lucrativos, criadas com o propósito de apoiar novos empreendimentos. A ajuda ao empreendedorismo pode vir por meio de empréstimos a juros mais baixos ou por intermédio de uma assessoria técnica ou gerencial. Fonte: Peshkova /Shutterstock TIPOS DE EMPREENDIMENTO Por mais que todas as novas empresas tenham de construir um plano de negócios, é necessário diferenciar os tipos de empreendedorismo. De acordo com Aulet (2013), as estratégias de negócio devem ser ajustadas para projetos de escala diferente e com necessidades de financiamento específicas. Há dois tipos principais de empreendimento: A) EMPREENDEDORISMO DE PEQUENO E MÉDIO PORTE Esses empreendimentos estão voltados apenas para a atuação em mercados locais, concentrando-se usualmente no setor de serviços. Em geral, a propriedade da empresa é concentrada em um único ou em poucos sócios. A rentabilidade dela cresce aos poucos até atingir um nível máximo dentro do universo de clientes existentes numa determinada área de atuação. Exemplo Um salão de beleza, um restaurante ou uma clínica de fisioterapia. Fonte: Josep Suria /Shutterstock B) EMPREENDEDORISMO MOVIDO À INOVAÇÃO O objetivo deste tipo de negócio é obter rapidamente uma escala de produção e atuar em mercados nacionais e internacionais. A propriedade do negócio está dissolvida entre muitos sócios, investidores ou acionistas. Nos primeiros anos de atuação, sua rentabilidade costuma ser negativa até que, em um determinado momento, ela consiga atingir um crescimento acelerado. Exemplo Um aplicativo de celular, uma empresa de serviços financeiros ou uma empresa de software. Fonte: Dragana Gordic/Shutterstock Para reforçar seu aprendizado, demonstraremos neste vídeo o que é um plano de negócios e suas possíveis aplicações. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS A IMPORTÂNCIA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA O EMPREENDEDORISMO. ASSINALE A OPÇÃO QUE CONTÉM UMA CARACTERÍSTICA COM INFLUÊNCIA COMPROVADA NO SUCESSO DE UMA NOVA EMPRESA. A) Uma ideia brilhante e inovadora. B) Um mercado consumidor em forte crescimento. C) Grande disponibilidade de recursos financeiros. D) A tomada de decisões empresariais de maneira informada. 2. A LINGUAGEM DE UM PLANO DE NEGÓCIOS DEVE SER OBJETIVA E CLARA PARA FACILITAR A COMPREENSÃO DOS LEITORES. ENTRE O VASTO GRUPO DE PESSOAS DO CHAMADO PÚBLICO-ALVO DO PLANO DE NEGÓCIOS, QUAL PESSOA NÃO CORRESPONDE A ESSE OBJETIVO? A) O gerente de uma cooperativa de crédito da sua região que você não conhece. B) Um funcionário de uma empresa concorrente que conhece bem o mercado. C) Uma investidora-anjo que, no momento, não possui capital disponível para investir em novas empresas. Ela foi apresentada a você há muito tempo por uma agência de fomento. D) Um funcionário de uma empresa que é cliente de longa data de um negócio concorrente. Você conseguiu o contato dele graças a uma pesquisa na internet. GABARITO 1. Estudamos a importância de um plano de negócios para o empreendedorismo. Assinale a opção que contém uma característica com influência comprovada no sucesso de uma nova empresa. A alternativa "D " está correta. Grande parte das novas empresas quebra nos primeiros anos de vida. Não basta ter uma boa ideia, alguns recursos ou mesmo um bom mercado para se atuar; afinal, cada um desses fatores pode (ou não) estar presente no início da trajetória de uma empresa bem-sucedida. A tomada de decisões de modo planejado e informado aumenta as chances de uma empresa ter sucesso. 2. A linguagem de um plano de negócios deve ser objetiva e clara para facilitar a compreensão dos leitores. Entre o vasto grupo de pessoas do chamado público-alvo do plano de negócios, qual pessoa não corresponde a esse objetivo? A alternativa "B " está correta. O plano de negócios descreve a essência completa dele. Não é saudável que uma empresa concorrente tenha acesso a tantas informações importantes sobre uma nova empresa que pretende disputar o mesmo grupo de clientes. MÓDULO 2 Formular um plano de negócios FORMULAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS Neste módulo, descreveremos o que um plano de negócios precisa frequentemente incluir. Não existe, contudo, um modelo rígido a ser seguido. O empreendedor deve adaptar a estrutura desse plano segundo as necessidades de sua organização. Fonte: Peshkova /Shutterstock EXEMPLO As necessidades de uma empresa de prestação de serviços digitais são muito diferentes das necessidades de outra que produz artigos agrícolas. O propósito da educação empreendedora é fornecer uma estrutura mínima que possibilite um entendimento completo acerca do novo negócio. Tendo isso em vista, o plano de negócios é dividido em seções temáticas que oferecem informações com objetividade, ainda que sem perder a alma da empresa. Na tabela a seguir, observamos uma proposta mínima de seções dentro de um plano do tipo: Seção 1 Sumário Executivo Seção 2 Dados do Empreendimento Seção 3 Ações de Sustentabilidade Seção 4 Análise de Mercado Seção 5 Estratégia de Marketing Seção 6 Plano Operacional Seção 7 Plano Financeiro Seção 8 Análise de Riscos Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela: Esboço mínimo de um plano de negócios. Descreveremos agora os objetivos de cada uma das oito seções, comentando suas particularidades de forma detalhada. 1. SUMÁRIO EXECUTIVO Trata-se da seção principal, ou seja, a essência de qualquer plano de negócios. Sumário é uma palavra formal que significa resumo. A ideia de ele ser executivo deriva do seguinte propósito: mostrar quais ações serão propostas no desenvolvimento do novo negócio. O SUMÁRIO EXECUTIVO DEVE SER INCLUÍDO SEMPRE, SEJA QUAL FOR A ÁREA DE ATUAÇÃO DA EMPRESA. Esta seção contém, de forma resumida, todas as informações mais importantes do plano de negócios que abordem tanto o estágio atual da empresa quanto o que se projeta dela para o futuro. Fonte: marvent/Shutterstock Quem ler o sumário executivo já terá uma noção geral da ideia empreendedora e dos aspectos gerenciais do negócio. Os seguintes pontos devem ser incluídos nesse sumário: DADOS GERAIS DO NEGÓCIO Descrição de produtos ou serviços ofertados aos clientes, definição do público-alvo (potenciais clientes) e localização do empreendimento. DADOS DOS EMPREENDEDORES Experiência profissional e atribuições de cada um dos fundadores, evidenciando como isso está relacionado com o desenvolvimento do negócio. MISSÃO E VISÃO Identificação dos valores que guiam o impulso empreendedor responsável pelas operações da empresa e do diferencial do produto ou serviço oferecido. O que os fundadores querem alcançar com sua empresa? Essa pergunta é fundamental; respondendo-a, o empreendedor não vai, ao longo do tempo, se desviar de suas ideias iniciais. Além disso, ela serve para seus funcionários poderem identificar facilmente qual é a missão da organização. FONTE DE RECURSOS FINANCEIROS Descrição da disponibilidade inicial de recursos e das despesas necessárias para o começo das operações. ATENÇÃO Muitas vezes, o sumário executivo será a única parte do plano que as pessoas terão tempo de ler. Por isso, sua missão é convencer o leitor do potencial e das vantagens competitivas da empresa. Ao desenvolvê-lo, tenha em mente a sugestão do poeta Carlos Drummond de Andrade: “Escrever é cortar palavras.” É importante ser sucinto e objetivo: como tempo do leitor é limitado, o empreendedor deve usá-lo da melhor forma possível. A qualidade do sumário executivo funciona como um sinal do profissionalismo dos empreendedores e da qualidade do documento como um todo. Em outras palavras, é uma isca que vai despertar a curiosidadede seu leitor para conhecer todo o plano de negócios. REFORÇANDO Na apresentação do plano de negócios de uma empresa a um investidor, não existe muito tempo disponível. Mesmo assim, deve-se falar de todas as características fundamentais do empreendimento. O que se deseja nesse encontro é convencer um investidor de que vale a pena colocar o dinheiro dele na sua empresa. Por fim, apesar de ser o coração do documento, o sumário executivo deve ser escrito por último, depois de todas as outras seções do plano terem sido preenchidas e revisadas – afinal, você deve saber como será o restante do documento antes de resumi-lo. DICA Em geral, três páginas são suficientes para apresentar todo o conteúdo do sumário executivo. DADOS DO EMPREENDIMENTO Nesta seção, o empreendedor conta um pouco da história da empresa. Nesse momento, ele tem a chance de explicar as razões que justificaram a escolha do nome da organização. Pode- se mostrar ainda a conexão entre as experiências de vida anteriores e a decisão de criar esse negócio. Algumas fotos, inclusive, podem ser anexadas desde que tenham relevância para história contada. É IMPORTANTE MENCIONAR NESSA OPORTUNIDADE COMO O NOVO EMPREENDIMENTO SE INSERE EM SEU SEGMENTO DE ATUAÇÃO. É FUNDAMENTAL AINDA SER HONESTO EM RELAÇÃO ÀS VANTAGENS E ÀS DESVANTAGENS PERANTE A