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HEMATOMA EXTRADURAL- Caso clínico neuro

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HEMATOMA EXTRADURAL
Um homem de 33 anos estava jogando críquete. Quando o arremessador jogou uma bola
curta, ela quicou mais alto do que ele esperava e o atingiu na lateral da cabeça. Ele caiu
imediatamente, inconsciente, mas depois de cerca de 30 segundos se levantou com ajuda e se
sentiu bem. Observou-se que ele apresentava contusão em torno da têmpora. Ele decidiu não
continuar jogando e ficou fora do campo. Durante a hora subsequente, ele se tornou
extremamente sonolento e acabou não conseguindo ser acordado. Ele foi levado às pressas
para o hospital.
Quando o paciente foi admitido no hospital, sua respiração estava superficial e irregular e foi
necessário entubá-lo. Uma radiografia de crânio demonstrou fratura na região do ptério. Não
foi demonstrada nenhuma outra anormalidade além de contusões menores do tecido mole
sobre a fossa temporal esquerda.
Foi realizada uma TC.
A TC demonstrou uma área lentiforme de densidade alta na fossa esquerda do crânio.
O diagnóstico foi hemorragia extradural.
As fraturas na região do ptério são extremamente perigosas. Uma divisão da artéria meníngea
média passa profundamente a essa estrutura e está sujeita à laceração e ruptura, especialmente
em associação à lesão do crânio nessa região. Nesse caso, a artéria meníngea média se
rompeu e começou a sangrar, produzindo um grande coágulo extradural.
A pressão arterial do paciente começou a aumentar.
O volume no interior do crânio é fixo, e claramente o que entra tem de sair (p. ex., sangue,
líquido cerebrospinal). Caso haja lesão expansiva, como um hematoma extradural, não há
nenhum lugar para o qual possa haver sua descompressão. Quando a lesão se expande, o
encéfalo é comprimido e a pressão intracraniana aumenta. Essa pressão comprime vasos,
diminuindo assim a pressão de perfusão cerebral. Para combater isso, os mecanismos
homeostáticos aumentam a pressão arterial para superar o aumento na pressão intracerebral.
Infelizmente, o aumento na pressão intracraniana é complicado pelo edema cerebral que
ocorre à lesão inicial e depois dela.
Foi realizado um procedimento cirúrgico de urgência.
Furos de broca foram feitos em torno da região do hematoma e ele foi evacuado. O pequeno
ramo da artéria meníngea foi ligado e o paciente passou alguns dias na unidade de tratamento
intensivo. Felizmente, o paciente se recuperou sem problemas.

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