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RESOLUÇÃO COFEN 0543/2017 DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL Conselho Regional de Enfermagem – COREN Adaptado por: Profº Ms. Josivaldo Andrade O que é dimensionamento de pessoal de enfermagem? Dimensionamento de pessoal de enfermagem é a adequação quanti-qualitativa do quadro dos profissionais de enfermagem, baseando-se fundamentalmente nas legislações que norteiam o exercício da profissão. “Forma de determinar o grau de dependência de um paciente em relação à equipe de enfermagem, objetivando estabelecer o tempo despendido no cuidado direto e indireto, bem como o qualitativo de pessoal, para atender as necessidades bio-psico- sócio-espirituais do paciente” Gaidzinski, 1994 . O método de dimensionamento de pessoal de enfermagem consiste na aplicação de um processo sistemático para determinar o número e a categoria profissional requerida para prover os cuidados de enfermagem que garantam a qualidade previamente estabelecida, a um grupo de pacientes. BASE LEGAL: Resolução COFEN 543/17: Atualiza e estabelece parâmetros para o dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nos Serviços/Locais em que são realizadas as atividades de enfermagem . Lembrando que: �Leis e Decretos Federais são de cumprimento de todo cidadão. �Resolução do COFEN é de cumprimento de todo profissional da enfermagem. �E segundo a Lei Federal (que todo cidadão deve respeitar), quem dita as normas da profissão de enfermagem é o COFEN. Atributos dos hospitais com enfermagem de alta qualidade Dimensionamento adequado de profissionais; Equilíbrio na composição de profissionais recém-formados e experientes; Menor utilização de profissionais para cobertura em relação ao número de profissionais fixos; Garantia da continuidade adequada da assistência. Med Care 1994; 32(8): 771-87 DÉFICIT DE PROFISSIONAIS ACARRETA Insatisfação no trabalho ( da rotatividade) Aumento do stress; Má qualidade da assistência prestada; Absenteísmo/Atestados por doença; Por o acúmulo de atividades; aumento de casos de iatrogenia (eventos adversos/erros) e conseqüentemente, processos éticos. �Os aspectos quantitativos de profissionais de Enfermagem nas instituições de saúde são enfatizados para que haja a garantia da segurança e da qualidade da assistência ao cliente e a continuidade da vigília perante a diversidade de atuação nos cuidados e na atenção da equipe de enfermagem CONSIDERAÇÕES O Dimensionamento de Pessoal foi criado diante da necessidade de revisão dos parâmetros assistenciais em uso nas instituições, face aos avanços verificados em vários níveis de complexidade do sistema de saúde e às atuais necessidades assistenciais da população; CONSIDERAÇÕES (cont.) Da necessidade, apontada pelos gestores das instituições de saúde, do estabelecimento de parâmetros para planejamento, controle, regulação e avaliação da assistência prestada; Da necessidade de flexibilizar nas instituições de saúde públicas e privadas do país, a aplicação de parâmetros que possibilitem os ajustes necessários, derivados da diferença do perfil epidemiológico e financeiro; CONSIDERAÇÕES (cont.) Da necessidade de acompanhar os avanços tecnológicos e a complexidade dos cuidados dos clientes. OBJETIVOS Estipular um número de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que sirvam de referências para alocação de pessoal; Verificar a adequação do SCP (Sistema de Classificação de Pacientes) para diferentes setores onde ocorrem a assistência de enfermagem; Considerar o IST (Índice de Segurança Técnica) que reflete