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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS CURSO DE MEDICINA SITUAÇÃO PROBLEMA 1: O DOCE AMARGO Alex Martiniano Martins Amanda Cristina Vieira Daltro Bruna Triacca Frizon Emily Arantes Costa Carvalho Hellen Bianca Araújo Malheiros João Pedro Ribeiro Boarbosa Ferreira Ketellyn Kassia Ferreira de Andrade Luana Antunes Bezerra de Macedo Marcos Antônio de Castro Teixeira Júnior Maria Eduarda Oliveira Teixeira Sabrina Martins Calegari Victor Bruno Borges da Silva Vinícius de Souza Fernandes Vieira Profª. Drª. Luciana Dias Relator: Alex Martiniano Martins Coordenadora: Emily Arantes Costa Carvalho Mineiros-GO 2022 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS CURSO DE MEDICINA SITUAÇÃO PROBLEMA 1: O DOCE AMARGO Relatório de discussão da disciplina de Tutoria (Situação Problema 1: O DOCE AMARGO). Instituição de Ensino Superior - Centro Universitário de Mineiros | UNIFIMES (Medicina), com o objetivo de aquisição parcial da nota sob orientação da Tutora Drª. Luciana Dias. Mineiros-GO 2022 3 Sumário Introdução ......................................................................................................................... 4 Objetivo Geral .................................................................................................................. 5 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 5 1. Descrever os tipos de dor .......................................................................................... 6 2. Descrever as vias da dor, enfatizando os receptores, vias sensitivas e áreas encefálicas relacionadas ................................................................................................... 6 3. Identificar os neurotransmissores envolvidos nas vias da dor e suas ações (excitatórias e inibitórias) ................................................................................................. 9 4. Caracterizar a dor por nocicepção ........................................................................... 10 5. Diferenciar dor nociceptiva e não nociceptiva ........................................................ 11 6. Caracterizar os nociceptores e definir limiar de dor ............................................... 12 7. Descrever os mecanismos modulatórios e de sensibilização envolvidos desde a origem até a percepção do sintoma doloroso .................................................................. 13 8. Descrever o mecanismo de arco reflexo ................................................................. 14 9. Caracterizar a automedicação e as possíveis consequências do uso abusivo de analgésicos ...................................................................................................................... 16 10. Descrever a farmacologia do paracetamol (mecanismo de ação, biodisponibilidade, via de excreção metabólica, dose e intervalo) ................................ 17 11. Explicar o mecanismo de hepato-toxidade do paracetamol; ............................... 18 12. Revisar o mecanismo de ação dos anti-inflamatórios não-esteroides (AINE cascata do ácido araquidônico) ................................................................................................... 21 13. Explicar os tipos de queimaduras e as diferentes condutas para cada uma delas 23 Conclusão ....................................................................................................................... 25 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 26 4 Introdução De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor é conceituada como “experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”. Um estímulo nocivo causador de dor ao entrar em contato com o organismo, ativa a busca em sanar a problemática que está desencadeando o potencial de ação doloroso. A sensação da dor é resultado dos receptores espalhados por pelos tecidos e órgãos, no qual possuem propriedades de levar esta informação ao sistema nervoso central através de suas inervações, tendo como resultado uma ação de resposta na tentativa de afastar esse agente nocivo e gerar uma memória dolorosa. No processo inflamatório, existem células sanguíneas locais que possuem propriedades de liberar citocinas que auxiliam no processo da sensação da dor, por isso que neste momento é necessário o uso de anti-inflamatórios/analgésicos no intuito de cessar a cascata que produzem substâncias causadoras da dor. Logo, nesta situação problema, será exemplificada os processos envolvidos na sensação da dor causada por uma queimadura, os tipos de dores, os trajetos destes sinais dolorosos, as classificações de queimaduras, os receptores nociceptivos envoltos e seus neurotransmissores e as corretas formas de tratamentos e posologia dos medicamentos, efeitos adversos e as consequências da automedicação, tão comum em nosso meio. 5 Objetivo Geral Caracterizar a dor por nocicepção. Objetivos Específicos • Descrever os tipos de dor; • Descrever as vias da dor, enfatizando os receptores, vias sensitivas e áreas encefálicas relacionadas; • Identificar os neurotransmissores envolvidos nas vias da dor e suas ações (excitatórias e inibitórias); • Caracterizar a dor por nocicepção; • Diferenciar dor nociceptiva e não nociceptiva; • Caracterizar os nociceptores e definir limiar de dor; • Descrever os mecanismos modulatórios e de sensibilização envolvidos desde a origem até a percepção do sintoma doloroso; • Descrever o mecanismo de arco reflexo; • Caracterizar a automedicação e as possíveis consequências do uso abusivo de analgésicos; • Descrever a farmacologia do paracetamol (mecanismo de ação, biodisponibilidade, via de excreção metabólica, dose e intervalo); • Explicar o mecanismo de hepato-toxidade do paracetamol; • Revisar o mecanismo de ação dos anti-inflamatórios não-esteroides (AINE cascata do ácido araquidônico); • Explicar os tipos de queimaduras e as diferentes condutas para cada uma delas. 