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AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FATURAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FATURAMENTO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
 
 
MÓDULO III 
 
 
7 AS ATIVIDADES PÓS-FATURAMENTO 
 
 
7.1 CONTAS A PAGAR 
 
 
A atividade de Contas a Pagar é muito importante para a perfeita gestão da 
empresa e também para o processo de faturamento, visto que possui função direta 
com o faturamento, pois os produtos que necessitam ser entregues ao cliente 
durante o processo de vendas e de faturamento, necessitam ser comprados e 
estocados pela empresa até o momento da venda e faturamento. Assim sendo, a 
relação com os fornecedores deve ser mantida por meio do perfeito cumprimento 
das obrigações financeiras da empresa com os mesmos, ou seja, do perfeito 
pagamento dos valores referentes às compras efetuadas pela empresa. 
Essa é a tarefa principal e primordial do setor, que fica incumbido de realizar 
todas as etapas e tarefas para que a empresa cumpra todas as suas obrigações de 
forma correta, seja na pontualidade dos pagamentos, seja na perfeita execução dos 
mesmos, nos valores corretos, e com a devida comprovação dos pagamentos para 
que o processo seja concluído. Assim sendo, o setor Contas a Pagar deve 
desempenhar algumas atividades e tarefas que são de extrema responsabilidade 
dos executores dessa função, como por exemplo, manter os registros de 
programação de pagamentos atualizados, evitando surpresas desagradáveis, entre 
outras. 
De acordo com o SEBRAE (2000), o controle das contas a pagar serve para 
avaliar as melhores oportunidades de assumir novos compromissos, de maneira a 
não centralizar muitos pagamentos em determinadas datas. O controle deve ser 
preenchido de acordo com o vencimento, sendo que o ideal é que a organização dos 
compromissos seja feita mês a mês, ou seja, compras com vencimento em janeiro 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
devem ser registradas em um controle, compras de fevereiro em outro, e assim, 
respectivamente. Este controle possibilita que o empresário fique permanentemente 
informado sobre o vencimento dos compromissos, como estabelecer prioridades de 
pagamento e o montante dos valores a pagar. 
Assim sendo, para que as atividades da função Contas a Pagar possam ser 
perfeitamente executadas, torna-se fundamental que algumas tarefas sejam 
planejadas e realizadas, conforme é exposto na Figura 8: 
 
a) Programação de Pagamentos de Contas Fixas Mensais. 
b) Alinhamento com o Planejamento Estratégico. 
c) Programação de Contas a Pagar por meio das Compras. 
 
 
FIGURA 8 – OS ASPECTOS DA ATIVIDADE DE CONTAS A PAGAR 
NAS ORGANIZAÇÕES 
 
 
FONTE: Arquivo do autor. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
 
7.1.1 Programação de pagamentos de contas fixas mensais 
 
 
O processo de Contas a Pagar necessita ser iniciado com a correta 
programação dos pagamentos, para que a empresa possa ter o devido controle 
dessa atividade. Assim, torna-se necessário que a organização possua algum tipo 
de programação de pagamentos a serem realizados, como forma de gerenciar os 
mesmos. Esse controle, ou programação pode ser feito com o auxilio de softwares 
de gestão, os chamados ERPs, que possuem a função de Contas a Pagar em seu 
portfólio, já totalmente integrado com as demais funções, como Compras, Estoques, 
Financeiro e Vendas – assim que um desses setores dispara alguma ordem no 
sistema geral, já é criado o devido lançamento no Contas a Pagar. 
Dessa forma, o gestor apenas faz o acompanhamento dos pagamentos a 
serem realizados, por meio de relatórios específicos emitidos pelo sistema ERP. 
Esse processo auxilia muito na tomada de decisão e o gerenciamento do processo 
de Contas a Pagar. No entanto, não são todas as empresas e organizações que 
possuem um sistema desse tipo e podem utilizar essas ferramentas, visto que a 
utilização exige certo conhecimento técnico, treinamentos específicos para os 
funcionários utilizarem a plataforma de forma correta, além de um desembolso 
financeiro considerável, que deve ser pago inicialmente, na aquisição do programa, 
e mensalmente são devem ser pagas tarifas pelo uso da licença do fabricante. O 
investimento nesse tipo de ferramenta, na maioria das vezes, traz o retorno 
esperado para a empresa, pois automatiza grandes centros de processamento de 
informações e fornecem grandes modelos de relatórios gerenciais que auxiliam na 
rápida tomada de decisão. 
No entanto, muitas empresas não podem, ou não desejam, utilizar essas 
ferramentas, seja pelo investimento financeiro necessário, seja pela complexidade 
de funções, operações e atividades que o software possibilita e que não conseguem 
ser utilizados pela empresa. Assim, outras empresas optam por fazer esse controle 
de Contas a Pagar por outros métodos e ferramentas, como por exemplo, a 
construção de ferramentas em Planilhas Eletrônicas, usando o MS OFFICE – MS 
EXCELR ou programas semelhantes. Esse controle também pode ser executado em 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
livros caixas, facilmente adquiridos em papelarias, ou até mesmo em cadernos ou 
outro tipo de impresso. 
A empresa, após determinar a forma de fazer o controle de suas contas a 
serem pagas, deve determinar a rotina desses pagamentos e como ocorrerão, para 
que ocorra a devida programação de pagamentos em fluxo contínuo. As empresas 
utilizam diversas formas de programação, sendo que algumas optam por realizar 
pagamentos diários, outras optam por pagamentos semanais e assim por diante. O 
importante é que a empresa determine um prazo adequado para que possa realizar 
os pagamentos de forma correta, sem atraso e com a perfeita realização desse 
processo. Assim, um método prático seria determinar, por exemplo, que os 
pagamentos sejam realizados a cada quinze dias, sempre nos dias 15 e 30 de cada 
mês, por exemplo. Pode-se modificar as datas, em função da programação, como 
por exemplo, nos dias 10, 20 e 30, ou nos dias 05, 15 e 25, etc. Dessa forma, a 
empresa inicia a sua programação de pagamentos obedecendo sempre essa data 
limite e essa informação deve ser passada para todos os setores da empresa e para 
todos os fornecedores, pois todos necessitam identificar que os pagamentos 
somente ocorrerão nessas datas em específico. 
 Após essa definição, se a programação for feita por meio de planilhas 
eletrônicas, deve-se construí-las em separado para cada período de pagamento, ou 
seja, uma planilha para o dia 15 e outra para o dia 30, por exemplo. Assim, todos os 
compromissos de pagamentos que a empresa possui serão lançados nessas duas 
planilhas, que deverão ser abastecidas diariamente. 
Um detalhe importante dessa programação é que deve aparecer nessa 
planilha, os valores totais a serem pagos, podendo ser ainda, separados os valores 
totais por fornecedor, por exemplo. Outro pormenor importante é que a planilha deve 
ser “fechada” um ou dois dias antes da data prevista para pagamento, como forma 
de realizar as demais atividades após essa programação, como por exemplo, o 
preenchimento de cheques, ou liberação de ordens de pagamentos, etc. Dessa 
forma, a pessoa responsável pelos lançamentos das contas produzidas pela 
empresa, seja pelo setor de Compras, ou por outro, deve fazê-lo nesta 
programação, efetuando os lançamentos por meio dos documentosque são 
entregues à empresa, como notas fiscais de vendas, duplicatas, boletos e outros 
que possam ser utilizados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
Desse modo a pessoa responsável deve inserir nessa programação algumas 
importantes informações, como o nome do fornecedor que será feito o pagamento, a 
identificação da nota fiscal de venda, o título correspondente, a forma de 
pagamento, a data de vencimento original (pois podem ocorrer datas diferentes do 
programado), o CNPJ da empresa fornecedora, entre outros. 
Esses lançamentos devem ser realizados diariamente e deve-se ao final do 
dia emitir um parecer sobre os valores totais que deverão ser pagos em cada 
período, pois o processo é contínuo e dinâmico, no qual no momento do 
lançamento, a pessoa responsável faz o mesmo para documentos que serão pagos 
no dia 15, mas também para aqueles que serão pagos no dia 30, por exemplo, e 
também, no dia 15 do mês seguinte, dia 30 do mês seguinte e assim por diante. 
Como o sistema é dinâmico, a empresa está a todo o tempo realizando compras, 
negociando com os seus fornecedores, parcelando pagamentos, etc. Todas essas 
informações devem ser compiladas nessa programação. 
Após os lançamentos terem sido realizados, a pessoa responsável emite um 
relatório com os totais a serem pagos para os gestores, os quais farão algumas 
análises, como a integração dessas contas com o orçamento financeiro anual, a 
fonte de recursos para que se possa realizar esses pagamentos, etc. Ao final do 
período, ou um dia antes, ou mais, dependendo da empresa, o responsável pelo 
setor faz o fechamento dos valores totais a serem pagos e envia para o setor 
financeiro, o qual deverá ter os recursos financeiros à disposição para a 
concretização dos mesmos. 
A partir daí deverão ser processados os documentos necessários para o 
devido pagamento, sejam cheques, ou boletos, ou ordens de pagamentos, bem 
como recibos, etc. que estarão disponíveis no momento do pagamento aos 
fornecedores e que se tornarão documentos oficiais para a elaboração dos 
processos contábeis, e como comprovantes de que aqueles pagamentos foram 
realizados, no caso de algum questionamento dos fornecedores. 
Além disso, a empresa necessita realizar as programações que são fixas, ou 
seja, que existirão todos os meses. São obrigações que durante todo o ano a 
empresa deverá cumprir, é importante que o perfeito processo de pagamento deverá 
ser realizado. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
Entre esses custos estão os relacionados com o trabalho das pessoas que 
estão na empresa, como o pagamento de salários, encargos, impostos sobre os 
salários, além de pagamentos de férias, décimo terceiro salário, comissões, 
gratificações, etc. Esses pagamentos são de extrema importância para a empresa, 
visto que são os rendimentos de seus funcionários. Qualquer erro, atraso, ou outra 
forma de empecilho nesses recebimentos pelos funcionários, se transformará em 
insatisfação dos mesmos perante a empresa, e essa insatisfação repercutirá no 
desempenho operacional, o que pode diminuir o comprometimento, aumentando, de 
certa forma, os custos para a empresa. 
Desse modo, se a empresa opta pela programação quinzenal, sempre nos 
lançamentos da programação do dia 30 devem estar incluídos os valores 
relacionados à folha de pagamentos, de forma completa, incluindo os valores de 
salários, encargos, impostos, comissões, férias, horas extras, etc. Mesmo que esses 
pagamentos não possuam algum comprovante, como as notas fiscais de compra, o 
seu lançamento no processo de programação deve ser realizado, pois os 
funcionários têm o desejo de receber os seus salários no início do mês seguinte. 
 
