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TCC Pedagogia Unopar O BRINCAR E A AUDIODESCRIÇÃO EM PROL DA INCLUSÃO DAS CRIANÇAS COM NEE

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26
UNOPAR
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA 
MARIA APARECIDA DUARTE DA PENHA
PROJETO DE ENSINO 
EM PEDAGOGIA
O BRINCAR E A AUDIODESCRIÇÃO EM PROL DA
 INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES 
EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE).
 
Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade
JUIZ DE FORA 
2021
MARIA APARECIDA DUARTE DA PENHA 
PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA
O BRINCAR E A AUDIODESCRIÇÃO EM PROL DA
 INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES 
EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE).
Projeto de Ensino apresentado à UNOPAR, como requisito parcial à conclusão do Curso de PEDAGOGIA.
Docente supervisor: Prof. Patricia Cindy Milleo Christofoli de Oliveira.
JUIZ DE FORA 
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1	TEMA	4
2	JUSTIFICATIVA	6
3	PARTICIPANTES	8
4	OBJETIVOS	9
5	PROBLEMATIZAÇÃO	10
6	REFERENCIAL TEÓRICO	11
7	METODOLOGIA	16
8	CRONOGRAMA	18
9	RECURSOS	19
10	AVALIAÇÃO	20
CONSIDERAÇÕES FINAIS	21
REFERÊNCIAS	22
0
INTRODUÇÃO
A reflexão sobre o processo de inclusão nas escolas do Brasil é um grande desafio para os estudiosos do assunto e da sociedade em geral.
É no brincar que entendemos o valor da inclusão, divertindo, brincando, jogando, a interação acontece de forma prazerosa, encurtando a distância entre as diferenças.
A inclusão educacional e social compreende a construção de uma escola e de uma sociedade que valoriza e respeita a diversidade humana.
Para tal, faz-se necessária a utilização de recursos e estratégias na promoção do processo de ensino e aprendizagem adaptados para crianças com necessidades educacionais especiais (NEE).
A Educação Infantil tem papel fundamental no desenvolvimento humano e social da criança e a inclusão escolar inicia-se na Educação Infantil, sendo na infância que se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento global.
A atividade lúdica permite que a interação entre todas as crianças aconteça em um mesmo espaço e o brincar torna-se então uma maneira de inclusão. Segundo Piaget (1978), a origem das manifestações lúdicas acompanha o desenvolvimento da inteligência vinculando-se aos estágios do desenvolvimento cognitivo e a importância do brincar para o processo de desenvolvimento infantil.
3
3
1 TEMA 
A educação brasileira nos remete ao território de segregação, nos aponta uma história de preconceitos, discriminação e exclusão. No princípio, destinada apenas à nobreza, mas, aos poucos, mulheres, negros e pobres foram conquistando também seu espaço, assim como as pessoas com deficiência.
As pessoas com deficiência passaram a ter seus direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases Nacionais da Educação de 1996.
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL, LDB, 1996.)
Garantido por lei com a finalidade de democratizar a escola, assegurando o acesso e permanência de todas as pessoas na escola, proporcionando a função social da escola e a promoção de ideais de solidariedade humana.
Com esse direito assegurado por lei de escolarização em escolas de ensino regular, como realizar essa tarefa, como fazer isso acontecer no cotidiano da escola?
“Este processo vem promovendo mudanças de paradigmas impulsionando as pessoas a conviverem com uma concepção de aprendizagem, sem restrições de qualquer ordem. Nesta perspectiva, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP) assumiu a política de inclusão e tem buscado, através de suas ações apoio a transformação do sistema educacional, em sistema educacional inclusivo.” (SIAULYS, 2005, p. 5).
Concepções tradicionais precisam ser repensadas para inclusão de todos. Esse processo demanda adaptação de recursos e estratégias para promoção de ensino e aprendizagem, assim surgem as tecnologias assistivas. 