6 1. Descrever os tipos de dor A dor é classificada em dois tipos principais: dor rápida e dor lenta. A dor rápida é sentida, dentro de 0,1 segundo, após a aplicação de estímulo doloroso, enquanto a dor lenta começa somente após 1 segundo ou mais, aumentando lentamente durante vários segundos e, algumas vezes, durante minutos (GUYTON & HALL, 2017). A dor rápida também é descrita por meio de vários nomes alternativos, como dor pontual, dor em agulhada, dor aguda e dor elétrica. Esse tipo de dor é sentido quando agulha é introduzida na pele, quando a pele é cortada por faca, ou quando a pele é agudamente queimada. Ela também é sentida quando a pele é submetida a choque elétrico. A dor pontual rápida não é sentida nos tecidos mais profundos do corpo (GUYTON & HALL, 2017). A dor lenta também tem vários nomes, como dor em queimação, dor persistente, dor pulsátil, dor nauseante e dor crônica. Esse tipo de dor geralmente está associado à destruição tecidual. Ela pode levar a sofrimento prolongado e quase insuportável e pode ocorrer na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos profundos (GUYTON & HALL, 2017). 2. Descrever as vias da dor, enfatizando os receptores, vias sensitivas e áreas encefálicas relacionadas Os receptores para dor são terminações nervosas livres. Eles existem dispersos nas camadas superficiais da pele, bem como em certos tecidos internos, como o periósteo, as paredes das artérias, as superfícies articulares e a foice e o tentório da abóbada craniana. A maioria dos outros tecidos profundos estásuprida com terminações nervosas para a dor. Porém, lesões teciduais extensas podem se somar e causar dor lenta e crônica na maioria dessas áreas (GUYTON, 2017). Os receptores para dor se adaptam muito pouco e algumas vezes não se adaptam. Em certas circunstâncias, a excitação das fibras dolorosas fica progressivamente maior, à medida que o estímulo persiste, em especial para a dor lenta persistente nauseante. Esse aumento da sensibilidade dos receptores para dor é chamado hiperalgesia. A ausência de adaptação dos receptores para dor possibilita que a pessoa fique ciente da presença de estímulo lesivo, enquanto a dor persistir (GUYTON, 2017). 7 Estímulos que excitam os receptores A dor pode ser desencadeada por vários tipos de estímulos que são classificados como estímulos dolorosos mecânicos, térmicos e químicos. A dor rápida é desencadeada por tipos de estímulos mecânicos e térmicos, enquanto a dor crônica pode ser desencadeada pelos três tipos de estímulo. Algumas das substâncias que excitam o tipo químico de dor são: bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas. Já as prostaglandinas e a substância P aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, porém não excitam diretamente essas terminações. As substâncias químicas são importantes para a estimulação do tipo de dor lenta e persistente que ocorre após lesão tecidual (GUYTON, 2017). Vias São utilizadas duas vias que correspondem principalmente aos dois tipos de dor: uma via para a dor pontual rápida e uma via para a dor lenta crônica. Desse modo as Fibras Dolorosas Periféricas Fibras "Rápidas" e "Lentas" Os sinais dolorosos pontuais rápidos são desencadeados por estímulos mecânicos ou térmicos, eles são transmitidos pelos nervos periféricos para a medula espinhal por meio de fibras Aδ do tipo pequeno, com velocidade entre 6 e 30 m/s. Já o tipo de dor lenta crônica é desencadeado principalmente por estímulos dolorosos do tipo químico mas, algumas vezes, por estímulos mecânicos ou térmicos persistentes. Essa dor lenta crônica é transmitida para a medula espinhal por fibras tipo C com velocidades entre 0,5 e 2 m/ s (GUYTON, 2017). Devido a este sistema duplo de inervação para a dor, o estímulo doloroso súbito, em geral, causa sensação dolorosa "dupla": dor pontual rápida que é transmitida para o cérebro pela via de fibras Aδ, seguida, em 1 segundo ou mais, por uma dor lenta transmitida pela via das fibras C. A dor pontual avisa a pessoa rapidamente sobre o perigo e, portanto, desempenha papel importante na reação imediata do indivíduo para se afastar do estímulo doloroso. A dor lenta tende a aumentar com o passar do tempo. Essa sensação produz dor intolerável e faz com que a pessoa continue tentando aliviar a causa da dor (GUYTON, 2017). Ao entrarem na medula espinhal, vindas pelas raízes espinhais dorsais, as fibras da dor terminam em neurônios. Existem dois sistemas para o processamento dos sinais dolorosos em seu caminho para o encéfalo. Trato Neoespinotalâmico para Dor Rápida 8 As fibras dolorosas Aδ do tipo rápido transmitem principalmente as dores mecânica e térmica agudas. Elas terminam em sua maioria na lâmina I, lâmina marginal, dos cornos dorsais e excitam os neurônios de segunda ordem do trato neoespinotalâmico dando origem a fibras longas que cruzam imediatamente para o lado oposto da medula espinhal pela comissura anterior e depois ascendem para o encéfalo nas colunas anterolaterais. Algumas fibras do trato neoespinotalâmico terminam nas áreas reticulares do tronco cerebral, mas a maioria segue até o tálamo sem interrupção, terminando no complexo ventrobasal junto com o trato da coluna dorsal-lemnisco medial para sensações táteis. Algumas fibras terminam também no grupo nuclear posterior do tálamo. Dessas áreas talâmicas, os sinais são transmitidos para outras áreas basais do encéfalo, como para o córtex somatossensorial (GUYTON, 2017). Capacidade do Sistema Nervoso Central em Localizar a Dor Rápida no Corpo A dor pontual rápida pode ser localizada com muito mais precisão nas diferentes partes do corpo do que a dor crônica lenta. Quando somente são estimulados os receptores para dor, sem a estimulação simultânea dos receptores táteis, mesmo a dor rápida podendo ser mal localizada, em geral, dentro de 10 centímetros da área estimulada. Já os receptores táteis quando excitam o sistema da coluna dorsal-lemnisco medial são estimulados simultaneamente, a localização pode ser quase exata (GUYTON, 2017). Via Paleoespinotalâmica para a Transmissão da Dor Crônica Lenta A via paleoespinotalâmica é sistema muito mais antigo e transmite dor principalmente por fibras periféricas crônicas lentas do tipo C, apesar de transmitir alguns sinais das fibras do tipo Aδ. Nessa via, as fibras periféricas terminam na medula espinhal quase inteiramente nas lâminas II e III dos cornos dorsais, que, em conjunto, são referidas como substância gelatinosa. Pelas fibras da raiz dorsal do tipo C mais laterais. Em seguida, a maior parte dos sinais passa por um ou mais neurônios de fibra curta, dentro dos cornos dorsais propriamente ditos, antes de entrar principalmente na lâmina V, também no corno dorsal. Com isso, os últimos neurônios da série dão origem a axônios