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BIOSSEGURANÇA - DOENÇAS DE SUÍNOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Curso de Medicina Veterinária
HELENA LUJAN 
BIOSSEGURANÇA 
 Projeto de biossegurança para granja de suínos 
UBERLÂNDIA
2021
1. INTRODUÇÃO 
Biossegurança pode ser definida como o conjunto de medidas adotadas em prol da sanidade, visando o controle da entrada de agentes infecciosos nos sistemas produtivos, bem como o controle da disseminação de agentes já presentes na granja. (artigo 2)
A intensificação vista na atividade suinícola no decorrer dos últimos anos, traz novos desafios para a atividade, visto que a maior densidade de animais nos sistemas produtivos, aumenta a pressão de infecção nesses ambientes, criando condições ideias para multiplicação e disseminação de agentes patogênicos (Artigo1). Nesse ponto entra a importância de um protocolo adequado de biossegurança, visto que doenças no plantel acarretam prejuízo, seja por onerar o processo produtivo devido ao emprego de fármacos no controle de surtos de doenças, seja por prejuízos nos índices de produção dos animais (artigo 2)
A elaboração dos protocolos de biossegurança deve ocorrer de forma individual, visto que cada estabelecimento produtivo, seja ele de ciclo completo, seja a produção ocorrendo em unidades segregadas, terá particularidades que devem ser consideradas para que haja sucesso na implementação do projeto. Ao considerar os protocolos de biossegurança de um sistema produtivo, é importante considerar a localização do estabelecimento, o dimensionamento das instalações, manejos, nutrição, genética dos animais, entre outros aspectos (artigo 3). 
O papel de destaque do Brasil na produção mundial de carne suína, aliada a crescente exigência em relação ao bem estar animal, uso racional de antimicrobianos, qualidade do produto ofertado, torna imprescindível que os estabelecimentos atendam condições adequadas de sanidade e boas práticas de produção, para o sucesso de um sistema intensivo de produção de suínos (artigo 1)
2. DIMENSIONAMENTO DA PIRÂMIDE DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS 
	A estrutura do sistema de produção de suínos é piramidal e pode ser divida em três estratos, sendo eles do topo à base, Núcleo, Multiplicador e Comercial. No estrato comercial ocorre a seleção genética dos animais, apresentando nesse ponto da produção um alto índice de seleção, mas um número reduzido de animais. No estrato multiplicador a genética recebida do núcleo é multiplicada, sendo que nesse momento o número de animais e o índice de seleção se encontram em valores intermediários quando comparado às duas outras fases. No comercial, as matrizes recebidas das multiplicadoras irão produzir os animais para o abate, tendo o maior número de animais, quando comparado aos outros níveis da pirâmide. (Robson) 
	O dimensionamento do sistema de produção deve ser baseado no número de animais que se pretende abater por ano e por dia, a produção de terminados por matriz, as perdas ao longo do processo produtivo, os índices de seleção e as taxas de reposição aplicadas em cada nível produtivo da pirâmide (Robson). 