 
7.1.2 Alinhamento com o planejamento estratégico 
 
 
Nessa etapa, a função Contas a Pagar necessita estar totalmente integrada 
com o planejamento estratégico, basicamente com o Orçamento Financeiro 
desenvolvido no planejamento, visto que é por meio do orçamento que a 
organização consegue visualizar todos os seus gastos financeiros previstos para o 
referido ano fiscal. 
É necessário que os pagamentos que serão realizados estejam previstos no 
orçamento, como forma de desenvolver o controle com o planejamento. Assim, a 
empresa demonstra que está seguindo o que fora planejado. 
Assim, a incidência de imprevistos financeiros, ou situações de emergência, 
podem ser evitadas, preservando os recursos da empresa e evitando a busca por 
empréstimos e financiamentos não previstos, que podem interferir no alcance dos 
objetivos empresariais e financeiros da organização. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
 
7.1.3 Programação de contas a pagar por meio das compras 
 
 
Esta etapa é de fundamental importância no processo, visto que tudo o que 
for comprado necessita ser inserido na programação de pagamentos, como fora 
descrito anteriormente. Assim, todos os documentos que forem emitidos e utilizados 
no processo de compra, como notas fiscais, faturas, títulos, entre outros, devem ser 
direcionados ao setor de Contas a Pagar para serem inseridos na programação de 
pagamentos, como forma de se evitar o não pagamento dos mesmos, por falta de 
programação e conhecimento de seus vencimentos. 
Um detalhe importante nessa etapa é o que ocorre após o pagamento ter 
sido realizado, quando a empresa necessita ter um processo organizado de 
arquivamento de recibos, comprovantes de pagamentos, duplicatas pagas, etc., 
como forma de se prevenir de cobranças inadequadas feitas por seus fornecedores 
e como atendimento aos setores contábil e fiscal, para o perfeito desenrolar de suas 
atividades junto ao Governo. 
 
 
7.2 CONTAS A RECEBER 
 
 
As ações do setor de Contas a Receber, da mesma forma que os demais 
setores, ou funções que constituem o processo de Faturamento, desempenham 
importantes atividades para que a organização atinja seus objetivos organizacionais. 
A grande importância dessa atividade é que é por meio dela que a empresa recebe 
os recursos financeiros produzidos no faturamento. Com esses recursos a empresa 
pode cumprir as suas obrigações com fornecedores, funcionários, governo, e obter o 
lucro, que é o objetivo principal. Além disso, é possível utilizar esses recursos para 
outras finalidades, como investimentos estratégicos e operacionais. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
FIGURA 9 – OS ASPECTOS DA ATIVIDADE DE CONTAS A RECEBER 
NAS ORGANIZAÇÕES 
Pagamentos 
A Prazo
Alinhamento 
com o 
Planejamento 
Estratégico
Pagamentos
À Vista
Direta
Conferência 
e Arquivo de 
Documentos
Contas a Receber
Recebimento 
em Dinheiro
Recebimentos 
em Cheques
Depósitos 
Bancários
Controles dos 
Pagamentos 
dos Clientes
Cobrança
Descontos 
Bancários
Títulos 
Diretos
Análise de 
Faturamento
Utilização 
dos Recursos
Indireta
Judicial
Vendedor
Telefone
FONTE: Arquivo do autor. 
 
 
Analisando a Figura 9, é possível perceber que os recebimentos que a 
empresa tem direito podem ser realizados nas formas à vista ou a prazo. Os 
pagamentos à vista os imediatos, ou seja, assim que acontece o faturamento já é 
feito o pagamento pelo consumidor, que pode optar por pagar em dinheiro em 
espécie ou cheques. A destinação desses recursos será feita pelo setor Contas a 
Receber, geralmente por meio de depósitos bancários. 
O maior trabalho do setor diz respeito aos pagamentos que são realizados 
na forma a prazo, pois nesse tipo diversas ações necessitam ser realizadas. Assim 
sendo, no momento do faturamento, são emitidos os títulos correspondentes à 
compra efetuada pelo cliente e com as diversas informações relacionadas a este 
processo, como data de vencimentos, por exemplo. O setor necessita estar 
acompanhando esse processo e realizar a devida programação de recebimentos, 
como é feito pelo setor de Contas a Pagar. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
Dessa maneira, além de ter o controle desses recebimentos, a empresa 
alinha essa atividade como planejamento estratégico, no qual as informações irão 
constituir as receitas que foram estimadas no orçamento planejado inicial para o ano 
fiscal em questão. 
Dessa maneira, o setor necessita estar acompanhando os diversos 
vencimentos desses títulos, como forma de estar recebendo de seus clientes no 
respectivo vencimento, podendo usufruir desses recursos, bem como estar em 
contato com o cliente em caso do mesmo não haver feito o devido pagamento na 
data de vencimento por razões de falta de planejamento ou esquecimento, por 
exemplo. Também é necessário ter esse controle no caso do cliente desejar 
antecipar o pagamento. Dessa forma, é necessário conceder descontos pela 
antecipação. 
Outra técnica utilizada pelo setor é o desconto de duplicatas por meio de 
bancos que concedem esse serviço. Essa atitude é tomada quando a empresa 
entrega as suas duplicatas com os devidos aceites pelos clientes, ao banco, que 
realiza o pagamento das mesmas à empresa, no momento em que as duplicatas são 
entregues. Dessa forma, a empresa consegue obter liquidez desses títulos, visto que 
não precisa aguardar o seu vencimento para obter o recurso. 
O setor de Contas a Receber também necessita desempenhar uma tarefa, 
que em muitos casos se torna onerosa: a cobrança. Muitas vezes, o cliente antecipa 
os seus pagamentos, ou se dirige à mesma, ou aos bancos, para realizar os 
pagamentos, não trazendo nenhum dano à empresa. Porém, em alguns casos, os 
pagamentos não são realizados e o setor necessita estar entrando em contato com 
o cliente para efetuar a cobrança. As cobranças podem ser feitas de duas formas: 
 