longos que se unem, em sua maioria, às fibras da via de dor rápida, passando primeiro pela comissura anterior para o lado oposto da medula e depois para cima, em direção do encéfalo, pela via anterolateral (GUYTON, 2017). Função da Formação Reticular, Tálamo e Córtex Cerebral na Avaliação da Dor 9 A remoção completa das áreas somatossensoriais do córtex cerebral não destrói a capacidade do animal perceber a dor. Portanto, é provável que os impulsos dolorosos que cheguem à formação reticular do tronco cerebral, do tálamo e outras regiões inferiores do encéfalo causem percepção consciente de dor. Isso não significa que o córtex cerebral não tenha relação com a avaliação normal da dor, pois o estímulo elétrico das áreas somatossensoriais corticais faz com que o ser humano perceba dor leve em cerca de 3% dos pontos estimulados. Com isso, acredita-se que o córtex desempenhe papel especialmente importante na interpretação da qualidade da dor, mesmo que a percepção da dor seja função principalmente dos centros inferiores (GUYTON, 2017). 3. Identificar os neurotransmissores envolvidos nas vias da dor e suas ações (excitatórias e inibitórias) A sensibilidade somática comporta diferentes sensações e, dentro do SNC, a via para dor possui sua fisiopatologia e transdução proveniente da ativação, por estímulos nocivos, em fibras nervosas sensoriais primárias denominadas nociceptores (NOURELDINE, 2019). Os estímulos podem ser mecânicos, térmicos e químicos, e sensibilizam neurotransmissores envolvidos na sinapse, como a bradicinina, serotonina, histamina, íon potássio, ácidos, acetilcolina, enzimas proteolíticas, prostaglandinas e substância P. Apesar de se serem todos terminações nervosas livres, os nociceptores utilizam duas vias separadas para transmitir sinais de dor ao SNC, uma via de dor aguda e uma via de dor crônica, isto é, o trato neoespinotalâmico e o paleoespinotalâmico respectivamente, que conduzem os estímulos da medula espinal ao encéfalo (GUYTON; HALL, 2021). As fibras de dor tipo Aδ rápidas, no trato neoespinotalâmico conduzem em geral dor mecânica e térmica, encerram sobretudo na lâmina I (lâmina marginal) dos cornos dorsais, local em que sensibilizam neurônios de segunda ordem, os quais cruzam imediatamente para o lado oposto da medula através da comissura anterior, voltando-se em seguida para cima e passando para o encéfalo pelas colunas anterolaterais. Algumas fibras do trato neoespinotalâmico terminam nas áreas reticulares do tronco encefálico, embora a maioria passe totalmente para o tálamo sem interrupção, terminandono complexo ventrobasal juntamente com o trato coluna dorsal-lemnisco medial de sensações táteis. Certas fibras também terminam no grupo nuclear posterior do tálamo. A partir dessas áreas do tálamo, os sinais são transmitidos para outras áreas basais do 10 encéfalo, bem como para o córtex somatossensorial. Acredita-se que o provável neurotransmissor das fibras de dor rápida tipo Aδ seja o glutamato, substância neurotransmissora secretada na medula espinhal pelas terminações de fibras nervosas de dor tipo Aδ. Ele é um dos transmissores excitatórios mais utilizados no sistema nervoso central, geralmente com duração de ação de apenas alguns milissegundos (GUYTON; HALL, 2021). A via paleoespinotalâmica transmite dor principalmente por fibras C periféricas, embora também transmita alguns sinais de fibras tipo Aδ. Nessa via, as fibras periféricas terminam na medula espinhal quase completamente nas lâminas II e III dos cornos dorsais, que, juntas, recebem o nome de substância gelatinosa. A maioria dos sinais passa por uma ou mais fibras curtas adicionais dentro dos cornos dorsais antes de adentrar principalmente a lâmina V, também no corno dorsal. Lá, os últimos neurônios da série emitem longos axônios que se unem às fibras da via de dor rápida, passando primeiro através da comissura anterior para o lado oposto da medula e depois ascendendo ao encéfalo pela via anterolateral. O provável neurotransmissor das fibras de dor lenta/crônica do tipo C é a substância P, apesar de o glutamato atuar instantaneamente e dura apenas alguns milissegundos. Ademais a substância P é liberada de maneira muito mais lenta, ocorrendo acúmulo de sua concentração ao longo de segundos ou mesmo minutos (GUYTON; HALL, 2021). 4. Caracterizar a dor por nocicepção Segundo a definição do IASP, a dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita nos termos de tal lesão. Desse modo, a dor nociceptiva ocorre ativação fisiológica dos receptores da via dolorosa, podendo ser somática (referida e bem localizada) ou visceral (difusa e mal localizada) e ela está relacionada a lesão e traumatismos de pele, tecido muscular, ósseo e ligamentoso (IASP, 2020). É de suma importância, o entendimento da distinção dos termos, dor e nocicepção, onde a nocicepção se refere aos sinais que chegam ao sistema nervoso central resultante da ativação dos receptores sensoriais especializados, denominados nociceptores, que fornecem informações sobre a lesão tecidual ocasionada por estímulos nocivos. Assim, a dor é uma experiência emocional desagradável, que geralmente acompanha a nocicepção (Petrov P, Francischi JN, Ferreira SH, et al, 2011). 11 A função básica dos nociceptores é de transmitir informações aos neurônios de ordem superior sobre a lesão tecidual ocasionada por estímulos nocivos. Os receptores individuais podem ser considerados como uma “caixa-preta”, que transforma o estímulo em um sinal apropriado para as células nervosas subsequentes. A função principal de um nociceptor pode ser adequadamente descrita se sua conexão de entrada/saída está determinada. A entrada, naturalmente se refere aos estímulos nocivos (Petrov P, Francischi JN, Ferreira SH, et al, 2011). Em relação a saída, é considerado que os neurônios se comunicam uns com outros via sinapses. Geralmente são encontradas as sinapses de liberação química, efetuada pelos transmissores sinápticos. É através da liberação desses transmissores que a célula é capaz de se comunicar com seus vizinhos pós-sinápticos. Devido aos nociceptores serem neurônios com sinapses químicas, onde a saída é codificada pela liberação dos seus neurotransmissores (Petrov P, Francischi JN, Ferreira SH, et al, 2011). 