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Desinfodemia 2

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DESINFODEMIA
Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
 
Resumo de políticas 2
Autoras: Julie Posetti e Kalina Bontcheva 
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
2
Este resumo de políticas avalia as respostas emergentes à disseminação 
prolífica de desinformação associada à pandemia da COVID-19 no contexto 
dos desafios da liberdade de expressão. Este resumo acompanha o título 
“Desinfodemia: decifrar a desinformação sobre a COVID-19”, que descreve 
os temas, formatos e tipos de respostas ao que a Organização Mundial da 
Saúde (OMS) chamou de infodemia massiva.
O termo adotado nesta pesquisa para descrever as inverdades que 
alimentam a pandemia e seus impactos é desinfodemia – devido à 
enorme “carga viral” de desinformação possivelmente letal, que foi 
descrita pelo secretário-geral da ONU como um veneno e o outro “inimigo” 
da humanidade nesta crise.
Ao publicar este resumo de políticas, a UNESCO busca lançar luz sobre 
os desafios e as oportunidades associados à necessidade urgente de 
“achatar a curva” da desinfodemia e oferecer possíveis opções de ação.
O contexto
O primeiro resumo de políticas desta série oferece duas tipologias 
para se entender a desinfodemia:
• Primeiramente, identifica nove temas essenciais e quatro 
formatos principais associados à desinformação sobre a crise 
da COVID-19. Os temas vão desde informações falsas sobre as 
origens, a propagação, as taxas de infecção e mortalidade, até os 
sintomas e os tratamentos, incluindo conteúdos relativos a fraudes, 
a ataques políticos a jornalistas e a interpretações deturpadas do 
jornalismo independente e confiável como fake news. Os formatos 
utilizados para disseminar a desinformação relacionada à pandemia 
incluem: construções de narrativas e memes altamente emotivos; 
imagens e vídeos fabricados e alterados de forma fraudulenta 
ou descontextualizados; falsos sites, bases de dados e fontes de 
informação; campanhas orquestradas por pessoas que se infiltram 
para gerar desinformação.
• A segunda tipologia delineia dez tipos de respostas à desinfodemia, 
que são agrupados em quatro categorias abrangentes:
 » respostas de monitoramento, verificação de fatos e 
investigativas, destinadas a identificar, desmistificar e denunciar 
a desinformação sobre a COVID-19;
 » respostas de governança, que incluem respostas legislativas, 
políticas e governamentais no combate à desinfodemia;
 » respostas curatoriais, técnicas e econômicas, que são relevantes 
para as políticas e práticas de instituições de mediação de 
conteúdos; e
 » respostas éticas e normativas; educativas; de empoderamento e de 
credibilidade – todas destinadas aos públicos-alvo dos agentes da 
desinformação, com atenção especial para cidadãos e jornalistas.
É essa segunda tipologia que se analisa de maneira mais detalhada neste 
resumo de políticas. A avaliação resulta em uma lista de opções de ação 
que podem ser consideradas por organizações intergovernamentais, 
empresas de comunicação na internet, governos, organizações da 
sociedade civil (OSCs), acadêmicos e meios de comunicação.
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/situation-reports/20200202-sitrep-13-ncov-v3.pdf
https://apnews.com/e829eddc01457c700d5541f2dc2beebc
https://apnews.com/e829eddc01457c700d5541f2dc2beebc
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
3
O contexto de 
direitos humanos
É direito de toda pessoa buscar, receber e divulgar 
informações. A UNESCO e seus parceiros trabalham 
para proteger e fortalecer esse direito e construir 
"sociedades do conhecimento" de várias formas, in-
clusive:
• contrapor-se à contaminação da 
desinformação;
• apoiar o jornalismo de qualidade e 
independente;
• empoderar cidadãos globais com 
alfabetização midiática informacional (AMI); e
• ajudar os Estados-membros a cumprir 
os padrões internacionais de liberdade 
de expressão.
Todas as quatro linhas de ação são cruciais para o 
direito à saúde, que é um dos direitos econômicos, 
sociais e culturais reconhecidos pela comunidade 
internacional. Eles são todos essenciais para que a 
humanidade alcance o Objetivo de Desenvolvimento 
Sustentável da ONU 16.10 (ODS 16.10) sobre “acesso 
público à informação e às liberdades fundamentais”. 
Essa meta do ODS 16 ajuda a fortalecer outros ODS, 
especialmente o ODS 3, que trata de “boa saúde e 
bem-estar", que são tão importantes nesses tempos.
Ao publicar este segundo resumo de políticas 
sobre o tópico da desinfodemia, a UNESCO visa a 
#CompartilharConhecimento que possa ajudar 
governos, instituições, comunidades e indivíduos a:
• entender o contexto geral da 
desinformação e conhecer os tipos de 
respostas que são apresentadas;
• tratar dos desafios/oportunidades 
dessas respostas; e
• considerar as opções de ação que 
surgem dessa avaliação.
O contexto geral
Neste resumo de políticas, os dez tipos de respostas 
à desinformação sobre a COVID-19 (conforme 
identificados no primeiro resumo) são examinados 
de forma mais aprofundada. Essa análise se baseia 
nas pesquisas realizadas pelas autoras para o 
próximo relatório da Comissão de Banda Larga para 
o Desenvolvimento Sustentável UNESCO-UIT, para 
o qual uma tipologia hierárquica de respostas à 
desinformação está sendo desenvolvida. Em ambos 
os casos, as respostas são categorizadas de acordo 
com seus objetivos, e não de acordo com seus atores 
(por exemplo, plataformas sociais, governos, meios 
de comunicação e cidadãos). 
Além disso, é fornecida uma avaliação de cada 
categoria de resposta em termos de suas 
suposições, pontos fortes e fracos em geral. A 
discussão examina a relevância de cada resposta 
para a liberdade de expressão, que é tanto um 
direito fundamental quanto uma arma essencial na 
luta contra a desinfodemia.
O circuito de desinformação pode ser avaliado em 
termos de sua produção, transmissão e recepção/
consumo. Em uma quarta dimensão, há a reprodução 
do conteúdo por meio do compartilhamento em 
cadeia e da amplificação além do ciclo inicial.
As respostas objetivam o tratamento desses quatro 
“momentos” – interromper o fornecimento e a 
criação de conteúdo falso, limitar sua transmissão, 
inocular os destinatários contra seus efeitos e 
impedir sua circulação.
Um exemplo é a rotulagem de respostas 
destinadas a receber e consumir a 
desinformação. Assim como a AMI, elas também 
podem ser eficazes no estágio de “reprodução”, 
quando o conteúdo falso é passado adiante. Em 
comparação, a “desplataformização” de atores da 
desinformação, devido ao seu comportamento, é 
uma resposta autorregulatória das empresas de 
internet relevante para a filtragem no momento 
da transmissão. Aumentar o fornecimento de 
conteúdo antidesinformação (contramensagens) 
é uma intervenção no ponto inicial, assim como 
são as medidas para apoiar a produção de 
jornalismo independente.
Na análise contida tanto neste resumo de políticas, 
quanto no primeiro resumo , as respostas são 
avaliadas em termos de modalidades que têm 
implicações para todos os quatro “momentos” 
do circuito da desinformação. Essa abordagem, 
portanto, não classifica as respostas pelo tipo 
de ator que conduz a intervenção (por exemplo, 
governos e educadores), nem pelos atores que 
são os alvos das respostas (por exemplo, os 
impostores, de um lado, e os consumidores, de 
outro). Pelo contrário, ao enfocar as modalidades 
das respostas, reconhece-se que elas possuem 
uma relevância que atravessa os diversos grupos.
Além disso, a maioria das modalidades é 
diretamente relevante para todos os quatro 
“momentos” no circuito da desinformação – 
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemicDesinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
4
A análise a seguir engloba as seguintes modalidades:
lud-
wwin
produção, transmissão, recepção/consumo 
e reprodução. Elas também englobam várias 
possibilidades em relação às forças motrizes da 
desinformação. Um exemplo é quanto à motivação 
de uma pessoa em disseminar desinformação 
sobre uma cura falsa, na tentativa de ajudar, ao 
compartilhar informações aparentemente úteis.
As respostas podem buscar lidar com isso de 
maneira não punitiva no estágio da reprodução, 
como, por exemplo, apresentar para a pessoa 
1.	 Identificação	da	
desinformação
1.1. Principais suposições
1.2. Principais desafios
1.3. Principais oportunidades
2. Produtores e 
distribuidores
2.1. Principais suposições
2.2. Principais desafios
2.3. Principais oportunidades
3.	Produção	e	
distribuição
3.1. Principais suposições
3.2. Principais desafios
3.3. Principais oportunidades
4. Apoio aos 
públicos-alvo da 
desinformação
4.1. Principais suposições
4.2. Principais desafios
4.3. Principais oportunidades
a AMI. Porém, quando a motivação é o ganho 
financeiro no tráfico de medicamentos não 
comprovados, então, os métodos voltados ao 
“ecossistema” – como no caso de respostas 
jurídicas e regulatórias – ganham relevância. 
Visualizar as modalidades de respostas ajuda 
a contextualizar os diversos atores e alvos, 
suas motivações e os diferentes “momentos” no 
circuito da desinformação que as intervenções 
pretendem impactar.
