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DEFINIÇÃO
Plano de negócios: definição, formulação, aplicação e acompanhamento.
PROPÓSITO
Compreender o conceito de plano de negócios e sua importância para o empreendedorismo,
além dos elementos fundamentais em sua formulação e das técnicas de aplicação e
acompanhamento ao longo do tempo.
PREPARAÇÃO
Você precisará de papel e caneta para acompanhar o material.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever o conceito de plano de negócios
MÓDULO 2
Formular um plano de negócios
MÓDULO 3
Aplicar um plano de negócios
INTRODUÇÃO
O plano de negócios é uma ferramenta indispensável para todos os empreendedores,
ajudando-os a estabelecer objetivos e metas concretas, realistas e claras. Isso não é óbvio
como pode parecer à primeira vista: infelizmente, grande parte das novas empresas quebra já
nos primeiros anos de operação.
Em outras palavras, uma ideia brilhante para a criação de uma empresa nem sempre suscita o
sucesso do empreendimento. Por esse motivo, é fundamental usar ferramentas de estratégia e
planejamento quando se começa um novo negócio.
Inicialmente, conceituaremos neste tema esse mecanismo do plano de negócios e
analisaremos sua importância para o empreendedorismo. Em seguida, conheceremos os
principais pontos para a construção do plano. Por fim, discutiremos como funciona a aplicação
e o acompanhamento dele no início da operação de uma nova empresa.
MÓDULO 1
Descrever o conceito de plano de negócios
PLANO DE NEGÓCIOS
De modo geral, o empreendedorismo significa o começo de um novo negócio. Também é um
fato que a atividade empreendedora pode ter vários significados subjetivos.
Fonte: leolintang /Shutterstock
EXEMPLO
Realização pessoal, inovação, renda, poder, oportunidade de mudança e tomada de riscos.
Infelizmente, como falamos acima, a experiência dos empreendedores mostra que a realidade
é mais dura que a imaginada no mundo das ideias. A probabilidade de fracasso de uma nova
empresa é muito grande. No Brasil e em outros países, como, por exemplo, os EUA, poucas
organizações não precisam fechar suas portas já nos primeiros anos de existência.
SAIBA MAIS
Desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2019, o estudo “Demografia
das empresas e estatísticas de empreendedorismo” aponta que apenas 47,2% das empresas
permanecem em operação após quatro anos. Depois do primeiro ano de existência, 21% delas
já encerram suas atividades. Nos Estados Unidos, os números, de acordo com o Bureau of
Labor Statistics, são parecidos: 21,5% saem do mercado após o primeiro ano, enquanto 50%
dão um fim às suas operações em até 48 meses.
DEFINIÇÃO
Diante dessa realidade difícil, surge uma pergunta inevitável:
O QUE LEVA UMA EMPRESA AO SUCESSO?
É muito fácil encontrar promessas de um certo método infalível capaz de transformar qualquer
pessoa em um empreendedor milionário. Quem nunca ouviu a história na qual uma ideia
brilhante nascida na garagem de casa foi o começo de uma corporação multinacional
bilionária?
Na verdade, quando observamos tal fenômeno mais de perto, podemos observar que muitos
fundadores de companhias de sucesso já acumulavam uma experiência significativa no setor
de atuação antes de montar o próprio negócio. Um exemplo clássico do “mito da garagem” é o
caso de Steve Jobs.
Os pesquisadores reconhecem que não existe uma fórmula universal para o sucesso: cada
empresa tem uma história própria. Contudo, isso não significa que os empreendedores
caminham no escuro apenas com a intuição e algumas ideias inovadoras. Decisões de negócio
bem informadas são comprovadamente determinantes do desempenho de uma nova empresa.
Ao longo do século passado, universidades e agências governamentais passaram a
desenvolver mecanismos de estratégia de negócios. Entre as técnicas propostas pelos
treinamentos neste tipo de estratégia, destaca-se justamente o planejamento.
Nesse sentido, o plano de negócios é uma ferramenta para planejar a gestão do
desenvolvimento inicial de uma organização. No meio empresarial, esse plano é considerado
fundamental para o sucesso da nova empresa em médio e longo prazo.
SEGUNDO HONIG (2004), O PLANO DE NEGÓCIOS É
UM DOCUMENTO QUE “DESCREVE O ESTÁGIO ATUAL
DE UMA EMPRESA E O QUE SE ESPERA DO SEU
FUTURO”. ELE PODE SER DOCUMENTO CRIADO
PARA UM EMPREENDIMENTO QUE ESTÁ NASCENDO
OU PARA UM NEGÓCIO JÁ EM OPERAÇÃO.
FUNÇÃO
O plano de negócios é uma recomendação para todos os empreendedores independentemente
de sua área de atuação ou do tamanho da empresa. Como frisamos, ele ajuda o empreendedor
a estabelecer objetivos e metas.
STEVE JOBS
Antes de se tornar o criativo líder da companhia de tecnologia Apple, Steve Jobs foi
funcionário da Atari, uma empresa inovadora de videogames de enorme sucesso
nos anos 1980, e da Hewlett-Packard (também conhecida como HP), outra
organização gigante do setor de tecnologia.
Fonte: DORNELAS, 2007
Fonte: Anton_Ivanov / Shutterstock.com
ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS
Estratégias de negócios têm exatamente o objetivo de usar ferramentas para ajudar na
tomada de decisões de uma empresa. Em outras palavras, são exercício se técnicas de
reflexão e de organização que facilitam a administração de um negócio.
Fonte: Mameraman/Shutterstock
Trata-se de uma oportunidade para colocar no papel objetivos claros e realistas que possam,
de fato, ser alcançados. Nesse momento, o empreendedor avalia quais são as etapas
necessárias e o passo a passo para alcançar o objetivo final.
Fonte: Ollyy/Shutterstock
Esse plano também é uma oportunidade para refinar propostas. Algumas ideias fazem bastante
sentido dentro da cabeça, mas, quando são escritas no papel, pode-se perceber se estão
incompletas ou não são realistas.
Fonte: Pressmaster/Shutterstock
Para Dornelas (2018, p. 93-94), espera-se que, no plano de negócios, o empreendedor
descreva “suas ideias em uma linguagem que os leitores entendam e, principalmente, mostre
viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado”. Esse plano serve, portanto, como um
“cartão de visitas do empreendedor”.
Outra vantagem dessa ferramenta é o aumento na eficiência da empresa. Ao descrevermos a
estratégia operacional do negócio, podemos descobrir algum desperdício de recurso, como, por
exemplo, tarefas de funcionários ou materiais de insumo de produção. Uma organização que
distribui seus recursos de forma eficiente tem mais chances de obter menores custos e, por
consequência, maior rentabilidade e sucesso em longo prazo.
PÚBLICO-ALVO
O empreendedor deve escrever o plano de negócios pensando que os leitores fazem parte de
um público variado.
EXEMPLO
Investidores, instituições financeiras, futuros sócios, parceiros comerciais, incubadoras de
negócios e fornecedores, além de potenciais funcionários e clientes.
Segundo Hashimoto e demais autores (2012, p. 4), o público a quem esse plano se destina
inclui “qualquer pessoa que necessite conhecer de uma forma ampla e abrangente, ainda que
superficial, o conceito do negócio e a viabilidade de sua implantação”.
Atualmente, muitos empreendedores precisam escrever seu plano de negócios para atender às
exigências de atores financeiros. Ele frequentemente compõe parte dos requisitos para:
Aprovação de empréstimos em um banco;
Associação a uma incubadora de empresas;
Aporte de um investidor-anjo;
Solicitações de bolsas;
Recursos de agências de fomento.
INCUBADORA DE EMPRESAS
Incubadoras de empresas são instituições que ajudam novas organizações em seus
primeiros anos de desenvolvimento. Uma incubadora do tipo funciona como se fosse um
ninho de filhotes de empresas, já que elas recebem auxílio técnico, gerencial e jurídico ou
até mesmo um espaço físico para sua instalação.
INVESTIDOR-ANJO
Investidores-anjo são pessoas físicas (e não jurídicas, como, por exemplo, instituições
financeiras) que destinam recursos próprios para a criação ou o crescimento de empresas
de alto potencial. Esse serviço é feito geralmente por profissionais: sua experiência e
seus conhecimentos de rede,como o acúmulo de bons contatos pessoais, conseguem
fazer uma diferença positiva no empreendimento nascente. Eles são considerados anjos
porque participam não só com o recurso financeiro, mas também com seus recursos
humanos (expertise).
AGÊNCIAS DE FOMENTO
Agências de fomento são instituições governamentais, tipicamente sem fins lucrativos,
criadas com o propósito de apoiar novos empreendimentos. A ajuda ao
empreendedorismo pode vir por meio de empréstimos a juros mais baixos ou por
intermédio de uma assessoria técnica ou gerencial.
Fonte: Peshkova /Shutterstock
TIPOS DE EMPREENDIMENTO
Por mais que todas as novas empresas tenham de construir um plano de negócios, é
necessário diferenciar os tipos de empreendedorismo. De acordo com Aulet (2013), as
estratégias de negócio devem ser ajustadas para projetos de escala diferente e com
necessidades de financiamento específicas.
Há dois tipos principais de empreendimento:
A) EMPREENDEDORISMO DE PEQUENO E MÉDIO
PORTE
Esses empreendimentos estão voltados apenas para a atuação em mercados locais,
concentrando-se usualmente no setor de serviços.
Em geral, a propriedade da empresa é concentrada em um único ou em poucos sócios. A
rentabilidade dela cresce aos poucos até atingir um nível máximo dentro do universo de
clientes existentes numa determinada área de atuação.
Exemplo
Um salão de beleza, um restaurante ou uma clínica de fisioterapia.
Fonte: Josep Suria /Shutterstock B) EMPREENDEDORISMO MOVIDO
À INOVAÇÃO
O objetivo deste tipo de negócio é obter rapidamente uma escala de produção e atuar em
mercados nacionais e internacionais.
A propriedade do negócio está dissolvida entre muitos sócios, investidores ou acionistas. Nos
primeiros anos de atuação, sua rentabilidade costuma ser negativa até que, em um
determinado momento, ela consiga atingir um crescimento acelerado.
Exemplo
Um aplicativo de celular, uma empresa de serviços financeiros ou uma empresa de software.