	Para dimensionamento do estrato comercial deve se considerar o número de animais abatidos anualmente na produção de terminados por matriz alojada por ano. Considerando que em média cada matriz alojada produz 22 suínos terminados por ano, para se abater 1.000.000 de suínos anualmente, deverá se ter 45.455 matrizes alojadas nas granjas comerciais. (Robson) 
	No estrato multiplicador as aves alojadas apresentam menores índices reprodutivos devido ao processo de seleção, apresentando uma defasagem em torno de 7 a 10% quando comparado ao animal do estrato comercial. Nesse caso uma avó na granja multiplicadora produziria em torno de 20 terminados por ave alojada anualmente, O dimensionamento do estrato multiplicador deve considerar também os índices de seleção aplicados no sistema e a taxa de reposição do estrato comercial, sendo que caso fosse utilizado um índice de seleção de 70% (7 a cada 10 animais são selecionados) e uma taxa de reposição de 40%, seria necessário 2598 avós na multiplicadora para abastecer o estrato comercial (Robson) 
	No estrato núcleo, onde a seleção genética ocorre, estarão alojadas as bisavós. Para estabelecer o número de animais alojados nesse nível, é preciso conhecer a taxa de reposição pretendida para o estrato multiplicador e a taxa de reposição da própria granja núcleo. Sendo assim, ao assumir um índice de seleção de 70%, uma taxa de reposição de 50% para o estrato multiplicador e uma taxa de auto reposição de 70% seriam necessárias 316 bisavós alojadas para a produção de 2598 avós e renovação anual de 70% do plantel de bisavós. A taxa de reposição ideal a ser praticada no estrato núcleo gira em torno de 70 a 100% e os valores são tão altos pois objetiva se diminuir o intervalo de gerações e aumentar o ganho genético, sendo que o dimensionamento dessa não deve considerar apenas as taxas de reposição, mas também a adoção de índices de seleção adequados para que haja progresso genético (Robson).
3. DIMENSIONAMENTO DA GRANJA 
	O dimensionamento de uma granja de suínos deve ser feito de forma específica para cada propriedade produtor, de acordo com o sistema produtivo adotado (integrado ou independente). Inicialmente deve se considerar quantos animais serão entregues semanalmente e a produção anual das matrizes da propriedade (embrapa)
	Foi adotado como exemplo o dimensionamento de uma granja com capacidade para alojamento de 1000 matrizes, com média de 2,4 porcas por ano, uma média de 12 nascidos vivos por parto, com idade do desmame de 21 dias e intervalo entre lotes de 7 dias. As fórmulas utilizadas no dimensionamento foram extraídas do livro “O ensino da produção industrial de suínos - uma visão crítica" e os valores adotados são os índices produtivos médios encontrados na produção suinícola nacional 
3.1 Parâmetros considerados
A granja será dimensionada para um número total de 1000 matrizes 
O número de lotes na granja será dado pela seguinte fórmula 
NL = tempo de gestação + lactação + intervalo desmame cio (IDC) = 20
intervalo entre lotes
O tempo de gestação considerado foi 114 dias, o período de lactação 21 dias e o IDC 5 dias, totalizando 140 dias. O intervalo entre lotes foi definido como 7 dias. A granja terá 20 lotes 
Número de fêmeas por lote é definido pela fórmula a seguir 
NFL = número de fêmeas no plantel = 50 fêmeas
número de lotes
Idade do desmame: 21 dias. 
Intervalo entre lotes: 7 dias. 
Taxa de reposição 38% ao ano: aquisição de 32 leitoas por mês, recebendo 8 animais a cada 7 dias. 
Idade dos leitões na saída da creche: 63 dias. 
Intervalo desmame cio: 5 dias.
Duração da gestação: 114 dias. 
Intervalo entre parto: 140 dias (20 semanas). 
Idade de venda dos animais: 175 dias (21 dias de maternidade + 42 dias de creche + 112 dias de crescimento-terminação). 
3.2 - Instalações necessárias
Gestação
Para as fêmeas em gestação, o número de celas de gestação, será calculado com base na fórmula:
NCG = n° total de matrizes x p/p/a x tempo de ocupação = 75,13 
52 x número de fêmeas por cela
O total de matrizes no rebanho é de 1000 animais, o número de partos/porca/ano é de 2,4 e o tempo de ocupação será de 114 dias ou 16,28 semanas e 10 animais alojados por cela. A granja deverá possuir 76 celas de gestação, destinadas a alojar 10 animais por baía. Cada cela de gestação deverá ter 20 metros quadrados, alojando 10 animais por baia e sendo destinado 2 metro quadrado por matriz gestante alojada, para as baias destinadas a marrãs gestantes é necessário 15 metros quadrados, alojando se 10 animais por baia 
Para calcular o número de gaiolas destinadas ao manejo reprodutivo considera se o número de animais e o número de partos/porca/ano, para saber quantas coberturas ocorrerão por ano na granja, no caso estamos trabalhando com 2400 partos/ano ou 46,15 partos/semana. Sendo a taxa de parição de 90%, ou seja, a cada 100 animais cobertos, 90 irão parir, deverão ocorrer 52 coberturas semanalmente, para que a taxa de parto seja atingida. Considerando quea área deve ser dimensionada para um período de duas semanas, serão necessárias 104 gaiolas destinadas a IDC e inseminação da fêmea. 