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2015)
Importante ressaltar que, quando falamos em Tecnologia Assistiva (TA), tecnologia aqui não significa apenas aparelhos tecnológicos avançados, nos remetemos aqui, também, aquelas adaptações, que na maioria das vezes ocorrem na sala de aula com o objetivo de garantir a participação no processo de aprendizagem. Soluções por vezes simples, mas que oportunizam a participação, a interação e aprendizagem, favorecendo a autonomia desses alunos. Brinquedos e brincadeiras também precisam ser adaptados para as crianças com necessidades educacionais especiais (NEE).
A Educação Infantil tem papel fundamental no desenvolvimento humano e social da criança e, o brincar como recurso pedagógico é de suma importância. Esta experiência didático-metodológica visa averiguar a maneira como se dá o brincar de crianças com necessidades educacionais especiais (NEE) incluídas na Educação Infantil; assim como o uso da audiodescrição no brincar de crianças com necessidades educacionais especiais (NEE). 
As crianças com necessidades educacionais especais tem como direito serem inseridas nas escolas regulares, garantindo a convivência e trocas de experiências no meio social. 
Segundo Mantoan (2006, p. 16), “A inclusão escolar está articulada a movimentos sociais mais amplos, que exigem maior igualdade e mecanismos mais equitativos no acesso a bens e serviços”.
	
5
2 JUSTIFICATIVA
Como proposta de educação para todos, de forma igualitária e de qualidade, surge a inclusão, como princípio democrático de “educação para todos”. A educação inclusiva, como fundamento básico, evidenciava a necessidade de um ensino especializado para todos os alunos, pautando-se no respeito e aceitação, em prol de uma sociedade mais justa com a participação de todos.
	Sabe-se que é no brincar que entendemos o valor da inclusão e é nele que as crianças ou os indivíduos não percebem suas diferenças, se tem uma diferença eles não notam, eles se divertem, brincam e jogam e vão interagindo sem perceber as outras competências e habilidades dos seus colegas. Acreditamos que este é um ponto chave para que aconteça a inclusão. O brincar infantil não determina as diferenças, pelo contrário ela cria uma ponte para inclusão e convida cada um para fazer parte do processo. 
A inclusão social e educacional é um processo que já começou e continuará, no Brasil, O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP) desenvolve uma política de educação inclusiva cujos pressupostos filosóficos compreendem a construção de uma escola aberta e universal, um sistema educativo que respeita e valoriza a diversidade humana em uma perspectiva micro e macro. Assumir a diversidade pressupõe o reconhecimento do direito à diferença como enriquecimento educativo e social. Sabemos que todos somos diferentes e o que existe são pequenas oposições, ser diferente é normal, ou, deveria ser normal. 
É de conhecimento de todos que as crianças com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) têm direito à escolarização na rede regular de ensino e necessitam de oportunidades de aprendizagem que estimulemseu potencial cognitivo, afetivo e social. Para esta faixa etária, o brincar e o brinquedo constituem importantes recursos para pais e educadores promoverem a aprendizagem infantil. O brincar torna-se assim uma maneira de inclusão, pois a atividade lúdica muitas vezes permite a interação e convivência de crianças com NEE com as que não apresentam NEE, em um mesmo espaço. 
O processo inclusivo demanda a adaptação de recursos e estratégias para promover o processo de ensino-aprendizagem e, diante disso, é fundamental levar em conta que brinquedos e brincadeiras também precisam ser adaptados para as crianças com NEE. 
Diante da importância do brincar como recurso pedagógico, esta experiência didático-metodológica pretende: a) averiguar como se dá o brincar de crianças com necessidades educacionais especiais incluídas na educação infantil; e, b) verificar a influência do uso da audiodescrição no brincar de crianças com NEE. 