a) Direta: quando a empresa utiliza seus próprios meios e estratégias para 
fazer as cobranças, como por exemplo, por meio do vendedor que atendeu aquele 
cliente, o qual faz o contato e organiza os procedimentos para que o pagamento 
aconteça, como visitar o cliente para buscar cheques, dinheiro, etc. Outra forma é 
utilizar-se de contato telefônico, bem como de recursos da internet, como e-mails, 
para efetuar a cobrança. Na grande maioria dos casos, com essas ações de 
cobrança os pagamentos são realizados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
b) Indireta: essa é talvez a forma que causa maiores desgastes na empresa 
e nas pessoas que estão envolvidas. Essa forma, geralmente é consequência da 
forma direta de cobrança, em que a empresa não consegue obter o pagamento pelo 
seu cliente e necessita recorrer a mecanismos judiciais para que o mesmo seja 
realizado. Na grande maioria das vezes, a empresa possui um departamento jurídico 
que fica encarregado dessa cobrança, no qual os respectivos títulos são protestados 
em juízo por meio de procedimentos judiciais e o cliente é comunicado por oficial de 
justiça. Em muitos casos, somente com o aviso judicial, o pagamento é feito. Em 
outros, são necessários procedimentos de maior profundidade. Essa forma acarreta 
grandes desgastes emocionais, físicos e financeiros ao cliente e à empresa, 
podendo gerar o fim do relacionamento entre as partes. 
Por fim, a empresa necessita realizar o controle dos pagamentos recebidos 
pelos seus clientes, com a adequada destinação dos documentos que comprovem o 
pagamento, que devem ser entregues aos clientes, bem como o arquivamento dos 
documentos relacionados, com vistas a servirem de subsídios para os 
departamentos contábil e fiscal. 
 
 
7.3 ANÁLISES FINANCEIRAS 
 
 
Para concluir todo esse complexo processo, a empresa necessita realizar 
algumas análises financeiras, para poder estudar a viabilidade econômica e 
financeira do negócio, podendo traçar ações de melhoria ou de correção das ações 
para conseguir atingir os objetivos empresariais determinados pelo planejamento 
estratégico. As atividades de análises financeiras dos negócios da empresa e do 
processo de faturamento estão demonstradas na Figura 10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 77 
 
FIGURA 10 – OS ASPECTOS DA ATIVIDADE DE ANÁLISES FINANCEIRAS NAS 
ORGANIZAÇÕES 
Pagamentos 
Recebidos
Custos e 
Despesas
Resultados de 
Vendas
Análises Financeiras
FaturamentoEstoques
FLUXO DE CAIXA
Valor Presente 
Líquido
Taxa Interna de 
Retorno
Índice de 
Lucratividade 
Líquido
Breakeven
Taxa Mínima de 
Atratividade
FONTE: Arquivo do autor. 
 
 
As análises financeiras iniciam-se com o estudo de todos os procedimentos 
que ocorreram no processo de faturamento, ou seja, as informações relacionadas às 
vendas, ao recebimento de recursos financeiros feitos à vista, aos que foram 
faturados a prazo e pagos na data de vencimento, aqueles que irão ser pagos por 
meio de títulos de crédito e boletos, as informações dos estoques, dos custos e 
despesas que a empresa possui. Além dos respectivos pagamentos a fornecedores, 
funcionários, entre outros, e os impostos a serem recolhidos e os já pagos. 
Todas essas informações são agrupadas em uma ferramenta chamada 
Fluxo de Caixa, que demonstra todas as movimentações financeiras ocorridas em 
determinado período na empresa (Figura 11). 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
 
 
FIGURA 11 – EXEMPLO DE FLUXO DE CAIXA 
Descrição 15/10/2012 30/10/2012 
Saldo Inicial R$ 350,00 R$ 12.490,00 
Entradas R$ 38.250,00 R$ 46.350,00 
Saídas R$ 26.110,00 R$ 12.788,00 
Saldo do Período R$ 12.490,00 R$ 46.052,00 
Necessidade de Empréstimos R$ R$ 
FONTE: Arquivo do autor. 
 
 
Após a empresa ter construído o seu respectivo fluxo de caixa, e estar com 
ele atualizado, é possível realizar algumas análises financeiras, como: 
 
a) Taxa Mínima de Atratividade do investimento (TMA): é a taxa mínima 
para que o negócio da empresa seja considerado rentável. Nesta análise, os 
acionistas definem qual o valor desta taxa, ou seja, qual o percentual de ganho 
mínimo que desejam alcançar no investimento. 
 
b) Valor Presente Líquido (VPL): O VPL, segundo Abreu Filho et al (2007), 
é simplesmente a diferença entre o valor presente do negócio da empresa, ou do 
seu saldo financeiro obtido pelo fluxo de caixa, e o custo da atividade na data atual. 
Bordeaux-Rego et al (2007) afirma que a análise pelo VPL pode ser resumida assim: 
 
 VPL maior que 0 (Zero): o capital investido pela empresa no negócio é 
recuperado, com a remuneração do investimento superando a TMA e gerando 
riqueza, que é representado pelo valor do VPL; 
 VPL igual a 0 (Zero): o capital investido é recuperado com a mesma TMA 
e a empresa não obtêm ganho de riqueza; 
 VPL menor que 0 (Zero): o capital investido não é recuperado, sendo a 
remuneração do capital menor que a TMA, produzindo diminuição da riqueza. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
c) Taxa Interna de Retorno (TIR): segundo Abreu Filho et al (2007), a Taxa 
Interna de Retorno é a taxa pela qual o VPL de um negócio é zero, sendo que para 
se investir em qualquer atividade, a TIR deve ser, no mínimo, igual à Taxa Mínima 
de Atratividade (TMA). 
 
d) Índice de Lucratividade Líquido (ILL). O ILL, segundo Abreu Filho et al 
(2007), é o índice que mede a relação entre o valor recebido e o custo do 
investimento, sendo uma medida do custo/beneficio. Para que a atividade 
empresarial seja rentável, o valor do ILL deve ser maior ou igual a um. Bordeaux-
Rego et al (2007) afirma que a análise pelo ILL pode ser descrita da seguinte forma: 
 
 ILL maior que 1 (Um): pois o capital investido é recuperado, a 
remuneração do investimento supera a TMA e o projeto gera um ganho de riqueza; 
 ILL igual a1 (Um): o capital investido é recuperado com a mesma TMA, e a 
empresa não obtém ganho de riqueza; 
 ILL menor que 1 (Um): o capital investido não é recuperado, sendo a 
remuneração do capital menor que a TMA e produzindo perda de riqueza pela 
empresa. 
 
e) Breakeven: O breakeven, ou ponto de equilíbrio, visa determinar a 
quantidade mínima que deve ser produzida e vendida a fim de equilibrar as receitas 
e despesas. Segundo Abreu Filho et al (2007), a quantidade quecoloca o negócio 
de uma empresa em ponto de equilíbrio ou breakeven é aquela que deve ser 
produzida a fim de que o faturamento seja igual aos custos e, nesta condição, o 
projeto não produz lucro ou prejuízo. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
 
8 O FATURAMENTO E A TRIBUTAÇÃO 
 
 
FIGURA 12 - TRIBUTOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://blogdojadir.com.br/2012/01/chuva-de-impostos/>. 
Acesso em: 06/01/2012. 
 