5. Diferenciar dor nociceptiva e não nociceptiva A dor nociceptiva surge quando há uma ativação fisiológica dos receptores ou da via dolorosa, associada a lesões de tecidos musculares, ósseos e ligamentos. A sensação dolorosa dos músculos, ossos, pele e articulações remete à dor nociceptiva somática, caracterizada como uma dor intensa, cortante e de localização fácil. Quando a dor atinge órgãos mais internos denomina-se de dor nociceptiva visceral, com característica de ser vaga, persistente e de localização difícil (VARANDAS, 2013). Em síntese, a dor nociceptiva é sensível a temperatura, vibração, distensão e pode ser classificada em dor visceral e dor somática. A dor visceral tem origem nos órgãos internos, enquanto que a dor somática é descendente da pele, músculos, articulações, ossos ou ligamentos. (FAÇANHA, 2020). A dor não nociceptiva não está relacionada com tais receptores da via dolorosa e é dividida em: 1. Dor neuropática Tal dor surge como efeito somatosensorial de uma lesão ou de uma disfunção do sistema nervoso central (SNC) ou sistema nervoso periférico (SNP). Há na literatura autores que afirmam que a dor neuropática pode ser acompanhada por sintomas, como: 12 paresia, paralisia, hipoestesia, vasodilatação, anosmia, hipoalgesia, cegueira, mioquimias, fasciculações, distonias, alodinia, vasoconstrição, ereção pilosa (VARANDAS, 2013). É difícil diagnosticar este tipo de dor, uma vez que a sensação dolorosa não pode ser medida objetivamente. Além disso, pode haver a coexistência da dor neuropática e nociceptiva, e nesses casos, é fundamental que sejam identificados, visto que cada dor pode exigir uma abordagem terapêutica diferente. (VARANDAS, 2013). Resumidamente, A dor não-nociceptiva neuropática tem origem em uma lesão ou irritação do nervo. São dores ardentes ou penetrantes. Já a Dor não-nociceptiva psicogênica é aquela em que nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado e com componentes emocionais suficientes para estabelecer critérios. Geralmente cruzam concomitantemente com transtornos depressivos, de ansiedade, sexuais, somatoformes, fictícios e do sono. (MASCELLA, 2014) 2. Dor psicogênica Essa dor surge na ausência de qualquer processo lesional ou uma dor que permanece após a resolução do processo lesivo. Classificá-la como idiopática ou psicogênica acontece quando ocorre uma negação por parte do doente para se realizar uma avaliação clínica. A dor psicogênica é conhecida como sendo funcional que resulta de uma disfunção neuropsíquica com ou sem psicopatologia associada (depressão, distúrbios de personalidade, ansiedade). (VARANDAS, 2013). Algumas características dessa dor são de localizações dolorosas múltiplas, variáveis no tempo, por vezes dores ditas como sendo muito antigas. O doente faz descrições muito ricas, de forma imprecisa e sem causa somática, o que permite excluir alguns parâmetros do quadro clínico. (VARANDAS, 2013). 6. Caracterizar os nociceptores e definir limiar de dor Os nociceptores são terminações nervosas livres ramificadas, responsáveis pela indicação de uma lesão ou possível risco de lesão. Assim, a ativação desses receptores causa a dor. Essa ativação pode ser realizada por estímulos térmicos, químicos e mecânicos. A maioria desses receptores são sensíveis a esses três estímulos, sendo chamados de nociceptores polimodais. Os canais iônicos contidos em sua membrana são os alvos desses estímulos (GUYTON, 2017). 13 Os nociceptores são classificados de dois tipos. Terminações nervosas C, essas são não mielinizadas e transmitem a dor do tipo lenta crônica. Já as terminações nervosas Ad são pouco mielinizadas e levam sinais da dor rápida (GUYTON, 2017). Esses tipos de receptores estão presentes na maior parte dos tecidos (osso, pele, órgãos). Porém, estão ausentes no sistema nervoso, estando presentes nas meninges (BEAR, 2017). Limiar da dor é a intensidade mínima de estimulo necessário para que ocorra o disparo de potenciais de ação nos nociceptores causando a percepção sensorial da dor (BEAR, 2017). 7. Descrever os mecanismos modulatóriose de sensibilização envolvidos desde a origem até a percepção do sintoma doloroso Os mecanismos modulatórios da dor respondem como um sinal de alerta no organismo como uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada a uma lesão real ou potencial dos tecidos corporais. Onde é evidenciado atualmente que as respostas subjetivas de dor experimentada pelos animais são comparadas às encontrado em seres humanos, com base em analogias oriundas de estudos anatômicos, fisiológicos e patológicos. Anatomicamente, o corpo do homem e de outros animais superiores é dotado de um grande número de nociceptores (receptores para a dor), situados em terminações nervosas da pele, músculos, ossos, vísceras e outras estruturas, os quais são ativados por estímulos agressivos (térmicos químicos e mecânicos) (TEIXEIRA, 2001). Desse modo, o fenômeno doloroso se inicia com a transformação de um estímulo agressivo em potencial de ação que é transferido das fibras nervosas periféricas para o Sistema Nervoso Central, em seguida ocorre á transformação do estímulo em impulso elétrico se dá o transporte para a medula, iniciando a via nociceptiva. Pois assim, o agente desencadeante ou lesivo atingir diretamente um neurônio do corpo sem a intermediação de um nociceptor o impulso elétrico será enviado diretamente para a medula sem a intermediação da via nociceptiva e a dor, nesse caso, é classificada como neuropática. A partir da medula o sinal de dor é transferido ao Sistema Nervoso Central, onde a transmissão do estímulo doloroso é feita de um neurônio a outro pelos interneurônios. Neste processo ativo, os circuitos intramedulares têm a capacidade de alterar o estímulo e 14 em consequência disso a resposta dolorosa. A interação entre esses circuitos medulares determinará as mensagens que atingirão o córtex cerebral (TEIXEIRA, 2001). Portanto, as informações nociceptivas são transmitidas da medula para as estruturas encefálicas mediante os tratos espinotalâmico, espinorreticular, espinomesencefálico, espinocervical póssináptico do funículo posterior e tratos intracornuais. Na medula existem basicamente duas vias ascendentes para a condução da dor até o cérebro: a via neoepinolactâmica, condutora da dor somática por meio de poucas sinapses e a via palioespinolactâmica que permite a dor visceral através de várias sinapses. As estruturas do SNC envolvidas na distribuição do sinal doloroso são: córtex, onde ocorre a consciência da dor; hipotálamo, que deflagra reações físicas à dor, como elevação da pressão e taquicardia; tronco cerebral, que entra em estado de alerta; giro do cíngulo anterior, onde a intensidade de dor é avaliada; o córtex pré-frontal, onde há a tomada de decisão ante a dor; e o sistema supressor endógeno, que libera os mediadores como a serotonina, noradrenalina, ácido amaminobutírico e etc.