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
5
1 Respostas focadas na 
identificação	da	 
desinformação	sobre	 
a COVID-19
Esta categoria de respostas se relaciona ao 
monitoramento de informações que são disseminadas 
rapidamente, verificando sua precisão, identificando 
quem a publicou e por que. Todos esses aspectos 
são essenciais para detectar manifestações da 
desinfodemia, algo que é crucial para quaisquer 
respostas adicionais – sejam elas jurídicas, técnicas, 
éticas, educativas ou de outros tipos de intervenção.
1.1	Principais	suposições
As respostas de identificação fornecem insights 
muito necessários sobre a desinfodemia, que se 
1.2	Principais	desafios
O volume e a variedade dos tipos de desinformação 
sobre a COVID-19 dificultam o trabalho dos grupos 
de verificação de fatos, dos jornalistas e de outros 
que ocupam funções investigativas para monitorar, 
denunciar e chamar atenção do público para todas as 
instâncias e todas as dimensões. Isso é ainda mais 
complicado pela magnitude da tarefa relacionada à 
investigação aprofundada, bem como à avaliação dos 
efeitos intencionais e não intencionais da identificação 
e outros tipos de respostas.
Entretanto, realizar tal análise é fundamental para 
desenvolver ou modificar as respostas.
O desafio dos verificadores de fatos é operar de maneira 
efetiva em todos os países e em todas as línguas, em 
escala e com impacto. Isso é necessário para permitir 
que as sociedades acessem as devidas informações para 
garantir que as várias respostas sejam eficazes contra a 
desinfodemia e coerentes com os padrões internacionais 
de liberdade de expressão e outros direitos humanos, 
como o direito à privacidade.
Por serem os principais investigadores da 
desinformação, os jornalistas têm estado sob uma 
forma especial de estresse por conta da COVID-19. 
Isso em razão da dimensão e da complexidade de 
realizar reportagens, das novas e crescentes quedas 
de receita que ameaçam as folhas de pagamento das 
redações e a capacidade de financiar investigações, 
assim como os riscos à segurança ligados à realização 
de reportagens. O principal desafio dessa missão 
é que, se a indústria de notícias for insustentável, 
a principal força para identificar e denunciar a 
desinformação será perdida, deixando o campo ainda 
mais aberto para a desinfodemia se espalhar. 
baseiam em evidências das quais dependem outros 
tipos de respostas à desinformação. A verificação 
de fatos, por exemplo, é utilizada por empresas de 
internet para identificar e atuar na visibilidade da 
desinformação sobre a COVID-19, assim como os 
governos e as organizações internacionais também a 
utilizam para poderem, então, decidir o que, quando, 
e se devem lançar iniciativas políticas ou práticas, 
como campanhas de combate à desinformação. 
DESINFODEMIA:
Decifrar a desinformação sobre a 
COVID-19 (resumo de políticas 1)
É reconhecido que as verificações de fatos tendem 
a ser menos compartilhadas pelos usuários nas 
redes sociais do que a desinformação viral que 
está sendo desmistificada. Também há uma certa 
preocupação de que, ao se chamar atenção para 
inverdades, pode-se ajudar a amplificá-las. Mesmo 
assim, a suposição que impera é a de que o trabalho 
de verificação e desmistificação permanece 
essencial como forma de trazer a verdade à tona, 
e de responsabilizar indivíduos, figuras públicas, 
instituições e os meios de comunicação por suas 
afirmações incorretas.
1.3 Principais oportunidades
A crise atual é uma oportunidade para respostas de 
identificação e monitoramento independente, para 
reforçar o valor dos fatos e da ciência. É, também, uma 
chance para estimular a reflexão pública sobre qual 
conteúdo é tratado como confiável, e o que as pessoas 
decidem compartilhar. Identificar a desinformação sobre 
a COVID-19 e investigar as respostas ao longo do tempo 
são ações que também permitirão a avaliação contínua 
da eficácia das empresas de comunicação na internet 
em reduzir a escalada da desinfodemia. Respostas de 
identificação são essenciais para o monitoramento 
dos impactos em mulheres, crianças, idosos, minorias, 
migrantes e outros cidadãos e comunidades vulneráveis.
A desinfodemia também é uma oportunidade para 
melhorar os recursos de respostas de identificação. 
Apesar de as empresas WhatsApp, Facebook, Google e 
Twitter terem prometido fornecer algum financiamento 
para organizações de verificação de fatos e de jornalismo 
local, é necessário que o apoio seja contínuo durante toda 
a pandemia e para além dela.
Apesar de ser necessário o debate sobre o alicerce 
econômico do jornalismo (ver abaixo) em termos de 
conhecimentos e habilidades, os jornalistas estão 
continuamente atualizando suas capacidades de 
investigação digital para ajudar na descoberta e na 
denúncia de conteúdos de desinformação, juntamente 
com as redes que os produzem e os distribuem. Alguns 
jornalistas também estão trabalhando em questões 
relacionadas às diversas respostas à desinfodemia, 
bem como promovendo debates sobre políticas 
dedicadas a essas questões. Devido a tudo isso, a crise 
é uma oportunidade para os jornalistas fortalecerem 
seu ofício e sua credibilidade, e aumentarem a 
visibilidade da sua contribuição indispensável para a 
sociedade em tempos de emergência.
https://www.disinfo.eu/resources/covid-19/platforms-responses-to-covid-19-mis-and-disinformation
https://www.disinfo.eu/resources/covid-19/platforms-responses-to-covid-19-mis-and-disinformation
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://academic.oup.com/joc/article-abstract/67/2/233/4082394?redirectedFrom=PDF
https://academic.oup.com/joc/article-abstract/67/2/233/4082394?redirectedFrom=PDF
https://fullfact.org/blog/2020/mar/long-game-impact-fact-checkers/
https://fullfact.org/blog/2020/mar/long-game-impact-fact-checkers/
https://fullfact.org/blog/2020/mar/long-game-impact-fact-checkers/
https://fullfact.org/blog/2020/mar/long-game-impact-fact-checkers/
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://www.disinfo.eu/resources/covid-19/platforms-responses-to-covid-19-mis-and-disinformation
https://www.disinfo.eu/resources/covid-19/platforms-responses-to-covid-19-mis-and-disinformation
https://www.disinfo.eu/resources/covid-19/platforms-responses-to-covid-19-mis-and-disinformation
https://www.poynter.org/fact-checking/2020/ifcn-receives-1-million-from-whatsapp-to-support-fact-checkers-on-the-coronavirus-battlefront/https://thehill.com/policy/technology/488065-facebook-donating-1-million-to-local-newsrooms-covering-coronavirus-and
https://www.voanews.com/science-health/coronavirus-outbreak/google-boosts-support-checking-coronavirus-facts
https://blog.twitter.com/en_us/topics/company/2020/giving-back-covid-19.html
https://foreignpolicy.com/2020/04/13/governments-coronavirus-pandemic-civil-liberties/
https://foreignpolicy.com/2020/04/13/governments-coronavirus-pandemic-civil-liberties/
https://foreignpolicy.com/2020/04/13/governments-coronavirus-pandemic-civil-liberties/
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
6
2 Respostas aplicáveis à 
produção	e	à	distribuição	 
de	desinformação	 
sobre a COVID-19
Esta modalidade se refere às respostas que cobrem 
o uso de poder político para configurar o ecossistema 
mais amplo de informações e conteúdos relacionados à 
desinfodemia. Geralmente, esses esforços são voltados 
para a produção e a transmissão de desinformação 
(apesar de alguns também se relacionarem ao seu 
consumo). As intervenções vão desde medidas que 
criminalizam a desinformação sobre a COVID-19, em 
um lado do espectro; até o aumento de retificações de 
inverdades relacionadas à saúde, no outro; e, menos 
frequentemente, o apoio a mídias independentes.
2.1	Principais	suposições
Esta categoria de respostas intervém na ecologia 
de informação-desinformação, ao restringir ou 
recompensar os comportamentos de pessoas e 
instituições envolvidas na produção, na circulação e 
no consumo de conteúdos. Ao mesmo tempo, às vezes, 
também se dá atenção à produção de conteúdo oficial 
na expectativa de que seja confiável.
Juntas, essas respostas pretendem afetar diretamente 
o tipo de combinação de conteúdos disponibilizados ao 
público com relação às proporções e à proeminência da 
informação versus desinformação.
A expectativa subjacente é que, ao modificar o ambiente 
das comunicações de forma centralizada, pode-se 
minimizar o circuito da desinformação, ou ao menos 
diminuir seu impacto, permitindo, dessa forma, que 
a sociedade possa enfrentar a COVID-19 com base na 
ciência. O alinhamento da abordagem da liberdade 
de expressão com os ODS depende do quanto os 
responsáveis pelas respostas de governança estão 
motivados pelo interesse público, e que as medidas que 
eles tomam sejam relativamente apolíticas em termos 
de opção e custo-benefício, sem deixarem de respeitar os 
direitos humanos. 
2.2	Principais	desafios
Há um grave risco de que respostas restritivas 
para cercear a desinformação sobre a COVID-19 
também possam prejudicar o papel do jornalismo 
livre e de qualidade, em sua capacidade de combater 
essa mesma desinformação. Tais respostas 
podem incluir medidas que, de forma intencional 
ou não, criminalizem o jornalismo crítico, como, 
por exemplo, as chamadas leis das fake news. 
Com frequência, essas respostas podem violar os 
padrões internacionais que requerem avaliações de 
proporcionalidade e necessidade, a serem aplicadas 
ao limitar a liberdade de expressão.