Fonte: Dragana Gordic/Shutterstock
Para reforçar seu aprendizado, demonstraremos neste vídeo o que é um plano de negócios e
suas possíveis aplicações.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS A IMPORTÂNCIA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA O
EMPREENDEDORISMO. ASSINALE A OPÇÃO QUE CONTÉM UMA
CARACTERÍSTICA COM INFLUÊNCIA COMPROVADA NO SUCESSO DE
UMA NOVA EMPRESA.
A) Uma ideia brilhante e inovadora.
B) Um mercado consumidor em forte crescimento.
C) Grande disponibilidade de recursos financeiros.
D) A tomada de decisões empresariais de maneira informada.
2. A LINGUAGEM DE UM PLANO DE NEGÓCIOS DEVE SER OBJETIVA E
CLARA PARA FACILITAR A COMPREENSÃO DOS LEITORES. ENTRE O
VASTO GRUPO DE PESSOAS DO CHAMADO PÚBLICO-ALVO DO PLANO
DE NEGÓCIOS, QUAL PESSOA NÃO CORRESPONDE A ESSE OBJETIVO?
A) O gerente de uma cooperativa de crédito da sua região que você não conhece.
B) Um funcionário de uma empresa concorrente que conhece bem o mercado.
C) Uma investidora-anjo que, no momento, não possui capital disponível para investir em novas
empresas. Ela foi apresentada a você há muito tempo por uma agência de fomento.
D) Um funcionário de uma empresa que é cliente de longa data de um negócio concorrente.
Você conseguiu o contato dele graças a uma pesquisa na internet.
GABARITO
1. Estudamos a importância de um plano de negócios para o empreendedorismo.
Assinale a opção que contém uma característica com influência comprovada no sucesso
de uma nova empresa.
A alternativa "D " está correta.
Grande parte das novas empresas quebra nos primeiros anos de vida. Não basta ter uma boa
ideia, alguns recursos ou mesmo um bom mercado para se atuar; afinal, cada um desses
fatores pode (ou não) estar presente no início da trajetória de uma empresa bem-sucedida. A
tomada de decisões de modo planejado e informado aumenta as chances de uma empresa ter
sucesso.
2. A linguagem de um plano de negócios deve ser objetiva e clara para facilitar a
compreensão dos leitores. Entre o vasto grupo de pessoas do chamado público-alvo do
plano de negócios, qual pessoa não corresponde a esse objetivo?
A alternativa "B " está correta.
O plano de negócios descreve a essência completa dele. Não é saudável que uma empresa
concorrente tenha acesso a tantas informações importantes sobre uma nova empresa que
pretende disputar o mesmo grupo de clientes.
MÓDULO 2
Formular um plano de negócios
FORMULAÇÃO DE UM PLANO DE
NEGÓCIOS
Neste módulo, descreveremos o que um plano de negócios precisa frequentemente incluir. Não
existe, contudo, um modelo rígido a ser seguido. O empreendedor deve adaptar a estrutura
desse plano segundo as necessidades de sua organização.
Fonte: Peshkova /Shutterstock
EXEMPLO
As necessidades de uma empresa de prestação de serviços digitais são muito diferentes das
necessidades de outra que produz artigos agrícolas.
O propósito da educação empreendedora é fornecer uma estrutura mínima que possibilite um
entendimento completo acerca do novo negócio. Tendo isso em vista, o plano de negócios é
dividido em seções temáticas que oferecem informações com objetividade, ainda que sem
perder a alma da empresa.
Na tabela a seguir, observamos uma proposta mínima de seções dentro de um plano do tipo:
Seção 1 Sumário Executivo
Seção 2 Dados do Empreendimento
Seção 3 Ações de Sustentabilidade
Seção 4 Análise de Mercado
Seção 5 Estratégia de Marketing
Seção 6 Plano Operacional
Seção 7 Plano Financeiro
Seção 8 Análise de Riscos
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela: Esboço mínimo de um plano de negócios.
Descreveremos agora os objetivos de cada uma das oito seções, comentando suas
particularidades de forma detalhada.
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
Trata-se da seção principal, ou seja, a essência de qualquer plano de negócios. Sumário é
uma palavra formal que significa resumo. A ideia de ele ser executivo deriva do seguinte
propósito: mostrar quais ações serão propostas no desenvolvimento do novo negócio.
O SUMÁRIO EXECUTIVO DEVE SER INCLUÍDO
SEMPRE, SEJA QUAL FOR A ÁREA DE ATUAÇÃO DA
EMPRESA.
Esta seção contém, de forma resumida, todas as informações mais importantes do plano de
negócios que abordem tanto o estágio atual da empresa quanto o que se projeta dela para o
futuro.
Fonte: marvent/Shutterstock
Quem ler o sumário executivo já terá uma noção geral da ideia empreendedora e dos aspectos
gerenciais do negócio. Os seguintes pontos devem ser incluídos nesse sumário:
DADOS GERAIS DO NEGÓCIO
Descrição de produtos ou serviços ofertados aos clientes, definição do público-alvo (potenciais
clientes) e localização do empreendimento.
DADOS DOS EMPREENDEDORES
Experiência profissional e atribuições de cada um dos fundadores, evidenciando como isso
está relacionado com o desenvolvimento do negócio.
MISSÃO E VISÃO
Identificação dos valores que guiam o impulso empreendedor responsável pelas operações da
empresa e do diferencial do produto ou serviço oferecido.
O que os fundadores querem alcançar com sua empresa? Essa pergunta é fundamental;
respondendo-a, o empreendedor não vai, ao longo do tempo, se desviar de suas ideias iniciais.
Além disso, ela serve para seus funcionários poderem identificar facilmente qual é a missão da
organização.
FONTE DE RECURSOS FINANCEIROS
Descrição da disponibilidade inicial de recursos e das despesas necessárias para o começo
das operações.
ATENÇÃO
Muitas vezes, o sumário executivo será a única parte do plano que as pessoas terão tempo de
ler. Por isso, sua missão é convencer o leitor do potencial e das vantagens competitivas da
empresa.
Ao desenvolvê-lo, tenha em mente a sugestão do poeta Carlos Drummond de Andrade:
“Escrever é cortar palavras.” É importante ser sucinto e objetivo: como tempo do leitor é
limitado, o empreendedor deve usá-lo da melhor forma possível.
A qualidade do sumário executivo funciona como um sinal do profissionalismo dos
empreendedores e da qualidade do documento como um todo. Em outras palavras, é uma isca
que vai despertar a curiosidadede seu leitor para conhecer todo o plano de negócios.
REFORÇANDO
Na apresentação do plano de negócios de uma empresa a um investidor, não existe muito
tempo disponível. Mesmo assim, deve-se falar de todas as características fundamentais do
empreendimento. O que se deseja nesse encontro é convencer um investidor de que vale a
pena colocar o dinheiro dele na sua empresa.
Por fim, apesar de ser o coração do documento, o sumário executivo deve ser escrito por
último, depois de todas as outras seções do plano terem sido preenchidas e revisadas – afinal,
você deve saber como será o restante do documento antes de resumi-lo.
DICA
Em geral, três páginas são suficientes para apresentar todo o conteúdo do sumário executivo.
DADOS DO EMPREENDIMENTO
Nesta seção, o empreendedor conta um pouco da história da empresa. Nesse momento, ele
tem a chance de explicar as razões que justificaram a escolha do nome da organização. Pode-
se mostrar ainda a conexão entre as experiências de vida anteriores e a decisão de criar esse
negócio. Algumas fotos, inclusive, podem ser anexadas desde que tenham relevância para
história contada.
É IMPORTANTE MENCIONAR NESSA OPORTUNIDADE
COMO O NOVO EMPREENDIMENTO SE INSERE EM
SEU SEGMENTO DE ATUAÇÃO. É FUNDAMENTAL
AINDA SER HONESTO EM RELAÇÃO ÀS VANTAGENS
E ÀS DESVANTAGENS PERANTE A CONCORRÊNCIA,
DESCREVENDO AO MESMO TEMPO – E DE FORMA
CLARA – O POTENCIAL DA EMPRESA.
Em seguida, é necessário fornecer os detalhes sobre a operação principal da organização, ou
seja, suas fontes de renda. O empreendedor, nesse contexto, apresenta as características
principais de cada produto ou serviço oferecido. Mais uma vez, o texto tem a finalidade de
mostrar a quem o estiver lendo o diferencial da nova empresa em relação aos concorrentes.
Ofereceremos a seguir alguns exemplos de perguntas que devem ser respondidas nesta
seção:
Fonte: Suteren/Shutterstock
Há quanto tempo os fundadores atuam nesse mercado?
Fonte: Iakov Filimonov/Shutterstock
Quem são os donos da empresa?
Fonte: Krakenimages.com/Shutterstock
Como é a distribuição da propriedade: todos os sócios têm a mesma fatia, ou são fatias
diferentes?
Fonte: fizkes/Shutterstock
Como o produto ou serviço oferecido atende às necessidades dos clientes?
Fonte: (KURATKO; FREDERICK; O’CONNOR, 2016)
AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE
Os compromissos sociais e ambientais devem ser cada vez mais incorporados à atividade
empresarial. Atualmente, as mudanças climáticas, o desmatamento e a poluição dos recursos
naturais compõem a lista de preocupações tanto de potenciais clientes quanto de investidores
e instituições financeiras. Espera-se, portanto, que todas as empresas –seja qual for o tamanho
delas –tenham um papel ativo na transição para o desenvolvimento sustentável.
Nesta seção, os empreendedores têm a oportunidade de mostrar o anseio pela construção de
um negócio sustentável. Sabe-se que as possibilidades de adotar práticas sustentáveis variam
consideravelmente a depender da área de atuação da empresa. O objetivo principal em ações
do tipo é que o empreendimento use a menor quantidade possível de recursos naturais, além
de minimizar a geração de resíduos.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Modo de desenvolvimento capaz de atender às demandas da sociedade atual sem
prejudicar as necessidades das gerações futuras. Ao mesmo tempo, não se deixa de lado
os objetivos de desenvolvimento econômico e social.
Existe também a preocupação com a saúde e o bem-estar dos colaboradores tanto da empresa
quanto de toda sua cadeia produtiva (desde os fornecedores até os representantes
comerciais). O empreendedor, desse modo, precisa se esforçar para medir o impacto de sua
empresa na comunidade local e no meio ambiente.