(TEIXEIRA, 2001). 8. Descrever o mecanismo de arco reflexo Participam do arco reflexo o receptor, o neurônio sensitivo, os neurônios internunciais, o neurônio motor e o efetor, que é o músculo (Massensini et al.; 2018). O neurônio, ou célula nervosa, além do corpo celular, apresenta prolongamentos denominados axônio e dendritos, os quais são inúmeros, curtos, muito ramificados, verdadeiras expansões protoplasmáticas. O axônio é único, longo ou curto, com raras ramificações e termina em arborizações (Massensini et al.; 2018). Ao longo da fibra nervosa, observam-se os chamados nodos de Ranvier, estrangulamentos regulares que interrompem a bainha de mielina. As fibras nervosas são envolvidas pelo endoneuro individualmente, ao passo que os feixes ou fascículos de fibras nervosas são revestidos pelo perineuro. Por fim, os vários fascículos de fibras nervosas são envolvidos por tecido elástico e por colágeno, denominado epineuro (Massensini et al.; 2018). Dispostos em cadeias celulares, os neurônios conduzem os impulsos nervosos, seja no sentido da periferia para os centros – via aferente, sensitiva ou centrípeta –, seja no sentido inverso – via eferente, motora ou centrífuga, e vias associativas, que integram diferentes áreas dentro do próprio SNC (Massensini et al.; 2018). 15 O estímulo periférico caminha pela via centrípeta até os centros nervosos do neuroeixo, interligados pelas vias de associação; em seguida, é conduzido pela via centrífuga, terminando nos órgãos efetores periféricos. Esse circuito constitui a base morfofuncional do sistema nervoso, denominado arco reflexo, o qual coordena, adapta e integra todas as atividades do organismo. Assim, quando se estimula mecanicamente (percussão) o tendão patelar, por exemplo, há um estiramento das fibras musculares unidas ao tendão, que estimulará o receptor anuloespiral do fuso neuromuscular, constituído por um conjunto de fibras musculares denominadas intrafusais; a partir desse receptor, o impulso é conduzido por via aferente (sensitiva) até o centro nervoso situado na substância cinzenta da medula espinal; daí, o estímulo retorna como resposta pela via eferente (motora), terminando nas fibras musculares extrafusais do quadríceps (órgão efetor), que se contrairá, promovendo a extensão da perna (Massensini et al.; 2018). Os neurônios interligam-se, para efeito de transmissão dos impulsos, por meio de sinapses. Do ponto de vista funcional, as sinapses são de duas ordens, excitatórias e inibitórias, as quais facilitam ou bloqueiam, respectivamente, a transmissão do impulso nervoso. A transmissão é feita por intermédio dos chamados mediadores químicos (neurotransmissores), dos quais se destacam a acetilcolina, as catecolaminas, a serotonina e o ácido gama-amino-butírico (GABA) (Massensini et al.; 2018). Os neurônios motores situados na coluna cinzenta da medula espinal lançam os seus axônios para a periferia que vão terminar nas fibras musculares. Cada uma delas recebe a ramificação habitual de uma única fibra nervosa. A este conjunto, ou seja, fibra nervosa motora e fibras musculares por ela inervadas, dá-se o nome de unidade motora (UM) (Massensini et al.; 2018). Os impulsos nervosos oriundos do corpo celular, que caminham pelo axônio, transmitem-se às fibras musculares por meio das sinapses neuromusculares, também chamadas de junção mioneural ou de placa motora. A resposta das fibras musculares é a contração e ela se dá no exato momento em que, pela sinapse, ocorre a liberação de um mediador químico identificado como sendo a acetilcolina. A esse fenômeno denomina-se transmissão neuromuscular. Esses fatos também são observados no encéfalo, porém com muito maior complexidade, tanto em relação às sinapses quanto aos mediadores químicos (Massensini et al.; 2018). 16 9. Caracterizar a automedicação e as possíveis consequências do uso abusivo de analgésicos Automedicação é o ato de tomar remédios por conta própria, sem orientação médica. Geralmente, a automedicação tida como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas pode trazer consequências mais graves do que se imagina. No Brasil, por exemplo, o setor privado é o principal responsável pelo fornecimento de medicamentos à população brasileira e a comercialização de medicamentos nas farmácias, em geral, facilita o acesso ao público de modo geral. (BRASIL, 2012). Estudos demonstram que os medicamentos mais autoconsumidos pertencem às classes dos ansiolíticos, dos antidepressivos, dos anti-inflamatórios e dos antigripais. Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. Neste caso, o 14 uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações alérgicas, dependência e até a morte (BRASIL, 2012). Além disso, o uso indiscriminado de medicamentos pode produzir reações alérgicas, dependência e até morte. Dessa forma, a utilização do medicamento em doses acimadas indicadas, a administração por via inadequada (via oral, intramuscular, retal etc.) ou o uso para fins não indicados podem transformar um inofensivo remédio em uma substância tóxica perigosa (BRASIL, 2012). Em relação ao uso indiscriminado de analgésico, as consequências do uso abusivo variam de acordo com a classe do medicamento. Nesse sentido, um exemplo de fármaco é o paracetamol que devido ao uso indiscriminado (a dose segura e eficaz em suas doses terapêuticas e 4g, e doses superiores às recomendações são de 15mg/Kg) pode desencadear hepatotoxicidade (lesões potencialmente fatais), lesão ao rim e coma por hipoglicemia. Outrossim, o uso excessivo de dipirona pode causar dor abdominal, vômitos, náuseas e até insuficiência renal. Por fim, os anti-inflamatórios, como ibuprofeno e diclofenaco, geralmente causa dores abdominais e náuseas, em alguns casos pode até ocorrer à formação de úlcera gástrica, além de alterações renais, como retenção de sais e água e insuficiência renal (BRASIL, 2009). Portanto, o grande consumo desses medicamentos é bastante estabelecido devido à facilidade de acesso e além do pouco conhecimento dos diversos riscos ocasionando à utilização não racional. Desse modo, a atenção farmacêutica bem estruturada deve ter 17 como princípio a orientação e educação em saúde, tanto sobre a à dose, quanto a frequência, duração do tratamento e vias de administração, salientando as possíveis reações adversas e contraindicações (BRASIL, 2009). 