 
De acordo com o Código Tributário Nacional (Livro Primeiro, Título Um, Art. 
3º): “Tributo é toda contribuição pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 
Dessa forma, tributo é todo valor pago ao Estado pelos contribuintes, que 
podem ser pessoas físicas, ou empresas, tanto no âmbito federal, estadual ou 
municipal, por meio de legislação própria que o regulamente. Com esses recursos, 
os Governos Federal, Estaduais e Municipais tentam cumprir a sua função em 
relação à sociedade. Os tributos podem ser classificados de diversas maneiras: 
 
a) Impostos: é um tributo cobrado de forma geral, a todos os contribuintes; 
os recursos são destinados a toda a sociedade. Os impostos de maior relevância 
são: ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPF, IRPJ, ISS entre outros. 
b) Taxas: são tributos cobrados pelo Estado em troca de algum serviço ou 
benefício prestado ao contribuinte, como as taxas de coleta de lixo, taxa de 
iluminação pública, entre outras. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
c) Contribuições de melhoria: são aquelas usadas pelo governo para a 
realização de alguma obra específica. 
 
Assim sendo, de acordo com Martins (2011a), existem alguns elementos que 
fazem parte do processo de tributação: 
 
 Obrigação Tributária: é por meio dessa relação jurídica que o Estado tem 
o direito de exigir do contribuinte o pagamento de determinado tributo. 
 Legislação Tributária: Compreende todas as leis que determinam o 
processo de coleta, recolhimento e cobrança de tributos. 
 Fato Gerador: é o fato, ou ocorrência, que se torna necessário acontecer 
para que gere o recolhimento de determinado tributo. Por exemplo, o ICMS 
tem como fato gerador a emissão da nota fiscal de venda ao consumidor. 
 Sujeito Ativo: é a personalidade que tem o direito de exigir a execução da 
obrigação tributária. 
 Sujeito Passivo: é o contribuinte, que tem o dever de pagar os tributos. 
 
De acordo com Veloso (2003), o governo pode cobrar tributos por meio de 
algumas formas principais: 
 
a. Tributos sobre o Consumo: são aqueles que são cobrados por meio das 
compras de mercadorias pelos consumidores, em que incidem o ICMS (Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o IPI (Imposto sobre Produtos 
Industrializados), o ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), o II 
(Imposto sobre Importação), além de COFINS, PIS, entre outros. 
 
b. Tributos sobre a Propriedade: são aqueles que existem em função do 
patrimônio. Os principais são IPTU (Imposto Predial Territorial e Urbano), ITR 
(Imposto sobre a Propriedade Rural), ITBI (Imposto sobre Transmissão Inter Vivos), 
IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e o ITCMD (Imposto 
sobre Transmissão de Heranças e Doações). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
c. Tributos sobre a Renda: são todos aqueles que incidem sobre a renda 
gerada pelos contribuintes. Entre eles estão IR (Imposto de Renda) e CSLL 
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). 
 
d. Contribuições sobre a mão de obra: além dos citados acima, ainda 
existem os tributos que são incidentes sobre o trabalho das pessoas, como o INSS 
(Instituto Nacional de Seguridade Social). 
 
Os tributos são classificados de acordo com a esfera governamental que o 
regulamenta e para a qual os recursos são destinados. Assim sendo, na esfera do 
Governo Federal, os principais tributos são: 
 
a) IRPJ (Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas): é o imposto recolhido 
sobre a renda das empresas, principalmente, para a Receita Federal e as 
informações pertinentes a esse tributo, como base de cálculo, por exemplo, 
dependem do regime de tributação a qual a empresa optou. Sobre esse tema, 
descreveremos mais adiante. 
b) CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): segue os formatos 
para o IRPJ, sendo baseado na opção de tributação das empresas e é recolhido 
pela Receita Federal. As alíquotas oscilam entre 9% para as empresas que optam 
pelo lucro real e 12% para as empresas do lucro presumido. 
c) PIS (Programas de Integração Social): é apurado sobre o valor do 
faturamento mensal de empresas, com alíquota variando entre 0,65% a 1,65%, 
dependendo da forma de tributação das empresas. 
d) COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): é 
um tributo que incide sobre o faturamento das empresas, com alíquota de 3% a 
7,6%. 
e) INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social): são recolhidos sobre a 
folha de pagamentos dos funcionários das empresas. As aliquotas chegam a 
28,80%. 
f) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): é um tributo que incide 
sobre a industrialização de bens, em que a alíquota varia de acordo com o produto. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
Da mesma maneira que os tributos federais existem também os tributos 
estaduais. Merecem destaque: 
 
a) ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e Serviços): é o principal imposto estadual e o de maior arrecadação. 
Incide sobre operações relacionadas à circulação de mercadorias, de serviços de 
transporte e de comunicações. As alíquotas variam de estado para estado, mas 
como exemplo, no estado de São Paulo a alíquota é de 18% e no Rio Grande do Sul 
é de 12%. Parte da arrecadação com esse tributo é destinado aos municípios. 
Do mesmo modo, existem os impostos municipais, com destaque para o ISS 
(Imposto sobre Serviços). 
Assim sendo, para que aconteça o recolhimento dos impostos e outros 
tributos, é necessária a devida legislação correspondente, além da obrigação 
tributária e o fato gerador que o constitui. Dessa forma, como exemplo, temos o 
ICMS, que é um imposto estadual que possui legislação própria, tendo como 
obrigação tributária a legislação sobre a circulação de mercadorias e serviços, e 
como fato gerador a emissão da nota fiscal de venda, ou a execução da função 
faturamento. 
Dessa forma, toda vez que ocorrer o faturamento, com a emissão de nota 
fiscal, na mesma nota fiscal haverá especificado o valor correspondente ao ICMS, 
que deve ser recolhido ao governo em datas estabelecidas. Um fato que ocorre é a 
chamada não cumulatividade dos impostos, em que o pagamento do ICMS na 
compra com o fornecedor não acumula com o recolhimento na venda, pois a 
empresa recolhe apenas o valor a que se refere a não cumulatividade. 
De acordo com (MARTINS, 2011a, p.12): 
 
(...) entre o fato gerador e a declaração do sujeito passivo, estão 
compreendidas as obrigações acessórias, tais como emissão de 
documentos fiscais, escrituração de livros, elaboração de arquivos 
magnéticos, sendo justamente sobre os documentos produzidos em 
cumprimento às obrigações acessórias que recai a atividade fiscalizadora 
do Estado. 
 
 
 
 
 
 
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 84 
Dessa forma, além do contribuinte, seja pessoa física ou empresa, ter que 
recolher os impostos ao governo, ainda necessita arcar com os custos relacionados 
aos procedimentos para esse fim, como o preenchimento de guias, carnês, 
declarações, entre outros, que também oneram o processo empresarial. 
 
