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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
 
 GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM HISTÓRIA
 
MARCELA OLIVEIRA MONTALVÃO
 
 
PCC da disciplina DIDÁTICA
A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA PARA A TRANSFORMAÇÃO
 EDUCACIONAL E SOCIAL
Porto Velho – Rondônia
2021
INTRODUÇÃO	
 A Didática, considerada uma ciência pedagógica estando presente em todas as licenciaturas e no curso de Pedagogia, é um elemento imprescindível para a docência, seja ela em qualquer nível (ensino básico ou superior) ou modalidade (presencial ou à distância). A Didática é articulação de conteúdo, métodos e técnicas. Esses três elementos têm participação fundamental na construção de estratégias facilitadoras para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça de forma eficaz.
 Desde a Grécia Antiga o ensino, a aprendizagem e a didática foram importantes, sendo considerados pilares para o processo de evolução humana. Para os gregos, “aquele que aprende é tão importante quanto aquele que ensina”. É nesse momento de preocupação de aprender e ensinar, que é pensado e discutido sobre o que é a Didática, sendo conceituado tanto como uma ciência como uma arte de ensino, que se preocupa e utiliza técnicas no ato de ensinar.
 O papel do professor, pedagogo no ato de ensinar é de extrema importância, pois precisa além de fazer a diferença na vida do aluno, utilizar fundamentos didáticos clássicos, alinhando estratégias á uma prática didático-pedagógica que considere os novos tempos e as tecnologias disponíveis.
 Quando abordada a importância de alinhar estratégias, está sendo pensado em conteúdo, métodos e técnicas. Para que essas estratégias, tenham um resultado positivo tanto para o professor, alunos e instituição de ensino é preciso adaptar essas estratégias à realidade do aluno – sendo este considerado um grande desafio – e que inclui considerar as bases filosóficas, bases histórico-sociais, as bases políticas e a realidade do aluno, esta última sendo mais importante.
 No ponto de vista prático, a Didática serve como uma ferramenta pedagógica que impulsiona o professor a refletir sobre as formas de abordagem do conhecimento, das metodologias, da necessidade de planejamento e de tudo que envolve o processo de ensino-aprendizado. Com isso a didática pode ser dividida em dois grandes blocos: o Fazer reflexivo e o Ensino-aprendizagem.
 No Fazer Reflexivo o professor deve pensar sua prática de forma contextualizada a partir de uma teoria da aprendizagem, cabendo ao docente refletir as relações, reações e ações que vão influenciar a aprendizagem, o professor precisa saber que o processo de aprendizagem não está desvinculado do ensino, pois ambos estão juntos. O professor ensina e o aluno aprende, mas ele também acaba aprendendo nesse processo.
 Uma das ferramentas que contribuem para a organização do professor é o plano de aula. Todo plano de aula deve ser composto por conteúdo, temas, competências, estratégias didático-metodológica, avaliação, e para ser eficaz precisa de coerência, unidade, continuidade, sequência, flexibilidade, objetividade, funcionalidade, precisão e clareza. É durante a elaboração do plano de aula que devem ser considerados perguntas importantes como:
1) O que ensinar? – Abordando os objetivos do ensino de determinado tema.
2) Para quê ensinar? – Finalidade de ensinar determinado tema.
3) Como ensinar? – Utilização de estratégias didático-metodológicas.
4) Com o que ensinar? – Utilização de diversos recursos, como naturais, pedagógicos, tecnológicos e culturais.
 Todos envolvidos no processo de planejamento didático - sejam eles professores, coordenadores pedagógicos e gestores – devem ter como guia dessa ação e seus conhecimentos e saberes.
 Com isso, pode-se perceber que a didática atua na reflexão da prática que da entre professores e alunos e essa efetiva articulação entre ambos é chamada de Ação Pedagógica.
 Para que a Ação Pedagógica se concretize de maneira eficaz, é necessário pensar em três pontos fundamentais:
1) Perceber o professor como um agente educador: Para alcançar os objetivos com a turma, seria necessário assumir um papel de agente educador, planejando a aula antecipadamente, analisando os interesses dos alunos e aproximando a realidade do professor da realidade deles.