CONCORRÊNCIA, DESCREVENDO AO MESMO TEMPO – E DE FORMA CLARA – O POTENCIAL DA EMPRESA. Em seguida, é necessário fornecer os detalhes sobre a operação principal da organização, ou seja, suas fontes de renda. O empreendedor, nesse contexto, apresenta as características principais de cada produto ou serviço oferecido. Mais uma vez, o texto tem a finalidade de mostrar a quem o estiver lendo o diferencial da nova empresa em relação aos concorrentes. Ofereceremos a seguir alguns exemplos de perguntas que devem ser respondidas nesta seção: Fonte: Suteren/Shutterstock Há quanto tempo os fundadores atuam nesse mercado? Fonte: Iakov Filimonov/Shutterstock Quem são os donos da empresa? Fonte: Krakenimages.com/Shutterstock Como é a distribuição da propriedade: todos os sócios têm a mesma fatia, ou são fatias diferentes? Fonte: fizkes/Shutterstock Como o produto ou serviço oferecido atende às necessidades dos clientes? Fonte: (KURATKO; FREDERICK; O’CONNOR, 2016) AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE Os compromissos sociais e ambientais devem ser cada vez mais incorporados à atividade empresarial. Atualmente, as mudanças climáticas, o desmatamento e a poluição dos recursos naturais compõem a lista de preocupações tanto de potenciais clientes quanto de investidores e instituições financeiras. Espera-se, portanto, que todas as empresas –seja qual for o tamanho delas –tenham um papel ativo na transição para o desenvolvimento sustentável. Nesta seção, os empreendedores têm a oportunidade de mostrar o anseio pela construção de um negócio sustentável. Sabe-se que as possibilidades de adotar práticas sustentáveis variam consideravelmente a depender da área de atuação da empresa. O objetivo principal em ações do tipo é que o empreendimento use a menor quantidade possível de recursos naturais, além de minimizar a geração de resíduos. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Modo de desenvolvimento capaz de atender às demandas da sociedade atual sem prejudicar as necessidades das gerações futuras. Ao mesmo tempo, não se deixa de lado os objetivos de desenvolvimento econômico e social. Existe também a preocupação com a saúde e o bem-estar dos colaboradores tanto da empresa quanto de toda sua cadeia produtiva (desde os fornecedores até os representantes comerciais). O empreendedor, desse modo, precisa se esforçar para medir o impacto de sua empresa na comunidade local e no meio ambiente. Há ainda práticas negativas que devem ser evitadas. Nas grandes empresas que adquirem insumos em países que não oferecem condições mínimas de trabalho a seus funcionários, o produto delas ganha uma vantagem de custo ao se apoiar em condições de trabalho degradantes. EXEMPLO Na década de 1990, a Nike foi acusada de adquirir insumos de fornecedores que colocavam crianças para trabalhar até dezesseis horas por dia nos sete dias da semana. Trata-se da “escravidão moderna” que as organizações responsáveis tentam evitar. Não basta mais à empresa ser cuidadosa no trato com seus funcionários: também é necessário evitar a contratação de serviços ou a compra de produtos de fornecedores que desrespeitam as regras do desenvolvimento sustentável. SAIBA MAIS A entidade KnowTheChain produz relatórios sobre empresas em países pobres que fornecem produtos para grandes companhias. Ela produz um ranking que informa as condições dos fornecedores de diversas companhias: isso influencia o mercado consumidor e, portanto, afeta as decisões de gestores e investidores. Afinal, ninguém quer comprar uma roupa feita graças ao trabalho escravo no Sudeste Asiático. ANÁLISE DE MERCADO Seu objetivo é organizar o entendimento do empreendedor sobre o mercado no qual pretende atuar. Só é possível fazer uma boa análise dele depois de muita pesquisa para coletar informações sobre potenciais clientes, concorrentes e fornecedores. DICA A expressão segmento de mercado indica um conjunto de clientes (pessoas ou empresas) com características parecidas. A ideia de dividir potenciais clientes em grupos ajuda o empreendedor a entender as demandas específicas de cada um. Além disso, é fundamental calcular o tamanho de cada grupo, ou seja, o número estimado de clientes em cada segmento. Listaremos a seguir algumas características que a separação pode levar em consideração: Fonte: veronawinner/Shutterstock RENDA DOS CLIENTES: Poder de compra alto, médio ou baixo. Fonte: The Leon King/Shutterstock LOCALIZAÇÃO DA MORADIA: Pode ser dividida em estado, região, cidade ou bairro. Fonte: pambudi/Shutterstock DADOS DEMOGRÁFICOS: Faixa etária, gênero, estado civil e outras características que afetam o perfil de consumo. Fonte: stDesign21/Shutterstock HÁBITO DE COMPRA: Tem relação com as características do comportamento do consumidor. Fonte: Autor/Shutterstock TAMANHO DE CLIENTES EMPRESARIAIS: Ele é separado em micro, pequenas, médias e grandes empresas. Uma organização pode vender não apenas para consumidores típicos (indivíduos), mas também para outras empresas. Por isso, é necessário conhecer seus perfis. Em geral, o objetivo mais importante inclui duas ações: descrever quem são os clientes de cada produto ou serviço e desenvolver uma lista dos possíveis motivos de compra. Pode-se pensar da seguinte maneira: o cliente não adquire um produto ou serviço; na verdade, ele atende a algum desejo ou necessidade por meio dessa aquisição. Revela-se mais importante, portanto, entender tais desejos e necessidades (os motivos da compra) que a própria demanda por um produto. EXEMPLO Com o lançamento de livros eletrônicos, diversas pessoas deixaram de comprar os impressos, mas isso não significa que houve uma diminuição no interesse pela leitura. Afinal, os consumidores adquirem o mesmo conteúdo (o texto escrito) em formato diferente. Observemos a diferença em uma situação hipotética na qual as pessoas comprassem uma quantidade menor de livros por realmente estarem menos interessadas em leitura. Elas agora só querem ir, por exemplo, ao cinema. A resposta das empresas do setor para essa hipótese seria diferente, pois, neste caso, não adianta mudar o formato do livro. Em suma: é mais importante entender a motivação do consumidor (leitura) que a demanda por um objeto específico (livros impressos). Também é necessário estudar a situação da concorrência: pelo que é possível saber, como as empresas concorrentes podem reagir à chegada de uma nova empresa no mercado? Trata- se, enfim, de uma tentativa de entender a situação financeira e operacional de seus competidores diretos. Os concorrentes têm a capacidade de aumentar sua produção? Ou eles têm margem (gordura) em seu preço para fazer descontos e não perdera base de clientes deles? Não basta observar a atuação de empresas já instaladas no mercado: é necessário estudá-las para entender sua capacidade de reação. Por fim, deve-se compreender o mercado fornecedor, que pode ser formado por pessoas ou empresas. Fornecedores abastecem o empreendimento com equipamentos, materiais ou serviços que fazem parte do processo de produção. Nesse momento, os empreendedores podem coletar informações de: Contato. Qualidade de produto. Preço. Condições de pagamento. Localização. Quantidade mínima. Prazo de entrega de produtos ou serviços fornecidos. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal O conhecimento coletado e sistematizado nessa seção vai influenciar na criação de outras estratégias dentro da empresa, como a estratégia de marketing e o plano operacional, que vamos descrever agora. Fonte: 13_Phunkod /Shutterstock ESTRATÉGIA DE MARKETING Esta seção descreve de que maneira o empreendimento faz a oferta de seus produtos ou serviços. As ações propostas, neste momento, têm como guia as necessidades e o comportamento dos clientes, devendo listar os métodos de comercialização. EXEMPLO Vendas diretas ou por um canal de revendedores. AS PERGUNTAS PRINCIPAIS A SEREM FEITAS NA ESTRATÉGIA DE MARKETING SÃO ESTAS: PERGUNTA 1 PERGUNTA 2 Como o cliente tomará conhecimento dos produtos ou serviços oferecidos pela sua empresa? Como ele será conquistado e fidelizado (continuará sendo um cliente)? Suas respostas surgem graças à descrição das estratégias de propaganda, merchandising e relações públicas da empresa. A construção da política de preços leva em consideração aqueles praticados no mercado, ou seja, o preço cobrado pelas empresas concorrentes. É uma estratégia que também analisa os diferenciais do produto ou serviço oferecido. Considerando suas vantagens ou desvantagens em relação ao que já é oferecido no mercado, o preço pode ficar acima ou abaixo da concorrência. Além disso, a demanda tem o potencial para variar de acordo com o período do ano. Cabe destacar que as receitas da empresa dependem diretamente da política de preços e da projeção de vendas (estimativa conservadora que considera a demanda real pelo produto ou serviço, a capacidade de produção e a logística de venda). Ou seja, eles constituem pontos