 
8.1 CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E MUNDO 
 
 
A tributação é tida pelas empresas como sendo a porção representativa que 
gera o maior passivo financeiro para as mesmas (BORGES, 2007). A elevada carga 
tributária gera grandes custos para as empresas e para o consumidor, visto que 
além do pagamento dos impostos propriamente dito,existem ainda as atividades 
acessórias, como o preenchimento de guias, declarações, etc. que oneram ainda 
mais as empresas. E, o pior é que o retorno do governo às empresas e à sociedade 
como um todo é muito pequeno. 
A carga tributária é a relação existente entre a arrecadação anual com 
tributos e o valor total da riqueza produzida no país, por meio dos valores do Produto 
Interno Bruto (PIB). Por exemplo, no Brasil, no ano de 2010, foram arrecadados em 
impostos R$ 1,291 trilhões e o valor total do PIB foi de R$ 3,675 trilhões, o que gera 
o valor da carga tributária em 35,13% (OLENIKE et al, 2012). 
A carga tributária brasileira é considerada muito alta, sendo o Brasil um dos 
países que mais arrecadam impostos no mundo. A evolução da carga tributária foi 
crescente, considerando os diversos governos e períodos históricos. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
 
FIGURA 13 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1964-1973 
(DITADURA MILITAR) 
 
FONTE: Carga Tributária Total – Brasil: evolução da arrecadação de impostos entre 1964 e 2010. 
 
 
Ao analisar-se a Figura 13, percebe-se que durante o primeiro período do 
governo militar, entre 1964 e 1973, a carga tributária em 1964 foi de 17% do PIB, já 
tendo um crescimento alto no período, chegando a 1973 com arrecadação em torno 
de 25% do PIB, ou seja, um crescimento de 8,0 pontos percentuais somente nesse 
governo. 
 
FIGURA 14 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1985-1989 
(GOVERNO SARNEY) 
 
FONTE: Carga Tributária Total – Brasil: evolução da arrecadação de impostos entre 1964 e 2010. 
http://brasilfatosedados.files.wordpress.com/2011/06/7-9e.png
 
 
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 86 
Se observar-se o Governo Sarney, entre 1985 e 1989 através da Figura 14, 
pode-se dizer que a carga tributária nesse período se manteve estável, visto que em 
1985 a arrecadação foi de 24% do PIB e o governo terminou o seu período em 1989, 
com a carga tributária em 24,10% do PIB, tendo uma curva de projeção constante. 
Porém, a carga tributária nesse período obteve um momento de elevação e outro 
momento de queda e, em 1986, a carga tributária chegou a 26,2% do PIB e em 1988 
ela foi a menor deste governo, chegando a 22,40% do PIB. 
 
FIGURA 15 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1990-1992 
(GOVERNO COLLOR) 
 
FONTE: Carga Tributária Total – Brasil: evolução da arrecadação de impostos entre 1964 e 2010. 
 
 
FIGURA 16 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1993-1994 
(GOVERNO ITAMAR) 
 
FONTE: Carga Tributária Total – Brasil: evolução da arrecadação de impostos entre 1964 e 2010. 
http://brasilfatosedados.files.wordpress.com/2011/06/7-9h.png
http://brasilfatosedados.files.wordpress.com/2011/06/7-9i.png
 
 
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 87 
Ao analisar-se o período do Governo Collor, entre 1990 e 1992, conforme 
demonstrado pela Figura 15, pode-se perceber que a carga tributária no Brasil, no 
início deste governo atingia o patamar de 28,80% do PIB, sofrendo quedas ao longo 
dos demais períodos, encerrando o governo em 25,0% do PIB arrecadados com os 
tributos naquele ano. 
O governo seguinte, que foi executado pelo presidente Itamar Franco, 
demonstrado pela Figura 16 elevou novamente a arrecadação tributária, partindo de 
26,0% do PIB em 1992 e atingindo o índice de 29,8% do PIB arrecadados em forma 
de tributos no ano de 1994. 
 
FIGURA 17 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1995-2001 
(GOVERNO FHC) 
 
FONTE: Carga Tributária Total – Brasil: evolução da arrecadação de impostos entre 1964 e 2010. 
 
 
No período entre 1995 e 2002, com o governo de Fernando Henrique 
Cardoso (FHC) como pode ser visto pela Figura 17, os níveis da carga tributária se 
mantiveram em um constante crescimento, em que o governo iniciou-se em 1995 
com carga tributária em redor de 26% do PIB, com elevações constantes ao longo 
dos anos e terminando o seu mandato em 2002, com a carga tributária ao redor de 
32%, a mais alta taxa de arrecadação vivida pela população brasileira. 
 
 
 
http://brasilfatosedados.files.wordpress.com/2011/06/7-9j.png
 
 
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 88 
 
FIGURA 18 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2002-2010 
(GOVERNO LULA) 
 
FONTE: Carga Tributária Total – Brasil: evolução da arrecadação de impostos entre 1964 e 2010. 
 
 
Por fim, o governo Lula, no período compreendido entre 2003 e 2010, 
conforme demonstrado pela Figura 18, alcançou índices crescentes nos valores da 
carga tributária, tendo o valor de 31,4% do PIB no ano de 2003 e atingindo o 
percentual de 34,6% do PIB em 2010, sendo considerado um alto valor arrecadado 
pelo governo em tributos, prejudicando a população e as empresas do país, 
impondo um altíssimo esforço pela sociedade como um todo, para se atingir esse 
elevado valor em arrecadação de impostos. 
O grande diferencial dessa análise, é que as porcentagens dos índices 
alcançados nos valores da carga tributária foram sendo crescentes e estabilizaram-
se ao redor de 33% do PIB, na média dos governos. Mas isso é um detalhe que não 
é o pior de todos. O que vimos ao longo dos anos foi o vertiginoso crescimento da 
riqueza produzida no país, com grande aumento nos valores do PIB. Isso produziu, 
por consequência, volumes altíssimos de recursos financeiros para os cofres 
públicos, tirando da sociedade esses valores e transferindo para o Estado. 
Uma análise considerada para se perceber como ocorre o retorno para a 
sociedade dos tributos recolhidos diz respeito ao chamado IDH. Segundo Olenike et 
al (2012), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um índice que considera a 
http://brasilfatosedados.files.wordpress.com/2011/06/7-9k.png
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, entre outros fatores, como 
forma de avaliar e medir o bem-estar da população nos diversos países do mundo, 
sendo calculado com base em dados econômicos e sociais. Os valores oscilam 
entre 0 (Zero) e 1 (Um), com os valores próximos a 1 (Um) como sendo os de 
melhor desenvolvimento humano. 
Juntamente com o IDH, outro índice merece destaque nessa discussão, que 
é o IRBES (Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade), que é obtido pela 
utilização dos valores e índices da carga tributária e do IDH, chegando-se ao valor 
deste fator. A importância desses dois índices demonstra o quanto os valores 
arrecadados com tributos nos países são aplicados na sociedade, em aspectos com 
políticas públicas para a saúde, educação, segurança, transporte, investimentos, 
entre outros aspectos. Assim sendo, tem-se a Tabela 1 que mostra os índices dos 
trinta países com maiores valores do índice IRBES. 
 
 
TABELA 1 – O IRBES EM 30 PAÍSES PESQUISADOS – 2011 
RANKING DOS 30 PAÍSES PESQUISADOS SEGUNDO O IRBES 
PAÍSES 
ANO 2010 
ANO 
2011 IRBES POSIÇÃO 
CARGA TRIBUTÁRIA IDH 
Austrália 25,90% 0,929 164,18 1º 
Estados Unidos 24,80% 0,91 163,83 2º 
Coreia do Sul 25,10% 0,897 162,38 3º 
Japão 26,90% 0,901 160,65 4º 
Irlanda 28,00% 0,908 159,98 5º 
Suíça 29,80% 0,903 157,49 6º 
Canadá 31,00% 0,908 156,53 7º 
Nova Zelândia 31,30% 0,908 156,19 8º 
Grécia 30,00% 0,861 153,69 9º 
Eslováquia 28,40% 0,834 153,23 10º 
Israel 32,40% 0,888 153,22 11º 
Espanha 31,70% 0,878 153,18 12º 
Uruguai 27,18% 0,783 150,3 13º 
Alemanha 36,70% 0,905 149,72 14º 
Islândia 36,30% 0,898 149,59 15º 
Argentina 29,00% 0,797 149,4 16º 
República Tcheca 34,90% 0,865 148,39 17º 
Reino Unido 36,00% 0,863 146,96 18º 
Eslovênia 37,70% 0,884 146,79 19º 
Luxemburgo 36,70% 0,867 146,49 20º 
Noruega 42,80% 0,943 145,94 21º 
Áustria 42,00% 0,885 141,93 22º 
Finlândia 42,10% 0,882 141,56 23º 
 