A área destinada aos animais de reposição deverá considerar a taxa de reposição da granja. Ao se trabalhar com uma taxa de reposição de 38% ao ano, significa que em um rebanho de 1000 animais, 380 deverão ser substituídos ao longo do ano. A leitoa é recebida na granja com 150 dias de idade e sua inseminação irá ocorrer aos 240 dias de idade, permanecendo na área destinada à reposição durante 90 dias. Se a chegada de leitoas na granja ocorrer toda semana, o sistema deve receber 7,30 (arredondar para oito) animais por semana. Os animais permanecem 90 dias na instalação, além de 7 dias destinados à limpeza e vazio sanitário, totalizando 97 dias de ocupação. Sendo assim, serão necessárias 14 baias destinada ao alojamento dos animais de reposição, além de uma baía extra destinada a enfermaria, para alojar animais doentes, totalizando 15 baias. As baias deverão possuir 11 metros quadrados, considerando que o espaço destinado a cada marrã é de 1,3 metros quadrados e que serão alojadas 8 fêmeas por baía. 
Maternidade 
O número de salas da maternidade será dado pela fórmula 
NSM = pré parto + Lactação + vazio sanitário = 5 
intervalo entre lotes 
O período pré parto compreende o alojamento da matriz na maternidade, nesse caso o processo ocorre 7 dias antes da data prevista para o parto. O período de lactação foi considerado 21 dias, visto que desmame em idades inferiores a 21 dias, traz prejuízo no número de nascidos vivos da leitegada posterior. O vazio sanitário foi estabelecido para 7 dias e o intervalo entre lotes (intervalo compreendido entre dois desmames) foi de sete dias 
Sendo assim, para esse caso em questão, serão necessários 5 salas de maternidade, sendo que as salas serão ocupadas da seguinte forma: uma sala destinada a matrizes no pré parto, uma sala destinada a animais com 1 semana de idade, uma sala destinada a animais com 2 semanas de idade, uma sala destinada a animais de terceira semana de idade e uma sala que permanece em vazio sanitário por sete dias (após o desmame do lote que a ocupava) 
Na sala da maternidade haverão celas parideiras e o número de celas é definido pela fórmula
NCP = n° total de matrizes x p/p/a x tempo de ocupação = 231
52
O número total de matrizes no sistema é de 1000 fêmeas, o número de partos/porca/ano foi considerado 2,4 e o tempo de ocupação foi de 5 semanas (deve incluir o período pré parto e o tempo utilizado para vazio sanitário), chegando se ao número de 231 celas parideiras para a maternidade, dividas em 5 salas. O número de celas por sala deveria ser 46,2, mas pensando no sistema produtivo e na existência de mães de leite, foi estabelecido o número de 48 celas por sala. 
Creche
Para calcular o dimensionamento das instalações da creche é preciso conhecer o número de leitões desmamados por ano, que pode ser feito a partir da seguinte fórmula:
NLDA= n° total de matrizes x p/p/a x d/p = 28800
O número total de matrizes da granja é 1000 e o número de partos/porca/ano será de 2,4. O número de desmamados/parto (d/p) foi considerado 12, chegando ao total de 28800 leitões desmamados por ano. 