10. Descrever a farmacologia do paracetamol (mecanismo de ação, biodisponibilidade, via de excreção metabólica, dose e intervalo) O paracetamol é um analgésico e um antitérmico, geralmente usado para dores consideradas leves, moderadas e em pacientes com febre (CASTRO, 2014). Mecanismo de ação: o paracetamol é um inibidor da síntese de prostaglandinas, por diminuírem os níveis de PGE2 do sistema nervoso central (SNC) a partir da ciclooxigenase, e por atuar perifericamente bloqueando a geração de impulsos nos quimiorreceptores sensíveis à bradicinina, responsáveis pela ação dos impulsos nociceptivos. O seu efeito analgésico também é provocado por ser um antagonista do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) e da substância P da medula espinal, e por ter uma ação inibitória sobre os mecanismos do óxido nítrico espinal. Esse fármaco é desacetilado a p-aminofenol no fígado e depois o p-aminofenol é metabolizado no cérebro pela FAAH em AM404, que reforça a atividade dos receptores CB1 supraespinais, fazendo com que os recetores CB1 supraespinais reforçam a atividade dos recetores serotoninérgicos, e a libertação espinal de serotonina (5-HT) inibe a transmissão de estímulos nocivos, produzindo antinociceção e analgesia (CASTRO, 2014). Biodisponibilidade: No formato de comprimidos, o paracetamol é absorvido no trato gastrointestinal, e sua biodisponibilidade varia entre 63 e 89% em comparação com a via intravenosa. Nos adultos as concentrações máximas ocorrem dentro de 45 minutos a 1 hora. Com o xarope o pico de concentração ocorre aproximadamente 30 minutos após a sua administração. Em relação a via retal, sua biodisponibilidade absoluta é entre 24% e 98%, e seu tempo para atingir a máxima concentração é entre 107 a 288 após a administração. Além disso, a via intravenosa é a que chega no pico de concentração máxima mais rápido, essa concentração na perfusão intravenosa de 1g de paracetamol é de 30 mg/l e ocorre aproximadamente 15 minutos após a administração (CASTRO, 2014). Via de excreção metabólica: o principal órgão que metaboliza o paracetamol é o fígado, por meio de três principais vias: conjugação com glucoronídeo, conjugação com sulfato e oxidação através da via enzimática do sistema citocromo P450. A via oxidativa forma um intermediário reativo que é detoxificado por conjugação com glutationa para 18 formar cisteína inerte e metabólitos mercaptopúricos. A principal isoenzima do sistema citocromo P450 envolvida é a CYP2E1, embora a CYP1A2 e CYP3A4 tenham sido consideradas vias menos importantes com base nos dados microssomais in vitro. Ademais, as vias CYP1A2 e CYP3A4 apresentam contribuição desprezível in vivo. Nos adultos, a maior parte do paracetamol é conjugada com ácido glucorônico e em menor parte com sulfato (CASTRO, 2014). Dose e intervalo: as doses dependem da via de administração e varia entre 325 e 1000 mg em adultos, administrados por períodos que variam entre 4-6 horas, até um máximo de 4000 mg por dia. Nas crianças, a dose única varia entre 40 e 480 mg até um máximo de 5 doses diárias, dependendo do peso e da idade. A dose entre 5-15 mg/kg por via oral ou de 15-20 mg/kg por via retal num máximo de 75 mg/kg/dia é considerada como a dose máxima eficaz e segura. É recomendado aumentar o intervalo de dosagem para 6 horas em doentes com insuficiência renal moderada (TFG entre 10-50 ml/min), e de 8 em 8 horas em doentes com insuficiência renal grave (TFG<10ml/min) (CASTRO, 2014). 11. Explicar o mecanismo de hepato-toxidade do paracetamol; Hepato-toxicidade do paracetamol Sua metabolização ocorre principalmente no fígado, através de processos de biotransformação, dividido em 3 fases ou vias dependendo da literatura que se utiliza. Fase 1 A fase 1 é mediada pelo sistema enzimático do Citocromo P450 (contendo as monooxigenases). Nessa família de enzimas, a isoenzima CYP2E1 é a que tem uma acção mais notória na biotransformação do paracetamol, mediando a formação do metabólito tóxico, uma imina, a N-acetil-p benzoquinona imina (NAPQI). (Moreira et al., 2016) O CYP2E1 é uma proteína de membrana expressa em níveis elevados no fígado, onde compõe cerca de 50% do total do mRNA do citocromo P450 hepático. (Bezerra et al., 2010) Em doses terapêuticas, a formação da NAPQI ocorre em baixa percentagem, sendo este eletrólito rapidamente conjugado pelo “captador”/scavenger de radicais livres, a Glutationa (GSH). O NAPQI liga-se ao grupo tiol da GSH, formando-se ácido mercaptúrico ou um conjugado de cisteína, que sofrem excreção renal. Esta reação pode ocorrer espontaneamente ou por ação das Glutationa-S-transferases. (Moreira et al., 2016) Fase 2 19 Nessa fase temos 2 processos: Glucoronidação e a Sulfatação. Glucuronidação A Glucuronidação é catalisada pelas Uridina 5’-difosfato (UDP)-glucuronosil transferases, que transferem um grupo glucuronosil do UDPácido glucurónico para moléculas alvo, como o paracetamol, tornando-as mais hidrossolúveis. (Moreira et al., 2016) Sulfatação A sulfatação é catalisada por sulfotransferases, que transferem sulfatos (proveniente do 3’-fosfoadenosina-5’-fosfosulfato) para um aceitador, como o paracetamol. (Moreira et al., 2016) Os produtos resultantes destas reações são directamente excretadas na urina. Há ainda uma pequena fracção de Paracetamol que é excretado na urina sem qualquer alteração. (Moreira et al., 2016) Fase 3 Ela é onde faz parte do transporte de metabólitos resultantes das fases anteriores, para serem excretados, por exemplo. (Moreira et al., 2016) ● Ingestão de doses elevadas Aqui está o grande problema, principalmente nas Fases 1 e 2 que foi citado acima. Em casos de ingestão de doses elevadas de paracetamol, há uma saturação das reações de Sulfatação e Glucuronidação, o que conduz a um excesso de NAPQI formado pela via de metabolismo da CYP450. Este excesso leva a um esgotamento das reservas de GSH, pois os níveis de GSH revelam-se insuficientes para eliminar essa quantidade elevada de NAPQI. Assim, esta