a realidade das ausências do pessoal da assistência; Estabelecer um quadro de pessoal adequado às necessidades da clientela e da organização. Ao serviço de saúde: missão; porte; estrutura organizacional e física; tipos de serviços e/ou programas; tecnologia e complexidade dos serviços e/ou programas; política de pessoal, de recursos materiais e financeiros; atribuições e competências dos integrantes dos diferentes serviços e/ou programas e indicadores hospitalares do Ministério da Saúde. O Dimensionamento do quadro de pessoal deve basear-se em características relativas: Ao Serviço de Enfermagem: Aspectos técnicos – científicos e administrativos: - Dinâmica de funcionamento das unidades nos diferentes turnos; - Modelo gerencial; modelo assistencial; métodos de trabalho; - Jornada de trabalho; Carga horária semanal; - Padrões de desempenho dos profissionais; índice de segurança técnica (IST); - Proporção de profissionais de Enfermagem de nível superior e de nível médio, e indicadores de avaliação da qualidade da assistência. O Dimensionamento do quadro de pessoal deve basear-se em características relativas: Ao paciente: Sistema de classificação de pacientes (SCP), realidade sócio-cultural e econômica. O Dimensionamento do quadro de pessoal deve basear-se em características relativas: O referencial mínimo para o quadro de profissionais de Enfermagem, para as 24 horas de cada Unidade de Internação (UI), deve considerar: 1º - O Sistema de classificação de pacientes (SCP); 2º - As horas de assistência de Enfermagem; 3º - A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem e a proporção profissional/paciente. Para efeito de cálculo, devem ser consideradas: 1º - O Sistema de Classificação de Pacientes - SCP Fugulin et al. 2006 Para efeito de cálculo, devem ser consideradas: 2º - As horas de assistência de enfermagem, por paciente nas 24 hs: - 4 horas de Enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo; - 6 horas de Enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário; - 10 horas de Enfermagem, por paciente, no cuidado de alta dependência; - 10 horas de Enfermagem, por paciente, no cuidado semi- intensivo; - 18 horas de Enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo. O NÚMERO DE HORAS DE ENFERMAGEM, POR LEITO, NAS 24 HORAS Para efeito de cálculo, devem ser consideradas: 3º - A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem e a proporção profissional/paciente: Para efeito de cálculo, devem ser consideradas: III – A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem e A proporção profissional/paciente. P A C IEN TES IN TER N A D O S (U I) CLASSIFICAÇÃO HE/24hs ENFº (%) AUX./TÉC. (%) PROFISSIONAL / PACIENTE CUIDADO MÍNIMO 4 33% 67% 1 profissional de enf. / 6 pacientes CUIDADO INTERMEDIÁRIO 6 33% 67% 1 profissional de enf. / 4 pacientes ALTA DEPENDÊNCIA 10 36% 64% 1 profissional de enf. / 2,4 pacientes SEMI INTENSIVO 10 42% 58% 1 profissional de enf. / 2,4 pacientes INTENSIVO 18 52% 48% 1 profissional de enf. / 1,33 pacientes MÉTODO DE CÁLCULO DE PESSOAL EM ENFERMAGEM CÁLCULO DA QUANTIDADE DE PROFISSIONAIS (QP) DE ENFERMAGEM PARA UNIDADE DE INTERNAÇÃO QP = KM X THE QP: Quantidade de Profissionais KM: Constante de Marinho THE: Total de Horas de Enfermagem Fórmula: 1º Passo: Descobrindo a Constante de Marinho KM KM - Constante de Marinho KM: Constante de Marinho - Coeficiente deduzido em função do tempo disponível do trabalhador e cobertura das ausências. UAI: Unidade de assistência ininterrupta. DS: Dias da Semana (7 dias) CHS: Carga Horária Semanal de Trabalho (20h, 24h, 