A educação infantil tem papel importante no desenvolvimento humano e social da criança. A política de educação inclusiva objetiva oportunizar a educação para todos de forma democrática, gerando direções e ampliações ao acesso para o ensino público de qualidade e a garantia do direito à cidadania. Segundo Oliveira, “Para que ocorra essa política inclusiva é necessário que a escola seja modificada para receber o aluno com NEE (OLIVEIRA, 2007)”. 
A inclusão escolar iniciando-se na educação infantil e o brincar, como a atividade lúdica que permite e favorece a interação e convivência de crianças deficientes com as que não são deficientes em um mesmo espaço. Para Piaget (1978), a origem das manifestações lúdicas acompanha o desenvolvimento da inteligência, vinculando-se aos estágios do desenvolvimento cognitivo e a importância do brincar para o processo de desenvolvimento infantil. 
Na infância, o brincar é uma necessidade básica, e as atividades lúdicas auxiliam a criança no seu desenvolvimento global, pois através das brincadeiras a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento (FERREIRA, 2007).
A acessibilidade audiovisual é um assunto que vem sendo cada vez mais discutido também. Não poderia ser diferente, já que, entendemos a acessibilidade audiovisual como um fator importantíssimo na inclusão de crianças com (NEE). A audiodescrição (AD) é uma grande ferramenta para esse objetivo, pois é através dela que os mesmos podem ter acesso mais completo à cultura audiovisual.
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	Embora ainda não seja uma realidade em nosso país, a audiodescrição tem sua aplicação prevista e regulamentada pela portaria número 310 de 27/07 de 2006 (Diário Oficial da União de 28/07/2006). Essa portaria complementa o decreto n° 5296 de 2/12/2004 que trata da acessibilidade. Segundo Araújo, várias outras portarias adiaram a implantação da audiodescrição (Portarias 403, 466, 661) desde junho 2008 e enquanto isso não acontece é importante que as pesquisas sobre audiodescrição ocorram para que se desenvolva um modelo brasileiro de audiodescrição e para que esse modelo seja implantado o mais rápido possível.
3 PARTICIPANTES
Alunos da Educação Infantil, crianças de 4 anos e 5 anos, sendo na infância as bases fundamentais para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global, inicia-se então na educação infantil a inclusão escolar.
O brincar torna-se uma maneira de inclusão, permitindo na atividade lúdica a interação e a convivência de crianças com deficiência com as demais crianças no mesmo espaço, observando, questionando, construindo conhecimentos, assimilando valores através da interação com o mundo físico. 
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4 OBJETIVOS
Objetivo Geral:
- Promoção da inclusão de maneira efetiva;
- Oferta de experiências formativas para as crianças com e as sem deficiência, colocando-as em equidade de oportunidades e de direitos.
Objetivos Específicos:
- A inclusão de fato das crianças com necessidades especiais na escola;
- O brincar favorecendo o desenvolvimento intelectual e social de todos as crianças;
- Possibilitar através do brincar a mediação entre o real e o imaginário;
- Adaptação das brincadeiras através do recurso da AD;
- Averiguação de como se dá o brincar de crianças com necessidades educacionais especiais incluídas na educação infantil;
- Verificação da influência do uso da audiodescrição no brincar de crianças com NEE;
- Garantir às crianças com deficiência visual de vivenciarem o direito ao lazer, a cultura e a educação. 
- Analise dos impactos do uso da audiodescrição no brincar de crianças com NEE. 
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5 PROBLEMATIZAÇÃO
	
Diante da relevância do brincar como importante recurso pedagógico na educação infantil, esta experiência didático-pedagógica objetiva: a averiguação de como acontece o brincar de crianças com necessidades educacionais especiais incluídas na educação infantil; e, a verificação da influência do uso da audiodescrição no brincar de crianças com necessidades educacionais especiais.
Sendo assim, a inclusão da AD na rotina diária das crianças com necessidades educacionais especiais na educação infantil, principalmente nas brincadeiras, assim como a análise de seu impacto, para que a inclusão ocorra de maneira efetiva. Importante ressaltar que, a audiodescrição (AD) é um importante recurso que, junto a falas e sons originais, permite a compreensão geral do conteúdo apresentado, onde sons e imagem se complementam.
