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ADENOMEGALIA - Tratado de medicina, cécil Adenomegalia significa aumento do volume do linfonodo. Na maioria das vezes significa resposta normal a um estímulo imunológico porque permite a filtragem do fluido linfático e neutralização de microrganismos e proteínas anormais. Causas: · Infecções bacterianas: estreptococcias, estafilococcias, sífilis, doença da arranhadura do gato · Infecções por micobacteriana: tuberculose, hanseníase · Infecções virais: rubéola, mononucleose, vírus Epstein-Barr, citomegalovírus, hepatite, HIV · Neoplasia própria do linfonodo: doença de Hodgkin · Invasão por metástase neoplásica: carcinoma de mama, pulmão, melanoma, câncer de cabeça e pescoço, tumores malignos gastrointestinais, tumores de células germinativas, sarcoma de Kaposi · Invasão por fungos: blastomicose, cromomicose · Invasão por parasitas: estrongiloidíase, toxoplasmose, tripanossomíase, filariose · Distúrbios benignos do sistema imune: artrite reumatoide, lúpus sistêmicos, doença do soro, reações a fármacos doença de Castleman · Distúrbios malignos do sistema imune: leucemia mieloide e linfoide aguda e crônica, linfoma não Hodgkin, doença de Hodgkin, linfoma de células T angioimunoblástico · Endocrinopatias (p. ex., hipertireoidismo, insuficiência adrenal, tireoidite) · Diversas (p. ex., sarcoidose, amiloidose, linfadenite dermatopática; doença relacionada com a IgG4) · Perigosos: linfonodos occipitais, fossa poplítea, fossa supra labvicais e Epitroclear A linfadenopatia cervical é uma manifestação da tuberculose. A linfadenopatia disseminada pode ser vista em casos de infecção por uma variedade de organismos, como Toxoplasma, vírus Epstein-Barr (i. e., mononucleose infecciosa), citomegalovírus e vírus da imunodeficiência humana (HIV). As neoplasias de todos os sistemas do organismo podem causar metástase nos linfonodos e linfadenopatia, que normalmente é vista na área de drenagem do tumor primário, por exemplo, nos linfonodos axilares em pacientes com câncer de mama, linfonodos broncopulmonares e mediastinais em pacientes com câncer de pulmão e linfonodos cervicais em pacientes com cânceres de cabeça e pescoço. Adenopatias superficiais: Inguinal, axilar, cervical e supraclavicular AGUDA-> Infecção viral ou bacteriana CRÔNICA-> Neoplasia ou inflamação granulomatosa (Tb, infecção fúngica, sarcoidose) Fatores a considerar no diagnóstico de linfadenopatia - Idade do paciente - Sintomas sistêmicos associados (perda de peso, fadiga, febre, sudorese noturna- sintomas comumente encontrados em neoplasias do sistema linfoide) - História de infecção, trauma, medicamentos, neoplasias prévias - Dados epidemiológicos (contatos) - Localização: cervical, supraclavicular, epitrocleares, axilar (intratorácica hilar versus mediastinais), intra-abdominal (retroperitoneal mesentérica versus outro), inguinais, femorais, ilíacas - Localizada versus disseminada - Presença de dor ou inflamação - Tamanho - Consistência Em geral, os linfonodos dolorosos têm mais probabilidade de serem devidos a processos infecciosos, enquanto a adenopatia indolor aumenta a preocupação por malignidade. A consistência: normalmente, os linfonodos acometidos por carcinoma metastático têm consistência pétrea; os linfonodos acometidos por linfoma são firmes e elásticos, e os linfonodos aumentados em resposta a um processo infeccioso são macios. Linfonodos maiores que 3 a 4 cm de diâmetro em um adulto são bastante preocupantes. Métodos de avaliação do linfonodo · Exame físico · Imagem - Radiografia torácica - Ultrassonografia - Tomografia computadorizada - Ressonância magnética - Tomografia por emissão de pósitrons · Amostragem - Aspiração por agulhas - Biópsia por agulha tipo core - Biópsia excisional massas cervicais Diagnóstico diferencial com adenomegalia cisto do