A esse respeito, ao serem apresentadas como 
“curas”, algumas dessas medidas jurídicas e políticas 
podem prejudicar reportagens legítimas, bem como 
o discurso e o debate político legítimos – que são 
essenciais para trazer a verdade à tona e garantir 
que ela triunfe sobre as mentiras. Respostas 
desproporcionais à desinformação, que restringem 
o direito à liberdade de expressão, como as leis 
das fake news, na verdade, poderiam impedir o 
trabalho de jornalistas e outros envolvidos em 
pesquisas, investigações e narrações sobre a 
pandemia e sobre a desinfodemia, ajudando-os 
a alimentá-la. Esse trabalho inclui esforços de 
verificação e desmistificação que são essenciais 
para o desenvolvimento de políticas esclarecidas, 
juntamente com processos de implementação e 
revisão necessários para enfrentar a COVID-19.
Também há o risco associado de que leis e 
regulamentos sejam colocados em vigor às pressas, 
na tentativa de resolver a desinfodemia, e, assim, 
minem o uso mais amplo da internet ao obstruir as 
comunicações das pessoas de forma mais ampla.
Além disso, podem ocorrer danos colaterais a partir 
de restrições que nem mesmo visam às questões de 
informação e desinformação. Assim, os lockdowns 
necessários para proteger a saúde pública têm 
uma gama de consequências imprevistas, inclusive 
a possiblidade de se infligir golpes que podem 
"nocautear" um número cada vez maior de redações 
de notícias independentes em todo o mundo. Os 
meios de comunicação também estão lutando para 
sobreviver aos bloqueios automáticos de propagandas 
acompanhadas de conteúdos que usam o termo 
coronavírus. Já fragilizados, os modelos tradicionais 
da indústria da mídia que dependem de propagandas 
entraram em colapso em alguns casos, fazendo com 
que várias redações parassem de funcionar. Isso 
reduz ainda mais o acesso a informações confiáveis 
de interesse público e aumenta a vulnerabilidade 
e a exposição das pessoas à desinfodemia. O atual 
momento foi descrito como “um evento de extinção 
da mídia”. Se isso não for mitigado, esse desafio pode 
terminar com as empresas de mídia, com consequências 
para as sociedades no curto e no longo prazo.
Outro desafio é que respostas restritivas e punitivas à 
desinfodemia podem ofuscar o uso do poder político e 
das políticas públicas para regular por meio de medidas 
de incentivo e empoderamento, de forma que vários 
atores, inclusive os meios de comunicação, possam 
fortalecer seu papel contra a desinformação.
https://www.cjr.org/analysis/coronavirus-press-freedom-crackdown.php?utm_source=Daily+Lab+email+list&utm_campaign=c64ffaee17-dailylabemail3&utm_medium=email&utm_term=0_d68264fd5e-c64ffaee17-396039981
https://www.cjr.org/analysis/coronavirus-press-freedom-crackdown.php?utm_source=Daily+Lab+email+list&utm_campaign=c64ffaee17-dailylabemail3&utm_medium=email&utm_term=0_d68264fd5e-c64ffaee17-396039981
https://ijnet.org/en/story/key-quotes-media-freedom-threats-and-covid-19-un-special-rapporteur-david-kaye-and-cpj’s
https://ijnet.org/en/story/key-quotes-media-freedom-threats-and-covid-19-un-special-rapporteur-david-kaye-and-cpj’s
https://www.niemanlab.org/2020/03/newsonomics-tomorrows-life-or-death-decisions-for-newspapers-are-suddenly-todays-thanks-to-coronavirus/
https://www.buzzfeednews.com/article/craigsilverman/coronavirus-news-industry-layoffs
https://www.buzzfeednews.com/article/craigsilverman/coronavirus-news-industry-layoffs
https://www.buzzfeednews.com/article/craigsilverman/coronavirus-news-industry-layoffs
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
7
2.3 Principais oportunidades 
As respostas políticas e de outros tipos desta 
categoria podem exercer um papel essencial ao 
apoiar a parte de oferta da informação, como um 
antídoto para a desinformação.
Assim como alguns governos, empresas e a 
Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento 
Sustentável UNESCO-UIT estão fazendo, existe a 
oportunidade de promover a conectividade de banda 
larga acessível. Também há a oportunidade de 
suprimir ou suspender quedas de sinal da internet 
onde estas ocorrerem, remover restrições arbitrárias 
sobre a expressão e promover iniciativas de AMI.
Em particular, também existe uma oportunidade para 
reconhecer que os meios de comunicação ajudam a 
combater a desinfodemia e facilitam a transparência 
pública com respeito às respostas governamentais 
e corporativas à crise. Há uma janela de impacto 
vital por meio de investimentos oportunos em 
”estímulos” e “pacotes de resgate” para o jornalismo 
independente e os meios de comunicação. Esse apoio 
ao jornalismo independente, inclusive o autêntico 
serviço público de mídia, é essencial para garantir 
a sustentabilidade do jornalismo como um bem 
público, enquanto a pandemia atinge ainda mais 
as instituições de mídia. Antes que seja tarde, as 
ações políticas são fundamentais para garantir que 
o jornalismo, como veículo profissional que publica 
informações comprovadasno domínio público 
(diferentemente das mensagens privadas), deva 
continuar a ser disponibilizado como um serviço 
essencial de interesse público.
As autoridades têm a oportunidade de promover o 
progresso para alcançar a Meta de Desenvolvimento 
Sustentável 16.10 – “assegurar o acesso público à 
informação e proteger as liberdades fundamentais” –, 
combatendo a desinformação ao promover medidas 
ativas de transparência. Isso inclui a liberação de 
fontes de dados abertos (por exemplo, sobre taxas de 
infecção, taxas de mortalidade, taxas de recuperação, 
falta de equipamentos etc. – com o devido respeito 
às questões de privacidade individual), e com 
transparência sobre gastos públicos relacionados à 
pandemia e seus impactos. Tais dados podem ajudar 
os verificadores de fatos (incluindo os jornalistas) 
a comprovar as informações que circulam sobre as 
muitas facetas da crise. Essa transparência também 
é um aspecto importante na construção da confiança 
do público nas comunicações oficiais sobre saúde 
pública, e pode ser especialmente útil para combater 
a desinformação com foco em estatísticas.
Empresas de comunicação na internet (assim como 
governos e organizações doadoras) têm um papel a 
desempenhar, ao usar seu poder privado para adotar 
políticas que apoiem o ecossistema de informações, 
provendo financiamento de base para a mídia (e 
para os esforços de verificação de fatos). Essas 
entidades corporativas, que contam com muitos 
recursos, também podem ajudar a causar impacto ao 
oferecer financiamentos para projetos de jornalismo 
independente voltados à investigação de temas da 
desinformação e de redes ligadas à desinfodemia da 
COVID-19. As empresas de internet também poderiam 
expandir programas criados para compensar os 
editores de notícias com as receitas que obtêm 
com a produção de suas reportagens. Apoios como 
o oferecido pelo Facebook a dois países já são um 
começo. Financiamentos advindos dessas empresas 
(e de outras), oferecidos sem contrapartidas para 
evitar a interferência e o surgimento de motivações 
de relações públicas, poderiam ajudar a subsidiar 
as empresas de notícias que estejam abrindo mão 
de seus acessos pagos para oferecer ao público 
conteúdo gratuito sobre a COVID-19.
A desinfodemia também é uma oportunidade para 
empresas de acesso à internet realizarem uma 
contribuição ativa ao fornecer conexões isentas de 
taxas para novos sites confiáveis. Por sua vez, lojas 
de aplicativos poderiam reduzir a sua porcentagem 
sobre a venda de inscrições em novos serviços.
3 Respostas na 
produção	e	na	distribuição	de	
desinformação	sobre	a	COVID-19 
Esta modalidade de respostas é voltada para 
ações dentro das principais instituições na 
esfera de comunicações – como os meios de 
comunicação, redes sociais, serviço social de 
mensagens e serviços de busca. A maioria dessas 
respostas se relaciona à curadoria (ou seja, 
edição, gestão e moderação) de conteúdos, que 
tem impacto na presença e na proeminência de 
informação versus desinformação. Em alguns 
casos, as pessoas que elaboram essas respostas 
visam a reduzir incentivos econômicos para 
pessoas que procuram ganhar dinheiro com a 
desinformação sobre a COVID-19, o que causa 
impactos na produção; em outros casos, as 
respostas são concentradas na redução da 
transmissão de tais conteúdos.
https://www.theguardian.com/australia-news/2020/apr/14/australian-government-plans-to-bring-in-mobile-phone-app-to-track-people-with-coronavirus
https://www.localmedia.org/announcing-a-total-of-1-million-in-grants-to-support-coronavirus-news-reporting/
https://www.localmedia.org/announcing-a-total-of-1-million-in-grants-to-support-coronavirus-news-reporting/
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
8
3.1	Principais	suposições
As respostas desta categoria funcionam com base no 
fato de que empresas de comunicação na internet e 
meios de comunicação em geral têm uma margem de 
manobra significativa para organizar as informações 
que seus serviços transmitem (e, em certos casos, para 
organizar a desinformação). As respostas dependem 
do quanto os modelos de negócios dessas empresas 
não são intrinsecamente favoráveis à desinformação, 
e de quanto dinheiro seus líderes estão dispostos a 
gastar e que medidas tomarão para evitar a captura por 
produtores de desinformação sobre a COVID-19.
