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Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Lei n. 10.826/03 – Estatuto do Desarmamento Definições e Conceitos Os conceitos utilizados no estatuto do desarmamento são regulamentados em grande parte pelos decretos de n° 5123/04 e n° 3665/00. Alterações de Acordo com o pacote ANTI-CRIME As alterações foram voltadas ao endurecimento de penas e à criação de um novo crime. (todos assuntos exauridos ao longo de seus artigos mais abaixo). 1. Elevação da pena do crime de comércio ilegal de arma de fogo (6 a 12 anos de reclusão e multa), além de criar uma figura equiparada: vender ou entregar arma de fogo irregular a agente policial disfarçado, quando houver provas suficientes da preexistência da conduta; 2. Elevação da pena do crime de tráfico internacional de arma de fogo (6 a 12 anos de reclusão e multa); • Engenho primário ou secundário que suplementa um artigo principal para possibilitar ou melhorar o seu emprego; ACESSÓRIO • Artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma; ACESSÓRIO DE ARMA • Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil; ARMA DE FOGO • Arma cuja utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército; ARMA DE USO PERMITIDO • Arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algumas instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Exército, de acordo com legislação específica; ARMA DE USO RESTRITO • Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais MUNIÇÃO http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br 3. Estabeleceu a reincidência específica como causa de aumento da pena de determinados crimes do Estatuto; 4. Criação de uma qualificadora do crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16): se a conduta envolver arma de fogo de uso proibido (como as armas dissimuladas com aparência de objetos inofensivos), a pena em abstrato passa a ser de 4 a 12 anos 5. Perceberemos também ao longo de nossa apostila a introdução de algumas figuras consideradas de natureza hedionda (artigos 16, 17 e 18). 6. Criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos. Do Objetivo Jurídico da Lei Segurança/Incolumidade Pública. Sujeitos Ativo e Passivo da Lei de Armas Sujeito Ativo: Em regra comum Sujeito Passivo: Sociedade/Coletividade Competência Em regra, Justiça Estadual, salvo quando houver um interesse da União vinculado. (Exemplo – Bordo de uma aeronave, Tráfico Internacional de Armas, Em locais de interesse da União). Norma Penal em Branco Percebemos que a lei 10826/03 é uma norma penal em branco heterogênea, buscando suas definições em decretos regulamentadores (decreto 5123/04 e decreto 3665/00), por exemplo, nos artigos 10 e 11 do decreto 5123/04 traz a definição de arma de fogo de uso permitido e arma de fogo de uso restrito. Termos esses que utilizaremos mais a frente para tipificar corretamente os crimes em espécie dessa lei. Do Registro de Arma de Fogo Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente. Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei. http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Questão do Policial Aposentado O STJ em relação ao porte de armas para policiais aposentados, julgou o seguinte: O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis não se estende aos policiais aposentados. Isso porque, de acordo com o art. 33 do Decreto 5.123/2004, que regulamentou o art. 6º da Lei 10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções institucionais por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados. STJ. 5ª Turma. HC 267.058-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/12/2014 (Info 554). Veja trecho da ementa do julgado: De acordo com o artigo 33 do Decreto Federal 5.123/2004, que regulamentou o artigo 6º da Lei 10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções institucionais por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados. Das Figuras Típicas Posse irregular de arma de fogo de uso permitido Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Conceito de Posse Posse consiste em manter a arma guardada no interior de sua residência ou dependência desta*, ou manter o proprietário ou responsável pelo estabelecimento a arma guardada no mesmo. Porte, pressupõe que o agente traga a arma fora de sua residência ou das dependências dela. Análise aos Núcleos do Tipo Possuir: Estar na posse, fruir a posse, desfrutar, ter em seu poder com ânimo de propriedade de arma de fogo, acessório ou munição. Manter sob guarda: Conservar a arma em seu poder e vigilância, em nome próprio. Não se confunde com ocultar (esconder) para dificultar sua localização. Da Aplicação do Princípio da Insignificância O STF decidiu de forma singular a aplicação deste princípio