ducto tireoglosso · Restos embrionários relacionados à glândula tireóide · Apresentam-se na linha média do pescoço · Podem sofrer distensão e esvaziamento · Com ou sem inflamação · Móveis com a deglutição · Tratado por cirurgia cisto fermóide · Apresentam-se na linha média do pescoço · Crescimento lento · Indolores · Podem apresentar inflamação · Tratado por cirurgia cisto branquial · Arredondados, lisos elásticos · Situado na região lateral do pescoço · Podem aumentar de tamanho durante infecção de garganta · Podem ser acompanhado de dor e ruptura da pele causando fístula · Tratado cirurgicamente Conceito: - Aumento (alargamento) dos gânglios linfáticos superficiais/profundos (> 1 cm) - Aumento do volume ganglionar -> resposta inflamatória e hiperplasia do tec. Linfóide: infeccioso, auto-imune, alergico, neoplásico -> proliferação dos linfócitos, migração e infiltração Localizada: Aumento de linfonodos em cadeias contíguas Generalizada: mais de 2 cadeias linfonodais não -contíguas. Acontece por infecção sistêmica, doenças auto-imunes. Doença de depósito, reação a drogas, neoplasia Para investigar: queixa principal, achados do exame físico, curso benigno e doenças comuns na infância. Processos reativos localizados e antigos. Sinal precoce de doenças malignas ou graves. Prevalência e localização várias com a faixa etária. Crianças nos primeiros anos de vida Reatividade aumenta dos tecidos linfoides Resistência específicas menor Experimentar doenças (infecciosas) Aumento da idade: mecanismos de resistências mais específicos. Reatividade ganglionar tende a ser localizada. cadeias ganglionares cervicais Até 12 anos de idade 3,0-5,0 mm de diâmetro: · Occipital · Auricular · Submandibular · Axilar · Epitroclear 1,0 cm de diâmetro: · Cervical · Inguinal Quantidade de tecido linfóide: · 500 linfonodos · 1-2 cm, móveis, indolores, consistência firme e elástica · Neonatal- nenhum gânglio deve ser palpável · Período pré-puberal- massa tem duas vezes mais que o adulto · Período involuntário Crescimento do tecido linfoide no organismo, altera conforme a idade. adenoíde e amígdalas - Maior tamanho entre 2-4 anos - Involução 6-8 anos linfonodos tgi - Importante até os 2 anos - Desaparecem aos 5-6 anos sombra do timo - Visível ao raio x de tórax nos primeiros meses de vida - Imagem pode persistir até 3 anos - Vela de barco. Massa tímica (depois dos 6 anos não é normal) palpação do baço · Ponta de baço sem associação com doenças -14% RN E 7% até 10 anos de idade · 40% dos casos são doença graves Mecanismo de aumento ganglionar: 1)Acometimento primário do gânglio 2) Hiperplasia ganglionar reacional CABEÇA E PESCOÇO ⇒ INGUINAIS ⇒ AXILARES ⇒ SUPRACLAVICULARES ⇒ EPITROCLEARES E POPLÍTEOS ABORDAGEM CLÍNICA: anamnese, exame físico e epidemiologia ANAMNESE · Idade · Tempo de evolução · Manifestações clínicas associadas · Vacinação (BCG ID) · Antibioticoterapia prévia EXAME FÍSICO · Localização · Volume · Consistência · Coalescência · Mobilidade · Sinais inflamatórios · SINAIS ASSOCIADOS: · Estado geral · Febre · Perda de peso · Rash cutâneo · Esplenomegalia · Hepatomegalia · Palidez · Petéquias · Equimoses · Infecções recorrentes · Artralgias/artrites · Sinais de picadas ou arranhaduras EPIDEMIOLOGIa · Exposição prévia: Tuberculose ou Toxoplasmose · História de doenças na infância · Arranhadura de gato · Ingestão de leite não pasteurizado · Condições de moradia · Mudança de residência · Viagens para zonas endêmicas · Contato sexual / uso de drogas EXAMES COMPLEMENTARES · Hemograma · VHS/ DHL · Bioquímicos · Raios X de tórax · Mantoux · Sorologias específicas (EBV, CMV,Toxo) · Mielograma · Ultrassonografia · Cultura do material: - Linfadenite aguda com flutuação: - 25% casos não há crescimento bacteriano - 25% casos estreptococo hemolítico - 25% casos estafilococo · Análise de líquido