Para calcular quantas baias são necessárias para a fase de creche o cálculo considerado é 
NCC = NLDA X tempo de ocupação = 77,53
52 x n° de animais/baia
São 28800 leitões desmamados por ano, que permanecem na fase da creche durante 6 semanas, considerando que é necessário 1 semana da sala livre para a realização do vazio, o tempo total de ocupação será de 7 semanas. Em cada baia serão alojados 50 animais, totalizando um total de 78 baias. As baias serão distribuídas em sete salas, sendo 11 baias por sala e uma baía de dimensões menores, em cada sala, destinada a enfermaria, para alojamento de animais debilitados. 
O espaço que deve ser destinado ao leitão na fase de creche, no caso de animais com peso inferior a 35 kg, é de 0,27 metros quadrados por leitão, totalizando nesse sistema, baias de 13,5 metros quadrados. A instalação da creche deve ter dimensões superiores a 1110 metros quadrados, para que seja feito o correto alojamento dos animais. 
Terminação 
No caso das baias destinadas aos animais em fase de terminação, o cálculo para definir o número de baias necessária segue a mesma fórmula para o cálculo das instalações da creche
NCT = NLDA X tempo de ocupação = 376,61 
52 x n° de animais/baia
O número de leitões desmamados por ano foi de 28800 animais, que permanecerão na fase de terminação por 112 dias, ou 16 semanas, além de uma semana adicional destinada à realização do vazio sanitário. Para a fase de alojamento, alojando se 25 animais por baia, são necessárias 378 baias, medindo 25 metros quadrado, sendo destinado 1 metro quadrado por animais
4. BIOSSEGURANÇA 
	No livro da ABCS “Produção de Suínos: teoria e prática” biossegurança é definida como a prevenção da entrada de agentes infecciosos no plantel, agentes esses que são um problema tanto para os suinocultores quanto para os veterinários que atuam na produção. 
	As medidas de biossegurança de uma granja devem abordar as principais vias de entradas de agentes infecciosos e reduzir os fatores de risco aos menores índices possíveis. O projeto deve abordar todos os aspectos da produção, começando pela escolha do local onde a granja, densidade de animais, manejos diários, reposição de animais, esquema de nutrição, trânsito de veículos e pessoas, além do controle de animais (artigo 1)
	
4.1 Localização 
O local escolhido para construção das instalações deve levar em conta a proximidade com outros estabelecimentos de atividade suinícola, não sendo recomendado a instalação de duas granjas com uma distância menor que 500 metros entre elas. (artigo 3) A proximidade com rodovias e outros estabelecimentos aumenta a chance de aparecimentos de doenças no plantel, sendo recomendado que a instalação esteja a pelo menos 100 metros de estradas (artigo 3)
	O relevo e características da região podem ser um ponto de prevenção da transmissão de doenças, sendo que a presença de morros, montanhas e áreas de vegetação podem impedir a disseminação de determinados agentes, cujo a transmissão do patógeno ocorre pelo ar (artigo 12)
	Todo o perímetro da granja deve ser cercado por tela de alambrado a fim de coibir a entrada de animais selvagens e pessoas não autorizadas A cerca deve ter tela com pelo menos 1,5 metros de altura e sua instalação deve ocorrer a no mínimo 20 metros das instalações. Ao redor da granja é necessário constituir um cinturão verde, com o plantio de árvores, para barrar a entrada de patógenos carreados pelo ar. O cinturão verde pode ser constituído por mata nativa ou reflorestamento, deve iniciar a partir da cerca e ter uma largura média de 50 metros (artigo 12)
4.2 Controle do fluxo de pessoas
Ao adentrar na granja, todos os funcionários ou visitantes deverão passar antes do banho. As roupas provenientes da região externa da granja deverão permanecer na área suja (artigo 2) O banho deverá seguir as recomendações, sendo necessário uso de sabonete, bucha, escova para remoção de sujidades localizadas embaixo das unhas e o cabelo também deve ser lavado. Após o banho os funcionários e visitantes deverão se vestir com roupas próprias da granja, que tenham passado pelo correto processo de lavagem e desinfecção. é preciso fornecer sapatos cujo o uso deve ser feito apenas na área limpa das instalações. (artigo 3)
Deve se permitir o número mínimo de visitas ao sistema de produção. Para visitar mais de um estabelecimento suinícola é necessário observar o intervalo de 48 horas entre uma visita e outra. O controle de visitantes deve ser feito em livro de registro, onde informações como nome, data, endereço e objetivo da visita serão registrados (artigo 2). 