imina tóxica, que é uma molécula de carácter eletrófilo, encontra-se livre para reagir com nucleófilos, nomeadamente moléculas como DNA e proteínas celulares. (Moreira et al., 2016) A fase 1 ocorreu, tivemos a produção de NAPQI em uma quantidade relativamente grande devido às altas doses do fármaco, entretanto temos um esgotamento do GSH que é um importante captador,o qual facilita o processo de excreção renal do fármaco, daí começa o grande problema. A zona 3 ou centrolobular do fígado é a mais afetada: local onde estão presentes essas enzimas do grupo P450. (Buzato et al., 2016) Assim, o excesso de NAPQI reage com os grupos tiol no aminoácido cisteína presente nas proteínas celulares, principalmente proteínas mitocondriais. Esta ligação às proteínas mitocondriais leva à perda de função da mitocôndria. A disfunção mitocondrial não só 20 leva à diminuição da produção de Adenosina Trifosfato (ATP) como também impede que a respiração celular ocorra, e promove a formação de espécies reactivas de oxigénio (ROS) e outras espécies reactivas na mitocôndria devido ao stress oxidativo, como o óxido nítrico (NO), que reage com o anião superóxido (O2-), originando o peroxinitrito. Este provoca danos no DNA mitocondrial e conduz à formação de aductos de nitrotirosina através da nitração das proteínas mitocondriais. (Ghanem et al., 2016) Como consequência da diminuição dos níveis de GSH e do stress oxidativo gerado na célula devido à formação de ROS e de peroxinitrito, há uma alteração da permeabilidade da membrana mitocondrial, a chamada transição de permeabilidade mitocondrial (MPT), que tem como consequência a perda do potencial de membrana e que leva à abertura dos poros na membrana mitocondrial. Este fenómeno ocorre porque o aumento de ROS dentro da célula desencadeia a activação da via das MAP kinases (Mitogen Activated Protein Kinases), que leva à fosforilação da JNK (c-Jun N-terminal kinase), que activa factores de transcrição e membros da família de proteínas Bcl-2 (como a BAX e BAK) para regular a apoptose. Assim, ocorre a translocação da proteína BAX, que se combina com a proteína BAK na membrana mitocondrial externa, permitindo a formação dos poros e libertação de proteínas intramembranares, como o citocromo C. (Ghanem et al., 2016) O citocromo C ativa a caspase-9, diretamente ou através do fator ativante da apoptose (APAF-1), sendo este processo dependente de ATP. Esta ligação do APAF com a caspase-9 dá origem ao Apoptossoma. Assim, a caspase-9 ativa outras caspases, nomeadamente a 3 e a 7, levando ao fenômeno de apoptose celular. (Ghanem et al., 2016) Na célula, há um distúrbio da homeostase do Ca2+. Este sai da mitocôndria e acumula-se na célula, devido à inibição da bomba de Ca2+ -Mg2+ -ATPase. Este aumento do Ca2+ pode despoletar a activação das calpains, que são capazes de levar à degradação de proteínas, nomeadamente de proteínas com função estrutural. Essa degradação leva à necrose dos hepatócitos, podendo estender-se às células vizinhas. Os níveis elevados do Ca2+ no núcleo celular levam à ativação de uma enzima endonuclease dependente do Ca2+ e há estudos que indicam que esta enzima está envolvida na fragmentação do DNA, causada pela hepatotoxicidade do paracetamol. (Ghanem et al., 2016) 21 12. Revisar o mecanismo de ação dos anti-inflamatórios não- esteroides (AINE cascata do ácido araquidônico) Os AINEs são um grupo de fármacos quimicamente heterogêneos que se diferenciam na sua atividade antitérmica, analgésica e anti-inflamatória. A classe inclui derivados do ácido salicílico, do ácido propiônico, do ácido acético, do ácido enólico, de fenamatos e do inibidor COX-2seletivo. Eles atuam, principalmente, inibindo as enzimas cicloxigenase que catalisam o primeiro estágio da biossíntese de prostanoides. Isso leva à redução da síntese de PGs, com efeitos desejados e indesejados. (WHALEN et al., 2016). Esses medicamentos são os mais vendidos em todo mundo, corresponde a aproximadamente 30% dos medicamentos utilizados. E servem principalmente no tratamento da inflamação, dor e edema, sua maior absorção ocorre no estômago. (WHALEN et al., 2016). Para entender o mecanismo de ação é necessário entender como ocorre a fisiologia da inflamação, que é da seguinte forma, a inflamação aguda é a resposta inicial a lesão celular e tecidual, o que causa um aumento da permeabilidade vascular e migração de leucócitos. As manifestações externas da inflamação conhecida como sinais cardinais são: calor (aquecimento), rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), dor e perda de função. Todas estas respostas são controladas por substâncias originadas do plasma, das células do conjuntivo, do endotélio, dos leucócitos e plaquetas, que regulam a inflamação e são chamadas de mediadores químicos da inflamação. O principal mediador são as prostaglandinas que tem ação no aumento da permeabilidade capilar e atuam como fatores quimiotáticos, atraindo leucócitos em direção ao local da lesão ou infecção. (WHALEN et al., 2016). O precursor mais importante das prostaglandinas é o ácido aracdônico que se origina dos fosfolipídeos das membranas celulares destruídas após uma lesão celular e é transformado em muitos ácidos pela fosfolipase, e assim é o início do processo inflamatório. Existem duas vias principais para a síntese dos metabólitos deste ácido (eicosanóides): a via da cicloxigenase e a da lipoxigenase. (WHALEN et al., 2016). Via ciclo-oxigenase: envolve duas isoformas (COX-1 e COX-2) e é responsável pela síntese das prostaglandinas (PGs), tromboxanos e prostaciclinas. (WHALEN et al., 2016). 