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DOCÊNCIA EM SAÚDE AUDITORIA CONTÁBIL E FINANCEIRA 1 Copyright © Portal Educação 2013 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842a Auditoria contábil e financeira / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2013. 210p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-826-0 1. Auditoria - Contabilidade. 2. Auditoria financeira I. Portal Educação. II. Título. CDD 657.45 2 SUMÁRIO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 1 BASE FUNDAMENTAL SOBRE AUDITORIA .......................................................................... 11 1.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AUDITORIA ................................................................................. 12 1.2 CONCEITO DE AUDITORIA ..................................................................................................... 18 1.2.1 Direção dos testes ..................................................................................................................... 21 1.2.1.1 Teste para Superavaliação ...................................................................................................... 21 1.2.1.2 Teste para Subavaliação ......................................................................................................... 21 1.3 POSTULADOS, PRINCÍPIOS GERALMENTE ACEITOS E CONVENÇÕES ............................ 22 1.4 RELAÇÕES ENTRE AUDITORIA E CONTABILIDADE ............................................................ 29 1.5 OBJETIVO DA AUDITORIA ...................................................................................................... 29 2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ........................................................................................ 30 2.1 ERROS E AJUSTES NA AUDITORIA ....................................................................................... 30 2.1.1 Fraude e erro ............................................................................................................................. 30 2.2 AUDITORIA INTERNA .............................................................................................................. 35 3 2.2.1 Importância da Auditoria Interna ................................................................................................ 35 2.2.2 Aceitação da auditoria como suporte administrativo .................................................................. 36 2.2.3 Objetivo da Auditoria Interna ..................................................................................................... 37 2.2.4 Independência em Auditoria Interna .......................................................................................... 37 2.2.5 Relacionamento da Auditoria Interna com a Auditoria Externa ................................................. 37 2.3 AUDITORIA EXTERNA OU INDEPENDENTE .......................................................................... 38 2.4 OBTENÇÃO DAS PROVAS EM AUDITORIA ........................................................................... 39 2.4.1 Contagem Física ....................................................................................................................... 40 2.4.2 Confirmação com Terceiros ....................................................................................................... 40 2.4.3 Conferência de Cálculos ............................................................................................................ 41 2.4.4 Inspeção de Documentos .......................................................................................................... 41 2.5 USUÁRIO E TIPOS DE AUDITORIA ......................................................................................... 43 2.5.1 Usuários de Auditoria ................................................................................................................ 43 2.5.2 Tipos de Auditoria Contábil ........................................................................................................ 43 2.5.2.1 Auditoria Contábil ..................................................................................................................... 44 4 2.5.2.2 Auditoria de Demonstrações Financeiras ................................................................................ 44 2.5.2.3 Auditoria Fiscal ........................................................................................................................ 45 2.5.2.4 Auditoria de Segurança de Informações .................................................................................. 46 2.5.2.5 Auditoria Social ........................................................................................................................ 46 2.5.3 Aplicação da Auditoria ............................................................................................................... 47 3 FORMAS EXECUTORAS DE AUDITORIA .................................................................................. 48 3.1 FORMAS E TIPOS DE AUDITORIA .......................................................................................... 48 3.1.1 Formas de Auditoria .................................................................................................................. 48 3.1.2 Tipos de Auditoria ...................................................................................................................... 49 3.2 NORMAS DE AUDITORIA ........................................................................................................ 50 3.2.1 Normas de Auditoria Contábil .................................................................................................... 51 3.2.2 Conceituação e objetivos da auditoria independente ................................................................ 52 3.2.3 Procedimentos de auditoria contábil .......................................................................................... 52 3.2.4 Obtenção das Provas de Auditoria ............................................................................................ 53 3.2.5 Evidência de auditoria ............................................................................................................... 54 5 3.2.6 Risco de auditoria ...................................................................................................................... 55 3.2.7 Aplicação dos procedimentos de auditoria ................................................................................ 55 3.2.8 Parecer dos auditores independentes ....................................................................................... 56 3.3 FASES DE AUDITORIA ............................................................................................................ 58 3.3.1 Segurança do Banco de Dados ................................................................................................. 58 3.3.1.1 Segurança de Redes ............................................................................................................... 57 3.3.1.2 Segurança Física .....................................................................................................................57 3.3.1.3 Estudo e avaliação do sistema contábil e de controle interno .................................................. 58 3.3.2 Controle Interno ......................................................................................................................... 58 3.3.2.1 Conceito de controle interno .................................................................................................... 58 3.3.2.2 Objetivo do Controle interno .................................................................................................... 59 3.3.2.3 Importância do Controle Interno ............................................................................................... 60 3.3.2.4 Tipo de Controle Interno .......................................................................................................... 60 3.3.2.5 Relação do Controle Interno com o Auditor ............................................................................. 61 3.3.2.6 Avaliação da Eficiência dos Controles Internos da Empresa ................................................... 61 6 3.3.2.7 Elementos dos Controles Internos ........................................................................................... 62 3.3.2.8 Relevância dos Controles Internos .......................................................................................... 62 3.3.3 Programa de Auditoria ............................................................................................................... 63 3.3.4 Procedimentos de Auditoria ....................................................................................................... 64 3.3.5 Teoria da Prova Auditoria .......................................................................................................... 66 3.3.6 Princípios fundamentais dos controles internos ........................................................................ 