	
4.3 Controle do fluxo de veículos 
	Os veículos usados no interior da granja devem ser de uso exclusivo, não devendo ser retirados da propriedade. Os veículos destinados ao transporte de insumos e animaisdevem permanecer no exterior da granja, sendo vedada tanto a entrada do veículo quanto do motorista que o conduz no interior da granja (artigo 12)
	Os veículos utilizados para o transporte de animais e insumos devem passar pelo rodolúvio ao entrar na granja para sua desinfecção, Os animais que entram e saem da granja deverão fazer em local próprio para tal (embarcadouros) que devem estar localizados no limite das instalações, delimitada pela cerca, O caminhão utilizado para transporte dos animais deve ser lavado e desinfetado antes de cada transporte. O transporte de ração é feito em geral em caminhões adaptados a tal atividade, sendo que a entrega da ração deve ocorrer com o veículo localizado no exterior da propriedade. (artigo 12)
 
4.4 Entrada de animais e material genético
	A reposição de animais constitui um ponto crítico para a sanidade, visto que a introdução de um animal doente pode acarretar em um surto, levando a prejuízos na produção. Os animais recebidos devem permanecer agrupados e isolados dos demais em baía própria, devendo se observar nesses, qualquer sinal de alterações que possam indicar patologias. A baía dos novos animais idealmente estaria localizada a 500 metros das instalações onde se encontram os demais animais do plantel e cercada por um cinturão verde (embrapa)
	O material genético utilizado para a reprodução deve ser proveniente de rebanho negativo, onde é realizado o monitoramento de possíveis agentes patogênicos, através da realização de testes sorológicos.(artigo 12) Nos sistemas onde a produção de semen é feito na própria propriedade a entrada do macho constitui um grande risco, devendo este permanecer de quarentena por um período de 30 a 90 dias e ser submetido a testes sorológicos para a pesquisa de agentes infecciosos (embrapa). As instalações destinadas a quarentena devem passar por periódica limpeza e desinfecção, sendo que o ideal seria separar o material utilizado para esses animais do material utilizado no manejo do restante do plantel (artigo 2)
4.5 Vazio sanitário 
	O vazio sanitário consiste no período onde a instalação permanece sem animais (artigo 2) e para a realização deste é necessário que os animais sejam manejados no modelo “all-in-all-out”, onde todos os animais são alojados e deixam a instalação juntos (Robson). Após a saída dos animais a instalação deve passar por uma rigorosa limpeza, na qual se retira toda a matéria orgânica presente no ambiente no intuito de diminuir a carga de agentes patogênicos presentes e possibilitar a ação dos desinfetantes. Posterior ao processo de limpeza deve ocorrer a desinfecção das instalações, na qual, se faz uso de desinfetantes previamente selecionados de acordo com os agentes patogênicos presentes no sistema (artigo 4). A instalação deve permanecer desocupada por um período mínimo de 5 dias após o processo de desinfecção para que ocorra a colonização do ambiente por microorganismos não patogênicos, quebrando o ciclo de transmissão de doenças (artigo 2) 
4.6 Controle do fluxo de materiais 