22 A COX-1 foi a primeira a ser caracterizada e é expressa constitutivamente, ou seja, está presente nas células em condições fisiológicas, principalmente nos vasos sanguíneos, plaquetas, estômago e rins. Já a COX-2 pode ser induzida na presença de citocinas, sendo expressa por células envolvidas no processo inflamatório. (WHALEN et al., 2016). Via lipoxigenase: responsável pela síntese final de moléculas, como os leucotrienos, porém não está diretamente relacionada a ação dos anti-inflamatórios. (WHALEN et al., 2016). Dessa forma, os AINEs têm a função de inibir as enzimas COX, prejudicando, assim, a transformação final do ácido araquidônico em prostaglandinas, prostaciclina e tromboxanos. Ou seja, diminuição da biossíntese e liberação dos mediadores da dor, inflamação e febre. (WHALEN et al., 2016). A PGD2 é o principal metabólito da via da cicloxigenase nos mastócitos e, em conjunto com PGE2 e PGF2-alfa causa vasodilatação e potencializa a formação de edema. (WHALEN et al., 2016). As PGs também estão envolvidas no processo da dor e febre na inflamação. A PGE2 aumenta a sensibilidade a dor a uma variedade de outros estímulos e interage com citocinas para causar febre. As prostaglandinas sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e estimulam os centros hipotalâmicos de termorregulação. (WHALEN et al., 2016). A prostaglandina I2 (prostaciclina) prevalece no endotélio vascular e atua causando vasodilatação e inibição da adesividade plaquetária. O tromboxano A2, predominante nas plaquetas, causa efeitos contrários, como vasoconstrição e agregação plaquetária. (WHALEN et al., 2016). Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e atraem os leucócitos para o sítio da lesão. A histamina e a bradicinina aumentam a permeabilidade capilar e ativam os receptores nocigênicos. (WHALEN et al., 2016). Dessa forma, como foi discutido, a COX-1 é produzida em resposta a um estímulo inflamatório e constitutivamente na maioria dos tecidos, onde estimula a produção de prostaglandinas que exercem função homeostática (equilíbrio hidroeletrolítico nos rins e citoproteção no trato gastrointestinal). (WHALEN et al., 2016). 23 A COX-2 é induzida por estímulos inflamatórios, mas está ausente na maioria dos tecidos normais. Portanto, os inibidores da COX-2 foram criados para inibirem a inflamação prejudicial, sem que bloqueassem os efeitos protetores das prostaglandinas produzidas constitutivamente. (WHALEN et al., 2016). Ademais, os inibidores da COX-2 aumentam a probabilidade de desencadear doença cerebrovascular e cardiovascular, porque prejudicam a produção de prostaciclina PGI2,um inibidor de agregação plaquetária, além de ser o principal prostanoide secretado pelas células endoteliais, provoca relaxamento das células musculares lisas vasculares e é um potente vasodilatador. Porém não altera a produção pelas plaquetas, mediada pela COX- 1 de TXA2, um mediador de agregação das plaquetas. Os glicocorticoides, que são agentes anti-inflamatórios potentes, atuam em parte inibindo a atividade da fosfolipase A2, inibindo, assim, a liberação de ácido araquidônico dos lipídios de membrana. (WHALEN et al., 2016). 13. Explicar os tipos de queimaduras e as diferentes condutas para cada uma delas Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros. Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. Já em adultos, o risco existe se a área atingida for superior a 15% (SAÚDE, 2019). Tipos de queimaduras: • Queimaduras térmicas: são provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol; • Queimaduras químicas: são provocadas por substância química em contato com a pele ou mesmo através das roupas; • Queimaduras por eletricidade: são provocadas por descargas elétricas (SAÚDE, 2019). Quanto à profundidade, as queimaduras podem ser classificadas como: • 1º grau: atingem as camadas superficiais da pele. Apresentam vermelhidão, inchaço e dor local suportável, sem a formação de bolhas; 24 • 2º grau: atingem as camadas mais profundas da pele. Apresentam bolhas, pele avermelhada, manchada ou com coloração variável, dor, inchaço, despreendimento de camadas da pele e possível estado de choque (SAÚDE, 2019). Queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixar cicatrizes. (SAÚDE, 2019) • 3º grau: atingem todas as camadas da pele e podem chegar aos ossos. Apresentam pouca ou nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada (SAÚDE, 2019). Condutas: Tratamento imediato de emergência: • Interrompa o processo de queimadura; • Remova roupas, joias, anéis, piercings e próteses; • Cubra as lesões com tecido limpo (SAÚDE, 2012). Tratamento na sala de emergência: Vias aéreas (avaliação): • Avalie a presença de corpos estranhos, verifique e retire qualquer tipo de obstrução (SAÚDE, 2012) Respiração: • Aspire as vias aéreas superiores, se necessário; • Suspeita de lesão inalatória: queimadura em ambiente fechado com acometimento da face, presença de rouquidão, estridor, escarro carbonáceo, dispneia, queimadura das vibrissas, insuficiência respiratória; • Mantenha a cabeceira elevada (30°) (SAÚDE, 2012). Exponha a área queimada. Medidas gerais imediatas e tratamento da ferida: 25 • Limpe a ferida com água e clorexidina desgermante a 2%. Na falta desta, use água e sabão neutro; • Posicionamento: mantenha elevada a cabeceira da cama do paciente, pescoço em hiperextensão e membros superiores elevados e abduzidos, se houver lesão em pilares axilares; • Curativo oclusivo em quatro camadas: atadura de morim ou de tecido sintético (rayon) contendo o princípio ativo (sulfadiazina de prata a 1%), gaze absorvente/gaze de queimado, algodão hidrófilo e atadura de crepe; • Restrinja o uso de antibiótico sistêmico profilático apenas às queimaduras potencialmente colonizadas e com sinais de infecção local ou sistêmica. Em outros casos, evite o uso; • Evite o uso indiscriminado de corticosteroides por qualquer via; • As queimaduras circunferenciais em tórax podem necessitar de escarotomia para melhorar a expansão da caixa torácica; • Para escarotomia de tórax, realize incisão em linha axilar anterior unida à linha abaixo dos últimos arcos costais (SAÚDE, 2012). Conclusão Assim, é possível observar que a dor é sentida pela relação do potencial de ação possuir propriedades de ativação de receptores nociceptivos, através dos variados estímulos que fazem o acionamento dos receptores como estímulos térmicos, químicos, mecânicos, entre outros. Existem duas vias ascendentes na medula espinhal que conduzem a dor até a região cerebral (tálamo), sendo as vias neoespinotalâmica e palioespinotalâmica. A utilização de anti-inflamatórios/analgésicos possui propriedades de inibir a produção de toxinas liberadas por células, sendo uma ação preponderante no combate à inibição da sensação da dor. Por isso que a utilização de AINES deve ser de forma controlada, necessitando de uma prescrição médica, pois a automedicação, a forma abusiva de sua utilização, pode oferecer sérios riscos de intoxicação ao organismo. 26 Referências Bibliográficas VARANDAS, Cláudia. Fisiopatologia da Dor. Porto, 2013. 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