Pretende-se, contudo, a valorização da infância, a garantia do direito de brincar, a fim de promover o desenvolvimento integral da criança com deficiência e sem deficiência no mesmo espaço. O brincar contribui para o convívio social, favorecendo a socialização, a inclusão, o respeito as regras, a autonomia e a identidade da criança. No Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI), o brincar é apresentado como elemento de fundamental importância:
“Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver capacidades importantes tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis sociais”. (BRASIL, 1998,p.22)
Observa-se também a garantia de acesso e permanência na escola das crianças com deficiência e principalmente a busca de adequação dos espaços e das atividades propostas:
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“Cabe a todos, principalmente aos setores de pesquisa e às universidades, o desenvolvimento de estudos na busca de melhores recursos para auxiliar/ampliar a capacidade das pessoas com necessidades educacionais especiais de se comunicar, de se locomover e de participar de maneira, cada vez mais autônoma, do meio educacional, da vida produtiva e da vida social, exercendo assim, de maneira plena, a sua cidadania.”(CNE/CEB 17/2001)
6 REFERENCIAL TEÓRICO
Podemos afirmar que o brincar é a essência da infância. Antigamente, a criança era considerada uma miniatura do adulto, ou quase um adulto, e, a criança não tinha existência social sendo considerada miniatura do adulto, ou quase adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo, nas classes altas era educada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda familiar.
Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que têm hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objetivo a distração e o recreio. Cada período da história humana e cada cultura têm uma visão diferente de infância, mas, a que mais predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto, um ser em miniatura, dandoà criança uma visão negativa.
Aproximadamente no século XVIII, diferentes estudiosos de várias áreas do conhecimento começaram a se preocupar em dar uma conotação diferente para a infância, estas ideias foram consolidadas no início do século XX, quando psicólogos e pedagogos começaram a considerar a criança como uma pessoa especial, com especificidades, características e necessidades próprias. Foi preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criança na sociedade para que se pudesse associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas, surgindo como decorrência à valorização dos jogos e brinquedos. O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de consenso a importância do lúdico. Dentre as contribuições mais importantes que podemos destacar sobre o brincar são:
1. Que as atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois, permitem a formação do autoconceito positivo;
2. O brincar possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente;
3. O jogo, brinquedo e a brincadeira são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;
4. Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;
5. Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento;
6. O brincar é essencial para a saúde motriz e mental;
7. O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita a mediação entre o real e o imaginário.
O ato de brincar é de grande importância para a criança independente da sua faixa etária, pois, o lúdico contribui para estimular de várias maneiras as funções cognitivas, motrizes, linguísticas e imaginativas. De acordo com Winnicott (1975) citado por Souza (2008) o brincar é universal, uma forma básica de viver, e é somente no brincar que o indivíduo pode ser criativo, ou seja, o indivíduo se liberta, soltando sua imaginação.
Segundo, O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (1994), a criança e o adolescente têm direito à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Assim, percebendo a necessidade que as pessoas com (NEE) têm de possuir um espaço mais apropriado para seu aprendizado e ciente por meio do parecer do Conselho Nacional de Educação – Câmara de Educação Básica (CNE/CEB 17/2001) que diz:
“Cabe a todos, principalmente aos setores de pesquisa e às universidades, o desenvolvimento de estudos na busca de melhores recursos para auxiliar/ampliar a capacidade das pessoas com necessidades educacionais especiais de se comunicar, de se locomover e de participar de maneira, cada vez mais autônoma, do meio educacional, da vida produtiva e da vida social, exercendo assim, de maneira plena, a sua cidadania. ”
A brincadeira não depende de formas rígidas e estruturadas, é um ato de espontaneidade e de imaginação. Além de promoverem às crianças a liberação de energias, estimulam o desenvolvimento da criatividade e sociabilidade (GARCIA; MARQUES, 1990). 