Há ainda práticas negativas que devem ser evitadas. Nas grandes empresas que adquirem
insumos em países que não oferecem condições mínimas de trabalho a seus funcionários, o
produto delas ganha uma vantagem de custo ao se apoiar em condições de trabalho
degradantes.
EXEMPLO
Na década de 1990, a Nike foi acusada de adquirir insumos de fornecedores que colocavam
crianças para trabalhar até dezesseis horas por dia nos sete dias da semana.
Trata-se da “escravidão moderna” que as organizações responsáveis tentam evitar. Não basta
mais à empresa ser cuidadosa no trato com seus funcionários: também é necessário evitar a
contratação de serviços ou a compra de produtos de fornecedores que desrespeitam as regras
do desenvolvimento sustentável.
SAIBA MAIS
A entidade KnowTheChain produz relatórios sobre empresas em países pobres que fornecem
produtos para grandes companhias. Ela produz um ranking que informa as condições dos
fornecedores de diversas companhias: isso influencia o mercado consumidor e, portanto, afeta
as decisões de gestores e investidores. Afinal, ninguém quer comprar uma roupa feita graças
ao trabalho escravo no Sudeste Asiático.
ANÁLISE DE MERCADO
Seu objetivo é organizar o entendimento do empreendedor sobre o mercado no qual pretende
atuar. Só é possível fazer uma boa análise dele depois de muita pesquisa para coletar
informações sobre potenciais clientes, concorrentes e fornecedores.
DICA
A expressão segmento de mercado indica um conjunto de clientes (pessoas ou empresas)
com características parecidas.
A ideia de dividir potenciais clientes em grupos ajuda o empreendedor a entender as demandas
específicas de cada um. Além disso, é fundamental calcular o tamanho de cada grupo, ou seja,
o número estimado de clientes em cada segmento.
Listaremos a seguir algumas características que a separação pode levar em consideração:
Fonte: veronawinner/Shutterstock
RENDA DOS CLIENTES:
Poder de compra alto, médio ou baixo.
Fonte: The Leon King/Shutterstock
LOCALIZAÇÃO DA MORADIA:
Pode ser dividida em estado, região, cidade ou bairro.
Fonte: pambudi/Shutterstock
DADOS DEMOGRÁFICOS:
Faixa etária, gênero, estado civil e outras características que afetam o perfil de consumo.
Fonte: stDesign21/Shutterstock
HÁBITO DE COMPRA:
Tem relação com as características do comportamento do consumidor.
Fonte: Autor/Shutterstock
TAMANHO DE CLIENTES EMPRESARIAIS:
Ele é separado em micro, pequenas, médias e grandes empresas. Uma organização pode
vender não apenas para consumidores típicos (indivíduos), mas também para outras
empresas. Por isso, é necessário conhecer seus perfis.
Em geral, o objetivo mais importante inclui duas ações: descrever quem são os clientes de
cada produto ou serviço e desenvolver uma lista dos possíveis motivos de compra.
Pode-se pensar da seguinte maneira: o cliente não adquire um produto ou serviço; na verdade,
ele atende a algum desejo ou necessidade por meio dessa aquisição. Revela-se mais
importante, portanto, entender tais desejos e necessidades (os motivos da compra) que a
própria demanda por um produto.
EXEMPLO
Com o lançamento de livros eletrônicos, diversas pessoas deixaram de comprar os impressos,
mas isso não significa que houve uma diminuição no interesse pela leitura. Afinal, os
consumidores adquirem o mesmo conteúdo (o texto escrito) em formato diferente.
Observemos a diferença em uma situação hipotética na qual as pessoas comprassem uma
quantidade menor de livros por realmente estarem menos interessadas em leitura. Elas agora
só querem ir, por exemplo, ao cinema. A resposta das empresas do setor para essa hipótese
seria diferente, pois, neste caso, não adianta mudar o formato do livro. Em suma: é mais
importante entender a motivação do consumidor (leitura) que a demanda por um objeto
específico (livros impressos).
Também é necessário estudar a situação da concorrência: pelo que é possível saber, como
as empresas concorrentes podem reagir à chegada de uma nova empresa no mercado? Trata-
se, enfim, de uma tentativa de entender a situação financeira e operacional de seus
competidores diretos.
Os concorrentes têm a capacidade de aumentar sua produção? Ou eles têm margem (gordura)
em seu preço para fazer descontos e não perdera base de clientes deles? Não basta observar
a atuação de empresas já instaladas no mercado: é necessário estudá-las para entender sua
capacidade de reação.
Por fim, deve-se compreender o mercado fornecedor, que pode ser formado por pessoas ou
empresas. Fornecedores abastecem o empreendimento com equipamentos, materiais ou
serviços que fazem parte do processo de produção. Nesse momento, os empreendedores
podem coletar informações de:
Contato.
Qualidade de produto.
Preço.
Condições de pagamento.
Localização.
Quantidade mínima.
Prazo de entrega de produtos ou serviços fornecidos.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
O conhecimento coletado e sistematizado nessa seção vai influenciar na criação de outras
estratégias dentro da empresa, como a estratégia de marketing e o plano operacional, que
vamos descrever agora.
Fonte: 13_Phunkod /Shutterstock
ESTRATÉGIA DE MARKETING
Esta seção descreve de que maneira o empreendimento faz a oferta de seus produtos ou
serviços. As ações propostas, neste momento, têm como guia as necessidades e o
comportamento dos clientes, devendo listar os métodos de comercialização.
EXEMPLO
Vendas diretas ou por um canal de revendedores.
AS PERGUNTAS PRINCIPAIS A SEREM
FEITAS NA ESTRATÉGIA DE MARKETING SÃO
ESTAS:
PERGUNTA 1 PERGUNTA 2
Como o cliente tomará conhecimento dos produtos ou serviços oferecidos pela sua
empresa?
Como ele será conquistado e fidelizado (continuará sendo um cliente)?
Suas respostas surgem graças à descrição das estratégias de propaganda, merchandising e
relações públicas da empresa.
A construção da política de preços leva em consideração aqueles praticados no mercado, ou
seja, o preço cobrado pelas empresas concorrentes. É uma estratégia que também analisa os
diferenciais do produto ou serviço oferecido.
Considerando suas vantagens ou desvantagens em relação ao que já é oferecido no mercado,
o preço pode ficar acima ou abaixo da concorrência. Além disso, a demanda tem o potencial
para variar de acordo com o período do ano.
Cabe destacar que as receitas da empresa dependem diretamente da política de preços e da
projeção de vendas (estimativa conservadora que considera a demanda real pelo produto ou
serviço, a capacidade de produção e a logística de venda). Ou seja, eles constituem pontos
decisivos para o resultado (lucro ou prejuízo, que é um dos indicadores financeiros principais
do empreendimento.
MERCHANDISING
Conjunto de estratégias pela informação e apresentação de produtos ou serviços do
empreendimento nos pontos de venda. Seu objetivo é influenciar a decisão de compra
por parte dos clientes.
PERÍODO DO ANO
No inverno, os consumidores compram mais determinado produto ou serviço por conta do
frio.
LUCRO OU PREJUÍZO
De maneira simplificada, o lucro é a diferença entre a receita total da empresa e todos os
seus custos. Se essa diferença é negativa (ou seja, os custos são maiores que a receita),
a empresa tem prejuízo.
PLANO OPERACIONAL
Esta seção organiza de que forma a empresa vai comercializar seus produtos ou serviços. O
plano operacional planeja, desse modo, o dia a dia de uma organização, descrevendo as
etapas de desenvolvimento, produção, venda e entrega. Ele ainda lista os equipamentos e
materiais utilizados, assim como a quantidade de pessoas empregadas em cada etapa e de
tempo gasto em cada uma delas.
Fonte: Flamingo Images /Shutterstock
O empreendedor deve descrever nesta seção a capacidade instalada, ou seja, a quantidade
máxima que a empresa pode produzir, vender ou prestar serviços em determinado período.
Essa capacidade é especialmente influenciada por estes fatores:
Número e preparo de funcionários.
Produtividade dos equipamentos.
Disponibilidade dos fornecedores.
Capacidade de distribuição e armazenamento.
Esta seção também deve apresentar o layout ou arranjo físico (distribuição de pessoas,
setores, móveis e equipamentos no espaço). Se for possível, será importante desenhar uma
planta baixa do local de operação da empresa.
PLANTA BAIXA
Desenho de uma construção feito, em geral, a partir de um corte horizontal na altura de
1,5m a partir da base. Trata-se de um diagrama dos relacionamentos entre salas,
espaços e outros aspectos físicos em um nível de uma estrutura. Devem estar detalhadas
em escala na planta baixa as medidas das paredes (comprimento e espessura), as
portas, as janelas, o nome de cada ambiente e seu respectivo nível.
O PLANO OPERACIONAL TAMBÉM DESCREVE A
ESTRATÉGIA DE RECURSOS HUMANOS,
RESPONDENDO ÀS SEGUINTES PERGUNTAS:
PERGUNTA 1 PERGUNTA 2
Quais serão as posições de trabalho em toda a empresa?
Quais são as qualificações necessárias para o que o futuro funcionário execute bem suas
tarefas?
Ao planejar o perfil da equipe que a empresa precisa, o empreendedor consegue delinear
critérios claros e objetivos na etapa de seleção da futuros funcionários.
Devemos destacar a importância desses itens. Afinal, uma organização pode ter dificuldade por
elaborar a disposição de seu espaço de trabalho de maneira inadequada ou por não prestar
atenção a características importantes dos candidatos a uma vaga:
Fonte: Stokkete/shutterstock
É importante ter uma visão ampla sobre tais questões para assegurar que esses detalhes
serão considerados.
PLANO FINANCEIRO
Esta seção apresenta o resultado financeiro esperado a partir da aplicação do próprio plano de
negócios. Em números, valores e custos, o plano financeiro de uma empresa deve apresentar
todo o capital (dinheiro) a ser investido nos primeiros três anos de operação dela.
Listaremos a seguir os investimentos de implantação de um novo negócio:
A) INVESTIMENTOS FIXOS
Exemplos: custo total de todos os imóveis e veículos ou equipamentos a serem comprados ou
alugados para o começo das operações da empresa.
B) INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS
Exemplos: reformas num imóvel e custos de registro da empresa nos órgãos competentes.
C) CAPITAL DE GIRO
Exemplos: recursos financeiros para vendas a prazo e pagamentos a fornecedores.
D) DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Trata-se de um dos pontos mais importantes do planejamento financeiro da empresa. Suas
receitas e despesas são comparadas com o objetivo de estimar se a organização irá operar
com lucro ou prejuízo.
Três conceitos são fundamentais para este tipo de investimento:
PONTO DE EQUILÍBRIO
Nível de faturamento (receitas) mínimo para que uma empresa não tenha resultado negativo
(prejuízo).
PRAZO DE RETORNO DO INVESTIMENTO
Tempo necessário para o empreendedor ou investidor recuperar o capital (dinheiro) investido
numa empresa.
LUCRATIVIDADE
Relação (quociente) entre lucro e receita bruta total, ou seja, a receita (sem subtrair impostos
ou outros descontos de contabilidade).
ANÁLISE DE RISCOS (CENÁRIOS)
O empreendedor precisa levar em consideração que os riscos fazem parte de qualquer
atividade empreendedora. O risco está presente na vida de todas as empresas, sendo um fator
particularmente importante para empreendedores que estão experimentando algo parcialmente
novo.
Prever ou administrar tais riscos pode garantir a sobrevivência do negócio em cenários não
favoráveis. Ele é mais um exercício de reflexão que analisa possíveis situações (desde a mais
provável até a menos provável de acontecer).
Conheceremos a seguir algumas situações imaginadas na análise de riscos:
RESULTADOS PESSIMISTAS
Há formas de se prevenir desses choques negativos no negócio? Existem caminhos
alternativos caso uma situação dessas aconteça, ou seja, um plano B?
Exemplo
Uma forte queda nas vendas, ou um aumento repentino nos custos de matérias-primas ou
fornecedores.
RESULTADOS OTIMISTAS
Este tipo de resultado ocorre quando as receitas são maiores que o esperado, os custos são
mais baixos. Pode ser considerado uma oportunidade de tirar ganhos ainda mais vultuosos
diante de situações favoráveis, como, por exemplo, uma empresa concorrente ter desistido de
atuar nesse mercado, e talvez investir parater uma proteção financeira em caso de cenários
adversos no futuro.
Faremos neste vídeo um esboço mínimo de um plano de negócios.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SUMÁRIO
EXECUTIVO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS E SEU PAPEL NA
VIABILIDADE DO NOVO NEGÓCIO. ASSINALE UM ERRO NA
CONSTRUÇÃO DO SUMÁRIO EXECUTIVO.
A) Usar a linguagem mais simples possível para que qualquer leitor entenda a proposta do
empreendimento.
B) Escolher um texto que seja atraente e desperte a curiosidade do leitor.
C) Apresentar diversos exemplos para descrever os objetivos da empresa com o propósito de
explicar os mesmos conceitos de várias maneiras.
D) Demonstrar as vantagens e as desvantagens do produto ou do serviço oferecido pela
empresa.
2. FALAMOS NESTE MÓDULO SOBRE A ANÁLISE DE RISCO E SUA
IMPORTÂNCIA PARA O PLANEJAMENTO DO NEGÓCIO. APONTE A
SEGUIR A ALTERNATIVA INCORRETA SOBRE O EXERCÍCIO DE
CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS.
A) Quando ocorre um cenário otimista, este é o melhor dos mundos, porque o empreendedor
não precisa tomar nenhuma atitude: basta apenas seguir com as ações planejadas.
B) Para se prevenir de cenários pessimistas, o empreendedor deve apresentar caminhos
alternativos para minimizar os impactos negativos.
C) As situações favoráveis de um cenário pessimista também são desafiadoras, já que o
empreendedor deverá fazer uma nova leitura do mercado e implementar outra estratégia.
D) Uma catástrofe ou um desastre natural pode ser um exemplo de cenário pessimista quando
ocorre uma queda repentina nas vendas de um produto ou serviço.
GABARITO
1. Estudamos as características gerais do sumário executivo de um plano de negócios e
seu papel na viabilidade do novo negócio. Assinale um erro na construção do sumário
executivo.
A alternativa "C " está correta.
A linguagem do sumário precisa ser resumida e objetiva. Não se deve deixar o texto muito
carregado com ideias que tenham o mesmo significado.
2. Falamos neste módulo sobre a análise de risco e sua importância para o planejamento
do negócio. Aponte a seguir a alternativa incorreta sobre o exercício de construção de
cenários.
A alternativa "A " está correta.
O acontecimento de um cenário otimista é realmente o melhor dos mundos, mas isso significa
que o empreendedor deve rever suas estratégias para tirar ganhos ainda maiores nessa
situação.
MÓDULO 3
Aplicar um plano de negócios
PRIMEIRAS PALAVRAS
Como falamos anteriormente, uma das principais vantagens do plano de negócios é servir
como uma base para a gestão de uma empresa. Trata-se de uma ferramenta versátil,
servindo como cartão de visitas do empreendimento, o que é extremamente útil para captar
recursos e clientes. Essa ideia vai ser desenvolvida com mais detalhes na primeira seção deste
módulo.
Esse plano também permite que o empreendedor faça o exame para saber se a operação da
empresa vai bem ou não. Ele pode até mesmo descobrir que um problema dessa operação
provém de erros na formulação do próprio plano de negócios. Esses atributos da aplicação do
plano de negócios serão discutidos de forma detalhada na segunda seção deste módulo.
Fonte: mojo cp /Shutterstock
O PLANO DE NEGÓCIOS COMO
FERRAMENTA DE VENDA
O plano de negócios funciona como um armazém de informações sobre a empresa. Dessa
maneira, o empreendedor pode selecionar as que deseja utilizar em qualquer ocasião.
Nesse plano, estão descritos os diferenciais da empresa, ou seja, as informações com mais
capacidade para convencer o público-alvo das potencialidades do negócio.
Fonte: GaudiLab /Shutterstock
ATENÇÃO
Um armazém precisa ser organizado! O plano de negócios, bem como suas fontes de dados,
não pode simplesmente “empilhar” informações que depois ninguém conseguirá encontrar.
Devemos nos lembrar sempre de uma importante observação de Yuval Harari sobre o
desenvolvimento da linguagem escrita: a biblioteconomia é tão importante quanto a literatura.
Não adianta compilar diversos registros escritos se não for possível recuperá-los rapidamente.
Isso já era considerado importante na feitura dos pergaminhos de milênios atrás – e ainda é
fundamental no mundo atual, que conta com um grande volume de dados.
BIBLIOTECONOMIA
Área responsável pelo estudo de práticas, perspectivas e aplicações de métodos de
representação, assim como de gestão da informação e do conhecimento, em diferentes
ambientes de informação, como, por exemplo, bibliotecas e centros de documentação e
de pesquisa.
Uma empresa pode ter dificuldade para apresentar seu plano de negócios por circularem tanto
diferentes versões dele – que pode sofrer ajustes ao longo do tempo – quanto outros
documentos de apoio, como planilhas de dados, em vários e-mails enviados para diferentes
pessoas envolvidas no processo. Será difícil, em caso de necessidade, encontrar um material
específico meses depois, pois ele estará perdido em meio a muitas mensagens.
É ESSENCIAL TER UMA BOA GESTÃO DA
INFORMAÇÃO.
ELEVATOR PITCH (OU ELEVATOR SPEECH)
Constituindo uma forma rápida e breve de apresentação, o elevator pitch pode ser traduzido
como “papo de elevador”. Ele tem origem na ideia de que o empreendedor precisa vender sua
ideia no tempo que elevador demora para chegar ao andar de destino.
Fonte: Suteren /Shutterstock
Não constitui uma tarefa fácil resumir tantas informações importantes num período curto (30 a
120 segundos). São recomendados treinos e ensaios para aprender essa habilidade de venda.
Uma ideia brilhante não se vende sozinha.
POR ISSO, O ESFORÇO NO PLANEJAMENTO E A
ORGANIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS SÃO
FUNDAMENTAIS NO EMPREENDEDORISMO.
A figura a seguir apresenta diferentes mecanismos de venda de uma empresa em comparação
com as informações presentes no plano de negócios. Justamente na base da pirâmide (o
alicerce), está representado esse plano.
Fonte: HADZIMA, 2002
Mecanismos de venda do empreendimento
Dornelas (2018) sugere algumas perguntas que podem guiar o elevator pitch:
?
Em que oportunidade o empreendimento se concentrará?
Quais fatores motivam a decisão dos fundadores para começar esse negócio?
?
?
Qual é o tempo necessário para a implementação do negócio?
Quais são os principais resultados que serão obtidos?
?
?
Quais são os apoiadores principais?
Quais são os custos envolvidos no empreendimento?
?
Fonte: GaudiLab /Shutterstock
O PLANO DE NEGÓCIOS COMO
FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO
Como falamos anteriormente, o plano de negócios é uma ferramenta de gestão da empresa. O
empreendedor a utiliza antes, durante e depois do início de suas operações.
A EQUIPE DA ORGANIZAÇÃO DEVE TER ACESSO E
CONHECIMENTO DO DOCUMENTO COMO UM TODO. O
PLANEJAMENTO DE AÇÕES, POR SUA VEZ, TEM
SUAS LIMITAÇÕES; AFINAL, O FUTURO SEMPRE É
INCERTO.
O plano de negócios não é um documento rígido, devendo ser atualizado ao longo do tempo.
Uma revisão periódica (semestral ou anual) do plano serve para monitorar a situação da
empresa de acordo com as metas previstas e as estimativas de receitas e despesas.
SEGUNDO DORNELAS (2018), PODEM SER
FEITAS, NESTE MOMENTO, AS SEGUINTES
PERGUNTAS:
PERGUNTA 1 PERGUNTA 2
Os clientes chegaram como se esperava?
As vendas aconteceram conforme a expectativa inicial?
Ferramentais visuais são bastante úteis para auxiliar na execução das metas da empresa. A
figura a seguir ilustra uma ferramenta simples: o gráfico de Gantt. Ele é valioso para
acompanhar a implementação do negócio ao longo do tempo.