Essas respostas também se baseiam na disposição 
desses atores de usar seu poder econômico para 
desencorajar aqueles que abusam das possibilidades 
de transmissão de “iscas de clicks” (clickbaits) para 
promover inverdades sobre a crise.
O sucesso que se pretende ter com essas respostas 
está condicionado à forte responsabilidade social, à 
conscientização ética e à competência de conteúdo dos 
donos e funcionários dessas empresas, assim como de 
seus usuários e públicos. Cada vez mais, essas respostas 
depositam confiança em medidas tecnológicas para 
implementar políticas de conteúdo com precisão; porém, 
na prática, a automação continua sendo um instrumento 
impreciso que está sendo desenvolvido durante a crise 
sem provisão suficiente para reparações de conteúdos 
removidos indevidamente por esses meios.
Outra suposição é que os donos dessas empresas 
se encontram na melhor posição para decidir sobre 
suas políticas e práticas internas a respeito da 
desinfodemia, o que pode ocorrer às custas de sua 
prática de consulta a múltiplos stakeholders e de sua 
transparência sobre padrões e implementação.
3.2	Principais	desafios
É importante tratar das dimensões da desinfodemia que 
ocorrem nas comunicações na internet e nas empresas 
de mídia. No entanto, com a maioria dessas medidas 
curatoriais, técnicas e econômicas estão amplamente 
nas mãos de atores privados, há decisões incoerentes e 
opacas sendo tomadas. Um exemplo é a insuficiência de 
transparência das propagandas com informações sobre 
a COVID-19 fornecidas por empresas de comunicação 
na internet, o que impede a análise independente por 
parte de jornalistas e pesquisadores. Também não 
é claro como estão monitorando a mudança para a 
maior automação, em termos de seu efeito sobre a 
desinformação e a informação sobre a COVID-19.
A "colcha de retalhos" de políticas e abordagens entre as 
diversas empresas de internet reflete o pluralismo e a 
diversidade, mas também pode dificultar uma resposta 
geral efetiva no âmbito da indústria à desinformação 
sobre a COVID-19. Além disso, ela pode ocultar os 
riscos imediatos e duradouros ao direito à liberdade 
de expressão e à privacidade por parte de atores 
corporativos e governamentais, com respeito à proteção 
da privacidade pessoal e à retirada de conteúdos.
Como instituições tradicionalmente guardiãs da produção 
e da transmissão de conteúdo, as instituições da mídia 
enfrentam desafios especificamente relacionados à 
desinfodemia. A diversidade dos meios de comunicação é 
uma contribuição valiosa para a sociedade, mas redações 
de notícias têm sido aprisionadas por forças que politizam 
a crise de uma forma tão indevida que quase chegam ao 
ponto da desinformação. Além disso, alguns jornalistas 
são suscetíveis a embustes, ao sensacionalismo e 
à prática eticamente questionável de interpretar de 
maneira incorreta o compromisso com a objetividade 
por meio de uma abordagem da “equivalência falsa”, 
na qual fontes falsas são consideradas como iguais às 
verdadeiras. Esses fenômenos podem levar à legitimação 
da desinformação sobre a COVID-19 pelos meios de 
comunicação. Essas falhas no sistema atuam contra o 
papel do jornalismo como antídoto à desinformação. 
Elas reduzem o potencial da mídia de promover o debate 
público sobre as respostas à desinfodemia – bem como 
a necessidade de promover um debate com base em 
evidências, em uma abordagem política mais ampla da 
sociedade sobre a pandemia e seus impactos.
3.3 Principais oportunidades
Esta pandemia representa um momento adequado 
e urgente para empresas de comunicação na 
internet criarem mecanismos de transparência e 
responsabilização,bem como o engajamento rápido 
de múltiplos stakeholders. Dessa forma, eles podem 
demonstrar sua boa-vontade além do básico, e 
seu interesse sincero em melhorar as políticas e as 
práticas para apoiar informações de qualidade frente à 
desinformação sobre a COVID-19. Isso poderia envolver 
políticas de curadoria para garantir a modernização dos 
veículos de notícias confiáveis e outros provedores de 
conteúdo reconhecidamente autorizados, e a rebaixar ou 
remover conteúdos falsos e a publicidade ligada a eles.
A crise atual também é uma oportunidade para 
os editores de notícias e os jornalistas, que são 
capazes de valorizar seu serviço ao público por 
meio da independência editorial fortalecida, 
juntamente com a adesão aos mais altos padrões 
de ética e profissionalismo, com fortes mecanismos 
autorregulatórios. Dessa forma, o jornalismo 
pode demonstrar seu compromisso com padrões, 
distinguindo-se do tipo problemático de conteúdo 
e interação que prevalece no espaço crescente de 
mensagens privadas e diretas (inclusive, aplicativos de 
mensagens como o WhatsApp), onde a desinformação 
e seus agentes podem prosperar fora do olhar público 
e continuar livres de verificação. Assim, as redações 
podem usar a crise para aumentar sua credibilidade 
como fonte de fatos e opiniões fundamentadas em fatos, 
e reforçar esse papel ao expor os atores maliciosos 
organizados dentro da desinfodemia.
Da mesma forma, as organizações de jornalismo podem 
destacar seu importante papel em garantir respostas 
publicamente responsáveis e transparentes de todos 
os atores, tanto da desinfodemia quanto da crise mais 
ampla da COVID-19. Ademais, os meios de comunicação 
podem ajudar a defender a necessidade de que todas 
as intervenções relativas à COVID-19 levem em conta os 
marcos jurídicos e normativos internacionais dos direitos 
humanos, e que quaisquer restrições impostas devem 
cumprir as condições de padrões internacionais sobre a 
limitação de direitos.
https://www.niemanlab.org/2019/10/what-if-scale-breaks-community-how-to-reboot-audience-engagement-amid-political-attacks-and-platform-capture/
https://www.zdnet.com/article/was-your-facebook-post-on-the-coronavirus-deleted-this-is-why/
https://www.cima.ned.org/publication/media-capture-in-the-service-of-power/
https://www.cima.ned.org/publication/media-capture-in-the-service-of-power/
https://www.article19.org/wp-content/uploads/2020/03/Coronavirus-final.pdf
https://www.article19.org/wp-content/uploads/2020/03/Coronavirus-final.pdf
https://www.article19.org/wp-content/uploads/2020/03/Coronavirus-final.pdf
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
9
4 Respostas voltadas a 
apoiar os públicos-alvo das 
campanhas	de	desinformação	
sobre a COVID-19 
Esta modalidade de respostas reúne as 
intervenções que buscam tratar diretamente os 
alvos e destinatários da desinformação, incluindo 
comunidades online, meios de comunicação e 
seus públicos. A categoria engloba:
(I) intervenções normativas, como resoluções 
e declarações; (ii) desenvolvimento de AMI; e 
(iii) iniciativas de indicação de credibilidade de 
conteúdos. Essas respostas visam a promover 
as competências de comunicação dos cidadãos, 
que incluem o senso crítico e as habilidades 
de verificação digital. Também há iniciativas 
de educação e capacitação em jornalismo, que 
reconhecem que os jornalistas são tanto os 
principais responsáveis pela desinformação 
sobre a COVID-19 quanto seus alvos.
4.1	Principais	suposições
Este conjunto de respostas não se relaciona à 
proteção “externa” dos alvos da desinformação, mas 
sim a aumentar os esforços para preparar as pessoas 
a serem agentes ativos na construção de sua própria 
resistência à desinfodemia.
Supõe-se que os comportamentos do público são 
influenciados por normas, ética, conhecimentos e 
habilidades, e que as intervenções irão fortalecer o 
público em relação à desinformação sobre a COVID-19 
e às respostas à crise. A expectativa quanto a isso é 
que as pessoas sejam éticas, racionais e abertas, para 
aprender como “se inocular” e se recusar a serem 
enganadas como vítimas da desinfodemia. Algumas 
evidências sugerem, entretanto, que muitas pessoas 
preferem se envolver com informações erradas que 
reforçam seus preconceitos, em vez de se envolver 
com conteúdos precisos e confiáveis, que podem 
desafiá-las a mudar suas opiniões.
Essa modalidade de tipos de resposta também 
trabalha com a ideia de que os públicos irão 
responder à indicação de conteúdos conforme 
previsto por quem os indicou, ou seja, reconhecendo 
sua falsidade e abstendo-se de compartilhá-los, 
apesar de que nem sempre seja esse o caso. Há, 
também as suposições complexas de que rotular 
o conteúdo como confiável pode ser um exercício 
simples e incontroverso, e que tal indicação de 
“qualidade” pode coexistir com as importantes 
habilidades da AMI dos consumidores de conteúdo.
A categoria também depende de quanto os 
jornalistas são capazes ou estão dispostos a 
aderir aos códigos de ética, e de que estejam 
interessados em melhorar sua cobertura da 
COVID-19 diante dos desafios da desinformação.