decisivos para o resultado (lucro ou prejuízo, que é um dos indicadores financeiros principais do empreendimento. MERCHANDISING Conjunto de estratégias pela informação e apresentação de produtos ou serviços do empreendimento nos pontos de venda. Seu objetivo é influenciar a decisão de compra por parte dos clientes. PERÍODO DO ANO No inverno, os consumidores compram mais determinado produto ou serviço por conta do frio. LUCRO OU PREJUÍZO De maneira simplificada, o lucro é a diferença entre a receita total da empresa e todos os seus custos. Se essa diferença é negativa (ou seja, os custos são maiores que a receita), a empresa tem prejuízo. PLANO OPERACIONAL Esta seção organiza de que forma a empresa vai comercializar seus produtos ou serviços. O plano operacional planeja, desse modo, o dia a dia de uma organização, descrevendo as etapas de desenvolvimento, produção, venda e entrega. Ele ainda lista os equipamentos e materiais utilizados, assim como a quantidade de pessoas empregadas em cada etapa e de tempo gasto em cada uma delas. Fonte: Flamingo Images /Shutterstock O empreendedor deve descrever nesta seção a capacidade instalada, ou seja, a quantidade máxima que a empresa pode produzir, vender ou prestar serviços em determinado período. Essa capacidade é especialmente influenciada por estes fatores: Número e preparo de funcionários. Produtividade dos equipamentos. Disponibilidade dos fornecedores. Capacidade de distribuição e armazenamento. Esta seção também deve apresentar o layout ou arranjo físico (distribuição de pessoas, setores, móveis e equipamentos no espaço). Se for possível, será importante desenhar uma planta baixa do local de operação da empresa. PLANTA BAIXA Desenho de uma construção feito, em geral, a partir de um corte horizontal na altura de 1,5m a partir da base. Trata-se de um diagrama dos relacionamentos entre salas, espaços e outros aspectos físicos em um nível de uma estrutura. Devem estar detalhadas em escala na planta baixa as medidas das paredes (comprimento e espessura), as portas, as janelas, o nome de cada ambiente e seu respectivo nível. O PLANO OPERACIONAL TAMBÉM DESCREVE A ESTRATÉGIA DE RECURSOS HUMANOS, RESPONDENDO ÀS SEGUINTES PERGUNTAS: PERGUNTA 1 PERGUNTA 2 Quais serão as posições de trabalho em toda a empresa? Quais são as qualificações necessárias para o que o futuro funcionário execute bem suas tarefas? Ao planejar o perfil da equipe que a empresa precisa, o empreendedor consegue delinear critérios claros e objetivos na etapa de seleção da futuros funcionários. Devemos destacar a importância desses itens. Afinal, uma organização pode ter dificuldade por elaborar a disposição de seu espaço de trabalho de maneira inadequada ou por não prestar atenção a características importantes dos candidatos a uma vaga: Fonte: Stokkete/shutterstock É importante ter uma visão ampla sobre tais questões para assegurar que esses detalhes serão considerados. PLANO FINANCEIRO Esta seção apresenta o resultado financeiro esperado a partir da aplicação do próprio plano de negócios. Em números, valores e custos, o plano financeiro de uma empresa deve apresentar todo o capital (dinheiro) a ser investido nos primeiros três anos de operação dela. Listaremos a seguir os investimentos de implantação de um novo negócio: A) INVESTIMENTOS FIXOS Exemplos: custo total de todos os imóveis e veículos ou equipamentos a serem comprados ou alugados para o começo das operações da empresa. B) INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS Exemplos: reformas num imóvel e custos de registro da empresa nos órgãos competentes. C) CAPITAL DE GIRO Exemplos: recursos financeiros para vendas a prazo e pagamentos a fornecedores. D) DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS Trata-se de um dos pontos mais importantes do planejamento financeiro da empresa. Suas receitas e despesas são comparadas com o objetivo de estimar se a organização irá operar com lucro ou prejuízo. Três conceitos são fundamentais para este tipo de investimento: PONTO DE EQUILÍBRIO Nível de faturamento (receitas) mínimo para que uma empresa não tenha resultado negativo (prejuízo). PRAZO DE RETORNO DO INVESTIMENTO Tempo necessário para o empreendedor ou investidor recuperar o capital (dinheiro) investido numa empresa. LUCRATIVIDADE Relação (quociente) entre lucro e receita bruta total, ou seja, a receita (sem subtrair impostos ou outros descontos de contabilidade). ANÁLISE DE RISCOS (CENÁRIOS) O empreendedor precisa levar em consideração que os riscos fazem parte de qualquer atividade empreendedora. O risco está presente na vida de todas as empresas, sendo um fator particularmente importante para empreendedores que estão experimentando algo parcialmente novo. Prever ou administrar tais riscos pode garantir a sobrevivência do negócio em cenários não favoráveis. Ele é mais um exercício de reflexão que analisa possíveis situações (desde a mais provável até a menos provável de acontecer). Conheceremos a seguir algumas situações imaginadas na análise de riscos: RESULTADOS PESSIMISTAS Há formas de se prevenir desses choques negativos no negócio? Existem caminhos alternativos caso uma situação dessas aconteça, ou seja, um plano B? Exemplo Uma forte queda nas vendas, ou um aumento repentino nos custos de matérias-primas ou fornecedores. RESULTADOS OTIMISTAS Este tipo de resultado ocorre quando as receitas são maiores que o esperado, os custos são mais baixos. Pode ser considerado uma oportunidade de tirar ganhos ainda mais vultuosos diante de situações favoráveis, como, por exemplo, uma empresa concorrente ter desistido de atuar nesse mercado, e talvez investir parater uma proteção financeira em caso de cenários adversos no futuro. Faremos neste vídeo um esboço mínimo de um plano de negócios. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SUMÁRIO EXECUTIVO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS E SEU PAPEL NA VIABILIDADE DO NOVO NEGÓCIO. ASSINALE UM ERRO NA CONSTRUÇÃO DO SUMÁRIO EXECUTIVO. A) Usar a linguagem mais simples possível para que qualquer leitor entenda a proposta do empreendimento. B) Escolher um texto que seja atraente e desperte a curiosidade do leitor. C) Apresentar diversos exemplos para descrever os objetivos da empresa com o propósito de explicar os mesmos conceitos de várias maneiras. D) Demonstrar as vantagens e as desvantagens do produto ou do serviço oferecido pela empresa. 2. FALAMOS NESTE MÓDULO SOBRE A ANÁLISE DE RISCO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PLANEJAMENTO DO NEGÓCIO. APONTE A SEGUIR A ALTERNATIVA INCORRETA SOBRE O EXERCÍCIO DE CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS. A) Quando ocorre um cenário otimista, este é o melhor dos mundos, porque o empreendedor não precisa tomar nenhuma atitude: basta apenas seguir com as ações planejadas. B) Para se prevenir de cenários pessimistas, o empreendedor deve apresentar caminhos alternativos para minimizar os impactos negativos. C) As situações favoráveis de um cenário pessimista também são desafiadoras, já que o empreendedor deverá fazer uma nova leitura do mercado e implementar outra estratégia. D) Uma catástrofe ou um desastre natural pode ser um exemplo de cenário pessimista quando ocorre uma queda repentina nas vendas de um produto ou serviço. GABARITO 1. Estudamos as características gerais do sumário executivo de um plano de negócios e seu papel na viabilidade do novo negócio. Assinale um erro na construção do sumário executivo. A alternativa "C " está correta. A linguagem do sumário precisa ser resumida e objetiva. Não se deve deixar o texto muito carregado com ideias que tenham o mesmo significado. 