30h, 36h, 40h, 44h) IST: Índice de Segurança Técnica - percentual a ser acrescentado ao quantitativo de profissionais para assegurar a cobertura de férias e ausências não previstas. (15% + 1 = 1,15) KM - Constante de Marinho – Fórmula: KM (UAI) = DS X IST CHS Para o cálculo da KM, substitui-se a Carga Horária Semanal de Trabalho (CHS) por 20hs; 24hs; 30hs; 36hs; 40hs; ou 44hs KM (20 hs) = 0,4025 KM (24 hs) = 0,3354 KM (30 hs) = 0,2683 KM (36 hs) = 0,2236 KM (40 hs) = 0,2012 KM (44 hs) = 0,1829 2º Passo: Descobrindo o Total de Horas de Enfermagem THE THE - Total de Horas de Enfermagem É a somatória das *cargas médias diárias de trabalho necessárias para assistir os pacientes comdemanda de: Cuidados mínimos (PCM); Intermediários (PCI); Alta dependência (PCAD); Semi-intensivos (PCSI) e Intensivos (PCIt). * Conforme o Sistema de Classificação de Pacientes (SCP). THE - Total de Horas de Enfermagem THE = [(PCM X 4) + (PCI X 6) + (PCAD X 10) + (PCSI X 10) + (PCIt x 18)] Fórmula: 3º Passo: Descobrindo a quantidade de profissionais de enfermagem QP QP = KM X THE Fórmula: Relembrando..... 4º Passo: Após descobrir a quantidade de profissionais de enfermagem (QP), deve-se fazer a divisão da proporção de enfermeiros e técnicos de enfermagem conforme o Sistema de Classificação de Pacientes. PA C IEN TES IN TERN A D O S (U I) CLASSIFICAÇÃO ENFERMEIRO (%) Auxiliar/Técnico CUIDADO MÍNIMO 33% 67% CUIDADO INTERMEDIÁRIO 33% 67% ALTA DEPENDÊNCIA 36% 64% SEMI INTENSIVO 42% 58% INTENSIVO 52% 48% Relembrando..... 5º Passo: Como distribuir estes profissionais nas 24hs? A divisão de profissionais de enfermagem para assistências nas 24 hs segue a seguinte proporção: Enfermeiros = 30% (M) = (prioridade) 30% (T) = 20% (Noturno A) = 20% (Noturno B) = Téc. Enfermagem = 30% (M) = (prioridade) 30% (T) = 20% (Noturno A) = 20% (Noturno B) = Vamos praticar! EXEMPLO CÁLCULO PARA UNIDADE DE INTERNAÇÃO Em uma unidade de clínica médica com 40 leitos, distribuídos em 19 pacientes com cuidados mínimos (PCM), 13 pacientes com cuidados intermediários (PCI) e 08 pacientes com cuidados de alta dependência (PCAD) qual será a necessidade de pessoal de enfermagem para as 24 hs sabendo-se que a Carga Horária Semanal de Trabalho (CHS) é de 36 hs. KM (36hs) = 0,2236 THE = [(PCM X 4) + (PCI X 6) + (PCAD X 10) + (PCSI X 10) + (PCIt x 18)] THE = [ (19 X 4) + (13 X 6) + (8 X 10)] THE = [76 + 78 + 80] THE = 234 Continua QP = KM X THE Fórmula QP = 0,2236 X 234 QP = 52 EXEMPLO CÁLCULO PARA UNIDADE DE INTERNAÇÃO - continuação Como distribuir estes profissionais nas 24hs? Resultado QP: 52 profissionais Para adequação dos profissionais, utilizaremos a proporção de profissionais para pacientes com cuidados de alta dependência (PCAD). Da seguinte maneira: 36% Enfermeiros = 19 64% Téc. de Enfermagem = 33 Como distribuir estes profissionais nas 24hs? 19 Enfermeiros = 30% (M) = 6 (prioridade) 30% (T) = 5 20% (Noturno A) = 4 20% (Noturno B) = 4 33 Téc. Enfermagem = 30% (M) = 11 (prioridade) 30% (T) = 10 20% (Noturno A) = 6 20% (Noturno B) = 6 Referências KURCGANT, P,ET ALLI. Administração em Enfermagem. São Paulo: EPU. 1991. MARINHO, A. M. Modelo/Parâmetro para Cálculo de Quadro de Pessoal de Enfermagem. Texto mimeografado. Rio de Janeiro, 1995. GAIDZINSKI, Raquel Rapone ET ALLI, Diagnóstico de Enfermagem na Prática Clinica. Porto Alegre: Artmed, 2008. Resolução COFEN 543/2017. Atualiza e estabelece parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nos serviços/locais em que são realizadas atividades de enfermagem.
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