67 3.4 PAPÉIS DE TRABALHO ........................................................................................................... 68 3.4.1 Conceito de Papel de Trabalho ................................................................................................. 69 3.4.2 Objetivo e finalidade do Papel de Trabalho ............................................................................... 69 3.4.3 Dados essenciais para uma boa confecção de papel de trabalho ............................................. 70 3.4.4 Regras de preparação dos Papéis de Trabalho ........................................................................ 72 3.4.5 Classificação dos papéis de trabalho ........................................................................................ 72 3.4.6 Tipos de papéis de trabalho ...................................................................................................... 72 3.4.6.1 Programa de Auditoria ............................................................................................................. 72 3.4.6.2 Papéis elaborados pelo auditor ................................................................................................ 75 7 3.4.6.3 Outros papéis de trabalho ........................................................................................................ 77 3.4.7 Técnicas de elaboração de papéis de trabalho ......................................................................... 79 3.5 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA ........................................................................................... 87 3.6 PARECER ................................................................................................................................. 91 3.6.1 Tipos de Pareceres da Auditoria ............................................................................................... 93 3.6.1.1 Parecer sem ressalva ou limpo ................................................................................................ 93 3.6.1.2 Parecer com ressalva .............................................................................................................. 95 3.6.1.3 Parecer Adverso ...................................................................................................................... 96 3.6.1.4 Negativa de parecer ................................................................................................................. 98 3.7 RELATÓRIO-COMENTÁRIO .................................................................................................... 99 3.7.1 Relatório da auditoria................................................................................................................. 99 3.7.1.1 Sobre o trabalho de auditoria feito na empresa ...................................................................... 100 3.7.2 Técnicas para elaborar relatórios e comentários ...................................................................... 101 4 PROGRAMAS DE AUDITORIA ............................................................................................... 104 4.1 FUNDAMENTOS DA AUDITORIA NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONTÁBEIS ...... 104 8 4.1.1 Fundamento de Contabilidade ..................................................................................................... 104 4.1.1.1 Classificação das Contas ........................................................................................................... 105 4.1.2 Regime de Caixa e Regime de Competência .............................................................................. 116 4.1.3 Demonstrações Financeiras e o Programa de Auditoria ............................................................. 117 4.1.3.1 Balanço Patrimonial ................................................................................................................... 117 4.1.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício ................................................................................. 121 4.1.3.3 Demonstração de Lucros ou Prejuízo Acumulado ..................................................................... 126 4.1.3.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ................................................................. 127 4.1.3.5 Demonstração do Fluxo de Caixa ........................................................................................... 130 4.1.3.6 Notas Explicativas ................................................................................................................... 132 4.1.3.7 Critérios Contábeis ................................................................................................................. 133 4.2 AUDITORIA NO DEPARTAMENTO FINANCEIRO .................................................................. 136 4.2.1 Fluxo de Caixa .......................................................................................................................... 136 4.2.1.1 Fluxos de Caixa Líquidos ........................................................................................................ 137 4.2.1.2 Elaboração do Fluxo de Caixa ................................................................................................ 139 9 4.2.2 Análise Financeira ..................................................................................................................... 157 4.2.2.1 Principais procedimentos de Auditoria na Análise Financeira ................................................. 158 4.2.3 Investimento ............................................................................................................................. 159 4.2.3.1 Principais procedimentos de Auditoria no Investimento .......................................................... 162 4.3 AUDITORIAEM RECURSOS HUMANOS E DEPARTAMENTO DE PESSOAL ....................... 163 4.3.1 Planejamento Estratégico de Recursos Humanos ...................................................................163 4.3.1.1 Ambiente e Clima Organizacional ........................................................................................... 163 4.3.1.2 Método para Contratação ...................................................................................................... 174 4.3.1.3 Administração de Cargos e Salários ....................................................................................... 184 4.3.1.4 Avaliação de Desempenho ..................................................................................................... 194 4.3.1.5 Avaliação 360 Graus ............................................................................................................... 195 4.3.2 Conceito de Departamento de Pessoal .................................................................................... 200 4.3.2.1 Rotina de Departamento Pessoal ........................................................................................... 200 4.3.2.2 Características das Despesas com pessoal ........................................................................... 203 4.3.3 Principais procedimentos de Auditoria em Recursos Humanos e Departamento Pessoal ....... 204 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 205 11 1 BASE FUNDAMENTAL SOBRE AUDITORIA FIGURA 1 FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt- BR&tbs=isch:1&q=foto+de+auditoria&sa=N&start=40&ndsp=20>.Acesso em: 03 jun. 2010. Desde sua origem a auditoria tem demonstrado importância para a sociedade em que atua. Vem demonstrando as infinitas utilidades de seus serviços, relatórios e sugestões. Cada vez mais, as entidades, tanto públicas como privadas, vêm adotando o hábito de contratarem serviços de auditoria, com a finalidade de obter uma visão mais real e confiável das demonstrações contábeis divulgadas, como também para verificar a eficiência de seus controles. Diante de tudo isso, o trabalho na área de auditoria demonstra conhecimentos visíveis às empresas e subsequentemente um ajuste de ideias e vislumbre no curso profissionalizante de Contabilidade e Bacharel em Ciências Contábeis. No momento em que entramos em contato com a empresa e recebemos a resposta positiva, inicia-se um processo que possibilita abrir um leque de crescimento e felicidade nos caminhos pessoais e profissionais. 12 Escolher a área de auditoria é importante para o profissional, que desenvolverá as ações, e para a empresa, que terá um levantamento e um controle tanto nas áreas administrativas como produtivas. Os dados levantados afetam diretamente os resultados da empresa e todas as análises que possam ser feitas a partir das demonstrações contábeis, como, por exemplo, a análise de balanço patrimonial e a demonstração de resultado do exercício. Ao executar este trabalho procura-se tomar conhecimento das diretrizes administrativas e operacionais da empresa. Se estiverem sendo aplicadas corretamente, serão analisados os controles internos relacionados com a situação auditada, a fim de verificar a confiabilidade e eficiência da política da empresa. 