2. Falamos neste módulo sobre a análise de risco e sua importância para o planejamento do negócio. Aponte a seguir a alternativa incorreta sobre o exercício de construção de cenários. A alternativa "A " está correta. O acontecimento de um cenário otimista é realmente o melhor dos mundos, mas isso significa que o empreendedor deve rever suas estratégias para tirar ganhos ainda maiores nessa situação. MÓDULO 3 Aplicar um plano de negócios PRIMEIRAS PALAVRAS Como falamos anteriormente, uma das principais vantagens do plano de negócios é servir como uma base para a gestão de uma empresa. Trata-se de uma ferramenta versátil, servindo como cartão de visitas do empreendimento, o que é extremamente útil para captar recursos e clientes. Essa ideia vai ser desenvolvida com mais detalhes na primeira seção deste módulo. Esse plano também permite que o empreendedor faça o exame para saber se a operação da empresa vai bem ou não. Ele pode até mesmo descobrir que um problema dessa operação provém de erros na formulação do próprio plano de negócios. Esses atributos da aplicação do plano de negócios serão discutidos de forma detalhada na segunda seção deste módulo. Fonte: mojo cp /Shutterstock O PLANO DE NEGÓCIOS COMO FERRAMENTA DE VENDA O plano de negócios funciona como um armazém de informações sobre a empresa. Dessa maneira, o empreendedor pode selecionar as que deseja utilizar em qualquer ocasião. Nesse plano, estão descritos os diferenciais da empresa, ou seja, as informações com mais capacidade para convencer o público-alvo das potencialidades do negócio. Fonte: GaudiLab /Shutterstock ATENÇÃO Um armazém precisa ser organizado! O plano de negócios, bem como suas fontes de dados, não pode simplesmente “empilhar” informações que depois ninguém conseguirá encontrar. Devemos nos lembrar sempre de uma importante observação de Yuval Harari sobre o desenvolvimento da linguagem escrita: a biblioteconomia é tão importante quanto a literatura. Não adianta compilar diversos registros escritos se não for possível recuperá-los rapidamente. Isso já era considerado importante na feitura dos pergaminhos de milênios atrás – e ainda é fundamental no mundo atual, que conta com um grande volume de dados. BIBLIOTECONOMIA Área responsável pelo estudo de práticas, perspectivas e aplicações de métodos de representação, assim como de gestão da informação e do conhecimento, em diferentes ambientes de informação, como, por exemplo, bibliotecas e centros de documentação e de pesquisa. Uma empresa pode ter dificuldade para apresentar seu plano de negócios por circularem tanto diferentes versões dele – que pode sofrer ajustes ao longo do tempo – quanto outros documentos de apoio, como planilhas de dados, em vários e-mails enviados para diferentes pessoas envolvidas no processo. Será difícil, em caso de necessidade, encontrar um material específico meses depois, pois ele estará perdido em meio a muitas mensagens. É ESSENCIAL TER UMA BOA GESTÃO DA INFORMAÇÃO. ELEVATOR PITCH (OU ELEVATOR SPEECH) Constituindo uma forma rápida e breve de apresentação, o elevator pitch pode ser traduzido como “papo de elevador”. Ele tem origem na ideia de que o empreendedor precisa vender sua ideia no tempo que elevador demora para chegar ao andar de destino. Fonte: Suteren /Shutterstock Não constitui uma tarefa fácil resumir tantas informações importantes num período curto (30 a 120 segundos). São recomendados treinos e ensaios para aprender essa habilidade de venda. Uma ideia brilhante não se vende sozinha. POR ISSO, O ESFORÇO NO PLANEJAMENTO E A ORGANIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS SÃO FUNDAMENTAIS NO EMPREENDEDORISMO. A figura a seguir apresenta diferentes mecanismos de venda de uma empresa em comparação com as informações presentes no plano de negócios. Justamente na base da pirâmide (o alicerce), está representado esse plano. Fonte: HADZIMA, 2002 Mecanismos de venda do empreendimento Dornelas (2018) sugere algumas perguntas que podem guiar o elevator pitch: ? Em que oportunidade o empreendimento se concentrará? Quais fatores motivam a decisão dos fundadores para começar esse negócio? ? ? Qual é o tempo necessário para a implementação do negócio? Quais são os principais resultados que serão obtidos? ? ? Quais são os apoiadores principais? Quais são os custos envolvidos no empreendimento? ? Fonte: GaudiLab /Shutterstock O PLANO DE NEGÓCIOS COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO Como falamos anteriormente, o plano de negócios é uma ferramenta de gestão da empresa. O empreendedor a utiliza antes, durante e depois do início de suas operações. A EQUIPE DA ORGANIZAÇÃO DEVE TER ACESSO E CONHECIMENTO DO DOCUMENTO COMO UM TODO. O PLANEJAMENTO DE AÇÕES, POR SUA VEZ, TEM SUAS LIMITAÇÕES; AFINAL, O FUTURO SEMPRE É INCERTO. O plano de negócios não é um documento rígido, devendo ser atualizado ao longo do tempo. Uma revisão periódica (semestral ou anual) do plano serve para monitorar a situação da empresa de acordo com as metas previstas e as estimativas de receitas e despesas. SEGUNDO DORNELAS (2018), PODEM SER FEITAS, NESTE MOMENTO, AS SEGUINTES PERGUNTAS: PERGUNTA 1 PERGUNTA 2 Os clientes chegaram como se esperava? As vendas aconteceram conforme a expectativa inicial? Ferramentais visuais são bastante úteis para auxiliar na execução das metas da empresa. A figura a seguir ilustra uma ferramenta simples: o gráfico de Gantt. Ele é valioso para acompanhar a implementação do negócio ao longo do tempo. Fonte: YDUQS/2020 Figura: Exemplo ilustrativo do gráfico de Gantt. A figura mostra o período em que cada tarefa deve ser realizada. EXEMPLO A tarefa 1 deve ser implementada nas duas primeiras semanas. Já a 2 precisa começar na terceira semana e acabar na sétima – e assim por diante. O gráfico de Gantt ajuda o empreendedor e sua equipe a não perderem o foco das metas, além de possibilitar correções nelas, de acordo com as mudanças de contexto observadas no mercado. Observaremos a seguir alguns motivos que justificam as mudanças no plano denegócios: Mudanças de regimes fiscais: Necessidade de financiamento adicional: Alterações nas alíquotas de imposto (níveis maiores de receita geram diferentes obrigações tributárias). O plano precisa refletir essa nova necessidade. Mudanças no mercado: Lançamento de um novo produto ou serviço: Qualquer alteração na base de clientes e de empresas concorrentes. O plano pode mostrar a viabilidade e o custo de implementar essa nova decisão. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Exemplificaremos neste vídeo a utilização do plano de negócios como ferramenta de vendas e de gerenciamento. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS O PAPEL DO PLANO DE NEGÓCIOS COMO MECANISMO DE VENDA DO EMPREENDIMENTO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A UMA BOA PRÁTICA DESSE MECANISMO. A) Destacar os pontos em que a concorrência falha com os clientes. B) Deixar a intuição e o instinto empreendedor fluírem. C) Usar o discurso do elevador. D) Escrever um texto usando a técnica do guardanapo. 2. RESSALTAMOS NESTE MÓDULO A NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS. SOBRE A PERIODICIDADE DA REVISÃO DESSE PLANO, É CORRETO AFIRMAR QUE ELA: A) Deve acontece sempre que houver alguma mudança nas condições de mercado. B) Precisa ocorrer depois de cinco anos de operação. C) Deve ocorrer a cada semestre ou a cada ano. D) Precisa acontecer a cada quinzena ou a cada mês. GABARITO 1. Estudamos o papel do plano de negócios como mecanismo de venda do empreendimento. Assinale a alternativa que corresponde a uma boa prática desse mecanismo. A alternativa "C " está correta. O discurso do elevador é uma técnica curta que, de forma resumida, utiliza as informações convincentes desenvolvidas no plano de negócios. 2. Ressaltamos neste módulo a necessidade de atualização do plano de negócios. Sobre a periodicidade da revisão desse plano, é correto afirmar que ela: A alternativa "C " está correta. Alterações muito constantes no plano de negócios podem ser um sinal de que o documento foi mal construído. Por isso, é importante o empreendedor seguir um caminho intermediário de acordo com as boas práticas. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Os empreendedores têm como característica comum possuir uma energia e uma criatividade que querem ser transformadas em algo concreto: um negócio. Para que isso aconteça, é preciso haver muita disciplina, reflexão e pesquisa na construção de um plano de negócios. Por conta disso, destacamos neste tema a importância do plano de negócios para o empreendedorismo, explicando de que forma ele pode ser aplicado. Em seguida, descrevemos seus principais pontos. O planejamento é certamente o lado menos sedutor da atividade empreendedora, exigindo horas de dedicação para se escrever e organizar seus objetivos e metas. A experiência dos empreendedores e o estudo da estratégia de negócios mostram, contudo, que ninguém constrói uma empresa de sucesso sem ele. Definitivamente, trabalhar em sua garagem não basta. FALA MESTRE Riscos de Empreender Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, fala sobre a relação entre empreendedorismo e riscos envolvidos no processo empreendedor. Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, fala sobre a relação entre empreendedorismo e riscos envolvidos no processo empreendedor. O Valor do Fracasso Sinopse: Paulo Moll Geo da Rede D’or São Luiz fala aponta a cultura brasileira precisa aprender a valorizar a experiência oriunda da falência. O fracasso de um processo de empreendimento se traduz em um precioso aprendizado para o empreendedor aplicar em empreendimentos futuros. Um empreendedor que já fracassou deve ser visto como um experiente e não como alguém que deva desistir. Sinopse: Paulo Moll Geo da Rede D’or São Luiz fala aponta a cultura brasileira precisa aprender a valorizar a experiência oriunda da falência. O fracasso de um processo de empreendimento se traduz em um precioso aprendizado para o empreendedor aplicar em empreendimentos futuros. Um empreendedor que já fracassou deve ser visto como um experiente e não como alguém que deva desistir. Empreendedorismo, Educação e Capital Sinopse: Marília Rocca, CEO do grupo Hinode destaca a importância da educação e do acesso ao capital para se construir novos empreendedores. Sinopse: Marília Rocca, CEO do grupo Hinode destaca a importância da educação e do acesso ao capital para se construir novos empreendedores. Cidadania e Empreendedorismo Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, aponta que a cidadania e a construção de um maior senso de coletivo no Brasil incentivam o empreendedorismo, empreendedores buscam fazer algo de valor para a sociedade. Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, aponta que a cidadania e a construção de um maior senso de coletivo no Brasil incentivam o empreendedorismo, empreendedores buscam fazer algo de valor para a sociedade. REFERÊNCIAS AULET, B. Disciplined entrepreneurship: 24 steps to a successful startup. Hooboken/NJ: John Wiley & Sons, 2013. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 7. ed. São Paulo: Empreende, 2018. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. HADZIMA, J. G. Nuts and bolts of business plans. Boston: Massachusetts Institute of Technology, 2002. HARARI, Y. Uma breve história da humanidade. São Paulo: L&PM, 2015. HASHIMOTO, M.; LOPES, R. M. A.; ANDREASSI, T; NASSIF, V. M. J. Práticas de empreendedorismo: casos e planos de negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. HONIG, B. Entrepreneurship education: toward a model of contingency-based business planning. In: Academy of management learning and education. v. 3. n. 3. 2004. p. 258–273. KURATKO, D. F; FREDERICK, H.; O’CONNOR, A. Entrepreneurship: theory, process, practice. 4. ed. Sydney: Cengage Learning Australia, 2016. EXPLORE+ Consulte o site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em todos os estados brasileiros, os empreendedores podem contar com a assessoria de uma agência de fomento para o empreendedorismo. Em sua página virtual, há diversos materiais gratuitos disponíveis, assim como a possibilidade de um atendimento mais personalizado propiciado pela equipe especializada do Sebrae. Para ganhar ainda mais intimidade com a teoria e as técnicas que envolvem a elaboração e a implementação de um plano de negócios, conheça alguns exemplos concretos e estudos de casos (com entrevistas de empreendedores de sucesso) neste livro: HASHIMOTO, M.; LOPES, R. M. A.; ANDREASSI, T; NASSIF, V. M. J. Práticas de empreendedorismo: casos e planos de negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. CONTEUDISTA Ugo Medrado Corrêa CURRÍCULO LATTES < DESCRIÇÃO Descrição do conceito de inovação e dos exemplos ilustrativos de sua categorização, além dos aspectos relativos a equipes inovadoras e das medidas de avaliação de processos de inovação. PROPÓSITO Compreender o conceito de inovação e suas classificações, assim como as etapas do processo e as práticas de gestão de equipes e de avaliação, para o entendimento de sua importância estratégica no contexto das organizações. PREPARAÇÃO Tenha papel e lápis à mão para acompanhar a leitura deste tema. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever o conceito de inovação e seu desenvolvimento nas organizações MÓDULO 2 Identificar características de uma equipe inovadora e medidas de avaliação de desempenho INTRODUÇÃO De maneira geral, o que é uma inovação? Trata-se de um fenômeno relacionado ao progresso e à geração de riquezas na sociedade. A inovação, portanto, definitivamente está no coração das atividades contemporâneas modernas, sendo o motor de nossa sociedade. Em muitas ocasiões, ela até personifica a transformação de problemas em soluções. Entretanto, a inovação é um processo complexo, já que envolve um esforço de gestão contínuo com resultadoscujo sucesso pode ser alto ou baixo. Inspiração e criatividade, afinal, não são suficientes para uma ideia transformar-se em inovação. É necessário que o espírito empreendedor lidere um processo longo e arriscado. Por esse motivo, é importante ter como referência os estudos e as boas práticas nessa área. Tendo em vista essas observações, inicialmente descreveremos neste tema o que é uma inovação, estabelecendo quais são suas características principais. Também falaremos sobre as diferenças e as semelhanças existentes entre as inovações e as invenções. Em seguida, listaremos diversos exemplos de tipos de inovação, mostrando como eles podem ser categorizados. Dando continuidade ao tópico, ainda abordaremos os pontos principais do desenvolvimento dela dentro de uma organização. Por fim, descreveremos os aspectos fundamentais de gestão de equipes inovadoras, bem como as medidas de avaliação ao longo do tempo do processo de inovação nas organizações. MÓDULO 1 Descrever o conceito de inovação e seu desenvolvimento nas organizações INVENÇÃO E INOVAÇÃO: RELAÇÃO E DIFERENÇAS Para começarmos nosso estudo, precisamos saber o que é considerado uma inovação. Nesse sentido, será importante discutirmos a relação e a diferença entre invenção e inovação. INVENÇÃO A invenção é o resultado de uma ação de criação, da concepção de algo novo, seja um objeto concreto ou mesmo uma ideia teórica. Em outras palavras, pode-se inventar uma nova forma de se construir física ou mentalmente alguma coisa. Contudo, nem sempre uma invenção torna-se uma inovação. Por isso, destacaremos a seguir o exemplo de uma invenção que, só depois de muitos séculos, pôde ser considerada uma inovação. O italiano Leonardo Da Vinci (pintor da clássica pintura mundialmente conhecida como Mona Lisa ) também era um grande inventor. No distante século XV, ele criou desenhos de objetos voadores muito parecidos com o que, hoje em dia, é conhecido como um helicóptero. Veja as figuras a seguir para compará-los: Da Vinci foi a primeira pessoa a ter a ideia do que seria um helicóptero, mas não foi o criador da primeira fábrica que o produzia. Ou seja, o famoso pintor é considerado o inventor do helicóptero, e não a pessoa inovadora responsável por produzi-los e vendê-los pela primeira vez. INOVAÇÃO Uma invenção torna-se uma inovação quando passa a gerar valor econômico e/ou social. Fonte: Nikodash/shutterstock Uma inovação é algo novo que passa a fazer parte da vida das pessoas e das empresas. Do ponto de vista empresarial, ela é introduzida no mercado durante o processo de produção de um produto ou serviço vendido aos consumidores. O produto inovador surge, por exemplo, quando o helicóptero moderno inspirado no desenho de Da Vinci passa a ser produzido e comercializado. Vale destacar que nem todas as invenções – inclusive as de Da Vinci – tornaram-se inovações. UM CONCEITO RESUMIDO DE INOVAÇÃO Segundo Tidd e Bessant (2009), inovação é o processo de transformar ideias em realidade, obtendo ganhos por meio desse processo e impactando o mercado e a sociedade. O pulo do gato de uma inovação é saber identificar conexões, ver oportunidades e, por fim, obter ganhos como resultado disso. Fonte: Vlad Kochelaevskiy/shutterstock Já observamos ao longo de nossas vidas como novas tecnologias têm o potencial de provocar mudanças radicais. Porém, apesar do consenso em torno do assunto, uma ideia ou um objeto inovador não é necessariamente a consequência do uso de uma nova tecnologia sofisticada. Afinal, a revisão de um processo de produção bem estabelecido pode gerar práticas inovadoras de alto impacto. Isso não significa, no entanto, que uma inovação possa surgir apenas da sorte ou do acaso. Uma grande inspiração ou criatividade não será suficiente para esse processo poder se desenvolver. Como falaremos mais adiante, inovações são o resultado de muito trabalho, de reflexão sobre estratégias e de enfrentamento de riscos. VOCÊ CONHECE UM EXEMPLO BRASILEIRO DE INOVAÇÃO DE SUCESSO? RESPOSTA Fonte: rocharibeiro/shutterstock Atualmente encontrado em qualquer supermercado, o pão de queijo congelado é considerado um caso de sucesso. Esse produto inovador nasceu da transformação de uma receita tradicionalmente caseira de Minas Gerais em um item industrializado. Nos anos 1990, foi criada uma massa de pão de queijo que, após ser congelada, mantinha o mesmo gosto e sabor da receita mineira de sempre quando era assada. Esse processo aconteceu graças à parceria entre uma universidade mineira e os empreendedores locais. TIPOS DE INOVAÇÃO Apontaremos agora os caminhos diversos que uma inovação pode trilhar. Para isso, ofereceremos alguns exemplos concretos de sua aplicação. Fonte: NYC Russ/Shutterstock NOVO PRODUTO Um produto é um objeto material que tenha sido fabricado. Trata-se, em suma, do resultado de uma produção industrial que será vendido aos consumidores. Exemplo: Iphone (2007). Em um passado não muito distante, o mercado de celulares smartphones era dominado por modelos com teclados físicos. A empresa norte-americana Apple inovou ao trazer um dispositivo com tela sensível ao toque, dispensando, assim, a grande quantidade de botões físicos. O mercado de celulares nunca mais foi o mesmo depois do lançamento do iPhone. Fonte: Ascannio/Shutterstock