De acordo com Vygotsky (1994), além de proporcionarem prazer, as brincadeiras também suprem as necessidades da criança para avançarem em seu desenvolvimento. Sendo assim, as brincadeiras não são apenas atividades de entretenimento para gastar energia, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento cognitivo (PIAGET, 1976). Nesse sentido, o ambiente escolar se torna um dos espaços mais importantes de resgate e de incentivo à cultura lúdica infantil. 
As brincadeiras vivenciadas na escola criam condições para a criança avançar no seu desenvolvimento cognitivo, porém, é importante que os professores considerem que o sistema simbólico e imaginário de cada aluno é único, sem generalizar as situações (MAGALHÃES, 2008). 
No ambiente escolar, é importante que o professor utilize a AD nos diversos momentos da aula, já que, possibilita que a criança tenha acesso ao universo imagético da sala de aula. Sendo assim, a AD pode ser classificada como uma tecnologia assistiva, que propicia a inclusão, nos mais diversos contextos, como atividades voltadas para a cultura e lazer, e também, escolares (NUNES; FONTANA; VANZIN, 2011). Negligenciar ao aluno com NEE a utilização de outros recursos em sala de aula, com foco na aprendizagem, é ir de encontro ao que preconiza a legislação vigente. 
A Lei n° 10.098/2000 (BRASIL, 2000) estabelece as normas gerais para promoção da acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A acessibilidade é definida como a possibilidade e condição de alcance aos espaços, transportes e comunicação, pela pessoa com deficiência. Quanto à comunicação, a lei define como barreira qualquer entrave que prejudique o recebimento ou a expressão de mensagens, por meio de sistemas de comunicação, que podem ou não ser de massa. Também prevê que barreiras na comunicação sejam eliminadas e técnicas e mecanismos sejam adotados para garantir a essas pessoas o direito de acesso à informação, comunicação, trabalho, educação, transporte, cultura e lazer.
Assim, no contexto escolar, faz-se necessário que barreiras comunicacionais sejam quebradas, viabilizando o acesso ao conteúdo por todos os alunos, como garantido pela Constituição Federal de 1988. Tornar o ambiente escolar acessível, bem como todos os conteúdos trabalhados, é fundamental para que ocorra a inclusão. 
Nesta perspectiva, a audiodescrição é um recurso que permite ao professor tornar sua aula acessível ao aluno com deficiência visual, intelectual ou dislexia. Nunes, Fontana e Vanzin (2011) esclarecem que a AD, em eventos culturais, é realizada por audiodescritores, que elaboram e analisam roteiros. Na escola, o professor pode se utilizar desta técnica de maneira mais informal, audiodescrevendo os diversos ambientes em que a criança passa, gestos, expressões faciais e brincadeiras. 
A audiodescrição será usada durante os momentos em que seja necessária alguma explicação e imagens a serem apresentadas à criança, como na contação de história, ou em atividades em que se trabalhava com música e onde serão usados cartões para mostrar às crianças algum vocábulo importante para o desenvolvimento da atividade. Nas atividades que envolvam música, será utilizada a AD para descrever o cartão com as figuras relacionadas à música (animais, partes do corpo e expressões faciais). Nas atividades que envolvam o desenvolvimento motor e noção espacial, a AD será utilizada para descrever o cenário da atividade e os objetos utilizados, como cores, formas e maneiras de encaixe. 
Durante a contação de história, onde a professora da sala deverá apresentar uma história do material didático adotado pela instituição escolar, como livro, figuras grandes e fantoches. Será feita a audiodescrição das imagens do livro e também do fantoche utilizado durante a atividade. 