1.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AUDITORIA A auditoria surgiu da necessidade de controlar os registros contábeis, as movimentações financeiras e muitos outros fatores que envolvem o dia a dia da empresa. Com a Revolução Industrial ou mesmo com a taxação do imposto de renda baseado nos resultados apurados em balanço, houve aceleração do processo de implantação da auditoria. Essa evolução deu-se paralelamente com o desenvolvimento econômico, que impulsionou as grandes empresas, formadas por capitais de muitas pessoas. Dessa forma, surgiu a necessidade de um controle adequado para a proteção de patrimônios. Segundo dados históricos, a auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra, por volta do século XIV, ano de 1314, quando o governo utilizava o exame periódico e sistemático das contas públicas. Já no Brasil, o surgimento se deu mais significativamente no final da Segunda Guerra Mundial, com a entrada de multinacionais no país, filiais das que existiam na América do Norte e Europa. A vinda das filiais de escritórios de auditoria que no exterior já prestavam serviços originou um avanço da auditoria no Brasil. A auditoria externa ou independente surgiu com a evolução do sistema capitalista. No período inicial, as empresas pertenciam a grupos familiares. Com a evolução do mercado e a concorrência, as empresas necessitaram desenvolver tecnologias aprimoradas e controles nos 13 procedimentos internos em geral, principalmente buscando reduzir os custos e tornar mais competitivos os produtos a serem colocados no mercado. Em se tratando de evolução mercadológica, surgiram investidores em diversas áreas patrimoniais, gerando lucros valiosos. Assim, devendo haver um controle maior das informações, pois, vários são os interessados nos recursos ocorridos nas empresas. Entre as necessidades de informação que o investidor precisa avaliar temos: a liquidez, rentabilidade e demais recursos futuros. A melhor forma de o investidor obter essas informações será por meio das demonstrações de resultados financeiros contábeis juntamente com as notas explicativas. Em decorrência destes fatos, as demonstrações financeiras contábeis passaram a ter importância para os aplicadores de recursos em aplicações futuras. Para preservar a segurança e evitar a manipulação de informações, os investidores exigiram que essas demonstrações fossem conferidas por profissionais independentes da empresa que lançaram ações no mercado e estes com capacidade técnica profissional na área, com formação adequada para examinar as demonstrações contábeis financeiras da empresa e capazes de emitir opiniões claras fundamentadas em princípios geralmente aceitos pela contabilidade, identificando a esse profissional o nome de auditor externo ou auditor independente. O desenvolvimento técnico do profissional de auditoria é realizar ações que procedem a erros ocorridos nos fatos lançados na empresa, identificando resultados que sejam significativos que possam prejudicar o futuro da empresa. O profissional da área de auditoria deve se preocupar com os mínimos valores incididos na contabilidade e com a apuração dos demonstrativos contábeis financeiros, mas também deve estar alerta no que afetará em informações significativas, como por exemplo, uma empresa que gera lucro no exercício em $10.000.000,00, caso ocorra um erro de $1.000,00, significando 0,01%; um percentual irrisório nas informações dos resultados finais, sendo assim o auditor deve se ater as consequências do erro, o que pode estar ocorrendo por trás desse problema. Com a globalização mundial, diversas empresas internacionais foram instaladas no Brasil. Tais empresas, principalmente as dos Estados Unidos e dos países do Bloco Europeu, exigem a auditoria. Dessa forma, a legislação brasileira teve que se adequar às novas normas e procedimentos, alterando a Lei das Sociedades por Ações, de 1976, a Lei 6.404/76, que foi substituída pela Lei 11.638/2007. 14 Essa evolução trouxe várias experiências e necessidades para as empresas; com isso, verificou-se a importância de uma análise detalhada dos acontecimentos na empresa – informações minuciosas e confiáveis. Assim, os administradores passaram a ver a auditoria como uma necessidade e não uma obrigatoriedade. Dessa forma, as empresas não só mantiveram os auditores externos e/ou independentes para examinar os fatos ocorridos e gerar informações imparciais aos acionistas externos, como também criaram um departamento interno de auditoria para atender à administração da empresa, pois o auditor externo trabalha em um período reduzido, analisando os fatos que interessam principalmente osacionistas e órgãos internos da empresa que precisam saber da real situação, deixando de avaliar profundamente outras áreas não relacionadas com a contabilidade, como: o sistema de controle de qualidade, administração de pessoal etc. Surgiu, assim, o auditor interno, um funcionário da empresa, que não deve estar subordinado a qualquer outro setor que examine as suas ações. Além disso, o auditor interno não deve exercer atividades que possam estabelecer que um dia ele deva ser examinado. A título de organograma, o auditor fica assim relacionado na empresa: FIGURA 2 FONTE: ALMEIDA (1996). PRESIDÊNCIA AUDITOR INTERNO DIRETORIA DA PRODUÇÃO DIRETORIA FINANCEIRA DIRETORIA ADMINISTRATIVA 15 As principais diferenças entre auditor interno e externo são: AUDITOR INTERNO AUDITOR EXTERNO Funcionário da empresa. Profissional prestador de serviço, não há vínculo com a empresa. Menor grau de independência. Maior grau de independência. Maior volume de testes, por ter maior tempo de execução de serviços na empresa. Menor volume de testes, já que o auditor externo está interessado em erros que possam alterar substancialmente as informações das demonstrações contábeis. Os principais objetivos: Verificar normas internas. Efetuar auditoria nas demonstrações contábeis e operacionais. Os principais objetivos: Emitir parecer ou opinião sobre os acontecimentos da empresa em relação às demonstrações contábeis financeiras, e se os princípios contábeis foram aplicados uniformemente em relação ao exercício social anterior. FONTE: ALMEIDA (1996). Os principais órgãos relacionados com os auditores são: CVM – Comissão de Valores Mobiliários; Ibracon – Instituto Brasileiro de Contadores; CFC e CRC – Conselho Federal de Contabilidade e Conselho Regional de Contabilidade. OIO – Instituto dos Auditores Internos do Brasil. 16 As obrigações principais que levam uma empresa a contratar um auditor externo e/ou independente é: Obrigações legais; Medida interna para controle e tomadas de decisões dos acionistas, proprietários e administradores; Imposição de bancos para ceder empréstimos; Imposição de fornecedores para financiar compra de mercadorias ou matéria-prima; Atender às exigências do estatuto ou contrato social da companhia ou empresa; Compra e venda de empresa, ambos necessitam de uma auditoria a fim de determinar o valor contábil correto do patrimônio líquido da empresa a ser comprada ou a ser vendida; Incorporação de empresas, quando uma empresa será absorvida por outra, sucedendo assim todos os direitos e obrigações; Fusões de empresas, na operação unem-se duas ou mais empresas para formar uma nova sociedade, sucedendo assim todos os direitos e obrigações; Cisão da empresa é a operação pela qual a empresa transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a empresa cedida, se houver versão de todo seu patrimônio, ou dividindo-se seu capital, parcela-se a distribuição; Consolidação das demonstrações contábeis, quando obrigatória para a companhia aberta que tiver de 30% do valor de seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas. As normas de auditoria representam as condições necessárias a serem observadas pelos auditores externos no desenvolvimento do serviço de auditoria, sendo: a) Normas relativas à pessoa do auditor: A auditoria deve ser executada por profissionais legalmente habilitados pelo Conselho Regional de Contabilidade – CRC. 17 O auditor deve ser independente de todos os assuntos relacionados com a empresa que está auditando. O auditor deve exercer suas funções com o máximo zelo na realização de seu exame e exposição de suas conclusões. b) Normas relativas à execução do trabalho: O trabalho deve ser adequadamente planejado, e todas as execuções devem ser supervisionadas pelo auditor responsável. O auditor deve estudar e avaliar todo o sistema contábil e controle interno da empresa a ser auditada, pois a responsabilidade que estão lhe depositando é de extrema confiança. Os procedimentos de auditoria devem se aprofundar nos elementos necessários para comprovar a fundamentação do parecer do auditor. c) Normas relativas ao parecer: O parecer deve esclarecer o exame efetuado dentro das normas estabelecidas pela auditoria. As demonstrações contábeis financeiras devem ser observadas para verificar se foram preparadas dentro dos princípios geralmente aceitos pela contabilidade. E se os princípios foram aplicados dentro da uniformidade em relação ao exercício anterior. Salvo declaração em contrário, entende-se que o auditor considera satisfatórios os elementos contidos nas demonstrações examinadas e nas notas que as acompanham. O parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis, quando não puder expressar opinião sem ressalvas sobre todos os elementos, devem ser declaradas as razões que motivaram esse fato. Em síntese, o parecer deve conter indicações precisas da natureza do exame e do grau de responsabilidade assumida pelo auditor. 