Fonte: YDUQS/2020
Figura: Exemplo ilustrativo do gráfico de Gantt.
A figura mostra o período em que cada tarefa deve ser realizada.
EXEMPLO
A tarefa 1 deve ser implementada nas duas primeiras semanas. Já a 2 precisa começar na
terceira semana e acabar na sétima – e assim por diante.
O gráfico de Gantt ajuda o empreendedor e sua equipe a não perderem o foco das metas, além
de possibilitar correções nelas, de acordo com as mudanças de contexto observadas no
mercado.
Observaremos a seguir alguns motivos que justificam as mudanças no plano denegócios:
Mudanças de regimes fiscais:
Necessidade de financiamento
adicional:
Alterações nas alíquotas de imposto (níveis
maiores de receita geram diferentes
obrigações tributárias).
O plano precisa refletir essa nova
necessidade.
Mudanças no mercado:
Lançamento de um novo produto
ou serviço:
Qualquer alteração na base de clientes e de
empresas concorrentes.
O plano pode mostrar a viabilidade e
o custo de implementar essa nova
decisão.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Exemplificaremos neste vídeo a utilização do plano de negócios como ferramenta de vendas e
de gerenciamento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS O PAPEL DO PLANO DE NEGÓCIOS COMO MECANISMO
DE VENDA DO EMPREENDIMENTO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
CORRESPONDE A UMA BOA PRÁTICA DESSE MECANISMO.
A) Destacar os pontos em que a concorrência falha com os clientes.
B) Deixar a intuição e o instinto empreendedor fluírem.
C) Usar o discurso do elevador.
D) Escrever um texto usando a técnica do guardanapo.
2. RESSALTAMOS NESTE MÓDULO A NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO
DO PLANO DE NEGÓCIOS. SOBRE A PERIODICIDADE DA REVISÃO
DESSE PLANO, É CORRETO AFIRMAR QUE ELA:
A) Deve acontece sempre que houver alguma mudança nas condições de mercado.
B) Precisa ocorrer depois de cinco anos de operação.
C) Deve ocorrer a cada semestre ou a cada ano.
D) Precisa acontecer a cada quinzena ou a cada mês.
GABARITO
1. Estudamos o papel do plano de negócios como mecanismo de venda do
empreendimento. Assinale a alternativa que corresponde a uma boa prática desse
mecanismo.
A alternativa "C " está correta.
O discurso do elevador é uma técnica curta que, de forma resumida, utiliza as informações
convincentes desenvolvidas no plano de negócios.
2. Ressaltamos neste módulo a necessidade de atualização do plano de negócios. Sobre
a periodicidade da revisão desse plano, é correto afirmar que ela:
A alternativa "C " está correta.
Alterações muito constantes no plano de negócios podem ser um sinal de que o documento foi
mal construído. Por isso, é importante o empreendedor seguir um caminho intermediário de
acordo com as boas práticas.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os empreendedores têm como característica comum possuir uma energia e uma criatividade
que querem ser transformadas em algo concreto: um negócio. Para que isso aconteça, é
preciso haver muita disciplina, reflexão e pesquisa na construção de um plano de negócios.
Por conta disso, destacamos neste tema a importância do plano de negócios para o
empreendedorismo, explicando de que forma ele pode ser aplicado. Em seguida, descrevemos
seus principais pontos.
O planejamento é certamente o lado menos sedutor da atividade empreendedora, exigindo
horas de dedicação para se escrever e organizar seus objetivos e metas. A experiência dos
empreendedores e o estudo da estratégia de negócios mostram, contudo, que ninguém
constrói uma empresa de sucesso sem ele. Definitivamente, trabalhar em sua garagem não
basta.
FALA MESTRE
Riscos de Empreender
Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, fala sobre a relação entre
empreendedorismo e riscos envolvidos no processo empreendedor.
Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, fala sobre a relação entre
empreendedorismo e riscos envolvidos no processo empreendedor.
O Valor do Fracasso 
Sinopse: Paulo Moll Geo da Rede D’or São Luiz fala aponta a cultura brasileira precisa
aprender a valorizar a experiência oriunda da falência. O fracasso de um processo de
empreendimento se traduz em um precioso aprendizado para o empreendedor aplicar em
empreendimentos futuros. Um empreendedor que já fracassou deve ser visto como um
experiente e não como alguém que deva desistir.
Sinopse: Paulo Moll Geo da Rede D’or São Luiz fala aponta a cultura brasileira precisa
aprender a valorizar a experiência oriunda da falência. O fracasso de um processo de
empreendimento se traduz em um precioso aprendizado para o empreendedor aplicar em
empreendimentos futuros. Um empreendedor que já fracassou deve ser visto como um
experiente e não como alguém que deva desistir.
Empreendedorismo, Educação e Capital
Sinopse: Marília Rocca, CEO do grupo Hinode destaca a importância da educação e do
acesso ao capital para se construir novos empreendedores.
Sinopse: Marília Rocca, CEO do grupo Hinode destaca a importância da educação e do
acesso ao capital para se construir novos empreendedores.
Cidadania e Empreendedorismo
Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, aponta que a cidadania e
a construção de um maior senso de coletivo no Brasil incentivam o empreendedorismo,
empreendedores buscam fazer algo de valor para a sociedade.
Sinopse: Duda Falcão, fundadora e CEO do grupo Eleva Educação, aponta que a cidadania e
a construção de um maior senso de coletivo no Brasil incentivam o empreendedorismo,
empreendedores buscam fazer algo de valor para a sociedade.
REFERÊNCIAS
AULET, B. Disciplined entrepreneurship: 24 steps to a successful startup. Hooboken/NJ:
John Wiley & Sons, 2013.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 7. ed. São
Paulo: Empreende, 2018.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de
sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
HADZIMA, J. G. Nuts and bolts of business plans. Boston: Massachusetts Institute of
Technology, 2002.
HARARI, Y. Uma breve história da humanidade. São Paulo: L&PM, 2015.
HASHIMOTO, M.; LOPES, R. M. A.; ANDREASSI, T; NASSIF, V. M. J. Práticas de
empreendedorismo: casos e planos de negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
HONIG, B. Entrepreneurship education: toward a model of contingency-based business
planning. In: Academy of management learning and education. v. 3. n. 3. 2004. p. 258–273.
KURATKO, D. F; FREDERICK, H.; O’CONNOR, A. Entrepreneurship: theory, process,
practice. 4. ed. Sydney: Cengage Learning Australia, 2016.
EXPLORE+
Consulte o site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em
todos os estados brasileiros, os empreendedores podem contar com a assessoria de uma
agência de fomento para o empreendedorismo. Em sua página virtual, há diversos materiais
gratuitos disponíveis, assim como a possibilidade de um atendimento mais personalizado
propiciado pela equipe especializada do Sebrae.
Para ganhar ainda mais intimidade com a teoria e as técnicas que envolvem a elaboração e a
implementação de um plano de negócios, conheça alguns exemplos concretos e estudos de
casos (com entrevistas de empreendedores de sucesso) neste livro:
HASHIMOTO, M.; LOPES, R. M. A.; ANDREASSI, T; NASSIF, V. M. J. Práticas de
empreendedorismo: casos e planos de negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
CONTEUDISTA
Ugo Medrado Corrêa
CURRÍCULO LATTES
<
DESCRIÇÃO
Descrição do conceito de inovação e dos exemplos ilustrativos de sua categorização, além dos aspectos
relativos a equipes inovadoras e das medidas de avaliação de processos de inovação.
PROPÓSITO
Compreender o conceito de inovação e suas classificações, assim como as etapas do processo e as
práticas de gestão de equipes e de avaliação, para o entendimento de sua importância estratégica no
contexto das organizações.
PREPARAÇÃO
Tenha papel e lápis à mão para acompanhar a leitura deste tema.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever o conceito de inovação e seu desenvolvimento nas organizações
MÓDULO 2
Identificar características de uma equipe inovadora e medidas de avaliação de desempenho
INTRODUÇÃO
De maneira geral, o que é uma inovação?
Trata-se de um fenômeno relacionado ao progresso e à geração de riquezas na sociedade. A inovação,
portanto, definitivamente está no coração das atividades contemporâneas modernas, sendo o motor de
nossa sociedade.
Em muitas ocasiões, ela até personifica a transformação de problemas em soluções. Entretanto, a
inovação é um processo complexo, já que envolve um esforço de gestão contínuo com resultadoscujo
sucesso pode ser alto ou baixo.
Inspiração e criatividade, afinal, não são suficientes para uma ideia transformar-se em inovação. É
necessário que o espírito empreendedor lidere um processo longo e arriscado. Por esse motivo, é
importante ter como referência os estudos e as boas práticas nessa área.
Tendo em vista essas observações, inicialmente descreveremos neste tema o que é uma inovação,
estabelecendo quais são suas características principais. Também falaremos sobre as diferenças e as
semelhanças existentes entre as inovações e as invenções. Em seguida, listaremos diversos exemplos
de tipos de inovação, mostrando como eles podem ser categorizados.
Dando continuidade ao tópico, ainda abordaremos os pontos principais do desenvolvimento dela dentro
de uma organização. Por fim, descreveremos os aspectos fundamentais de gestão de equipes
inovadoras, bem como as medidas de avaliação ao longo do tempo do processo de inovação nas
organizações.
MÓDULO 1
Descrever o conceito de inovação e seu desenvolvimento nas organizações
INVENÇÃO E INOVAÇÃO: RELAÇÃO E
DIFERENÇAS
Para começarmos nosso estudo, precisamos saber o que é considerado uma inovação. Nesse sentido,
será importante discutirmos a relação e a diferença entre invenção e inovação.
INVENÇÃO
A invenção é o resultado de uma ação de criação, da concepção de algo novo, seja um objeto concreto
ou mesmo uma ideia teórica. Em outras palavras, pode-se inventar uma nova forma de se construir física
ou mentalmente alguma coisa. Contudo, nem sempre uma invenção torna-se uma inovação.
Por isso, destacaremos a seguir o exemplo de uma invenção que, só depois de muitos séculos, pôde ser
considerada uma inovação.
O italiano Leonardo Da Vinci (pintor da clássica pintura mundialmente conhecida como Mona Lisa )
também era um grande inventor. No distante século XV, ele criou desenhos de objetos voadores muito
parecidos com o que, hoje em dia, é conhecido como um helicóptero.