2) Identificar as necessidades do educando: A ação do docente não deve estar centrada no que é preciso passar, mas na relação entre o conhecimento do professor e o que o aluno precisa passar.
3) Definir o processo de ensino-aprendizagem: Deve levar em consideração o cotidiano dos alunos, onde o professor demonstra interesse com suas opiniões e buscando estratégias adequadas à realidade dos alunos.
DESENVOLVIMENTO
 As relações sociais sempre foram marcadas por disputas e essas teias de relações de poder modificam constantemente o cotidiano. Para que essas relações sejam compreendidas, a educação e o professor se tornam essenciais para a transformação da sociedade. O professor se encontra em uma conjuntura complexa e necessita traçar estratégias, construir práticas que permitam que o processo de ensino-aprendizagem seja efetivo, apesar das disputas. Este deve ultrapassar o modelo tradicional de ensino e propor um processo de ensino-aprendizagem repleto de intencionalidade, buscando democratizar o conhecimento utilizando nível de fácil compreensão, visando o interesse do aluno à informação adquirida sem reduzir o conteúdo.
 A partir da Charge acima, utilizada como instrumento de reflexão para o desenvolvimento deste trabalho, pode ser percebido um método tradicional de ensino da Pedagogia Liberal, onde o professor possui atuação primordial, pois é quem define qual conteúdo será estudado, preparando o aluno intelectualmente e desenhando o caminho que os alunos devem percorrer para chegar ao conhecimento.
 Na tendência tradicional, o professor é autoridade em sala de aula, por ser o detentor do conhecimento científico. Os conteúdos são os conhecimentos enciclopédicos acumulados pela sociedade, possuindo grande valor intelectual. Os métodos de ensino são expositivos, com foco na comunicação oral do conteúdo e na demonstração feita pelo professor.
 Além disso, a aprendizagem é receptiva e mecânica, onde o aluno deve seguir todos os passos estabelecidos pelo professor para assimilar o conteúdo valorizando, por exemplo, os exercícios de repetição, sendo feitos em sala de aula e atividades para casa, pois permite que o aluno memorize os conceitos e fórmulas, garantindo que o aluno aprenda a matéria. Para a complementação do aprendizado as avaliações são feitas por meio de provas orais, escritas e testes, tendo como objetivo metrificar o conhecimento.
 Apesar dos métodos tradicionais serem usados até os dias atuais em diferentes áreas do conhecimento e ter trago contribuições para a Educação, vale ressaltar que sofreu várias críticas como, por exemplo, a falta de relação dos conteúdos estudados com a vida dos alunos, sendo este um dos grandes motivos de desmotivação e desinteresse dos alunos em aprender, assim como também dos professores em ensinar.
 Visando seguir a proposta desse trabalho, lembro-me de diversas situações onde o professor agiu de maneira parecida com a professora da Charge e de poucas situações onde o professor agiu de maneira contrária. Uma dessas situações de maneira contrária aconteceu quando eu estava no último ano do ensino médio no ano de 2012 e tínhamos um professor da disciplina de Física chamado Cleber Pereira.
 Nós tínhamos dois tempos – de 50 minutos cada – de aula com esse professor todas as quintas-feiras. Era muito interessante como ele conduzia as suas aulas, pois além de passar o conteúdo de maneira dinâmica, interagindo com os alunos de forma divertida e descontraída, em determinados conteúdos que eram questões para as provas de vestibular, o professor elaborava músicas de diversos gêneros musicais para que pudéssemos lembrara matéria de uma forma mais atrativa e lúdica, visto que grande parte de seus alunos gostava muito de música.
 Com o passar dos anos e com a popularização dessas músicas entre os alunos de diversas escolas e cursos, o professor Cleber Pereira se tornou conhecido e até hoje continua transformando a vida de seus alunos de forma alegre e criativa, fazendo com que os alunos tenham interesse em aprender mais.