18 Portanto, a criação e a evolução do auditor não foram simplesmente para encontrar roubos ou erros propositais, mas para dirigir seu trabalho no sentido de detectar quaisquer irregularidades e, dessa forma, melhorar as execuções futuras da administração empresarial. 1.2 CONCEITO DE AUDITORIA Auditoria é uma verificação e análise de todos os registros e demonstrações contábeis, elaborada pela administração, com a finalidade de executar um trabalho digno, autêntico à confiança depositada por parte dos acionistas, clientes, fornecedores, financiadores de capital e o público em geral. “Auditoria é a técnica contábil do sistemático exame dos registros, visando apresentar conclusões, críticas dos resultados quer formados, quer em processo de formação” (SÁ, 1999, p. 22). Franco et al. (1992, p. 18) conceituam auditoria: Consiste no exame de documentos, livros e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações internas e externas, obedecendo às normas apropriadas de procedimentos, objetivando verificar se as demonstrações contábeis estão de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados de maneira uniforme. Auditoria é em um exame cuidadoso, sistemático e independente das atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor, cujo objetivo é averiguar se elas estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se foram implementadas com eficácia e se estão adequadas (em conformidade) à consecução dos objetivos. As auditorias podem ser classificadas em: auditoria externa e auditoria interna. Atualmente, a auditoria externa se distribui em diversas áreas de gestão, havendo várias ramificações: auditoria de sistemas, auditoria de recursos humanos, auditoria da qualidade, auditoria de demonstração financeira, auditoria jurídica, auditoria contábil etc. Os profissionais de auditoria de demonstrações financeiras são certificados e devem seguir rigorosas normas profissionais nos Estados Unidos e em diversos outros países, inclusive no Brasil. 19 A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis, registros, além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio. Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também pode ser entendida como um ramo da contabilidade.O objeto da auditoria se resume ao conjunto dos elementos de controle do patrimônio, quais sejam os registros contábeis, documentos que comprovem esses registros e os atos administrativos. Fatos não registrados documentalmente também é objeto da auditoria, uma vez que tais fatos podem ser relatados por indivíduos que executam atividades relacionadas com o patrimônio auditado1. Analisado que auditoria é planejar adequadamente seu trabalho para fins de avaliar o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil e proceder à revisão analítica de todas as evidências comprobatórias das informações ocorridas na empresa e essas evidenciadas, deve-se identificar o fluxograma das atividades do auditor na execução de seu trabalho. 1 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Auditoria>. Acesso em: 8 maio 2010. 20 Detalhamento da execução da auditoria FIGURA 3 FONTE: ALMEIDA (1996). 1.2.1 Direção dos testes AUDITOR PLANEJAMENTO DO TRABALHO AVALIAÇÃO DO CONTROLE INTERNO DESENVOLVE A REVISÃO ANALÍTICA EXECUTA OS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ESCOLHE AS EVIDÊNCIAS AVALIA AS EVIDÊNCIAS EMITE O PARECER 21 O saldo de uma conta do balanço patrimonial ou da demonstração do resultado do exercício pode estar errado para mais ou para menos. Devido a esse risco, todas as contas da contabilidade devem ser testadas para superavaliação e para subavaliação. A experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras e os de subavaliação para as contas credoras, pelo fato de a transação na contabilidade ser registrada pelo sistema de partidas dobradas. 1.2.1.1 Teste para Superavaliação O auditor parte do valor registrado no razão geral para o documento-suporte da transação, analisando a falta de documento ou documento não válido; soma a maior dos registros ou razão geral; transporte a maior do valor do documento para registro inicial e do valor de um registro para outro ou para o razão geral. 1.2.1.2 Teste para Subavaliação O auditor parte do documento para o razão geral. Tendo como objetivo selecionar e inspecionar o documento-suporte; verificar a inclusão do valor do documento no registro inicial; conferir a soma do registro inicial; conferir a soma do razão geral. 1.3 POSTULADOS, PRINCÍPIOS GERALMENTE ACEITOS E CONVENÇÕES 22 Na contabilidade, é necessário ter bases para tomar decisões, para desenvolver seu trabalho, para fazer tudo o que se necessita e, com isso, temos que conhecer algo mais, como os Postulados: a parte inicial, na qual se verifica onde fazer a contabilidade e por que fazê-la. Os postulados são da Entidade Contábil, em que se demonstra a criação da empresa, por meio de conclusão da objetividade traçada em formar uma empresa, ou seja, é o ambiente de contabilização, no qual se demonstra o início da obrigação da pessoa jurídica para com a pessoa física, sendo que, a pessoa física é a detentora do capital aplicado em uma empresa e a pessoa jurídica tem a obrigação de prestar contas para com seu proprietário, ou seja, sócio. Nesse postulado temos a incumbência de diferenciar a pessoa física da pessoa jurídica, demonstrando que cada uma é independente da outra. O outro Postulado é o da Continuidade. Para a contabilidade, é um organismo vivo que irá operar por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário. Os Princípios contábeis geralmente aceitos são a que a contabilidade deve se dedicar ao aplicar as informações dentro do contexto empresarial, ou seja, são as regras de contabilização. Os princípios se dividem em: Custo Original com Base no Valor: a premissa básica deste princípio define que os ativos serão incorporados pelo preço pago para adquiri-los ou fabricá-los acrescido de todos os gastos necessários para colocá-los em condições de gerar benefícios para a empresa, quer por sua venda ou por sua imobilização; Realização da Receita em Confrontação com as Despesas: para definirmos este princípio, vamos conceituar Receita e Despesa. Receita é todo benefício que a empresa tem por meio da realização da venda do produto comercializado na empresa ou pela prestação de serviço ocorrido pela empresa. Despesa é o sacrifício que a empresa arca para a obtenção da receita; representa a utilização ou o consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas. Diante do exposto, fica demonstrado o grau de associação entre as receitas e as 23 despesas e, apesar de não haver uma ordem temporal que indique o reconhecimento de ambas, na demonstração de resultado, evidenciam-se primeiramente as receitas para, em seguida, apresentar-se o esforço empreendido na sua obtenção, apurando, consequentemente, o resultado pela diferença, apurando, dessa forma, se, no exercício da empresa, houve lucros ou prejuízo. Denominador Comum Monetário: este princípio se relaciona com a qualidade da contabilidade em apresentar o conjunto de bens, direitos, obrigações, receitas e despesas, ou seja, as demonstrações contábeis em uma única base monetária, apresentadas em moeda corrente do país. As Convenções Contábeis são as restrições da contabilização, ou seja, o que se pode fazer e o que não se pode fazer – regem a postura do contador. A convenção se divide em: Convenção da Objetividade: a contabilidade deve gerar informações claras e detalhadas. Convenção da Materialidade: a contabilidade deve registrar apenas os eventos dignos de atenção (relevantes) e, na ocasião oportuna, procurar a diferença com a finalidade de evitar desperdícios de tempo e dinheiro. Essa convenção se analisa em dois ângulos: o primeiro relaciona-se à escrituração contábil; cuidados devem ser tomados para que o sacrifício efetuado na contabilização de um determinado fato não supere os benefícios decorrentes de tal empreitada. O outro ângulo, sob o qual a materialidade é vista, ao respeito do usuário da informação contábil, é não fazer com que perca tempo com valores insignificantes, pois não afeta qualquer tomada de decisão. Convenção do Conservadorismo: a contabilidade deve ser atuada de forma conservadora, pois, no momento em que se avalia um patrimônio, temos que avaliar os ativos de forma mais baixa e os passivos de forma mais alta, pois temos que superar nossas obrigações de forma que não afete o capital aplicado em nosso patrimônio. Convenção da Consistência: a contabilidade deve ser consistente no exercício, 24 pois, se desenvolver um trabalho de apuração de estoque pelo método médio ponderado, esse exercício deverá fechar com esta avaliação porque somente a partir de outro exercício pode-se fazer a avaliação por algum outro método. Princípios Contábeis Segundo a Resolução CFC Nº 774 Assim, os princípios são a exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos contadores. Considerando o patrimônio da entidade como objeto da contabilidade são identificados sete princípios da contabilidade que são: a) Princípio da Entidade; b) Princípio da Continuidade; c) Princípio da Oportunidade; d) Princípio do Registro pelo valor original; e) Princípio da Atualização Monetária; f) Princípio da Competência; g) Princípio da Prudência. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO a conveniência de um maior esclarecimento sobre o conteúdo e abrangência dos Princípios Fundamentais de Contabilidade; Os Princípios Fundamentais de Contabilidade, aprovados pela Resolução CFC nº 750/93, de 29 de dezembro de 1993, requerem, para o seu amplo entendimento pelos usuários da informação contábil e para a perfeitacompreensão pelos profissionais da contabilidade, um grau de detalhamento que não é possível abranger-nos próprios enunciados. Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo central da própria Contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. No caso da Contabilidade, presente seu objeto, seus Princípios Fundamentais de Contabilidade valem para todos os patrimônios, independentemente das Entidades a que pertencem às finalidades para as quais são usados, a forma jurídica da qual estão revestidos, 25 sua localização, expressividade e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes. Nos princípios científicos jamais pode haver hierarquização formal, dado que eles são os elementos predominantes na constituição de um corpo orgânico, proposições que se colocam no início de uma dedução, e são deduzidos de outras dentro do sistema. Nas ciências sociais, os princípios se colocam como axiomas, premissas universais e verdadeiras, assim admitidas sem necessidade de demonstração, ultrapassando, pois a condição de simples conceitos. O atributo da universalidade permite concluir que os princípios não exigiriam adjetivação, pois sempre, por definição, se referem à Ciência da Contabilidade no seu todo. Dessa forma, o qualificativo “fundamentais” visa, tão somente, a enfatizar sua magna condição. Essa igualmente elimina a possibilidade de existência de princípios identificados, nos seus enunciados, com técnicas ou procedimentos específicos, com o resultado obtido na aplicação dos princípios propriamente ditos a um patrimônio particularizado. Assim, não podem existir princípios relativos aos registros, às demonstrações ou à terminologia contábeis, mas somente ao objeto desta, o Patrimônio. Os princípios, na condição de verdades primeiras de uma ciência, jamais serão diretivas de natureza operacional, característica essencial das normas – expressões de direito positivo, que a partir dos princípios, estabelecem ordenamentos sobre o “como fazer”, isto é, técnicas, procedimentos, métodos, critérios etc., tanto nos aspectos substantivos, quanto nos formais. Dessa maneira, alcança-se um todo organicamente integrado, em que, com base nas verdades gerais, se chega ao detalhe aplicado, mantidas a harmonia e coerência do conjunto. Os princípios simplesmente são e, portanto, preexistem às normas, fundamentando e justificando a ação, enquanto aquelas a dirigem na prática. No caso brasileiro, os princípios estão obrigatoriamente presentes na formulação das Normas Brasileiras de Contabilidade, verdadeiros pilares do sistema de normas, que estabelecerá regras sobre a apreensão, o registro, relato, demonstração e análise das variações sofridas pelo patrimônio, buscando descobrir suas causas, de forma a possibilitar a feitura de prospecções sobre a Entidade e não podem sofrer qualquer restrição na sua observância. Os princípios refletem o estágio em que se encontra a Ciência da Contabilidade, isto é, a essência dos conhecimentos, doutrinas e teorias que contam com o respaldo da maioria dos estudiosos da Contabilidade. É evidente que, em muitos aspectos, não há como se falar em unanimidade de entendimento, mas até em desacordo sobre muitos temas teórico-doutrinários. 26 Temos uma única ciência, mas diversas doutrinas. Entretanto, cumpre ressaltar que tal situação também ocorre nas demais ciências sociais e, muitas vezes, até mesmo nas ciências ditas exatas. Em termos de conteúdo, os princípios dizem respeito à caracterização da Entidade e do Patrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao reconhecimento das mutações e dos seus efeitos diante do Patrimônio Líquido. Como os princípios alcançam o patrimônio na sua globalidade, sua observância nos procedimentos aplicados resultará automaticamente em informações de utilidade para decisões sobre situações concretas. Essa é a razão pela qual os objetivos pragmáticos da Contabilidade são caracterizados pela palavra “informação”. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. O princípio da entidade faz referência ao patrimônio que será administrado, estudado, avaliado, constituindo-se em elemento autônomo em relação aos detentores do capital aplicado, nesse mesmo patrimônio e, como se diz com frequência, o patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa (entidade). É por este motivo que a receita federal solicita aos contribuintes duas declarações de renda: uma da pessoa física e outra da pessoa jurídica. O Princípio da CONTINUIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. O princípio da continuidade afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição qualitativa e quantitativa, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A suspensão das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupação pode também provocar efeitos semelhantes. Os procedimentos contábeis devem considerar a continuidade dos negócios da entidade, uma vez que esses negócios se renovam por meio de seu ciclo de operações e investimentos. 27 O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. A integridade dos registros é de fundamental importância para a análise dos elementos patrimoniais, pois todos os fatos contábeis devem ser registrados, incluindo os das filiais, sucursais e demais dependências de uma mesma entidade. Este princípio tem muito a ver com o da tempestividade, pois implica registrar os fatos contábeis quando eles acontecem. No Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade. Esse princípio reza que os elementos patrimoniais devem ser registrados pelo valor originado nas transações com os agentes externos à entidade e em moeda corrente do País, não se levando em conta os valores futuros de entradas ou de saídas. Qualquer variação patrimonial deverá ser reconhecida no momento de sua ocorrência e não do momento da entrada dos elementos patrimoniais. Quando as transações forem realizadas em moedas estrangeiras, as mesmas deverão ser convertidas para a moeda corrente em nosso país para a efetivação de seu registro contábil. O Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis por meio do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Deverão ser reconhecidas as variações do poder aquisitivo da moeda nacional nos registros contábeis das entidades e por consequência nas demonstraçõescontábeis. Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações financeiras, inclusive para fins societários. A falta de aplicação do princípio da atualização monetária traz uma perda na qualidade e utilidade das demonstrações contábeis, ainda que estando a inflação estável. Certamente, os índices de rentabilidade em relação ao patrimônio líquido estarão irremediavelmente prejudicados. No Princípio da COMPETÊNCIA, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 28 Por este princípio entende-se que as receitas e as despesas devem ser consideradas para a apuração do resultado do período a que se referirem e no momento de sua ocorrência. Não importa o momento que a receita foi recebida ou o momento em que a despesa foi paga. Para a determinação do resultado do período a realização da receita deve ser reconhecida quando bens ou serviços são transferidos a terceiros. As despesas devem ser registradas dentro do período e quando são consumidas. É muito comum a aplicação do regime de caixa e não o princípio de competência em entidades. Pelo regime de caixa interessa somente o momento do recebimento da receita (entrada de dinheiro) e do pagamento da despesa (saída de dinheiro). Esse tipo de regime é muito aplicado em entidades com finalidades ideais tais como: associações de caridade, religiosas, clubes e em empresas que são dispensadas da escrituração contábil e comercial. Nas microempresas, por serem dispensadas de escrituração para fins fiscais pela Receita Federal, é comum os contabilistas usarem este regime para escrituração. Entretanto, mesmo que por facilidade deverão observar os princípios fundamentais da contabilidade e, entre estes, o princípio da competência, não efetuando os registros contábeis em bases de regime de caixa. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. O princípio da prudência deve ser observado quando surgirem dúvidas sobre a correção dos valores a serem registrados. Devemos reconhecer o menor valor para o ativo e o maior valor para o passivo. A auditoria é o trabalho de exame periódico e sistemático em relação aos documentos, livros registros, inspeções, obtenções de informações internas e externas, obedecendo às normas apropriadas aos procedimentos, com o objetivo de verificar as demonstrações contábeis; como estão sendo demonstradas e se estão de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos. 1.4 RELAÇÕES ENTRE AUDITORIA E CONTABILIDADE 29 A relação da auditoria com a perícia é que a auditoria envolve uma apreciação global de todas as operações da empresa, pois o parecer do auditor se refere ao balanço da empresa que, obviamente, inclui os resultados de todas as suas operações. O trabalho do auditor deverá abranger todos os setores e todos os agrupamentos de contas, mesmo porque os erros ou fraudes cometidos em um setor ou em uma conta refletem automaticamente em outros setores e em outras contas. Enquanto na perícia, o profissional de contabilidade é chamado para examinar apenas um determinado aspecto, setor ou conta da empresa. O seu parecer refletirá o resultado de uma perícia e nunca o resultado de uma auditoria. 1.5 OBJETIVO DA AUDITORIA O objetivo é procurar determinar se todo o trabalho de registro e de demonstrações contábeis está de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, verificando se é confiável a situação patrimonial, assim como os resultados das operações da empresa. Depois de analisado todos os fatores, o auditor faz relatórios em que serão relacionados todos os casos ocorridos de maneiras errôneas para a empresa, de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas. 30 2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA FIGURA 4 FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt- BR&tbs=isch:1&q=foto+de+auditoria&sa=N&start=40&ndsp=20>. Acesso em: 03 jun. 2010. 2.1 ERROS E AJUSTES NA AUDITORIA 2.1.1 Fraude e erro Fraude - ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. Erro - ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. Ao detectar erros relevantes ou fraudes no decorrer dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de comunicar à administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas. 31 A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros é da administração da entidade, por meio da implementação e manutenção de adequado sistema contábil e de controle interno. Entretanto, o auditor deve planejar seu trabalho de forma a detectar fraudes e erros que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis2. A contabilidade é um instrumento que registra e apresenta informações úteis sobre a atividade da empresa. Dessa forma, proporciona erros por diversas razões, porém estes erros não têm possibilidades de afirmar a fidelidade dessas informações. Assim, há o interesse e aplicação da auditoria, para verificar, analisar e relatar os acontecimentos ocorridos na execução do trabalho rotineiro. Os interesses nas atividades da empresa são obrigados a confiar nas informações contábeis, pois, o administrador colhe as informações necessárias para tomar decisões favorecendo aos investir no patrimônio da empresa, os acionistas sabem como está o andamento de seus investimentos; os fornecedores têm condição de saber para quem estão concedendo seus créditos, com isso a movimentação dos negócios passa a ter mais segurança e será mais constante na economia do país. As informações contábeis estão sujeitas a erros, pois antes de serem executadas, diariamente, os documentos, papéis, sistemas de informações, etc., são manuseados por várias pessoas, podendo ocorrer erros involuntários ou intencionais. Com a auditoria, foram criadas soluções que visam diminuir os erros sobre as informações contábeis. Esses dados devem ser verificados por alguém de confiança e independente que apresente relatórios comunicando a autenticidade das demonstrações contábeis. Uma vez estabelecida à necessidade de verificação, devem ser levados em conta tipos de natureza dos erros que possam apresentar as informações contábeis, sendo que para cada categoria de erros existem fundamentos. A seguir, serão analisadas as diversas categorias de erros, com suas análises e interpretações. 2 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Auditoria>. Acesso em: 08 maio 2010. 32 Erros Evidentes e Não Evidentes: A natureza do sistema da partida dobrada geralmente em uso é tal que certos tipos de erros são notados quase automaticamente pelo sistema, pois com o lançamento a débito se descobre erros do lançamento a crédito e vice-versa. Erros Propositais e Não Propositais: Estes termos são claros, pois o erro não proposital é qualquer erro cometido sem intenção, independente de como seja cometido, enquanto que erros propositais são naturalmente cometidos premeditadamente, o que significa que há uma intenção de fraudar, infringir ou, pelo menos, ocultar a verdade. Esses erros propositais são para ocultar a ignorância ou incompetência de alguém, como por exemplo: pequenos furtos de dinheiro ou mercadoria e até casos maiores de desfalques e demonstrações contábeisfraudulentas, apresentadas a terceiros. Erros Ocultos e Não Ocultos: A primeira vista pode-se pensar que todos os erros propositais estariam ocultos. Entretanto, por exemplo, um cheque sacado da conta bancária da empresa para fornecer fundos para uso pessoal de um empregado ou gerente pode ser debitado em alguma conta de despesa e colocado entre outros cheques pagos, sob a presunção de que ele nunca será encaminhado. Já a intenção de ocultar a fraude não ocorre porque o responsável julga desnecessário. Erros que não afetam os saldos do razão: Existem diversos métodos para não alterar os saldos como: a) A aprovação de transações ou documentos por alguém que não seja a pessoa autorizada a fazê-lo; b) A falta em assegurar-se de que todos os controles anteriores foram observados antes da aprovação do documento; 33 c) A substituição de uma pessoa por outra, temporariamente, durante a hora do almoço ou do café, a menos que tal substituição tenha sido autorizada. O auditor preocupa-se não apenas com erros consumados, mas também com qualquer enfraquecimento de controle que possa causar, ou mesmo encorajar, erros no futuro. Possibilidade de Erros: Em toda área há possibilidade de erros. As possibilidades de erros são classificadas em três áreas gerais: a) Registro das operações; b) Procedimentos de escrituração; c) Preparo de demonstrações contábeis. Erros no Registro das Operações: O ato de registrar as operações é basicamente para coletar e resumir as informações contábeis. A possibilidade de contabilização incorreta, nesta área, inclui: a) Análise incorreta das operações; b) Omissão de operações que deveriam ser incluídas; c) Inclusão de operações que deveriam ser omitidas. Erros na Execução dos Procedimentos: Este processo de erros é ocasionado na operação dos registros, pois, pode ocorrer na transcrição de algarismo, na soma vertical ou horizontal, se houver erros de cálculos de depreciação, débitos ou créditos duvidosos, juros, descontos, bonificações, multiplicações e soma de página do inventário, assim como qualquer outro caso em que sejam necessários, aumentam a possibilidade de erros. Com o sistema de informação gerencial implantado nas empresas, não podemos considerar todos os cálculos seguros, pois não sabemos como foi desenvolvido o sistema para 34 alterar quaisquer dados que o profissional que administra o departamento queira induzir a erros ou mesmo prejudicar os resultados dos relatórios a serem analisados e utilizados para a tomada de decisão. Esse fato é fácil de ser observado quando o auditor necessita sonegar tributos, com isso manipula o sistema na emissão de notas fiscais eletrônicas, para que emita meia nota para que comprove o recolhimento reduzido, descumprindo os princípios geralmente aceitos pela contabilidade juntamente com todos os fatores éticos necessários que um gestor necessita ter juntamente com sua equipe de contabilidade. Erros na Preparação de Demonstrações Contábeis: Neste processo podem ocorrer por: a) Inclusão indevida de itens e importâncias; b) Exclusão de itens ou importâncias; c) Descrição inadequada ou incorreta de itens; d) Falta de Total Revelação. Nessa categoria de erros, podem existir: a declaração de patrimônio pessoal acima da rentabilidade; a inclusão indevida de bens no balanço da empresa; assim como a exclusão de itens do passivo, ou da despesa. Contudo, os tipos mais comuns de erros nas demonstrações contábeis são relativos à descrição ou classificação inadequada de certos itens. Uma vez descoberto o erro, o auditor deve resolver se a correção é necessária e, nesse caso, qual o momento de correção a ser utilizado. A ideia de que um erro possa passar despercebido, pode parecer estranho, mas há muitos erros provenientes de tal natureza, às vezes, tão insignificantes, que sua correção pode ser considerada desnecessária. O auditor deve estar atento no momento em que informar sobre determinada possibilidade de ajustes, pois estes podem influenciar resultados de significância para a empresa, e acarretar problemas futuros em seu patrimônio ou mesmo na imagem da corporação. Já os livros fiscais, diários, etc., que estão encerrados, devem ser mantidos em aberto, para futuras conferências do auditor, aguardando ajustes para, enfim, ser executado o seu encerramento. 