 
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 90 
Suécia 44,08% 0,904 141,15 24º 
Dinamarca 44,06% 0,895 140,41 25º 
França 43,15% 0,884 140,52 26º 
Hungria 38,25% 0,816 140,37 27º 
Bélgica 43,80% 0,886 139,94 28º 
Itália 43,00% 0,874 139,84 29º 
Brasil 35,13% 0,718 135,83 30º 
FONTE: Olenike et al (2012).Pode-se perceber que a Austrália ocupa a posição nº 01 no índice IRBES 
(164,18 pontos) e IDH (0,929) para o período 2010 e 2011, seguido pelos EUA (com 
índice IRBES de 163,83 pontos e IDH de 0,910) e Coreia do Sul (com índice IRBES 
de 162,38 pontos e IDH de 0,897). O fato interessante é que os índices da carga 
tributária são menores que muitos outros países, sendo respectivamente, 25,90%, 
24,80% e 25,10% do PIB. O Brasil ocupa o 30º lugar nesse ranking, com índices de 
IDH ao redor de 0,718 e IRBES com 135,83 pontos. 
Outra ferramenta importante no Brasil é o chamado Impostômetro, que é um 
“relógio” desenvolvido por alguns órgãos empresariais do Brasil, como a FIESP, e 
que mostra, em tempo real, os valores arrecadados em tributos a cada dia do ano. 
Essa ferramenta é disponibilizada em site próprio (http://www.impostometro.com.br/) 
e pode ser visualizada a arrecadação de impostos de várias formas. Além do valor 
total de impostos arrecadados, que é mostrado na tela principal (Figura 19), outros 
valores podem ser obtidos, como a arrecadação por categoria de impostos e por 
habitantes, por exemplo (Figura 19). 
No período entre 01/01/2012 à 18/11/2012, o país havia arrecadado cerca 
de R$1,322 Trilhão com impostos. 
 
FIGURA 19 – IMAGEM DO IMPOSTÔMETRO MOSTRANDO A ARRECADAÇÃO 
DE TRIBUTOS BRASILEIRA EM 2012 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.impostometro.com.br/>. Acesso em: 18 nov. 2012. 
 
 
 
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 91 
 
FIGURA 20 – IMAGEM DO IMPOSTÔMETRO MOSTRANDO A ARRECADAÇÃO 
DE TRIBUTOS BRASILEIRA EM 2012 POR HABITANTE. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.impostometro.com.br/>. Acesso em: 18 nov. 2012. 
 
 
8.2 REGIMES DE TRIBUTAÇÃO 
 
 
A legislação tributária brasileira possibilita que as empresas façam a opção 
por qual forma de tributação será aplicada em seus negócios, existindo para tal, três 
possibilidades. As empresas podem optar por qual sistema utilizar para se fazer 
todos os procedimentos para a correta arrecadação tributária que será paga pela 
empresa e recolhido aos cofres públicos. A opção pode ser feita pelo sistema 
chamado de Lucro Real, Lucro Presumido ou o Simples Nacional. 
De acordo com Martins (2011c) a opção feita pela empresa é definitiva para 
todo o referido ano fiscal, não podendo ser alterada no decorrer do período. Dessa 
forma, a empresa necessita ter o devido conhecimento da execução de tais sistemas 
para poder optar por aquele que lhe traga melhores retornos. 
No sistema chamado de “Simples Nacional”, os impostos federais foram 
agrupados e são recolhidos de forma unificada, de acordo com uma tabela 
específica para tal finalidade. Porém, para esse Sistema só podem se beneficiar as 
micro e pequenas empresas, cujo faturamento anual não ultrapasse os R$ 2,4 
milhões. 
O simples nacional é incidente sobre o faturamento anual da empresa, ou 
seja, sobre a quantidade total que a empresa obteve de “Receitas de Vendas”. As 
alíquotas são demonstradas pela Tabela 2. 
 
 
 
 
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 92 
 
TABELA 2 – ALÍQUOTAS SOBRE O FATURAMENTO PARA SISTEMA DE 
TRIBUTAÇÃO SIMPLES NACIONAL – 2009 
Faturamento Anual Comércio Indústria Serviços 
Até R$ 60.000 3,0% 3,5% 5,25% 
De R$ 60.000,01 a R$ 90.000 4,0% 4,5% 6,75% 
De R$ 90.000,01 a R$ 120.000 5,0% 5,5% 8,25% 
De R$ 120.000,01 a R$ 240.000 5,4% 5,9% 8, 85% 
De R$ 240.000,01 a R$ 360.000 5,8% 6,3% 9,45% 
De R$ 360.000,01 a R$ 480.000 6,2% 6,7% 10,05% 
De R$ 480.000,01 a R$ 600.000 6,6% 7,1% 10,65% 
De R$ 600.000,01 a R$ 720.000 7,0% 7,5% 11,25% 
De R$ 720.000,01 a R$ 840.000 7,4% 7,9% 11,85% 
De R$ 840.000,01 a R$ 960.000 7,8% 8,3% 12,45% 
De R$ 960.000,01 a R$ 1.080.000 8,2% 8,7% 13,05% 
De R$ 1.080.000,01 a R$ 1.200.000 8,6% 9,1% 13,65% 
De R$ 1.200.000,01 a R$ 1.320.000 9,0% 9,5% 14,25% 
De R$ 1.320.000,01 a R$ 1.440.000 9,4% 9,9% 14,85% 
De R$ 1.440.000,01 a R$ 1.560.000 9,8% 10,30% 15,45% 
De R$ 1.560.000,01 a R$ 1.680.000 10,20% 10,70% 16,05% 
De R$ 1.680.000,01 a R$ 1.800.000 10,60% 11,10% 16,65% 
De R$ 1.800.000,01 a R$ 1.920.000 11,00% 11,50% 17,25% 
De R$ 1.920.000,01 a R$ 2.040.000 11,40% 11,90% 17,85% 
De R$ 2.040.000,01 a R$ 2.160.000 11,80% 12,30% 18,45% 
De R$ 2.160.000,01 a R$ 2.280.000 12,20% 12,70% 19,05% 
De R$ 2.280.000,01 a R$ 2.400.000 12,60% 13,10% 19,65% 
FONTE: Disponível em: 
<http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/melhorando%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7%
C3%B5es/finan%C3%A7as/legislacao/impostos.aspx>. Acesso em:06/01/2012. 
 
 
Segundo Martins (2011c, p.): 
 
(...) estão obrigadas a optar pela tributação com base no Lucro Real as 
pessoas jurídicas que estiverem enquadradas nas seguintes condições: I - 
cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 
48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais); II - cujas atividades sejam 
de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento 
e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de 
títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores 
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, 
empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta; III - que explorem as atividades de prestação 
cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, 
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a 
receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a 
prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
Para todas as demais empresas, existe a opção entre o Lucro Real e o 
Lucro Presumido. Lucro real é o lucro líquido obtido pela empresa em determinado 
período, apurado depois de realizados os cálculos do lucro operacional, dos 
resultados não operacionais, adicionados os custos, despesas, encargos, etc.; e 
subtraídas as exclusões e compensações, como os prejuízos acumulados, por 
exemplo (MARTINS, 2011c). 
No caso do Lucro Presumido, todas as empresas que alcancem receitas 
totais, ou faturamento total, de até R$ 48 milhões podem adotar o sistema, no qual 
se aplica um percentual sobre essa receita bruta para se construir a base de cálculo 
dos impostos, sendo esse percentual entre 1,6% e 32%, de acordo com tabelas 
específicas feitas pelo Governo Federal. 
 