O objetivo da experiência didático metodológica é deixar claro que a brincadeira é a melhor maneira de estimular o desenvolvimento físico, cognitivo, linguístico e social da criança. Porém, conclui-se que para crianças com NEE, algumas brincadeiras devem ser adaptadas, utilizando recursos diferenciados que condizem com a necessidade do aluno, de forma que este seja incluído em todas as atividades lúdicas propostas pela professora. O brincar não deve acontecer de forma rígida e estruturada, mas estimular a espontaneidade e a imaginação. 
Sendo assim, constatamos que, no caso de crianças com NEE a audiodescrição pode auxiliar de forma positiva na superação de barreiras e inclusão no âmbito escolar, pois se mostra muito eficaz na estimulaçãoda atenção e compreensão das brincadeiras. Além disso, ao demonstrar maior compreensão da brincadeira, a criança com NEE passa a sentir mais interesse em participar das atividades lúdicas, podendo ser um incentivo para que esta interaja com os outros colegas de sala. Dessa forma, a audiodescrição também demonstrou ser um recurso que estimula a socialização infantil de alunos com NEE. 
O brincar é uma atividade indispensável como aprendizagem às crianças com NEE, pois estimula a exploração e a construção do conhecimento. É na infância que as crianças, por meio das brincadeiras, satisfazem grande parte de seus desejos e interesses particulares (GARCIA; MARQUES, 1990). 
17
7 METODOLOGIA
O brincar se estende aos vários campos da atividade humana, inclusive na educação. As brincadeiras são atividades naturais da criança que se constituem em um espaço que envolve o aprendizado e o desenvolvimento infantil. Deste modo, é importante que as brincadeiras sejam ofertadas de acordo com a idade e o estágio da criança (ALVES; SOMMERHALDER, 2006). 
As brincadeiras devem aguçar a curiosidade dos alunos, e cabe ao professor orientá-los na descoberta das possibilidades oferecidas pelo brincar, respeitando o momento de aprendizagem e individualidade de cada criança (CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2004), pensando e questionando sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator estimulante e o brincar como um facilitador para a aprendizagem (ROCHA, 2000). 
A audiodescrição (AD) consiste em uma atividade de mediação linguística, uma modalidade de tradução intersemiótica, em que o visual é traduzido para o verbal. Configura-se em um recurso de acessibilidade, que favorece positivamente o entendimento de pessoas com deficiência visual, idosos, disléxicos e também, deficientes intelectuais (MOTTA, 2010).
No Brasil, a primeira peça comercial a contar com o recurso de audiodescrição foi “O Andaime”, no Teatro Vivo, em março 2007. O teatro dispõe de aparelhos de tradução simultânea e a audiodescrição é feita pelos voluntários do Instituto Vivo, que participam de curso de formação de audiodescritores. 
O Teatro Vivo foi e continua sendo o primeiro e único teatro brasileiro com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual (audiodescrição, programas em Braille e ampliados), pessoas com deficiência física, pessoas obesas e, mais recentemente, para pessoas com deficiência auditiva e surdos (introdução dos espetáculos em LIBRAS e legendas), com apresentações com acessibilidade todos os domingos. 
No Brasil, o primeiro filme, no circuito comercial, com audiodescrição foi “Irmãos de Fé”, do Padre Marcelo, lançado em 2005. 
A audiodescrição possibilitará trabalhar uma atividade de música, uma contação de história, o que permitirá a criança aprender expressões e vocábulos novos identificando-os com os símbolos do dia-a-dia.
Pretende-se que com o desenvolvimento desta nova metodologia assistiva, inserida no contexto da sala de aula, que a criança possa adquirir conhecimentos em diversas áreas de conhecimento, como matemática, ciências, linguagem oral e escrita, etc. 
 A diversidade de recursos é fundamental para que as crianças tenham a oportunidade de liberar energias, desenvolver a criatividade e a sociabilidade. O brincar favorecendo a criatividade, a espontaneidade, a imaginação e a aprendizagem das crianças com NEE, enfim, de todas as crianças incluídas nesse processo.