NOVO SERVIÇO Um serviço é alguma atividade feita para atender à necessidade do consumidor. Ele não se trata de um objeto físico, e sim de algo não material que é servido ao cliente. Exemplo: Nubank (2013). A empresa de serviços financeiros inovou ao criar um cartão de crédito que juntava tecnologia e prioridade dada ao consumidor. Gerenciado exclusivamente por um aplicativo de celular, o cartão tornou-se um sucesso no Brasil. Sem as altas taxas de anuidade cobradas pelos concorrentes na época de seu lançamento e com um atendimento realizado por meio de mensagens, a empresa conquistou milhões de clientes. Fonte: msm clicks/Shutterstock NOVO PROCESSO Exemplo: Toyota (1970). A montadora de automóveis inovou ao criar seu processo de gerenciamento da produção. O esforço da empresa era para produzir somente o necessário e no tempo devido para tal (just in time ). Seu objetivo era evitar desperdícios e organizar a produção. Graças a isso, foi possível aumentar a produtividade e a eficiência da montadora. Fonte: Varavin88/Shutterstock NOVO MODELO DE NEGÓCIOS Um modelo de negócios é a maneira que uma empresa encontra para ser rentável, ou seja, conseguir faturamento. Trata-se do mecanismo pelo qual ela cria, entrega e captura valor para os clientes. Exemplo: Tinder (2012). O aplicativo de celular voltado para relacionamentos inovou ao usar a localização dos usuários para conectar pessoas desconhecidas. O modelo de negócios inovador da empresa oferece vantagens por assinatura, como, por exemplo, oferecer ao usuário mais facilidades para encontrar seu par. Fonte: Sean Locke Photography/Shutterstock NOVO POSICIONAMENTO Ele indica o reposicionamento de mercado de um produto, de um serviço ou de uma marca como um todo. Isso significa provocar uma mudança de percepção dos consumidores em relação ao valor ou à utilidade de um produto ou de um serviço já estabelecido. Exemplo: Häagen-Dazs (1959). A fábrica de sorvetes de Nova York passava por dificuldades para competir com grandes fabricantes da iguaria. Desse modo, seus fundadores resolveram inovar ao reposicionarem seus sorvetes como um produto de luxo (premium ) voltado para adultos. Fonte: John Dvorak/Shutterstock INOVAÇÃO SOCIAL Uma inovação social é uma ação direcionada a resolver ou enfrentar problemas da sociedade. Ela, dessa forma, aponta estratégias ou soluções capazes de criar valor para a coletividade. Exemplo: Bike Anjo (2010). Plataforma que cria e conecta uma comunidade de ciclistas voluntários, a Bike Anjo ajuda aqueles considerados novatos a adotar o estilo de vida da bicicleta. O objetivo do grupo é apresentar uma alternativa sobre duas ruas para o problemade transporte nas cidades. CATEGORIAS DE INOVAÇÃO As categorias de inovação são outra classificação importante em relação aos tipos de inovações. Elas estão relacionadas ao impacto de cada inovação. Cada tipo pode ser classificado em uma categoria. Apontaremos a seguir quais são as principais inovações: INOVAÇÃO DISRUPTIVA Uma disrupção acontece quando há uma interrupção no curso normal de alguma coisa. Em outras palavras, ela é uma inovação que transforma radicalmente um mercado, substituindo seus competidores por uma solução mais acessível, conveniente e simples. O que era anteriormente oferecido no mercado torna-se obsoleto, não consegue competir com seus concorrentes e praticamente desaparece. O lançamento do iPhone, por exemplo, foi disruptivo. INOVAÇÃO INCREMENTAL Oferece uma melhoria a uma solução que já existe, mas não provoca mudança radical. Em geral, a inovação incremental acontece quando uma empresa que já atua no mercado promove uma melhoria gradual em sua solução. Como exemplo, podemos pensar nos medicamentos de combate ao HIV: originalmente, eles precisavam ser mantidos em refrigeração, mas uma inovação incremental dispensou essa necessidade. Não se trata da criação de um novo medicamento, e sim de algo extremamente importante em termos de distribuição e armazenamento, especialmente nos países africanos com alta incidência do vírus e problemas de logística. INOVAÇÃO LATERAL Ela acontece quando uma empresa aproveita em seu setor de atuação uma inovação que já foi implementada em outro mercado. Isso ocorre com frequência em pesquisa médica: um medicamento para uma doença pode, anos depois, mostrar-se útil para o tratamento de outros problemas. O DESENVOLVIMENTO DE UMA INOVAÇÃO Fonte: Rawpixel.com/shutterstock Como falamos anteriormente, a inovação é o resultado de muito trabalho, dedicação e espírito empreendedor. Esse processo pode ser facilitado por ações voltadas para uma gestão criteriosa de dados, recursos financeiros e equipes dentro de uma organização. Desenvolveremos essas ideias a seguir, assim como no segundo módulo. POR QUE É IMPORTANTE INOVAR? AS INOVAÇÕES SÃO FATOR-CHAVE PARA O CRESCIMENTO E A SOBREVIVÊNCIA DE UMA EMPRESA. AS EMPRESAS DESENVOLVEM ESTRATÉGIAS DE COMPETIÇÃO POR CONSUMIDORES. COMO QUALQUER ATIVIDADE ECONÔMICA ESTÁ SUJEITA A INCERTEZAS E RISCOS, O OBJETIVO É FACILITAR SEU POSICIONAMENTO DE MERCADO — ESTAR EM UMA POSIÇÃO DE VANTAGEM FRENTE AOS SEUS CONCORRENTES. (TIGRE, 2014). A empresa tenta adaptar-se da melhor forma possível ao ambiente para melhorar suas chances de sucesso. Como falamos anteriormente, uma estratégia inovadora pode ser implementada de diversas maneiras: lançamento de produtos, adoção de uma tecnologia visando à redução de custos de produção, lucratividade etc. Além da competição natural entre as empresas, pode haver mudanças inesperadas no ambiente de negócios que as “empurram” na busca de soluções inovadoras. Mencionaremos agora alguns exemplos disso: ETAPA 01 Avanços tecnológicos radicais. ETAPA 02 Mudanças no comportamento dos consumidores. ETAPA 03 Intensificação da competição com a entrada de novas empresas. ETAPA 04 Mudanças na regulamentação (leis e normas) do setor econômico. ETAPA 05 Escassez de insumos e/ou fornecedores. ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS TÍPICAS Diante desse cenário, as empresas adotam estratégias competitivas para enfrentar os desafios que se impõem. Contudo, a depender do segmento de atuação, uma organização pode, por exemplo, adotar mais de uma estratégia. ESTRATÉGIA DE PREÇO O objetivo é conquistar o mercado pelo menor preço. A empresa considera que os consumidores fazem suas escolhas levando em conta o preço em primeiro lugar. Para oferecer os mais baixos, ela precisa ter custos menores. Em geral, isso é alcançado pelo emprego de mão de obra barata, ou seja, com o pagamento de baixos salários. ESTRATÉGIA DE DIFERENCIAÇÃO A empresa busca oferecer ao mercado produtos ou serviços que a diferenciem de seus concorrentes. Ela o faz empregando uma mão de obra com mais escolaridade e pagando salários mais altos para reter talentos. Frequentemente, organizações do tipo possuem uma equipe interna de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Além disso, elas fazem parcerias em rede com outras empresas e/ou universidades e centros de pesquisa. Até uma cópia ou imitação pode ser um instrumento de aprendizado desde que o produto ou serviço final seja superior ao da fonte de inspiração inicial. Aprende-se, portanto, como fazer ainda melhor. O objetivo dessa estratégia inovadora é produzir e ganhar valor. ESTRATÉGIA DE EXCELÊNCIA OPERACIONAL A estratégia de excelência operacional compõe um objetivo constante, pois uma posição de excelência ou vantagem não é permanente, devendo ser renovada de tempos em tempos para que não seja ultrapassada. Ter excelência na produção de um produto inovador que já foi ultrapassado não configura uma vantagem. Um segredo industrial até pode garantir uma posição vantajosa, mas, em geral, ela não dura para sempre. As empresas que adotam processos inovadores são copiadas por suas concorrentes depois de certo tempo. Vimos isso anteriormente ao falarmos da empresa montadora de carros Toyota. Hoje em dia, outras montadoras já adotam processos similares de produção, o que diminui ou anula a vantagem da Toyota. UM MODELO SIMPLIFICADO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO As inovações dependem da maneira como a empresa faz a organização e a gestão de seus processos de inovação. É fundamental ter um processo estruturado para poder dar seguimento às ideias surgidas. A figura a seguir lista etapas importantes no gerenciamento de uma inovação distribuídas pelo tempo (ordem cronológica): Fonte: Adaptado de (TIDD; BESSANT; 2009) Figura: Processo de inovação Fonte: REDPIXEL.PL/Shutterstock 1. BUSCA A primeira fase de uma inovação envolve a identificação de oportunidades de mudança, observando os sinais e fazendo novas conexões. Trata-se do momento de gerar ideias e propor soluções. Podemos pensar, por exemplo, no modelo de reunião de tempestade de ideias (o chamado brainstorming ), fase que lida com o maior número de informações e de possibilidades de atuação. O desafio é saber organizar o grande volume de informações