Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CASO CLÍNICO Ana Beatriz Foleto Brait Bruna Alvim Reis Isabela de Jesus Fernandes Clínica Médica 1 # MCM, 57 anos # DIH: 01/02/2022 # QP: Aumento do volume abdominal + perda de peso # HPMA: paciente encaminhada da UPA via cross devido esplenomegalia a/e. Refere perda ponderal de 20 kg (75 kg >> 55 kg), em 4 a 6 meses, associada a linfonodomegalia cervical à esquerda, indolor, com aumento do diâmetro há 1 ano e aumento de massa abdominal. Paciente nega febre, exteriorização de sangramento, hemoptise, astenia e hiporexia. Refere contato com água de rio há 12 anos. CASO CLÍNICO # ANTECEDENTES PATOLÓGICOS: DPOC presumido. Nega uso de medicações contínuas. Tabagista há 45 anos (45 anos/maço). Ex-etilista (cessou há 25 anos). Nega alergias. Amputação de 3 quirodáctilo esquerdo. Epidemiologia positiva para leishmaniose há 12 anos. CASO CLÍNICO # AO EXAME FISICO - BEG, hipocorada +1/+4, desidratada 1+/+4, acianótica, anictérica e afebril. - NEURO: glasgow 15, PIRF, sem sinais focais ou meníngeos. - CABEÇA E PESCOÇO: linfonodomegalia cervical à esquerda de 1 polpa, fibroelástico, aderido e indolor | 0,5 polpa, fibroelástico, móvel e indolor | linfonodomegalia submentoniana 0,5 polpa, fibroelástico, móvel e indolor. - ACV: BRNF 2T sem sopros, pulsos radiais simétricos, filiformes, tec <3s. - AR: MV+ sem RA, eupneica em AA, sem desconforto respiratório - ABD: RHA +, normotimpânico, distendido, dor difusa à palpação superficial, DB negativo, esplenomegalia de grande monta (ultrapassando cicatriz umbilical) - MMII: sem edemas, panturrilhas livres, tec <3s CASO CLÍNICO LISTA DE PROBLEMAS EMAGRECIMENTO LINFONODOMEGALIA 01 02 03 ESPLENOMEGALIA DE GRANDE MONTA CONDUTA ? Exames laboratoriais complementares TC abdome com contraste Iniciado Anfotericina B Internação aos cuidados da clínica médica Investigação de Síndrome De lise tumoral EXAMES COMPLEMENTARES 01/02/22 Anemia normo/normo Plaquetopenia Bicitopenia Sem alterações Levemente aumentada Discreta linfocitose Hemograma HB: 8,8 || HT: 27,8 || || VCM: 95,9 || HCM: 30,3 || RDW: 16,4 Provas inflamatórias PCR: 3,2 Eletrólitos NA: 133 || K: 4,9 LEUCO 6500 (2% BAST || 18% SEG) || LINFO 75% (4875) || PLAQ: 70000 (SEM AGREGADOS) Função renal Cr 0,6 || UR 20 Função hepática TGO 36 || TGP 9 AMILASE 52 EXAMES COMPLEMENTARES Cinética do Ferro Vitamina B12: 286 (VR 210 – 980 pg/ml) N Sorologias HBsAg NR || ANTI-HBs NR Ácido fólico> 7,24 (VR > 5,38 ng/ml) N Ferro sérico: 58 (VR 37-145 ug/ml) N Ferritina: 45 (VR 10-291 ng/ml) N Transferrina: 261 (VR 250-380 mg/ml) N DHL: 369 ( VR 313 – 618 U/L) N IST: 17% (VR 20-50%) N Reticulócitos: 1,4 % (VR 0,5 – 2,5%) N Exame parasitológico de fezes Em andamento ANTIHBC TOTAL – Não reagente Leishmania IGG e IGM: em andamento HIV em andamento Outros Ácido úrico: 4,7 VDRL – Não reagente CULTURAS 02/02/22 HMC 02/02: EM ANDAMENTO HMCAN 02/02: STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS MEMBRO SUPERIOR ESQUERDO URC 02/02: SUGESTIVA DE CONTAMINAÇÃO EXAMES COMPLEMENTARES 02/02/22 TC ABDOME TC TÓRAX Baço homogêneo e dimensão aumentada (eixo longitudinal: 25 cm) Adenomegalia retropenitoneal Não há sinais de liquido livre na cavidade Adenomegalia em região inguinal bilateral Adenomegalia nas regiões axilares e cervicais. Adenomegalia mediastinal (linfonodos medindo até 2 cm). USG PARTES MOLES REGIÃO CERVICAL ESQUERDA Múltiplos linfonodos ao longo das cadeias cervicais linfonodais (bilateral), em sua maioria de contornos bem definidos e de anatomia usual, de aspecto confluente, porém, há outros notadamente em cadeias cervivais Ib e IIa que apresentam dimensões aumentadas, medindo até 1,2 cm em seus menores eixos, associados a perda de diferencial cortico-hilar, sugerindo possível degeneração EXAMES COMPLEMENTARES 02/02/22 DIAGNÓSTICOS SINDRÔMICOS Síndrome anêmica / hipercinética Síndrome de esplenomegalia Síndrome consumptiva HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS Leishmaniose Visceral ? Esquistossomose ? Neoplasia a/e ? Linfoma? EVOLUÇÃO Plaquetas 70.000 48.000 Creatinina 0,6 0,9 Hemoglobina 8,8 6,9 Leucócitos 6500 5800 CONDUTAS Prescrito 1 CH devido Hb 6,9 Aguardando teste rápido de HIV, sorologias Leishmaniose e EPF Aguardando biópsia de linfonodos cervicais Manutenção de Anfotericina B até completar 14 dias Mantendo nefroproteção