em hipótese de quantidade pequena de munição. http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Elemento Normativo Indicativo de Ilicitude O termo “Em desacordo com determinação legal ou regulamentar” elenca o elemento normativo indicativo de ilicitude. A regulamentação vem por meio dos artigos 3° e 5° da lei 10826/03 e artigo 16 do decreto 5123/04. Percebemos que o artigo 3° da lei 10826/03 trata do registro de arma de fogo e o § 2° do artigo 5° trata da renovação do registro, que deve ser de 3 em 3 anos. Como comentamos acima na primeira hipótese, em que for verificada uma arma de fogo sem nunca ter sido registrada caracterizará o crime do artigo 12. Já na renovação o STJ vem entendendo que não há configuração de crime tratando-se de mera infração administrativa, uma vez que o sujeito só não renovou o que não configuraria tipo penal. Norma Penal em Branco Esse tipo penal trata-se de uma norma penal em branco heterogênea, pois precisa de uma norma de menor hierarquia para definir o que seria arma de uso permitido. Abolitio Criminis Bem Jurídico Tutelado Segurança e a incolumidade Pública Sujeitos Ativo: Crime comum. Passivo: Coletividade Consumação e tentativa Para a corrente majoritária um crime de mera conduta, se consumando na manutenção da arma em casa ou nas dependências do estabelecimento ou empresa. Crime permanente, podendo haver prisão a qualquer tempo. Inadmissível a tentativa. 1° período (publicação da lei dez/03 a out/05), prazo prorrogado até dez/08 pela lei 11706/08 (jun/08) Lacuna entre as leis 11.706/08 e 11.922 - período entre 31/12/08 a 14/04/09 2° Período - Lei 11922/09 (14/04/2009 a 31/12/2009) http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Objeto Material Arma de fogo, acessórios emunição. Do Crime de Omissão de Cautela Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Tipo Subjetivo Culpa - modalidade negligência - inobservância do dever de cuidado. Núcleo Deixar de observar – Crime omissivo próprio. Objeto Material Arma de fogo. Consumação e tentativa Crime instantâneo, consuma-se com o efetivo apoderamento da arma pelo inimputável. Sem o apoderamento da arma, não há crime. Tentativa é inadmissível. Sujeitos Sujeito Ativo: somente o possuidor ou proprietário Sujeito passivo: A sociedade ou o Estado, bem como a pessoa menor de 18 anos ou portadora de deficiência mental. Crime Equiparado Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. Análise ao tipo Penal Esse tipo só é punido na modalidade dolosa, quando o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transpor de valores não tomarem as providências (Registro de ocorrência + Comunicação a PF) no prazo de 24 horas (o controle de armas tem que ser diário). Sujeito Ativo: Somente os proprietários ou diretores responsáveis de empresas de segurança e de transporte de valores. Consumação e Tentativa Crime instantâneo, consuma-se com a omissão no decurso do prazo. Inadmissível a tentativa. Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido Crime misto alternativo, de conduta múltipla, temos 18 núcleos. Quando diversos núcleos são praticados dentro de um mesmo contexto fático caracterizará somente um crime. Esse tipo penal derroga o artigo 19, “caput”, da lei de contravenções penais, passando esse ter somente aplicação para armas brancas que necessitem de autorização. Portar: trazer a arma consigo sem a licença da autoridade. Deter: reter, conservar a arma em seu poder ou trazê-la consigo. Adquirir: obter a arma em desacordo com as normas legais, por meio de uma compra ou gratuitamente, com o ânimo de tornar-se dono; conseguir, alcançar, conquistar. Fornecer: entregar gratuita ou onerosamente, abastecer, prover, dar, ser fornecedor clandestino de armas. Receber: tomar ou entrar na posse, aceitar ou acolher arma de fogo. Ter em depósito: armazenar, ter um estoque de e conservar a arma em estoque. Ceder, ainda que gratuitamente: transferir a posse da arma para outra pessoa, sem qualquer ônus para esta, colocar à disposição. Transportar: conduzir a arma de um lugar para outro (sem a guia de tráfego). Emprestar: confiar a alguém gratuitamente o uso da arma, a qual será depois restituída ao seu possuidor; denota auxílio recíproco; se houver objetivo de lucro é aluguel (art. 17). http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Remeter: expedir, enviar, encaminhar a arma de fogo. Empregar: fazer efetivo uso da arma Manter sob guarda: defender, preservar, proteger ou conservar a arma em local seguro, preservá-la, fora das situações previstas no art. 12. Ocultar - encobrir, disfarçar, dissimular, esconder a arma de fogo. Sujeitos Sujeito Ativo: Comum Sujeito Passivo: Estado/Coletividade Porte de mais de uma arma Arma de uso permitido + Arma de uso permitido = Quando em um mesmo contexto, não revela pluralidade de crimes (o número de armas serve apenas para circunstância judicial a ser considerada pelo magistrado na fixação da pena). Arma de uso permitido + Arma de uso restrito = STJ vem adotando concurso formal de crimes. Consumação e Tentativa Crime de mera conduta, o agente consuma o delito no momento em que realiza um dos verbos do tipo penal em questão. Tentativa: por se tratar de crime permanente, na maioria das condutas descritas, é inadmissível a forma tentada. Em tese, admite-se a tentativa nas condutas de fornecer, receber, emprestar, ceder, pois exigem a tradição da arma (instantâneos e materiais). Objeto material Arma de fogo, acessório ou munição - somente de uso permitido. Elemento normativo do tipo Contido na expressão "sem a autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar". Arma Desmuniciada: O crime de porte ilegal de arma, previsto no art. 14 da Lei n. 10.826/2003, é de perigo abstrato, sendo irrelevante para a configuração do tipo penal que esteja ou não municiado o artefato. (...) é indiferente para a consumação do delito a demonstração de que a arma estaria apta para efetuar disparos, http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br motivo pelo qual se torna inócua qualquer discussão acerca da validade do laudo pericial, desnecessário para a adequação. (STJ, 3ª Seção, AgRg no REsp 1316918/RS, DJe 01/02/2013) Arma Desmontada: Em voto proferido no HC n° 81.057, o relator, Ministro Sepúlveda Pertence, citou a questão da arma desmontada, entendendo-se que, se a operação de montagem puder ser feita com certa facilidade, dever-se-á reconhece-la como objeto idôneo à caracterização do crime em estudo. Arma quebrada, danificada e obsoleta: por ser objeto absolutamente impróprio, não caracterizam o crime. Arma Enferrujada: Não caracteriza o delito, por falta de potencialidade lesiva. Condutor que transporta arma com registro de uso permitido sem a guia de tráfico responde pelo artigo 14, mesma analogia para o transporte da arma municiada, uma vez que a guia de tráfego só autoriza o transporte de arma desmuniciada. Norma Penal em Branco heterogênea Depende de complementação de decreto regulamentador (decreto 5123/04). Da Aplicação do Princípio da Insignificância Os julgados recentes do STF não entende pela aplicação do princípio da insignificância. Concurso de Crimes Porte de arma + crime mais grave (desde que seja para unicamente a prática do delito) = Roubo + porte de arma, nesta hipótese só teremos o crime de roubo, aplicando o principio da consunção. Porte de arma + disparo em via pública = só configurará o crime do artigo 15. Porte de arma + crime menos grave = concurso formal de crimes (corrente majoritária). Disparo de Arma de Fogo Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Consumação e Tentativa O crime se consuma no momento do disparo da arma de fogo. É admissível a tentativa, quando o disparo não for efetuado por motivo alheio a sua vontade. http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Tipo Subjetivo O crime só é punido na modalidade dolosa. Não admitindo a modalidade culposa, logo, se alguém efetua disparo de forma culposa, por negligência, não configura crime. Sujeito do Crime Sujeito Ativo: Crime Comum. Sujeito Passivo: Coletividade/Sociedade. Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº13.964, de 2019) Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Análise do Tipo Objetivo As mesmas analogias feitas nos artigos 12 e 14 são válidas aqui, com a diferença que aqui o objeto material é a arma de fogo de uso restrito. Alteração do Pacote Anticrime: § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). A mudança aqui foi referente ao desmembramento do tipo penal. Pois antes posse/porte de uso restrito/proibido eram tipificados todos no “caput” do artigo 16, sem qualquer diferenciação para ambas as condutas. Destarte o legislador não se atentou que a conduta de posse/porte de arma de fogo de uso proibido possui um maior potencial lesivo. Portanto, para diferenciar essas condutas o legislador desmembrou da seguinte forma: POSSE/PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO POSSE/PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO Posse/porte de arma de fogo de uso restrito continua sendo previsto no artigo 16, “caput” do Estatuto do Desarmamento. Posse/Porte de arma de fogo de uso proibido agora desmembrado do tipo penal, sendo agora prevista no § 2° do artigo 16. http://www.ronaldobandeira.