que pode surgir da análise de dados de produção e vendas, do feedback dos consumidores e principalmente dos funcionários da empresa. Contudo, não há tempo nem recurso para se realizar uma busca infinita por soluções. É necessário ter foco nos objetivos da empresa e, ao mesmo tempo, não construir barreiras à própria criatividade. Fonte: Mangostar/Shutterstock 2. SELEÇÃO A segunda fase está preocupada com a escolha das ideias a serem transformadas em decisões estratégicas. De todas as soluções propostas na etapa anterior, é preciso escolher a que vai para a frente. Essa seleção leva em consideração as limitações que a empresa enfrenta e os riscos do mercado, assim como a competência e a expertise já existentes na organização. Lançar um novo produto ou serviço muito longe da área de atuação tradicional de uma organização aumenta as chances de que a inovação não seja bem-sucedida. Isso não significa que a empresa não possa explorar novas áreas de competência: inovação requer justamente estudo e aprendizado. Uma organização inovadora deve encontrar caminhos e relacionamentos para ter acesso ao conhecimento, à tecnologia e aos recursos necessários. Fonte: George Rudy/Shutterstock 3. IMPLEMENTAÇÃO A terceira etapa tem como objetivo o desenvolvimento da ideia. Seu desafio é transformar em algo mais próximo da realidade o que já foi proposto como solução inovadora. Em outras palavras, é como se, após termos reunido todas as peças de um quebra-cabeça, agora fosse o momento de juntá-las. Nesta etapa, as incertezas vão gradualmente sendo substituídas pelo conhecimento. A percepção mais realista das fraquezas do projeto inovador leva a um vai e vem de identificação e resolução de problemas. Após etapas anterioresmais exploratórias, a surgida nesse momento sugere uma lógica equivalente à de um funil que se torna cada vez mais estreito. O esforço inovador lida com dificuldades inesperadas que sempre aparecerão – mesmo naqueles planejamentos mais detalhistas. O pulo do gato, nesta etapa, é envolver o usuário o mais cedo possível. Ele, aliás, pode ser tanto um consumidor (caso a inovação seja a de um produto ou serviço) quanto um funcionário da empresa (se ela for a de processo gerencial). O usuário deve participar ativamente do processo de implementação da solução inovadora. Esse movimento favorece a qualidade da inovação. Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock 4. CAPTURA Nas empresas, o processo de inovação, na maioria das vezes, é uma ferramenta para obter ganhos. Ou seja, no final, ela está preocupada em conseguir benefícios econômicos ao introduzir uma inovação. Esses benefícios são aqueles que já mencionamos anteriormente, como, por exemplo, o aumento das vendas, a redução de custos e uma maior rentabilidade. Esta última etapa diz respeito justamente ao momento de colher os frutos que a empresa plantou ao longo do processo de inovação. Em termos objetivos, isso deve traduzir-se em um melhor posicionamento dela em seu mercado de atuação e/ou um aumento de sua rentabilidade. AS ETAPAS DO PROCESSO DE INOVAÇÃO. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DESCREVEMOS AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UMA INOVAÇÃO E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE. ENTRE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR, QUAL DELAS REPRESENTA DA MELHOR FORMA A DIFERENÇA ENTRE INOVAÇÃO E INVENÇÃO? A) Inovações são diferentes de invenções, porque usam alta tecnologia em seu processo criativo. B) Inovações são diferentes de invenções, pois elas geram valor econômico ou social. C) Inovações são diferentes de invenções, já que têm um impacto menor na prática das empresas e na sociedade em geral. D) Inovações são diferentes de invenções, uma vez que não necessariamente elas são o fruto de trabalho de um cientista. E) Inovações, ao contrário das inovações, não dependem da criatividade. 2. OS ESTUDOS EM ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS DÃO GRANDE IMPORTÂNCIA ÀS PRÁTICAS EMPRESARIAIS QUE LEVAM AO SUCESSO DE UMA INOVAÇÃO. SOBRE O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DELA, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) a) Uma estratégia de inovação de sucesso é uma ferramenta para obter prestígio. B) b) A seleção de ideias inovadoras não pode se restringir às limitações que a empresa enfrenta, como os riscos do mercado, a competência e a expertise já existentes na organização. C) c) Uma boa prática de inovação tem como requisito a adoção pela empresa de novas tecnologias que provoquem mudanças significativas no mercado. D) Uma inovação envolve a identificação de oportunidades de mudança, observando os sinais de mercado e fazendo novas conexões de informação. E) Uma ideia inovadora surge apenas quando muitas pessoas trabalham no mesmo ambiente físico e debatem diariamente formas de se inovar. GABARITO 1. Descrevemos as características principais de uma inovação e seus impactos na sociedade. Entre as alternativas a seguir, qual delas representa da melhor forma a diferença entre inovação e invenção? A alternativa "B " está correta. O principal ponto de diferença entre uma inovação e uma invenção é justamente o impacto que a inovação traz para a sociedade. Invenções podem trazer conhecimento, mas são as inovações que transformam as ideias em realidade. Uma inovação é algo concreto que atende às necessidades de empresas e pessoas. 2. Os estudos em estratégias de negócios dão grande importância às práticas empresariais que levam ao sucesso de uma inovação. Sobre o processo de implementação dela, é correto afirmar que: A alternativa "D " está correta. O pulo do gato de uma inovação é captar a energia empreendedora que existe dentro das pessoas. Ou seja, trata-se de observar tanto a realidade quanto os problemas que as empresas e a sociedade enfrentam, propondo soluções para eles. MÓDULO 2 Identificar características de uma equipe inovadora e medidas de avaliação de desempenho PALAVRAS INICIAIS Neste módulo, analisaremos de maneira mais profunda os aspectos importantes da estratégia inovadora de uma empresa. Como discutimos anteriormente, o processo de inovação só acontece quando há um esforço grande de organização e planejamento para transformar ideias em alguma ação concreta. Em primeiro lugar, é fundamental podermos descrever o papel humano nesse processo, apontando maneiras de se gerenciar os membros de uma organização, sejam eles gerentes ou funcionários, para o favorecimento das práticas inovadoras. Em seguida, apresentaremos a estratégia de avaliação das práticas empresariais em relação ao seu desempenho quando se procura inovar. Com isso, veremos como é possível medir o sucesso de uma empresa que implementa a inovação. FORMAÇÃO DE EQUIPES Não existe tecnologia capaz de superar a inteligência e a criatividade humana, pelo menos até o momento atual. É verdade que observamos como as novas tecnologias são responsáveis por mudanças inovadoras radicais. Contudo, qualquer processo de inovação depende de decisões de pessoas dentro de uma organização. Fonte: fotogestoeber/shutterstock Tecnologias e métodos são instrumentos criados para servir a necessidades das pessoas. Em outras palavras, as novas tecnologias são a lenha da fogueira – e não o fósforo que acende o fogo. As pessoas é que decidem não só acendê-lo como também mantê-lo aceso. Desse modo, o ponto de partida da inovação reside em três pilares: criatividade, empreendedorismo e empenho. A seleção de boas ideias com potencial inovador é uma decisão humana. Ainda existe outro fator não menos importante: a capacidade de as pessoas correrem riscos e ficarem vulneráveis a erros. Atualmente, a inovação é cada vez mais estudada e analisada do ponto de vista dos recursos humanos e da psicologia social aplicada aos negócios. Por conta disso, a estratégia empresarial está interessada em descobrir quais combinações de equipe e que ambientes de trabalho são mais favoráveis à inovação. De modo geral, as histórias de sucesso em inovação veiculadas nos jornais e na televisão costumam colocar em evidência o papel dos talentos individuais, como, por exemplo, nos casos em que uma pessoa foi, por conta própria, a responsável por criar uma solução inovadora. As pesquisas sobre as características determinantes para a inovação indicam que o trabalho em equipe tem se mostrado mais bem-sucedido. Comparada ao trabalho solitário, a combinação de talentos no mesmo time favorece mais a criatividade, a flexibilidade e a implementação de ideias inovadoras. O desafio é fortalecer os benefícios daquele realizado em grupo e reduzir ao máximo tanto as desvantagens quanto os conflitos que podem surgir em um time. Tendo isso em vista, apontaremos a seguir as principais vantagens e desvantagens do trabalho em equipe: 4zevar/shutterstock VANTAGENS Maior disponibilidade de informação e conhecimento; Mais oportunidades de criar e melhorar ideias na interação de colegas de trabalho; A participação e o envolvimento na solução de problemas aumentam o comprometimento e a identificação com os resultados futuros; O desenvolvimento do grupo aumenta a coesão e o espírito de companheirismo entre as pessoas integrantes da equipe. 