	Todo o material utilizado na produção de suínos, tais como medicamento e equipamentos, devem passar por prévia desinfecção antes de serem levados ao interior das instalações. O fumigador pode ser o equipamento utilizado para tal e deve estar num local intermediário entre as áreas sujas e limpas da granja. Pode se fazer uso do permanganato de potássio ou do formol no processo de desinfecção. Esse equipamento é destinado à desinfecção de materiais que não podem ser lavados. O desinfetante é vaporizado a partir da utilização de uma fonte de calor e o material deve permanecer no equipamento por no mínimo 20 minutos para que o processo de desinfecção seja eficiente (artigo 1). O fumigador deve conter duas portas, sendo uma dando acesso a parte externa da granja e uma para acesso a área interna das instalações, as portas devem permitir a vedação do ambiente para que o gás desinfetante permaneça em concentrações necessárias ao processo de desinfecção. Para objetos que não caibam no fumigador, a desinfecção deve ocorrer com lavagem do produto e uso de desinfetante definido pelo responsável técnico do estabelecimento (artigo 12)
4.7 Controle de roedores 
	Os roedores são agentes envolvidos no processo de transmissão de diversas doenças, incluindo doenças de importância a suinocultura, como a leptospirose (artigo 12), além de causarem danos à instalação e prejudicar a qualidade do alimento oferecido aos suínos (artigo 1). Deverão ser elaborados programas permanentes direcionados ao controle de roedores na instalação partindo de uma abordagem integrada para a eliminação desses animais por meios mecânicos, químicos e biológicos. (artigo 3)
O mato ao redor das instalações e silos deve estar bem aparado. O alimento deve ser corretamente acondicionado, evitando que a ração permaneça ao ar livre e disponível para a alimentação desses animais. (Artigo 2)
	Empresas especializadas no controle de roedores realizam a instalação e mapeamento de armadilhas raticidas. As armadilhas contém raticida, cujo o efeito não é imediato, após a passagem do animal pela armadilha, esse retorna ao ninho, onde, por hábito natural da espécie, é lambido pelos demais animais, disseminando o veneno e eliminado colônias inteiras em uma única ocasião. (artigo 1)
	O programa de controle de roedores deve ser implementado após um processo de desratização da granja onde visa se eliminar ao menos 90% dos roedores presentes e além da implementação do programa no estabelecimento, é necessário que esse seja periodicamente monitorado, sendo o intervalo recomendado de 3 semanas, para avaliar a eficiência do protocolo implementado, bem como realizar as modificações necessárias para sucesso do programa. (artigo 1)
4.8 Controle de moscas
	
	As moscas e outros insetos semelhantes, podem atuar como vetores de diversos agentes patogênicos, sendo eles de natureza viral bacteriana ou fúngica. Para controle das moscas na propriedade é necessário o direcionamento correto dos dejetos provenientes da produção, que predispõem ao aparecimento de insetos (Artigo 1). O controle de moscas deve ser feito de forma integrada, aliando bons níveis de limpeza e higiene das instalações ao uso de inseticidas de forma sistematizada. O controle químico das moscas deve ser feito com produtos ou associações que atuem em diversos estádios biológicos do inseto. Pode se utilizar controle biológico de moscas aliado aos outros métodos (artigo 4) 
4.9 Descarte de animais
	Os animais descartados no sistema de produção, bem como demais material biológico proveniente da atividade suinícola, como placentas, caudas cortadas e testículos, devem ser corretamente descartados para que não haja prejuízo ambiental e nem aparecimento de possíveis agentes transmissores de doenças (como moscas e roedores) (artigo 3)
	O método utilizado para descarte dos animais depende do sistema produtivo em questão, pois a taxa de mortalidade e as dimensões do sistema influenciarão na forma de descarte a ser utilizada. Pode se utilizar a composteira para descarte dos animais, intercalando camadas de material orgânico e serragem (ou material semelhante, como maravalha ou palha). Fossa anaeróbica e a incineração também são opções, porém menos utilizadas e mais laboriosas. (embrapa)