ascítico e/ou pleural · Punção por agulha fina x biópsia · Tomografia computadorizada · RNM Diagnóstico Etiológico Problema: às vezes, difícil solução. Antes de iniciar investigação: · Doenças comuns, curso benigno · Persiste durante longo período · Localizada / doenças limitadas à área de drenagem · Doenças virais: isolamento laboratorial é difícil / caro · Aspectossemiológicos · Dados epidemiológicos / alt. da história natural · Faixa etária, duração da adenopatia, caract. Gânglio · Sintomatologia associada: febre, perda de peso, fadiga, palidez, fenômenos hemorrágicos, “rash” cutâneo, artralgia,artrite, hepato ou esplenomegalia, estado nutricional · Contato doença infecto-contagiosa · Contato com animais · Seguimento de 4 a 6 semanas Causas de adenomegalia · Bacterianas: Estreptococcias Estafilococcias Tuberculose Micobactéria atípica Listeriose Sífilis Brucelose Febre tifóide Difteria Anaeróbios Lesão couro cabeludo -> Adenopatia pós auricular Arranhadura do gato -> Adenopatia cervical, axilar HIV -> Adenopatia cervical · Parasitos: Toxoplasmose Larva migrans visceral Calazar Malária Doença de Chagas agudo Esquistossomose aguda · Virais: IVAS Rubéola Sarampo Varicela Hepatite Adenovirose Mononucleose infecciosa CMV Reação a vírus vacinais Adenopatia cervical: · Fungos: Blastomicose Sul-americana Histoplasmose Candidíase generalizada · Colagenoses: Lupus eritematoso sistêmico Artrite reumatóide · Outros: Doença de Kawasaki Hipertireoidismo Doença de Addison Lipidoses Drogas: hidantoína Adenopatia inguinal - Raro em criança Neoplasias Ausência de resposta a antibióticos Linfonodos com localização, tamanho ou consistência preocupantes História e exame físico compatível com doença sistêmica crônica · Tumorais: Leucemias (A C Camargo: 27,8%) Linfoma de Hodgkin Linfoma não Hodgkin Neuroblastoma metastático Rabdomiossarcoma metastático Histiocitose Carcinoma de tireóide - Linfoma não Hodgkin QUANDO INDICAR BIÓPSIA? · Indicação criteriosa · Local da adenomegalia: - Nunca em área de drenagem - Gânglio mais representativo - Cápsula ganglionar - Fixação · Sem causa identificada (após pesquisa clínica e laboratorial) INDICAÇÕES CLÁSSICAS · Região supraclavicular · Linfonodo grande, endurecido, fixo à pele ou tecidos profundos, crescimento rápido · Persistência > 4 semanas e/ou aumento do gânglio durante o período de observação · Febre ou perda de peso associados Adenopatias superficiais de localização menos comum, quando persistentes ou de aumento progressivo (axilar, epitroclear, pré-auricular) ADULTO CAUSAS DA LINFADENOPATIA Infecção: bacteriana, micobacteriana, fúngica, clamídia, parasitária, viral Distúrbios benignos do sistema imune: lúpus,reação à droga ( fenitoína), síndrome de Kawasadki Distúrbios malignos do sistema imune: Leucemia linfóide e mieloide aguda e crônica, mieloma múltiplo com amiloidose, LNH, doença de Hodgkin... Outras malignidades: carcinoma de mama, carcinoma de pulmão, sarcoma de Kaposi, melanoma Doenças de depósito: Doença de Gaucher, doença de Niemann-Pick Endocrinopatias: hipertireoidismo, tireoidite, insuficiência de supra-renal Variadas: sarcoidose, amiloidose FATORES A CONSIDERAR NO DIAGNÓSTICO DA LINFADENOPATIA Sintomas sistêmicos associados Idade do paciente História clínica de infecção, trauma, viagem, medicamentos, malignidade prévia Local: inguinal, intratorácico (broncopulmonar x mediastinal), ilíaco, inguinal, femural, intra-abdominal (retroperitoneal x mesentérico), cervical, supraclavicular, epitroclear, axilar Localizado x disseminado Hipersensibilidade/inflamação Tamanho Consistência Avaliação do linfonodo: Exame físico Hemograma Diagnóstico por imagem: Rx de tórax Linfografia Ultra-sonografia TC RNM Mapeamento com Gálio PET AMOSTRAGEM: Aspiração por agulha Biópsia excisional
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