4zevar/shutterstock DESVANTAGENS A pressão social para o consenso e a uniformidade de opiniões pode limitar as contribuições individuais e levar a soluções de qualidade menor; Pessoas com personalidade dominante podem ter poder de influência desigual em relação aos outros e aos resultados da equipe; Pessoas respondem menos por suas escolhas quando estão em grupo. Isso pode propiciar uma tomada de decisões mais arriscadas; Visões individuais de pré-julgamento podem estimular níveis de competição não produtivos e a ideia de que há vencedores e perdedores. Fonte: (ISAKSEN; TIDD; 2006) Após conhecermos essas vantagens e desvantagens, devemos observar agora as importantes característicasque, segundo Tidd e Bessant (2009), são úteis para a construção de uma equipe de alto desempenho inovador: ESTABELECER OBJETIVOS CLAROS E DESAFIADORES É importante que a equipe tenha um entendimento comum e um alinhamento das tarefas prioritárias e do objetivo do trabalho. Com isso, todos se comprometem a alcançar os benefícios advindos do cumprimento das metas. Tarefas conflitantes e visões diferentes quanto ao objetivo podem dificultar o desempenho criativo. SELEÇÃO DE PESSOAS COMPETENTES O que parece óbvio, mas nem sempre é colocado em prática, diz respeito à seleção de pessoas que tenham habilidades compatíveis com os resultados que se espera da equipe. O conhecimento não precisa ser o mesmo, mas as habilidades individuais devem se encaixar para fazer a engrenagem dela funcionar. As pessoas selecionadas precisam igualmente estar dispostas a colaborar em grupo e a cooperar com seus colegas. A escolha dos integrantes deve, na medida do possível, promover o equilíbrio de papéis e estilos de comportamento. LIDERANÇA DE GRUPO COM BASE EM PRINCÍPIOS Os líderes de uma equipe podem ser pessoas formalmente apontadas na estrutura da hierarquia da empresa ou aquelas que despontem naturalmente como líderes. Sua função é exercer influência e motivar a equipe para alcançar os objetivos finais. Líderes também são responsáveis pelas conexões realizadas com atores externos à equipe. Uma liderança deve ser guiada por princípios de respeito e inclusão de todos. O clima de espaço seguro e de pertencimento é necessário para que todos os membros da equipe se sintam motivados para contribuir. Além disso, o líder precisa manter mecanismos de resolução de conflitos dentro dela. O pior cenário ocorre quando, por ele provocar medo, as pessoas da equipe não se sentem confortáveis para fazer perguntas ou propor novas ideias. COMUNICAÇÃO A comunicação bem-sucedida em uma equipe pode ser descrita como a vontade e a abertura de seus integrantes para escutarem um ao outro e estarem abertos à opinião de todos. Há, portanto, muito respeito pelas contribuições dos demais integrantes. Isso facilita a liberdade para o desenvolvimento de novas ideias. Se não houver esforço para uma comunicação e um entendimento real entre os membros da equipe, o desempenho criativo será prejudicado. APOIO EXTERNO E RECONHECIMENTO Os integrantes da equipe precisam de recursos, incentivos e reconhecimento dentro e fora de seu grupo. Ser admirado e respeitado pela contribuição de seu trabalho ajuda a manter um nível elevado de energia e motivação – e, consequentemente, um bom desempenho ao longo do tempo. Nos ambientes de inovação contemporâneos, as equipes têm ligação contínua tanto com outras dentro da mesma empresa quanto com aquelas provenientes de organizações externas. Esses parceiros e redes existentes fora da equipe são fontes de aprovação e incentivo. DIVERSIDADE NAS EQUIPES O ambiente nas empresas ainda não é tão diverso como na sociedade em geral, embora exista um crescente campo de estudos sobre o papel da diversidade das equipes no desempenho ao inovar. Esse estudo considera a existência de duas dimensões de diversidade: As dimensões externas são as características mais aparentes nas pessoas, como, por exemplo, gênero, idade, nacionalidade e formação educacional. Já as internas lidam com os aspectos cognitivos, como as atividades de raciocínio, aprendizado e processamento de informações. De acordo com Aggarwal e Woolley (2018), tais dimensões são características pessoais psicológicas que influenciam a forma como uma pessoa faz a leitura do ambiente ao seu redor. Equipes que têm como característica a diversidade em aspectos externos e internos possuem um maior potencial inovador. Um caso de sucesso de uma equipe inovadora é a empresa norte-americana Google. Fonte: achinthamb/Shutterstock A gigante de tecnologia Google foi fundada, em 1998, por dois estudantes de doutorado da Universidade de Stanford, na Califórnia, EUA. Suas atividades iniciais propuseram um modelo inovador para buscas na internet. A empresa rapidamente transformou-se na principal ferramenta de buscas online, desbancando todos seus concorrentes. Hoje em dia, ela é a página web mais visitada no mundo. Fonte: PK Studio/Shutterstock Desde então, o Google continua expandindo seus negócios, introduzindo constantemente inovações nos diversos segmentos de mercado em que atua. Dos estágios iniciais até hoje, o número de funcionários da companhia saltou de 2.000 para 55.000 pessoas. Mesmo com esse tamanho gigante, a organização ainda é referência em gestão de sucesso em inovação. Fonte: Gorgev/Shutterstock Google implementa uma cultura organizacional na qual seus funcionários dedicam 20% do tempo deles a atividades que não fazem parte de suas atribuições principais. Já os seus gerentes são obrigados a reservar 20% do tempo deles fora de seus segmentos de negócio e 10% dele no desenvolvimento de novos produtos ou soluções. As metas de dedicação a esse esforço de inovação não têm uma obrigação periódica, podendo ser cumpridas de acordo com a disponibilidade do funcionário. Fonte: giggsy25/Shutterstock Essa cultura da empresa é reforçada por obrigações contratuais, avaliações de desempenho e pressão dos colegas de trabalho. As ideias surgidas seguem o caminho formal de desenvolvimento de novos produtos, o que inclui protótipos e testes com consumidores finais. A geração de ideias e o teste massivo de novas soluções fazem com que o Google introduza no mercado cerca de 100 novos produtos todos os anos. Além disso, graças às receitas crescentes do grande sucesso de seu mecanismo de buscas, a empresa pode ter uma política ousada de contratação e retenção de talentos. AVALIAÇÃO DE INOVAÇÕES Como destacamos anteriormente no módulo 1, a inovação tem uma importância estratégica para o crescimento e a sobrevivência das empresas. Até o momento, vínhamos discorrendo sobre as etapas iniciais do processo de inovação. No entanto, nesta seção, descreveremos as ações que se concentram na última etapa do processo: a avaliação de inovações. As boas práticas de gestão empresarial têm como princípio sempre avaliar e monitorar a implementação das estratégias de negócios — dentre elas, as de inovação. Em outras palavras, as empresas acompanham se as estratégias estão dando o resultado esperado, ou seja, se foram bem-sucedidas. Fonte: David Pereiras/shutterstock A avaliação periódica das estratégias de inovação é um exercício de revisão e de aprendizado. Vale sempre lembrar que não existe uma receita de bolo universal para o sucesso em inovação, pois as necessidades das empresas variam de acordo com sua área de atuação. Portanto, cada uma constrói e aprimora sua estratégia particular de inovação. A avaliação de performance e desempenho é uma boa prática de gestão, sendo considerada inquestionável nos dias de hoje. Isso está ligado ao seguinte raciocínio: o que pode ser avaliado é concretizado e segue adiante. Entretanto, muitas organizações podem cair na ilusão de coletar dados sobre todas suas atividades e tentar avaliar o maior número possível delas. Metas muito ambiciosas, contudo, raramente são alcançadas. Muitos indicadores podem gerar uma avalanche de dados e informações difíceis de se analisar, o que tira o foco dos funcionários para as atividades realmente produtivas e eficientes. ATENÇÃO A estratégia de inovação deve empregar uma quantidade reduzida de indicadores que seja capaz de mostrar claramente o quadro da situação de desempenho. O principal objetivo é trazer transparência à evolução dos projetos levados adiante. As principais funções de um sistema de avaliação são: COMUNICAR Deixar claro quais são as fontes de valor para a organização e as expectativas de desempenho para todas as pessoas envolvidas no processo de inovação. MONITORAR Acompanhar a execução dos esforços de inovação com um olhar atento para intervir quando for necessário. APRENDER Identificar os pontos que
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