TABELA 3 – ALÍQUOTAS SOBRE O FATURAMENTO PARA SISTEMA DE 
TRIBUTAÇÃO LUCRO REAL – 2009 
 
Tipo de 
Imposto 
Tipo de 
Atividades 
Alíquota 
Base de 
Cálculo 
Observação 
IR 
Comércio, Indústria 
e Serviços 
15% Lucro Líquido 
Se o lucro líquido for superior a R$ 
20.000 por mês, haverá um adicional de 
10% sobre o excedente. 
CSLL 
Comércio, Indústria 
e Serviços 
9% Lucro Líquido 
 
PIS 
Comércio, Indústria 
e Serviços 
1,65% Valor da Venda 
O imposto sobre a venda deverá ser 
compensado com o imposto sobre a 
compra. 
COFINS 
Comércio, Indústria 
e Serviços 
7,6% Valor da Venda 
O imposto sobre a venda deverá ser 
compensado com o imposto sobre a 
compra. 
IPI Indústria Variável Valor da Venda 
O imposto sobre a venda deverá ser 
compensado com o imposto sobre a 
compra. 
II Importação Variável 
Valor da 
Importação 
ICMS 
Indústria e 
Comércio 
De 0% a 
25% 
Valor da Venda 
O imposto sobre a venda deverá ser 
compensado com o imposto sobre a 
compra. 
ISS Serviços 
De 2% a 
5% 
Valor da Venda 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/melhorando%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7%
C3%B5es/finan%C3%A7as/legislacao/impostos.aspx>. Acesso em: 06/01/2012. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
É possível perceber pela análise da Tabela 3 algumas peculiaridades dos 
sistemas de tributação pelo lucro real e pelo lucro presumido. No caso do lucro real, 
existe a chamada execução da “não cumulatividade dos impostos federais”, em que 
os impostos que as empresas pagam aos fornecedoresnão podem ser cobrados 
novamente no momento da venda. 
Assim sendo, quando a empresa efetua uma compra, e recolhe impostos 
relacionados a ela, a mesma obtém “Créditos” de impostos, que serão utilizados 
pela empresa como forma de reduzir o recolhimento dos mesmos. No momento da 
venda de seus produtos ao cliente final, a empresa deverá recolher os valores 
relacionados aos impostos, em que, pelo princípio da não cumulatividade, os 
mesmos necessitam ser compensados. 
Essa técnica se aplica aos impostos: PIS, COFINS, IPI E ICMS, que usam 
como base de cálculo do imposto os respectivos valores de venda, ou seja, esses 
impostos são apurados no exato momento do faturamento, que é o objeto desse 
trabalho. 
No caso específico do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), a regra 
no lucro real corresponde à incidência de alíquota de 15% sobre o lucro líquido, 
desde que o mesmo seja até o valor de R$ 20.000,00. Se o lucro ultrapassar esse 
valor, há um adicional de 10% sobre esse valor excedente. 
Outro aspecto interessante diz respeito ao pagamento da CSLL, que possui 
alíquota fixa de 9% sobre o lucro líquido obtido. 
 
TABELA 4 – ALÍQUOTAS SOBRE O FATURAMENTO PARA SISTEMA DE 
TRIBUTAÇÃO LUCRO PRESUMIDO – 2009 
Tipo de Imposto Tipo de Atividades Alíquota Base de 
Cálculo 
Observação 
IR Comércio, Indústria e 
Serviços 
1,2% Valor da Venda 
CSLL Comércio, Indústria e 
Serviços 
1,08% Valor da Venda 
PIS Comércio, Indústria e 
Serviços 
0,65% Valor da Venda 
COFINS Comércio, Indústria e 
Serviços 
3,0% Valor da Venda 
IPI Indústria Variável 
 
Valor da Venda O imposto sobre a venda 
deverá ser compensado com 
o imposto sobre a compra. 
II Importação Variável 
 
Valor da 
Importação 
 
 
 
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ICMS Indústria e Comércio De 0% a 
25% 
Valor da Venda O imposto sobre a venda 
deverá ser compensado com 
o imposto sobre a compra. 
ISS Serviços De 2% a 
5% 
Valor da Venda 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/melhorando%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7%
C3%B5es/finan%C3%A7as/legislacao/impostos.aspx>. Acesso em: 06/01/2012. 
 
 
Da mesma maneira, para o sistema de tributação Lucro Presumido (Tabela 
4), os impostos são aplicados em alíquotas específicas, tendo como base de cálculo 
o valor da venda, ou seja, o faturamento. Novamente, é demonstrada a relação entre 
o processo de faturamento, a função faturamento propriamente dita, e a tributação, 
pois esses impostos são apurados no momento em que se realiza a função 
faturamento. Para os impostos ICMS e IPI, haverá a compensação sobre a compra, 
como forma de não cumulatividade dos mesmos, conforme descrito anteriormente. 
Após o exposto, preparamos um exemplo fictício para analisarmos a 
influência da tributação nos rendimentos das empresas e dos trabalhadores, 
conforme demonstram as Tabelas 5 e 6. 
 
TABELA 5 – EXEMPLO FICTÍCIO SOBRE A INFLUÊNCIA 
DOS IMPOSTOS PARA AS EMPRESAS 
Empresa com faturamento de R$ 5 milhões por mês 
 
Faturamento R$ 5.000.000 
Folha de pagamento R$ 1.500.000 
Outros custos e despesas R$ 605.500,00 
Tributos sobre o faturamento: 
 Alíquotas Valores 
COFINS 3% R$ 150.000 
PIS 0,65% R$ 32.500 
ICMS 14% R$ 700.000 
IPI 4% R$ 200.000 
Subtotal R$ 1.082.500 
Tributos sobre a folha de pagamento: 
 Alíquotas Valores 
INSS 28% R$ 300.000 
Salário-educação 2,50% R$ 37.500 
 
 
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Seguro acidente de trabalho 1,50% R$ 22.500 
FGTS 8% R$ 120.000 
Serviços sociais (Sesc/Sesi/Senac etc.) 1% R$ 15.000 
Subtotal R$ 495.000 
 
Lucro bruto R$ 1.317.000,00 
Tributos sobre o lucro: 
 Alíquotas Valores 
IRPJ 15% R$ 197.550 
CSLL 9% R$ 118.530 
Subtotal R$ 316.080 
Lucro líquido R$ 1.000.920,00 
SOMA DE TODOS OS IMPOSTOS R$ 1.893.580 
PERCENTUAL DOS IMPOSTOS SOBRE O FATURAMENTO 37,87% 
PERCENTUAL DO LUCRO LÍQUIDO SOBRE O FATURAMENTO 20,02% 
FONTE: Arquivo do autor. 
 
 
No caso do demonstrado na Tabela 5, relacionado com uma empresa que 
obtém um faturamento bruto de R$ 5 milhões mensais, também se considera que a 
folha de pagamento da empresa, ou seja, todos os custos que são pagos pelo 
trabalho das pessoas, ou funcionários, seja de R$ 1,5 milhão e que a empresa 
possua outros custos e despesas na ordem de R$ 605.500,00 mensais. Assim 
sendo, ao aplicarmos o recolhimento dos principais impostos, como PIS, CONFINS, 
ICMS e IPI, que incidem sobre o faturamento da empresa, ou seja, são recolhidas as 
devidas alíquotas relativas ao total de receitas brutas que a empresa obteve por 
meio de suas vendas, apontadas no momento em que a função faturamento é 
realizada. Dessa forma, percebe-se que a empresa deverá recolher aos cofres 
públicos o valor de R$ 1.082.500,00. 
Além disso, ainda existem outros tributos que incidem sobre a folha de 
pagamento e que devem ser recolhidos em função do pagamento de remunerações 
aos funcionários. Como demonstrado, a empresa irá recolher a esse respeito o valor 
total de R$ 495.000,00. 
Logo, pode-se extrair o lucro bruto que a mesma obteve no período por meio 
da subtração dos impostos recolhidos sobre o faturamento e sobre a remuneração, 
além do valor da folha de pagamento e dos outros custos e despesas, do total de 
receitas brutas, ou faturamento, obtido no mês. 
 