Aguardando Mielograma EVOLUÇÃO MIELOGRAMA: Material de medula óssea com hiperplasia linfóide, o que pode corresponder a invasão da mesma por linfoma. Há necessidade de imunofenotipagem para diagnóstico de certeza. Sorologia para Leishmania IgG e IgM não reagente Teste rápido para HIV Não reagente EPF NEGATIVO PARA PROTOZOÁRIOS NEGATIVO PARA HELMINTOS HIPÓTESE DIAGNÓSTICA EVOLUÇÃO Leishmaniose Esquistossomose Linfoma Síndrome da Lise tumoral SÍNDROMES DE HEPATOESPLENOMEGALIA Clínica Médica 18 5 CAUSAS DE VOLUME ABDOMINAL FAT FETO FLATOS FLUÍDOS FEZES 5 F’s + 1 T TUMOR SINAIS DE HIPERESPLENISMO Petéquias Equimoses Anemias Infecções de repetição Síndrome da Hepatoesplenomegalia aguda Síndrome da Hepatoesplenomegalia crônica Febre + volume abdominal + Linfadenopatia periférica Febre* + volume abdominal + Linfadenopatia periférica -+ perda de peso Síndrome mononucleose-like Epstein-Barr vírus Citomegalovírus HIV agudo Chagas Agudo Hepatite B Toxoplasmose Malária Sífilis Febre tifóide Endocardite bacteriana Leucemias agudas No geral: causas infecciosas ! Neoplásica: LMC // LMA // linfoma hodgkin // linfoma não hodgkin // Macroglobulinemia de Waldestrom // Histiocitose // Sarcomas Infecciosas: TB // histoplasmose // Brucelose // abcesso hepático // Leishmaniose visceral // hepatites virais // endocardite // esquistossomose Autoimunes: LES // artrite reumatoide Depósitos: Doença de Gaucher // hemocromatose Tóxicas: drogas // cirrose alcoolica > 3 meses Síndrome da Hepatoesplenomegalia crônica Febre* + volume abdominal + Linfadenopatia periférica + perda de peso Neoplásica: LMC // LMA // LINFOMAS // Macroglobulinemia de Waldestrom // Sarcomas Infecciosas: TB // histoplasmose // Brucelose // abcesso hepático // Leishmaniose visceral // hepatites virais // endocardite // esquistossomose > 3 meses LMA // LMC // linfoma // mielofibrose Talassemia // Policitemia Vera Malária // leishmaniose visceral // esquistossomose CAUSAS DE ESPLENOMEGALIA DE GRANDE MONTA: Para diferenciar.... ESQUISTOSSOMOSE Esquistossomose (Platelminto) Schistossoma mansoni HI: Caramujo HD: Homem Fase Aguda Fase Crônica Laboratório Diagnóstico Sorologia (fase aguda) EPF Eosinoflia Anemia Alterações no hepatograma Piora da função renal Praziquantel 50-60 mg/kg/dose VO 8-12h por 3-6 dias >> repetir após 1 mês Prurido >> Síndrome de Katayama Eosinofilia Linfadenopatia Hepatoesplenom. Febre Cefaleia Anorexia Dor abomminal Diarreia sanguinolenta, polipose colônica, infecção recorrente por salmonella, hipertensão porta intra-hepática pré sinusoidal , cirrose, entre outros LEISHMANIOSE VISCERAL Leishmaniose visceral Leishmania chagasi Vetor: mosquito palha Reservatório: cães, gatos, marsupiais Formas clínicas Resp Th2 Diagnóstico Inmunofluorescencia indireta (RIFI) Testes rápidos imunocromatográficos Ensaio imunoenzimático (ELISA) Biopsia MO Antimoniato de N-metil glucamina Desoxicolato de anfotericina B Anfotericina B lipossomal Aguda Crônica NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS Neoplasias Hematológicas Linfoides Maduras: - Linfomas -Mieloma Múltiplo Agudas -Leucemia Linfoide Agudo Mieloides Crônicas: -Sd. Mielodisplásica -Neo Mieloproliferativas Agudas: -Leucemia Mieloide Aguda NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS CLÍNICA NEOPLASIAS HEMATOLÓGICASLinfonodomegalia Hepatomegalia Sintomas B Sintomas compressivos DIAGNÓSTICO NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS Biópsia Punção por agulha grossa Imunohistoquímica CLASSIFICAÇÃO Linfoma de Hodgkin Linfoma não Hodgkin Linfoma de Hodgkin Bimodal e menos prevalente Células de reed-Sternberg Marcadores: CD15 e CD30 Linfoma de Hodgkin ESTADIAMENTO PET CT TC de corpo todo Biópsia de Medula óssea Linfoma não Hodgkin Etiologia: vírus, inflamação, imunossupressão Mais de 70 subtipos (local do erro) Burkitt, Difuso de grandes células B, MALT, folicular ESTADIAMENTO TRATAMENTO Radioterapia Quimioterapia: Age no ciclo cellular Rituximabe MALT: Claritromicina + Amoxicilina + Pantoprazol Protése mamária: retirada da prótese OBRIGADA ! REFERÊNCIAS BISELLI, Paolo José; ATTA, José Antonio. Diagnóstico sindrômico. Revista de Medicina, v. 84, n. 3-4, p. 95-101, 2005. MARCONDES, Mary; ROSSI, Claudio Nazaretian. Leishmaniose visceral no Brasil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 50, n. 5, p. 341-352, 2013.
Compartilhar