4.2	Principais	desafios
A magnitude da crise da COVID-19 e a urgência 
de se ter respostas à desinfodemia podem 
levar a mudanças no que é aceito como normal, 
como a suspensão ou o enfraquecimento 
das proteções aos direitos humanos. Muitas 
respostas à desinfodemia podem se tornar 
arraigadas como novas normas – para o bem 
e para o mal. Portanto, é um desafio garantir 
que todas as intervenções estejam ancoradas 
nos marcos de ação jurídicos e normativos dos 
direitos humanos, como os direitos à liberdade de 
expressão (incluindo o acesso à informação) e à 
privacidade. Ao confrontar esse desafio, muitos 
atores têm tentado dar voz a essas questões. Eles 
tentam enfrentar o desafio de um rebaixamento 
dos padrões de direitos humanos, ao fazer com 
que o público (e seus representantes no governo) 
percebam que as intervenções contra a COVID-19 
e a respectiva desinformação deveriam, por 
exemplo, ser necessárias, proporcionais e de 
duração limitada no que diz respeito aos padrões 
internacionais. No entanto, o impacto desses 
cuidados depende de persuadir aqueles com 
poder para que sigam de perto a esses padrões.
Outro desafio é que as reações educativas à 
desinfodemia corram o risco de estar exclusivamente 
em foco em um curto prazo, e se perder de vista 
os possíveis vínculos com o empoderamento de 
programas e políticas institucionais de longo prazo 
para a realização da AMI, inclusive para crianças, em 
relação à desinformação em geral.
https://ethicaljournalismnetwork.org/media-ethics-safety-and-mental-health-reporting-in-the-time-of-covid-19
https://ethicaljournalismnetwork.org/media-ethics-safety-and-mental-health-reporting-in-the-time-of-covid-19
https://www.theguardian.com/media/2020/mar/22/the-coronavirus-story-is-unfathomably-large-we-must-get-the-reporting-right
https://www.theguardian.com/media/2020/mar/22/the-coronavirus-story-is-unfathomably-large-we-must-get-the-reporting-right
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
10
4.3 Principais oportunidades
A principal oportunidade não é apenas reforçar 
e lembrar as pessoas a respeito das normas 
relativas ao acesso à informação e à liberdade de 
expressão, bem como fornecer-lhes educação e 
sinais para ajudá-las, mas aprofundar e reforçar 
tais conhecimentos, habilidades e dicas em um 
ambiente complexo de rápidas mudanças.
Também podem ser tomadas medidas imediatas 
normativas, educativas e de indicação de 
credibilidade no combate à desinfodemia para 
promover os impactos normativos e institucionais 
de longo prazo em termos de padrões internacionais 
de direitos humanos. O mesmo se aplica ao papel 
Conclusão
Recapitulação	do	contexto
Este resumo de políticas, complementar ao primeiro 
descreve nove temas essenciais e quatro principais 
tipos de formatos associados à desinfodemia. Os 
temas identificados incluem informações falsas sobre 
asorigens, a propagação e os tratamentos da COVID-19, 
juntamente com as taxas de infecção e conteúdos 
fraudulentos, além da perigosa interpretação incorreta 
por parte de determinados líderes políticos de que 
o jornalismo independente e os jornalistas sérios 
fornecem fake news. Os formatos adotados incluem 
imagens e vídeos fabricados ou descontextualizados 
(que frequentemente se tornam virais em aplicativos 
de mensagens fechados); sites falsos e campanhas 
coordenadas de desinformação.
Para entender a variedade de respostas a esse 
conteúdo, este segundo resumo de políticas se baseia 
no primeiro que o acompanha, o qual agrupa as 
respostas à desinfodemia em dez subcategorias.
da AMI em termos de seu relevante potencial na 
construção de normas e abordagens éticas.
Além disso, indicar a credibilidade – ou seja, por um 
lado, aplicar rótulos de credibilidade para sinalizar a 
desinformação sobre a COVID-19 e, por outro, designar 
determinadas instituições de mídia como fontes 
confiáveis – também pode beneficiar a conformidade 
aos padrões internacionais de direitos humanos. 
Tal abordagem poderia ajudar a conter a censura, 
defender os direitos à liberdade de expressão e evitar 
a validação da mídia cujo desempenho seja duvidoso 
em relação à promoção da desinformação.
A crise possibilita ao público aprender a abordar 
conteúdos com ceticismo, e não com cinismo, e a ter 
autonomia para realizar julgamentos fundamentados 
sobre a desinfodemia e as respostas a ela.
Essas respostas, por sua vez, agrupam-se em quatro 
categorias abrangentes de modalidades, conforme 
discutido acima:
• Respostas de monitoramento e verificação de fatos 
(que ajudam a identificar, desmistificar e denunciar a 
desinformação sobre a COVID-19).
• Respostas legislativas, pré-legislativas e políticas, 
e campanhas governamentais de "combate 
à desinfodemia" (que, juntas, representam a 
governança do ecossistema).
• Respostas curatoriais, técnicas e econômicas (que 
são relevantes às políticas e práticas de instituições 
que mediam conteúdos).
• Respostas éticas e normativas; educativas; de 
empoderamento e credibilidade (destinadas 
especialmente aos públicos-alvo da desinformação).
Este segundo resumo de políticas aprofunda a 
discussão, ao examinar as suposições subjacentes, os 
desafios e as oportunidades de cada um dos dez tipos 
de respostas que são cobertos pelas quatro categorias 
acima. Posto isso, e com o resumo recapitulando a 
discussão, é possível fazer uma análise no âmbito das 
questões comuns e interseccionais.
Avaliação	transversal
Suposições: cada uma das respostas avaliadas 
neste resumo de políticas se baseia em suposições 
subjacentes, algumas das quais podem ser 
questionáveis e precisam ser verificadas. Elas 
podem estar ausentes em alguns casos e, em 
outros, podem servir para minar os resultados 
pretendidos das intervenções.
Todas as modalidades de respostas apresentadas 
aqui têm uma característica em comum: elas 
buscam fortalecer e aumentar a visibilidade 
das informações genuínas de interesse público 
(como, por exemplo, o jornalismo independente 
e informações legítimas de saúde pública) e, ao 
mesmo tempo, anular (ou ao menos desvalorizar) 
a desinformação sobre a COVID-19. Portanto, elas 
implicam uma “teoria da mudança”. 
Mesmo que isso geralmente não seja elaborado, os 
pontos fortes e fracos dessa teoria em particular são 
fundamentais para a eficácia das intervenções.
Pressupõe-se, ainda, quanto à maioria das 
respostas, que é adequado basear a intervenção, 
seja de forma implícita ou explícita, no reajuste de 
estratégias contra a desinformação pré-coronavírus 
associadas a assuntos como campanhas políticas, 
mudança climática e vacinação. Entretanto, estas 
podem não ser adequadas à escala, aos impactos e 
às condições da crise atual.
As proporções da desinformação (com a produção 
deliberada e a transmissão de inverdades) e de 
informações incorretas (com circulação "inocente", 
mesmo com motivação bem-intencionada), podem 
variar de acordo com o tópico. Por exemplo, as 
eleições provavelmente terão volumes maiores de 
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
11
desinformação do que de informações incorretas, 
enquanto que, nas questões antivacinação, pode 
ocorrer o oposto. Para a desinfodemia, as combinações 
e os resultados finais podem ser diferentes de acordo 
com o país e a comunidade, além do que ainda são 
dinâmicos e relativamente desconhecidos.
Uma suposição subjacente a muitas iniciativas de 
respostas à desinfodemia é que elas, de fato, funcionam 
com base em palpites sobre o que é necessário, e em 
como se espera que uma intervenção deva funcionar. 
Isso ocorre porque elas trabalham com a ausência de 
evidências empíricas. É compreensível, considerando 
a rapidez com que essas respostas se desenrolam, 
que seja muito cedo para testar suas suposições 
subjacentes no que diz respeito aos impactos 
factuais. No entanto, poucos atores parecem ter se 
preparado para dar andamento a uma supervisão 
independente ou a uma avaliação de impactos, incluindo 
o monitoramento e a avaliação de efeitos imprevistos 
como, por exemplo, qualquer enfraquecimento, no longo 
prazo, do direito à liberdade de expressão, incluindo ao 
acesso à informação e à privacidade.
Responsabilização: sabe-se que a maioria das 
respostas não apenas são elaboradas rapidamente, 
como também estão se desenrolando sob condições 
emergenciais, em uma corrida contra o relógio da 
COVID-19, para lidar com um risco mundial sem 
precedentes à saúde pública e com enormes ramificações 
sociais e econômicas, risco este que se torna pior com 
a desinfodemia. Entretanto, outra questão é que a 
responsabilização por algumas respostas não é sempre 
óbvia ou transparente. Também é evidente que muitas 
respostas não reconhecem os padrões internacionais 
em termos de limitações dos direitos à liberdade de 
expressão, particularmente com respeito à necessidade 
e à proporcionalidade. Esse exagero infringe o direito 
legítimo à liberdade de expressão, e especialmente a 
liberdade de imprensa, que é uma condição prévia para 
a oferta de informações que podem ajudar a superar o 
desafio da desinformação.
Examinar	os	desafios	 
e as oportunidades
• Prazos: algumas respostas, como novos 
regulamentos, são voltadas a resultados 
imediatos; e outras, como o empoderamento 
de usuários, ocorrem mais no médio prazo. 
Então, há medidas, como desenvolver uma visão 
crítica por meio da AMI, que levam mais tempo 
para serem incorporadas, mas que podem 
ter consequências duradouras. Outras, como 
medidas de apoio à cobertura jornalística da 
crise, são mais pontuais. É importante observar 
que diferentes problemas e oportunidades 
operam dentro de diferentes prazos.