 
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 97 
Desse modo, vê-se que do faturamento inicial de R$ 5 milhões, o lucro bruto 
é de R$ 1.317.000,00. No entanto, sobre esse lucro bruto ainda incidem outros 
impostos, relacionado à renda, como o IRPJ e a CSLL, que impactam a empresa em 
R$ 316.080,00, deixando um lucro líquido de R$ 1.000.920,00. 
Dessa maneira, ao analisarmos essa situação hipotética, percebe-se que o 
total de tributos foi de R$ 1.893.580,00, o que significa um percentual de 37,87% 
sobre a receita bruta, ou faturamento da empresa, ou seja, mais de 1/3 do valor que 
a empresa obteve com as vendas e faturamento de seus produtos é direcionado ao 
pagamento de tributos. 
Se analisarmos o lucro líquido, ou seja, o ganho efetivo que a empresa 
obteve no período, sobre o total das vendas, percebe-se que ele representa apenas 
20,02% do faturamento bruto, ou seja, a empresa pagou mais impostos do que o 
valor que obteve de ganhos. 
 
TABELA 6 – EXEMPLO FICTÍCIO SOBRE A INFLUÊNCIA DOS IMPOSTOS 
PARA OS TRABALHADORES 
 
Trabalhador com remuneração bruta de R$ 1.500 por mês 
Remuneração bruta R$ 1.500 
Tributos sobre a Remuneração 
 Alíquotas Valores 
INSS 11% R$ 165 
IRPF 15,00% R$ 45 
IMPOSTOS INDIRETOS SOBRE O CONSUMO 23,00% R$ 345 
Subtotal R$ 555 
Lucro líquido R$ 945,00 
 
SOMA DE TODOS OS IMPOSTOS R$ 555 
PERCENTUAL DOS IMPOSTOS SOBRE O FATURAMENTO 37,00% 
PERCENTUAL DO LUCRO LÍQUIDO SOBRE O FATURAMENTO 63,00% 
FONTE: Arquivo do autor. 
 
 
Comparativamente, para um trabalhador, pode-se fazer a mesma análise, 
observando que o impacto dos tributos nos seus rendimentos também é alto. Na 
Tabela 6, pode-se perceber que um funcionário que percebe uma remuneração 
 
 
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 98 
bruta de R$ 1.500,00 mensais, sofre a incidência de impostos na própria folha de 
pagamento, ou na fonte, como é tecnicamente denominado, pois é recolhido o INSS 
e o IRPF, que após os respectivos cálculos, deduzem-se os valores de R$ 165,00 e 
R$ 45,00 respectivamente. 
Além disso, é estimado que o trabalhador faça o pagamento de impostos 
indiretos sobre o consumo da ordem média de 23%, ou seja, são os impostos 
“embutidos” nos produtos de consumo. 
Assim sendo, vê-se que do seu rendimento bruto “sobra-lhe” o valor de R$ 
945,00 mensais. Pode-se afirmar que cerca de 37% da remuneração obtida pelo 
funcionário são destinados aos cofres públicos pelo recolhimento dos tributos. 
 
 
8.3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
Neste momento iremos demonstrar uma ferramenta de essencial 
importância para as empresas no tocante às altas percentagens tributáriasa que 
estão expostas e aos altos valores que estas são obrigadas a recolher ao Governo, 
nas diversas esferas. Essa ferramenta, chamada de Planejamento Tributário consta 
de uma série de ideias, planos e outros procedimentos que visam à anulação, 
redução ou ao adiamento do pagamento dos tributos, conseguindo-se assim, 
alguma minimização da carga tributária incidente sobre o negócio da empresa, 
melhorando os seus resultados financeiros (BORGES, 2007). 
Essa prática consiste em buscar estratégias para que, em determinados 
momentos, as operações da empresa não configurem fatos geradores de tributos, 
ou encontrar outros meios para que as obrigações tributárias fiquem menos 
onerosas (MARTINS, 2011b). 
Dessa maneira, Greco (2004) expõe que é possível realizar a redução no 
total de impostos recolhidos ao Estado de três formas, a saber: 
 
a) Condutas ilícitas: como fraudes e sonegação fiscal, que são 
considerados comportamentos ilícitos e não devem ser utilizados. A evasão, como é 
conhecido esse processo, é utilizado como sinônimo de sonegação, ou seja, toda 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 99 
postura da empresa, ou do consumidor, utilizada para fraudar o sistema tributário, 
deixando de recolher os devidos tributos (MARTINS et al, 2008). Assim sendo, é 
comum a utilização de venda de produtos e serviços sem a emissão da respectiva 
nota fiscal, ou seja, o processo de faturamento não é realizado formalmente, ou não 
é realizado. Dessa forma, todos os tributos que são incidentes sobre o faturamento, 
ou sobre as vendas, são sonegados, ou seja, a empresa se apropria desses valores 
cobrados do consumidor, mas não os repassa ao Estado. 
 
b) Condutas Desejadas: como os programas de incentivos fiscais, os quais 
as empresas obtêm dos diversos governos, determinados ganhos tributários, ou 
isenções, para a prática de suas atividades em determinada região geográfica, ou 
outro aspecto. Assim sendo, a empresa consegue desempenhar suas atividades 
empresariais com o pagamento mínimo de tributos, ou com a isenção total dos 
mesmos (mesmo que seja por apenas algum período de tempo). 
 
c) Condutas positivas: como as opções tributárias, mediante análises da 
melhor opção para a empresa em cada ano, sendo possível optar pelo Lucro Real 
ou Lucro Presumido, ao analisar-se qual tipo de tributação oferece menor incidência 
de impostos para a empresa. 
 
Outra forma de reduzir a incidência dos impostos é postergando-se a 
ocorrência do fato gerador, ou seja, a empresa pode planejar gerar o fato gerador 
em um determinado momento em que suporte o pagamento dos impostos, de 
acordo com o planejamento financeiro. 
De acordo com Martins (2011d) para se construir o planejamento tributário 
são necessárias algumas etapas: 
 
a) Levantamento de Dados: que compreende o levantamento de 
informações com os diversos profissionais responsáveis pelas atividades 
empresariais desenvolvidas pelos diversos departamentos para poder ter dados 
suficientes da empresa sobre como se construir o planejamento tributário, ou seja, 
buscar informações para verificar onde e como se pode obter ganhos, ou reduzir a 
incidência da carga tributária nos negócios da empresa. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
b) Análise das informações obtidas: esta etapa consiste em analisar as 
informações obtidas no levantamento e verificar em que momento as mesmas 
podem ser usadas, bem como se serão utilizadas para a construção do 
planejamento tributário, além de demonstrar quais informações são relevantes para 
esse processo e quais não têm importância. 
 
c) Construção do planejamento tributário preliminar: é realizado um 
esboço do planejamento tributário, com a organização das informações relevantes e 
pertinentes ao objetivo, que é a redução do ônus tributário. 
 
d) Avaliação dos Impactos: consiste na avaliação do planejamento 
preliminar, utilizando-se as informações obtidas e aplicando-as na realidade da 
empresa, como forma de verificar o impacto que essas ações causam no contexto 
empresarial dos negócios da empresa. 
 
e) Conclusão: são obtidas as conclusões sobre a avaliação dos impactos, e 
realizadas as possíveis correções que forem necessárias. Pode-se, nesta fase, 
efetuar novas avaliações dos impactos com as novas correções, até se encontrar o 
planejamento adequado aos negócios da empresa. 
 
f) Implantação: é o momento em que se decide implantar o planejamento 
construído ao longo das etapas anteriores, realizando todos os procedimentos 
exigidos para se alcançar os objetivos. 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III

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