A escola realizando a sua função social no desenvolvimento humano, formando cidadãos críticos, sabedores de seus direitos e suas obrigações, fazendo com que a diversidade existente no mundo seja conhecida e respeitada por todos.
19
8 CRONOGRAMA
O cronograma do Projeto de Ensino será desenvolvido conforme o cronograma abaixo:
- Atividades previstas para o desenvolvimento do projeto em período determinado;
- Estudo do Referencial Teórico por todos os envolvidos no projeto;
- Compra de materiais para desenvolvimento do projeto;
- Apresentação do projeto para o coletivo da escola;
- Apresentação do projeto para os responsáveis dos alunos;
- Estudo do tema nas reuniões pedagógicas e outros espaços de formação da escola;
 - Desenvolvimento do projeto nas turmas de educação infantil;
	- Registro do relatório final com a avalição de como se deu o projeto e apresentação para todos os envolvidos.
 
20
9 RECURSOS 
Para realização do projeto serão utilizados os seguintes recursos:
Participação dos professores regentes da educação infantil, de educação física e de artes.
Serão utilizados os seguintes recursos: 
- Livros de literatura infantil; 
- Retroprojetor; 
- Microfone; 
- Caixa de som; f
- Fantoches; 
- Impressora; 
- Artigos de papelaria; 
- Livros para fundamentação teórica.
10 AVALIAÇÃO
 A avaliação se dará por meio de observação e posteriormente por registros, relatórios das atividades propostas e desenvolvimento dos alunos dessas atividades.
 A avaliação propiciará também o levantamento por parte dos profissionais envolvidos das propostas que conseguiram ser desenvolvidas e aquelas que necessitam serem alteradas ou aprimoradas.
A avaliação levará em conta também as observações dos pais dos alunos envolvidos, mudança nos hábitos, no desenvolvimento da criança e até mesmo no interesse da criança e de que forma a criança comentou em casa das atividades desenvolvidas na escola. 
A avaliação permitirá pensar juntos, escola e família, nos métodos que favoreçam a aprendizagem, a inclusão, enfim, o desenvolvimento integral dos alunos com necessidades educacionais especiais e os sem necessidades educacionais especiais.
A avalição será contínua e deverá impulsionar novas maneiras no desenvolvimento das atividades escolares.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente projeto possibilitou uma reflexão do tema inclusão. Incluir não significa apenas matricular as crianças com deficiência na escola. A inclusão deve levar os profissionais da educação a uma busca constante e incansável de estratégias para inclusão de fato, fazendo com que se torne significativo o acesso e a permanência dessas crianças.
Incluir as crianças com necessidades educacionais especiais, perpassa também por acolher suas famílias, deixar claro os objetivos da escola, despertar nelas o sentimento de confiança no trabalho que será desenvolvido pela escola, trabalhar juntos, escola e família, em prol do desenvolvimento integral dessas crianças.
Faz-se necessário também, formular e executar políticas públicas inclusivas que envolvam o apoio das famílias e dos profissionais envolvidos no processo educacional desde a sua formação inicial.
O presente projeto possibilitou ainda, a reflexão sobre o brincar na educação infantil como importante recurso na inclusão dessas crianças, de forma prazerosa, encurtando as barreiras impostas e propiciando que todas as crianças possam realizar aprendizagens significativas num mesmo espaço e com seus pares.
Incluir significa enxergar o mundo com suas diferenças e buscar recursos para encurtar as distancias que dificultam nossa convivência. Não somos iguais, cada um com suas dificuldades, com seu potencial, trabalhando em prol de uma sociedade mais justa, solidária, capaz de enxergar no outro sempre um sujeito com potencial a ser desenvolvido, enxergar o que há de melhor no ser humano.
24
REFERÊNCIAS
ALVES, F.D.; SOMMERHALDER, A. O brincar: linguagem da infância, língua infantil. Revista Motriz, Rio Claro, v.12, n. 2, p. 125-132, 2006. 
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