35 Em relação à correção das demonstrações contábeis, são apresentados para a empresa e para sua administração, os ajustes a serem feitos. O auditor espera que a empresa aceite suas recomendações sobre os ajustes. Ele conserva uma lista dos lançamentos de ajustes que considera necessário, em face dos vários erros e outras irregularidades que descobriu durante seu trabalho. Antes de encerrar a conferência, o auditor geralmente apresenta esta lista ao administrador da empresa auditada e recomendada que os lançamentos sejam registrados no diário e transcritos para o razão antes que as demonstrações contábeis auditadas sejam emitidas e publicadas. 2.2 AUDITORIA INTERNA 2.2.1 Importância da Auditoria Interna As empresas impulsionadas ao atendimento de suas metas, proporcionadas por uma política sólida e estruturada de melhor aproveitamento de sua potencialidade, procuram sua continuidade por meio do crescimento e da diversificação das atividades econômicas que assegurem, aos empresários, a construção de um patrimônio e o retorno às expectativas de seus investimentos. Devido a este fato, com o crescimento constante das empresas e a diversificação de suas atividades econômicas, por crescimento da produção e do número de funcionários e, por causa da descentralização de suas funções a missão de um grupo limitado de pessoas controlar a totalidade do trabalho a elas inerentes tornou-se difícil. Desse modo, foi necessária a criação de um novo departamento na empresa, ligado à contabilidade, que assessore a execução do trabalho e confira os fatos registrados, criticados quando necessário. Esse departamento relata diariamente como está sendo a execução do controle interno para o administrador, proporcionando assim um maior controle para a administração da empresa. 36 2.2.2 Aceitação da auditoria como suporte administrativo Para que a atividade de auditoria seja aceita, é necessário que a empresa defina uma política que vise à constituição de uma área de auditoria com o objetivo de fornecer aos administradores, em todos os níveis, informações para controlar as operações pelas quais tais administradores são responsáveis. Para esta área ser suporte para a administração é necessário: Acesso irrestrito – A auditoria interna, como um todo precisa ter amplo, livre e irrestrito acesso a todas as atividades da empresa, registros, propriedades e pessoal, segundo, obviamente, os procedimentos instituídos em cada uma das áreas. Exames Regulares – Organizações, por meio da empresa, precisam ser revisadas a intervalos apropriados de tempo, para determinar que elas efetivamente cumpram suas funções de planejamento, contabilização, custo dia e controle, conforme as instruções recebidas e segundo as políticas e procedimentos instituídos em consonância aos objetivos definidos, e de acordo com os mais altos padrões de prática administrativa. Reporte Oportuno – O resultado dos exames praticados pela auditoria, a opinião formada e as recomendações sugeridas precisam ser prontamente reportadas ao pessoal que necessita ser informado, ou ao pessoal que precisa tomar a ação corretiva e apropriada. Correções Apropriadas – Quaisquer planos ou ações tomados, para corrigir condições apontadas como difíceis, tem de ser avaliados quanto a sua efetividade e, se considerados inadequados, precisam ser discutidos até se alcançar a disposição satisfatória.37 2.2.3 Objetivo da Auditoria Interna A auditoria interna é uma área que foi criada para conferir e diagnosticar a execução dos trabalhos realizados aos cuidados da administração, sendo exercida como um órgão da empresa, que examinará e avaliará suas atividades, como um serviço a esta mesma organização. A proposta da auditoria interna é auxiliar os membros da administração a desempenhar eficazmente as suas responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes fornece análise, avaliação, recomendações, assessoria e informações relativas às atividades examinadas. 2.2.4 Independência em Auditoria Interna Independência total e completa é impossível, uma vez que implica liberdade de toda e qualquer dependência, incluindo a dependência financeira. Consequentemente, a auditoria interna, com um funcionário da empresa e recebendo suporte desta, necessita abrir mão de alguma independência, pois, seu detrimento é desempenhar a função de acordo com o objetivo da auditoria. 2.2.5 Relacionamento da Auditoria Interna com a Auditoria Externa De forma global, o trabalho realizado pela auditoria interna é plenamente idêntico ao executado pela auditoria externa. Ambos utilizam as mesmas técnicas, têm sua atenção voltada para o controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhoria no seu trabalho de acordo com suas observações e a eficiência do sistema de controle interno existente. 38 Devido a esse fato, a administração da empresa, por vezes, confunde as funções realizadas pela auditoria interna e externa, temendo a duplicidade de atuação e, por consequência, a duplicidade de custo. Mas na verdade, a função da auditoria interna repousa em atividades detalhadas da empresa, relacionadas, de maneira intensa, com o andamento de cada função, áreas, departamento, setor e operação. A auditoria interna, por orientação gerencial da alta administração da empresa, tem de examinar cada área em períodos regulares de tempo para observar: a aderência às políticas e à implantação; a eficiência operacional e os aspectos tradicionais de controle e salvaguarda da empresa. Já a função da auditoria externa é diferente, muito embora existam áreas similares com as de salvaguarda de ativos, precisão e confiabilidade dos livros da empresa. À auditoria externa cabe, regra geral, a visão global das atividades ou de aspectos dirigidos. Por consequência, de maneira menos detalhada, trabalhando com o modelo de amostragem para se ater a erros probabilísticos. 2.3 AUDITORIA EXTERNA OU INDEPENDENTE Este sistema de trabalho é realizado por profissionais liberais que, com sua independência, podem executar um serviço sem problemas viciosos, totalmente livres para executar a análise. Esse profissional não tem nenhum grau empregatício com a empresa auditada, não sofrendo assim nenhuma pressão por parte da administração. Para obtenção deste sistema de trabalho, o auditor utiliza métodos próprios, que atendam a suas necessidades e estejam de acordo com as normas usuais de auditoria e dos princípios de contabilidade geralmente aceitos. O seu objetivo é possibilitar a emissão do parecer sobre as demonstrações financeiras periódicas preparadas pelo seu cliente, verificando os dados mencionados que estão de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos. Para atingir este objetivo, o auditor necessita planejar adequadamente o seu trabalho; avaliar o sistema de controle interno relacionando-o com a parte contábil e proceder à reversão 39 analítica das contas do ativo, passivo, despesas e receitas, a fim de estabelecer a natureza, datas e extensão dos procedimentos de auditoria, para conferir os dados auditados. O auditor independente deve ser livre no planejamento e execução de sua atividade, porque seu trabalho é feito em função de conferir os trabalhos executados pela empresa baseado no controle interno, contabilização e demonstração contábil. A avaliação da empresa por parte do empresário, investidores, fornecedores, financiadores, entre outros, é feita por meio do parecer emitido pelo auditor, tendo que ser discriminada com o maior cuidado, pois é destes dados criticados que se terão conclusões em relação à empresa. O auditor independente tem o direito de determinar a amplitude de seu exame ou a forma de proceder que mais lhe convier. Também tem direito à propriedade dos papéis de trabalho, pois eles são as melhores provas sobre os procedimentos e as normas de auditoria geralmente aceitas, sendo, portanto, dever do auditor a guarda desses papéis apenas para seu próprio benefício. 2.4 OBTENÇÃO DAS PROVAS EM AUDITORIA Os procedimentos de auditoria para obter provas e representar um conjunto de técnicas que evidencia as informações das demonstrações financeiras e outros procedimentos a serem avaliados na empresa, identificam os principais meios para colher às devidas provas: Contagem física; Confirmação com terceiros; Conferência de cálculos; Inspeção de documentos. Cada fato abordado para triagem e obtenção das provas de auditoria representa um procedimento que facilita a identificação dos problemas e a geração de informações que beneficiará a geração do parecer e dos relatórios a serem desenvolvidos. 40 2.4.1 Contagem Física A análise utilizada neste sistema consiste em identificar fisicamente o bem declarado nas demonstrações financeiras ou no sistema produtivo empresarial, submetendo a contagem física pelo auditor como: Dinheiro em caixa; Estoques; Títulos (ações, títulos de aplicações financeiras, etc.); Bens do Ativo Imobilizado. 