4.10 Vacinação 
Em cada propriedade deve ser estabelecido um protocolo vacinal que cubra as principais doenças de suinocultura, respeitando as instruções oficiais estabelecidas pelo Mapa. As vacinas utilizadas deverão ser corretamente armazenadas, em local refrigerado, observando se a temperatura varia de 4 a 8°C. A vacinação deve ocorrer com uma ordem lógica estabelecida previamente, devendo ser iniciada nos animais menos imunocompetentes para evitar a disseminação de doenças em fases críticas da produção (maternidade e creche por exemplo). Deve-se vacinar todos os animais do plantel, incluindo os animais que estão chegando ao sistema produtivo. (embrapa)
4.11 Limpeza e desinfecção 
	A limpeza e completa desinfecção das instalações deve ser realizadano manejo “all-in-all-out” onde todos os animais entram e saem das instalações ao mesmo tempo. Após a saída do lote a instalação deve passar por rigorosa limpeza, com retirada da matéria orgânica presente no ambiente e posterior desinfecção, sendo que no caso de uma limpeza inadequada, o processo de desinfecção é ineficiente, pois o desinfetante não atua na presença de matéria orgânica. (artigo 1)
	Além da limpeza anterior ao período de vazio, deve se realizar limpeza diária das instalações, às vezes mais de uma vez ao dia, retirando os animais mortos das baias e removendo, com auxílio de pá, as sujidades da mesma. Os comedouros e bebedouros utilizados devem ser limpos regularmente e no uso de substrato para alojamento, como ocorre no crechário por exemplo, deve se trocar regularmente o substrato da cama (Artigo 2)
	
4.12 Nutrição 
	A nutrição é um ponto fundamental para o desenvolvimento ótimo do animal (Artigo 4) e representa, para o sistema produtivo 70% dos custos da produção em média, devendo essa ser de boa qualidade e se apresentar livre de agentes patogênicos. (3tres3)
	A alimentação oferecida ao animal deve estar em quantidade e qualidade adequada para suprir as necessidades nutricionais do animal, que variam de acordo com a idade e peso do animal, sendo necessária a adequação do alimento oferecido aos animais de diferentes fases do sistema produtivo (artigo 10). 
	A soja é um dos principais componentes encontrados na alimentação de suínos, sendo que essa possui diversos fatores antinutricionais que podem predispor a doenças ligadas ao trato digestivo. Atualmente visa se a redução do uso do farelo de soja e aumento da inclusão de ingredientes de alta digestibilidade para melhora dos índices produtivos dos animais e melhor sanidade do rebanho (artigo 11). 
	A ração oferecida ao suíno deve conter valores adequados de proteína bruta, pois sabe se que altas concentrações de compostos nitrogenados protéicos podem elevar a multiplicação bacteriana de microrganismos presentes no intestino grosso, incluindo agentes patogênicos como a Escherichia coli. Dietas com baixos índices de proteína bruta podem ser preparadas a partir do uso de aminoácidos industriais e essas podem ser oferecidas juntamente com agentes acidificantes. (artigo 11)
	O animal deve ter acesso fácil a comedouros e bebedouros, que devem ser corretamente higienizados periodicamente. (artigo 10) O alimento deve ser acondicionado em local livre de umidade, sobre paletes e afastado das paredes para dificultar o acesso de roedores e garantir a qualidade do produto (artigo 1) 
		
4.13 Temperatura 
	A ambientação das instalações é um fator importante para os índices de bem estar animal, sendo que animais em estresse térmico estarão muito mais suscetíveis a doenças. É fato conhecido que o suíno é um animal extremamente sensível ao estresse térmico, sendo tolerante a altas temperaturas. 
