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Introdução O peróxido de hidrogênio (H2O2) é comercialmente encontrado na forma de solução aquosa com teores em cerca de 3%, 6%, 12% e 30% de peróxido de hidrogênio, conhecida como água oxigenada a 10, 20, 40 e 100 volumes, respectivamente. A terminologia “volumes” está baseada no volume de gás oxigênio (O2) produzido quando a solução é decomposta pela ebulição [1]. A decomposição do peróxido de hidrogênio ocorre conforme a equação química: 2 H2O2 → 2 H2O + O2, havendo relação massa-volume, sendo que 2 mols em gramas de H2O2 produz 1 mol em litros, isto é, 22,4 litros de O2 nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) [2]. Conforme já citado, a água oxigenada comercial contém determinada quantidade de peróxido de hidrogênio. Desse modo, é importante a realização de práticas experimentais que permitam confirmar se a percentagem em massa por volume de peróxido de hidrogênio e o número de volumes indicados no rótulo do produto correspondem ao valor real. Um dos métodos volumétricos utilizados, em laboratório, para a determinação do teor de H2O2 em água oxigenada comercial, é a titulação em permanganato de potássio (KMnO4) ou permanganometria. Este método faz uso do permanganato de potássio, um forte agente oxidante, como reagente volumétrico, sendo um dos mais importantes métodos volumétricos de óxido-redução [3], [4]. Sob este prisma, os procedimentos e os resultados apresentados neste trabalho utilizou-se da volumetria como medida das reações de óxido-redução, as quais envolvem diferentes estados de oxidação, ocorrendo o transporte de elétrons, onde uma substância é oxidada e outra reduzida. Neste sentido, a permanganometria foi o método escolhido para determinação de peróxido de hidrogênio em água oxigenada comercial. Material e métodos Foram obtidas três amostras de água oxigenada comercial, de marcas diferentes, em um supermercado da cidade de Belém do Pará. As amostras foram compradas na mesma data, 25 de maio de 2016, observando-se o mês e ano em que foram fabricadas. As marcas serão identificadas neste trabalho com as letras X, Y e Z. Foi realizada a padronização da solução de permanganato de potássio (KMnO4 0,02 M), utilizando-se como padrão primário o oxalato de sódio (Na2C2O4). A padronização foi realizada em duplicata utilizando-se 0,127 g de oxalato de sódio na primeira e na segunda titulação; foram adicionados 30 mL de água destilada e 7,5 mL de ácido sulfúrico (H2SO4 1:8), em Erlenmeyer de 200 mL. Em seguida, levou-se os Erlenmeyers para o aquecimento numa chapa aquecedora à 80 ºC, aproximadamente. Após entrar em ebulição, os Erlenmeyers foram retirados da chapa para a realização da titulação, até o aparecimento de uma coloração violeta clara, tendendo a rosa. Também foi realizada a prova em branco, em duplicata, utilizando-se 55,2 mL de água destilada na primeira e 55,0 mL na segunda, com adição de 7,5 mL de H2SO4 1:8 em Erlenmeyer de 200 mL. A titulação com KMnO4 foi realizada até que a cor rosa coincidisse com a cor do ponto final da titulação propriamente dita. Para a determinação de H2O2 em água oxigenada comercial, foram pipetados 10 mL de água oxigenada, transferida para um balão volumétrico de 200 mL, seguida de aferição com água destilada. Posteriormente, utilizando uma alíquota de 10 mL da solução previamente preparada de água oxigenada, juntou-se 75 mL de água destilada e 10 mL de H2SO4 1:5 em Erlenmeyer de 200 mL, para serem realizadas as titulações em triplicata. O procedimento foi repetido com as demais amostras analisadas. Conclusões Quanto a análise das amostras de água oxigenada comercial, o valor teórico de peróxido de hidrogênio que deveria ser encontrado era de 3% em 10 volumes, sendo o valor experimental calculado acima do indicado no rótulo do produto, para todas as amostras, o que sugere um aumento na concentração de peróxido de hidrogênio pelos fabricantes, a fim de aumentar o prazo de validade do produto, uma vez que o peróxido de hidrogênio se decompõe facilmente sob ação da luz.
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