 Esse método utilizado pelo professor Cleber Pereira na minha época de estudante é conhecido como Transposição Didática, quando os conceitos científicos necessários são transformados para o aprendizado escolar e trabalhados de forma que eles passem a ter significado para o aluno, ou seja, trabalha com a adaptação do conhecimento científico para transmiti-lo ao aluno com bases em estratégias pedagógicas de ensino.
 Se ao lecionar, minhas ações estivessem similares aos da professora e os alunos tivessem reações parecidas às da Charge, demonstraria que minha maneira de lecionar não estaria condizendo com os interesses e a realidade dos alunos. É possível observar linearidade no conteúdo lecionado pela professora, onde ela é o centro das atenções e detentora do conhecimento, seguindo o livro didático, enquanto os alunos estão em sala de aula somente para absorver conhecimento, não tendo voz para poder expor suas opiniões e ser parte da formação de conhecimento coletivo.
 Para que minhas atitudes fossem diferentes às da professora da Charge, seria necessário que fosse desenvolvido um trabalho de formação continuada, onde eu, na função de educadora, pudesse desenvolver e melhorar minhas práticas de lecionar, aumentando o meu conhecimento como professora através das experiências desenvolvidas no processo de estudo e levando em consideração minhas vivências pessoais, com objetivo de conduzir uma aula mais dinâmica e interativa aos alunos, fazendo com que eles demonstrem interesse, participem com opiniões e questionamentos que engrandeçam o conteúdo ensinado e aprendido.
 Para que isso ocorresse, buscaria trazer a realidade dos alunos para o tema proposto, visto que, como graduanda em licenciatura em História, tudo o que já ocorreu no passado ainda tem grandes reflexos na nossa sociedade, então é muito importante que se “fale a língua do aluno”, fazendo com que ele se sinta acolhido e consequentemente, com mais interesse em aprender e de se descobrir como cidadão que pode no futuro contribuir para uma sociedade melhor.
 Como avaliação, com objetivo de verificar se os alunos entenderam o que foi apresentado, será observada a participação e o envolvimento dos alunos em sala de aula. Para complementar a verificação do aprendizado, seria elaborada uma roda de discussão, onde os alunos debateriam o tema, expondo suas opiniões e após essa atividade, redigir um texto em sala de aula com suas próprias palavras, com reflexões sobre o tema exposto.
 Para exercer com ética, dinamismo e didática a docência, o professor deve colocar o aluno como protagonista, buscar respeitar e tratar todos os alunos por igual, criando ambientes que facilitem a aprendizagem, interagindo e despertando o interesse do aluno em aprender, que busque ser exemplo para os educandos e consequentemente para a sociedade, com uma educação comprometida, de qualidade que forme cidadãos de responsabilidade com princípios e valores que contribuem para uma sociedade igualitária e justa.
CONCLUSÃO
 É necessário que haja equilíbrio entre a transmissão e aquisição do conhecimento. O professor deve apresentar o conteúdo não só com qualidade conceitual e científica, mas coerente com a realidade dos alunos, de modo que faça sentido para eles e que se desperte o desejo de aprender.
 É importante que se priorize o aluno – este sendo o centro do processo de aprendizagem – e cabe ao professor mediar os conhecimentos de forma que o aluno se envolva com o tema e tenha interesse em querer saber cada vez mais.
REFERÊNCIAS
DIDÁTICA conteúdo da disciplina da plataforma Estácio – Estácio de Sá
Disponível em: http://estacio.webaula.com.br/ead/meu-painel#disciplinas
Acesso em: 31 de maio de 2021
DIDÁTICA, origem e fundamentos - 	Construindo História Hoje
Disponível em: https://construindohistoriahoje.blogspot.com/2014/10/didatica-origem-e-fundamentos.html
Acesso em: 1 de junho de 2021
O QUE É DIDÁTICA e porque ela é importante na docência – Ponto da Didática
Disponível em: https://pontodidatica.com.br/o-que-e-didatica/
Acesso em: 1 de junho de 2021

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