• Complementaridades: os dez tipos de respostas 
à desinfodemia delineados nestes resumos 
de políticas complementam uns aos outros de 
diversas maneiras. Eles podem ser reconhecidos 
com um pacote holístico de intervenções. Por 
exemplo, em muitos casos, os jornalistas têm 
denunciado desinformação online que não foi 
detectada pelas empresas de comunicação na 
internet que possibilitaram sua transmissão. 
Deve-se atentar para as ações por parte dessas 
empresas na visão geral das respostas. Isso porque 
o uso do poder e da política, bem como a atenção 
aos públicos, são as categorias de respostas que 
podem resolver o problema da desinformação fora 
das medidas tomadas pela indústria.
• Contradições: há casos em que um tipo de 
resposta pode atuar contra outro. Um exemplo 
seria um desequilíbrio no qual há ênfase exagerada 
em um regulamento "de cima para baixo", e ao 
mesmo tempo, negligencia-se a necessidade de 
empoderamento "de baixo para cima".
• Outra tensão seria o ato de "aprisionar" jornalistas 
em redes estabelecidas para agentes da 
desinformação, por meio da criminalização da 
publicação ou distribuição de informações falsasa respeito da COVID-19, justamente quando o 
jornalismo é necessário no combate à desinfodemia. 
Também pode ser observado que a contrainformação 
precisa coexistir, e não competir ou ser realizada às 
custas do jornalismo independente. Portanto, as 
diversas intervenções precisam estar alinhadas, em 
vez de seguir direções diferentes.
• Gênero: o gênero é ignorado em muitas respostas à 
desinformação sobre a COVID-19, e coloca em risco 
o fato de se ignorar as diferenças sutis em relação 
ao conteúdo falso que, muitas vezes, tem o objetivo 
de atingir as pessoas, bem como as diversas 
maneiras como as pessoas respondem ao conteúdo 
em questão. Também é importante observar que 
padrões de comportamento estabelecidos por 
agentes da desinformação incluem ataques online 
relacionados aos gêneros (com ameaças que vão 
desde abuso à segurança digital até violações de 
privacidade). Ademais, há o problema do acesso 
de mulheres e meninas à informação, que, com 
frequência, é limitado em alguns contextos e 
ameaçado pela existência de violência doméstica. 
Sem contar que também há o problema de que 
a grande maioria dos rostos e das vozes de 
autoridades sobre a crise da COVID-19 é de homens, 
e há uma clara necessidade de maior inclusão de 
mulheres nessas respostas, tanto à desinfodemia 
quanto à pandemia em si.
• Faixas etárias: principalmente as crianças e os 
idosos, em relação à desinfodemia, também são 
pouco consideradas em muitas respostas.
https://en.unesco.org/sites/default/files/module_7.pdf
https://en.unesco.org/sites/default/files/module_7.pdf
https://en.unesco.org/sites/default/files/module_7.pdf
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
12
Opções	de	ação
Avaliação	geral
A desinformação prospera na ausência de 
informações comprováveis e confiáveis. Da 
mesma forma, ela também pode florescer em 
meio a volumes de conteúdos, quando as pessoas 
têm dificuldade de distinguir entre informações 
confiáveis e desinformação, entre aquilo que é 
um fato comprovado e o que não é. Ela explora a 
necessidade que as pessoas têm de compreender 
os desenvolvimentos complexos, bem como seus 
medos, desejos e identidades. É por isso que é 
necessária uma abordagem multifacetada – que vá 
além do domínio da comunicação e de conteúdos 
contestados, para incluir medidas práticas, como 
solidariedade social, juntamente com apoio médico e 
financeiro efetivo para as populações vulneráveis em 
tempos de grandes mudanças e enormes riscos.
Uma crise como a da COVID-19, tão crítica para 
toda a humanidade, exige respostas em conjunto 
por toda uma gama de dimensões, com diversos 
atores trabalhando juntos pelo interesse comum 
global. Qualquer estratégia coerente de combate 
ao domínio da desinfodemia deve reconhecer o 
A UNESCO poderia:
• Aumentar sua assistência técnica aos Estados- 
-membros para que desenvolvam marcos regulatórios 
e políticas para lidar com a desinfodemia, em 
conformidade com padrões internacionais de 
liberdade de expressão e privacidade.
• Investir no monitoramento da desinfodemia, 
bem como mensurar e avaliar os impactos das 
intervenções no âmbito dos direitos humanos.
• Aumentar o apoio a instituições de mídia em 
países em desenvolvimento, inclusive por meio do 
Programa Internacional para o Desenvolvimento de 
Comunicações (IPDC).
• Considerar a realização de conferências remotas, 
compartilhamento de conhecimentos, e 
intervenções da AMI voltadas para a desinfodemia.
• Como parte de seu mandato sobre a liberdade 
de expressão, intensificar o seu trabalho sobre a 
questão da desinformação em geral, em parceria 
com outras agências da ONU e a gama de atores 
envolvidos nesse espaço.
• Ampliar sua atuação em AMI e na qualificação de 
jornalistas como respostas relevantes à desinfodemia.
• Apoiar respostas sensíveis a gênero, tanto para a 
pandemia quanto para a desinfodemia.
valor de se ter uma abordagem holística e analítica 
tanto com relação ao problema, quanto com a gama 
de respostas, sejam estas práticas ou de outro 
tipo. Nesse contexto mais amplo, é evidente que a 
liberdade de expressão, o acesso à informação e o 
jornalismo independente – apoiados pelo acesso 
aberto e de baixo custo à internet – não são apenas 
direitos humanos fundamentais, mas também partes 
essenciais do arsenal contra a desinfodemia.
Deve-se destacar que a luta contra a desinformação 
sobre a COVID-19 não é um chamado para suprimir o 
pluralismo de informação e opinião, nem para suprimir 
um debate político intenso. É uma luta a favor dos 
fatos, pois, sem informações com base em evidências 
para todas as pessoas, não será possível uma vitória 
comum contra a pandemia da COVID-19. Ainda assim, 
se a jornada for bem-sucedida, muitos dos métodos e 
das estratégias aplicadas no combate à desinfodemia 
podem ser úteis como contramedidas em batalhas 
para derrotar a desinformação sobre outras questões 
que estão por vir, como a mudança climática, as 
eleições e outras de vital interesse público.
Outras	instituições	 
internacionais poderiam:
• Estimular o fortalecimento da ampla variedade de 
diferentes respostas à desinfodemia, de acordo com 
os padrões internacionais de direitos humanos.
• Estimular doadores a investir especificamente 
em contramedidas à desinformação sobre a 
COVID-19 e que fortaleçam a AMI, a liberdade 
de expressão, o jornalismo independente e o 
desenvolvimento da mídia.
Os governos poderiam:
• Revisar e adaptar suas respostas à desinfodemia, com 
vistas à conformidade com padrões internacionais de 
direitos humanos (sobretudo o direito à liberdade de 
expressão, incluindo o direito ao acesso à informação 
e o direito à privacidade) e a tomar providências para 
o monitoramento e a avaliação.
• Aumentar a transparência e a divulgação proativa de 
informações e dados oficiais, especificamente sobre 
questões relacionadas à COVID-19, e monitorar esse 
desempenho alinhado com o direito à informação 
e à Meta do ODS 16.10.2, que avalia a adoção e a 
implementação de garantias constitucionais, legais 
e/ou políticas para o acesso público à informação.
• Promover conectividade acessível para 
todos, alinhada com o conceito da UNESCO de 
"Universalidade da Internet" e os quatro princípios: 
https://en.unesco.org/fightfakenews
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000248054/PDF/248054eng.pdf.multi
https://en.unesco.org/internet-universality-indicators/background
https://en.unesco.org/internet-universality-indicators/background
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
13
direitos, abertura, acessibilidade e participação de 
múltiplos atores (Rights, Openness, Accessibility and 
Multistakeholder participation – ROAM).
• Apoiar o investimento no fortalecimento da mídia 
independente, bem como em órgãos públicos de 
comunicação social, uma vez que os impactos 
econômicos da crise da COVID-19 ameaçam a 
sustentabilidade jornalística em todo o mundo.
• Destinar fundos e apoio à AMI voltada para o 
combate à desinfodemia, especialmente por meio 
de intervenções educativas voltadas para crianças, 
jovens e idosos.
• Garantir sensibilidade de gênero na liderança e nas 
respostas ao público, tanto em relação à pandemia 
quanto à desinfodemia em muitos outros contextos.
Órgãos	de	aplicação	da	lei	e	do	
sistema judiciário poderiam:
• Garantir que as autoridades legislativas tenham 
conhecimento das proteções à liberdade de 
expressão e à privacidade concedidas a atores 
jornalísticos e outros que publicam informações 
comprovadas de interesse público, a fim de evitar 
prisões e detenções arbitrárias durante a pandemia.
• Operadores jurídicos, principalmente os juízes, 
poderiam dar atenção especial à análise de 
casos relacionados ao tratamento de medidas 
de combate à desinformação, garantindo que os 
padrões internacionais de liberdade de expressão 
e privacidade sejam completamente respeitados 
nessas medidas.