	A faixa ótima de temperatura para os suínos depende da fase do sistema de produção onde o animal se encontra e métodos para controle de temperatura devem ser utilizados. A instalação de termômetros para registro das temperaturas, uso de cortinas ou sistemas de pressão negativa são métodos utilizados para auxiliar no controle da temperatura das instalações onde os animais estão alojados 
4.14 Água 
	A água consumida pelos suínos inseridos no sistema produtivo pode ser fonte de infecção para o animal. Diversos organismos patogênicos de importância para a suinocultura e para a saúde humana (por constituírem zoonoses) podem ser carreados pela água, incluindo E. coli, Salmonella spp e Leptospira sp. (artigo 1)
	A água fornecida aos animais deve estar livre de coliformes e ou microrganismos patogênicos (artigo 4), passando por um tratamento prévio com cloro na concentração de 8 ppm. É necessário estabelecer um programa de controle da qualidade da água com análises periódicas da caracteristicas fisico quimicas da água fornecida aos animais do sistema (artigo 2)
	
4.15 Monitoramento 
	É uma ferramenta utilizada para a identificação dos agentes patogênicos presentes no sistema. Para efetividade do programa de biossegurança implementado na propriedade produtora suinícola, é necessário a realização periódica de monitoramento sorológico e microbiológico do rebanho, que permite a identificação de agentes causadores de enfermidades. O monitoramento pode ser feito a partir de técnicas como o PCR. Deve se avaliar amostras recolhidas diretamente das instalações onde os animais são alojados, bem como dos equipamentos utilizados no processo produtivo (bebedouros, comedouros e demais fômites) (artigo 1).
	Em propriedades onde se realiza a inseminação artificial a qualidade do semen deve ser monitorada a partir da avaliação de agentes patogênicos e contaminação bacteriana. A presença de microrganismos pode levar a prejuízos reprodutivos e disseminação de patologias por todo o plantel (artigo 1)
4.16 Posição das instalações no interior da propriedade 
	
5. BEM ESTAR ANIMAL E BIOSSEGURANÇA 
	
	Nos últimos anos, tem se observado por parte dos consumidores (a nível nacional e internacional) uma busca por produtos de maior qualidade e cuja a procedência seja conhecida. O bem estar dos animais incluídos no sistema produtivo tem se tornado uma preocupação crescente por parte dos produtores e constitui um pilar fundamental para a qualidade do produto final. (artigo 13) 
	O bem estar animal é pautado nas cinco liberdades essenciais dos animais, sendo essas liberdade fisiológica, ambiental, sanitária, comportamental e psicológica. Ao atender essas necessidades básicas dos animais observamos melhores índices produtivos e um produto final de maior qualidade. (artigo 13)
	O bem estar animal está diretamente ligado ao programa de biossegurança da granja, visto que níveis elevados de estresse, sejam eles de qualquer natureza (estresse térmico ou nutricional por exemplo) deixam os animais mais susceptíveis a doenças e a presença de doenças no plantel fere algumas das cinco liberdades que integram o conceito de bem estar animal (artigo 13). 
	Ainda referente ao bem estar animal é preciso considerar que existem alguns manejos na atividade suinícola, que necessariamente causam desconforto ao animal, como a castração e o corte de cauda, indispensáveis. Nesse caso o manejo deve ser realizado da forma menos estressante possível ao animal, de forma rápida, com prévia assepsia do material utilizado é efetuada por profissional devidamente preparado para a função (artigo 13).
6. CONCLUSÃO 
	A suinocultura tem papel importante na economia nacional e mundial, onde existe uma demanda crescente por um produto de qualidade, observando se o bem estar dos animais durante o processo produtivo. (Artigo 13). A implementação de um programa de biossegurança amplo e eficiente previne perdas econômicas ligados a existência de patologias no plantel, levando a um produto final de maior qualidade e capaz de atender às exigências do consumidor (artigo 13) e garantindo a rentabilidade da atividade (artigo 2)
	O plano de biossegurança deve ser elaborado de acordo com as particularidades da propriedade e constantemente atualizado. Sua implementação deverá ser um esforço conjunto de todos os envolvidos na produção, assegurando assim a sanidade do plantel. (artigo 3)

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