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9 Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Pena continua sendo de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Pena majorada para reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Da Natureza dos Crimes hediondos no Estatuto de Desarmamento de acordo com Pacote Anticrime: Atualmente vale observar que o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido é considerado de natureza hedionda de forma expressa no artigo 1°, parágrafo único, II. Vale instar que antes essa figura já constava anteriormente como crime hediondo previsão expressa no artigo 1°, parágrafo único da lei de crimes hediondos, entretanto, após desmembramento o legislador passa a incluir de forma expressa a posse/porte de arma de fogo de uso proibido. Perceba que atualmente o legislador, na lei de crimes hediondos, prevê expressamente somente a figura do crime de porte/posse de arma de fogo de uso proibido, logo como houve o desmembramento, recrudescimento da pena para essa figura e ainda por previsão expressa na letra da lei (artigo 1°, Parágrafo único, II, da lei de crimes hediondos), logo nosso entendimento é que somente será considerado de natureza hedionda a figura de posse/porte de arma de fogo de uso proibido, não se incluindo, portanto a de uso restrito como outrora. Comércio ilegal de arma de fogo Este tipo penal em questão possui 14 verbos, os quais estão ligados a atividade comercial ou industrial, não necessariamente de armas de fogo, bastando que o agente no exercício da atividade comercial, industrial, ainda que irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência ou prestação de serviços (na forma do parágrafo único), realize uma das condutas previstas em lei. É necessário para a configuração do delito em questão a prova da permanência da atividade comercial, industrial ou prestação de serviços, não podendo estar serem esporádicas, já que a lei exige que seja no exercício. Assim, violam este dispositivo, por exemplo, os responsáveis por empresas de segurança, transportadoras, comerciantes e industriais que adquirem armas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar. Da Natureza dos Crimes hediondos no Estatuto de Desarmamento de acordo com Pacote Anticrime: Mais uma figura prevista expressamente após advento do pacote anticrime como crime de natureza hedionda. Atualmente, essa figura está expressa no artigo 1°, parágrafo único, inciso III, da lei de crimes hediondos. Ou seja, resumindo e concluindo, podemos afirmar que o tráfico internacional de arma de fogo é considerado hediondo. http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br http://www.ronaldobandeira.com.br/ Material de Apoio | LEGISLAÇÃO ESPECIAL www.ronaldobandeira.com.br Tráfico internacional de arma de fogo Na hipótese do objeto material ser simulacro – o agente que comercializa responde pelo crime de contrabando. Já o funcionário público que facilita, violando seu dever funcional, favorece a entrada e saída desses objetos responderá pelo crime do artigo 318 do CP. Tratando-se de arma de fogo o funcionário público incorrerá no artigo 18 desta lei, na modalidade “facilitar a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título”. Não admite a aplicação do princípio da insignificância (tráfico internacional de munição). Este crime em comento trata de uma figura especial ao crime de contrabando. Existindo mais de uma arma (pluralidade de armas) continuamos na singularidade do crime, sendo essa pluralidade usada na fixação da pena posteriormente. Se a arma tratar de uso proibido aplicaremos o crime com aumento previsto no artigo 19, transcrito abaixo. Da Natureza dos Crimes hediondos no Estatuto de Desarmamento de acordo com Pacote Anticrime: Perceba que aqui o legislador também considera um crime de natureza hedionda, conforme previsão legal do artigo 1°, parágrafo único, IV da lei de crimes hediondos. Causas de Aumento de Pena Outra mudança após advento do pacote anticrime, no que tange a análise do artigo 20, II, incluído por sua vez pela lei 13964/19. Para fins legais, atualmente, a reincidência nos artigo 14, 15, 16, 17, 18 é considerada específica de acordo com a previsão legal. Entretanto, a reincidência poderá ser em qualquer um destes artigos profetizados no caput do artigo 20. Banco Nacional de Perfis Balísticos Com o objetivo de aperfeiçoar a apuração de crimes relacionados com o estatuto do desarmamento, concentrando informações sobre projeteis que auxiliarão numa futura investigação (subsidiar). Se você estudou LEP (Lei de execução penal) neste momento deve estar passando na sua cabecinha a pergunta: “então esse banco Nacional de perfis balísticos teriam a mesma finalidade da identificação do perfil genético previsto no artigo 9-A da LEP?”. A resposta é positiva podemos sim equipar e fazer uma analogia com este banco previsto na lei 7210/84. http://www.ronaldobandeira.com.br/
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