Empresas de internet poderiam:
• Intensificar a transparência e o envolvimento de 
múltiplos atoresem suas respostas, bem como 
fornecer maior suporte financeiro a redes de verificação 
de fatos e ao jornalismo independente (principalmente 
aquele voltado para investigações sobre redes e 
conteúdos de desinformação, e organizações locais 
de notícias, que estão particularmente vulneráveis na 
crise), e campanhas de educação em AMI.
• Realizar os tipos de investimentos descritos acima 
“sem amarras” e com transparência, para evitar o 
surgimento de intervenções que sirvam apenas de 
exercício de relações públicas.
• Enfocar a curadoria para garantir que os usuários 
possam acessar facilmente o jornalismo como 
informação verificada e compartilhada de interesse 
público – principalmente durante a pandemia, mas 
também posteriormente.
• Trabalhar para aumentar a visibilidade de conteúdos 
de notícias confiáveis e compensar financeiramente 
produtores de notícias cujos conteúdos beneficiam seus 
negócios, principalmente porque muitas organizações 
de notícias removeram o acesso pago e outras barreiras 
de acesso a conteúdos durante a pandemia.
• Evitar a dependência excessiva quanto à automação, 
principalmente na moderação de conteúdos, 
atividade em que há a necessidade de expandir o 
processo de revisão humana, e monitorar de forma 
transparente o impacto da escassez de pessoal 
induzida pela pandemia, com vistas a resolver os 
problemas de reparação.
• Aplicar as lições aprendidas durante a urgente 
resposta à desinfodemia da COVID-19 à desinformação 
política que ameaça a democracia internacionalmente.
O setor da mídia poderia:
• Redobrar seus esforços como profissionais de 
resposta na linha de frente da desinfodemia, por 
meio do aumento de investimentos em verificação 
de fatos, desmistificações, investigações sobre 
desinformação, linhas de questionamento contínuas 
e robustas sobre as respostas à pandemia e à 
desinformação, bem como do aumento da prestação 
de contas e da transparência por parte de atores 
políticos, Estados, instituições e setor corporativo.
• Relatar as implicações sobre os direitos humanos 
das respostas à pandemia, incluindo aquelas que 
afetam os direitos à liberdade de expressão, ao 
acesso à informação e à privacidade.
• Considerar as colaborações investigativas de "caça a 
mitos" da desinformação sobre a COVID-19 com outros 
públicos e outras organizações de notícias – inclusive 
no âmbito internacional. Parcerias com públicos 
associados também podem ter êxito.
• Ampliar os limites da inovação no contexto de 
paralisações das redações e escassez de pessoal, 
produzindo informações sobre saúde pública em 
formatos mais amplamente acessíveis e atraentes, 
como infográficos, podcasts e fóruns online 
mediados por especialistas médicos, e aumentando 
a confiança em conteúdo gerado por usuários (User 
Generated Content – UGC), que tenha sido submetido a 
uma rigorosa verificação dos fatos.
• Garantir que as experiências em vários países em 
desenvolvimento não sejam negligenciadas na 
cobertura da desinfodemia.
• Garantir a preparação da equipe para os riscos de 
segurança associados à realização de reportagens 
sobre a desinfodemia, por exemplo, aumento de 
ameaças à segurança, abuso online e ataques físicos, 
incluindo a ênfase na sensibilidade de gênero.
https://www.theguardian.com/media/2020/apr/14/dozens-of-australian-newspapers-stop-printing-as-coronavirus-crisis-hits-advertising
https://www.theguardian.com/media/2020/apr/14/dozens-of-australian-newspapers-stop-printing-as-coronavirus-crisis-hits-advertising
https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/sites/default/files/2019-04/Posetti_Lessons_in_Innovation_FINAL.pdf
https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/sites/default/files/2019-04/Posetti_Lessons_in_Innovation_FINAL.pdf
https://www.icfj.org/covering-covid-19-webinars-experts
https://www.icfj.org/covering-covid-19-webinars-experts
https://cpj.org/2020/02/cpj-safety-advisory-covering-the-coronavirus-outbr.php
https://cpj.org/2020/02/cpj-safety-advisory-covering-the-coronavirus-outbr.php
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
14
O programa do mandato da UNESCO em 
Comunicação e Informação é cada vez mais 
relevante em relação à desinfodemia. Seu 
trabalho atual envolve:
• Liberdade de expressão e segurança de 
jornalistas – promoção do jornalismo 
livre, plural, independente, seguro e de 
qualidade, que é um antídoto contra a 
desinformação (e também para reações 
exageradas que possam restringir a 
expressão de forma injusta).
• Acesso à informação – promoção da 
transparência e da divulgação proativa 
por parte dos governos, que ajudam a 
produzir informações legítimas de origem 
oficial como uma alternativa aos boatos e 
às mentiras.
• Inovação digital e tecnologias – análise 
sobre como a tecnologia produz, prioriza, 
compartilha e avalia a informação (e a 
desinformação).
• Desenvolvimento da mídia e sociedade 
– promoção da resiliência por meio de 
AMI, promovendo a igualdade entre 
gêneros dentro e entre todas as mídias, 
e a mídia comunitária como fator 
essencial ao pluralismo.
Grupos da sociedade 
civil poderiam:
• Reforçar o apelo por respostas à desinfodemia, 
para estar em conformidade com os padrões 
internacionais de direitos humanos.
• Realizar parcerias com jornalistas e organizações 
de notícias em projetos de investigação e 
monitoramento da desinformação sobre a COVID-19 
e suas respostas.
• Fortalecer o desenvolvimento de projetos de AMI, e 
de programas de apoio ao jornalismo independente.
• Trabalhar de forma colaborativa uns com 
os outros para garantir que organizações 
intergovernamentais respondam de forma 
adequada à desinfodemia e a seus impactos.
• Considerar programas voltados para crianças, 
bem como para idosos, que recebem atenção 
insuficiente por parte das campanhas de AMI e, 
portanto, são mais suscetíveis à exploração por 
agentes da desinformação.
Pesquisadores poderiam:
• Reorientar seus planos de pesquisas para a 
desinfodemia, as respostas a ela e seus impactos.
• Estudar formatos pouco pesquisados, como jogos 
interativos, por meio dos quais a desinformação 
e suas contramedidas podem atingir os jovens de 
maneira efetiva.
• Participar de projetos de Pesquisa de Ação 
Participativa que respondam a incidentes 
importantes relacionados à desinfodemia, e que 
possam fornecer suporte urgente e prático.
• Colaborar com jornalistas, organizações de notícias 
e grupos da sociedade civil em projetos que ajudem 
a revelar e combater a desinformação, juntamente 
com exercícios de monitoramento e avaliação 
voltados para as respostas à desinfodemia.
• Estudar campanhas de multiplataformas de 
desinformação, para obter uma perspectiva mais 
completa e holística da desinfodemia.
• Realizar uma avaliação independente quantitativa 
e qualitativa, bem como o monitoramento contínuo 
das respostas à COVID-19, implementadas pelas 
empresas de comunicação na internet.
• Garantir que a expertise feminina seja visível, como 
uma forma de abordar as desigualdades de gênero 
nos debates internacionais sobre a desinfodemia. 
15
O que a UNESCO está 
fazendo sobre a desinfodemia
Em resposta à crise, o Setor de Comunicação e Informação da UNESCO tem 
reforçado seu trabalho em relação às dimensões de “oferta”, “demanda” e 
“transmissão” da desinfodemia.
No “lado da oferta”, o Setor está trabalhando para mostrar que, para 
combater boatos, os governos devem valorizar a transparência e aumentar 
a divulgação proativa, bem como a disponibilização de dados abertos, de 
acordo com a lei e a política do direito à informação. Isso porque o acesso 
à informação de origem oficial é essencial para se ter credibilidade nas 
comunicações durante uma crise.
Ao mesmo tempo, essa área importante da ação no “lado da oferta” não 
substitui a informação que é produzida pelos meios de comunicação. 
Portanto, o Setor precisa persuadir as autoridades a considerar o jornalismo 
livre e profissional como um aliado na luta contra a desinformação. 
Especialmente porque os meios de comunicação trabalhamabertamente 
no espaço público, enquanto muita desinformação ocorre "por baixo dos 
panos", em aplicativos sociais de mensagens, e não é fácil responsabilizar os 
envolvidos. A campanha pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de 
maio de 2020, reforçou o reconhecimento de que o jornalismo imparcial sem 
medo é especialmente vital durante a pandemia.
Como parte da campanha, a UNESCO – bem como outros atores da ONU – pede 
aos governos que não imponham restrições sobre a liberdade de expressão que 
possam prejudicar o papel essencial do jornalismo independente. Ao contrário, 
os Estados são estimulados a reconhecer o jornalismo como um poder contra 
a desinformação – mesmo quando ele produz informações comprovadas 
e opiniões fundamentadas que irritam algumas pessoas no poder. O Setor 
de Comunicação e Informação da Organização também tem compartilhado 
boas práticas, como o reconhecimento oficial das mídias como um serviço 
fundamental neste momento, e que – com ressalvas à independência e à 
transparência – merece o apoio governamental durante esses tempos tão 
turbulentos em termos econômicos.
A UNESCO também trabalha para fortalecer o profissionalismo do 
jornalismo na cobertura desta crise. Um apelo à cooperação com a 
Associação Internacional de Pesquisa em Mídias e Comunicações (IAMCR) 
publicou 20 traduções da publicação “Jornalismo, fake news e desinformação: 
manual para educação e treinamento em jornalismo”. Um curso aberto online 
massivo e multilíngue está sendo desenvolvido com a Cátedra da UNESCO em 
Comunicação da Universidade de Austin, no Texas (EUA).