Veja as figuras a seguir para compará-los:
Da Vinci foi a primeira pessoa a ter a ideia do que seria um helicóptero, mas não foi o criador da primeira
fábrica que o produzia. Ou seja, o famoso pintor é considerado o inventor do helicóptero, e não a
pessoa inovadora responsável por produzi-los e vendê-los pela primeira vez.
INOVAÇÃO
Uma invenção torna-se uma inovação quando passa a gerar valor econômico e/ou social.
Fonte: Nikodash/shutterstock
Uma inovação é algo novo que passa a fazer parte da vida das pessoas e das empresas. Do ponto de
vista empresarial, ela é introduzida no mercado durante o processo de produção de um produto ou
serviço vendido aos consumidores.
O produto inovador surge, por exemplo, quando o helicóptero moderno inspirado no desenho de Da Vinci
passa a ser produzido e comercializado. Vale destacar que nem todas as invenções – inclusive as de Da
Vinci – tornaram-se inovações.
UM CONCEITO RESUMIDO DE INOVAÇÃO
Segundo Tidd e Bessant (2009), inovação é o processo de transformar ideias em realidade, obtendo
ganhos por meio desse processo e impactando o mercado e a sociedade.
O pulo do gato de uma inovação é saber identificar conexões, ver oportunidades e, por fim, obter
ganhos como resultado disso.
Fonte: Vlad Kochelaevskiy/shutterstock
Já observamos ao longo de nossas vidas como novas tecnologias têm o potencial de provocar mudanças
radicais. Porém, apesar do consenso em torno do assunto, uma ideia ou um objeto inovador não é
necessariamente a consequência do uso de uma nova tecnologia sofisticada. Afinal, a revisão de um
processo de produção bem estabelecido pode gerar práticas inovadoras de alto impacto.
Isso não significa, no entanto, que uma inovação possa surgir apenas da sorte ou do acaso. Uma grande
inspiração ou criatividade não será suficiente para esse processo poder se desenvolver.
Como falaremos mais adiante, inovações são o resultado de muito trabalho, de reflexão sobre estratégias
e de enfrentamento de riscos.
VOCÊ CONHECE UM EXEMPLO BRASILEIRO DE
INOVAÇÃO DE SUCESSO?
RESPOSTA
Fonte: rocharibeiro/shutterstock
Atualmente encontrado em qualquer supermercado, o pão de queijo congelado é considerado um caso de
sucesso. Esse produto inovador nasceu da transformação de uma receita tradicionalmente caseira de Minas
Gerais em um item industrializado.
Nos anos 1990, foi criada uma massa de pão de queijo que, após ser congelada, mantinha o mesmo gosto e
sabor da receita mineira de sempre quando era assada. Esse processo aconteceu graças à parceria entre
uma universidade mineira e os empreendedores locais.
TIPOS DE INOVAÇÃO
Apontaremos agora os caminhos diversos que uma inovação pode trilhar. Para isso, ofereceremos alguns
exemplos concretos de sua aplicação.
Fonte: NYC Russ/Shutterstock
NOVO PRODUTO
Um produto é um objeto material que tenha sido fabricado. Trata-se, em suma, do resultado de uma
produção industrial que será vendido aos consumidores.
Exemplo: Iphone (2007). Em um passado não muito distante, o mercado de celulares smartphones era
dominado por modelos com teclados físicos. A empresa norte-americana Apple inovou ao trazer um
dispositivo com tela sensível ao toque, dispensando, assim, a grande quantidade de botões físicos. O
mercado de celulares nunca mais foi o mesmo depois do lançamento do iPhone.
Fonte: Ascannio/Shutterstock
NOVO SERVIÇO
Um serviço é alguma atividade feita para atender à necessidade do consumidor. Ele não se trata de um
objeto físico, e sim de algo não material que é servido ao cliente.
Exemplo: Nubank (2013). A empresa de serviços financeiros inovou ao criar um cartão de crédito que
juntava tecnologia e prioridade dada ao consumidor. Gerenciado exclusivamente por um aplicativo de
celular, o cartão tornou-se um sucesso no Brasil. Sem as altas taxas de anuidade cobradas pelos
concorrentes na época de seu lançamento e com um atendimento realizado por meio de mensagens, a
empresa conquistou milhões de clientes.
Fonte: msm clicks/Shutterstock
NOVO PROCESSO
Exemplo: Toyota (1970). A montadora de automóveis inovou ao criar seu processo de gerenciamento da
produção. O esforço da empresa era para produzir somente o necessário e no tempo devido para tal (just
in time ). Seu objetivo era evitar desperdícios e organizar a produção. Graças a isso, foi possível
aumentar a produtividade e a eficiência da montadora.
Fonte: Varavin88/Shutterstock
NOVO MODELO DE NEGÓCIOS
Um modelo de negócios é a maneira que uma empresa encontra para ser rentável, ou seja, conseguir
faturamento. Trata-se do mecanismo pelo qual ela cria, entrega e captura valor para os clientes.
Exemplo: Tinder (2012). O aplicativo de celular voltado para relacionamentos inovou ao usar a
localização dos usuários para conectar pessoas desconhecidas. O modelo de negócios inovador da
empresa oferece vantagens por assinatura, como, por exemplo, oferecer ao usuário mais facilidades para
encontrar seu par.
Fonte: Sean Locke Photography/Shutterstock
NOVO POSICIONAMENTO
Ele indica o reposicionamento de mercado de um produto, de um serviço ou de uma marca como um
todo. Isso significa provocar uma mudança de percepção dos consumidores em relação ao valor ou à
utilidade de um produto ou de um serviço já estabelecido.
Exemplo: Häagen-Dazs (1959). A fábrica de sorvetes de Nova York passava por dificuldades para
competir com grandes fabricantes da iguaria. Desse modo, seus fundadores resolveram inovar ao
reposicionarem seus sorvetes como um produto de luxo (premium ) voltado para adultos.
Fonte: John Dvorak/Shutterstock
INOVAÇÃO SOCIAL
Uma inovação social é uma ação direcionada a resolver ou enfrentar problemas da sociedade. Ela, dessa
forma, aponta estratégias ou soluções capazes de criar valor para a coletividade.
Exemplo: Bike Anjo (2010). Plataforma que cria e conecta uma comunidade de ciclistas voluntários, a
Bike Anjo ajuda aqueles considerados novatos a adotar o estilo de vida da bicicleta. O objetivo do grupo
é apresentar uma alternativa sobre duas ruas para o problemade transporte nas cidades.
CATEGORIAS DE INOVAÇÃO
As categorias de inovação são outra classificação importante em relação aos tipos de inovações. Elas
estão relacionadas ao impacto de cada inovação.
Cada tipo pode ser classificado em uma categoria. Apontaremos a seguir quais são as principais
inovações:
INOVAÇÃO DISRUPTIVA
Uma disrupção acontece quando há uma interrupção no curso normal de alguma coisa. Em outras
palavras, ela é uma inovação que transforma radicalmente um mercado, substituindo seus competidores
por uma solução mais acessível, conveniente e simples. O que era anteriormente oferecido no mercado
torna-se obsoleto, não consegue competir com seus concorrentes e praticamente desaparece. O
lançamento do iPhone, por exemplo, foi disruptivo.
INOVAÇÃO INCREMENTAL
Oferece uma melhoria a uma solução que já existe, mas não provoca mudança radical. Em geral, a
inovação incremental acontece quando uma empresa que já atua no mercado promove uma melhoria
gradual em sua solução. Como exemplo, podemos pensar nos medicamentos de combate ao HIV:
originalmente, eles precisavam ser mantidos em refrigeração, mas uma inovação incremental dispensou
essa necessidade. Não se trata da criação de um novo medicamento, e sim de algo extremamente
importante em termos de distribuição e armazenamento, especialmente nos países africanos com alta
incidência do vírus e problemas de logística.
INOVAÇÃO LATERAL
Ela acontece quando uma empresa aproveita em seu setor de atuação uma inovação que já foi
implementada em outro mercado. Isso ocorre com frequência em pesquisa médica: um medicamento
para uma doença pode, anos depois, mostrar-se útil para o tratamento de outros problemas.
O DESENVOLVIMENTO DE UMA INOVAÇÃO
Fonte: Rawpixel.com/shutterstock
Como falamos anteriormente, a inovação é o resultado de muito trabalho, dedicação e espírito
empreendedor.
Esse processo pode ser facilitado por ações voltadas para uma gestão criteriosa de dados, recursos
financeiros e equipes dentro de uma organização. Desenvolveremos essas ideias a seguir, assim como
no segundo módulo.
POR QUE É IMPORTANTE INOVAR?
AS INOVAÇÕES SÃO FATOR-CHAVE PARA O
CRESCIMENTO E A SOBREVIVÊNCIA DE UMA
EMPRESA. AS EMPRESAS DESENVOLVEM
ESTRATÉGIAS DE COMPETIÇÃO POR
CONSUMIDORES. COMO QUALQUER ATIVIDADE
ECONÔMICA ESTÁ SUJEITA A INCERTEZAS E
RISCOS, O OBJETIVO É FACILITAR SEU
POSICIONAMENTO DE MERCADO — ESTAR EM UMA
POSIÇÃO DE VANTAGEM FRENTE AOS SEUS
CONCORRENTES.
(TIGRE, 2014).
A empresa tenta adaptar-se da melhor forma possível ao ambiente para melhorar suas chances de
sucesso. Como falamos anteriormente, uma estratégia inovadora pode ser implementada de diversas
maneiras: lançamento de produtos, adoção de uma tecnologia visando à redução de custos de produção,
lucratividade etc.
Além da competição natural entre as empresas, pode haver mudanças inesperadas no ambiente de
negócios que as “empurram” na busca de soluções inovadoras. Mencionaremos agora alguns exemplos
disso:
ETAPA 01
Avanços tecnológicos radicais.
ETAPA 02
Mudanças no comportamento dos consumidores.
ETAPA 03
Intensificação da competição com a entrada de novas empresas.
ETAPA 04
Mudanças na regulamentação (leis e normas) do setor econômico.
ETAPA 05
Escassez de insumos e/ou fornecedores.
ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS TÍPICAS
Diante desse cenário, as empresas adotam estratégias competitivas para enfrentar os desafios que se
impõem. Contudo, a depender do segmento de atuação, uma organização pode, por exemplo, adotar
mais de uma estratégia.
ESTRATÉGIA DE PREÇO
O objetivo é conquistar o mercado pelo menor preço. A empresa considera que os consumidores fazem
suas escolhas levando em conta o preço em primeiro lugar. Para oferecer os mais baixos, ela precisa ter
custos menores.
Em geral, isso é alcançado pelo emprego de mão de obra barata, ou seja, com o pagamento de baixos
salários.
ESTRATÉGIA DE DIFERENCIAÇÃO
A empresa busca oferecer ao mercado produtos ou serviços que a diferenciem de seus concorrentes. Ela
o faz empregando uma mão de obra com mais escolaridade e pagando salários mais altos para reter
talentos.
Frequentemente, organizações do tipo possuem uma equipe interna de pesquisa e desenvolvimento
(P&D). Além disso, elas fazem parcerias em rede com outras empresas e/ou universidades e centros de
pesquisa.
Até uma cópia ou imitação pode ser um instrumento de aprendizado desde que o produto ou serviço final
seja superior ao da fonte de inspiração inicial. Aprende-se, portanto, como fazer ainda melhor. O objetivo
dessa estratégia inovadora é produzir e ganhar valor.
ESTRATÉGIA DE EXCELÊNCIA OPERACIONAL
A estratégia de excelência operacional compõe um objetivo constante, pois uma posição de excelência
ou vantagem não é permanente, devendo ser renovada de tempos em tempos para que não seja
ultrapassada.
Ter excelência na produção de um produto inovador que já foi ultrapassado não configura uma vantagem.
Um segredo industrial até pode garantir uma posição vantajosa, mas, em geral, ela não dura para
sempre.
As empresas que adotam processos inovadores são copiadas por suas concorrentes depois de certo
tempo. Vimos isso anteriormente ao falarmos da empresa montadora de carros Toyota. Hoje em dia,
outras montadoras já adotam processos similares de produção, o que diminui ou anula a vantagem da
Toyota.
UM MODELO SIMPLIFICADO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO
As inovações dependem da maneira como a empresa faz a organização e a gestão de seus processos
de inovação. É fundamental ter um processo estruturado para poder dar seguimento às ideias surgidas.
A figura a seguir lista etapas importantes no gerenciamento de uma inovação distribuídas pelo tempo
(ordem cronológica):
Fonte: Adaptado de (TIDD; BESSANT; 2009)
Figura: Processo de inovação
Fonte: REDPIXEL.PL/Shutterstock
1. BUSCA
A primeira fase de uma inovação envolve a identificação de oportunidades de mudança, observando os
sinais e fazendo novas conexões. Trata-se do momento de gerar ideias e propor soluções. Podemos
pensar, por exemplo, no modelo de reunião de tempestade de ideias (o chamado brainstorming ), fase
que lida com o maior número de informações e de possibilidades de atuação.
O desafio é saber organizar o grande volume de informações que pode surgir da análise de dados de
produção e vendas, do feedback dos consumidores e principalmente dos funcionários da empresa.
Contudo, não há tempo nem recurso para se realizar uma busca infinita por soluções. É necessário ter
foco nos objetivos da empresa e, ao mesmo tempo, não construir barreiras à própria criatividade.
Fonte: Mangostar/Shutterstock
2. SELEÇÃO
A segunda fase está preocupada com a escolha das ideias a serem transformadas em decisões
estratégicas. De todas as soluções propostas na etapa anterior, é preciso escolher a que vai para a
frente.
Essa seleção leva em consideração as limitações que a empresa enfrenta e os riscos do mercado, assim
como a competência e a expertise já existentes na organização. Lançar um novo produto ou serviço
muito longe da área de atuação tradicional de uma organização aumenta as chances de que a inovação
não seja bem-sucedida.
Isso não significa que a empresa não possa explorar novas áreas de competência: inovação requer
justamente estudo e aprendizado. Uma organização inovadora deve encontrar caminhos e
relacionamentos para ter acesso ao conhecimento, à tecnologia e aos recursos necessários.
Fonte: George Rudy/Shutterstock
3. IMPLEMENTAÇÃO
A terceira etapa tem como objetivo o desenvolvimento da ideia. Seu desafio é transformar em algo mais
próximo da realidade o que já foi proposto como solução inovadora. Em outras palavras, é como se, após
termos reunido todas as peças de um quebra-cabeça, agora fosse o momento de juntá-las.
Nesta etapa, as incertezas vão gradualmente sendo substituídas pelo conhecimento. A percepção mais
realista das fraquezas do projeto inovador leva a um vai e vem de identificação e resolução de
problemas.
Após etapas anterioresmais exploratórias, a surgida nesse momento sugere uma lógica equivalente à de
um funil que se torna cada vez mais estreito. O esforço inovador lida com dificuldades inesperadas que
sempre aparecerão – mesmo naqueles planejamentos mais detalhistas.
O pulo do gato, nesta etapa, é envolver o usuário o mais cedo possível. Ele, aliás, pode ser tanto um
consumidor (caso a inovação seja a de um produto ou serviço) quanto um funcionário da empresa (se ela
for a de processo gerencial).
O usuário deve participar ativamente do processo de implementação da solução inovadora. Esse
movimento favorece a qualidade da inovação.
Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock
4. CAPTURA
Nas empresas, o processo de inovação, na maioria das vezes, é uma ferramenta para obter ganhos. Ou
seja, no final, ela está preocupada em conseguir benefícios econômicos ao introduzir uma inovação.
Esses benefícios são aqueles que já mencionamos anteriormente, como, por exemplo, o aumento das
vendas, a redução de custos e uma maior rentabilidade.
Esta última etapa diz respeito justamente ao momento de colher os frutos que a empresa plantou ao
longo do processo de inovação. Em termos objetivos, isso deve traduzir-se em um melhor
posicionamento dela em seu mercado de atuação e/ou um aumento de sua rentabilidade.
AS ETAPAS DO PROCESSO DE INOVAÇÃO.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DESCREVEMOS AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UMA INOVAÇÃO E
SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE. ENTRE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR, QUAL
DELAS REPRESENTA DA MELHOR FORMA A DIFERENÇA ENTRE INOVAÇÃO E
INVENÇÃO?
A) Inovações são diferentes de invenções, porque usam alta tecnologia em seu processo criativo.
B) Inovações são diferentes de invenções, pois elas geram valor econômico ou social.
C) Inovações são diferentes de invenções, já que têm um impacto menor na prática das empresas e na
sociedade em geral.
D) Inovações são diferentes de invenções, uma vez que não necessariamente elas são o fruto de
trabalho de um cientista.
E) Inovações, ao contrário das inovações, não dependem da criatividade.
2. OS ESTUDOS EM ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS DÃO GRANDE IMPORTÂNCIA
ÀS PRÁTICAS EMPRESARIAIS QUE LEVAM AO SUCESSO DE UMA INOVAÇÃO.
SOBRE O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DELA, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) a) Uma estratégia de inovação de sucesso é uma ferramenta para obter prestígio.
B) b) A seleção de ideias inovadoras não pode se restringir às limitações que a empresa enfrenta, como
os riscos do mercado, a competência e a expertise já existentes na organização.
C) c) Uma boa prática de inovação tem como requisito a adoção pela empresa de novas tecnologias que
provoquem mudanças significativas no mercado.
D) Uma inovação envolve a identificação de oportunidades de mudança, observando os sinais de
mercado e fazendo novas conexões de informação.
E) Uma ideia inovadora surge apenas quando muitas pessoas trabalham no mesmo ambiente físico e
debatem diariamente formas de se inovar.
GABARITO
1. Descrevemos as características principais de uma inovação e seus impactos na sociedade.
Entre as alternativas a seguir, qual delas representa da melhor forma a diferença entre inovação e
invenção?
A alternativa "B " está correta.
O principal ponto de diferença entre uma inovação e uma invenção é justamente o impacto que a
inovação traz para a sociedade. Invenções podem trazer conhecimento, mas são as inovações que
transformam as ideias em realidade. Uma inovação é algo concreto que atende às necessidades de
empresas e pessoas.
2. Os estudos em estratégias de negócios dão grande importância às práticas empresariais que
levam ao sucesso de uma inovação. Sobre o processo de implementação dela, é correto afirmar
que:
A alternativa "D " está correta.
O pulo do gato de uma inovação é captar a energia empreendedora que existe dentro das pessoas. Ou
seja, trata-se de observar tanto a realidade quanto os problemas que as empresas e a sociedade
enfrentam, propondo soluções para eles.
MÓDULO 2
Identificar características de uma equipe inovadora e medidas de avaliação de desempenho
PALAVRAS INICIAIS
Neste módulo, analisaremos de maneira mais profunda os aspectos importantes da estratégia inovadora
de uma empresa. Como discutimos anteriormente, o processo de inovação só acontece quando há um
esforço grande de organização e planejamento para transformar ideias em alguma ação concreta.
Em primeiro lugar, é fundamental podermos descrever o papel humano nesse processo, apontando
maneiras de se gerenciar os membros de uma organização, sejam eles gerentes ou funcionários, para o
favorecimento das práticas inovadoras.
Em seguida, apresentaremos a estratégia de avaliação das práticas empresariais em relação ao seu
desempenho quando se procura inovar. Com isso, veremos como é possível medir o sucesso de uma
empresa que implementa a inovação.
FORMAÇÃO DE EQUIPES
Não existe tecnologia capaz de superar a inteligência e a criatividade humana, pelo menos até o
momento atual. É verdade que observamos como as novas tecnologias são responsáveis por mudanças
inovadoras radicais. Contudo, qualquer processo de inovação depende de decisões de pessoas dentro
de uma organização.
Fonte: fotogestoeber/shutterstock
Tecnologias e métodos são instrumentos criados para servir a necessidades das pessoas.
Em outras palavras, as novas tecnologias são a lenha da fogueira – e não o fósforo que acende o fogo.
As pessoas é que decidem não só acendê-lo como também mantê-lo aceso.
Desse modo, o ponto de partida da inovação reside em três pilares: criatividade, empreendedorismo e
empenho. A seleção de boas ideias com potencial inovador é uma decisão humana. Ainda existe outro
fator não menos importante: a capacidade de as pessoas correrem riscos e ficarem vulneráveis a erros.