2.4.2 Confirmação com Terceiros A análise utilizada neste sistema consiste em confirmar, por meio de carta, bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e a pagar, outras obrigações conforme solicitação do auditor: Dinheiro em conta corrente bancária; Contas a receber de clientes; Estoque em poder de terceiros; Títulos em poder de terceiros; Contas a pagar a fornecedores; Empréstimos a pagar. 41 2.4.3 Conferência de Cálculos O contador, administrador, gestor e demais profissionais de administração e produção efetuam diversos cálculos no processo de elaboração das demonstrações contábeis, financeiras e processo produtivo. Possivelmente, pode ocorrer erro de cálculos ocasionais, gerando informações errôneas e prejudicando as decisões a serem tomadas ou mesmo já tomadas. Sendo assim, o auditor deve conferir os cálculos de forma aleatória para que consiga detectar falhas ou gerar relatórios identificando corretamente os cálculos executados. Como identificação, costumeiramente, o auditor exerce como exemplo alguns cálculos executados nos procedimentos gerais: Cálculo para valorização de estoque; Cálculo de amortização de despesas antecipadas e diferidas; Cálculos das depreciações dos bens do ativo imobilizado; Cálculos dos juros provisionados; Cálculos da folha de pagamento e suas provisões; Vários cálculos que são desenvolvidos na movimentação empresarial. 2.4.4 Inspeção de Documentos Para que o auditor possa analisar minuciosamente os devidos documentos, ele deve saber os dois sistemas de documentos, os utilizados internamente na empresa e os que fazem parte do externo da empresa. Os documentos internos são produzidos pela própria empresa, já o externo é fornecido por terceiros à empresa, normalmente comprovando algum tipo de transação. Ambos representam os comprovantes hábeis que ocorrem corriqueiramente na administração da empresa tanto gerais como departamentais. O auditor examina os devidos documentos com o objetivo de contatar a veracidade dos valores registrados. 42 Para identificar melhor, exemplificamos algunsdos documentos internos utilizados pela empresa: Relatório de despesa; Boletim de Caixa; Mapas demonstrativos (apropriação de custos, depreciação, amortização, exaustão etc.); Requisição de compras e utilização nos departamentos internos; Mapa de licitação de compras; Registro de Funcionários; Folha de Pagamento; Livros sociais (atas de reunião de acionistas, conselho de administração, diretoria e conselho fiscal); Demais documentos utilizados particularmente em cada empresa. Alguns dos documentos externos utilizados pela empresa: Notas fiscais, faturas, duplicatas de fornecedores etc.; Apólice de seguro; Contratos; Escrituras Fiscais; Certificados diversos; Demais documentos utilizados particularmente em cada empresa. 43 2.5 USUÁRIO E TIPOS DE AUDITORIA 2.5.1 Usuários de Auditoria São todos aqueles que necessitam direta ou indiretamente do resultado da empresa, sendo: Executivos da empresa que não podem fiscalizar todos os atos de seus subordinados. Investidores que não tomam parte ativa na administração da sociedade. Fornecedores e financiadores que desejam ver confirmada a possibilidade de liquidação de seus créditos. Fisco que tem na auditoria uma colaboração útil para orientação dos contribuintes e para evitar a sonegação de impostos. Poder Público quando se trata de empresas ou entidades de interesse coletivo que devem sofrer controles e fiscalização do Estado (FRANCO, 2002, p. 34). 2.5.2 Tipos de Auditoria Contábil Os tipos de auditoria contábil mais avaliados e estudados, para que consiga informações satisfatórias para os usuários de auditoria, identificamos3: Auditoria contábil. Auditoria de demonstrações financeiras. Auditoria fiscal e tributária. Auditoria em segurança de informações. 3 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Auditoria>. Acesso em: 8 maio 2010. 44 Auditoria social. 2.5.2.1 Auditoria Contábil A auditoria contábil desenvolve o exame de documentos, correspondente a livros contábeis, registros, além de realização de exames e busca de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio. Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também pode ser entendida como um ramo da contabilidade. O objeto da auditoria se resume no conjunto dos elementos de controle do patrimônio, quais sejam os registros contábeis, documentos que comprovem esses registros e os atos administrativos. Fatos não registrados documentalmente também são objeto da auditoria, uma vez que tais fatos podem ser relatados por indivíduos que executam atividades relacionadas com o patrimônio auditado. 2.5.2.2 Auditoria de Demonstrações Financeiras A auditoria de demonstrações financeiras consiste numa conferência sistemática e rigorosa das contas de uma empresa, a fim de verificar a consistência da demonstração de resultados especificada no livro contábil. Tradicionalmente, a auditoria no Brasil é considerada um ramo da contabilidade, sendo traduzida por muitos anos a palavra inglesa audit como "revisão contábil". Assim, até os anos 50 os auditores eram chamados de "revisores contábeis". Com o desenvolvimento do mercado de capitais e a introdução das práticas de gestão anglo-americanas nas corporações empresariais a partir do final dos anos 60, a auditoria tornou-se uma atividade complexa, abandonando o termo 45 simplista da revisão contábil. Atualmente, é o nome dado a uma das técnicas utilizadas pelos auditores para validar os sistemas contábeis utilizados pela empresa. A Auditoria de Demonstrações Financeiras continua a ser uma atividade regulada no país pelas normas de contabilidade, havendo regras específicas a serem seguidas pelos profissionais, provenientes do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) (profissionais contábeis em geral), Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (profissionais do mercado de capitais), Banco Central do Brasil (BCB) (profissionais das instituições financeiras) e Tribunal de Contas (profissionais da administração pública). 2.5.2.3 Auditoria Fiscal Auditoria fiscal ou tributária é aquela voltada para a análise do correto cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. Segundo Jund Filho (2000, p. 32): "A auditoria tributária objetiva o exame e a avaliação de planejamento tributário e a eficiência e eficácia dos procedimentos e controles adotados para a operação, pagamento e recuperação de impostos, taxas e quaisquer ônus de natureza fisco-tributária que incida nas operações, bens e documentos da empresa". Ela só pode ser realizada por servidor público, empregado no ente tributante. Conforme artigo 142 do Código Tributário Nacional: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor aplicação da penalidade cabível. O servidor público da fiscalização é a autoridade administrativa incumbida de verificar o correto funcionamento do sistema tributário. Ele deve ser um servidor público e em virtude disso realizar seu trabalho dentro dos princípios atinentes ao múnus público. 46 2.5.2.4 Auditoria de Segurança de Informações A auditoria em segurança da informação tem o papel de assegurar a qualidade da informação e participar do processo de garantia quanto a possíveis e indesejáveis problemas de falha humana. Com dados concentrados em formato digital e procedimentos invisíveis devido à automação, os sistemas de informação são vulneráveis à destruição, ao abuso, à alteração, ao erro, à fraude e a falhas de programas e equipamentos. Os sistemas on-line e os que utilizam a internet são os mais vulneráveis, pois seus dados e arquivos podem ser acessados imediata e diretamente em terminais de computador ou em muitos pontos de rede. Hackers podem invadir redes e causar sérios danos ao sistema e às informações armazenadas, sem deixar qualquer rastro. Vírus de Computador podem se propagar rapidamente entupindo a memória de computadores e destruindo arquivos. Os softwares em si também apresentam problemas e a má qualidade dos dados também pode causar sérios impactos sobre o desenvolvimento do sistema. Qualquer grande empresa precisa tomar providências especiais para evitar as vulnerabilidades. Para tanto, planos de recuperação pós-desastre incluem procedimentos e instalações para restaurar os serviços de comunicação após terem sofrido algum tipo de problema. Quando a empresa utiliza intranet ou internet, sistemas de detecção de invasão ajudam a salvaguardar redes internas contra o acesso não autorizado. 2.5.2.5 Auditoria Social Auditoria Social é o emprego das técnicas de auditoria para fins de controle, apuração e certificação acerca da fidelidade das informações relativas aos gastos, investimentos e aplicações de cunho ambiental e social. Um dos ramos de destaque da auditoria social é a auditoria ambiental, tendo em vista o aumento da demanda de questões ambientais por parte das companhias com o intuito de melhor preservar o meio ambiente e de divulgar as ações concretas para se alcançar esses objetivos. 47 2.5.3 Aplicação da Auditoria A auditoria é aplicada em todas as entidades econômicas e financeiras, é a administração
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