Com relação à “transmissão” da desinformação, a UNESCO está trabalhando 
para promover a universalidade da internet como uma forma de alinhar o 
desenvolvimento digital com o desenvolvimento sustentável. Isso envolve 
promover normas com base nos princípios ROAM acordados por seus 
Estados-membros. A Organização também trabalha com empresas de 
internet, governos, sociedade civil e outros atores para assegurar que a 
internet respeite os direitos humanos de maneira aberta, acessível a todos 
e regulada por meio de processos com muitos stakeholders. A série de 
publicações sobre liberdade na internet da UNESCO fornece indicadores 
sobre como redes digitais podem respeitar a liberdade de expressão e a 
privacidade e, ao mesmo tempo, evitar discursos de ódio e radicalização do 
extremismo violento que vêm combinados com a desinformação. 
https://en.unesco.org/covid19/communicationinformationresponse/mediasupport
https://en.unesco.org/covid19/communicationinformationresponse/mediasupport
https://en.unesco.org/commemorations/worldpressfreedomday
https://en.unesco.org/commemorations/worldpressfreedomday
https://en.unesco.org/commemorations/worldpressfreedomday
https://en.unesco.org/internet-universality-indicators
https://en.unesco.org/internet-universality-indicators
https://en.unesco.org/internet-universality-indicators
https://en.unesco.org/unesco-series-on-internet-freedom
https://en.unesco.org/unesco-series-on-internet-freedom
https://en.unesco.org/unesco-series-on-internet-freedom
16
Tratando do “lado da demanda”, a UNESCO está circulando mensagens 
importantes sobre saúde pública, em parceria com agências como a OMS, 
para fornecer fatos legítimos que podem contradizer inverdades com 
informações verdadeiras. Essa atividade está sendo implementada por meio 
de redes nas mídias, incluindo rádios comunitárias e emissoras públicas, e 
por meio dos próprios canais das redes sociais da UNESCO.
A UNESCO também está construindo resiliência no público, intensificando 
suas iniciativas online de AMI. Esses passos cultivam o pensamento 
crítico e a participação consciente nas comunicações. Por exemplo, por 
meio de vários parceiros, a Organização está intensificando sua promoção 
das hashtags #PenseAntesDeCompartilhar, #PenseAntesDeClicar, e 
#CompartilheConhecimento.
Um hackathon global, CodeTheCurve, em parceria com a IBM e a SAP, recrutou 
jovens de todo o mundo para propor soluções tecnológicas para ajudar 
a combater a crise. Instituições do patrimônio documental estão sendo 
mobilizados para fornecer perspectivas sobre como pandemias anteriores 
foram tratadas e o que se aprendeu com elas. Quatro projetos especiais 
foram aprovados pelo Programa Internacional para o Desenvolvimento de 
Comunicações da UNESCO, para apoiar respostas jornalísticas ao coronavírus 
na África Oriental, Sul da África, na Índia e em todo o Caribe. Atividades para 
promover a ciência aberta e Recursos Educacionais Abertos (REA), assim 
como inovação em tecnologias digitais por meio de campanhas em torno de 
#DontGoViral e #ShareInformation, também fazem parte desse cenário.
O Setor também trabalha na Comissão de Banda Larga, que reconheceu a 
importância do acesso à informação na resposta à crise, e está supervisionando 
a pesquisa para o Grupo de Trabalho sobre Liberdade de Expressão e 
Desinformação da Comissão.
De todas essas formas, a UNESCO promove a visão de que os direitos à 
liberdade de expressão e acesso à informação são soluções fortes para os 
perigos da desinformação.
São esses direitos que permitem que governos e o público tomem decisões 
com base em evidências sobre a política e a prática, e para implementar e 
monitorar respostas à pandemia que são fundamentadas tanto na ciência 
quanto nos valores dos direitos humanos. Com base nisso, o trabalho da 
UNESCO sobre informação e comunicações pode ajudar a humanidade a 
superar os desafios atuais da melhor forma possível.
https://pt.unesco.org/news/novos-recursos-combater-teorias-da-conspiracao-covid-19-meio-senso-critico-e-empatia
https://twitter.com/hashtag/PenseAntesDeClicar?src=hashtag_click
https://twitter.com/hashtag/CompartilheConhecimento?src=hashtag_click
https://pt.unesco.org/news/unesco-apoia-midia-nos-paises-em-desenvolvimento-enfrentar-o-desafio-do-coronavirus
https://www.broadbandcommission.org/workinggroups/Pages/WG4-2019.aspx
https://www.broadbandcommission.org/workinggroups/Pages/WG4-2019.aspx
https://www.broadbandcommission.org/workinggroups/Pages/WG4-2019.aspx
https://en.unesco.org/covid19/communicationinformationresponse/mediasupport
Desinfodemia: Dissecar as respostas à desinformação sobre a COVID-19
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 Resumo da políticas 1
DESINFODEMIA:
Decifrar a desinformação 
sobre a COVID-19 Este resumo de políticas recebeu o apoio do Centro 
Internacional de Jornalistas (ICFJ), que está ajudando 
jornalistas a trabalharem na linha de frente da 
desinfodemia em todo o mundo, a fim de garantir 
que informações precisas, confiáveis e comprováveis 
cheguem às comunidades em todos os lugares.
Metodologia
Os dados e fatos apresentados aqui são o resultado 
de uma pesquisa documental realizada pelas 
autoras, com contribuições fornecidas pelos 
seguintes colaboradores deste estudo: Denis 
Teyssou (AFP), Clara Hanot (EU Disinfo Lab), Trisha 
Meyer (Vrije Universiteit Brussel), Sam Gregory 
(Witness) e Diana Maynard (University of Sheffield).
A conjunto de dados sobre o qual os resultados 
se baseiam consiste em uma amostra de mais de 
200 artigos, resumos de políticas e relatórios de 
pesquisa. Esse conjunto de dados foi identificado 
pelas pesquisadoras, que, sistematicamente, 
realizaram buscas em bases de dados públicas 
e selecionadas pela International Fact Checking 
Network (IFCN) do Poynter Institute, pelo Índice de 
Censura, pelo Instituto Internacional de Imprensa 
(IPI), e pela First Draft News, juntamente com 
os sites de meios de comunicações, governos 
nacionais, organizações intergovernamentais, 
profissionais da saúde, ONGs, laboratório de ideias 
ou centros de estudos (think tanks), bem como em 
publicações acadêmicas. As palavras-chave usadas 
incluíram desinformação, informação incorreta, 
COVID-19, coronavírus, epidemia e pandemia.
A pesquisa buscou utilizar fontes relativas a países 
de todos os continentes, incluindo, sempre que 
possível (de acordo com as capacidades linguísticas 
das pesquisadoras), materiais em outras línguas 
que não a inglesa.Essas fontes coletadas foram 
agora agregadas a uma base de dados que será 
continuamente atualizada e com acesso público 
disponível aqui . Enquanto a desinfodemia 
se move rapidamente e é vasta em escala, este 
resumo de políticas representa os resultados 
da pesquisa feita com base em um apanhado de 
materiais originais contidos nessa base de dados a 
partir de 10 de abril de 2020.
Sobre as autoras
Dra. Julie Posetti é a diretora-geral de pesquisa do 
Centro Internacional de Jornalistas (ICFJ). Também é 
pesquisadora sênior afiliada ao Centro de Liberdade 
de Mídia (CFOM) da Universidade de Sheffield, e do 
Instituto Reuters para o Estudo de Jornalismo na 
Universidade de Oxford.
Profa. Kalina Bontcheva é professora de ciências 
da computação na Universidade de Sheffield e 
membro do Centro de Liberdade de Mídia (CFOM) 
da mesma universidade.
Publicado em 2020 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura,7, place de 
Fontenoy, 75352 Paris 07 SP, France© UNESCO. Este informativo de políticas está disponível em Open Access sob 
a licença Attribution-ShareAlike 3.0 IGO (CC-BY-SA 3.0 IGO). Ao utilizar o conteúdo desta publicação, os usuários 
aceitam as condições dos termos de uso do repositório de Acesso Aberto da UNESCO. As denominações usadas e 
a apresentação de material em toda esta publicação não implicam a expressão de qualquer opinião por parte da 
UNESCO com respeito ao status jurídico de qualquer país, território, cidade ou área, ou de suas autoridades, ou a 
respeito da delimitação de suas fronteiras ou limites. As ideias e opiniões expressas nesta publicação pertencem 
aos autores; elas não são necessariamente as da UNESCO e não comprometem à organização.
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://en.unesco.org/covid19/disinfodemic
https://www.icfj.org/news/how-covid-19-transforming-journalism-our-global-study-will-find-out
https://www.icfj.org/news/how-covid-19-transforming-journalism-our-global-study-will-find-out
https://www.icfj.org/news/how-covid-19-transforming-journalism-our-global-study-will-find-out
https://www.icfj.org/news/how-covid-19-transforming-journalism-our-global-study-will-find-out
https://www.disinfo.eu/coronavirus
https://www.disinfo.eu/coronavirus
https://www.disinfo.eu/coronavirus
https://www.disinfo.eu/coronavirus
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/igo/
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/igo/
https://en.unesco.org/open-access/

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