Atualmente, a inovação é cada vez mais estudada e analisada do ponto de vista dos recursos humanos e
da psicologia social aplicada aos negócios. Por conta disso, a estratégia empresarial está interessada em
descobrir quais combinações de equipe e que ambientes de trabalho são mais favoráveis à inovação.
De modo geral, as histórias de sucesso em inovação veiculadas nos jornais e na televisão
costumam colocar em evidência o papel dos talentos individuais, como, por exemplo, nos casos
em que uma pessoa foi, por conta própria, a responsável por criar uma solução inovadora.
As pesquisas sobre as características determinantes para a inovação indicam que o trabalho em equipe
tem se mostrado mais bem-sucedido. Comparada ao trabalho solitário, a combinação de talentos no
mesmo time favorece mais a criatividade, a flexibilidade e a implementação de ideias inovadoras.
O desafio é fortalecer os benefícios daquele realizado em grupo e reduzir ao máximo tanto as
desvantagens quanto os conflitos que podem surgir em um time. Tendo isso em vista, apontaremos a
seguir as principais vantagens e desvantagens do trabalho em equipe:
4zevar/shutterstock
VANTAGENS
Maior disponibilidade de informação e conhecimento;
Mais oportunidades de criar e melhorar ideias na interação de colegas de trabalho;
A participação e o envolvimento na solução de problemas aumentam o comprometimento e a
identificação com os resultados futuros;
O desenvolvimento do grupo aumenta a coesão e o espírito de companheirismo entre as pessoas
integrantes da equipe.
4zevar/shutterstock
DESVANTAGENS
A pressão social para o consenso e a uniformidade de opiniões pode limitar as contribuições
individuais e levar a soluções de qualidade menor;
Pessoas com personalidade dominante podem ter poder de influência desigual em relação aos
outros e aos resultados da equipe;
Pessoas respondem menos por suas escolhas quando estão em grupo. Isso pode propiciar uma
tomada de decisões mais arriscadas;
Visões individuais de pré-julgamento podem estimular níveis de competição não produtivos e a
ideia de que há vencedores e perdedores.
Fonte: (ISAKSEN; TIDD; 2006)
Após conhecermos essas vantagens e desvantagens, devemos observar agora as importantes
característicasque, segundo Tidd e Bessant (2009), são úteis para a construção de uma equipe de alto
desempenho inovador:
ESTABELECER OBJETIVOS CLAROS E DESAFIADORES
É importante que a equipe tenha um entendimento comum e um alinhamento das tarefas prioritárias e do
objetivo do trabalho. Com isso, todos se comprometem a alcançar os benefícios advindos do
cumprimento das metas.
Tarefas conflitantes e visões diferentes quanto ao objetivo podem dificultar o desempenho criativo.
SELEÇÃO DE PESSOAS COMPETENTES
O que parece óbvio, mas nem sempre é colocado em prática, diz respeito à seleção de pessoas que
tenham habilidades compatíveis com os resultados que se espera da equipe. O conhecimento não
precisa ser o mesmo, mas as habilidades individuais devem se encaixar para fazer a engrenagem dela
funcionar.
As pessoas selecionadas precisam igualmente estar dispostas a colaborar em grupo e a cooperar com
seus colegas. A escolha dos integrantes deve, na medida do possível, promover o equilíbrio de papéis e
estilos de comportamento.
LIDERANÇA DE GRUPO COM BASE EM PRINCÍPIOS
Os líderes de uma equipe podem ser pessoas formalmente apontadas na estrutura da hierarquia da
empresa ou aquelas que despontem naturalmente como líderes. Sua função é exercer influência e
motivar a equipe para alcançar os objetivos finais. Líderes também são responsáveis pelas conexões
realizadas com atores externos à equipe.
Uma liderança deve ser guiada por princípios de respeito e inclusão de todos. O clima de espaço seguro
e de pertencimento é necessário para que todos os membros da equipe se sintam motivados para
contribuir.
Além disso, o líder precisa manter mecanismos de resolução de conflitos dentro dela. O pior cenário
ocorre quando, por ele provocar medo, as pessoas da equipe não se sentem confortáveis para fazer
perguntas ou propor novas ideias.
COMUNICAÇÃO
A comunicação bem-sucedida em uma equipe pode ser descrita como a vontade e a abertura de seus
integrantes para escutarem um ao outro e estarem abertos à opinião de todos. Há, portanto, muito
respeito pelas contribuições dos demais integrantes.
Isso facilita a liberdade para o desenvolvimento de novas ideias. Se não houver esforço para uma
comunicação e um entendimento real entre os membros da equipe, o desempenho criativo será
prejudicado.
APOIO EXTERNO E RECONHECIMENTO
Os integrantes da equipe precisam de recursos, incentivos e reconhecimento dentro e fora de seu grupo.
Ser admirado e respeitado pela contribuição de seu trabalho ajuda a manter um nível elevado de energia
e motivação – e, consequentemente, um bom desempenho ao longo do tempo.
Nos ambientes de inovação contemporâneos, as equipes têm ligação contínua tanto com outras dentro
da mesma empresa quanto com aquelas provenientes de organizações externas. Esses parceiros e
redes existentes fora da equipe são fontes de aprovação e incentivo.
DIVERSIDADE NAS EQUIPES
O ambiente nas empresas ainda não é tão diverso como na sociedade em geral, embora exista um
crescente campo de estudos sobre o papel da diversidade das equipes no desempenho ao inovar. Esse
estudo considera a existência de duas dimensões de diversidade:
As dimensões externas são as características mais aparentes nas pessoas, como, por exemplo,
gênero, idade, nacionalidade e formação educacional. Já as internas lidam com os aspectos cognitivos,
como as atividades de raciocínio, aprendizado e processamento de informações.
De acordo com Aggarwal e Woolley (2018), tais dimensões são características pessoais psicológicas que
influenciam a forma como uma pessoa faz a leitura do ambiente ao seu redor. Equipes que têm como
característica a diversidade em aspectos externos e internos possuem um maior potencial inovador.
Um caso de sucesso de uma equipe inovadora é a empresa norte-americana Google.
Fonte: achinthamb/Shutterstock
A gigante de tecnologia Google foi fundada, em 1998, por dois estudantes de doutorado da Universidade
de Stanford, na Califórnia, EUA. Suas atividades iniciais propuseram um modelo inovador para buscas na
internet.
A empresa rapidamente transformou-se na principal ferramenta de buscas online, desbancando todos
seus concorrentes. Hoje em dia, ela é a página web mais visitada no mundo.
Fonte: PK Studio/Shutterstock
Desde então, o Google continua expandindo seus negócios, introduzindo constantemente inovações nos
diversos segmentos de mercado em que atua. Dos estágios iniciais até hoje, o número de funcionários da
companhia saltou de 2.000 para 55.000 pessoas.
Mesmo com esse tamanho gigante, a organização ainda é referência em gestão de sucesso em
inovação.
Fonte: Gorgev/Shutterstock
Google implementa uma cultura organizacional na qual seus funcionários dedicam 20% do tempo deles a
atividades que não fazem parte de suas atribuições principais. Já os seus gerentes são obrigados a
reservar 20% do tempo deles fora de seus segmentos de negócio e 10% dele no desenvolvimento de
novos produtos ou soluções.
As metas de dedicação a esse esforço de inovação não têm uma obrigação periódica, podendo ser
cumpridas de acordo com a disponibilidade do funcionário.
Fonte: giggsy25/Shutterstock
Essa cultura da empresa é reforçada por obrigações contratuais, avaliações de desempenho e pressão
dos colegas de trabalho. As ideias surgidas seguem o caminho formal de desenvolvimento de novos
produtos, o que inclui protótipos e testes com consumidores finais.
A geração de ideias e o teste massivo de novas soluções fazem com que o Google introduza no mercado
cerca de 100 novos produtos todos os anos. Além disso, graças às receitas crescentes do grande
sucesso de seu mecanismo de buscas, a empresa pode ter uma política ousada de contratação e
retenção de talentos.
AVALIAÇÃO DE INOVAÇÕES
Como destacamos anteriormente no módulo 1, a inovação tem uma importância estratégica para o
crescimento e a sobrevivência das empresas.
Até o momento, vínhamos discorrendo sobre as etapas iniciais do processo de inovação. No entanto,
nesta seção, descreveremos as ações que se concentram na última etapa do processo: a avaliação de
inovações.
As boas práticas de gestão empresarial têm como princípio sempre avaliar e monitorar a implementação
das estratégias de negócios — dentre elas, as de inovação. Em outras palavras, as empresas
acompanham se as estratégias estão dando o resultado esperado, ou seja, se foram bem-sucedidas.
Fonte: David Pereiras/shutterstock
A avaliação periódica das estratégias de inovação é um exercício de revisão e de aprendizado. Vale
sempre lembrar que não existe uma receita de bolo universal para o sucesso em inovação, pois as
necessidades das empresas variam de acordo com sua área de atuação. Portanto, cada uma constrói e
aprimora sua estratégia particular de inovação.
A avaliação de performance e desempenho é uma boa prática de gestão, sendo considerada
inquestionável nos dias de hoje. Isso está ligado ao seguinte raciocínio: o que pode ser avaliado é
concretizado e segue adiante.
Entretanto, muitas organizações podem cair na ilusão de coletar dados sobre todas suas atividades e
tentar avaliar o maior número possível delas. Metas muito ambiciosas, contudo, raramente são
alcançadas.
Muitos indicadores podem gerar uma avalanche de dados e informações difíceis de se analisar, o que tira
o foco dos funcionários para as atividades realmente produtivas e eficientes.
ATENÇÃO
A estratégia de inovação deve empregar uma quantidade reduzida de indicadores que seja capaz de
mostrar claramente o quadro da situação de desempenho. O principal objetivo é trazer transparência à
evolução dos projetos levados adiante.
As principais funções de um sistema de avaliação são:
COMUNICAR
Deixar claro quais são as fontes de valor para a organização e as expectativas de desempenho para
todas as pessoas envolvidas no processo de inovação.
MONITORAR
Acompanhar a execução dos esforços de inovação com um olhar atento para intervir quando for
necessário.
APRENDER
Identificar os pontos que

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